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eduardo cassinda joão cassinda - Miolo Online 2

Published by impotol.geral, 2020-03-03 13:21:53

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EDUARDO CASSINDA JOÃO 1

EDUARDO CASSINDA JOÃO 2

EDUARDO CASSINDA JOÃO INOVAÇÃO CURRICULAR: ABORDAGEM 3 EXPERIMENTAL SOBRE FUNDAMENTOS TEÓRICOS E PROCEDER METODOLÓGICO

EDUARDO CASSINDA JOÃO AGRADECIMENTOS AOS MEUS PAIS FERNANDO MUNJINDO JOÃO E FELÍCIA CASSINDA JOÃO (DE FELIZ MEMÓRIA) QUE SÃO A RAZÃO DA MINHA EXISTÊNCIA; PELOS VALORES E PRINCÍPIOS DE SINCERIDADE, JUSTIÇA E GRATIDÃO QUE ME INCULCARAM; A MINHA ESPOSA ALZIRA JOÃO E MEUS FILHOS, DIÓGENES, JOZIMAR E CASSIANE QUE COMPREENDERAM A IMPORTÂNCIA DA ESCRITA DESTA OBRA, DANDO-ME EM TODOS OS MOMENTOS, CORAGEM E APOIO PARA TERMINÁ-LO; A TODA MINHA FAMÍLIA, PELO SEU APOIO E COMPREENSÃO. A PH.D. ISEL BIBIANA PARRA VIGO PELOS SEUS VALIOSOS CONSELHOS; AO PH.D. ALFREDO MARIA DE JESUS PAULO, POR TODO APOIO PRESTADO; A TODOS OS PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA SUPERIOR PEDAGÓGICA DO BIÉ PELA SUA COLABORAÇÃO; E POR FIM, A TODOS OS QUE CONTRIBUÍRAM PARA A CONCRETIZAÇÃO DESTE LIVRO. 4

EDUARDO CASSINDA JOÃO PREFÁCIO Para os profissionais da educação constitui um desafio uma proposta que se oriente a inovar e a aplicar na prática experiências educativas que surjam das necessidades do contexto e dos educandos que neste se formam. O autor deste livro empenhou-se com um alto nível de compromisso nesta tarefa. Apesar de ser jovem, acumula valiosas experiências na sua instituição na qual é respeitado e goza de prestígio com uma trajectória profissional muito destacada. Este jovem investigador fez uma inovação curricular que trabalhou como alternativa para transformar a concepção da formação do profissional nas três dimensões do currículo: desenho, desenvolvimento e avaliação e possibilitou a sua instituição, colegas e estudantes em geral, uma experiencia que foi aplicada na Escola Superior Pedagógica do Bié da República de Angola como instituição formadora de educadores. O estudo que realizou partiu de fundamentos teóricos sustentados na teoria curricular, assim como nas legislações e normativas próprias do contexto angolano. Os resultados obtidos foram possíveis a através de uma investigação realizada sobre este tema na qual explorou a formação profissional inicial do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia e nos processos substantivos que se reconhecem na obra e se desenvolvem nesta instituição. A proposta que se realiza redimensiona o perfil do profissional no desenho do currículo deste curso ampliando as funções profissionais dos graduados a partir das necessidades económicas, sociais, culturais e pedagógicas deste contexto angolano da província do Bié. Este redimensionamento do perfil profissional permitiu ao autor conceber não só a docência como função profissional 5

EDUARDO CASSINDA JOÃO e incluir a orientação educativa e a investigação-superação, o qual é um desafio para o claustro que conduz o processo de formação dos futuros educadores. Este livro serve para o presente e o futuro da formação de profissionais da educação e como uma experiencia positiva para que se formem melhores seres humanos e profissionais. Que a metodologia seguida seja aplicada e aperfeiçoada como toda obra de criação que é de permanente investigação. Dr.C. Isel Bibiana Parra Vigo Professora investigadora da Universidade de Ciências Pedagógicas da República de Cuba. 6

Índice EDUARDO CASSINDA JOÃO INTRODUÇÃO................................................................................................ 8 CAPITULO I. Fundamentos teóricos e metodológicos que sustentam o perfil 9 profissional no desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências 9 Pedagógicas na Especialidade de Psicologia.................................................... 13 1.1. Escola Superior Pedagógica da província do Bié. Concepção da formação do profissional................................................................................................. 27 1.2. O currículo e o desenho curricular como fundamentos teóricos e metodológicos na concepção do perfil do profissional..................................... 44 1.3. O redimensionamento do perfil no desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de 49 Psicologia com enfoque profissional pedagógico. Uma necessidade 49 socioeducativa da Escola Superior Pedagógica do Bié da República de Angla............................................................................................................... 65 1.4. Uma aproximação aos fundamentos teóricos gerais de uma concepção teórico-metodológica para o redimensionamento do perfil profissional 99 no desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na 109 Especialidade de Psicologia ............................................................................ Capítulo II. O redimensionamento do perfil profissional no desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia: situação actual e proposta para seu aperfeiçoamento.............................................................................................. 2.1. Caracterização do perfil profissional no desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia da Escola Superior Pedagógica do Bié ................................................................. 2.2. Proposta de uma concepção teórico-metodológica para o redimensionamento do perfil profissional no desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia da Escola Superior Pedagógica do Bié.................................................................. 2.3. Avaliação dos resultados na aplicação da concepção teórico- metodológica para o redimensionamento do perfil profissional no desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia da Escola Superior Pedagógica do Bié.................. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. BIBLIOGRAFIA APÊNDICE 7

EDUARDO CASSINDA JOÃO INTRODUÇÃO A inovação curricular é uma alternativa para fazer transformações na concepção da formação do profissional nas três dimensões do currículo: desenho, desenvolvimento ou execução e avaliação. O presente estudo é uma experiência aplicada na Escola Superior Pedagógica da província do Bié da República de Angola como instituição formadora de educadores. O estudo realizado parte de fundamentos teóricos sustentados na teoria curricular, assim como nas legislações e normas próprias do contexto angolano. Os resultados obtidos foram possíveis através de uma investigação realizada sobre este tema que explorou na formação profissional no curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia e nos processos substantivos que se reconhecem na obra e se desenvolvem nesta instituição. A proposta que se realiza redimensiona o perfil do profissional no desenho do currículo deste curso ampliando as funções profissionais dos graduados a partir das necessidades económicas, sociais, culturais e pedagógicas próprias do contexto angolano e inclui dirigentes, professores, estudantes e outros factores sociais que influenciam o processo de formação profissional. 8

EDUARDO CASSINDA JOÃO 9 CAPITULO I: FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS QUE SUSTENTAM O PERFIL PROFISSIONAL NO DESENHO CURRICULAR DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA ESPECIALIDADE DE PSICOLOGIA. Neste capítulo se determinam e expõem os aspectos teóricos e metodológicos que fundamentam o processo de formação do futuro Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia na Escola Superior Pedagógica da província do Bié. Nele se realiza uma análise epistemológica, determinando-se o marco teórico-conceitual, onde se estabelecem as tendências históricas; além disso, é dada ênfase aos conceitos fundamentais para revelar as principais posições teóricas assumidas, o que justificou a necessidade desta investigação. 1.1. A Escola Superior Pedagógica da província do Bié. Concepção da formação do profissional. Esta rubrica destina-se a introduzir a temática da formação profissional no contexto da Escola Superior Pedagógica do Bié, formadora de professores para o ensino médio. È uma instituição com autonomia própria, subordina-se ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação. Para a realização do estudo das tendências históricas que marcam os antecedentes do surgimento da Escola Superior Pedagógica, se parte da análise da evolução da universidade angolana em diferentes momentos históricos e em especial, a Universidade “Agostinho Neto” (UAN) como a primeira que surge e dá origem ao resto das universidades públicas que existem na República de Angola. O ensino universitário foi institucionalizado em Angola (1962), pelo Decreto-Lei 44530 de 21 de Agosto que cria os estudos gerais universitários de Angola, integrados à Universidade Portuguesa. Em 23 de Dezembro (1968), o Decreto-Lei 48790 transformou os estudos gerais universitários de Angola

