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LIVRO - 12 FERIDAS AMBIENTAIS DO PLANETA

Published by ferver.rui, 2017-09-20 13:29:07

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Gigantes da Ecologia | 151

Prêmio Gigantes Da EcologiaSamae Timbó Em relação ao primeiro aspecto elencado, cer a redução e o controle de perdas de água, referente aos equipamentos e tecnologias, foi a segmentação da rede de água potável em pode-se relatar a existência de um cadastro regiões de abastecimento, onde foram criadas técnico dos sistemas de abastecimento em quatro macrorregiões para o município de plataforma digital, onde estão representadas Timbó, conforme a distribuição espacial dos as tubulações da rede de distribuição de água reservatórios de água potável e suas respecti- potável do município, com informações de po- vas áreas de atendimento. Com a criação des- sicionamento, diâmetro, cotas, materiais dos tes setores, foi possível comparar os volumes tubos, etc. de água que entram nestes sistemas fechados, e compará-los com os volumes medidos nas A compilação destas informações presen- unidades consumidoras, possibilitando a iden- tes no cadastro técnico alimenta um softwa- tificação de perdas e vazamentos. re de simulação hidráulica, que compatibiliza as demandas atuais e futuras com as redes Neste sentido, o SAMAE Timbó também de distribuição e demais acessórios existen- realizou um plano de investimentos para os tes, e, assim, auxilia na tomada de decisões próximos anos, visando a ampliação da rede relativas aos investimentos em ampliações de de monitoramento e telemetria, através da ins- rede, substituição de tubulações, instalação talação de macromedidores de vazão nas adu- de bombas, e demais assuntos relacionados toras que encaminham a água tratada até os com a expansão, e na melhoria dos serviços de setores de distribuição. abastecimento de água. Em um próximo momento, estes mesmos Além das tecnologias de informação em- procedimentos deverão ser aplicados nas mi- pregadas, existem diferentes tipos de equipa- crorregiões de abastecimento, que correspon- mentos que monitoram vazões e pressões na dem às áreas atendidas por pequenas bombas rede, e disponibilizam as informações através que integram o sistema de abastecimento de de redes de telemetria. Estas tecnologias per- água, principalmente em regiões urbanas pe- mitem aos operadores do sistema de distri- riféricas, ou que apresentam condições desfa- buição o gerenciamento remoto de bombas, voráveis de relevo. reservatórios, estações elevatórias, adutoras, geradores, e demais componentes que inte- Outro aspecto relevante que deve ser con- gram o sistema. siderado é a questão das capacitações, pois o SAMAE Timbó oferece diversas oportunida- Uma das estratégias adotadas para favore- des de aperfeiçoamento aos seus funcioná-152 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

rios, resultando assim em uma equipe profissional É possível afirmar que os trabalhos realizadostreinada para desenvolver, gerenciar e aperfeiçoar pelo SAMAE Timbó no município, têm grande po-as estratégias e práticas relacionadas a todos os tencial para melhorar o panorama em relação àssetores, inclusive nas questões de elaboração e perdas no sistema de abastecimento de água po-alimentação do cadastro técnico, das modelagens tável, mesmo considerando que seja um trabalhohidráulicas e na formulação dos programas para o contínuo com reflexos que, paulatinamente, mos-controle de perdas. trarão uma melhora nestes índices. Quanto às questões operacionais, cabe ressal- A importância de compartilhar estas experiên-tar que a estrutura organizacional do SAMAE Tim- cias do SAMAE Timbó com os outros municípios,bó favorece a articulação entre os setores de pro- é mostrar a importância de planejar e promoverjeto e execução, visando a interdisciplinaridade, no a adoção de procedimentos similares por outrossentido de que existem trocas de informações em prestadores de serviços de saneamento, visando atodas as etapas de concepção de um projeto, prin- otimizar as estatísticas regionais, estaduais e nacio-cipalmente no desenvolvimento de novas redes, nais em relação às perdas de água.onde o setor de engenharia confronta as informa-ções cadastradas com os dados levantados in loco Por mais que a população adote medidas parapelos profissionais da manutenção e operação do economizar água, é imprescindível que os municí-sistema, reduzindo, assim, a probabilidade de erros pios e os prestadores de serviços de saneamentode projeto, e, concomitantemente, inconsistências unam-se, no sentido de priorizar estas ações parano cadastro técnico. controlar o desperdício em larga escala, com vistas à construção de um futuro sustentável. A comunicação entre o setor de engenharia eos profissionais de operação e manutenção é pro-pícia para complementar os dados cadastrados,pois como alguns destes profissionais colaboraramcom a implantação de grande parte das redes dedistribuição de água do município, estas pessoastornam-se riquíssimas fontes de informação sobrea concepção dos sistemas antigos que ainda estãoem operação. Gigantes da Ecologia | 153

Prêmio Gigantes Da EcologiaMuseologia da UnescMuseu de Zoologia da UNESC: aserviço da vida e do meio ambienteO Museu de Zoologia “Profª Morgana Cirim- belli Gaidzinski” da Universidade do Extre- O significativo número de espécies no acervo, ví- mo Sul Catarinense – UNESC, fundado em timas dos impactos citados, possibilita ao Museu de- senvolver, junto à comunidade, ações que visam a des-parceria com o 2º Pelotão da 3ª Companhia pertar a consciência pela preservação. Os animais emde Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina, tem exposição são importantes instrumentos de educação,como objetivo promover, por meio de seus programas sensibilizando e estimulando o público a assumir res-educativos, o conhecimento sobre o mundo natural e ponsabilidade na conservação do meio ambiente. Osensibilizar o público visitante por meio do acervo em museu está aberto à visitação pública gratuita, permi-exposição para as questões ambientais. tindo a socialização do conhecimento e o desenvolvi- mento de habilidades e atitudes científicas.A perda da diversidade biológica no planeta em de-corrência de impactos ambientais tem sido discutida e Convicto de que a educação ambiental é impor-alertada pela comunidade científica, governos e enti- tante para preservar a vida e minimizar a degradaçãodades ambientalistas. Os principais impactos respon- ambiental, o Museu desenvolve programas educativossáveis pela perda de fauna são: desmatamento, uso de com escolas públicas e privadas, promovendo refle-defensivos químicos, queimadas, atropelamentos em xões sobre os desafios para que a sustentabilidade sejarodovias, caça ilegal e tráfico de animais silvestres. possível no planeta.

Objetivando estabelecer relação de interação com os estudantes naconstrução do conhecimento, o Museu utiliza diferentes recursos peda-gógicos que despertam e estimulam os mecanismos sensoriais, fazendocom que os estudantes desenvolvam a criatividade e se tornem partici-pantes no processo de aprendizagem. As exposições e programas edu-cativos receberam um público superior a 120 mil alunos e professores de575 instituições de ensino provenientes de 45 municípios. Esse trabalho possui representatividade. Foi reconhecido nacional-mente pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) em três edições doPrêmio Darcy Ribeiro de Educação, e pela Fundação Catarinense de Cul-tura, com o Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura. Além de promover reflexões sobre os problemas ambientais, o Museude Zoologia oportuniza aos visitantes desenvolver habilidades que con-tribuem para exercer a cidadania, sensibilizando para o respeito à vidaem suas múltiplas formas. Gigantes da Ecologia | 155

Prêmio Gigantes Da Ecologia O blog Expedição Vida foi criado em 2012 pelaExpedição Vida bióloga e engenheira ambiental Maria Luiza Fausto. O projeto surgiu como um modo de Blog expedição conciliar duas paixões; as ciências naturais e Vida tem a comunicação social. Voltado para o meio ambiente, o blog exibe publicações com novidades e dicas no cam- por objetivo po da sustentabilidade, educação ambiental, esclareci- disseminar o mentos sobre ecologia e processos naturais que regem respeito ao meio o planeta, receitas para uma vida saudável e imagens incríveis das mais variadas facetas da natureza. ambiente Visto que uma das ferramentas mais eficazes para cativar o engajamento das pessoas à preservação é fa- zer com que elas identifiquem o seu cotidiano com o tema, o blog busca abranger diversos outros assuntos, como viagens, curiosidades, experiências químicas, ci-156 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

nema, arquitetura, cosméticos,ações criativas e muito mais. Sem-pre buscando a correlação de taisáreas com as ciências e o meioambiente, de forma a despertar ointeresse dos leitores. A proposta do Expedição Vidaé a divulgação do conhecimentocientífico e de filosofias de vidamenos materialistas de formaleve, descontraída e informal. OBlog tem por objetivo dissemi-nar cada vez mais a importânciade se adotar modos de viver me-nos agressivos ao meio ambiente,contribuindo assim com a mudan-ça desse paradigma reducionistaque se vive e melhorando a qua-lidade de vida na Terra em todosos seus vértices. A repercussão do conteúdodo Expedição Vida tem sido mui-to positiva. O público, bastantevariado, procura o blog com te-mas específicos em mente e aca-ba sendo contagiado pelo espíritode aprender sobre o universo queos cerca e de como extrair o máxi-mo desta aventura chamada vida. Expedição Vida é um blogpara todos que são aficionadospelo conhecimento e, atravésdele, tem prazer em ajudar a me-lhorar o fascinante mundo que di-vidimos! A idealizadora do projeto éformada em Biologia pela Uni-versidade Regional de Blumenau(Furb) e mestre em EngenhariaAmbiental. Sua infância foi emmeio à natureza, por isso, muitocedo aprendeu a respeitar o meioambiente. www.expedicaovida.com.br Gigantes da Ecologia | 157

Prêmio Gigantes Da EcologiaPolicia Militar Ambiental de SC Polícia Ambiental investe na educação dos jovensA o longo da histórica, temos observado a domi- ção atmosférica, aumento de casos de câncer de pele, cau- nação do homem sobre a natureza, sendo esta sado pela destruição da camada de ozônio, e doenças de a principal causa da degradação ambiental. veiculação hídrica como: intoxicação e o cólera, entre outras Esta relação predatória está fazendo com que o causadas pela baixa qualidade dos recursos hídricos.homem repense seu verdadeiro papel, e passe a entenderque se constitui em apenas um componente nesta intrin- Observa-se que, apesar da cultura degradadora do sercada relação que vincula todos os seres. Uma das formas humano, após a implantação da Policia Militar Ambientalde mudar essa realidade, fazer com que os homens te- no Estado de Santa Catarina, houve um aumento da cons-nham mais consciência, é educando as crianças. Por isso, ciência preservacionista, seja pelo incremento na fiscaliza-a Polícia Ambiental leva a sério a frase de Pitágoras “Edu- ção, seja pela atuação preventiva.quem os meninos... e não precisará castigar os homens”. Preocupado com a preservação ambiental, a Policia A degradação ambiental em Santa Catarina se verifica Militar, por meio da Polícia Militar Ambiental, implementouprincipalmente através da exploração dos recursos natu- um programa de Educação Ambiental, voltado para a co-rais e da exuberante Mata Atlântica que cobre a região, letividade, o qual foi denominado de “Protetor Ambiental”.mas já foi bem mais extensa. Tal exploração afetou não so-mente a cobertura vegetal, mas todos os recursos naturais. Este programa tem como público alvo adolescentes, entre 12 e 14 anos, com o objetivo de buscar alternativas Associada a esta problemática temos também o para o desenvolvimento de uma cultura ambiental. Destasurgimento de doenças causadas pela exploração indis- forma, a Polícia Militar Ambiental convida-os para juntoscriminada dos recursos naturais, como podemos citar os desenvolverem atividades teóricas e práticas de preserva-problemas respiratórios, causados pelo aumento da polui- ção ambiental.158 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

