no Norte e 14,2 milhões (57,1%) no Nordeste. No estado do Piauí, por exemplo, cerca de 51 93,0% da população vive em domicílios sem coleta de esgoto. Em São Paulo, essa pro- porção é de apenas 7,7% da população. De forma preliminar, observa-se uma associação negativa entre a expectativa de vida da população por estado e a proporção de pessoas que vivem em domicílio sem coleta de es- goto. Dessa forma, quanto melhor a condição de saneamento básico, maior será a expecta- tiva de vida. Naturalmente essa correlação está associada a outros fatores, tais como: renda, escolaridade, acesso a serviços de saúde e outros indicadores de desenvolvimento humano. A ausência de sistemas adequados de saneamento resultam na ocorrência de milhares de internações causadas por Doenças Relacionadas ao Saneamento Am- biental Inadequado (DRSAI) de transmissão feco-oral, transmitidas por inseto vetor, através do contato com a água, relacionadas com a higiene, geo-helmintos e tenía- ses. Portanto, o acesso universalizado à rede de água e esgoto no país poderia re- duzir consideravelmente o número de internações, a mortalidade por infecções, o número de afastamentos do trabalho, entre outras externalidades positivas12 além de contribuir para o bem-estar social. Gráfico 15 Relação entre expectativa de vida ao nascer e proporção da população em residência sem coleta de esgoto segundo a UF (Brasil – 2018) Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2018. Elaboração Abramed. 79 78 77 76 75 74 73 72 71 70 69 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 Proporção da população em residência sem esgoto Expectativa de vida (em anos) 80,0 R2=0,6867 90,0 100,0 População e demografia 12. Saneamento Básico no Brasil: estrutura tarifária e regulação. Mortalidade por Sexo e Grupos de Idade – Grandes e Unidades da Federação – 1980, 1991 e 2000. Textos para discussão, Diretoria de Pesquisas, IBGE, Rio de Janeiro, 2005.161p. ISSN 1518-675X; n. 20 2000 – IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Popu- lação e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 2000-2060. 2010 em diante – IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 2010- 2060. Adaptação Abramed.
52 Mortalidade e morbidade Desde o século XIX até a década de 1940, doenças infecciosas, respiratórias e parasitá- o processo de transição demográfica no Brasil rias, frente ao conjunto de doenças associa- caracterizou-se por altas taxas de natalidade das ao envelhecimento populacional. Nota-se e mortalidade, especialmente nos primeiros que a mortalidade infantil (menos de 1 ano de anos de vida. A partir desse período, os diver- idade) apresentou declínio da ordem de 91,5%, sos avanços na medicina proporcionaram uma enquanto a mortalidade entre 1 e 4 anos de transição epidemiológica, com a redução das idade, caiu 97,3%. Painel Abramed | 2020
Tabela 6 Taxa de mortalidade infantil, taxa de mortalidade no grupo de 1 a 4 anos de idade e taxa de mortalidade na infância (por mil) Brasil (1940-2018) Fontes: IBGE – Tábua completa de mortalidade para o Brasil – 2018. Breve análise da evolução da mortalidade no Brasil 1940, 1950, 1960 e 1970 – Tábuas 53 construídas no âmbito da Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. 1980 e 1991 – ALBUQUERQUE, Fernando Roberto P. de C. e SENNA, Janaína R. Xavier “Tábuas de Mortalidade por Sexo e Grupos de Idade – Grandes e Unidades da Federação – 1980, 1991 e 2000. Textos para discussão, Diretoria de Pesquisas, IBGE, Rio de Janeiro, 2005.161p. ISSN 1518-675X; n. 20 2000 – IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 2000-2060. 2010 em diante – IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 2010-2060. Adaptação Abramed. Taxa de Taxa de Taxa de Das crianças que vieram a falecer antes mortalidade mortalidade no mortalidade Ano infantil grupo de 1 a 4 anos na infância dos 5 anos, a chance de falecer (%) (por mil) de idade (por mil) (por mil) Antes de 1 ano Entre 1 a 4 anos 1940 146,6 76,7 212,1 69,1 30,9 1950 136,2 65,4 192,7 70,7 29,3 1960 117,7 47,6 159,6 73,7 26,3 1970 97,6 31,7 126,2 77,3 22,7 1980 69,1 16,0 84,0 82,3 17,7 1991 45,1 13,1 57,6 78,3 21,7 2000 29,0 6,7 35,5 81,7 18,3 2010 17,2 2,6 19,8 86,9 13,1 2018 12,4 2,1 14,4 85,5 14,5 ∆ abs (1940/2018) 134,2 74,6 197,7 ∆ % (1940/2018) -91,5 -97,3 -93,2 É importante ressaltar que as taxas de mor- dade prematura na maioria dos países do nosso População e demografia talidade apresentam associação direta com continente, incluindo o Brasil. condições socioeconômicas e indicadores re- lacionados a escolaridade, renda per capita, Em 201813, o conjunto das DCNT foi respon- gastos com serviços de saúde e saneamento sável por cerca de 62,4% das mortes, seguido básico, entre outros. O processo de transição das causas externas de morbidade e mortali- demográfica, a urbanização e as alterações dade, que representaram 11,5% do total de óbi- socioeconômicas impactaram fortemente os tos. Houve aumento de 25,5% no número de hábitos de vida da população brasileira, espe- mortes causadas por DCNT no Brasil nos últi- cialmente nas últimas décadas. Como resultado, mos dez anos, segundo os dados do Ministério houve o aumento sistemático da prevalência de da Saúde. A tabela a seguir apresenta o nú- fatores de risco como a obesidade, tabagismo mero de óbitos entre 2008 e 2018, de acordo e o sedentarismo, associados diretamente com com o Capítulo CID-10, no qual se destaca o o desenvolvimento das doenças crônicas não número de mortes por doenças do aparelho transmissíveis (DCNT). Essas doenças são a circulatório e neoplasias, responsáveis por 585 causa principal de mortalidade e de incapaci- mil mortes em 2018. 13. Dado mais recente.
Tabela 7 Óbitos por Capítulo CID-1014 (Brasil – 2008/2018) 54 Fonte: MS/SVS/CGIAE – Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. Extraído em 1/10/2020. Elaboração Abramed. Nota: Óbitos por local de residência segundo Capítulo CID-10. Capítulo CID-10 2008 2018 Rnk ∆ (%) ∆ (quantidade) 2018 2008/2018 2007/2017 39.973 IX. Doenças do aparelho circulatório 317.797 357.770 1º 12,6% 60.243 II. Neoplasias (tumores) 167.677 227.920 2º 35,9% 50.202 X. Doenças do aparelho respiratório 104.989 155.191 3º 47,8% 14.878 XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 135.936 150.814 4º 10,9% 16.734 IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 64.631 81.365 5º 25,9% -8.656 XVIII. Sint. sinais e achad. anorm. ex. clín. e laborat. 79.161 70.505 6º -10,9% 12.044 XI Doenças do aparelho digestivo 55.272 67.316 7º 21,8% 7.384 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 47.295 54.679 8º 15,6% 23.638 XIV. Doenças do aparelho geniturinário 19.790 43.428 9º 119,4% 19.426 VI. Doenças do sistema nervoso 21.609 41.035 10º 89,9% -5.316 XVI. Algumas afec. originadas no período perinatal 26.080 20.764 11º -20,4% 1.845 V. Transtornos mentais e comportamentais 11.852 13.697 12º 15,6% 654 XVII. Malf. cong. deformid. e anomalias cromossômicas 10.502 13º 6,2% 776 III. Doenças sangue órgãos hemat. e transt. imunitár. 5.825 11.156 14º 13,3% 3.631 XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 2.642 6.601 15º 137,4% 2.059 XIII. Doenças sist. osteomuscular e tec. conjuntivo 4.094 6.273 16º 50,3% 171 XV. Gravidez, parto e puerpério 6.153 17º 10,1% 44 VIII. Doenças do ouvido e da apófise mastóide 1.691 1.862 18º 35,2% 18 VII. Doenças do olho e anexos 125 19º -46,2% 39 169 239.712 21 Total 1.077.007 1.316.719 22,3% Painel Abramed | 2020 A distribuição de óbitos em relação às faixas ciosas e causas externas no mesmo período. etárias indica redução significativa das ocor- Contrariamente, no grupo populacional acima rências associadas às DCNT, especialmente no de 60 anos, observa-se aumento expressivo do grupo de 0 a 14 anos, entre 2008 e 2018. Ob- número de óbitos por DCNT, doenças infeccio- servou-se também redução das doenças infec- sas e causas externas. 14. CID-10 – A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecida como Classificação Internacional de Do- enças – CID 10) é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e visa padronizar a codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde. A CID 10 fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, cir- cunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças. A cada estado de saúde é atribuída uma categoria única à qual corresponde um có- digo CID 10.