EDUARDO CASSINDA JOÃO na Universidade de Luanda que compreendeu, naquele momento, as faculdades de Economia e de Medicina, localizadas em Luanda e na Faculdade de Agronomia, localizada no Huambo. Foi autorizada a criação em Luanda, pela Igreja Católica, do Instituto Pio XII de Educação e Serviço Social, que se ocupava do curso superior de serviço social. Em 28 de Setembro (1976), depois da proclamação da independência de Angola em 1975, a Universidade de Luanda foi transformada na Universidade de Angola pelo Decreto-Lei 77/76. A partir de 24 de Janeiro de 1985, é denominada Universidade “Agostinho Neto” (UAN), em memória do primeiro Presidente de Angola e primeiro Reitor da Universidade. A UAN, como a primeira universidade criada em Angola após a independência do país em 1975, tem como vocação inicial do Estado criar uma rede de faculdades cobrindo todo o território de Angola. Nos anos de 2008 e 2009 chegou-se à conclusão de que uma universidade com esta extensão geográfica tão grande não era funcional. Por esta razão, as faculdades existentes fora de Luanda e Bengo serviram de base para a constituição das universidades regionais autónomas: Benguela (Universidade Katyavala Bwila), Cabinda (Universidade 11 de Novembro), Huambo (Universidade José Eduardo dos Santos), Lubango (Universidade Mandume ya Ndemufayo), Malanje (Universidade LueijA'Nkonda), Uíge (Universidade Kimpa Vita) e Cuando-Cubango Universidade Cuíto-Cuanavale. Bié é uma província da República de Angola, tem uma área de 70 314 km² e sua população aproximada é de 1 338 923 habitantes. Sua capital é a cidade do Kuíto. É formada pelos municípios seguintes: Andulo, Camacupa, Catabola, Chinguar, Chitembo, Cuemba, Kunhinga, Kuito e Nharea. Encontra-se localizada no centro de Angola e faz fronteira com as províncias seguintes: ao norte com Malanje, ao 10

EDUARDO CASSINDA JOÃO nordeste com Lunda Sul e Kwanza Sul, ao leste com Moxico, ao 11 sul com Cuando-Cubango, ao sudoeste com Huila e ao oeste com Huambo. A província do Bié foi muito afectada durante a guerra civil angolana e ainda está se recuperando. Tem confluência de várias etnias como: Ovimbundos, que são a maioria, nganguela, Chokue e Lwimbi. A Escola Superior Pedagógica da província do Bié recebe este nome em 2009 à luz do Decreto 7 de 12 de maio, fruto do redimensionamento da UAN com a criação de novas regiões académicas. Desde essa data, foi iniciada na região académica V, como âmbito provincial. O funcionamento da instituição teve o seu quadro inicial com a nomeação do seu corpo directivo em 16 de Julho de 2010. Entre os objectivos que devem alcançar os profissionais que se formam da Escola Superior Pedagógica da província do Bié encontram-se conhecer o sistema de formação de formadores, dominar as ferramentas básicas para dirigir o processo de ensino-aprendizagem e planear adequadamente a formação. Da mesma forma, será fornecida uma compreensão adequada do ser humano nas diferentes idades para dar um tratamento correcto aos estudantes. É importante reconhecer que o profissional que se forma como professor deve aprender estratégias facilitadoras e promotoras do desenvolvimento e da aprendizagem; bem como adquirir conhecimentos sobre a investigação para que esta seja utilizada como um recurso permanente para a mudança e a transformação da realidade educativa, a interpretação dos processos mentais e comportamentais, sua origem e essência, o estabelecimento de uma relação entre a experiência pessoal quotidiana e o conhecimento científico que cada cadeira desenvolve, são desafios que o professor que forma os futuros educadores deve enfrentar. Actualmente, a instituição desenvolve nove cursos

EDUARDO CASSINDA JOÃO pedagógicos, nas seguintes especialidades: Psicologia, Matemática, Física, Geografia, Educação Primária, Educação Pré-escolar, Biologia, Química e Educação Física e desporto. Nesses cursos, os profissionais são formados em quatro anos e o quinto é dedicado à elaboração do trabalho de conclusão de estudos. A prática em sua formação é concebida do segundo ao quarto ano do curso, onde o estudante começa a dar aulas à razão de duas por ano académico. Estas reduzem-se ao ensino, ao estudo de sua tipologia, ao plano de aula, aos métodos para ensiná-las, aos princípios didácticos, ao perfil do professor e às observações às aulas dos professores. Também se desenvolvem aulas simuladas que se preparam previamente para que os estudantes as ensinem em seu grupo do curso. Isto permite que se familiarizem com a profissão; por isso, denomina-se prática de familiarização, a que se torna mais intensiva no terceiro ano com simulações e visitas às escolas e no quarto ano as aulas são ministradas por eles nas escolas de ensino médio. Neste caso, têm um professor de prática que faz parte do departamento em que pertence o curso, cuja função é guiar e aconselhar os estudantes durante todo o seu desempenho. Algo significativo, que em certa medida influencia no processo de formação deste profissional do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, é que o exercício de conclusão de estudos que realizam os estudantes é o trabalho de fim de curso (monografia). Para sua execução, os estudantes seleccionam temas a partir dos problemas que se apresentam nas escolas, incluindo a Escola Superior Pedagógica. O currículo vigente da Escola Superior Pedagógica do Bié, na actualidade, é o da Universidade “Agostinho Neto. No Plano de Estudo A chamava-se oficialmente Curso de Psicologia e no Plano de Estudo B, que é o vigente, Curso de Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia. 12

EDUARDO CASSINDA JOÃO Em 2012, um grupo de professores angolanos e cubanos, 13 elaboraram um novo currículo que está em processo de aplicação e validação como parte do Plano de Estudo B, no qual o fim essencial do curso se centra, como até o momento, na preparação de professores de Psicologia que não contam com especialização nestas áreas para realizar seu trabalho docente com a qualidade requerida. Além disso, ainda não se alarga o suficiente e necessário a outras esferas do trabalho educacional, fundamentalmente à investigação e orientação educativa nas instituições docentes. O acima demonstra que no curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, que se desenvolve na Escola Superior Pedagógica da província do Bié, priorizam-se os conhecimentos psicológicos e pedagógicos fundamentais para dirigir o processo de ensino-aprendizagem, o que reforça a necessidade do estudo e a proposta feita pela importância de que este futuro graduado cumpra outras funções profissionais que não sejam apenas docentes para que formem e desenvolvam hábitos, habilidades e valores necessários nesta profissão. O conteúdo desta investigação está directamente relacionado com a teoria e a prática curricular. Seguem-se os fundamentos teóricos que são considerados essenciais para apresentar posteriormente a proposta como resultado desta investigação. 1.2. O currículo e o desenho curricular como fundamentos teóricos e metodológicos na concepção do perfil do profissional. Ao abordar esta temática, se requer do tratamento da teoria curricular e especialmente do desenho curricular, pois se refere à formação de um profissional para o qual se cria um perfil com uma concepção determinada. O termo curriculum teve uma variedade de interpretações, às vezes é usado para identificar um nível, também para a formação académica de conhecimentos e também se relaciona

EDUARDO CASSINDA JOÃO com as matérias. Cada currículo tem uma concepção de formação, académica, da personalidade do futuro graduado, do processo educativo e de ensino aprendizagem em que se forma e para o qual se forma. Actualmente, existe um amplo consenso na literatura curricular sobre o que se entende e como se assumem as bases e os fundamentos do currículo. Para R.W. Tyler (1979), é importante que se formulem quatro perguntas necessárias antes de elaborar qualquer currículo: que fins deseja alcançar a escola? De todas as experiências educativas que se podem oferecer, quais oferecem maiores possibilidades de atingir estes fins? Como é que estas experiências podem ser eficazmente organizadas? E como se pode verificar se os objectivos propostos foram atingidos? O especialista anterior defende uma valiosa ideia sobre o tema ao reconhecer a importância de ter propostos objectivos e de que se tenham alternativas com o propósito de fazer os ajustes necessários, o que denota flexibilidade ao tratar o tema. J.M. Álvarez, referido por F. Addine (1997), ao definir o currículo afirma que é um projecto e como processo conduz a uma concepção de ensino-aprendizagem como uma actividade crítica de investigação e inovação constantes, assegurando o desenvolvimento profissional do docente. Nesta outra abordagem, também se assume uma postura adequada ao ver o currículo como projecto e processo, por isso foca-o numa necessária dinâmica alterável para dar resposta às necessidades do contexto socio-histórico em que se insere. L. Stenhouse (1987) assinala que um currículo é uma tentativa para comunicar os princípios e traços essenciais de um propósito educativo, de tal forma que permaneça aberto a discussão crítica e possa ser efectivamente transposto à prática. Este autor, clássico do currículo, é capaz de integrar nestas ideias básicas desta importante categoria como são as aspirações educativas que se defendem e o papel da prática. 14

EDUARDO CASSINDA JOÃO Por sua vez, J. Arnaz (1990), concebe o currículo como um 15 plano que norma e conduz explicitamente um processo concreto e determinante de ensino-aprendizagem, que se desenvolve numa instituição educativa. Identifica quatro elementos: objectivos curriculares, plano de estudo, cartas descritivas e sistema de avaliação. F. Addine define o currículo como “Um projecto educativo integral com carácter de processo que expressa as relações de interdependência num contexto histórico-social, condição que lhe permite redesenhar-se sistematicamente em função do desenvolvimento social, progresso da ciência e necessidades que se traduzam na educação da personalidade do cidadão que se aspira a formar...” (1997:7). Assume-se a definição desta especialista sobre currículo por considerar que reflecte o carácter de projecto educativo integral, o que proporciona uma visão de vínculo presente-futuro e a possibilidade de seu enriquecimento constante. Da mesma forma, identifica-se sua essência educativa, delimita o tipo de cidadão a formar em correspondência com as características de cada país, responde a um contexto socioeconómico concreto, é permanentemente redesenhado e defende a ideia de que o currículo não deve ser fechado, mas aberto em função do progresso da ciência e da tecnologia, bem como das necessidades dos sujeitos. No currículo distinguem-se três dimensões fundamentais: o desenho, o desenvolvimento e a avaliação curricular. Geralmente, os autores concordam em considerar que o termo dimensão curricular é utilizado para estudar e referir-se às direcções em que se manifesta o processo curricular, a forma em que se expressa e se revela objectivamente. Um ponto de vista diferente sobre o desenho curricular é fornecido por E. Castañeda quando afirma que “…o desenho curricular constitui um sistema de acções, mecanismos e formulações que, para uma profissão específica e num determinado