Observa-se, também, que a maioria VOCÊ SABIA?desses adolescentes não tem conheci-mento da legislação ambiental e da pro- Entre 2015 e 2016, Santa Catarina perdeu 846 hecta-blemática atual do meio ambiente, dentre res de Mata Atlântica, é o que aponta o relatório do Insti-outros problemas sociais vivenciados na tuto SOS Mata Atlântica;sociedade. Como por exemplo, as drogas,as questões relacionadas ao trânsito e do- Conforme o Atlas da Mata Atlântica, Santa Catarina éenças sexualmente transmissíveis. o quinto estado brasileiro que mais devastou o bioma no período – atrás de Bahia, Minas Gerais, Paraná e Piauí; Portanto, é de suma importância aconcretização deste projeto, para que a SITUAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA NO ESTADOPolícia Ambiental possa trazer para juntodos adultos estes jovens com o objetivo de SANTA CATARINAdefender o meio ambiente, bem como di-fundir a educação ambiental como forma Área do Estado: 9.573.618 hectaresde mudança de comportamento das pes-soas e, principalmente, resgatar e exercer Área de Mata Atlântica original: 9.573.618 hectares, segundo aa cidadania na sua plenitude. Lei da Mata Atlântica Por meio do projeto, os protetores am- Mata em 2016: 2.204.983 hectares (23% dobientais são preparados para atuar como território de SC)multiplicadores e defensores do meio Redução de mata entre 2015-2016: 846 hectaresambiente. Este trabalho em conjunto for- Área de restinga arbórea: 59.717 hectarestalece o espírito de união e reciprocidade Redução de restinga: 199 hectaresentre os integrantes do projeto, patrocina- Área de mangue 2015-2016: 12.039 hectaresdores, colaboradores e a Polícia Militar/Po- Redução de mangue 2015-2016: 0lícia Militar Ambiental. Estes adolescentes Decremento total 2015-2016: 1.045 hectarestornam-se agentes dentro de suas casas e,por meio do exemplo, auxiliam os pais e BRASIL 131.029.900 hectaresparentes a tomarem atitudes de preserva- 16.266.637 hectaresção ao meio ambiente. Mata Atlântica original: 29.075 hectares Mata Atlântica em 2016: Redução entre 2015 e 2016: 100 hectares = 1 Km2 Referência Fonte: Jornal Diário Catarinense de 12 de junho de 2017. Gigantes da Ecologia | 159

Prêmio Gigantes Da EcologiaPolicia Militar de Santa Catarina Giovanni SilvaBike Patrulha, da Polícia Militar, contribui com o meio ambienteoliciamento de Bike Patrulha tem por obje- tivo realizar o policiamento ostensivo com aP utilização de bicicletas em locais previamente grandes cidades, se torna eficaz na mobilidade urbana. Atualmente, um dos grandes desafios das autoridades é a minimização dos efeitos do tráfego de veículos eestabelecidos, dentro dos métodos de ação poluição pelo CO2.inseridos no contexto da filosofia de Polícia Comuni-tária e Policiamento Ostensivo. O policiamento com autilização da bicicleta, além de preencher lacunas exis- Ao optar por um meio de transporte mais susten- tável, o cidadão contribui com o meio ambiente e comtentes entre o policiamento a pé e o motorizado, em a política de mobilidade urbana de cada município; o160 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

Prêmio Gigantes Da Ecologiatrânsito por meio de bicicletas também tem Giovanni Silvasuas responsabilidades e contribuições so-ciais perante a sociedade. Em Blumenau,a bike patrulha atua com quatro policiaise suas respectivas bicicletas, sendo que opoliciamento é feito sempre em duplas, emhorário de intenso fluxo de veículos e circu-lação de pessoas na área central da cidade. São percorridos, em média, 25 quilôme-tros por cada um dos integrantes da bikepatrulha, na área central da cidade. No seuprimeiro mês de reativação, foram obtidosos seguintes resultados: 12 prisões de pes-soas com mandado de prisão ativo, 96 gra-mas de maconha, 1 grama de cocaína, 16 pe-dras de crack, 24 termos circunstanciadospor posse de drogas, 1 prisão em flagrantepor roubo, 561 pessoas abordadas, 1 infra-ção de trânsito, 1 remoção de veículo, 1 armabranca e 2 bicicletas recuperadas. MOBILIDADE URBANA: Um carro ocupa o espaço de aproximadamente 42 bi- cicletas. Incentivar o uso deste modal é evitar congestio- namentos gigantescos. É também evitar gastos desneces- sários com o recapeamento asfáltico, que se faz sempre necessário quando se tem um grande fluxo de veículos tra- fegando por determinada via. Incentivar, quer dizer, dar condições para que o ciclista possa trafegar de forma segura, pois, atualmente, andar de bike, em alguns locais, é assumir um risco de morte, em nome de uma forma alternativa de vida. Ciclovias são essenciais. Elas deixam a cidade mais bo- nita, facilitam a vida do ciclista e incentivam aqueles que têm medo de se aventurar entre os carros, a utilizar este meio de transporte como forma de locomoção diária. Fonte: www.graltec.com Gigantes da Ecologia | 161

Prêmio Gigantes Da EcologiaPolicia Militar de Santa Catarina 162 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

Cães treinados ajudam o O canil setorial do 10º Batalhão de Polícia Militar, sediadotrabalho dos policiais na cidade de Blumenau, conta, atualmente, com seis policiais militares e quatro cães policiais, sendo um da raça pastor bel- Desde 1980, a Polícia Militar conta com o programa Po- ga e três da raça pastor holandês. Desde sua implantação,liciamento com Cães, que tem evoluído ano a ano. Entre em 2010, em incontáveis ocorrências, a aplicação do cão,as atividades dos policiais desse programa, estão o poli- guiado por seu condutor, foi fator decisivo no desenrolar daciamento ostensivo, as operações de busca e captura de situação positivamente. Os cães têm ajudado no encontro deforagidos, as demonstrações de cunho educacional e/ou armas de fogo, drogas, recaptura de foragidos, e prisão emrecreativo, o policiamento em praças desportivas, o con- flagrante de autores de crime, que estavam em fuga.trole de distúrbios civis, o controle de rebeliões ou a fugade presos, a detecção de entorpecentes, e armas e artefa- Recentemente, em 2017, teve repercussão internacional atos explosivos, dentre outros. ação do cão Brutus e seu condutor, soldado Tiago Saldanha Steffen, na captura de dois foragidos que haviam assaltado A formação do binômio cão/homem tem excepcional uma agência dos correios na cidade de Blumenau. O primeiroaplicação nas atividades da Polícia Militar, além de também dos foragidos, ao ser encontrado, estava submerso em umacoadunar com conceitos de preservação ambiental, pois, área alagada próximo ao Rio Itajaí-Açu, e o segundo, foi cap-as habilidades desenvolvidas nos cães por meio do treina- turado após se esconder em um matagal.mento constante, dispensam o investimento e a compra deaparelhos tecnológicos de alto custo. Fotos: Giovanni Silva Gigantes da Ecologia | 163

Prêmio Gigantes Da EcologiaDefesa Civil de BlumenauDefesa Civil de Blumenau tem um bomexemplo de programa ambiental pararedução de desastres naturaisO s danos causados pelos desastres natu- rais, cada vez mais intensos, tornaram-se verem ações de monitoramento, prevenção, mitiga- um desafio mundial para a gestão de ris- ção, preparação, resposta e recuperação, norteadas cos de desastres. Neste sentido, campa- pelo Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil,nhas, coordenadas pela Organização das Nações com o objetivo de minimizar os riscos de desastres.Unidas (ONU) foram criadas para que os municípiosassumissem o compromisso de adotar práticas de O município de Blumenau é nacionalmente reco-desenvolvimento sustentável, com objetivo de di- nhecido pelo histórico de inundações e deslizamen-minuir as vulnerabilidades e medidas para mitigar tos e, desde sua fundação em 1850, já sofreu diver-o risco de desastres. A campanha mundial: “A redu- sas enchentes. Até o momento, foram registradasção de desastres começa na escola”, foi lançada em 94 inundações. Diante de tantas ocorrências dramá-2005 como estratégia internacional para a redução ticas, a população vem se tornando mais atenta e ade desastres, a partir da Conferência Mundial sobre gestão de desastres mais estruturada.Redução de Desastres, que aconteceu no Japãocom a participação do Brasil e mais 167 países. Foi Atualmente, o município conta com uma Secre-um incentivo mundial para que as escolas iniciassem taria de Defesa do Cidadão, constituída por cincoa discussão e ações que contribuíssem para a mini- diretorias: “Projetos”, “Geologia, Análise e Riscosmização dos desastres. Naturais”, “AlertaBlu (Sistema de Monitoramento e Alerta de Chuvas Intensas de Blumenau)”, “Políticas No Brasil, a Lei 12.608 de 10/04/2012, instituiu a Integradas de Segurança” e “Defesa Civil”. No quePolítica Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNP- diz respeito às ações de prevenção, destacamos oDC) que dispõe sobre a responsabilidade da União, trabalho de educação ambiental de prevenção dedos Estados e Municípios no sentido de desenvol- riscos de desastres iniciado pela Defesa Civil em 2013, através do Programa Defesa Civil na Escola.164 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