Gráfico 16 Quantidade de óbitos por Capítulo CID-10 (Brasil – 2018) Fonte: MS/SVS/CGIAE – Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. Extraído em 1/10/2020. Elaboração Abramed. 55 Doenças do aparelho circulatório Doenças do aparelho respiratório 357.770 155.191 Causas externas de morbidade e mortalidade 150.814 Neoplasias (tumores) Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 227.920 81.365 Tabela 8 Quantidade de óbitos por Capítulo CID-10 segundo a faixa etária (Brasil – 2008 e 2018 – doenças selecionadas) Fonte: MS/SVS/CGIAE – Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. Extraído em 1/10/2020. Elaboração Abramed. 0 a 14 anos 15 a 59 anos 60 anos ou mais Capítulo CID-10 2008 2018 ∆ (%) 2008 2018 ∆ (%) 2008 2018 ∆ (%) 2008/2018 2008/2018 2008/2018 I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 4.151 2.267 -45,4% 23.145 21.039 -9,1% 19.874 31.308 57,5% II. Neoplasias (tumores) 2.106 1.833 -13,0% 55.716 65.750 18,0% 109.805 160.308 46,0% População e demografia IV. Doenças endócrinas nutricionais 1.175 760 -35,3% 13.939 15.934 14,3% 49.426 64.648 30,8% e metabólicas IX. Doenças do aparelho circulatório 1.216 910 -25,2% 72.018 69.557 -3,4% 244.209 287.094 17,6% X. Doenças do aparelho respiratório 4.271 3.125 -26,8% 18.210 21.060 15,7% 82.293 130.875 59,0% 6.660 4.757 -28,6% 106.417 110.950 4,3% 20.598 33.445 62,4% XX. Causas externas de morbidade e mortalidade
56 Vale notar que, com o avançar da idade, também au- menta o número de pessoas que declararam ter uma, duas, três ou mais doenças crônicas. Entre as pessoas de 65 anos ou mais de idade, 79,1% tinham alguma doença crônica e 51,4%, duas ou mais. Gráfico 17 Percentual de pessoas com declaração de pelo menos um dos doze tipos de doenças crônicas selecionadas, segundo os grupos de idade – Brasil (2008) Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2008. Elaboração Abramed. Nota: 12 tipos de doenças consideradas crônicas: doença de coluna ou costas, artrite ou reumatismo, câncer, diabetes, bronquite ou asma, hipertensão, doença do coração, doença renal crônica, depressão, tuberculose, tendinite ou tenossinovite, cirrose. 80,0 79,1 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 27,7 28,3 23,2 20,0 10,0 Uma ou mais doenças 1 2 3 ou mais 20 a 39 anos 40 a 49 anos 65 anos ou mais 0 a 4 anos 5 a 13 anos 14 a 19 anos 50 a 64 anos Painel Abramed | 2020
Em países desenvolvidos, sobretudo dade15. No Brasil, nota-se um número ex- 57 no Reino Unido e nos Estados Unidos, o pressivo de óbitos na população com até nível de escolaridade tem sido utilizado 3 anos de estudo. Esse número decresce como um indicador essencial no moni- à medida que os anos de escolaridade toramento das desigualdades socioeco- aumentam. Em síntese, observa-se que o nômicas e costuma ser mais relevante na número de óbitos da população com até determinação da condição de saúde de 7 anos de estudo representa, em média, cada indivíduo e das taxas de mortali- 74,6% do total. Gráfico 18 Quantidade de óbitos por Capítulo CID-10 segundo os anos de estudo (Brasil – 2018 – doenças selecionadas) Fonte: MS/SVS/CGIAE – Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. Extraído em 1/10/2020. Elaboração Abramed. 100.000 90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 Nenhum 1 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 11 anos 12 anos e mais I – Algumas doenças infecciosas e parasitárias II – Neoplasias (tumores) IV – Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas IX – Doenças do aparelho circulatório X – Doenças do aparelho respiratório XX – Causas externas de morbidade e mortalidade A maioria das doenças crônicas é dentarismo, entre outros. Em geral, as População e demografia provocadas por comportamentos de doenças associadas a esses fatores são risco. Ao fazer escolhas saudáveis, o in- silenciosas e não apresentam nenhum divíduo pode reduzir a probabilidade de sintoma em seus estágios iniciais. Por- desenvolver uma doença crônica e me- tanto, a detecção precoce por meio de lhorar a qualidade de vida. Estudos de- exames de diagnóstico é uma forma de monstram a associação positiva entre prevenção e busca identificar os fatores as principais DCNT e os fatores de risco que desenvolvem as condições para o como: tabagismo, consumo elevado de surgimento de um sintoma ou doença, álcool, obesidade, colesterol alto, se- evitando os agravos mais complexos. 15. Cutler & Lleras-Muney, 2007
Conjuntura econômica
Conjuntura econômica
A pandemia 61 encontrou a atividade econômica em um momento de estagnação no Brasil A conjuntura econômica mundial sofreu uma mudança drástica de perspecti- vas desde o surgimento do novo co- ronavírus na China. Em 11 de março de 2020, a OMS declarou a Covid-19 como uma pan- demia, quando a disseminação da doença já avan- çava por diversos países em todos os continentes. A pandemia da Covid-19 é um fenômeno mundial sem precedentes na história do último século. As ações governamentais foram relativamente lentas no sen- tido de atrasar o processo de disseminação e per- mitir uma adequação dos sistemas de saúde para o enfrentamento da doença, resultando em medidas extremas de isolamento e distanciamento social. Os primeiros impactos econômicos ocorreram principalmente na China e alcançaram rapidamente os mercados financeiros mundiais. Houve uma queda generalizada nas bolsas de valores, a valo- rização da moeda americana e desvalorização de diversas commodities, principalmente do petróleo, dada a probabilidade de retração da atividade eco- nômica mundial e do elevado grau de incerteza dos impactos epidemiológicos relacionados à Covid-19.
62 Consequentemente, as medidas de iso- avanço da pandemia, que permita a retomada lamento e distanciamento social adotadas gradual das atividades econômicas por meio impactaram vigorosamente a oferta e a de- da flexibilização das medidas restritivas. manda de bens e serviços, com efeitos diretos na indústria, no comércio e na oferta de cré- Nesse cenário, as previsões de variação do Pro- dito. A fim de evitar deterioração ainda maior duto Interno Bruto (PIB), dependerão essencial- da economia, diversas medidas foram im- mente do tempo de duração do isolamento social e plementadas, entre as quais, destacam-se: o do resultado das medidas econômicas adotadas. To- afrouxamento da meta fiscal, flexibilização das davia, estima-se que dificilmente haverá crescimento leis trabalhistas, prorrogação do prazo de pa- econômico no Brasil e no mundo em 2020, com gamento de tributos e ampliação da liquidez elevada probabilidade de forte retração na com- nos mercados com a ampliação da oferta de paração com o PIB do ano de 2019 e crescimento crédito. No entanto, o ritmo de recuperação moderado somente em 2021. A única exceção para da atividade econômica no Brasil e no mundo o ano no Brasil, é a projeção de crescimento da ativi- dependerá de um controle rigoroso sobre o dade agropecuária, mesmo diante da pandemia. Tabela 1 Variação do PIB em %: anos anteriores e estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) Fonte: Fundo Monetário Internacional World Economic Outlook database e IMF datamapper. Elaboração Abramed inspirado na Carta de Conjuntura IPEA. Variação do PIB (%) Média Média 2017 Estimativa 1998-2008 2009-2019 2018 2019 2020 2021 Mundo 4,1 3,4 3,9 3,6 2,9 –6.4 2.2 Países desenvolvidos 2,6 1,5 2,5 2,2 1,7 –7.8 2.9 Área do euro 2,2 0,8 2,5 1,9 1,2 –8.9 3.3 Reino Unido 2,7 1,3 1,9 1,3 1,4 –7.9 2.5 Estados Unidos 2,8 1,8 2,4 2,9 2,3 –8.0 3.0 Japão 0,8 0,7 2,2 0,3 0,7 –5.7 2.5 Países emergentes 5,8 4,9 4,8 4,5 3,7 –5.6 1.8 Ásia países emergentes 7,8 4,2 4,1 4,1 4,5 –5.0 2.3 China 10,0 7,8 6,9 6,7 6,1 –4.6 3.3 Índia 6,9 7,1 7,0 6,1 4,2 –5.1 0.0 Painel Abramed | 2020 América Latina e Caribe 3,2 1,6 1,3 1,1 0,1 –7.0 1.0 México 2,5 2,0 2,1 2,1 -0,1 –7.9 1.1 Brasil 3,2 1,2 1,3 1,3 1,1 –7.3 0.5 Europa – países emergentes 5,1 2,2 4,0 3,2 2,1 –7.7 1.7 Rússia 5,8 1,1 1,8 2,5 1,3 –7.4 1.5 Oriente Médio e Ásia Central 5,4 3,1 2,3 1,8 1,2 –5.7 0.8 África Subsaariana 5,1 4,1 3,0 3,3 3,1 –5.2 0.4 África do Sul 3,7 1,4 1,4 0,8 0,2 –6.9 2.6
A Covid-19 provocou uma recessão global 63 com efeitos mais profundos em diversos paí- ses. Embora os desdobramentos da pandemia ainda sejam incertos, estima-se uma forte re- tração na maior parte dos mercados emergen- tes, em desenvolvimento e nos países de baixa renda. Mesmo diante da adoção de políticas fis- cais e monetárias, espera-se que a redução da renda per capita nesse conjunto de países colo- que milhões de pessoas na pobreza extrema. A estimativa é que aproximadamente 71 milhões16 de pessoas sejam levadas a essa condição em todo o mundo. No cenário mais pessimista, esse número pode alcançar cerca de 142 milhões de pessoas com renda média diária de US$ 1,9. Gráfico 1 Impacto da Covid-19 na pobreza global Fonte: Lakner et al. (2020), PovcalNet, Perspectivas Econômicas Globais. World Bank Data Blog – Daniel Gerszon Mahler, Christoph Lakner, R. Andrés Castaneda Aguilar e Haoyu Wu. Disponível em: https://blogs.worldbank.org/opendata/updated-estimates- impact-covid-19-global-poverty. Nota: A pobreza extrema é medida como o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1,90 por dia. 750 730 719 710 690 679 670 650 648 630 610 590 570 577 550 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Pessoas em extrema pobreza (em milhões) Pré-Covid-19 Projeção abril Projeção junho Projeção pessimista junho Conjuntura econômica No Brasil, os indicadores econômicos recordes diante do colapso dos preços do apresentados a seguir demonstram resulta- petróleo e de temores relacionados à retra- dos e expectativas considerando os efeitos ção da atividade econômica. Naturalmente, da Covid-19 sob diversos aspectos. Nesse ce- esses preços tendem a retornar ao patamar nário, é esperada redução significativa da in- anterior no médio prazo. Na tentativa de ba- flação decorrente da queda da demanda por ratear o crédito e incentivar a economia, o bens e serviços. Quanto ao câmbio, obser- Banco Central tem reduzido sistematica- vou-se a cotação do dólar atingir valores mente a Selic. 16. Perspectivas Econômicas Globais. World Bank Data Blog – Daniel Gerszon Mahler, Christoph Lakner, R. Andrés Castaneda Aguilar e Haoyu Wu. Dispo- nível em: https://blogs.worldbank.org/opendata/updated-estimates-impact-covid-19-global-poverty.