EDUARDO CASSINDA JOÃO momento e local, permitem elaborar e concretizar os objectivos de um processo de formação que visa dar resposta a um grupo de necessidades para outro período de tempo dado. O desenho curricular é antes de tudo, uma obra humana que se projecta desde o passado, se realiza no presente e se deverá avaliar e modificar no futuro, e é, ao mesmo tempo, um processo que se está projectando, executando e avaliando em cada momento” (1997:11). Este autor oferece uma dinâmica de articulação passado, presente e futuro no desenho curricular, pelo que a dinâmica que explica permite vê-lo em seus relacionamentos. Na literatura consultada é possível apreciar a necessidade de um momento de diagnóstico de necessidades e de elaboração, onde o que mais se reflecte é a determinação do Perfil profissional e a conformação do plano de estudo (Arnaz, J., 1990; Diaz, F., 1996). Como pode ser visto, o perfil do profissional e o plano de estudo são de grande importância no desenho curricular. C. Coll (1987) o concebe como um processo sistemático de reflexão e aperfeiçoamento constante do projecto para a melhoria, mediante as particularidades dos cursos, os anos e as disciplinas. Um elemento importante a ter em conta no desenho curricular são os conteúdos, entendidos didacticamente estes como aquela parte da cultura que é seleccionada para cumprir as aspirações educativas. O didáctico no currículo é imprescindível dado que sempre ao curricular lhe é inerente uma concepção de ensino-aprendizagem e da direcção deste processo. Para a selecção e a organização dos conteúdos curriculares há que ter em conta três pilares fundamentais: a sociedade, a cultura e o indivíduo. A sociedade define os fins da educação em função das suas necessidades; a cultura oferece o conteúdo para ensinar e aprender em seus vínculos 16

EDUARDO CASSINDA JOÃO indissolúveis e; o indivíduo, como membro da sociedade e 17 como sujeito com características próprias, é o que aprende e pode desenvolver sua capacidade de aprender. J. Garcia (2002) refere que o objectivo principal do desenho curricular não é outro que chegar à elaboração do currículo. Desta maneira, o currículo não é outra coisa que o resultado do processo de desenho, que é também chamado de planeamento curricular. Esta autora afirma claramente que sem desenho curricular não há currículo. Também é muito acertada a opinião desta especialista quando assinala que o planeamento curricular é como uma obra de teatro na qual escreve-se o script que é como a dimensão teórica, mas esse script não significa muito se não for executado, que é a dimensão prática. A fundamentação é a fase inicial do desenho e a sua elaboração implica a obtenção de uma série de informações preliminares de diferentes âmbitos que facilitem a tomada de decisões. R.M. Álvarez concebe o desenho curricular como “…uma dimensão do currículo que revela a metodologia, as acções e o resultado do diagnóstico, modelação, estruturação e organização dos projectos curriculares. Prescreve uma concepção educativa determinada que ao executar-se pretende solucionar problemas e satisfazer necessidades e em sua avaliação possibilita o aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem” (1995:2). O autor deste estudo assume a concepção anterior do desenho curricular pelas seguintes razões: reconhece o desenho curricular como uma dimensão do currículo, faz explícito que o desenho do currículo expressa o metodológico, é, por conseguinte, evidente a importância da sua organização e estrutura em função da consecução de objectivos concretos, tornando evidente a concepção do currículo como acção, de modo que não é possível a sua elaboração sem uma projecção antecipada do que vai acontecer na prática, considera

EDUARDO CASSINDA JOÃO fundamental o desenho curricular como um resultado do diagnóstico, a modelação, a estruturação e a organização de projectos curriculares que assentam numa determinada concepção educativa, em função do tipo de profissional que se deseja formar e concebe que se vincula ao desenho curricular com o processo de ensino-aprendizagem, como uma via para que este seja executado, avaliado e aperfeiçoado de maneira sistemática. Ao levar em conta a concepção de desenho curricular assumida, consideram-se como tarefas para seu estudo as seguintes: o diagnóstico de problemas e necessidades, a modelação do currículo, estruturação curricular, organização para a implementação e desenho da avaliação curricular. Diagnóstico de problemas e necessidades: consiste no estudo do marco teórico; isto é, as posições e tendências existentes nos referentes filosóficos, sociológicos, epistemológicos, psicológicos, pedagógicos e didácticos, que influenciam os fundamentos da possível concepção curricular, sobre as quais se vai desenhar o currículo. É um momento de estudo e preparação no plano teórico para poder enfrentar a tarefa de explorar e transformar a prática educativa. O estudo das bases e dos fundamentos permitem estabelecer indicadores para diagnosticar a prática. O conteúdo desta tarefa possibilita a realização da exploração da realidade para determinar o contexto e a situação existente nas diferentes fontes curriculares: indagam-se os sujeitos do processo de ensino e aprendizagem, suas qualidades, motivações, conhecimentos prévios, nível de desenvolvimento intelectual, preparação profissional, necessidades, interesses, entre outros. Inclui-se a investigação dos recursos humanos para enfrentar o processo curricular, assim como a sociedade, em suas condições económicas, sociopolíticas, ideológicas, culturais, tanto na sua dimensão social geral como comunitária e em 18

EDUARDO CASSINDA JOÃO particular nas instituições onde se deve inserir o graduado, 19 as suas exigências, características, perspectivas de progresso, entre outros. Os elementos acima referidos devem fornecer as bases sobre as quais será concebida a concepção curricular. Explora-se o nível das ciências, as relações interdisciplinares, as tendências que se manifestam no mundo, a região, o país, o incremento da informação, o esclarecimento das metodologias de ensino e das possibilidades de actualização. Investiga-se o currículo vigente, sua história, os conteúdos, os contextos, as potencialidades, a eficácia na formação dos estudantes, a estrutura curricular, o seu vínculo com a vida. Do estudo anterior devem surgir necessidades e interesses dos sujeitos a formar, que devem ser tidos em conta no currículo a desenvolver. Na tarefa de diagnóstico de problemas e necessidades podem-se distinguir três momentos: estudo do marco teórico, exploração de situações reais e determinação de problemas e necessidades. O resultado desta tarefa deve traduzir-se numa breve caracterização da situação explorada e dos problemas e necessidades a resolver. Nos critérios de carácter metodológico que se seguem, é aconselhável tratar o processo do desenho curricular num plano geral e ao mesmo tempo operacional, de modo a salientar a importância dos elementos imprescindíveis da concepção, os quais devem ser adaptados às condições concretas, agregando ou reestruturando as acções necessárias derivadas do marco teórico que se assuma e do cenário específico para o qual se faz o desenho. É muito importante ter em conta que não se trata apenas de expressar estas necessidades em termos das tarefas que deverão cumprir os graduados, mas que se exprimam no que é necessário formar em relação aos valores, aos princípios éticos, a visão do mundo e outros aspectos que os caracterizarão em correspondência com as condições, tanto aos futuros

EDUARDO CASSINDA JOÃO graduados como aos formadores, estes últimos desempenham um papel decisivo na medida em que conduzem o processo de formação do profissional. Modelação do currículo: esta tarefa precisa da conceitualização do perfil, para isso se assumem posições de diferentes referentes teóricos em relação à realidade existente e explicita qual é o critério de sociedade, homem, educação, professor, estudante que se necessita. Um momento importante da concretização deste indicador é a determinação do perfil do profissional, que se expressa em objectivos terminais ao concluir os estudos e se estabelecem tendo em conta a elaboração do perfil do profissional (modelo de actuação). Com base nas necessidades identificadas, estas são expressas no perfil profissional que constitui o documento de base para a elaboração do currículo. Neste perfil manifestam-se o nível de preparação a que se aspira, as exigências gerais que se estabelecem, as qualidades que se devem formar e as habilidades que se desenvolverão, entre outros aspectos. O perfil do profissional expressa, segundo o critério do autor deste livro, como se concebe sua formação, no académico, o laboral e o investigativo. Ele orienta o caminho a seguir para organizar a formação em cada uma das suas etapas e as exigências que se vão apresentar para cada uma. O perfil pode ser amplo ou estreito, isso depende da concepção com a qual se assumam o papel social e as funções que deve desempenhar o profissional em questão. Na modelação podem distinguir-se três momentos fundamentais: a identificação do perfil do profissional e seus objectivos formativos gerais ou objectivos terminais, a determinação dos conteúdos básicos do currículo e o saber que profissional requer a sociedade e como caracterizar esse profissional. Na literatura encontra-se tanto o termo modelo do profissional 20

