ANTONIO PIzzONIA Dono de um dos melhores currículos em categorias de só que a experiência do amazonense na equipe da ford base, antonio Pizzonia foi a grande jovem esperança brasi- durou apenas 11 provas. as coisas haviam ficado difíceis para leira no começo da década de 2000. em interlagos, duran- ele desde a demissão de niki lauda, que havia o contratado, e te etapa da f-3000 internacional, ele chegou a liderar por de outros 85 funcionários. depois do gP da inglaterra, o piloto 20 voltas sua primeira prova na categoria e no autódromo foi obrigado a abandonar o barco também. paulistano. embora tenha recebido a bandeirada final em nono, causou ótima impressão inicial, que se transformaria retornou à Williams em 2004, como piloto de testes, e en- em frustração nos anos seguintes. trou no lugar de ralf schumacher após acidente do alemão em indianápolis. nas quatro etapas das quais participou, mar- Pizzonia veio ao mundo em 11 de setembro de 1980, em cou seis pontos. Pizzonia prosseguiu como piloto de testes manaus, e disputava corridas na infância como forma de se di- da Williams em 2005 e pôde disputar mais cinco etapas, as vertir aos fins de semana. antes de ganhar um kart, aos oito ou últimas do campeonato, já que nick heidfeld havia ido embora nove anos, só queria saber de futebol. como no amazonas só junto com a BmW, e somou mais dois pontos. havia pistas improvisadas, teve de ir a são Paulo para competir de fato, começou a levar mais a sério o automobilismo e logo S Pizzonia com a Williams no GP Brasil de 2005 de cara levou o título da categoria júnior menor do Paulista. apesar de tudo isso, não conseguiu mais tornar-se titular o bom desempenho culminou na conquista do Brasileiro em na fórmula 1. recorreu, então, à champ car em 2006. tentou farroupilha, no rio grande do sul, em 1996, seu último ano no kart. trilhar uma volta em direção à f-1 na gP2, mas não foi bem- sucedido. acabou indo parar na stock car e na f-superliga. a partir daí, a carreira de Pizzonia teve uma ascensão meteó- rica. em 1997, foi campeão britânico do festival de inverno da f- atualmente, seu personagem em vídeos do Youtube, o Vauxhall Júnior e foi vice-campeão britânico da própria f-Vauxhall slash, faz mais sucesso que seu desempenho nas pistas. an- Júnior, da qual levaria o título em 1998. Um ano depois, foi vice tonio Pizzonia é pai de uma filha, fruto de seu relacionamento da f-renault europeia e triunfou na divisão inglesa, o que lhe deu com a atleta maurren maggi. uma chance de pilotar um carro da Williams f-1. em 2000, conquistou a taça da prestigiada f-3 inglesa e voltou a pilotar um fórmula 1, agora o da Benetton e por mais dias — nove ao todo. sem ainda estar pronto para ingressar na categoria máxi- ma do automobilismo, optou por disputar a f-3000 em 2001. o piloto da Petrobras Júnior foi relativamente bem, venceu uma etapa e terminou o campeonato como o sexto mais bem classificado. nessa mesma época fez testes pela arrows e no- vamente pela Williams. não conseguiu ser tão competitivo em 2002, ainda na f-3000 internacional, mas seus testes na f-1 prosseguiam a todo vapor. Passou o ano trabalhando para frank Williams e então ingressou na Jaguar, pela qual estrearia na categoria em 2003. 101
PILOTOs ALAIN PROsT Dentre as 51 vitórias na Fórmula 1, alain Prost con- primeira vez em 1988. Já no ano seguinte, uma batida quistou cinco e o apelido de “rei do rio” quando os gPs entre eles na chicane do autódromo de suzuka, no Ja- em território nacional eram disputados no autódromo de pão, deu o tricampeonato ao francês. À época, a riva- Jacarepaguá. lidade entre os dois era das mais ferrenhas da história Já na volta da modalidade a interlagos, em 1990, o do esporte, levando Prost a mudar para a ferrari em tetracampeão mundial (1985, 1986, 1989 e 1993) ganhou 1990. Venceu cinco corridas, mas a história se repetiu: apenas uma vez, justamente no ano do bicampeonato de uma nova batida entre os rivais logo depois da larga- seu arquirival ayrton senna. Porém, o francês ainda é, da no gP do Japão decidiu o título. desta vez, porém, com seis triunfos, o maior vencedor do gP Brasil — mi- para senna. foi demitido após duras críticas à equipe chael schumacher é dono de quatro conquistas. italiana, passou 1992 descansando e voltou a correr a batida entre senna (terceiro colocado) e o piloto sa- pela Williams só em 1993. toru nakajima provocou o adiamento da primeira vitória com sete triunfos e um carro infinitamente superior do brasileiro e abriu caminho para a primeira do “Profes- aos demais, Prost chegou com folga ao quarto título mun- sor” pela ferrari no