O Programa Defesa Civil na Escola contempla de Risco e Desastres. Estes módulos são desenvolvi-dois projetos: Projeto Defesa Civil na Escola e Projeto dos em três encontros presenciais nos educandários,Agente Mirim de Defesa Civil. Trata-se de um progra- com duração aproximada de 45 minutos, ministradosma de prevenção, que busca tornar as comunidades pela coordenadora dos projetos de prevenção, que émais seguras a partir do espaço escolar, com vistas assistente social do quadro de funcionários efetivosà preservação da vida e a minimização de danos em da Defesa Civil. No quarto encontro, a Secretaria desituações de eventos extremos. O objetivo do Progra- Defesa do Cidadão (SEDECI) certifica a escola e cadama Defesa Civil na Escola é que os alunos se tornem turma participante do projeto recebe um certificadomultiplicadores de práticas sustentáveis nos bairros, de “Parceira da Defesa Civil”. No evento de certifica-criando uma nova cultura de proteção no município. ção, também recebem a visita da cadela Mayla, um elemento importante que foi incorporado ao projeto, O Programa iniciou suas atividades em abril de como forma de facilitar o processo ensino-aprendiza-2013, como projeto-piloto em duas escolas da rede gem.pública de Blumenau, na Escola Estadual Básica LuizDelfino e na Escola Básica Municipal Visconde de Tau- Considerando a riqueza do espaço escolar paranay, contemplando alunos do 1º ano ao 9º ano. Em a aprendizagem, pretende-se preparar e propiciar ooutubro de 2013, o Programa foi reconhecido oficial- desenvolvimento de novos conhecimentos e habilida-mente pelo Conselho Municipal de Educação, através des com os estudantes e a comunidade onde estãodo Parecer nº 01/2013, sob o Processo nº 060/2013. inseridas, sobre práticas e procedimentos necessários para proteção, em caso de desastre. Até o primeiro A partir de 2014, passou a ser desenvolvido anu- semestre de 2017, o Projeto Defesa Civil na Escola jáalmente em 10 escolas das redes municipal, estadual contemplou 42 escolas e participaram das atividadese particular de ensino, escolhidas estrategicamente do projeto mais de 5 mil estudantes das redes públicapor estarem localizadas em áreas atingidas por inun- municipal, estadual e privada de Blumenau. A forma-dações, enxurradas ou deslizamentos, ou por compo- ção também foi disponibilizada para jovens que par-rem os espaços de abrigo em caso de ocorrências de ticipam das atividades de associações religiosas, gru-desastre. pos de escoteiros e comissões de estudantes. Atualmente, o Programa atende alunos dos 4º e/ou O Projeto Defesa Civil na Escola tornou-se um mar-5º anos do Ensino Fundamental e é dividido em três co no município de Blumenau, com ampla dimensãomódulos: Noções Básicas de Defesa Civil, Percepção no seu desenvolvimento, devido ao aumento significa- Gigantes da Ecologia | 165

tivo na demanda e requisição para sua execução em unidades do educandário no qual estudam. Desde 2015, o grupo contaescolares e em ações comunitárias. Esta demanda é resultado com a parceira Mayla, uma cachorra que participa dos progra-da avaliação e feedback positivo da comunidade atendida, além mas de prevenção com o papel de alertar às famílias sobre ada qualidade e relevância das ações realizadas frente ao con- importância do cuidado com animais de estimação, evitandotexto histórico de Blumenau, no que tange a desastres, além do o abandono em casos de evacuação, bem como de tornar osreconhecimento por parte da comunidade. Devido ao sucesso encontros mais harmoniosos e alegres.do Projeto Defesa Civil na Escola, em 2014, o mesmo passoua contemplar também o projeto Agente Mirim de Defesa Ci- De acordo com o cronograma do Projeto, as atividades ini-vil, com o objetivo de contemplar mais estudantes e ampliar as ciam anualmente com a cerimônia de posse, ocasião em quepossibilidades de formar mais capital humano para a gestão de recebem o colete e a carteirinha, que lhes são entregues pelasriscos de desastres e fortalecer as ações de prevenção. turmas de agentes mirins anteriores e pelas autoridades que prestigiam este evento. No final de cada ano, as atividades en- Projeto Agente Mirim cerram com a solenidade de formatura e entrega de certifica- O Projeto Agente Mirim, criado em 2014 a partir do Progra- dos aos Agentes Mirins de Defesa Civil.ma Defesa Civil na Escola, busca fortalecer as ações de preven-ção na comunidade. Ao final de cada ano, são abertas inscri- Até o final de 2016, o Projeto Agente Mirim de Defesa Ci-ções para estudantes do 6º ou 7º ano que queiram participar do vil formou 90 Agentes Mirins. Em 2014, na região da ItoupavaProjeto Agente Mirim. Após a inscrição, é realizado o processo Central, foi realizada a primeira turma de Agentes Mirins de De-de seleção e são selecionados 20 Agentes Mirins de Defesa Ci- fesa Civil, a qual contou com 20 estudantes da Escola Básicavil. As atividades do Projeto são realizadas em encontros quin- Municipal Visconde de Taunay. Em 2015, na região da Coripós,zenais onde são abordados conteúdos teóricos de capacitação, formaram-se 20 Agentes Mirins de Defesa Civil, estudantes daque acontecem no contraturno escolar. Escola Básica Municipal Profª Norma Dignart Huber. Além das aulas teóricas, são realizadas saídas a campo e di-versas visitas técnicas. São visitadas a Secretaria de Defesa do No mesmo ano, formaram-se 30 Agentes Mirins da regiãoCidadão, o LIVE/FURB, áreas de risco nas comunidades, Parque do bairro Nova Esperança, estudantes da Escola Estadual Bá-São Francisco de Assis, Câmara de Vereadores Mirins e 23º Ba- sica Hermann Hamann. Em 2017, estão sendo preparados maistalhão de Infantaria. É feita uma apresentação na Defesa Civil 20 Agentes Mirins, estudantes da Escola Básica Municipal Ti-e em alguns desses locais acontecem aulas práticas. No Corpo radentes, educandário este que foi atingido pela catástrofe dede Bombeiros eles participam de uma alua prática de primeiros 2008 e, por conta de sua estrutura ser completamente danifica-socorros. da, passou a funcionar fora da comunidade, devido à vulnerabi- O Projeto Agente Mirim de Defesa Civil conta com a parceria lidade geológica do local. O programa tem por objetivo poten-da Polícia Militar de Blumenau, que disponibiliza ônibus e moto- cializar o empoderamento dos Agentes Mirins nos bairros, a fimrista para o transporte dos Agentes Mirins em visitas de estudo de torná-los protagonistas da mudança de cultura, na medidae técnicas, sempre acompanhados pela coordenadora escolar em que vão multiplicando seus conhecimentos e fomentando novas perspectivas de vida, através de ações sustentáveis e da 166 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta implementação do senso de percepção de risco nas comuni- dades.

Desde 2015, os Projetos Defesa Civil na Escola e Agente Mirim MAYLAtêm sido acompanhados e avaliados por professores, doutoran- Mestiça, filhote de labrador e pastor alemão, doisdos e mestrandos do Grupo de Pesquisa e Extensão em Gestãode Ambientes Naturais e Construídos em Bacias Hidrográficas anos de idade, Mayla foi adotada com 40 dias pela as-(GEAMBH), vinculados ao Programa de Pós-Graduação em En- sistente social Luciana Correia, que coordena os pro-genharia Ambiental (PPGEA) da Fundação Universidade Regional jetos de prevenção na Defesa Civil de Blumenau. A in-de Blumenau (FURB). Esta parceria consolida e dá robustez ao clusão de Mayla nos trabalhos de prevenção iniciou emprograma, e resultou em estratégias de ensino e aprendizagem, 2015 e teve uma ótima aceitação da comunidade, já queprodução de recursos didáticos e procedimentos de avaliação dos a cachorra remete a questões afetivas na população,projetos, como vídeoaulas, histórias em quadrinhos, documentá- especialmente, em crianças e adolescentes, reforçandorio, e-book e o Caixa e-água, que trabalha com Realidade Virtual o trabalho realizado. Mayla está sempre com todas asAumentada e possibilita estudar a bacia hidrográfica do Rio Itajaí vacinas em dia, recebe atendimento médico mensal noAçu. Esta ferramenta foi desenvolvida por pesquisadores da FURB Hospital de Clínica Veterinária de Blumenau e partici-que desenvolvem aulas práticas aos Agentes Mirins e outros gru- pa de aulas de adestramento desde os quatro mesespos de estudantes. de idade, junto ao Clube dos Mascotes, onde continua participando de aulas de socialização e adestramento Para os pesquisadores e extensionistas da FURB, a parce- básico. Esbanja doçura por onde passa, respondendoria com a Defesa Civil de Blumenau reforça a inserção social das aos comandos básicos como “senta”, “deita”, “dá a pa-pesquisas e ações de extensão, efetivando a contribuição da pós- tinha”, “toca ai” e “procura”. Faz a alegria não só da-graduação para a melhoria do ensino básico e potencializando a garotada, mas também de adultos e idosos.produção científica, individual e/ou compartilhada com técnicosda Defesa Civil, através de periódicos científicos nacionais e inter- A partir do contato com a cachorra, os educandosnacionais, artigos em eventos científicos e produção de tese de demonstram um grande interesse pelo tema estudadodoutorado, dissertação de mestrado e projetos de Iniciação Cien- e reconhecem a importância do trabalho da Defesa Ci-tífica. Pela importância destes projetos de prevenção, o trabalho vil, não só durante as catástrofes, mas, principalmente,da Defesa Civil de Blumenau é conhecido nacionalmente e come- na prevenção, gerando uma influência positiva sobre aça a ser reconhecido internacionalmente. opinião do trabalho do órgão e fortalecendo o apren- dizado. Com experiência no trabalho social e a partir Um dos artigos escritos sobre a experiência de Blumenau: de extensa divulgação nas mídias sobre sua atuação,“Educação Ambiental, Redução de Risco de Desastres Naturais Mayla passa a ser atração em ações escolares e comu-Município de Blumenau, Santa Catarina Brasil”, escrito por meio nitárias.de parceria com a FURB, foi publicado na Revista PROCIV-Bole-tim Bimestral da Autoridade Nacional de Proteção Civil/Nº93/No- Logo começa a atuar em harmonia com o Projetovembro 2016. Em maio de 2017, a experiência também foi compar- Pedagogia Hospitalar, da Secretaria Municipal de Edu-tilhada durante o IV Congresso Internacional de Riscos - RISCOS E cação, e o Projeto Toninho Pet, do Hospital Santo An-EDUCAÇÃO, realizado na Universidade de Coimbra, em Portugal, tônio, que criou um protocolo para o desenvolvimentosendo apresentado oralmente o artigo “O Desenvolvimento da do trabalho de Terapia Assistida por Animais/ Educa-Percepção de Risco a Partir do Programa Defesa Civil na Escola ção Assistida por Animais (TAA/EAA) na instituição.em Blumenau”. Mayla segue cronograma mensal de visitas e, desde então, vem contribuindo para o processo de ensino- Em consonância com as estratégias internacionais para gestão aprendizagem e melhoria da saúde física e mental dosde riscos de desastres e em sintonia com a proposta político-pe- internados. Atualmente, APAE e o Asilo Casa São Si-dagógica de cada escola, o Programa Defesa Civil na Escola con- meão também contam com visitas mensais da cachor-tribui para a minimização de danos em situações de calamidades, ra, tornando estes locais mais humanizados e alegres.através da disseminação de práticas simples e sustentáveis quevão tornar as comunidades mais seguras e permitir o desenvolvi- Gigantes da Ecologia | 167mento com maior qualidade de vida das famílias, especialmentede crianças e adolescentes. Por meio destes projetos, busca-sepromover uma nova concepção de gestão, através do incentivo àspráticas cotidianas conscientes, para garantir segurança e a quali-dade de vida das famílias, oportunizando o exercício da cidadaniae uma mudança cultural de participação coletiva mais preparadapara o enfrentamento de desastres.