EDUARDO CASSINDA JOÃO como o de perfil do profissional, a fim de determinar para que 21 se forma esse profissional. A primeira tarefa da modelação do currículo se concretiza na determinação do perfil ou modelo do profissional que representa o perfil de saída e manifesta: 1. As necessidades sociais expressas sob a forma de problemas profissionais. 2. As políticas seguidas pelos organismos e instituições. 3. A identificação do futuro do graduado, seus campos de acção, as esferas de actuação, os modos de actuação profissional, as qualidades, as habilidades e os conhecimentos necessários para sua actuação e desenvolvimento perspectivo. Os elementos anteriores devem ser expressos de forma integrada em objectivos formativos gerais. Estes aspectos são considerados fundamentais no perfil do profissional, no desenho curricular do curso e considera-se que devem ser incluídas as funções profissionais para as quais é necessário preparar o futuro formado. A seguir são expostas e analisadas as definições de alguns especialistas sobre o perfil do profissional ou modelo do profissional. A este respeito, F. Diaz considera que “…é a determinação das acções gerais e específicas que desenvolve um profissional nas áreas ou campos de acção emanadas da realidade social e da própria disciplina tendente à solução das necessidades sociais previamente advertidas” (1996:26). Por sua vez, J. Arnaz refere que é a “…descrição das características principais que deverão ter os educandos como resultado de haver transitado por um determinado sistema de ensino-aprendizagem” (1996:45). O critério de ambos autores concorda com os de O. Mercado, L. Martínez e C. Ramírez ao assinalar que “…é a descrição do profissional da maneira mais objectiva a partir de suas características” (1990:93). O autor deste estudo com base nestes critérios e nas características do contexto a que foi dirigida esta investigação

EDUARDO CASSINDA JOÃO considera que o perfil profissional é inerente ao desenho curricular constituído por aspectos teóricos e metodológicos do processo de formação do profissional que exprime as características deste processo quanto a fundamentos, dimensões, indicadores, plano de estudo e etapas pelas quais transita a preparação de dirigentes e professores que conduzem a formação do profissional (E, João., 2016). Na elaboração do perfil do profissional é muito importante o trabalho precedente, que antecede a sua estruturação, no qual desempenha uma função essencial o diagnóstico que se realiza mediante o estudo, a aplicação e o processamento de entrevistas, inquéritos e outras técnicas, a fim de ajudar a caracterizar a profissão e as suas perspectivas de desenvolvimento. Etapas na elaboração do perfil do profissional: 1. Determinação do objecto da profissão, a partir do grupo de problemas que devem ser resolvidos pela acção do profissional ou problemas profissionais. 2. Investigação dos conhecimentos, as habilidades, os procedimentos e as qualidades profissionais a formar, a partir do conteúdo das disciplinas que são aplicáveis à solução dos problemas. 3. Análise das tarefas que o graduado deve desempenhar. 4. Desenvolvimento do perfil a partir de integrar necessidades sociais, nível a alcançar pelas disciplinas, as tarefas e as características populacionais das esferas de actuação. 5. Avaliação do perfil. Um perfil do profissional bem definidodeveterasuficienteclarezaeprecisãoparaquepossa evidenciar como será o graduado. A modelação do currículo inclui outra tarefa de muita importância para o processo curricular e é a determinação dos conteúdos necessários 22 para alcançar os objectivos formativos gerais do curso.

EDUARDO CASSINDA JOÃO A partir do momento em que se assume a concepção de 23 conteúdo de M.A. Danilov e M.N. Skatkin (1978), entende-se por determinação de conteúdo a selecção dos conhecimentos, hábitos, competências, normas de relação com o mundo e experiências da actividade criativa que devem ser expressos na estrutura curricular como módulos, disciplinas, cadeiras, áreas de conhecimento, programas directores, de acordo com o critério de estruturação a ser assumido e o tipo de currículo adoptado, precisados ao nível que está sendo projectado. O resultado deve ser traduzido em documentos que definem as posições de partida no plano da caracterização do currículo do nível em causa; os objectivos a atingir; as tarefas do profissional decorrentes das suas funções profissionais, a relação dos conhecimentos, das competências, das qualidades, organizadas em programas ou planos de acordo com a estrutura curricular assumida. Estruturação curricular: consiste na sequenciação e estruturação dos componentes que intervêm no projecto curricular que se desenha. Neste momento se determina o tipo de estrutura curricular que se assumirá, a ordem em que se vai desenvolver o projecto curricular, o lugar de cada componente, o tempo necessário, as relações de precedência e integração horizontal necessária e tudo isso é levado a um mapa curricular, onde ficam reflectidas todas estas relações. Realiza-se em todos os níveis de concretização do desenho curricular e assume matizes diferentes em relação ao que se desenha. A sequenciação ou estruturação está vinculada à concepção curricular, já que esta influencia na decisão da estrutura. Tem uma importância fundamental na ordem didáctica, pois proporciona aos dirigentes e aos professores a orientação de como se concebe a estrutura do currículo, a sua ordem, as cadeiras e disciplinas e o seu papel neste, bem como as que devem desempenhar uma função integradora ou não, o que

EDUARDO CASSINDA JOÃO deve ser previsto de forma clara e colegial de forma colectiva entre os actores que participam no processo de formação profissional. A organização para a realização do projecto curricular consiste em prever todas as medidas para garantir a execução do projecto curricular. É determinante dentro desta tarefa a preparação dos sujeitos que vão desenvolver o projecto, na compreensão da concepção, no domínio dos níveis superiores do desenho e do próprio e na criação de condições. A preparação do pessoal pedagógico se realiza de forma individual e grupal e é muito importante o nível de coordenação dos integrantes dos colectivos de disciplina, ano, grau, nível, curso, institucional, territorial, a fim de alcançar níveis de integração para atingir os objectivos. Este trabalho tem no centro o estudante para diagnosticar seu desenvolvimento, seus avanços, limitações, necessidades, interesses, entre outras., e com base na concepção de acções integradas entre os membros dos grupos pedagógicos que sejam coerentes e sistemáticas. Inclui, além disso, a elaboração de horários, a formação de grupos de estudo e de outras actividades, os locais, os recursos, pelo que nela participam todos os factores que intervêm na tomada de decisões deste tipo, incluindo a representação de estudantes. O desenho da avaliação curricular: em todos os níveis e para todos os componentes do projecto curricular se desenha a avaliação, que deve partir de objectivos terminais e estabelecer indicadores e instrumentos que permitam validar, através de diferentes vias, a eficácia da execução do projecto curricular de cada um dos níveis, componentes e factores. Os indicadores e instrumentos de avaliação curricular devem ser traduzidos em cada um dos documentos que exprimem um nível de concepção, ou seja, do projecto curricular na sua concepção geral, dos planos, dos programas, das unidades, dos 24

EDUARDO CASSINDA JOÃO componentes, entre outras coisas. 25 O critério assumido pelo autor deste estudo sobre o desenho curricular como uma dimensão do currículo e sua abordagem metodológica, permite compreender que a acção é permanente e que se desenvolve como processo no mesmo tempo e espaço do resto das dimensões, reconhecendo que há tarefas deste que devem responder às outras duas dimensões: desenvolvimento e avaliação. Níveis de concretização do desenho curricular: o primeiro nível de concretização do desenho curricular (nível macro) corresponde ao sistema educativo em forma geral, que envolve o nível máximo que realiza o desenho curricular. O segundo nível de concretização do desenho curricular (nível meso), materializa-se na instituição universitária. É responsabilidade das universidades, a critério do autor deste estudo, concretizar o desenho curricular dos cursos às características do território. Isto significa contextualizar o currículo para que dê uma resposta cada vez mais efectiva às necessidades sociais, culturais, étnicas, linguísticas, entre outras, que favoreçam a unidade nacional e a relação universidade-sociedade. Os regentes da instituição de ensino superior são responsáveis pela realização das adaptações necessárias e os regentes de professores das cadeiras e disciplinas devem elaborar os programas. Estas funções requerem que o desenho seja aberto e flexível, mas também que seja orientador para os professores e justifique seu carácter prescritivo. Estas três características configuram a natureza desse documento. A investigação realizada pelo autor deste livro centrou-se no nível meso, dado que a proposta que se fundamenta e se realiza é para o curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia como curso universitário em uma instituição formadora de professores. O terceiro nível de concretização do projecto curricular (nível