autódromo paulistano. conseguiu o dial. Porém, o interesse de sua equipe por ayrton sen- feito de forma tranquila — esse estilo de guiar, sem maio- na para o campeonato do ano seguinte fez com que ele res riscos, mas eficiente em sua época, foi também uma procurasse outros caminhos. Participou de testes com a das razões para a alcunha. mclaren, mas decidiu ser comentarista da tV francesa, contudo, sua reputação era a de um adoles- além de embaixador da renault, no ano da morte cente um tanto rebelde quando começou de seu principal adversário. no kart. nascido em 24 de fevereiro de deixou esse cargo após não conse- 1955, o garoto que tinha trocado o guir um acordo com uma fornecedo- sonho de ser jogador de futebol ra de motores e passou a traba- pelo de piloto começou a cole- lhar como consultor da mclaren. cionar prêmios. em 1997, comprou a ligier e depois de conquistar os títu- mudou o nome da equipe para los na fórmula renaut em 1976 Prost, mas os carros não tive- e na fórmula 3 em 1979, Prost ram um bom desempenho nas estreou pela mclaren com um pistas. no final de 2000, ven- sexto lugar no gP da argentina deu parte das ações da equipe na f-1, em 1980. Já correndo pela para a família diniz. renault, conseguiu a primeira vitória Prost defendeu tanto interlagos no gP da frança, além dos triunfos na quanto Jacarepaguá na época da holanda e na itália, em 1981. Venceu no S Prost, que venceu em Interlagos, em 90 discussão entre os dirigentes para mu- Brasil e na África do sul em 1982. danças no calendário. os asfaltos irregulares apesar de faturar as corridas na frança, Bélgica, dos dois circuitos sempre foram motivo de descon- grã-Bretanha e Áustria, perdeu o campeonato para nel- fiança da federação internacional de automobilismo (fia) son Piquet por dois pontos em 1983. de volta à mclaren até os anos 1990. em diversas oportunidades, ele mini- em 1984, viu o título novamente escapar de suas mãos, mizou os problemas. dessa vez por apenas meio ponto, para o companheiro só recentemente o “rei do rio” revelou a jornalistas de equipe, niki lauda. finalmente foi campeão em 1985 que a aproximação com senna já vinha acontecendo um e, em 1986, chegou ao bi depois do duelo entre os cole- pouco antes do acidente fatal em imola. segundo ele, gas de Williams Piquet e nigel mansell, que favoreceram o senna chegou a lhe dizer que sentia sua falta nas pistas francês por se engalfinharem num duelo interno e, assim, e não tinha mais motivação para enfrentar os adversá- perderem pontos. rios da época. em 1987, venceu três corridas com um carro não Já Prost, na data em que o brasileiro completaria 50 mais tão competitivo antes da chegada de ayrton sen- anos, em 2010, disse que ninguém pode falar de ayr- na à mclaren. ton sem mencionar o nome dele e vice-versa. e acres- na disputa pelo lugar mais alto do pódio, o brasi- centou que a morte do brasileiro foi o final da própria leiro levou a melhor (8 a 7) e sagrou-se campeão pela história na f-1. 102
CARLOs REuTEmANN Um argentino tem em seu currículo três vitórias no Brasil entre suas 12 oficiais na f-1. trata-se de carlos reutemann, que, além dis- so, triunfou em interlagos, em prova amistosa, em 1972. ironia do des- S Reutemann, nos anos de Brabham tino, o piloto, no entanto, nunca venceu em casa. nascido em santa fé em 12 de abril de 1942, o segundo argenti- no mais bem-sucedido na f-1, somente atrás de Juan manuel fangio, começou a competir em 1965, na cidade de la cumbre (córdoba), a bordo de um fiat 1500. não demorou nem dois meses a vencer pela primeira vez na categoria. depois de ser campeão de turismo nacional, passou a correr de pro- tótipos, de mecânica argentina f-1 e participou de uma categoria interna- cional reservada para carros de f-2 em 1968, na própria argentina. então, em 1970, viajou à europa para integrar a equipe automóvel clube argentino, pela qual competiu na f-2 europeia. na temporada seguinte, tornou-se vice-campeão da categoria, apenas atrás de ron- nie Peterson, e recebeu um convite para disputar uma corrida amistosa de f-1 em Brands hatch. Um desempenho consistente lhe deu vaga na Brabham para ser companheiro de graham hill em 1972. em sua estreia oficial na f-1, no gP da argentina, assinalou logo de cara a pole position, à frente de Jackie stewart, mas foi o sétimo colo- cado na prova. Pouco mais de dois meses depois, o argentino foi companheiro de Wilson fittipaldi no gP Brasil, que ainda não valia pontos para o cam- peonato, e saiu de interlagos com a vitória após abandono de emer- son. também em 1972 sofreu um grave acidente durante testes no circuito de thruxton, na