Painel Abramed | 2020 64 Taxa de Câmbio Nominal (R$) IPCA (%) Fonte: Banco Central do Brasil. Extraído em 1/9/20. Elaboração Abramed. Fonte: Banco Central do Brasil. Extraído em 1/9/20. Elaboração Abramed. jun.100246 8 10 6,00 out.10 12 5,50 set.10 Gráfico 3 Meta inflação fev.11 Gráfico 2 5,00 jan.11 jun.11 4,50 mai.11 Limite máximo out.11 IPCA e meta para a inflação – var. % em 12 meses, realizado, 4,00 set.11 fev.12 expectativas de mercado (Focus), meta para a inflação (2010-2021) 3,50 jan.12 Taxa de câmbio nominal R$/US$ (2010-2020) IPCA observado jun.12 3,00 mai.12 out.12 2,50 set.12 fev.13 2,00 jan.13 jun.13 1,50 mai.13 out.13 1,00 set.13 fev.14 jan.14 jun.14 Taxa de Câmbio Nominal mai.14 out.14 set.14 fev.15 jan.15 Focus mais recente jun.15 mai.15 out.15 set.15 Limite mínimo fev.16 jan.16 jun.16 mai.16 out.16 set.16 fev.17 jan.17 jun.17 mai.17 out.17 set.17 fev.18 jan.18 jun.18 mai.18 out.18 set.18 fev.19 jan.19 jun.19 mai.19 out.19 set.19 fev.20 jan.20 jun.20 mai.20 out.20 set.20 fev.21 jun.21 out-21
IBC-Br Selic (%) Fonte: Banco Central do Brasil. Extraído em 1/9/20. Elaboração Abramed. Fonte: Banco Central do Brasil. Extraído em 1/9/20. Elaboração Abramed. jul.10 Gráfico 5 set.10 Gráfico 4 out.10 8,00 14,00jan.11 jan.11 6,00 IBC-Br – atividade econômica – var. % em 12 meses 12,00mai.11 Meta para a taxa Selic % a.a. (2010-2020) abr.11 4,00 10,00set.11 jul.11 2,00 8,00jan.12 out.11 6,00mai.12 jan.12 00 4,00set.12 abr.12 -2,00 2,00jan.13 jul.12 -4,00 mai.13 out.12 -6,00 Meta para taxa Selicset.13 jan.13 jan.14 abr.13 IBC-Br mai.14 jul.13 set.14 out.13 jan.15 jan.14 mai.15 abr.14 set.15 jul.14 jan.16 out.14 mai.16 jan.15 set.16 abr.15 jan.17 jul.15 mai.17 out.15 set.17 jan.16 jan.18 abr.16 mai.18 jul.16 set.18 out.16 jan.19 jan.17 mai.19 abr.17 set.19 jul.17 jan.20 out.17 mai.20 jan.18 set.20 abr.18 jul.18 65 out.18 jan.19 abr.19 jul.19 out.19 jan.20 Conjuntura econômica
66 Atividade No Brasil, a pandemia encontrou a econômica atividade econômica em um momento de estagnação, com perspectivas oti- mistas de crescimento após a aprova- ção da reforma previdenciária e dos avanços nos debates da reforma tribu- tária. No entanto, os resultados do PIB no ano de 2019 revelaram que o ritmo de crescimento da economia ainda é lento. O aumento de 1,1% na compara- ção com o ano anterior ficou abaixo do registrado nos dois anos anteriores e in- dicou que o nível de atividade seguia em ritmo lento mesmo antes dos efeitos da Covid-19 na atividade econômica. No período mais recente, a retra- ção foi de 2,2% nos últimos 12 meses terminados no segundo trimestre de 2020. No entanto, quando comparado com o trimestre imediatamente ante- rior, houve uma retração de 9,7%. Essa Gráfico 6 Evolução PIB – Taxa acumulada em quatro trimestres (%) 2º trimestre 2010 até 2º trimestre 2020 Fonte: IBGE – Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. Elaboração Abramed. 8 6 4 Painel Abramed | 2020 2 PIB(%) 0 -2 -2,2 -4 -6 2010.II 2010.III 2010.IV 2011.I 2011.II 2011.III 2011.IV 2012.I 2012.II 2012.III 2012.IV 2013.I 2013.II 2013.III 2013.IV 2014.I 2014.II 2014.III 2014.IV 2015.I 2015.II 2015.III 2015.IV 2016.I 2016.II 2016.III 2016.IV 2017.I 2017.II 2017.III 2017.IV 2018.I 2018.II 2018.III 2018.IV 2019.I 2019.II 2019.III 2019.IV 2020.I 2020.II
é a maior variação negativa desde o iní- ficiários foi menor que a redução do 67 cio da séria e interrompe uma trajetória PIB. Todavia, no período seguinte, a positiva iniciada no primeiro trimestre recuperação do número de benefici- de 2019. Esse resultado refletiu parcial- ários foi mais lenta do que a recupe- mente os desdobramentos da pande- ração da atividade econômica. O fato mia sobre a atividade econômica. é que, após atingir o seu ápice no pri- meiro trimestre de 2015, o número de Nesse cenário, as estimativas para beneficiários passou de aproximada- o desempenho da economia no Bra- mente 50,2 milhões para 47,0 milhões sil e no mundo nos anos de 2020 e 2021 e permanece nesse patamar nos últi- foram revisadas e sinalizam uma forte re- mos três anos, desde 2017. tração frente às dificuldades de reação da oferta, demanda e de liquidez inter- Tal fato resulta, entre outros fatores, nacional. Adicionalmente, a redução do do crescimento mais acelerado do mer- número de empregados com carteira as- cado de trabalho informal, que apre- sinada e o aumento da taxa de desocu- senta menores salários e benefícios e pação devem impactar negativamente o do ambiente interno desfavorável: po- número de beneficiários de planos de as- lítico, econômico e social. Em conjunto, sistência médica no curto prazo. esses ingredientes retardam o poten- cial de desenvolvimento do setor e o Entre 2014 e 2016, apesar de nega- acesso da população e de empresas tiva, a variação do número de bene- aos planos privados de saúde. Gráfico 7 Variação do PIB e do número de beneficiários de planos de assistência médica (taxa acumulada em 12 meses – Brasil – jun.10/jun.20) Fontes: Sistema de informações de beneficiários – SIB/ANS/MS-Tabnet – Extraído em 1/9/20. Contas nacionais trimestrais: Indicadores de Volume e Valores Correntes – IBGE – março/junho 2020. Elaboração Abramed. 8,0% 6,0% 4,0% 2,0% 0,0% jun.10 -2,0% set.10 -4,0% dez.10 -6,0% mar.11 jun.11 set.11 dez.11 mar.12 jun.12 set.12 dez.12 mar.13 jun.13 set.13 dez.13 mar.14 jun.14 set.14 dez.14 mar.15 jun.15 set.15 dez.15 mar.16 jun.16 set.16 dez.16 mar.17 jun.17 set.17 dez.17 mar.18 jun.18 set.18 dez.18 mar.19 jun.19 set.19 dez.19 mar.20 jun.20 Conjuntura econômica PIB Beneficiários de planos de assistência médica
68 Mercado de trabalho Painel Abramed | 2020 Uma das principais consequências da de trabalho é a redução de 93 milhões de pes- pandemia de Covid-19 na economia foi soas ocupadas para 83 milhões no trimestre observada rapidamente com o aumento terminado em junho de 2020 ante igual pe- do número de pessoas desocupadas. ríodo do ano anterior. A população ocupada Pouco mais de quatro meses após o pri- apresentou redução de 10,7%, a maior varia- meiro caso da doença no país, a taxa de ção negativa desde o início da série histórica desocupação alcançou 13,3% no trimes- em 2012, e representou uma perda de quase tre terminado em junho, o que representa 10 milhões de trabalhadores no período. cerca de 12,8 milhões de pessoas com 14 anos ou mais de idade desempregadas, A redução foi generalizada e alcançou com aumento de 0,2% na comparação a nove dos dez setores de atividade do tra- igual período do ano anterior, segundo a balho principal. O comércio apresentou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domi- maior redução, com a perda de 2,3 milhões cílios Contínua (PNAD Contínua – IBGE). de trabalhadores. Por outro lado, as ativi- dades relacionadas à saúde apresentaram Outro número que reflete os efeitos nega- crescimento de 338 mil pessoas ocupadas tivos da pandemia de Covid-19 no mercado no período.