EDUARDO CASSINDA JOÃO micro), é conhecido como programação de sala de aula. Ele determina os objectivos didácticos, os conteúdos, as actividades de desenvolvimento, as actividades de avaliação e as metodologias de cada área, que se materializarão na sala de aula com o grupo de estudantes. A avaliação da aprendizagem dos estudantes permite conceber a avaliação do desenho curricular como um processo investigativo permanente, no qual se esclarecem os diferentes problemas detectados em sua estruturação e aplicação. O plano de estudo fornece informações sobre o que deve aprender o educando durante todo o processo concreto de ensino-aprendizagem e a ordem proposta a seguir dentro do processo. Todos os elementos a ter em conta na sua elaboração mantêm relação com o perfil do profissional e entre os mais importantes podem ser assinalados os seguintes: as necessidades sociais, as práticas profissionais, as disciplinas envolvidas e os estudantes. É de importância vital organizar de forma lógica os passos para a estruturação de um plano de estudo, ou seja, que deve haver coerência e uma análise cuidadosa nas decisões que vão sendo tomadas. A avaliação do currículo se inscreve dentro da avaliação educativa, conceito que em ocasiões se concebe só para a avaliação do aprendizado dos estudantes. A avaliação é integral e implica tudo, os planos, os programas, os sujeitos que intervêm, a instituição educativa, pelo que se contempla como sistema em seu conjunto. Avaliação curricular é o processo em que se recolhe e se analisa, formal e sistematicamente, informação pertinente sobre um projecto educativo e se emitem juízos de valor a partir da sua comparação com os indicadores previamente definidos. A este respeito R.M. Álvarez (1995) expressa que a avaliação curricular não é uma fase em particular; ela é realizada durante 26

EDUARDO CASSINDA JOÃO o desenvolvimento da mesma, seguindo certas técnicas, cujos 27 resultados são sistematizados para convertê-los em critérios de reorientação. A mesma especialista assinala que o desenvolvimento curricular organiza e desenvolve o processo de ensino e aprendizagem, que materializa os fins do projecto social e da política educacional. É a dimensão dinâmica do currículo, na qual o projecto se identifica com o próprio processo educativo, é o currículo vivido. A avaliação curricular é uma dimensão com carácter processual para a determinação de juízos de valor sobre a actividade realizada e que ultrapassa a medição, o controlo e a classificação isolada de actores e factores para a sua integração num julgamento que permita o aperfeiçoamento constante. A concepção do perfil do profissional no desenho curricular da carreira de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia é básica para empreender qualquer transformação destinada a proporcionar uma formação verdadeiramente integral e pertinente no contexto socioeducativo angolano. O diagnóstico das necessidades sociais e do contexto educativo no nível médio, onde está previsto na concepção actual que este futuro Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia deve ser inserido, uma vez formado da Escola Superior Pedagógica do Bié, é um ponto de partida para concretizar estas mudanças e que estejam cientificamente fundamentados. 1.3. O redimensionamento do perfil no desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia com enfoque profissional pedagógico. Uma necessidade socioeducativa da Escola Superior Pedagógica do Bié da República de Angola. Nesta rubrica, o autor da investigação expõe as considerações sobre como deve ser concebido o perfil profissional no desenho

EDUARDO CASSINDA JOÃO curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, para que este seja formado com um perfil mais amplo, que inclua outras funções e tarefas que hoje não estão concebidas no desenho curricular nem incorporadas ao desenvolvimento deste curso. O estudante actualmente formado como Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia na Escola Superior Pedagógica do Bié não tem um perfil amplo e é limitado o enfoque profissional pedagógico. Os conteúdos que recebe hoje o futuro Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, segundo o perfil profissional, inclui diferentes cadeiras ao longo do curso que embora permitam a formação profissional, devem contribuir para que o graduado tenha a preparação suficiente para dar resposta às necessidades socioeducativas da província do Bié; isto é, não só devem preparar-se para a função docente, pois reduzir a sua formação à docência é subvalorizar as amplas potencialidades que tem este profissional, no campo da orientação e também na investigação, os que hoje não se estão aproveitando totalmente. A seguir se expõem algumas características socioeducativas da Escola Superior Pedagógica do Bié, que servem também de fundamento à concepção que o autor desta investigação assume do perfil profissional no desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, ao contrário da forma como foi concebida e aplicada actualmente. A.M. de Jesus Paulo realizou uma interessante caracterização das particularidades socioeducativas fundamentais desta instituição. Entre outros aspectos, assinala que no modelo do profissional vigente “…a missão social é o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, da investigação científica e a prestação de serviço à comunidade, através da promoção, difusão, criação e transmissão da ciência e da cultura” (2015:49). 28

EDUARDO CASSINDA JOÃO A escola deve preservar, desenvolver e promover a cultura, 29 contribuir para uma formação científico-investigativa desde o processo de ensino-aprendizagem na sua inter-relação com as demais funções profissionais, onde tanto professores como estudantes, assumam a investigação como uma função profissional pedagógica e indaguem os problemas pedagógicos que se lhes apresentem para que estes processos tenham um impacto no âmbito social. Os estudantes que se formam na escola provêm de diferentes zonas, algumas afastadas do Kuíto (capital da província Bié). Como traços significativos estão que são de diferentes estratos sociais, provêm de escolas de ensino médio e têm diferentes níveis de desenvolvimento social e académico. É muito importante, na opinião do autor deste livro, revelar para que contexto social deve ser preparado este futuro profissional. O curso tem a responsabilidade de se formar para assumir as exigências deste meio. Na província do Bié e em particular na sua Escola Superior Pedagógica, há características comuns e diferentes, ao mesmo tempo, nas comunidades e nas famílias. Uma particularidade que torna necessário e ao mesmo tempo complexo o trabalho que deve realizar este profissional é a diversidade cultural, étnica, as diferenças marcadas entre as famílias, o nível cultural destas, as características dos seus rendimentos no plano económico, a situação de saúde e higiénico-sanitária, o índice de dependência do álcool, do tabaco e das drogas, a prevalência do VIH-SIDA, os índices de morbilidade, o aproveitamento escolar, os níveis de escolaridade são baixos e em geral, a qualidade de vida das comunidades e das famílias têm indicadores muito inferiores também. Uma das situações mais significativas é a deserção escolar, o que está associado às necessidades económicas das famílias, que leva a que muitas decidam que seus filhos trabalhem e não

EDUARDO CASSINDA JOÃO estudem, o número de famílias disfuncionais e a sua influência na educação dos filhos. É essencial no perfil profissional a abordagem profissional pedagógica no desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia. Especialistas no assunto consideram que “A profissão pedagógica é caracterizada essencialmente por um entre jogo psicológico com fins educativos, em que os professores trabalham pedagogicamente uma realidade governada por leis psicológicas. No desenvolvimento dos processos educativos há factos que são de natureza francamente psicológica e que é necessário identificar e compreender, pois constituem causas e consequências do acto educativo. De modo que há realidades educativas que não podem ser transformadas à margem do que aborda a ciência psicológica” (Álvarez, L., Martínez, M.R. e Parra, I., et al., 2015:45). A ideia acima revela a relação entre o psicológico e o pedagógico que, segundo o autor deste livro, é essencial na formação do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia e deve conduzir ao aperfeiçoamento do desenho curricular deste curso a partir de seu perfil profissional. Este aperfeiçoamento implica novas metas a alcançar nas qualidades da personalidade deste profissional e na formação de valores, entre outros; no entanto, no contexto angolano não se conseguiu mobilizar realmente os mecanismos necessários para que em sua formação seja obtida a preparação psicológica e pedagógica necessária neste curso. Segundo Álvarez, L., Martínez, M.R. e Parra, I. e outros (2015), já referidos anteriormente, o profissional da educação deve compreender que o seu trabalho se baseia fundamentalmente nas relações interpessoais a partir das suas condições pessoais e profissionais, entendendo a educação como um processo no qual deve assumir funções de direcção e coordenação; enquanto, mediador entre o estudante e o acervo cultural 30

EDUARDO CASSINDA JOÃO acumulado pela sociedade em um momento histórico 31 concreto. Esta ideia é partilhada pelo autor deste estudo que a considera fundamental, dado o papel de mediador que desempenha, também, o psicólogo e o vínculo necessário a alcançar no seu processo de formação entre o pessoal e o profissional. Se concebe que o psicólogo é um profissional da educação e que em seu desempenho deve demonstrar não só o domínio de todas as cadeiras de carácter psicológico, mas também das relações pedagógicas e das relações entre as duas cadeiras científicas. Compartilhe-se plenamente a cultura psicopedagógica da qual se apropriará o futuro Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia deve articular-se com a finalidade e os objectivos do trabalho profissional na instituição educativa e entre estes conteúdos são muito importantes os relativos ao diagnóstico, planeamento, orientação, Execução e controlo dos processos educativos conducentes à formação e ao desenvolvimento da personalidade. A realidade social angolana exige, na actualidade, renovações inadiáveis no trabalho de educação, e que ciências como a psicologia e a pedagogia, coloquem à disposição do futuro profissional, conteúdos suficientes e integradores que permitam potenciar mudanças para que esteja em condições de introduzir as transformações necessárias nos processos educativos que dirige. A concepção com a qual, na actualidade, se desenham, executam e avaliam os planos e programas de formação do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia na Escola Superior Pedagógica do Bié, não segue esta linha de pensamento, já que do ponto de vista pedagógico e psicológico ainda não se trabalha desde o teórico e o prático para conseguir uma maior relação entre o cognitivo e o afectivo, entre o instrutivo e o educativo.