inglaterra, e precisou ficar afastado das pistas por alguns meses. reutemann demorou para voltar a vencer uma corrida oficial da f-1. levou para casa três vitórias em 1974, mas ainda tinha conquis- tado pouco na categoria em comparação com emerson fittipaldi, que naquele ano se tornaria bicampeão. tornou-se piloto da ferrari no gP da itália de 1976, já que a es- cuderia italiana tinha dúvidas sobre as condições de niki lauda após acidente na alemanha. mas o austríaco se recuperou e disputou prova em monza ao lado de clay regazzoni e reutemann. Pela ferrari, o argentino voltou a vencer em interlagos, desta vez de forma oficial, em 1977. assumiu a liderança na segunda metade da corrida e não saiu mais dela. também faturou o gP Brasil de 1978, em Jacarepaguá, mas sua melhor temporada na f-1 foi a de 1981, quando triunfou no rio de Janeiro e fechou o ano como vice-campeão pela Williams. reutemann, um rápido e cerebral piloto, deixou a f-1 em 1982, aventurou-se pelo campeonato mundial de rali e pelo mundo da po- lítica. foi governador da província de santa fé por duas vezes, de 1991 a 1995 e de 1999 a 2003, e atualmente está em seu terceiro mandato como senador federal. 103
PILOTOs ALEx DIAs RIbEIRO Diferentemente da maioria dos pilotos de destaque de era um dos quatro sócios. dos trabalhos e da convivência sua época, alex dias ribeiro não nasceu e não foi criado em na oficina mecânica surgiram outros dois pilotos de ponta: são Paulo. mineiro, nascido em 7 de novembro de 1948, foi nelson Piquet e roberto moreno. para Brasília aos sete anos de idade, junto com seus pais, e lá se interessou por automobilismo. a carreira de alex em monopostos começou na f-ford bra- sileira em 1971. o jovem promissor comprou um carro com a Quando a nova capital federal brasileira ficou pronta, em ajuda de seu pai e alguns amigos, destacou-se na categoria e 1960, foi realizada uma corrida como parte dos festejos de foi convidado para correr na equipe hollywood, que era a me- inauguração. alex foi, ficou encantado por aquilo e começou a lhor do Brasil. o habilidoso piloto tornou-se campeão em 1973, sonhar com uma carreira de piloto. todo ano, a partir de 1961, líder do ranking de competidores nacionais e foi apelidado de acompanhava ao lado da família os mil Quilômetros de Brasília “terror da f-3”. — e ficava feliz porque, naquela noite, tinha permissão para ficar acordado. seguindo o rumo natural, foi para a inglaterra em 1974 e, lá, foi vice-campeão da f-3. no ano seguinte, levou a taça europeia nessa época, passou a construir seus próprios carrinhos de f-3. Já na f-2 europeia, em 1976, foi cinco vezes ao pódio e de rolimã, com os quais disputava corridas na quadra onde terminou em quinto no campeonato. morava. Brasília já tinha uma cena forte de automobilismo, e os competidores locais juntavam-se a equipes de outras regiões alex avançou à f-1 ainda em 1976. Participou do gP dos para a disputa dos mil Quilômetros. isso deixava alex ainda estados Unidos, em Watkins glen, em outubro, pela hesketh. mais encantado já que, uma vez por ano, via os principais pilo- levando patrocínio da hollywood, fez a temporada completa tos do automobilismo brasileiro de perto. pela march em 1977, mas só conseguiu classificação para nove das 17 provas. foi duas vezes oitavo colocado. em in- depois da fase do rolimã, veio a da motocicleta, a do auto- terlagos, estava em 14º quando sofreu uma quebra de motor. rama... e, então, a vez dos carros de verdade. alex e sua turma faziam “pegas noturnos” nas ruas da capital. ele dirigia o fusca marcado por seus resultados com carros sofríveis, não 1964 de sua mãe. conseguiu continuar na f-1 em 1978, mas disputou a f-2 eu- ropeia e levou a etapa de nürburgring. Voltou à categoria máxi- mas chegou o dia em que alex e seus amigos se cansaram ma no ano seguinte, em 1979, pela copersucar, mas tentou se de depender de carros de familiares para competir. decidiram, classificar para duas provas e não conseguiu. então, construir um protótipo. o já experiente piloto voltou ao cenário brasileiro nos anos foram montando um bólido a partir dos restos do fusca 1980. esteve no campeonato Brasileiro de marcas, na f-ford acidentado do senhor ribeiro e de algumas peças que cole- brasileira novamente e na f-3 sul-americana. em meados dos tavam no ferro-velho onde faziam um curso de mecânica. o anos 1990, voltou à f-1, mas em outra função: piloto do carro resultado, um verdadeiro frankenstein, foi apelidado de “Pati- médico, braço direito de sid Watkins. nho feio”. feio, estranho, mas veloz: a estreia foi com uma segunda posição nos 500 Quilômetros de Brasília. alex dias ribeiro, que disputou o gP Brasil em interlagos em 1977, também é conhecido por seu trabalho como funda- foi nessa época que foi criada a camber, da qual alex dor e diretor do grupo atletas de cristo. 104