Prêmio Gigantes Da EcologiaEncaminhe Certo Encaminhe Certo oferece soluções sustentáveis para empresas168 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

A Encaminhe Certo Soluções Susten- externos e os sistemas podem possuir irrigação táveis (ECSS) é uma empresa espe- automatizada por gotejamento, ou manual, de- cialista em estratégias sustentáveis pendendo do tamanho. de baixo impacto ambiental, com-pensando qualquer tipo de impacto que pos- Reis diz que é comum as pessoas acredita-sa existir. Oferece soluções competitivas para rem que, quando estão dentro de escritóriosqualquer tipo de projeto a ser executado, com ou até mesmo em suas casas, o ar é puro, eum conceito internacional. A empresa possui que, na rua, pela grande quantidade de carrostecnologia e metodologias capazes de reduzir, circulando, o ar seja mais poluído. Grande en-por exemplo, 89% da produção de resíduo em gano. Essa situação é chamada de “Síndromeuma cidade, condomínio e grandes geradores. do Edifício Doente”, nomeação definida pela organização Mundial da Saúde (OMS), que Desde 2011, a empresa já investiu mais de caracteriza um espaço repleto de compostosUS$ 2 milhões no desenvolvimento de tecno- orgânicos voláteis (COVs), que são gases tóxi-logia patenteada, uma delas é com a parceira cos e cancerígenos, vilões invisíveis, inodoros eKollvik, que realiza uma série completa de tes- imperceptíveis, que prejudicam o desempenhotes em larga escala, bem como testes extensos e a saúde das pessoas que convivem nessesde emissão, finalmente, com a melhor tecnolo- locais. “Pesquisas mostram que, dentro dosgia do mundo em compostagem em cito e ges- escritórios e casas, os COVs podem chegar atão de resíduos sólidos na Califórnia, localizada mais de 900”, comenta Reis.na Bacia de Los Angeles. A empresa firmou,também, uma aliança com a estratégica Green O jardim vertical combate os compostosBusiness Networking (GBN) para a implementa- orgânicos voláteis, deixando o ar puro e tra-ção de projetos. zendo conforto psicológico, além de aumentar em 50% o desempenho dos profissionais. “Os O CEO da empresa Encaminhe Certo, Áti- jardins verticais proporcionam um resfriamentola Reis, diz que o objetivo é de cada vez mais natural dos espaços (ideal para o clima brasilei-encontrar empresas ou empreendedores com ro), criam um isolamento acústico, melhoram afoco em investir mais no início dos projetos e ter qualidade do ar, absorvem os poluentes e dei-um retorno sustentável e muito mais rentável de xam os ambientes mais úmidos e saudáveis”,todo o projeto. “Isto vai permitir à empresa ex- finaliza Reis.pandir o seu suporte de engenharia sustentávele estabelecer parcerias de porte.” Exclusividade Cada jardim vertical recebe um design único. Entre os vários projetos da empresa, cons- A composição de plantas leva em consideraçãotam também os de jardins verticais. A fitorreme- o ambiente específico onde o jardim será cons-diação, como é chamada esta técnica, é muito truído, como local e microclima, exposição aorespeitada no mercado, pois deixa os ambien- sol e contexto circundante. O primeiro passotes mais humanizados, amenizando a falta de para fazer uma parede verde é selecionar asáreas verdes nos centros urbanos e, também, plantas. Depois é a vez da montagem da estru-modificando a paisagem de locais com espaços tura no local escolhido e, por último, é aplicadapequenos. A fitorremediação pode ser aplica- a tecnologia de irrigação automática.da tanto em paredes internas como em muros Gigantes da Ecologia | 169

Prêmio Gigantes Da EcologiaCemitério e Crematório São José Cemitério e Crematório São José é pioneiro no cuidado com o meio ambienteO Cemitério e Crematório São José, com um sistema de autoanálise capaz de identificar e 152 anos de bons serviços prestados à informar quaisquer desconformidades, agindo de comunidade, é um bom exemplo de insti- forma automatizada não dependendo das ações tuição que se preocupa com o meio am- do operador. Tecnologia desenvolvida em Blume- biente. Implantou o primeiro cemitério vertical de nau (SC). Santa Catarina, o Memorial São Francisco de Assis, que inovou na otimização de espaço e respeito ao Apesar da exigência do órgão ambiental ser meio ambiente. Desde 2010, conta com dois fornos de averiguação das emissões uma vez ao ano, a crematórios que atendem a resolução 316/2002 do direção do Cemitério, através do seu presidente, Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). Alcione Alvim da Silva, fez questão de que os for- Ambos os fornos foram desenvolvidos em parce- nos desenvolvidos para o Crematório do Cemitério ria com a Fornos Jung, empresa blumenauense. São José trabalhassem com averiguação em tem- Esses fornos têm um diferencial, contam com um po real e permanente durante o processo, geran- equipamento que faz a averiguação de emissões do assim mais confiabilidade. Todos os processos atmosféricas cada vez que é utilizado. Conta com possuem relatórios de emissão que são armazena-170 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

dos na base de dados do equipamento e estão segurança, para queima dos gases voláteis libe-à disposição dos órgãos fiscalizadores, inclusive, rados que, eventualmente, não foram queimadoscom possibilidade de consulta imediata on-line. completamente na câmara primária. Antes destesEm agosto de 2017, foram realizados novos tes- investimentos em tecnologia de cremação na ci-tes de emissões atmosféricas de seus dois fornos dade de Blumenau, era comum que governos exi-de cremação. Foram realizados ensaios relativos à gissem áreas de 20.000m² ou mais para implan-emissão de gases de acordo com os requisitos de tação de crematórios, devido as possibilidades deacreditação da coordenação Geral de Acreditação emissão de agentes poluentes, o que foi mitigadoda ABNT – Associação Brasileira de Normas Téc- através dos investimentos do São José e do traba-nicas. “Esses testes do Instituto SENAI de Tecno- lho da Fornos Jung.logia são importantes para a obtenção de um avalde instituto isento, de que os fornos de cremação Cemitério Verticaldo São José se encontram dentro das normas exi- Antes dos crematórios se tornarem conheci-gidas pela legislação. Assim, a comunidade pode dos como uma das alternativas para não afetar oter certeza de que todo o processo ocorre com meio ambiente, o Cemitério São José já trabalha-total respeito ao meio ambiente”, afirma Silva. Os va, desde 2004, com a ala vertical chamada Me-profissionais do SENAI, inclusive, foram um dos morial Ecumênico São Francisco de Assis. O nomeresponsáveis pela indicação do Cemitério e Cre- foi escolhido por conta do pensamento ecológico,matório São José para este impresso. e nada mais justo do que homenagear São Fran- cisco de Assis, que é reconhecido como um dos Durante os testes, foram acionados os equipa- primeiros protetores do meio ambiente. Depois damentos para colher amostras do ar. Segundo os instalação do cemitério vertical, não houve maislaudos, todas as amostras estavam dentro dos li- ampliação do número de jazigos tradicionais nomites de emissão. As amostragens de gases foram São José. Pelo contrário, houve redução.realizadas diretamente na chaminé de exaustãoem pontos que se localizavam após os sensores Já existe há muito tempo a consciência dede monitoramento pertencentes ao próprio forno. que os cemitérios tradicionais – aqueles em que os corpos são colocados em caixões de madeira O crematório do São José utiliza duas câma- e enterrados – causam uma série de impactos aoras de combustão: uma câmara primária (de cre- meio ambiente. Tanto que, desde 2003, o Conamamação ou combustão) e câmara secundária, de Gigantes da Ecologia | 171

Prêmio Gigantes Da Ecologia odores desagradáveis. A altura de diversas gave-Cemitério e Crematório São José tas, para melhor aproveitamento do espaço e a necessidade do pé-direito, para arejar o ambiente, tornou mais severas as exigências para conceder tornou obrigatória a necessidade de equipamento licença ambiental para a construção de novos ce- para a realização de sepultamentos. Há um eleva- mitérios. Os cemitérios verticais minimizam os im- dor, automatizado que realiza o sepultamento sob pactos no solo e na água. Estas estruturas permi- o controle do atendente. tem que sejam realizados procedimentos corretos do ponto de vista sanitário e simbólico (com espa- Além da altura do pé-direito, o projeto arqui- ço para que as famílias possam visitar as lápides de tetônico foi desenhado para facilitar a ventilação, seus entes queridos). O cemitério vertical é espe- minimizando a ação do sol, ou chuva, nos jazigos. cialmente preparado para armazenar as urnas fune- Existe, também, um veleiro eletrônico, produzido rárias, sem que seja necessário enterrá-las. em Blumenau, pois, o memorial é todo de pedra e acendimento de velas causaria grande estrago, No São José, pioneiro no País, os lóculos (ja- por isso é proibido. Toda concepção do Memorial, zigos) são construídos totalmente com pedras assim como todos os acessórios que o comple- naturais (ardósia). As gavetas estão de costas, tam, foram desenvolvidos em Santa Catarina. umas para as outras, com bancada de areia en- tre as mesmas, com a finalidade de reter qualquer Para que todas as substâncias decorrentes do tipo de vazamento, apesar de todos os cuidados processo de decomposição, com destaque para na construção. os líquidos e gases gerados neste processo, pos- sam ter a destinação correta, o Memorial conta O lacre é feito com tampa de pedra, rejuntado com material emborrachado, a fim de evitar e ou facilitar a correção de fissuras que possam expelir172 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

com um sistema de tubos especiais acoplados aosespaços destinados às urnas, os chamados lóculos,também a pedido da administração do Cemitério SãoJosé foi desenvolvido, por profissionais de Blumenau,uma Estação de Tratamento de Gases, que funcionade forma biológica, liberando os gases para a atmos-fera isentos de poluentes e odores, gerando, assim,mínimo impacto ambiental. O Memorial São Francisco também é referênciana otimização de espaço, isto porque ao invés decorpos, as famílias guardam as cinzas de seus entesqueridos em seus jazigos eternos. De duas formasacontece o processo, tanto através do sepultamentoseguido da exumação dos restos mortais após trêsanos e tratamento térmico, ou através da cremaçãoimediata do corpo do falecido. Isto fez com que 10%do total da área do cemitério tradicional do São Joséconseguisse atender praticamente o dobro de famí-lias. Em números: a área tradicional do cemitério temaproximados 12.000m² e conta com cerca de 1.800jazigos familiares. A área vertical conta com aproxi-madamente 1.316m² de área construída para sepulta-mentos e cerca de 3.500 jazigos eternos, com capa-cidade de 20 lugares cada. Cemitério tradicional Ao longo dos anos, novas alternativas para a des-pedida dos entes queridos foram criadas com o objeti-vo de não afetar o meio ambiente. Nos sepultamentostradicionais, durante a decomposição dos cadáveres,é formado um líquido viscoso de cor castanho-acizen-tada, chamado de necrochorume. Ele é composto desais minerais, água, substâncias orgânicas degradá-veis, grande quantidade de vírus e bactéria e outrosagentes patogênicos. No necrochorume também po-dem ser encontrados formaldeído e metanol, usadosno embalsamento dos corpos, metais pesados (nosadereços dos caixões) e resíduos hospitalares, comomedicamentos. Para cada quilo de massa corporal,é gerado em torno de 0,61 de necrochorume. O SãoJosé já não faz mais parte dos que dispensam essespoluentes no solo, tanto que é indicado pelo InstitutoSENAI e pela FATMA (Fundação do Meio Ambiente)como case de sucesso na área de cemitérios, em pro-teção ao meio ambiente. O Conama, por meio das resoluções 335/2003 e368/2006, estabeleceu critérios para a implantaçãode cemitérios, com o objetivo de proteger os aquíferosfreáticos da infiltração do necrochorume e impôs umprazo para que cemitérios já existentes se adequassemàs novas regras. O São José está totalmente dentro Gigantes da Ecologia | 173