EDUARDO CASSINDA JOÃO D. Castellanos e um colectivo de autores, levantam questões interessantes sobre o papel da Psicologia no estudo do ser humano. A este respeito, indicam que “… no universo das manifestações humanas que se produzem no processo de interacção entre o homem e seu mundo, sempre constituíram fontes de interesse um grupo de questões: como o homem pode conhecer o mundo que o rodeia? Como pode conhecer-se a si mesmo? Por que as mesmas circunstâncias ou acontecimentos provocam estados e respostas diferentes nas pessoas? Como explicar que o homem consiga criar algo novo? o que o impulsiona a actuar? A lista de perguntas seria praticamente interminável, pois o homem, desde o seu início, formulava-se estas interrogações e abordou as possíveis soluções para elas. Ao mesmo tempo, surgiram novas inquietudes com respeito a seu mundo espiritual. O aprofundamento e ampliação nos horizontes do saber sobre esta esfera do conhecimento incitou e conduziu a um avanço cada vez maior no estudo sobre este importante aspecto da existência humana: sua psique” (1995:3). As reflexões anteriores têm um significado de importância singular neste tema de investigação, pois cabe à psicologia explicar todas estas perguntas e consequentemente, em seus vínculos com a pedagogia, o desenho curricular deve expressar estas concepções sobre o ser humano e sua educação. Em especial, no curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia da Escola Superior Pedagógica do Bié, que tem um perfil pedagógico, é vital que se reconheça com maior força e amplitude o papel que devem desempenhar a Psicologia e a Pedagogia. Na opinião do autor deste livro, os conteúdos psicológicos e pedagógicos e suas relações nunca serão suficientes para que o futuro profissional, actue eficientemente diante da diversidade de situações educativas às que se enfrentará, 32

EDUARDO CASSINDA JOÃO tanto na sua prática pedagógica durante o curso como no seu 33 desempenho uma vez graduado e nas suas inter-relações em relação à prática; por conseguinte, trata-se de uma exigência da formação deste profissional, alargar e aprofundar cada vez mais os conteúdos de ambas as ciências. Ao dizer de Alvarez, L., Martínez, M.R. e Parra, I. e outros (2015), a complexidade inerente à realidade educativa é tal, que sua diversidade é infinita. Isto supõe fazer ver, aos futuros Licenciados em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, durante toda sua formação, a necessidade da busca de informação, da superação permanente e da investigação da sua prática, como única solução viável para esta problemática. J. Chávez (2007) observa que cada educador apoiado na ciência e na técnica recria o acto educativo, de acordo com as circunstâncias, as que não podem ser totalmente pré-estabelecidas. Não podem existir técnicas rígidas e formais para ensinar, pois o professor recria em cada aula, de acordo com seu tacto pedagógico as estratégias didácticas que utilizará cada dia. Não existe o manual do professor perfeito. Este especialista assinala que o professor escreve seu próprio manual, que contém as tácticas para essa determinada circunstância e que não devem ser feitas referências a pautas para ensinar, nem a princípios mágicos que sirvam para todos. As considerações acima são válidas para o futuro Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, que deverá enfrentar diversas situações, que talvez nunca teve antes de si durante os estudos na carreira; embora isso não signifique que não seja preparado o mais integralmente possível. Por outro lado, a citação é recorrente na ideia de que se devem ligar os conteúdos psicológicos e pedagógicos no exercício de tão importante profissão, tal como se concebe pelo autor deste livro.

EDUARDO CASSINDA JOÃO Toda mudança real no domínio de uma cultura psicopedagógica, ao dizer de Álvarez, L., Martínez, M.R. e Parra, I. e outros (2015) implica modificações em outros aspectos da personalidade: no intelectual, motivacional, atitudinal, ético, entre outros, que devêm crescimento pessoal. A essência da função profissional do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia é a formação e o desenvolvimento da personalidade dos educandos e; portanto, um verdadeiro crescimento profissional deve estar unido ao humano. A formação do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia deve promover uma reanálise permanente dos seus modos de agir, das motivações, das atitudes e das concepções sobre o trabalho educativo, aspectos que também integram a cultura psicológica e pedagógica como parte da auto-regulação à qual se aspira no seu modo de actuação profissional. O autor desta investigação também compartilha o critério de Álvarez, L., Martínez, M.R. e Parra, I. e outros (2015) quando analisam as particularidades que caracterizam a formação de profissionais da educação e ao contextualizá-las à carreira de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia considera o seguinte: • O futuro Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia tem permanentemente frente a si, com o professor, um modelo de desempenho do qual deve apropriar-se. A personalidade do professor formador é ao mesmo tempo conteúdo e meio do processo de ensino e aprendizagem. Os métodos e procedimentos utilizados são também o conteúdo deste mesmo processo. • A formação deste graduado exige a aplicação da abordagem profissional desde o seu início, e neste caso é pedagógico; portanto, todas as situações do processo, em qualquer das cadeiras e disciplinas que são ensinadas no 34

EDUARDO CASSINDA JOÃO currículo têm uma ligação directa com o psicopedagógico. 35 Isto pressupõe que todos os que formam professores sejam portadores destes conteúdos, ainda que não os expliquem, professam-nos no seu desempenho profissional quotidiano e também, de certa forma, na sua actuação pessoal. • Uma vez apreendidos, constituem instrumentos para o de sempenho profissional eficiente e têm, além disso, um importante impacto na vida pessoal do estudante, contribuindo para o desenvolvimento de seus processos de auto-conhecimento, auto-avaliação e auto-regulação. Como se pode ver nas ideias anteriores, a abordagem profissional pedagógica é inerente à formação do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia e sem ele seria impossível que este se forme com um perfil amplo, por isso deve reflectir-se no desenho do currículo de sua formação. A falta de uma visão integral é o que tem estado presente como insuficiência essencial na concepção vigente do perfil profissional do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia na instituição na qual se desenvolveu este estudo, dado que se subvalorizou ou omitiu, em sua real dimensão, o pedagógico; em seus nexos indissolúveis com o psicológico. Embora as investigações em Angola sobre este tema não sejam abundantes, são interessantes os critérios da especialista F. Tchimuma (2010) que propõe que a essência do profissional da educação é a formação e o desenvolvimento da personalidade dos estudantes. A respeito assinala que este profissional é o criador de uma nova imagem do ser humano como um autêntico artista, pintor ou músico. Os critérios acima são compartilhados e considerados válidos para a formação do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, tal como se concebe nesta obra, por sua função eminentemente humanista. Da mesma forma,

EDUARDO CASSINDA JOÃO assume-se o critério de F. Tchimuma (2010), quando propõe que a abordagem profissional pedagógica se concretize nos objectivos, nos conteúdos, nos métodos, nos meios, na avaliação e na prática profissional do psicólogo. Os fundamentos expostos, especificamente os referentes ao desenho curricular e ao perfil do profissional, juntamente com a experiência do autor deste livro no seu desempenho no curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, foram essenciais para definir o que considera como redimensionamento do perfil do profissional do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia: É o processo projectivo mediante o qual se repensa a concepção da formação profissional do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia com uma visão mais integral que implica o diagnóstico da realidade socioeducativa e de formação no curso e amplia as suas funções profissionais para que não exerça apenas como docente, mas também, realize orientação educativa, assessoria, investigação-superação para dar resposta às necessidades educativas dos diferentes níveis de ensino e do contexto onde se insere uma vez formado. Esta definição inclui duas arestas fundamentais na concepção do perfil do profissional no desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia: o contexto e a formação. A ligação entre estes dois aspectos é essencial. Da sua adequada relação deriva a pertinência das mudanças que se introduzem na formação do profissional. Para isso, é indispensável a preparação de dirigentes e professores, que são os que, a critério deste autor, conceberão e aplicarão as transformações que devem ser introduzidas no currículo do curso. A operacionalização que se realizou desta variável, para seu estudo, aprofundamento e para contribuir com um proceder metodológico que contribua para sua compreensão, permite identificar os indicadores fundamentais a ter em conta para 36

EDUARDO CASSINDA JOÃO o redimensionamento do perfil do profissional no desenho 37 curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, estes são: Dimensões e indicadores Primeira dimensão: o contexto. Indicadores: a) Possibilidades oferecidas pelo perfil profissional para o trabalho comunitário. b) Potencialidades do perfil profissional para a atenção educativa à família. c) Potencialidades oferecidas pelo perfil profissional para se inserir nas instituições educativas. Segunda dimensão: a da formação. Indicadores: a) Concepção expressa nos processos substantivos. b) Preparação oferecida para fazer um diagnóstico da rea lidade socioeducativa. c) Integralidade como qualidade para o desempenho das funções profissionais. O contexto como dimensão inclui, na opinião deste autor, as exigências sociais e concretiza-se em três aspectos de suma importância: a comunidade, a família e a instituição educativa. Estes constituem uma trilogia inseparável, constituem o cenário onde se deve desempenhar o futuro Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia. O domínio de cada um destes três aspectos separadamente, não é o que lhe permite um desempenho verdadeiramente eficiente, torna-se imprescindível que domine as suas particularidades e que, ao mesmo tempo, seja capaz de estabelecer as relações necessárias entre estes três ambientes para poder agir em conformidade com as necessidades reais dos sujeitos das instituições educativas em que trabalha. São numerosos os aspectos que são abordados na literatura em relação à comunidade. Entre estes encontra-se a sua definição,