RICARDO ROssET Ricardo Rosset entrou na Fórmula 1 em uma fase negati- o ano de 1995 foi o mais importante da carreira de rosset. va para pilotos brasileiros, após a morte de ayrton senna. era Vice-campeão da f-3000, a categoria de base da f-1 na épo- uma época em que interlagos vivia um clima depressivo mes- ca, atribuiu o fato de não ter levado o título ao seu desconhe- mo durante a realização de gPs Brasil. correndo por equipes cimento das pistas. Vincenzo sospiri, o campeão, já corria na pequenas, não marcou pontos e deixou a categoria depois de categoria desde 1993. apenas duas temporadas completas. chegou a testar um carro da indy, mas resolveu insistir no nascido em são Paulo em 27 de julho de 1968, rosset sonho da f-1. ajudado por seus patrocinadores pessoais, fez precisou quebrar um paradigma familiar para começar a cor- sua estreia pela footwork em 1996, mas abandonou metade rer. seus pais não o deixavam competir nem de kart, e foi das provas da temporada, inclusive o gP Brasil, e no máximo por isso que começou tardiamente sua carreira, quando já foi oitavo colocado, na hungria. trabalhava. disputou inicialmente corridas de kart e, quando viu que tinha chances de se dar bem, entrou na f-ford bra- o paulista teve, entretanto, uma grande decepção em sileira com um esquema caseiro, segundo ele, envolvendo 1997. acreditou no projeto da lola, que, após muitas promes- apenas dois mecânicos. sas, nem sequer se classificou para a primeira prova do ano. na segunda, justamente em interlagos, os carros não saíram rosset foi para a europa com apoio do empresário geraldo dos boxes. era o fim. rodrigues, da reUnion. lá fez um teste e foi convidado para correr na f-opel em 1992, um ano em que não obteve grandes em 1998, seu último ano na f-1, correu pela tyrrell e não se resultados, mas acumulou experiências. classificou para cinco provas. em interlagos, na segunda etapa do ano, enfrentou uma quebra de câmbio. foi uma temporada de for- Já em 1993 passou à f-3 inglesa, e por lá ficou dois tes acidentes, que marcou o fim de sua passagem pela categoria. anos. na temporada inicial, foi o sexto mais bem classifi- cado do campeonato. na seguinte, melhorou uma posição, daí decidiu se dedicar ao seu negócio, a rede de lojas embora tenha embalado na segunda metade do torneio. track&field, da qual é sócio-diretor. Voltou às pistas em 2008 nessa fase de f-3, recebeu conselhos do amigo rubens para competir de gt3 ao lado do cineasta Walter salles. está, Barrichello, que já estava na f-1. em 2010, na Porsche cup, assim como alexandre Barros, ex- motogP. É pai de três filhos. 105
PILOTOs mIChAEL sChumAChER O maior vencedor da F-1 em Interlagos é justamente o roberto moreno e atuando como companheiro de nelson piloto que detém praticamente todos os recordes de desem- Piquet. com a equipe, na mesma spa-francorchamps, mas penho da categoria máxima do automobilismo: michael schu- em 1992, venceu pela primeira vez na f-1. macher. a vitória do alemão em interlagos em 1994 foi apenas sua o alemão, dono de sete títulos de f-1, os de 1994, 1995, terceira na categoria e abriu alas para a temporada em que 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004, triunfou no circuito paulistano conquistou seu primeiro título na categoria uma conquista po- em quatro ocasiões — 1994, 1995, 2000 e 2002. lêmica, marcada por suspeitas de ilegalidades da Benetton, mesmo não tendo vencido a etapa de 2006, teve uma por duas corridas de gancho após uma desclassificação e por das melhores apresentações de sua carreira. curiosamente, o um choque com damon hill na prova final. senhor dos números conseguiu apenas uma pole position no schumacher repetiu a dose em 1995 e levou o gP de Brasil até agora, em 2001. abertura da temporada, no Brasil. faturou o bicampeonato nascido em 3 de janeiro de 1969, em hürth-hermülheim, naquele ano e decidiu embarcar em uma nova aventura a par- schumacher começou a ganhar notoriedade quando, em tir de 1996. a ferrari não ganhava um título de pilotos desde 1984, foi campeão alemão de kart na categoria júnior pela 1979, com Jody scheckter, e viu no alemão a esperança de primeira vez. Quatro anos depois, faturou o título da fórmula voltar a ser vencedora. König, ganhando nove das dez corridas do cam- ele não conseguiu de imediato levar o título. peonato. também em 1988 competiu na f- durante o período de