Gráfico 8 Taxa de desocupação e número de pessoas de 14 anos ou mais de idade desocupadas (Brasil – 2012-2020) Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral – abril a junho 2020. Elaboração Abramed. 69 14,0 13,3 16.000 14.000 13,0 13,0 12.000 12,4 12,0 10.000 8.000 12,0 6.000 Taxa de desocupação (%) 4.000 Pessoas desocupadas (em milhares)11,0 2.000 0 10,0 9,0 8,0 7,0 6,0 jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Tabela 2 Número de pessoas ocupadas de 14 ou mais anos de idade segundo atividade principal de trabalho – estimativa em milhares (Brasil – abr. mai. jun. 2019-2020) Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal – abril a junho 2020. Elaboração Abramed. Grupamentos de atividade Variação em relação Variação em relação do trabalho principal abr-mai-jun abr-mai-jun ao mesmo trimestre ao mesmo trimestre 2019 2020 móvel do ano móvel do ano anterior (absoluta) anterior (%) Pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas 93.342 83.347 -9.995 -10,7 8.655 7.976 -679 -7,8 Agricultura, pecuária, produção florestal, 11.986 10.727 -1.259 -10,5 pesca e aquicultura -19,4 -13,0 Indústria geral -10,7 -19,9 Construção 6.605 5.323 -1.282 -4,2 Conjuntura econômica 17.531 15.244 -2.287 Comércio, reparação de veículos automotores 4.862 4.341 -521 2,1 e motocicletas -17,5 -24,7 Transporte, armazenagem e correio Alojamento e alimentação 5.417 4.341 -1.076 10.509 10.064 -445 Informação, comunicação e atividades financeiras, 16.451 16.789 338 imobiliárias, profissionais e administrativas 4.988 4.117 -871 Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais Outros serviços Serviços domésticos 6.301 4.746 -1.555
70 Destaca-se a redução de 3,1 mi- Redução acentuada lhões de empregados com carteira do número de assinada no setor privado, queda de empregados no 9,2% em relação a igual período do mercado formal ano anterior, passando de 33,2 mi- de trabalho lhões para 30,2 milhões, resultando no desde 2014. menor nível da série histórica. No mer- cado de trabalho informal, a queda foi mais acentuada, com redução de 2,9 milhões (24,9%) na mesma base de comparação, passando de 11,5 milhões para 8,6 milhões. Antes dos efeitos negativos da pan- demia, o mercado de trabalho apresen- tava ritmo de recuperação moderado, especialmente na ocupação com car- teira assinada, observada a partir do primeiro trimestre de 2019. Essa ligeira melhora do mercado formal resultou na inclusão de aproximadamente 150 mil novos beneficiários no mercado de saúde suplementar. Gráfico 9 Pessoas de 14 ou mais anos de idade, ocupadas com emprego no setor privado COM e SEM carteira de trabalho assinada (exceto trabalhadores domésticos – em milhares) Brasil 2012-2020 Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal – abril a junho 2020. Elaboração Abramed. 38.000 12.000 11.500 37.000 11.000 10.500 36.000 10.000 Com carteira assinada (em milhares) 9.500 Sem carteira assinada (em milhares)35.0009.000 8.500 Painel Abramed | 2020 34.000 8.000 33.000 32.000 31.000 30.000 jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun jul-ago-set out-nov-dez jan-fev-mar abr-mai-jun 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Com carteira assinada Sem carteira assinada
71 Os dados divulgados pelo Ca- meiros meses do ano. Nos meses dastro Geral de Empregados e De- de janeiro a julho foram registradas sempregados (Caged), também 7.821.801 admissões ante 8.914.379 demonstram que os efeitos da pan- demissões, resultando no saldo ne- demia de Covid-19 contribuíram sig- gativo de 1.092.578. Trata-se do pior nificativamente para o saldo negativo resultado para o período nos últimos de empregos formais nos sete pri- dez anos. Gráfico 10 Saldo de emprego formal – acumulado de janeiro a julho (Brasil – 2011-2020) Fonte: Estatísticas mensais do emprego formal novo Caged e MTE/SPPE/DES/CGET – CAGED LEI 4.923/65. Disponível em: pdet.mte.gov.br. Extraído em 1/9/20. Elaboração Abramed. + 3.063.155 1.405.813 Saldo positivo de empregos 1.000.830 699.036 504.914 Saldo de empregos 391.376 70.954 Conjuntura econômica -307.311 - 1.581.826-547.438 -644.267 Saldo negativo de empregos -1.092.578 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Mercado de Saúde Suplementar no Brasil
Mercado de Saúde Suplementar no Brasil
Mercado 75 de saúde é impulsionado principalmente por gastos privados no Brasil O mercado de saúde no Brasil movimenta mais de R$ 650 bilhões ao ano, com expressiva partici- pação do setor privado, que responde por cerca de R$ 370 bilhões do total das despesas com consumo final de bens e serviços de saúde. Nesse cenário, verifica-se uma ex- pressiva participação do mercado de saúde suplementar por meio da oferta de planos e seguros privados de saúde, contratados especialmente por empresas e famílias. Portanto, a dinâmica desse mercado é essencial no desenvolvimento e complementa- ção da oferta dos serviços de saúde, além daqueles ofertados pelo sistema de saúde público no país.
76 Operadoras O mercado de saúde suplementar totalizou 717 ope- radoras de planos médico-hospitalares em atividade com beneficiários e 269 operadoras exclusivamente odontológicas, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em julho de 2020. Nesse arranjo, observa-se uma participação expressiva das cooperativas médicas, com 279 operadoras ativas e participação de 38,9% do mercado, seguidas das me- dicinas de grupo, com 241 operadoras e 33,6% do total de operadoras. Tabela 1 Distribuição das operadoras por porte de beneficiários, segundo a modalidade de gestão (jul.2020) Fonte: Cadastro de Operadoras e Sistema de Informações de Beneficiários/ANS TABNET. Extraído em 1/9/20. Elaboração Abramed. Modalidade Sem Pequeno porte Médio porte Grande porte Total com beneficiários (até 20.000) (20.000 a 100.000) (acima de 100.000) beneficiários Autogestão 6 112 31 10 153 Cooperativa médica 3 127 118 34 279 Filantropia 1 21 12 2 35 Painel Abramed | 2020 Medicina de grupo 17 138 78 25 241 Seguradora especializada em saúde – 3 2 4 9 Médico-hospitalar 27 401 241 75 717 Cooperativa odontológica 1 72 25 5 102 Odontologia de grupo 14 136 18 13 167 Exclusivamente odontológica 15 208 43 18 269 Administradora de benefícios 164 – – – – Total 206 609 284 93 986
A introdução do marco regula- 77 tório provocou resultados imedia- tos no setor, entre eles a redução do número de operadoras e a con- solidação do mercado, com a pre- sença de operadoras capazes de atender ao conjunto de exigên- cias regulatórias e manter o equilí- brio econômico-financeiro de suas atividades frente aos desafios co- locados pela transição demográ- fica e epidemiológica. A despeito da redução do número de opera- doras, é importante destacar que esse mercado tende a ser concen- trado regionalmente, uma vez que demanda a existência de econo- mias de escala e de escopo. Gráfico 1 Operadoras de planos privados de saúde em atividade com beneficiários (dez.1999/jul.2020) Fonte: Dados consolidados da Saúde suplementar – julho 2020. Elaboração Abramed.Até dez.99 – 1.380 jul.20 – 717 Até dez.99 – 441 jul.20 – 269 Mercado de Saúde Suplementar no Brasil Médico-hospitalares Exclusivamente odontológicas
78 Nesse conjunto, destaca-se a propor- cessidade de capital de uma operadora. ção de operadoras de pequeno e médio Isso significa que esse conjunto de ope- porte nos dois segmentos assistenciais. radoras apresenta maior probabilidade No segmento médico-hospitalar, 55,9% de insolvência diante da ocorrência de das operadoras têm até 20 mil benefici- um sinistro não previsto e de, conse- ários. No segmento odontológico, esse quentemente, encerrar suas atividades número corresponde a 77,3%, das opera- por não atenderem às exigências de ca- doras. Nesse mercado, a capacidade fi- pital regulatório. nanceira é essencial na medida em que alguns eventos assistenciais podem ser As operadoras de planos e seguros extremamente custosos para algumas de saúde são organizadas conforme operadoras e, por isso, é necessária uma seu estatuto jurídico e se diferenciam escala populacional, além de outros fato- na forma de acesso, no sistema de pa- res, para minimizar o risco de insolvência. gamento e nos benefícios ofertados. A Tal fenômeno pode ser exemplificado por resolução de diretoria colegiada RDC meio da lei dos grandes números. nº 39, de outubro de 2000, art. 10, de- fine a segmentação e classificação das A sinistralidade das operadoras de operadoras de saúde segundo as mo- pequeno e médio porte apresentam dalidades: Administradora, Coopera- maior variação do que a das de grande tiva médica, Cooperativa odontológica, porte. O desvio padrão – medido pela si- Autogestão, Medicina de grupo, Odon- nistralidade – é significativamente maior tologia de grupo e Filantropia. A Lei nas operadoras de pequeno porte, ou nº 10.185, de fevereiro de 2001 dispõe seja, aquelas com até 20 mil beneficiá- sobre a especialização das sociedades rios. A variação da taxa de sinistralidade seguradoras em planos privados de as- tem relação direta com o nível de ne- sistência à saúde. Gráfico 2 Distribuição normalizada da sinistralidade segundo o porte – operadoras médico-hospitalares (2019) Fonte: DIOPS ANS. Elaboração Abramed. Nota: Considera as modalidades de planos médico-hospitalares. Sinistralidade média 82,1% Painel Abramed | 2020 0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0% 120,0% 140,0% Pequeno Médio Grande