EDUARDO CASSINDA JOÃO na qual se dá maior ênfase a certos aspectos, em função do objectivo fundamental do estudo que Faça ou da disciplina a partir da qual se realiza ou dirige esse estudo. Segundo H. Arias (1995), a psicologia comunitária e a sociologia das comunidades, entre outros ramos do saber, referem-se a um sistema de relações psicossociais, a um agrupamento humano ou a um espaço geográfico. Este especialista considera que a definição de comunidade, em sentido geral, pode ser diferenciada pelo peso que lhe é atribuído a elementos estruturais ou funcionais, ou a ambos. O conceito comunidade também é usado para se referir a um sistema de relações sociopolíticas e económicas, fisicamente determinadas e com identidade definida, a um modo de assentamento humano (urbano ou rural) onde os seus residentes têm características sociopsicológicas semelhantes no seu sistema de relações e ao conjunto das pessoas que habitam numa determinada zona, regida por uma direcção política, económica e social; própria ou centralizada, que fazem vida comum mediante seus relacionamentos. Um dos elementos estruturais mais importantes é a demarcação da comunidade, a definição de sua extensão, seus limites. Neste contexto, são utilizados critérios diferentes. Pode-se considerar um grupo, um bairro, uma cidade, uma nação ou um grupo de nações, dependendo dos interesses da classificação que se assuma. Segundo H. Arias (1995), num sentido amplo, o conceito de comunidade é usado para nomear unidades sociais com certas características sociais que lhe dão uma organização dentro de uma área determinada. Como já foi dito, outro contexto de actuação profissional de singular importância para o futuro Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia é a família. Segundo P. Arés (2002), a família como objecto de investigação científica, supõe a solução de um conjunto de 38

EDUARDO CASSINDA JOÃO problemas teóricos e metodológicos que dificultam o seu 39 estudo. Para esta especialista, os psicólogos e sociólogos da matéria valorizam altamente a família para o desenvolvimento da personalidade e assinala que embora existam contribuições neste sentido, são ainda insuficientes, aspecto que o autor desta obra partilha, pois como assinala esta investigadora é pobre o sistema teórico que explica a dinâmica interpessoal da família, neste caso, esta particularidade se dá em Angola. Alguns dos problemas de ordem teórico-metodológico mais importantes para o estudo familiar, segundo a autora citada anteriormente, são os que devêm do próprio termo família; ou seja, o que deve ser considerado como família, são insuficientes os trabalhos que conceptualizam o termo, essa insuficiência está presente, também, no contexto angolano. P. Arés (2002) expõe a definição estrutural de família como agrupamento de três critérios diferentes: o consanguíneo, o habitacional e o afectivo. Destes se distinguem três conceitos fundamentais, bem delimitados por esta autora: famílias, são todas aquelas pessoas com vínculos conjugais ou consanguíneos; famílias, são todas aquelas pessoas que coabitam sob um mesmo teto, unidos por constantes espaços-temporais; famílias, são todas aquelas pessoas que têm um núcleo de relações afectivas estáveis. O principal, neste caso, é o grau de intimidade e estabilidade dos nexos afectivos. Os problemas da comunidade e da família não são universais, segundo o autor deste estudo, ambos estão marcados pelas particularidades do contexto e têm um sustento importante na cultura dos povos, localidades, grupos e indivíduos. Na determinação dos conflitos comunitários e familiares, actuam factores, tanto socioeconómicos, culturais como de carácter individual. Indiscutivelmente, nestes três contextos, não há prioridade de um sobre outro; todavia, um papel essencial tem a instituição educativa, ao ser desde onde este profissional se forma e exerce

EDUARDO CASSINDA JOÃO suas funções profissionais com o educando, o sujeito em que deve ter uma sede mais sistemática. Em qualquer instituição educativa, do nível de ensino que seja, na qual se insere o Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, tanto em sua prática laboral durante a formação no curso como uma vez graduado, deve estar preparado para diagnosticar e intervir nestes três contextos e para desempenhar as suas funções profissionais de docência, de trabalho metodológico, de orientação, de assessoria, de investigar, superar outros profissionais e auto-superar. A segunda dimensão é vista desde os processos substantivos, desde a preparação em sua integralidade. Reconhecem-se como processos substantivos a formação, a investigação e a extensão, reconhecidos em outros contextos de outras regiões do mundo, que possuem uma ampla experiência em matéria de formação de profissionais. A instituição educativa formadora, como contexto de actuação profissional, é concebida desde uma concepção ampla, dado que abarca a instituição formadora e se estende às instituições educativas dos diferentes níveis de ensino, nas quais o futuro profissional realiza a sua prática durante o curso e onde se insere uma vez formado; tudo isto constitui-se num aspecto básico para a integralidade que se deseja na formação. Os processos substantivos requerem uma sólida preparação pedagógica e psicológica dos professores do curso que conduzem o processo de formação profissional do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, do desenvolvimento de habilidades profissionais pedagógicas, um elevado nível de preparação do corpo directivo da instituição e um nível de exigência no processo de formação profissional à altura do perfil amplo deste futuro graduado. É importante significar que a Escola Superior Pedagógica de Bié, como contexto profissional deve caracterizar-se, segundo 40

EDUARDO CASSINDA JOÃO o ponto de vista do autor desta investigação, por ser um 41 modelo de actuação de todos seus dirigentes e professores para o futuro Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia. Isto significa coerência, entre o que se diz e o que se faz e, portanto, que este centro seja uma referência para o profissional em formação. Sobre os processos substantivos, P. Horruitiner (2006) afirma que são indispensáveis para estruturar no seu interior a formação, a sua integração permite dar resposta plena à missão da instituição que forma os profissionais. Este especialista, estudioso do tema da formação profissional, expressa que uma primeira reflexão pode levar a pensar que a cada um destes processos corresponde, de modo biunívoco, uma das acções ou funções, precisadas na missão da instituição formadora. Em consonância com isso, assinala que é necessário associar a ideia de preservar a cultura com o processo de formação, a de desenvolvê-la com o de investigação e a de promovê-la com o de extensão. Este é um critério de alto valor teórico e metodológico pela sua clareza para ver o papel de cada processo e suas relações. P. Horruitiner (2006) considera que na formação há um processo evidente de preservação da cultura, que sem investigação não há formação real possível e que a extensão universitária é também consubstancial ao processo de formação desenvolvido, sem isso não se pode alcançar esse objectivo. Este investigador considera que a integração dialéctica dos três processos substantivos acima mencionados constitui a garantia do cumprimento da missão da instituição universitária. A formação como processo, por meio das cadeiras e disciplinas preserva a cultura a partir da incorporação do sistema de conhecimentos, hábitos, habilidades, normas de relação com o mundo e experiências da actividade criadora.

EDUARDO CASSINDA JOÃO É necessária uma actualização permanente dos planos e programas para que a formação esteja em consonância com as mudanças que ocorrem na ciência. A investigação como processo tem como base a cultura existente, produtora de novos conhecimentos e favorece o desenvolvimento social e individual da personalidade do futuro graduado. Por isso, desde os primeiros anos deve estar presente esta formação que é a que propicia a apropriação do método científico por parte do futuro profissional. A extensão refere-se aos resultados da ciência e da tecnologia. Deve impactar na comunidade e na sociedade em geral, por isso é o processo que permite a projecção da profissão à sociedade. Nos processos substantivos que se dão na dinâmica universitária intervêm como sujeitos os estudantes, os professores, o pessoal administrativo, e as autoridades, numa complexa rede de relações sociais, em vínculo permanente com a comunidade, com o meio social. As funções profissionais do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, a docente- metodológica se refere ao planeamento, a organização, a execução e a avaliação do processo de ensino-aprendizagem na carreira, tendo em conta as necessidades e potencialidades dos contextos e dos sujeitos que participam no processo formativo. Inclui o desenho de estratégias educativas para a atenção à diversidade, a partir dos resultados do diagnóstico integral dos sujeitos, a preparação metodológica para aperfeiçoar o trabalho educativo e fortalecer a formação integral dos estudantes, a selecção e utilização de métodos que potenciem um processo de ensino-aprendizagem desenvolvedor. Esta função exige a concepção de meios e materiais de apoio para o trabalho educativo em função das necessidades de cada contexto de acção, utilizando as tecnologias de informação e da comunicação, o controlo do processo e o resultado da 42