seca, protagonizou ford alemã, na qual chamou a atenção incidente com Jacques Villeneuve na de Willi Weber, que se tornaria seu corrida final de 1997 e perdeu o vi- chefe e depois seu empresário. ce-campeonato por sua intencio- schumacher foi contratado nalidade na batida. além disso, por Weber para ser seu piloto em 1999, sofreu fraturas na na equipe Wts, de f-3 ale- perna direita no gP da ingla- mã, em 1989, um ano antes terra e ficou seis corridas lon- de ser campeão da catego- ge das pistas. ria. ainda em 1990, o ale- mas, em 2000, conseguiu mão teve a chance de partir tirar a ferrari da fila e ganhou para outro desafio. Por meio seu terceiro campeonato. em de Jochen neerpasch, foi 2001, novo domínio, novo tí- para a equipe júnior da merce- tulo mundial. em 2002, ano em des-Benz no campeonato mun- que venceu pela quarta vez em dial de carros esportivos com Karl interlagos, schumacher igualou os Wendlinger e heinz-harald frentzen, cinco títulos de Juan manuel fangio, seus adversários de f-3 alemã. Quinto S Schumacher, em 2010, na sua volta à F-1 marca considerada imbatível por décadas. colocado no torneio em 1990, ele continuou em 2003, superou o argentino. em 2004, am- por lá em 1991, mas algo muito maior estava por vir pliou ainda mais o recorde. em sua carreira: a f-1. em 2006, pilotou magistralmente em interlagos, naquela que Às vésperas do gP da Bélgica, em agosto, Bertrand ga- foi a última corrida de sua carreira antes de uma tentativa de apo- chot foi preso por ter agredido um motorista de táxi em lon- sentadoria. disputando o título com fernando alonso, largou na dres, na inglaterra. consequentemente, a Jordan precisou décima posição, estava em quinto antes de cair para 20º por cau- de um piloto, e o convocado para essa vaga foi schuma- sa do furo de um pneu e recebeu a bandeirada em quarto lugar, cher. o jovem alemão causou uma ótima impressão inicial e executando belas ultrapassagens em uma exibição de gala. obteve a sétima posição do grid, mas enfrentou problemas o heptacampeão, que obteve 91 vitórias até 2006, está de embreagem e logo abandonou a corrida. de volta à f-1 em 2010. novamente com ross Brawn, seu foi o suficiente para chamar a atenção de uma equipe parceiro de títulos na Benetton e na ferrari, e com a mercedes- mais bem estruturada, a Benetton. Já para a etapa seguin- Benz, tenta fazer ainda mais história na categoria e em interla- te, na itália, mudou de time, ocupando a vaga do brasileiro gos. a nova tentativa já tem data: 7 de novembro. 106
RICARDO zONTA Pedro Joanir Zonta participava de campeonatos nas pis- tas de terra no Paraná quando presenteou o filho ricardo, aos 11 anos, com o primeiro kart. S Zonta, com a Toyota, no GP Brasil de 2005 o menino já conciliava os estudos e o trabalho de empaco- tador no supermercado da família em curitiba, mas encontrou um tempo para se dedicar ao automobilismo. nascido em 23 de março de 1976, ricardo conquistou a primeira prova logo na estreia e o vice-campeonato de curitiba em 1987 e, depois, o titulo estadual da modalidade, em 1990 e 1991. ainda não tinha grandes pretensões na carreira disputando a f-chevrolet quando recebeu uma proposta para a f-3 sul-ame- ricana em 1993. ganhou experiência e contou com o apoio de amigos para a empreitada até ser chamado pela equipe cesário e lutar pelo campeonato no ano seguinte. sagrou-se campeão na f-3 sul-americana em 1995 e, com o patrocínio da Petrobras, chegou à f-3000. foi campeão em 1997 e assinou contrato com a mclaren para ser piloto de testes na f-1. na mesma época, foi campeão mundial de fia gt. a chance de disputar um campeonato pela mclaren só aconte- ceria se um dos pilotos deixasse a equipe, conforme o acordo entre as partes. no entanto, mika hakkinen foi campeão, david coulthard teve bom desempenho e não houve mudanças em 1999. Zonta preferiu disputar o campeonato pela Bar, herdei- ra da tyrrel, em vez de permanecer como piloto de testes. fraturou o pé na segunda corrida em interlagos, ficou de fora de três corridas e não teve um bom desempenho na temporada de estreia. no ano seguinte, as dificuldades per- maneceram e acabou não renovando o contrato. em 2001, assinou com a Jordan para ser o terceiro piloto, apesar da proposta da sauber para ser o titular sem receber salários por um ano. Um ano depois, venceu a World series com quatro provas de antecedência, o que o levou à toyota como piloto de testes na f-1. em 2004, substituiu cristiano da matta e disputou cinco etapas, mas a equipe não o manteve como titular. Já na renault em 2007, trabalhava no desenvol- vimento de pneus e, no tempo livre, disputou etapas da stock car no Brasil. mas Zonta manteve um pé no exterior: foi ao pódio das 24 horas de le mans pela Peugeot em 2008, na terceira posição, e venceu duas etapas pela equipe Krohn da grand-am em 2009. também em 2009, na stock car, conseguiu um segun- do lugar e uma pole position. atualmente, é piloto do carro número 100 da corinthians motorsport na categoria, em alusão ao centenário do clube alvinegro paulista do Parque são Jorge. 107