Ritmo de crescimento das 79 receitas e despesas assistenciais foi de 8,1% no último ano. Desempenho econômico financeiro O mercado de saúde suplementar mo- despesas assistenciais somaram R$ 172,8 bi- vimentou R$ 213,5 bilhões em receitas de lhões e aumentaram 8,1%, na mesma base de contraprestações17 no ano de 2019. Nas opera- comparação. No entanto, o comportamento doras médico-hospitalares, totalizou R$ 207,6 das despesas assistenciais sofreu mudanças bilhões com expansão de 8,1% ante 2018. consideráveis no período da pandemia, con- Trata-se da menor taxa de variação obser- forme demonstrado na penúltima seção deste vada nos últimos cinco anos. Por sua vez, as Painel Abramed. Tabela 2 Receita, despesa assistencial e sinistralidade segundo a segmentação assistencial (R$ bilhões – 2015-2019) Fonte: Cadastro de Operadoras e Sistema de Informações de Beneficiários/ANS TABNET. Extraído em 1/9/20. Elaboração Abramed. Mercado de Saúde Suplementar no Brasil Médico-hospitalar 2015 2016 2017 2018 2019 207,6 Contraprestações efetivas 140,4 158,5 176,0 192,1 172,8 83,2 Eventos/sinistros indenizaveis 118,7 135,6 149,1 159,8 2019 3,8 Sinistralidade (%) 84,6 85,6 84,7 83,2 1,8 46,3 Exclusivamente odontológica 2015 2016 2017 2018 2019 2,1 Contraprestações efetivas 3,0 3,1 3,3 3,5 Eventos/sinistros indenizaveis 1,4 1,5 1,5 1,7 Sinistralidade (%) 46,7 48,3 46,9 47,4 Administradoras de benefícios 2015 2016 2017 2018 Contraprestações efetivas 1,4 1,7 1,6 1,8 17. Receitas provenientes dos pagamentos das mensalidades de planos individuais e coletivos.
80 Prazo médio de pagamento de eventos O prazo médio de paga- mento de eventos (PMPE) indica o tempo médio em dias que uma operadora leva para pagar os prestadores por eventos realizados por beneficiários de planos de assistência médica e odonto- lógica, em laboratórios, hos- pitais, clínicas e consultórios. Ressalta-se que esse prazo tem reflexos diretos no fluxo de caixa e na manutenção das atividades dos prestado- res. Os prazos mais longos indicam que as operadoras estão financiando parte de suas atividades com recursos que deveriam ser destinados aos prestadores. Gráfico 3 Prazo médio de pagamento de eventos por modalidade (dados não ponderados – 2019) Fonte: Documento de informações periódicas das operadoras de planos de assistência à saúde – DIOPS/ANS – Extraído em 16/6/20. Elaboração Abramed. Nota: Considera apenas operadoras com prazo de pagamento maior que 10 dias e menor que 160 dias. 160 155,5 140 105,3 129,4 120 100 Painel Abramed | 2020 80 60 49,3 40 36,1 40,1 20 13,8 9,6 19,9 Medicina de Grupo Seguradora Especializada em Saúde 0 Cooperativa Médica Mínimo Média Máximo
Nas principais modalidades de planos de assistência médica, o prazo médio de 81 pagamento pode atingir 155 dias nas medicinas de grupo, 129 nas cooperativas mé- dicas e 105 nas seguradoras especializadas em saúde. Tabela 3 Dez maiores prazos de pagamento segundo a modalidade (2019) Fonte: Documento de informações periódicas das operadoras de planos de assistência à saúde – DIOPS/ANS – Extraído em 16/6/20. Elaboração Abramed. Nota: Considera apenas operadoras com prazo de pagamento maior que 10 dias e menor que 160 dias. Operadora Cooperativa médica Medicina de grupo Seguradora especializada em saúde 1a 129,4 155,5 105,3 2a 113,8 132,6 66,4 3a 107,9 129,9 51,2 4a 93,8 112,2 46,4 5a 92,9 110,0 42,8 6a 87,7 99,9 41,8 7a 73,3 90,5 40,5 8a 73,3 81,6 29,0 9a 73,1 76,6 19,9 10a 70,9 74,7 n.d. Em 2019, destaca-se que o percentual de operadoras que realizaram os pagamen- Mercado de Saúde Suplementar no Brasil tos a prestadores no prazo superior a 30 dias foi de 77,8% entre as seguradoras e 70,4% nas medicinas de grupo, ou seja, em um conjunto de 10 operadoras, mais de 7 pagam nesse prazo. Tabela 4 Prazos de pagamento até 30 dias e acima de 30 dias segundo a modalidade (2019) Fonte: Documento de informações periódicas das operadoras de planos de assistência à saúde – DIOPS/ANS – Extraído em 16/6/20. Elaboração Abramed. Nota: Considera apenas operadoras com prazo de pagamento maior que 10 dias e menor que 160 dias. Cooperativa médica Medicina de grupo Seguradora especializada em saúde Até 30 dias 50,2% 29,6% 22,2% Acima de 30 dias 49,8% 70,4% 77,8%
82 Painel de Glosa indicadores podem refletir fragilidades e in- consistências em processos de faturamento A ANS disponibilizou no segundo se- de prestadores como em processos de au- mestre de 2020 o Painel de Indicadores de ditoria e validação de faturas existentes em Glosa18 do mercado de saúde suplemen- operadoras de planos de saúde. tar. Trata-se de uma ferramenta eletrônica com objetivo de proporcionar transparên- Considerando as dez maiores operado- cia sobre o comportamento do setor com ras com base no número de beneficiários relação ao pagamento de procedimen- de planos de assistência médica, obser- tos realizados por beneficiários e aplicação va-se que os percentuais de glosa inicial e de glosas relativas às relações com pres- final podem variar consideravelmente, al- tadores. O Painel de Indicadores de Glosa cançando até 10,83% e 10,23%, respectiva- consolida indicadores segundo a segmen- mente, para esse conjunto de operadoras. tação assistencial, a modalidade e o porte É importante ressaltar que os indicadores da operadora. Trata-se de um importante podem variar de acordo com o porte e a instrumento para tornar o segmento mais modalidade de operadora conforme de- transparente e proporcionar melhorias na re- monstram os gráficos a seguir. lação entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços de saúde. Esses Tabela 5 Painel de glosa ANS – 10 maiores operadoras médico-hospitalares segundo os percentuais indicados (% – 2019) Fonte: Painel de Glosa ANS – Extraído em 21/9/2020. Elaboração Abramed. Nota: Considera as 10 maiores operadoras segundo o número de beneficiários de planos de assistência médica em dezembro de 2019. Percentual de glosa inicial – apuração do percentual do valor inicial glosado pelas operadoras em relação ao valor total dos serviços assistenciais cobrados pelos prestadores. Percentual de glosa final – apuração do percentual do valor final glosado pelas operadoras em relação ao valor total dos serviços assistenciais cobrados pelos prestadores. Percentual do número de guias sem retorno após 60 dias da cobrança – percentual de guias sem retorno da operadora após 60 dias da data da cobrança. Percentual de valor de guias sem retorno após 60 dias da cobrança – percentual do valor informado em guias sem retorno da operadora após 60 dias da data da cobrança. Operadora Percentual de Percentual de Percentual do número de Percentual de valor de glosa inicial glosa final guias sem retorno após guias sem retorno após 60 dias da cobrança 60 dias da cobrança a 9,8 9,48 16,32 20,63 b 10,23 10,23 0,7 0,22 c 1,46 1,46 62,12 58,76 Painel Abramed | 2020 d00 0 0,02 e 2,76 2,52 5,62 19,34 f 4,72 4,44 4,64 3,69 g 1,27 1,27 0 0 h 4,97 4,97 10,72 9,49 i 2,71 2,71 46,18 34,219 j 10,83 7,66 2,45 2,57 18. Glosa é quando o plano de saúde suspende pagamento de serviços contratados, tais como: consultas, exames, medicamentos, materiais ou taxas co- bradas por hospitais, clínicas, laboratórios, entre outros.