EDUARDO CASSINDA JOÃO aplicação das estratégias educativas e o acompanhamento 43 de maneira diferenciada aos estudantes com necessidades educativas especiais, para sua incorporação efectiva na escola regular. A função de orientação educativa está em consonância com a necessária relação de ajuda para proporcionar aos estudantes e aos sujeitos ligados à sua formação e ao seu pleno desenvolvimento, com o diagnóstico integral do qual se deve partir por directivos e professores para o trabalho educativo e com a determinação dos factores que intervêm nas situações que se apresentam no processo educativo nos diferentes contextos em que desempenha o Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia. A função de investigação-superação permite a identificação de problemas da realidade, utilizando o método científico, bem como métodos e técnicas para o diagnóstico integral nos diferentes contextos de actuação. É muito importante a participação do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia em investigações pedagógicas, psicológicas e em projectos de pesquisa de melhoramento humano. A avaliação crítica e a utilização dos resultados da investigação e da superação propiciam um trabalho educativo eficiente. Para que o Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia é formado adequadamente nesta função, é vital que se treine na elaboração de relatórios valorativos dos resultados do trabalho educativo e científico que servem de base ao trabalho de dirigentes e educadores nos contextos em que realiza sua prática pedagógica. Um aspecto importante, também, é a divulgação dos resultados em eventos científicos, a introdução dos resultados da investigação no contexto educativo e noutras instituições sociais em função do aperfeiçoamento do trabalho educativo. É importante a determinação, pelo Licenciado em Ciências

EDUARDO CASSINDA JOÃO Pedagógicas na Especialidade de Psicologia, das necessidades de preparação e superação dos dirigentes e professores, a partir da identificação dos problemas da sua prática pedagógica, utilizando as técnicas e os métodos psicopedagógicos, bem como os recursos tecnológicos à sua disposição. Outra função chave no perfil profissional do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia é a assessoria aos dirigentes e professores em diversas áreas do cognitivo e do afectivo motivacional. A atenção à diversidade dos educadores e educandos sobre a base do diagnóstico integral e as exigências do trabalho preventivo, a aplicação de estratégias de orientação psicopedagógica em correspondência com as necessidades sociais, Os interesses e as possibilidades dos diferentes sujeitos e contextos em que se desempenha. O desenvolvimento de uma comunicação que lhe permita criar um clima de confiança, respeito, cortesia, crítica construtiva e ajuda mútua em atenção às problemáticas educativas dos diferentes sujeitos e contextos em que se desempenha, são aspectos incluídos na função de assessoria. A assessoria a dirigentes e professores nas técnicas de estudo para o aperfeiçoamento do trabalho educativo em geral, e do processo de ensino-aprendizagem são parte importante, também, desta função. Uma vez explicadas as duas dimensões construídas, com seus respectivos indicadores, na rubrica seguinte, expõem-se os critérios assumidos para analisar os fundamentos gerais para uma concepção teórico-metodológica para o redimensionamento do perfil do profissional no desenho curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia da Escola Superior Pedagógica do Bié da República de Angola. 1.4. Uma aproximação aos fundamentos teóricos gerais de uma concepção teórico-metodológica para o redimensionamento do perfil profissional no desenho 44

EDUARDO CASSINDA JOÃO curricular do curso de Licenciatura em Ciências Pedagógicas 45 na Especialidade de Psicologia. A palavra concepção tem a sua origem no latim; do étimo, conceptio, -õnis, que significa acção e efeito de conceber (DRAE, 2001). A.Valle considera que a concepção “…está ligada aos conceitos essenciais ou categorias, mas além de os conter nela explicitam-se os princípios que a sustentam, o ponto de vista ou de partida que se assume para a elaboração das categorias ou marco conceitual, assim como uma caracterização daqueles aspectos transcendentes que sofrem mudanças, explicitando os mesmos” (2007:26). No que diz respeito ao teórico, segundo (DRAE, 2001), provém do latim theoricusy este do grego oewpikc, que pertence ou é relativo à teoria, que significa conhecimento, série das leis que servem para relacionar determinada ordem de fenómenos, hipótese cujas consequências se aplicam a toda uma ciência ou a parte muito importante dela. Como parte do critério deste dicionário, aprecia-se a relação que estabelece entre o teórico e aquelas categorias, leis, princípios, entre outros aspectos, que permitem a denominação e delimitação dos processos, factos ou fenómenos que se estudam. M.M. Rosentaly P. Iudin, no dicionário filosófico, propõem que uma teoria é entendida como um sistema de conhecimento generalizado, explicação sistemática de certos aspectos da realidade. Ela constitui um reflexo e uma reprodução mental, ideal da verdadeira realidade” (1985:451). Também interpretam as concepções teóricas como “…sistema de ideias, conceitos e representações sobre um aspecto da realidade ou toda ela, abrangendo desde as filosóficas gerais até as científicas naturais” (1985:75). Estas ideias que contribuem, tanto DRAE (2001), como M.M. Rosental e P.Iudin (1985), embora expressas de diferentes maneiras, em essência, têm pontos comuns e não

EDUARDO CASSINDA JOÃO contraditórios entre si. Neste sentido, o carácter sistémico das concepções teóricas, combinam o conceitual com as características dos objectos ou fenómenos que se representam, e as relações sistémicas entre os seus componentes estão representadas tanto no seu conteúdo como na sua forma de estruturação (Canto, C.,2000; Moreno, M.J., 2004). O autor deste livro compartilha o critério acima levantado por considerar que proporciona uma visão integral das concepções teóricas, exigência muito necessária para o estudo de qualquer fenómeno ou processo que requeira do carácter sistémico. Por isso, no âmbito da educação, da investigação educativa e, em particular, dos processos e fenómenos que são essencialmente, de tipo qualitativo e subjectivo, torna-se ainda mais necessária a abordagem sistémica. No que se refere ao metodológico, é um adjectivo pertencente ou relativo à metodologia. Esta última provém do grego μéØooʕ método, e lógia, que significa: ciência do método, conjunto de métodos que se seguem numa investigação científica ou numa exposição doutrinal (DRAE, 2001). A. Valle, também propõe que é indispensável a relação entre o teórico e o metodológico e enfatiza que uma concepção metodológica “…está ligada à explicação do ponto de vista ou de partida que se assume para analisar o objecto ou fenómeno em estudo, e nesta base devem ser dados os conceitos essenciais ou categorias de partida, bem como os princípios que a sustentam, e uma caracterização daqueles aspectos transcendentes que sofrem mudanças, explicitando os mesmos”(2007:26). O autor do presente estudo considera que para o tema que se trata, deve ser enriquecido com os aspectos próprios dos processos que se estudam para que seja devidamente contextualizado. Neste caso, serão incluídos na proposta 46

EDUARDO CASSINDA JOÃO apresentada no capítulo dois, os elementos próprios da 47 teoria curricular, especificamente do desenho curricular e do perfil do profissional que se consideram fundamentais para a formação profissional do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia. O autor L. Pérez define concepção teórico-metodológica como “…o processo de tomada de posição, selecção e localização teórico-prática coerente, para enfrentar o fenómeno objecto de estudo, tomando como exigências o saber (teoria) e o saber fazer (metodologia), ambos como elementos básicos para interligar o facto educativo desde as Ciências da Educação” (2009:35). Para este estudo assumiu-se a definição fornecida por M.V. Chirino e um colectivo de autores que defendem que uma concepção teórico-metodológica “Constitui uma forma de organização sistémica do conhecimento científico que, fundamentada nos resultados das ciências, fornece uma explicação particular do objecto de estudo e uma derivação metodológica orientadora para a prática. Suas potencialidades lógicas-gnosiológicas e metodológicas se concretizam em seus dois componentes essenciais: um teórico conceitual expresso mediante um sistema de ideias, conceitos e representações sobre um aspecto da realidade ou toda ela, e outro metodológico expresso em orientações ou acções metodológicas voltadas para a instrumentação da teoria” (2013:42). É uma definição integradora que tem como características essenciais as seguintes: é contextualizada, desenvolve-se por etapas, responde a um modelo, tem componentes e inclui métodos e técnicas, visa a resolução de problemas e fornece variáveis e indicadores, procedimentos e orientações metodológicas. A concepção teórico-metodológica, nesta investigação, concretiza-se no perfil profissional do Licenciado em Ciências-

EDUARDO CASSINDA JOÃO Pedagógicas na Especialidade de Psicologia e exprime-se no desenho curricular deste curso. Assume-se o termo concepção teórico-metodológica formado por um componente teórico e outro metodológico, ambos com aspectos bem delimitados e por sua vez as relações que entre estes se estabelecem. Os conteúdos tratados neste capítulo expressam os fundamentos teóricos e metodológicos que assume o autor; portanto, constituem o ponto de partida para a proposta de concepção teórico-metodológica com o propósito de redimensionar o perfil profissional do Licenciado em Ciências Pedagógicas na Especialidade de Psicologia no desenho curricular deste curso que serão analisados no segundo capítulo. INTRODUÇÃO 48


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