CATEgORIAs 108
As exigências para se trazer a fórmula 1 ao Brasil e para mantê-la por aqui foram responsáveis pelas grandes mudanças de interlagos. a presença da categoria máxima do automobilismo em solo brasileiro alterou rumos e resultou em diversos pontos positivos ao autódromo paulistano. embora exista um sentimento de perda do traçado antigo, a paixão da torcida por seus pilotos e pela velocidade prevalece. desde que a f-1 chegou a são Paulo, ganhou cada vez mais fãs pelo Brasil. em março de 1972, quando a categoria desembarcou em interlagos para uma etapa extra campeonato, os torcedores depositavam em emerson fittipaldi suas maiores esperanças de vitória. Queriam tanto ver a corrida que iniciaram uma tradição que marcaria as etapas brasileiras naquela década: o ritual de acampar no autódromo, fazer churrasco e piquenique. havia, porém, quem jogasse latas e garrafas vazias na pista. teoricamente, a vida do futuro bicampeão estava facilitada naquela etapa amistosa. a começar por seus adversários: os pilotos de equipes como tyrrell, mclaren e ferrari não vieram. com isso, ele não enfrentou competidores do calibre de Jackie stewart e denny hulme, seus princi- pais rivais na temporada regular de 1972. o problema de emerson, no entanto, seria seu próprio carro. a torcida ficou apreensiva nos primeiros treinos, já que os pilotos da casa, emerson, Wilsinho fittipaldi, José carlos Pace e luiz Pereira Bueno, não vinham bem. mas, depois de mexer no acerto do lotus e escolher pneus di- Fórmula1ferentes, emerson melhorou e fez a pole position. em corrida W Raikkonen e Webber travam duelo em 2009 101909
CATEgORIAs T Carros da F-1 disputada numa quinta-feira, 30 de março, vis- tativa de refrescar quem estava nas arquibancadas. rasgam a Reta Oposta ta por cerca de 60 mil pessoas que se espre- e stewart não foi mesmo páreo para emerson. o no GP de 2009 miam em morros e arquibancadas, Wilsinho pu- brasileiro levou a vitória e deixou o adversário na lou à frente, mas logo foi o caçula dos fittipaldi segunda posição. quem assumiu a ponta. empolgada, a torcida já dava como certa sua vitória. só que, com uma no ano seguinte, já sem stewart na categoria, quebra na suspensão traseira, emerson rodou e emerson repetiu a dose, mas agora de mclaren e foi obrigado a abandonar. em cima de clay regazzoni, da ferrari, após dura dis- puta com ronnie Peterson, da lotus, até a metade a sorte mudaria em 1973, ano da primeira prova da prova, encerrada prematuramente na volta 32 por válida pelo campeonato da f-1 no Brasil. campeão causa da chuva. do ano anterior, emerson era rival de Jackie stewart, escocês que ganharia seu terceiro e último título ao novamente a torcida precisou ser refrescada fim daquela temporada. nas arquibancadas, a tor- pelo corpo de Bombeiros em 1975. afinal, ain- cida gritava: “Um, dois, três, stewart é freguês”. o da era janeiro, fazia calor em são Paulo e havia, estrangeiro, ao ouvir a tradução da frase, curvou-se, segundo relatos da época, mais de 100 mil pes- reverenciando o público. a agitação entre os torce- soas em interlagos. mas todo esse sufoco valeu dores era grande. como fazia muito calor, carros- a pena: com o abandono de Jean-Pierre Jarier, pipa foram usados pelo corpo de Bombeiros na ten- José carlos Pace assumiu a ponta e conquis- tou a vitória. emerson fittipaldi fechou a primeira dobradinha brasileira na categoria. fãs eufóricos foram saudar o piloto vencedor, que ergueu a bandeira brasileira na cerimônia do pódio. foi a maior festa vivida pelo autódromo, até então. de 1976 a 1980, a torcida não alimentou 110