Prêmio Gigantes Da EcologiaInstituto SENAI de Tecnologia AmbientalInstituto SENAI de TecnologiaAmbiental presta apoio as empresasO Núcleo Ambiental do SENAI/SC, Unidade Blumenau, surgiu a partir da iniciativa do to da atuação, em 1994, foi construído o laboratório Projeto Agroindústrias (1987-1990) entre de águas e efluentes – LANAE. o SENAI Departamento Nacional (DN) e oPNUD – Programa das Nações Unidas, com a ado- Além das ações de monitoramento da qualidadeção de um laboratório móvel, que tinha por objetivo de águas e efluentes SENAI/SC, por meio do Núcleoprestar apoio às empresas agroindustriais na depu- Ambiental de Blumenau, foi o primeiro regional eração dos seus efluentes. Os resultados alcançados uma das primeiras organizações do Brasil a apoiar àpelo projeto permitiram ao SENAI/DN identificar a indústria na obtenção da certificação ISO 14001. Emárea ambiental como uma nova área estratégica de 1996, logo em seguida à publicação da primeira ver-atuação. são desta norma, a Cia. Hering foi a primeira empresa têxtil do Brasil e a primeira da América Latina a obter Para atender a demanda de mercado detectada e a certificação ISO 14001, em parceria com o SENAI.os bons resultados dos projetos em Santa Catarina, Toda a estruturação do sistema de gestão ambien-decidiu-se fazer a estruturação física da área ambien- tal foi alicerçado nas versões preliminares da norma,tal, oficializando seu funcionamento como núcleo de o que propiciou este pioneirismo, num processo denegócios, a partir de 1994. O que era desenvolvido aprendizado mútuo.num laboratório móvel, ganhou uma unidade fixa, em1991, na cidade de Blumenau (SC). Com o crescimen- Atualmente, o Instituto SENAI de Tecnologia Am- biental possui uma equipe de 45 colaboradores, en-174 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

tre técnicos de laboratórios, consultores e pesqui- O Instituto possui uma estrutura física com 10 la-sadores, com atuação multidisciplinar na área de boratórios de prestação de serviços na área de meiomeio ambiente, compreendendo as engenharias ambiente e avaliação de processos industriais, totali-química, ambiental, biologia, florestal, e direito am- zando 900 m2 de área construída. Realiza em médiabiental, além dos técnicos em química, meio am- 60 mil ensaios analíticos por ano, com 1.700 atendi-biente e tecnólogos em gestão ambiental. mentos anuais em mais de 650 empresas.PRINCIPAIS REALIZAÇÕES:• Construção de Laboratório de Ensino Microbiológico e Físico Químico na área do meio ambiente (2001);• Implementação dos Cursos Técnico em Saneamento e Técnico em Meio Ambiente. (2002);• Curso Superior de Tecnologia em Gerenciamento Ambiental Industrial (2005);• Projeto de Racionalização do Uso de Águas na Indústria Têxtil Catarinense (2005);• Pós-graduação em Gerenciamento de Águas e Efluentes (2006);• Projeto de Conformidade Ambiental para Indústria de Santa Catarina (2006);• Projeto de Ampliação dos Laboratórios Ambientais (em parceria com SENAI/PR/SC/RS e SENAI/DN, 2006);• Implementação do Laboratório de Análises Atmosféricas – LANAT (2007);• Acreditação de ensaios analíticos de acordo com a norma ISI IEC 17025;• Ampliação do LANAT para Avaliação da Qualidade do AR (2009);• Implantação do provedor de ensaios de proficiência (PEP) na matriz água e efluentes;• Projeto de Implantação do Instituto SENAI de Tecnologia Ambiental (2012);• Implantação do laboratório para atendimento controle do ARLA 32 (2013);• Inicio das atividades do IST Ambiental em novo endereço (2015); Gigantes da Ecologia | 175

Prêmio Gigantes Da EcologiaInstituto Senai de Tecnologia AmbientalCasa, produzida pelo Senai em parceria com a Habitech, tem baixo impacto ambiental A FIESC (Federação da Indústria do Estado de Santa atualmente, possui um papel oneroso e pouco sustentávelCatarina), por meio do SENAI/SC, constituiu uma parceria no processo da construção civil. Sendo utilizadas, em suacom o Sinduscon (Sindicato da Construção), de Blume- maioria, como caixaria, formas de vigas e escoras.nau, e a empresa Habitech, da Itália, para produzir proje-to-piloto de uma edificação sustentável, em madeira reflo- Nos últimos anos, motivado pela conscientização am-restada, com tecnologia construtiva X-LAM, na América biental e pelos conceitos de construção sustentável, o usoLatina. A edificação foi construída no Instituto Senai de de madeira passou a ser estimulado em países desenvolvi-Tecnologia Ambiental, e tem o conceito de greenbuilding dos. Posto que a madeira é um dos raros materiais de fon-de construção, de baixo impacto ambiental, alto conforto, te renovável na construção civil (FPINNOVATION, 2011).velocidade de montagem e produtora de energia. Todo oprocesso de montagem da casa durou 13 dias, com con- Como potencial fornecedor, as indústrias da madeirasumo, mínimo, de água. serrada necessitam desenvolver produtos padronizados, pré-fabricados e que facilitem os processos de constru- A necessidade de adoção de novas tecnologias para a ção. O setor deve atentar para a necessidade de compen-construção civil é indiscutível, seja por questões ambien- sar a anisotropia da madeira, criando produtos com maiortais ou econômicas. Para superar as resistências à adoção resistência, reduzir os efeitos da presença de nós, medulade novos produtos, são necessários estudos para com- e outros defeitos naturais e de processamento.provar sua durabilidade, eficiência energética e confortoambiental. O painel CLT (Cross Laminated Timber ou madeira la- minada colada cruzada) se enquadra perfeitamente nas Neste sentido, a utilização de uma edificação, pre- exigências de menor impacto ambiental, inovação, facili-dominantemente em madeira, em escala natural, moni- dade de instalação, uniformidade e homogeneidade, ade-torada interna e externamente, é uma excelente opor- quação a padrões internacionais. Constitui uma oportu-tunidade para o desenvolvimento de construções que nidade para inserir a madeira como principal material deefetivamente reduzam o impacto ambiental antes, du- construção em edificações sustentáveis. Entretanto essarante, e após a sua vida útil. nova tecnologia precisa ser validada em situações reais, em que a durabilidade, eficiência energética e conforto Utilizadas de maneira descartável nas obras, a madeira, ambiental são avaliados.176 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

Monitoramento PROJETO: As condições ambientais e Instalação de casa, baseada no conceito de greenbuilding, pré-fabri-climáticas do projeto-piloto sãomonitoradas, externamente e in- cada em CLT/X-lam (madeira laminada colada cruzada), composta porternamente na casa, de modo a todos os componentes construtivos, com dimensões de 20 x 10 m2.obter informações necessáriaspara controle e adequação ao OBJETIVOS:conforto ambiental interno. Parâ- • Difusão da tecnologia de construção com madeira, no Brasil, por meiometros como temperatura, umi- de um protótipo/showroom.dade, luminosidade e ruído, entre • Desenvolvimento de know how (capacitação/pesquisa aplicada em par-outros, serão monitorados online ceria com departamentos de eng. florestal, eng. elétrica, arquitetura daaqui no Brasil e na Itália, de modo FURB) para indução da tecnologia no Brasil.a servir de subsídios para estudos • Geração de novas parcerias com empresas associadas a Habitech (Dis-em conjunto da adaptação desta tretto Tecnologico Trentino, Trento-IT).tecnologia nas condições ambien- • Avaliar a qualidade de uma construção em CLT sob a óptica da susten-tais no Brasil. tabilidade ambiental. A avaliação da qualidade e desempenho resultará em dados e informações que possibilitarão a análise no que se refere à Características da Construção durabilidade, conforto térmico, adequação ambiental e capacidade de au- Esta construção possui área togeração de energia.construída de 200 m2, compreen-dendo uma sala de conferência, O QUE É CLTrecepção e showroom, escritório, CLT ou laminado de madeira cruzada é o mais novo produto de enge-dois lavabos, sendo um deles paracadeirante, e duas salas de manu- nharia em madeira introduzido no mercado mundial, nos últimos 20 anos.tenção. A mão de obra utilizada Painéis de CLT consistem em diversas camadas de lâminas de madeirano empreendimento veio da Itália, maciça, coladas em sentido oposto e alternado, entremeadas de adesivode forma a garantir que o padrão estrutural e à prova d’água, e submetidas a grande pressão. Este painel éconstrutivo fosse mantido. A edi- utilizado como elemento estrutural em pisos, paredes e lajes, conectadasficação possui sistema de climati- por elementos metálicos, sendo empregado até em edificações com pa-zação AVAC (Aquecimento, Ven- vimentos múltiplos.tilação e Ar Condicionado), queproporciona um alto conforto am- INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES DO PROJETO:biental, além de tecnologia que • Instituto SENAI de Tecnologia Ambiental (SENAI/SC-Blumenau) – Executorapermite a gestão dos recursos ha- • Universidade Regional de Blumenau (FURB) - Executorabitacionais, como climatização e • Sindicato da Indústria da Construção (SINDUSCON/Blumenau) - Colaboradorailuminação. A técnica construtiva • Fanti Legnami S.R.L* (Itália) - ColaboradoraX-Lam utiliza painéis compostos • Habitech (Itália) – Colaboradorapor tábuas de madeira coladasem camadas cruzadas, forman- INVESTIMENTOS:do, assim, uma estrutura muito • Doação Habitech/Itália: R$ 2.100.000,00 (projeto, fabricação, transporteresistente. Os benefícios que este internacional, seguro e equipamentos)material fornece são: rapidez de • Contrapartida SENAI/SC: R$ 181.500,00 (desembaraço aduaneiro, trans-construção, diminuição da gera- porte nacional, móveis e infraestrutura básica). OBS.: importação realizadação de resíduos na obra, não uti- com isenção de impostos, com base na Lei 8.010/90 (CNPQ). Valor aproxi-lização de água, flexibilidade de mado da isenção concedida: R$ 1.450.000,00 (Imposto de importação, IPI,projeto, e o principal: a madeira Pis/Confins e ICMS).retém carbono, auxiliando assim omeio ambiente. Gigantes da Ecologia | 177

Prêmio Gigantes Da EcologiaOuseuse Ouseuse contribui com odesenvolvimento de JuruaiaA história da Ouseuse se confunde com a his- tória de Juruaia. No início dos anos 1990, a Rosana Marques, uma professora da rede es- cidade ganhava a sua primeira confecção tadual e rural, junto com seu irmão, foi seduzida pela semente que germinava na cidade e, em 1994,de lingerie, fundada por um cidadão de Goi- montou a Ousadia. O começo foi simples: em umás. Alencar foi atraído para Juruaia com a promessa pequeno galpão, dois funcionários e a proprietáriade incentivos fiscais. Isso foi em 1992 e, apesar do pio- começaram a fabricar calcinhas. Apesar desse inícioneirismo, a empresa sucumbiu ao fracasso. Mas a se- humilde, a garra de Rosana Marques impulsionou amente se espalhou e, a partir dessa iniciativa, surgiram empresa, que começou a crescer e aumentar o seuvárias confecções de moda íntima na cidade. mix de produtos.178 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