Gráfico 4 Painel de glosa ANS segundo o porte da operadora (2019) Fonte: Painel de Glosa ANS – Extraído em 21/9/2020. Elaboração Abramed. 83 Percentual de valor de guias sem retorno após 60 dias da cobrança Percentual do número de guias sem retorno após 60 dias da cobrança Percentual de glosa final Percentual de glosa inicial Percentual (%) 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Seguradora especializada em saúde Autogestão Filantropia Cooperativa médica Medicina de grupo Gráfico 5 Painel de glosa ANS segundo a modalidade da operadora (2019) Fonte: Painel de Glosa ANS – Extraído em 21/9/2020. Elaboração Abramed. Mercado de Saúde Suplementar no Brasil Percentual de valor de guias sem retorno após 60 dias da cobrança Percentual do número de guias sem retorno após 60 dias da cobrança Percentual de glosa final Percentual de 24 6 8 10 12 14 glosa inicial Grande Médio Pequeno Percentual (%) 0
84 Apenas 0,4% das receitas das operadoras de planos de saúde foram gastos com Promoprev. Promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças Foram gastos apenas R$ 17,2 por venção são essenciais para alterar beneficiário de plano de assistên- o paradigma da forma de atenção à cia médica no custeio de programas saúde no âmbito privado, com obje- de promoção da saúde e prevenção tivo de melhorar a qualidade de vida de riscos e doenças na saúde su- e a redução dos fatores de riscos à plementar no ano de 2019. No total, saúde da população. Dessa forma, foram gastos 806,8 milhões, apenas há o incentivo regulatório a fim de 0,4% do total das receitas de contra- estimular as operadoras a repensa- prestações das operadoras de pla- rem o modelo de gestão do sistema nos e seguros de saúde. Segundo a de saúde e desenvolver um modelo ANS, as ações de promoção e pre- mais efetivo. Tabela 6 Despesas com PROMOPREV na saúde suplementar (2015-2019) Fonte: Documento de informações periódicas das operadoras de planos de assistência à saúde – DIOPS/ANS – Extraído em 18/6/20. Elaboração Abramed. Nota: Despesas com PROMOPREV em milhões R$. Painel Abramed | 2020 2015 2016 2017 2018 2019 Número de programas cadastrados (qtde.) 1.278 1.414 1.559 1.743 1.868 Despesas com PROMOPREV (milhões R$) 316,7 377,4 532,0 663,0 806,8 Não aprovadas pela DIPRO (milhões R$) 77,5 64,5 78,4 92,7 114,3 Aprovadas pela DIPRO (milhões R$) 78,4 165,7 269,2 375,1 428,5 Receita de contraprestações1 140.351,4 158.507,3 176.041,9 192.070,0 207.583,1 Participação da receita sobre a despesa com PROMOPREV 0,2% 0,2% 0,3% 0,3% 0,4%
Beneficiários 85 O mercado de saúde suplementar totalizou 46,7 milhões de beneficiários de pla- Mercado de Saúde Suplementar no Brasil nos de assistência médica, em junho de 2020, com retração de 0,5% ante o ano anterior. Por outro lado, o número de beneficiários de planos exclusivamente odon- tológicos totalizou 25,3 milhões, um aumento de 2,6%. Considerando as duas seg- mentações assistenciais, o total foi de 72,0 milhões de beneficiários19, um aumento de 0,5%, na mesma base de comparação. Nos últimos quatro anos, o número de beneficiários de planos de assistência mé- dica manteve-se praticamente estável, em sintonia com o ritmo de crescimento da atividade econômica. Em 2020, é provável que o setor sofra uma retração devido aos desdobramentos da Covid-19 e encerre o ano no patamar abaixo dos 46,5 mi- lhões de beneficiários. 19. O termo “beneficiário” refere-se a vínculos aos planos de saúde, podendo incluir vários vínculos para um mesmo indivíduo. Os re- gistros da ANS são atualizados periodicamente, dessa forma o número de beneficiários corresponde a data de extração.
Tabela 7 Beneficiários de planos privados de saúde por segmentação assistencial (jun.10/jun.20) 86 Fonte: Sistema de informações de beneficiários – SIB/ANS/MS-Tabnet – Extraído em 1/9/2020. Elaboração Abramed. Mês Assistência Médica Excl. Odontológico Total jun-20 46,7 25,3 72,0 jun-19 47,0 24,6 71,6 jun-18 47,1 23,4 70,5 jun-17 47,3 21,7 68,9 jun-16 48,2 20,7 68,9 jun-15 50,1 20,5 70,6 jun-14 50,0 19,6 69,7 jun-13 48,5 18,5 66,9 jun-12 47,0 17,7 64,7 jun-11 45,7 15,8 61,5 jun-10 43,7 13,9 57,7 Variação (%) jun-19/jun-20 -0,5 2,6 0,5 jun-16/jun-20 -3,1 22,3 4,5 CAGR jun-16/jun-20 -0,8 5,2 1,1 jun-10/jun-15 2,8 8,0 4,1 Painel Abramed | 2020 No cenário mais recente, após 18 tri- neficiários diminuiu 0,7% entre março e mestres consecutivos em queda, o nú- junho de 2020. O ritmo de recuperação mero de beneficiários de planos de do setor ainda dependerá do compor- assistência médica aumentou 0,4%, em tamento do mercado de trabalho formal março de 2020 ante março de 2019. e da atividade econômica. Os desdo- Tratava-se da primeira variação positiva bramentos da Covid-19 trarão uma série em doze meses desde o trimestre en- de desafios ao setor de saúde, uma vez cerrado em junho de 2015. No entanto, que as condições de crescimento do essa trajetória foi impactada pela pan- setor estão condicionadas diretamente demia da Covid-19, e o número de be- a esses fatores.
Gráfico 6 Beneficiários de planos médicos e odontológicos – Variação em 12 meses (jun.13/jun.20) Fonte: Sistema de informações de beneficiários – SIB/ANS/MS-Tabnet – Extraído em 1/9/2020. Elaboração Abramed. 87 10% Variação absoluta do número de beneficiários em doze meses 8% 6% 4% 2% 2,58% 0% 0,53% -0,55% -2% -4% jun.13 set.13 dez.13 mar.14 jun.14 set.14 dez.14 mar.15 jun.15 set.15 dez.15 mar.16 jun.16 set.16 dez.16 mar.17 jun.17 set.17 dez.17 mar.18 jun.18 set.18 dez.18 mar.19 jun.19 set.19 dez.19 mar.20 jun.20 Assistência Médica Exclusivamente Odontológico Total No que diz respeito ao tipo de contrata- Mercado de Saúde Suplementar no Brasil ção, nota-se uma redução mais acentuada do número de beneficiários de planos indi- viduais ou familiares, de 0,9% em junho de 2020 ante junho de 2019 e de 6,5% nos úl- timos cinco anos. Essa redução está asso- ciada, especialmente, às normas regulatórias que muitas vezes inviabilizam a sustentabi- lidade desse tipo de contratação no longo prazo, considerando a fixação do índice de reajustes pelo regulador. Dessa forma, ob- servou-se uma forte redução na oferta e um aumento dos valores cobrados por esse tipo de plano no mercado de saúde. Nos planos coletivos empresariais, a re- dução foi de 0,7% no último ano, porém apresenta queda de 1,6% nos últimos cinco anos. Nos coletivos por adesão, houve cres- cimento de 0,9% e redução de 4,1%, na mesma base de comparação.
Tabela 8 Beneficiários de planos médicos segundo o tipo de contratação – (jun.10/jun.20) 88 Fonte: Sistema de informações de beneficiários – SIB/ANS/MS-Tabnet – Extraído em 1/9/2020. Elaboração Abramed. Mês Individual ou Familiar Coletivo Empresarial Coletivo por adesão jun-20 8,9 31,5 6,2 jun-19 9,0 31,7 6,2 jun-18 9,1 31,6 6,2 jun-17 9,3 31,5 6,3 jun-16 9,6 32,0 6,5 jun-15 9,9 33,3 6,7 jun-14 9,9 33,1 6,7 jun-13 9,7 31,7 6,5 jun-12 9,6 30,1 6,6 jun-11 9,5 28,3 6,7 jun-10 9,2 26,0 7,1 Variação (%) jun-19/jun-20 -0,9 -0,7 0,9 jun-16/jun-20 -6,5 -1,6 -4,1 CAGR jun-16/jun-20 -1,7 -0,4 -1,0 jun-10/jun-15 1,5 5,1 -1,1 Distribuição por região e porte populacional Painel Abramed | 2020 A organização da rede de atenção à saúde pazes de viabilizar a formatação de uma rede no Brasil demonstra uma concentração maior assistencial sustentável. A distribuição do nú- dos serviços de maior densidade tecnológica, mero de beneficiários e recursos do setor de como hospitais, unidades de processamento saúde obedecem literalmente a esse funda- de exames de diagnóstico, equipamentos de mento. Em 2020, a região Sudeste contabi- imagem e de recursos humanos, como mé- lizou cerca de 28,4 milhões de beneficiários dicos, enfermeiros e demais profissionais de de planos de assistência médica, o que re- saúde, nas áreas econômicas mais desenvolvi- presenta 60,9% do total. Ao mesmo tempo, das economicamente, assim como ocorre em essa região se destaca pelo porte populacio- diversos setores produtivos. nal, com 89,0 milhões de habitantes, cerca de 42,0% do total, e pela elevada taxa de cober- Do ponto de vista econômico, é essen- tura de planos de assistência médica na com- cial a existência de economias de escala ca- paração com a média nacional.