maiores esperanças de vitória, porque emerson em outro dia de calor. Pole position, o piloto da S Ferrari e defendia a limitada copersucar e Pace morreu mclaren largou bem e manteve a liderança. familiares de Massa em 1977. os vencedores dessa época em in- liderava até a 40ª de 71 voltas, mas danificou comemoram vitória terlagos foram niki lauda, carlos reutemann, o aerofólio dianteiro no Bico do Pato ao tentar em 2008 Jacques laffite e rené arnoux. ultrapassar o retardatário satoru nakajima, da tyrrell, e precisou fazer um pit stop para trocar a f-1 foi de vez para Jacarepaguá em 1981. a peça. o paulista tentou fazer a manobra por só voltou a interlagos em março de 1990, mas dentro, esperando ter passagem facilitada, mas em um encurtado circuito. augusto roque, ad- o japonês foi para a tangência da curva e houve ministrador de empresas e assíduo frequentador um toque. mesmo assim, senna conseguiu ser de interlagos desde 1985, tinha dez anos à épo- o terceiro colocado. o rival alain Prost, da fer- ca, visitou os boxes e conversou com roberto rari, foi o vencedor da prova que marcou a volta Pupo moreno e ayrton senna. não entendeu de interlagos ao calendário. ao certo o que havia acontecido com o circuito, que havia sido reformado. “tinha o brilho de es- como o tabu permanecia, a expectativa dian- tar na fórmula 1, mas faltava o brilho da pista. te do gP Brasil de 1991 era enorme. a jornalista isso é claro para todos que viram os dois traça- alessandra alves, comentarista de automobilis- dos”, disse. mo das rádios Bandeirantes e Bandnews fm, 21 anos à época, guarda preciosas lembranças senna, campeão de 1988, tinha seis parti- sobre aquele histórico dia 24 de março, em que cipações em etapas brasileiras, mas nenhuma senna venceria em casa pela primeira vez. vitória, e tentaria obter o feito justamente em sua cidade natal, o que aumentava a expecta- como chegou cedo ao autódromo, a en- tiva para o evento. a torcida, na esperança de tão universitária pôde escolher o lugar em ver o triunfo inédito, encheu as arquibancadas que sentar e ficou observando a paisagem e a 111
CATEgORIAs T Buemi pilota movimentação até o momento da corrida, às 13h, o tempo passou, a corrida acabou e a torcida Toro Rosso em em frente ao fim do grid na reta dos Boxes. “foi vibrou. senna venceu no Brasil em uma corrida Interlagos enchendo, enchendo, e viramos uma lata de sar- mítica, porque cruzara a linha de chegada ape- dinha, estava lotado.” não era possível nem mais nas com a sexta marcha disponível. fisicamente ir ao banheiro, pois se corria o risco de perder o esgotado, não conseguiu completar a volta de posto. havia, porém, tempo para alessandra di- desaceleração. Parou a mclaren na reta opos- vertir-se com o locutor do autódromo, que falava ta e foi literalmente erguido por torcedores. no “esquentamento de pneus” em vez de dizer warm pódio, mal conseguia ficar em pé e segurar o tão up, termo em inglês usado mesmo no Brasil. esperado troféu. Quando a corrida começou, alessandra ficou alessandra, entretanto, não sabia disso na hora; eletrizada, mas perdeu o foco rapidamente. “Pela somente percebeu que o piloto da mclaren perdia primeira vez tive a sensação, que depois virou uma território para o italiano riccardo Patrese no fim da certeza, de que o melhor lugar para assistir a uma prova, mas não imaginava o motivo. “a comemo- corrida, se você quiser acompanhar alguma coisa, ração foi uma catarse coletiva. lembro-me de uma é em frente a uma televisão. É uma experiência ma- ovação, embora interlagos seja muito diferente de ravilhosa, mas ficou nítido para mim que, depois da um estádio, que tem uma concentração de torcida décima volta, não conseguia nem mais ouvir o rádio, em um mesmo lugar.” porque, nas dez primeiras voltas, o pelotão passava de forma compacta. daí em diante era carro passan- ao finalmente voltar para casa após muito do na frente o tempo todo, e não tinha a mínima ideia sufoco na saída do autódromo, dada a aglo- do que estava acontecendo.” meração de pessoas, alessandra ouviu as pa- lavras eufóricas de sua mãe: “meu deus, que corrida”! mas a jovem não entendeu o moti- vo da emoção. só compreenderia que senna esteve próximo de perder o primeiro lugar por problemas de câmbio ao assistir à gravação em Vhs. 112
em 1993, a torcida já estava com saudade de rubens Barrichello, estava na Jordan, equipe sem ] Nico Rosberg uma vitória de ayrton senna em interlagos, já que, condições de vitória. nova vitória de schumacher, representa Williams em 1992, a Williams havia exercido domínio na da Benetton. em São Paulo etapa brasileira e no campeonato todo. a chuva veio, provocou uma rodada do favorito alain Prost, em 1996, porém, o então jovem piloto da casa S Alonso, na Subida da Williams, e ajudou senna, que chegou à lide- conseguiu impressionar. na chuva, largou em se- dos Boxes, com a rança na 42ª de 71 voltas e nela permaneceu até gundo lugar, mas rodou quando estava na quarta Renault, em 2009 o fim. alessandra alves viu a reação do público posição. damon hill, da Williams, campeão daquela logo depois da confirmação da conquista. “co- temporada, venceu. meçamos a ver aquele tumulto, aquela muvuca. corremos pelo