Sempre preocupada com o crescimento, Rosana empresa com uma carteira de clientes que abrangeMarques fundou a Associação Comercial de Juruaia, todos os estados brasileiros e o exterior.em 1996, entidade que agregou as confecções da ci-dade em prol do desenvolvimento contínuo. Parale- Uma das premissas da empresária Rosanalamente às iniciativas de classe de Rosana Marques, Marques sempre foi a de incentivar seus colabora-a Ousadia crescia como toda empresa que almeja o dores, principalmente, aqueles com vocação empre-sucesso. Com uma visão empreendedora, Rosana co- sarial, a seguir novos caminhos e constituír suas pró-meçou a traçar voos mais altos para a marca. Em 1997, prias empresas de lingerie. Seu pensamento semprecomo a primeira presidente da ACIJU, Rosana reali- foi objetivo e lógico: “quem virá a Juruaia para com-zou a 1ª Felinju, um marco para a história da cidade e prar de algumas poucas lojas de lingerie? É precisoque, em 2017, alcançou a 20ª edição. Sua magnitude que a cidade tenha muitas confecções para que asalavancou o crescimento do setor e tornou a cidade e pessoas tenham realmente interesse em vir à cidadeo evento conhecidos em todo o território brasileiro. A comprar”. Hoje, mais de 20 ex-funcionários têm suasempresária aproveitou a oportunidade para dar uma próprias empresas. Cada uma delas ajudou a impul-arrancada vertiginosa rumo ao crescimento. sionar ainda mais a cidade. E, com o número cada vez maior de empresas no ramo têxtil, Juruaia se tor- No começo do novo século, Rosana mudou o nou um polo de moda íntima: o primeiro de Minasnome da marca para Ouseuse. E, com esse nome, a Gerais e o terceiro do País.empresa é, hoje, a maior de Juruaia. Como 22 anosde existência, a Ouseuse, emprega 80 funcionários Em 2007, a Ouseuse lançou um projeto social quediretos e outros 100 indiretos, produz 70 mil peças/ se tornou a menina dos olhos da empresa. O Proje-mês e tem um showroom de 800 m². O sucesso da to Amigas do Peito tem por objetivo doar sutiãs es-marca se deve a produtos que aliam beleza, conforto peciais a mulheres carentes que tiveram que passare qualidade. A variedade de produtos, cores e estam- pela mastectomia. Mais do que um ato de doar umapas também contribui para que a Ouseuse seja uma peça, o projeto resgata a autoestima dessas mulhe- res. Neste ano, o Amigas do Peito completa 10 anos e comemora a doação de mais de 6 mil sutiãs para todas as partes do Brasil e até para o exterior. Em janeiro de 2013, Rosana fundou a Câmara da Mulher Empreendedora de Juruaia, braço da Federaminas, na qual foi a primeira presidente. Gigantes da Ecologia | 179

Prêmio Gigantes Da EcologiaOuseuse A Ouseuse é referência para as demais confec- ram de todas as partes do País. Ainda nesse ano, oções da cidade. O espírito empreendedor e, acima de site UOL/Economia, pelo Dia da Mulher, colocou atudo, a solidariedade e o incentivo às pessoas para empresária entre as 50 mulheres que se destacavammontarem suas próprias empresas, fazem de Rosa- em suas áreas de atuação.na Marques um personagem ímpar em Juruaia. Tudoisso foi o grande motivador para que a empresária se A edição da Revista Pequenas Empresas & Gran-tornasse finalista ao Prêmio Claudia 2013 – Categoria des Negócios do mês de junho de 2015 apresentouNegócios, concedido pela Editora Abril, e premiada uma matéria especial intitulada “70 mulheres bem-com o Mulheres Notáveis 2013 – Categoria Indústria,concedido pelo Conselho da Mulher Empreendedora,órgão vinculado à Associação Comercial de Minas Ge-rais. Também em 2013, mais uma grande recompensaem seu currículo: o Prêmio Empreendedor Ozires Sil-va, concedido pela Foccus, de Poços de Caldas. O sucesso da Ouseuse e a trajetória da empresá-ria Rosana Marques começaram a despertar interes-se, principalmente, dos seus pares e, com isso, 2014foi um ano em que os convites para palestrar surgi-CONHEÇA AS AÇÕES SOCIAIS DA OUSEUSEPROJETO SOCIAL AMIGAS DO PEITO: Em 2007 a Ouseuse lançou o Projeto Amigasdo Peito, que tem como objetivo doar sutiãs exclu-sivos (confeccionados pela Ouseuse) para atendermulheres carentes que tiveram que passar pela mas-tectomia. Com uma modelagem especial, os sutiãssão próprios para se colocar uma prótese mamária.Mais do que simplesmente ajudar esteticamente,a Ouseuse tem como meta resgatar a autoestimadessas mulheres. Em 10 anos de projeto, mais de6 mil sutiãs já foram doados em todo o Brasil e atépara o exterior. MOLDES COM DESCARTE MÍNIMO: A Ouseuse possui uma máquina para moldes que visa ao aproveitamento dos tecidos de maneira que haja o menor descarte possível de retalhos. As folhas impressas são usadas dos dois lados ou viram rascunho.180 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

-sucedidas revelam tudo o que você precisa saber pou do Salon International de La Lingerie em Parissobre negócios” e, mais uma vez, Rosana Marques foi e, em julho de 2016 e 2017, do Mode City, ambos nacitada. Em 2015, a empresária recebeu novamente o França. Com essas feiras internacionais, a OuseusePrêmio Ozires Silva, em evento realizado em Blume- conquistou representantes e clientes diretos em Por-nau (SC). tugal, Itália e Grécia, e consolidou contatos com Ca- ribe e Senegal. Em 2016, Rosana Marques tornou-se diretora fi-nanceira do Conselho Nacional da Mulher Empre- Antes, porém, a Ouseuse já vendia peças para osária da Confederação das Associações Comerciais exterior. Em 2000, em um processo simples, come-e Empresariais do Brasil, com sede em Brasília. Em çou a vender para clientes nos Estados Unidos, Bo-busca de um novo modelo de negócios, em 2016 deu lívia, Itália, Portugal, França, Holanda, Dubai e Chile.início ao projeto de internacionalização da marca, Em 2006, a marca começou a participar de feiras decom o objetivo de aumentar e amadurecer a imagem moda íntima na França, Estados Unidos e Colômbia,da Ouseuse no mercado interno. Em janeiro, partici- apenas com a intenção de acompanhar tendências.COPOS DO BEM: No showroome nas lojas con-ceito da Ouseu-se, a água é ser-vida aos clientesem copos de pa-pel reciclável.RETALHOS REAPROVEITÁVEIS: Por mais que os moldes sejam cortados de maneira racional, ainda assim há sobras de retalhos. Paranão os jogar no lixo – na natureza – esses retalhos são doados para artesãos, que os transformam emtapetes e outros artefatos. Gigantes da Ecologia | 181

Prêmio Gigantes Da Ecologia CidadesCidades Inteligentes inteligentes preservam o meio ambiente182 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

A arquitetura e o urbanismo compro- não atende à demanda atual por espaços sus- metidos com princípios sustentá- tentáveis e ecoamigáveis que devem ser, ain- veis e ecológicos passaram a ser um da, inclusivos socialmente. must em qualquer projeto novo ouintervenção em estruturas pré-existentes con- O “projeto habitacional de combate à po-solidadas. breza de exportação securitizada” apresenta- do a vários países da América Latina pretende Desde a época de estudante, o arquite- contribuir para mitigar a pobreza conectan-to urbanista Tomas Otsuka tem a preocupa- do o sul com o norte através do princípio dação e responsabilidade profissional e ética de complementaridade. A pobreza extrema temrespeitar e promover o ecossistema orgânico sido, ao longo da história, a razão de conflitosexistente pensando historicamente nas próxi- e ameaça à paz mundial. A complementarida-mas gerações. Essa é uma atitude alicerçada de se configura na incapacidade geográficaem seu DNA japonês e no costume de a ver de produção de alimentos de vários países dosua avó regando os bonsais com a boca, imi- hemisfério norte e na condição oposta do he-tando uma leve garoa. A atividade de arquiteto misfério sul. O sul carece de tecnologia, o queno processo de transformação do espaço vir- sobra no hemisfério norte.gem, acrescentando valores arquitetônicos eurbanísticos, transcende em sua lógica para Quanto ao projeto e execução de “Cidadesagregação de valores culturais éticos, sociais, Inteligentes Digitalizadas” de baixo custo, Ot-sustentáveis e ecológicos. Na era da disrupção, suka foca a mobilidade urbana pela experiên-do AI (Artificial Intelligence), IOT (Internet Of cia de anos de logística de distribuição/capta-Things) e do big data, a agregação de tecno- ção urbana.logias digitalizadas ao espaço é condição sinequa non para atingir os níveis de sustentabili- Gigantes da Ecologia | 183dade exigidos pela ética básica bonum agen-dum et malum vitandum, que significa: faça obem para evitar o mal. (S.Tomás de Aquino). Um processo arquitetônico e urbanísti-co que apenas acrescente valores plásticos ede funcionalidade racionalista cartesiana estáaquém das potencialidades arquitetônicas e

Prêmio Gigantes Da EcologiaCidades InteligentesProjeto e execução de cidades inteligentes digitalizadas de baixo custo O mais recente projeto do arquiteto Tomas transporte de massa urbano contextualizado nasOtsuka, que trabalhou com Jaime Lerner na pre- cidades inteligentes.feitura da cidade de Curitiba-PR, é o projeto debaixíssimo custo de Cidades Inteligentes Digita- Otsuka diz que seu trabalho foi baseado tam-lizadas. Aproveitando tecnologias IOT e outras bém na experiência prática de gestionar, por maistecnologias de ponta lançadas para reconstrução de dez anos, a complementação de surface da lo-das cidades destruídas pelo tsunami de 2011 no gística aérea (rodoviário, ferroviário, metroviário,Japão, está lançando um projeto que soluciona cIcloviário, pedestre, lacustre, fluvial e marítimo).questões importantes como mobilidade urbana e Passou por três das maiores companhias aéreas,violência urbana. À época em que trabalhou com a gloriosa Varig, a Vasp e a Gol e aprendeu muitoJaime Lerner, fez parte da equipe que implantou com seu chefe e ex-presidente das duas primeiras,o primeiro BRT do mundo, em Curitiba. Hoje o o engenheiro José Carlos Rocha Lima, pai do Se-sistema está em mais de quarenta países e tem dex. Diz que se sente privilegiado em ter servidosoluções inovadoras para a mobilidade urbana e à Varig justamente na época em que o Presidente184 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