Tabela 9 Beneficiários de planos de assistência médica, população (em milhares), municípios e taxa de cobertura segundo a região e o porte populacional (jun.2020) Fontes: Sistema de informações de beneficiários – SIB/ANS/MS-Tabnet – Extraído em 1/9/2020. IBGE. Diretoria de Pesquisas – DPE – Coordenação de 89 População e Indicadores Sociais – COPIS. Elaboração Abramed. Notas: 1Benenficiários de planos de assistência médica. Não inclui os beneficiários classificados em municípios ignorados ou no exterior. 2Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2020. Região e porte populacional Beneficiários População Municípios Taxa de cobertura Qtde. % Qtde. % Qtde. % (%) Centro-Oeste 3,2 6,9 16,5 7,8 467 8,4 19,6 Nordeste 6,5 14,0 57,4 27,1 1.794 32,2 11,4 Norte 1,7 3,6 18,7 8,8 450 8,1 9,0 Sudeste 28,4 60,9 89,0 42,0 1.668 29,9 31,9 Sul 6,8 14,6 30,2 14,3 1.191 21,4 22,6 Até 5.000 habitantes 0,3 0,6 4,2 2,0 1.249 22,4 6,2 De 5.001 a 10.000 0,5 1,2 8,5 4,0 1.200 21,5 6,3 De 10.001 a 20.000 1,2 2,5 19,1 9,0 1.334 23,9 6,2 De 20.001 a 50.000 3,0 6,5 33,8 16,0 1.110 19,9 9,0 De 50.001 a 100.000 3,3 7,2 24,2 11,4 351 6,3 13,8 De 100.001 a 500.000 13,5 28,8 54,5 25,7 277 t 5,0 24,7 Mais de 500.000 24,8 53,2 67,5 31,9 49 0,9 36,8 Total Geral 46,7 100,0 211,8 100,0 5.570 100 22,1 Nos últimos dez anos, O ritmo de crescimento do número de bene- Mercado de Saúde Suplementar no Brasil o ritmo de expansão do ficiários de planos de assistência médica foi mais setor foi mais intenso acelerado rumo ao interior do país, especialmente no Centro-Oeste e no até 2014 e 2015. Nos anos seguintes, observou- Nordeste do país. -se uma redução do número de beneficiários, em sintonia com a perda de dinamismo da atividade econômica e do mercado de trabalho. Nos últimos dez anos, o número de beneficiá- rios cresceu 51,7% na região Centro-Oeste; 19,3% no Nordeste; e 13,6% no Norte. Nessas regiões, foram incorporadas 2,4 milhões de beneficiários. Nas demais regiões, o crescimento foi menor: 9,0% no Sul e 0,3% no Sudeste, com 560 mil e 72 mil novos vínculos, respectivamente. É impor- tante ressaltar que o número de beneficiários de planos de assistência médica na região Sudeste manteve o patamar de junho de 2010 a junho de 2020, com 28,4 milhões de beneficiários.
Gráfico 7 Variação acumulada de beneficiários de planos de assistência médica segundo a região (número índice base 100 – jun.10/jun.20) 90 Fonte: Sistema de informações de beneficiários – SIB/ANS/MS-Tabnet – Extraído em 1/9/2020. Elaboração Abramed. Centro-Oeste 51,7% Nordeste 19,3% Norte 13,6% Sul 9,0% Sudeste 0,3% Painel Abramed | 2020Taxa de Cobertura jun.10 nov.10A população coberta20 por planos do país, atinge apenas 4,6% e 6,2%, abr.11de assistência médica alcançou cerca respectivamente, da população. set.11de 24,1% da população e representa fev.1246,7 milhões de beneficiários em de- Historicamente, a taxa de cober- jul.12zembro de 2019, segundo dados da tura nos planos de assistência mé- dez.12ANS. Nos planos exclusivamente odon- dica manteve o ritmo de crescimento mai.13tológicos, isso corresponde a 12,3% da até dezembro de 2014, quando al- out.13população e totaliza 25,3 milhões de cançou 25,8% da população. Desde mar.14beneficiários. A amplitude da taxa de então, a proporção de pessoas co- ago.14cobertura dos planos de saúde está bertas por planos de saúde tem di- jan.15associada a diversos fatores socioe- minuído a cada ano e alcançou 24,1% jun.15conômicos e à configuração da oferta em junho de 2020. Nos planos exclu- nov.15dos serviços de saúde. Por esse mo- sivamente odontológicos, observa-se abr.16tivo, nota-se nas capitais uma cober- uma parcela cada vez maior da po- set.16tura de aproximadamente 40,9% da pulação assistida por esse segmento, fev.17população. No Sudeste, a cobertura uma vez que o valor médio de con- jul.17dos planos alcança quase metade tratação desse tipo de plano é con- dez.17da população. Em contrapartida, nassideravelmente baixo na comparação mai.18regiões do interior do Norte e Nordestecom o segmento médico-hospitalar. out.18 mar.19 ago.19 jan.20 jun.20 20. Razão, expressa em porcentagem, entre o número de beneficiários e a população em uma área específica.
Gráfico 8 Taxa de cobertura dos planos de assistência médica segundo a localização (jun.20) Fonte: Sistema de informações de beneficiários – SIB/ANS/MS-Tabnet – Extraído em 1/9/2020. Elaboração Abramed. 91 50 49,3 48,4 45 33,2 42,1 33,3 35,6 40 40,7 26,8 28,8 35 35,4 34,9 24,5 30,1 20,9 21,9 30 14,2 Taxa de cobertura (%) 23,1 22,2 25 24,0 Centro-Oeste 20 18,8 15 12,1 10 10,3 5 4,7 6,2 0 Norte Nordeste Sudeste Sul Brasil Região Capital Região Metropolitana da Capital Interior Gráfico 9 Taxa de cobertura dos planos de assistência médica e exclusivamente odontológico (dez.00-jul.20) Fonte: Sistema de informações de beneficiários – SIB/ANS/MS-Tabnet – Extraído em 1/9/2020. Elaboração Abramed. Mercado de Saúde Suplementar no Brasil 30 25 Taxa de cobertura (%) 20 24,1% 15 10 5 12,3% 0 dez.00 dez.01 dez.02 dez.03 dez.04 dez.05 dez.06 dez.07 dez.08 dez.09 dez.10 dez.11 dez.12 dez.13 dez.14 dez.15 dez.16 dez.17 dez.18 dez.19 jul.20 Assistência Médica Exclusivamente Odontológico
92 Conforme mencionado, o arranjo as- assistência médica. Nessas faixas etá- sistencial se desenvolve essencialmente rias, o aumento foi de 12,8 e 11,3 pon- nos municípios mais economicamente tos percentuais, respectivamente, entre desenvolvidos do Sudeste, Sul e Centro- 2009 e 2019. A proporção da taxa de -Oeste. As áreas mais escuras do mapa cobertura na comparação com as de- a seguir representam os municípios com mais faixas etárias pode ser justificada, taxa cobertura superior a 50%. entre outras questões, pela necessi- dade de acompanhamento e cuida- A análise de taxa de cobertura se- dos médico-hospitalares, uma vez que gundo a faixa etária revela que 43,9% a população idosa é frequentemente das mulheres e 34,6% dos homens com acometida por doenças crônicas per- 80 anos ou mais de idade têm plano de manentes ou de longa permanência. Mapa 1 Taxa de cobertura de beneficiários de planos de assistência médica por município segundo a UF (jul.20) Fontes: Sistema de informações de beneficiários – SIB/ANS/MS-Tabnet – Extraído em 1/9/2020. IBGE. Diretoria de Pesquisas – DPE – Coordenação de População e Indicadores Sociais – COPIS. Elaboração Abramed. Nota: 1Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2020. Painel Abramed | 2020 Taxa de cobertura valores em % 0 0–I5 5 – I 10 10 – I 15 15 – I 20 20 – I 25 25 – I 30 30 – I 40 40 – I 50 > 50
Taxa de cobertura dos planos 93 de assistência médica foi de 40,4% na população com 80 anos ou mais. Gráfico 10 Taxa de cobertura de beneficiários de planos de assistência médica por faixa etária e sexo (dez.10/jul.20) Fonte: Sistema de informações de beneficiários – SIB/ANS/MS-Tabnet – Extraído em 1/9/2020. Elaboração Abramed. Total 23,0 25,0 43,9 80 anos ou mais 34,6 33,7 31,9 70 a 79 anos 28,5 27,9 29,2 60 a 69 anos 28,2 32,4 20,3 50 a 59 anos 26,5 14,4 Mercado de Saúde Suplementar no Brasil 15,1 40 a 49 anos 27,9 20,5 24,2 30 a 39 anos 29,3 20,8 20 a 29 anos 18,1 15 a 19 anos 14,0 10 a 14 anos 15,3 5 a 9 anos 20,9 1 a 4 anos 24,8 Até 1 ano 21,1 Masculino – dez.10 Feminino – dez.10 Masculino – jul.20 Feminino – jul.20
Hospitais e leitos
95 Mercado de Saúde Suplementar no Brasil 34,6% dos hospitais no Brasil são privados com fins lucrativos N o Brasil, existem aproxima- damente 6.948 hospitais privados e públicos (Hos- pital Especializado, Geral e Dia), distribuídos em três naturezas ju- rídicas principais: 2.407 hospitais priva- dos com fins lucrativos (34,6%), 1.822 sem fins lucrativos (26,2%) e 2.715 hos- pitais públicos (39,1%). Com relação à distribuição geográfica, há concentra- ção de unidades hospitalares nas regi- ões Sudeste (2.430 – 35,0%), Nordeste (2.062 – 29,7%) e Sul (1.078 – 15,5%), que em conjunto representam 80,2% da rede hospitalar existente no país, enquanto as regiões Centro-Oeste (796 – 11,5%) e Norte (582 – 8,4%) concentram 19,8%.