do Conselho era o Dr. Osires Silva. Quando ques- cipalmente em termos de energia. Na cidade inte-tionado sobre o que um arquiteto estaria fazendo ligente de Fujisawa, a produção horizontalizada dena Varig em Logística, ele responde que a maté- energia é tão grande que, em cada quadra, há umaria-prima é a mesmo da arquitetura, o “espaço” tomada para abastecer o veículo elétrico gratuita-como meio e razão da mobilidade e que a mo- mente, com energia limpa e renovável fotovoltaica.bilidade é subsistente simbioticamente no uso do É que sobra energia captada do sol.solo urbano. Otsuka lembra, ainda, que o sol não manda a Otsuka afirma que USD 20,000.00 são suficien- conta no final do mês, nem faz gestão de estoquetes para um projeto piloto. Costuma dizer, ainda, para diminuir a oferta e aumentar o preço. Cincoque 1 kWh, que há vinte anos custava USD 68.00, minutos de sol seriam suficientes para abastecerhoje custa em torno de USD 0.35, valor que não toda a energia elétrica gasta pela humanidade atépara de baixar. Acrescenta, também, que na cidade agora! É a mais inclusiva, também, porque todosinteligente a abundância substitui a escassez, prin- têm direito ao sol.Projeto habitacional de combate à pobreza com exportação securitizada Encapsulado por esses princípios éticos foi construção civil é a que mais recursos naturaisconcebido o “projeto habitacional com unidades consome e mais resíduos sólidos indesejáveisprodutivas para exportação securitizada” possui devolve à natureza.tecnologia de ponta a baixíssimo custo agregan-do energia solar fotovoltaica off-grid. Vários países da América Latina estão prestes a implantar este projeto que, do ponto de vista A tecnologia construtiva inspirada no sistema macroeconômico, inibe a migração urbana me-lançado pela Mitsubishi e Toyota atende a to- lhorando a qualidade de vida e renda mensal dasdos os requisitos de sustentabilidade e respeito famílias de baixa renda da área rural, retendo-asà ecologia incorporados na produção e monta- e conectando-as com o hemisfério norte atravésgem. da exortação securitizada. O êxodo rural ainda é a principal origem da escalada da submoradia ur- Não utiliza água, nem energia, na montagem, bana, proliferando a suburbanização como cho-nem produz resíduos sólidos, contrapondo-se a bolas, shantytowns, bidonvilles, slums, vilas misé-constatação mundialmente acordada de que a ria, favelas, invadions e outros nomes. Gigantes da Ecologia | 185



AmPebriseonnatlaidiasdes

Ricardo Voltolini foi pioneiro na consultoria em sustentabilidade empresarial, no BrasilR icardo Voltolini é um dos primeiros da TV Cultura (2002-2005), articulista sema- consultores em sustentabilidade em- nal sobre o tema na extinta Gazeta Mercantil presarial do Brasil. É diretor-presiden- (2006-2010), onde manteve uma coluna se- te da Ideia Sustentável: Estratégia e manal. Durante todo o período que colaborou,Inteligência em Sustentabilidade, consultoria assinou 120 artigos sobre temas como Culturacom 23 anos de mercado, atuando em modelo de Responsabilidade Social, Marketing Ético,híbrido – think tank (organização dedicada a ISO 26000, Investimento Social, Relatóriosproduzir e difundir conteúdos e táticas sobre Sociais e Ambientais, Tendências Internacio-assuntos estratégicos para públicos de inte- nais e Líderes Sustentáveis.resse) e consultoria – desenvolvendo e gerin-do conhecimento sobre sustentabilidade para Voltolini foi o idealizador da Revista Ideiaempresas, em três linhas: consultoria, educa- Sustentável, primeira do segmento, consagra-ção e conteúdos. da, em 2010, como o “Veículo Especializado do Ano”, pelo prêmio HSBC e Jornalista&Cia. Jornalista, com MBA pela FIA (Fundação Em 2009, foi apontado entre os 5 mais impor-Instituto de Administração), especializou-se tantes jornalistas especializados do Brasil peloem Sociologia do Lazer na Escola de Socio- portal Comunique-se. Em 2011, foi chanceladologia e Política, em Produção Cultural para pelo Greenvana, entre os TOP 10 jornalistas/Crianças e Planejamento Estratégico do Turis- blogueiros em sustentabilidade do Brasil.mo, ambos pela Escola de Comunicação e Ar-tes da Universidade de São Paulo. É autor de Sua história profissional sempre esteve li-livros como “Conversas com Líderes Sustentá- gada ao tema. Seus artigos e matérias, espe-veis – O que aprender com Quem Fez ou Está cializados em Responsabilidade Social, já fo-Fazendo a Mudança para a Sustentabilidade” ram publicados em jornais e revistas de todo(Senac-SP -2011), “Escolas de Líderes Susten- o País e boletins eletrônicos, especializadostáveis – Como Empresas Estão Envolvendo como os do Instituto Ethos, Envolverde, Insti-Educando Líderes para a Sustentabilidade” tuto Akatu, entre outros.(Elsevier/2013), “Líderes Sustentáveis com aMão na Massa – O que aprender com a Expe- Em 2011, Voltolini idealizou e lançou o pro-riência dos Principais Executivos de Sustenta- jeto “Plataforma Liderança Sustentável”, quebilidade do Brasil” (Ideia Sustentável/2014), tem como objetivo identificar, inspirar e co-“Sustentabilidade no Coração do Negócio – nectar jovens líderes em sustentabilidade. EsteComo as Empresas Estão Inserindo o Conceito projeto consiste em uma plataforma na webna Estratégia” (Ideia Sustentável-2015) e “Sus- que reúne os mais diversos materiais sobre otentabilidade como Fonte de Inovação – Oito tema, como pesquisas, matérias, vídeos, entre-Entrevistas com Líderes que Estão Criando o vistas e artigos. Já percorreu mais de 20 esta-Futuro no Presente” (Ideia Sustentável/2016). dos brasileiros para lançar o projeto, inspirarOrganizou ainda o livro “Terceiro Setor: Plane- lideranças locais e disseminar seus conteúdos.amento & Gestão” (SENAC/2004). Voltolini é um profissional inspirador na sua Foi consultor de responsabilidade social luta pelo meio ambiente.188 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

Rosemari Bonaé conhecidapelas mudançasoperacionalizadas naCODAM - BlumenauR osemari Bona é dessas profissionais documentos. Além de licenças, foram libera- que é lembrada em qualquer encon- das certidões, autorizações de corte, autos de tro da sua área, visto que tem um tra- infração e manifestações técnicas. Além do balho reconhecido em Santa Catarina, trabalho interno, a coordenadoria desenvolveupela defesa do meio ambiente e dedicação à projetos ambientais nas escolas do município.Fundação do Meio Ambiente (FATMA), órgão A Codam participou efetivamente da carti-estadual de proteção/prevenção ambiental. A lha sobre Áreas de Preservação Permanentesede da FATMA fica em Florianópolis e atua (APP), confeccionada pelo Instituto Gigantesem conjunto com 16 coordenadorias regionais. da Ecologia (IGE).A de Blumenau abrange 12 municípios. Rose-mari, bióloga, técnica em gestão ambiental e A Codam é conhecido, atualmente, porespecialista em Engenharia Naturalística, pelo atender bem a comunidade, repassando in-Politécnico de Milão, foi coordenadora da uni- formações corretas sobre licenciamentos, cor-dade blumenauense de janeiro de 2015 a maio tes de espécies e outras solicitações. “Somosde 2017. funcionários públicos, temos o dever de tratar bem todos os que nos procuram”, afirma. Atualmente, depois de 25 anos dedicadosà FATMA, Rosemari está usufruindo licença Responsável por colaborar com o licencia-prêmio e aproveitando para reciclar os co- mento ambiental de vários grandes empreen-nhecimentos. Seu trabalho na FATMA ganhou dimentos, entre eles, o Porto de Navegantes,destaque por sua atuação no interior de Santa Rosemari iniciou sua carreira profissional naCatarina, promovendo a aproximação entre o FATMA, se dedicando a diversos serviços téc-órgão estadual, instituições e comunidade. Em nicos nas áreas de fiscalização ambiental.2016, recebeu, durante sessão solene pelos 40anos da FATMA, uma justa homenagem por Na avaliação dela, as demandas e exigên-seu trabalho. cias para regularização ambiental de várias motivaram as mudanças operacionalizadas Quando assumiu a Codam (Coordenadoria na entidade ao longo do tempo. As pautas dede Desenvolvimento Econômico Ambiental de reivindicação mudaram. Nas décadas de 70Blumenau), Rosemari elencou diversas dificul- e 80, o controle da poluição industrial era odades pelas quais o órgão passava, naquele foco. A partir da década de 90, a preocupa-momento, entre elas, a falta de funcionários. ção voltou-se para o saneamento básico e aEm pouco mais de dois anos de atuação, ela equipe teve que se adequar para essas novasfoi a responsável pela mudança na Codam, em necessidades.Blumenau. Neste período, houve progresso naexpedição de licenciamentos e também rema- Rose é uma profissional altamente qualifi-nejamento das funções dos técnicos, sendo cada, profunda conhecedora de seu trabalho,que um deles tem, entre suas funções, atender extremamente dinâmica e otimista. Ela acre-o Ministério Público. dita que no futuro haverá novas práticas am- bientais e uma sociedade mais consciente de Somente, em 2016, foram emitidos 4 mil suas responsabilidades. Gigantes da Ecologia | 189

Projeto de Educação Ambiental Gigantes da Ecologia 2018O IGE- Instituto Gigantes da Ecologia de- senvolve um trabalho didático, junto às Por meio da confecção de cartilhas sobre te- escolas, com o objetivo de conscientizar mas diversos, como a recém lançada sobre Áreas as futuras gerações sobre a importância de Preservação Permanente (APP), o IGE oferecede preservar o meio ambiente. As ações, voltadas subsídios teóricos e práticos aos profissionais en-para crianças e adolescentes, fazem parte do Guia volvidos com educação ambiental. “É a forma quede Atividades Escolares e o Meio Ambiente, no encontramos de contribuir com os educadores lo-qual constam várias ações que podem ser desen- cais, fornecendo exemplos de atividades que pos-volvidas com esses públicos. sam ser utilizadas na prática, sugerindo diferen- tes ferramentas de trabalho e de leituras teóricas,190 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

que embasam o trabalho prático 8 R´S AMIGOS DO MEIO AMBIENTEe o despertar no profissional pormais informações referentes ao Repensar:assunto”, declara o presidente doIGE, Gustavo Siqueira. É relacionar nossas opções diárias, com os benefícios, as interferências e os problemas que ocorrem no ambiente. O trabalho desenvolvido eos conteúdos escolhidos devem Reduzir:ser graduados de acordo com osanos de ensino, atendendo a ne- É o primeiro passo para lutar contra o desperdício, reduzindo a gera-cessidade e a realidade local. O ção de resíduos.processo de aprendizado podeser complementado com musica- Reutilizar:lização, vídeos, entre outros. É dar uma vida mais longa aos objetos, bens de consumo, dando-lhes O tema do guia prático de novo uso ou aumentando sua durabilidade2017 será a água, um dos recur-sos naturais mais afetados pelas Reaproveitar:12 feridas ambientais. O assuntoé tão importante que, em agos- Com o reaproveitamento de materiais no nosso cotidiano a quantidadeto de 2017, foi lançada a V Con- de resíduos diminui e ainda economizamos.ferência Nacional Infantojuvenilpelo Meio Ambiente, que ocor- Reciclar:rerá, entre 18 e 23 de março de2018, dentro do Fórum Mundial É devolver os materiais usados ao ciclo da produção :fazer do materialdas Águas, em Brasília (DF), com usado um produto novo.o tema “Vamos Cuidar do BrasilCuidando das Águas”. A iniciati- Recusar:va é do Ministério da Educaçãojunto com o Ministério do Meio Dizer NÃO aos produtos não sustentáveis, que agridem o meio ambiente.Ambiente (MMA), e envolve maisde 71 mil escolas, sendo 62.700 Recuperar:do ensino fundamental. Dessas, 4mil estão nas zonas rurais, 3 mil O que foi danificado na localidade, na cidade, no planeta.em comunidades indígenas e 2mil em áreas quilombolas. Reinventar: A conferência, assim como a Uma nova maneira de viver, consumir, produzir, transportar, armazenarcartilha do IGE, tem como princi- e prestar serviços financeiros.pal objetivo conscientizar os es-tudantes com respeito ao uso e Gigantes da Ecologia | 191preservação das águas. Eles vãoconhecer o estágio de desenvol-vimento das tecnologias sociaisdesenvolvidas para ajudar a le-var água às populações em vul-nerabilidade socioeconômica. Oevento debaterá, ainda, mecanis-mos de melhoria da gestão daságuas e ações de educação am-biental.