Tabela 10 Hospitais por natureza jurídica segundo região e estado (jun.2020) 96 Fonte: Ministério da Saúde – Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES. Extraído em 1/9/2020. Elaboração Abramed. Nota: O número total de hospitais segundo a natureza jurídica difere da quantidade apresentada em razão da ausência de registros sobre a natureza de alguns estabelecimentos. Região / Estado Total Participação Privado COM Privado SEM Público fins lucrativos fins lucrativos Norte 582 8,4% 359 1,3% 176 47 45 Rondônia 91 0,3% 41 5 16 1,6% 2 4 84 Acre 22 0,2% 22 4 12 3,7% 3 – 146 Amazonas 110 0,2% 80 31 11 1,0% 3 2 45 Roraima 15 29,7% 25 1 1.123 3,9% 676 261 210 Pará 257 1,6% 53 9 62 4,2% 39 8 155 Amapá 16 1,7% 77 57 70 2,2% 28 19 82 Tocantins 71 4,3% 58 12 169 1,3% 89 38 37 Nordeste 2.062 0,9% 38 13 16 9,7% 33 13 322 Maranhão 272 35,0% 261 92 682 10,0% 882 865 155 Piauí 110 1,6% 213 329 33 6,9% 36 40 193 Ceará 289 16,5% 216 69 301 15,5% 417 427 231 Rio Grande do Norte 117 7,0% 313 533 155 3,7% 186 143 36 Paraíba 152 4,8% 81 143 40 11,5% 46 247 320 Pernambuco 297 1,6% 360 116 37 2,4% 22 53 71 Alagoas 88 6,3% 71 25 191 1,2% 213 33 21 Sergipe 62 100,0% 54 5 2.715 2.407 1.822 39,1% Bahia 675 34,6% 26,2% Sudeste 2.430 Minas Gerais 698 Espírito Santo 109 Rio de Janeiro 478 São Paulo 1.145 Sul 1.078 Paraná 485 Santa Catarina 260 Rio Grande do Sul 333 Centro-Oeste 796 Mato Grosso do Sul 112 Mato Grosso 167 Painel Abramed | 2020 Goiás 437 Distrito Federal 80 Brasil 6.948 Proporção por natureza jurídica Com relação ao número de leitos, o Brasil con- – 40,7%), seguida por Nordeste (121.590 – 27,1%), tava ao final de junho de 2020 com 448.923 lei- Sul (73.794 – 16,4%), Centro-Oeste (38.248 – tos de internação hospitalar, distribuídos na esfera 8,5%) e Norte (32.659 – 7,3%). É importante des- pública e privada, entre hospitais especializados, tacar que o número de leitos em junho de 2020 gerais e dia. Semelhante à distribuição da rede apresenta um incremento na comparação com o hospitalar, a maioria dos leitos de internação hospi- ano anterior decorrente da contagem de leitos dis- talar está concentrada na região Sudeste (182.632 ponibilizados para o enfrentamento da Covid-19.
Tabela 11 Leitos de internação (Hospital Especializado, Geral e Dia) por natureza jurídica segundo região e UF (jun.2020) Fonte: Ministério da Saúde – Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES. Elaboração Abramed. 97 Nota: O número total de leitos segundo a natureza jurídica difere da quantidade apresentada em razão da ausência de registros sobre a natureza de alguns estabelecimentos. Região / Estado Total Participação Privado COM Privado SEM Público fins lucrativos fins lucrativos Norte 32.659 7,3% 20.357 1,0% 6.486 3.793 2.584 Rondônia 4.431 0,3% 1.023 370 1.096 1,3% 48 189 4.684 Acre 1.559 0,3% 730 282 1.169 3,3% 257 – 7.788 Amazonas 5.972 0,3% 3.796 2.605 910 0,7% 6 183 2.126 Roraima 1.527 27,1% 626 164 62.508 3,3% 23.792 24.557 9.861 Pará 14.888 1,8% 2.931 880 3.810 4,3% 1.539 735 9.204 Amapá 1.266 1,7% 3.411 5.273 3.699 1,9% 1.124 1.487 4.685 Tocantins 3.016 5,2% 2.197 881 12.022 1,5% 3.734 5.189 2.222 Nordeste 121.590 0,8% 2.155 1.573 1.363 6,6% 974 1.032 15.642 Maranhão 14.818 40,7% 5.727 7.507 58.404 9,7% 39.123 78.921 10.092 Piauí 8.034 1,8% 7.816 23.927 2.196 8,0% 1.916 3.248 17.884 Ceará 19.207 21,2% 10.737 6.417 28.232 16,4% 18.654 45.329 12.627 Rio Grande do Norte 7.650 6,3% 13.042 46.513 6.728 3,4% 7.232 13.642 2.817 Paraíba 8.434 6,8% 2.021 9.871 3.082 8,5% 3.789 23.000 14.894 Pernambuco 23.433 1,3% 13.110 8.837 1.289 1,6% 983 3.215 3.459 Alagoas 6.592 4,0% 1.867 1.739 6.457 1,6% 7.663 2.909 3.689 Sergipe 3.587 100,0% 2.597 974 168.790 95.553 162.621 37,6% Bahia 29.835 21,3% 36,2% Sudeste 182.632 Minas Gerais 43.374 Espírito Santo 8.104 Rio de Janeiro 35.979 São Paulo 95.175 Mercado de Saúde Suplementar no Brasil Sul 73.794 Paraná 28.227 Santa Catarina 15.117 Rio Grande do Sul 30.450 Centro-Oeste 38.248 Mato Grosso do Sul 5.719 Mato Grosso 7.304 Goiás 17.880 Distrito Federal 7.345 Brasil 448.923 Proporção por natureza jurídica
Gasto total em saúde
99 Gastos com atividades em saúde correspondem a cerca de 9,24% do PIB N o Brasil, a participação Mercado de Saúde Suplementar no Brasil dos gastos das ativida- des em saúde alcançou 9,24% do PIB, o que re- presenta cerca de R$ 608,3 bilhões em 2017. Desse total, 3,85% dos gastos foram do Governo (R$ 253,7 bilhões) e 5,39% por famílias e instituições sem fins lucrativos (R$ 354,6 bilhões). Esse percentual como proporção do PIB é semelhante ao de outros países de- senvolvidos e que também possuem sistemas de saúde parecidos, como Reino Unido (9,6%) e Espanha (8,9%). No entanto, a composição dos gastos em saúde no Brasil é muito distinta e conta com uma expressiva participa- ção do setor privado.
Gráfico 11 Brasil – Gastos de saúde como proporção do PIB – Total, público e privado (2000-2018) 100 Fontes: WHO – World Health Organization: 2000-2009. IGBE – Conta-satélite de saúde: Brasil: 2010-2017. Elaboração Abramed. Nota: 2018 estimativa Abramed. 9,1 9,3 9,24 9,1 8,3 8,5 8,7 8,4 8,7 8,0 8,2 8,1 8,0 8,3 8,2 8,0 7,8 7,9 8,2 Gasto em saúde como proporção do PIB (%) 3,5 3,5 3,7 3,5 3,5 3,3 3,6 3,5 3,5 3,7 3,6 3,5 3,4 3,6 3,7 3,9 4,0 3,85 3,9 4,8 5,0 5,0 4,7 4,6 4,7 4,7 4,7 4,5 4,7 4,4 4,3 4,5 4,6 4,9 5,2 5,3 5,39 5,2 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias Governo Total Na análise do gasto por tipo de produto, os principalmente os pagamentos realizados às serviços de saúde privada representam 66,8% operadoras de planos e seguros de saúde. do total e correspondem à maior parcela dos Em segundo lugar, destaca-se a proporção de gastos das famílias com saúde: R$ 248,5 bi- gastos com medicamentos: 29,9%, totalizando lhões em 2017. Esse montante compreende R$ 111,3 bilhões nesse mesmo período. Painel Abramed | 2020
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