Amigos do planeta 2 3 1 46 1 - Rosely Saad é presidente do Portuguese Language Institute (ONU) em Nova Iorque (USA). 2 - Leandro Camargo, de Passo Fundo (RS), radicado em Joinville (SC), 5 atua como jornalista social, apresentador de TV, digital influencer, promotor de eventos e líder em Diamond Vip Club. 3 - José Roberto Medeiros Júnior, de Campo grande (MS), trabalha como repórter fotográfico no Jornal de Domingo, Trabalha para as revistas Caras e Quem Acontece. 4 - Jaime Batista, de Curitiba (PR), mora desde a infância em Blumenau. É conhecido na cidade pelo seu incansável trabalho de comunicador no Blog do Jaime Batista. 5 - Angela Guedes, de Balneário Camboriú, é colunista social nos seguintes veículos: Revista Start Life, Revista Lithoral News, Revista Top Society, Jornal O Bolsão e Jornal Mundo Pop. 7 6 - Loren Cruz é Miss Santa Catarina Globo e Israel Madeira é artista plástico internacional. Residem em Florianópolis (SC) e MIAMI (USA). 7 - Jefferson Severino, de Florianópolis (SC), é fotógrafo e especialista em turismo, viajando constantemente pelos quatro cantos do mundo. Atua como assessor de imprensa e atua como colunista em diversos veículos.192 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

10 98 12 1311 8 - Sebah Vieira, de São Paulo (SP), é cerimonialista, ator e diretor. 9 - Gutto Ferraz, de Itapema (SC), é proprietário da GF Models, Socuter Internacional, Loft Magazine, fotógrafo e colunista social. 10 - Elisa Marchi, de Blumenau (SC), é conhecida pelo seu trabalho de designer em calçados. Formada em Fashion Design, pelo Instituto Marangoni, de Milão, trabalha com a produção artesanal de calçados. 11 - Vanessa Jackson, de Salvador (BA), ganhou o Fama, edição 2002, com18 milhões de votos. Em 2014, venceu a disputa de mais de três meses do programa “Esse Artista Sou Eu”, do SBT. Está sempre com sua agenda de shows lotada. 12 - Anna Dennz, gaúcha, radicada há 30 anos em São Paulo, atua no mercado de comunicação há 20 anos. É diretora e sócia do portal Tudo. com e diretora da Febracos (Federação Brasileira de Colunistas Sociais). 13 - Marilda Vilela Lemes Serrano, é de Santa Rita Sapucaí (MG) e está em São José dos Campos (SP), desde 1971. Colunista social da Revista Femina, do Jornal Diário da Região Vale do Paraíba, do Jornal Joseense News, e tem um programa na TVDC46. Gigantes da Ecologia | 193

Amigos do planeta 1514 16 17 18 19 14 - Lilian Motta Cancian Lachenski, carioca, mas catarinense de coração, está radicada em Itapema (SC). Pianista, conhecida em todo o Brasil, agitadora cultural e participante ativa em projetos ambientais. 15 - Karla Cruz, de Lages, é colunista social há 25 anos e idealizadora do Programa, da Revista e do Blog Top Society. Além disso, é coordenadora dos concursos de misses de Lages há 10 anos. 16 - Fernanda Souza é designer de cristal e responde pela empresa Madami Murano em Blumenau (SC). 17 - Carminha Fortuna, de Bauru (SP)m é jornalista e roteirista. Atualmente, é associada da Mídia Brasil Associados e Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet), além de publisher na Editora Literando & Afins e do Blog 100KM – Turismo é Aventurar-se no Conhecimento. 18 - Jackie Rosa, de Florianópolis (SC), mora há muitos anos em Itajaí (SC), e editora do Jornal da Jackie e colunista social. 19 - Sun Sun, de Salvador (BA), é um dos pioneiros na fotografia social, na Bahia. Seus registros já foram publicados em revistas como Manchete, Veja, Caras, Contigo! E outras. Ganhador de 8 troféus, tem documentário na TV Futura, como único representante da China pela história de sucesso no seu segmento.194 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

2120 23 2422 20 - Paulinho Bauab, de Catanduvas (SP), é editor da Revista TOP e apresentador do Programa Paulinho Bauab TV Social. 21 - Fat Family, de Sorocaba (SP), é um conjunto musical brasileiro, formado inicialmente, por 7 irmãos. Foram um fenômeno no final dos anos 90 até meados dos anos 2000. Em 2016, completaram 20 anos de carreira. 22 - Sonia Tetto, colunista social com mais de 30 anos de carreira, de Balneário Camboriú (SC). 23 - Vera Rosa, de Blumenau, reside há 30 anos em São José dos Pinhais (PR), onde se dedica a comunicação na internet. É diretora do Portal VRNews, focado na Região Metropolitana de Curitiba. Há 18 anos atua no colunismo social e há 10 é apresentadora de TV. 24 - Yin Yee Carneiro, de Salvador (BA), é jornalista e colunista social. Já foi apresentadora na TV Salvador, produtora na TV Araty e SBT. Atualmente, edita o site baiano www.sunsun.com.br. Em 2017, venceu o Prêmio Mulheres em Evidência. Gigantes da Ecologia | 195

Amigos do planeta 26 25 29 27 28 30 31 25 - Katia Maraschi, de Balneário Camboriú, é economista e empresária.196 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta 26 - Arlan Alves é colunista social e presidente Nacional da Abramecom, atua em Tubarão (SC). 27 - Danni Serpa, de Balneário Camboriú, é funcionária pública. 28 - Antonio Salani, de São Paulo, é médico, jornalista e fotógrafo. Tem contribuído para a história dos concursos de beleza com seus registros fotográficos há 40 anos. É correspondente de várias revistas, sites e jornais do Brasil. 29 - Dalírio José Beber, de Blumenau (SC), é senador federal. 30 - Marcelo Ferreira, é design de interiores e atua há cinco anos no eixo Rio/São Paulo, com ênfase em projetos residenciais. A sustentabilidade é levada a sério em seus projetos. 31 - Leandro e Marcia Cani de Blumenau (SC). Leandro é odontólogo e a Marcia é chef de cozinha.

3332 34 35 36 37 32 - Melly Ramalho, de São Paulo (SP), é produtor artístico e assessor de imprensa. 33 - Patricia de Souza, de Balneário Camboriú, é fisioterapeuta, 34 - Nivaldo Narã, de Santos (SP), é fotógrafo e colunista social, radicado em Joinville desde 1989. Edita sua revista virtual Colunista.com.br, desde 2001, e é autor da coluna Olhar Social, na Revista Feeling, de Caçados (SC). Colabora com diversas revistas no Brasil. 35 - Ivanor de Souza, de Itapema (SC), é empresário e foi secretário de Turismo de Itapema, em 2011. Atualmente, é presidente fundador do Rotary Club Itapema Costa Verde Mares, que tem por objetivo criar ações de conscientização para preservar os recursos hídricos, fauna e flora. 36 - Victor Piercing, de São Paulo (SP), é ator performático, host e maquiador artístico, conhecido em todo o Brasil por suas performances diferenciadas. 37 - Fátima Fernandes e Hércules Dias, de Palmas (TO). Ela é colunista social e diretora do Jornal e Portal Stylo, desde 1988. Hércules é jornalista e colunista social, em Goiás, desde 1972. Gigantes da Ecologia | 197

Amigos do planeta 39 38 - Rosiley Souza, de Florianópolis (SC), é colunista social. Nos seus 25 anos de colunismo escreveu em vários 38 jornais da grande Florianópolis. 39 - Lena Grah e Cisse Maria, de Blumenau (SC), cantoras. 40 - Carlos Alves, de Tubarão (SC), mora em São José (SC), colunista social e fotógrafo, reconhecido em todo o Estado de Santa Catarina. 41 - Claudia Gomes, de Campina Grande (PA), mora em Palhoça (SC). É colunista social, fotógrafa e empresária. 42 - Roberto Nogueira, Ibiúna (SP), é consultor internacional de hotelaria de luxo. 43 - Mirla Fabiane é direto Imagine All Gestão de Eventos em Balneário Camboriú (SC). 44 - Edinho e Deyse Neves, de Campo grande (MS). Ele é presidente da Associação Brasileira de Jornalistas de Mídias Eletrônicas. Deyse é advogada. 40 42 43 44 41198 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta

46 45 - Claudio Zimmermann, de Blumenau (SC), é funcionário público. 46 - Mairah Godoy, São Paulo (SP), é jornalista e atual RP da Rede TV. 47 - Queila Rosa, da Áustria, presidente da Abrasa. 48 - Carlos Marun, de Campo Grande (MS), é deputado federal. 49 - Marlon e Taysa Tafner, de Blumenau (SC). Ela é advogada. Marlon é empresário. 50 - Cristiane Loureiro, de Blumenau (SC), é a presidente da Pró Família. 4745 50 4948 Gigantes da Ecologia | 199

Amigos do planeta 5251 53 54 56 55 57 51 - Cibelle Mendes Beltrame, de Blumenau (SC), é juíza de Direito.200 | As 12 Feridas Ambientais do Planeta 52 - Marcelo Borba, de Balneário Camboriú (SC), é cirurgião plástico. 53 - Tatjana Ceratti, de São paulo (SP), é empresária e apresentadora de televisão, Começou a carreira como modelo e foi Miss Paraná. 54 - Ovadia Saadia, de São Paulo (SP), é presidente da Federação Brasileira de Colunistas Sociais. 55 - Neide Bini, escreve semanalmente no jornal Folha de Santa Catarina, de São José e nas Revistas: TOP SOCIETY, de Lages e CONFRARIA, de Tubarão. 56 - Rosane Maçaneiro, de Blumenau (SC), é advogada. 57 - Félix Theiss, ex-prefeito e consultor empresarial, de Blumenau (SC).


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