paddock e vi o senna com a mul- em 1997, a vitória foi de Jacques Villeneuve, da tidão em volta”, relatou. o grito “olê, olê, olê, olá, Williams, que levaria o título, ganhou. em 1998, foi a senna, senna” ecoava pelas arquibancadas. vez de mika hakkinen, da mclaren, triunfar. o ano de 1994 foi realmente triste para os bra- rubinho voltou a aparecer bem em 1999, já na sileiros. a má fase começou no gP Brasil, em ro- stewart. liderou, empolgou a torcida, mas teve de dada de senna na saída da Junção a vitória foi desistir da prova por quebra de motor no momento de michael schumacher. e culminou na morte do em que estava em terceiro lugar. Poderia ter ido ao tricampeão em imola. pódio, mas voltou aos boxes a pé, segurando uma bandeira do Brasil. alguns torcedores foram embo- esse fato teve reflexo direto nos gPs Brasil dos anos seguintes. em 1995, o clima de perda pre- dominava em interlagos e a esperança brasileira, 113
CATEgORIAs ra do autódromo mesmo antes do término da prova. da Williams, no fim da reta oposta e abandonou a dis- puta. david coulthard, da mclaren, faturou o gP. nova vitória de hakkinen. Barrichello chegou ao gP do Brasil de 2002 com o Barrichello finalmente chegou a uma equipe de carro de 2001, enquanto o companheiro michael schu- macher tinha à disposição o novo equipamento. o bra- ponta, a ferrari, em 2000, o que animou novamente a sileiro optou por largar com pouco combustível da oitava posição, mas uma nova pane hidráulica tirou-o da corri- torcida brasileira. em 26 de março, filas quilométricas da, na qual poderia ter sido o segundo colocado. Quem comemorou a vitória, pela quarta vez, foi schumacher. formaram-se do lado de fora do autódromo, mas a em- Pole position, rubinho tinha chances reais de vitó- polgação virou frustração em mais um abandono do ria em 2003, já que schumacher tinha sido uma das vítimas do grande acúmulo de água na curva do sol. piloto local, dessa vez por falha hidráulica. schumacher liderava a prova na 46ª volta, mas sofreu uma pane seca. a ferrari alegou que o sistema de telemetria fa- ganhou pela terceira vez. lhou e não permitiu que o cálculo correto pudesse ser feito. Um forte acidente com fernando alonso, no iní- coincidência ou sinal de que interlagos real- cio da reta dos Boxes, encerrou o gP prematuramen- te. a vitória caiu no colo de giancarlo fisichella. mente premia os melhores pilotos, por sete anos finalmente, em 2004, Barrichello foi ao pódio de um T Rosberg na seguidos o vencedor do gP Brasil terminou o gP Brasil. novamente pole, perdeu ritmo no momento Reta Oposta ano como campeão da f-1. em que colocou pneus para seco em uma pista ain- em 2009 em 2001, não houve problema mecânico na corrida, mas, sim, infelicidade de Barrichello em um fim de sema- na para esquecer: sexto colocado no grid, ele foi obrigado a deixar o carro pela pista na meia hora pré-largada. nas primeiras voltas, acertou a traseira de ralf schumacher, 114
da úmida, pois os michelin eram melhores que os levar a taça. a chance de isso acontecer era pe- S Disputas da F-1 Bridgestone nessas condições. o paulista recebeu quena, mas a torcida acreditava na remota possi- no S do Senna a bandeirada final em terceiro lugar. Quem levou a bilidade e lotou interlagos. Por alguns segundos melhor foi Juan Pablo montoya, da Williams. vibrou intensamente, pois a combinação de resul- ] Massa, em tados favorecia massa. lewis hamilton, porém, recuperação o último gP em são Paulo de rubinho pela estragou a festa verde e amarela: fez uma ultra- de acidente, dá ferrari foi o de 2005, em que sua equipe já havia passagem na Junção da última volta e tornou-se bandeirada em 2009 perdido terreno para a renault. na corrida de con- campeão. restou ao brasileiro a vitória, um prê- sagração de fernando alonso como campeão, o mio de consolo, de certa forma. os espectadores brasileiro não pôde fazer muito. recebeu a ban- saíram cabisbaixos do autódromo. deirada em sexto lugar. no ano passado, era rubens Barrichello no- a espera dos torcedores brasileiros terminou vamente quem tinha condições de vencer. massa em 2006. felipe massa entrou no lugar de Bar- estava afastado das pistas, consequência de um richello na equipe italiana e não decepcionou. o acidente raro nos treinos para o gP da hungria: ferrarista fez pole position e foi ao andar mais alto uma mola solta do carro do compatriota acertou do pódio. o macacão verde e amarelo que ves- seu capacete. tia, com a permissão da ferrari, ficou marcado no imaginário brasileiro. foi o dia do segundo título a torcida mais uma vez se frustrou com rubinho: de fernando alonso na fórmula 1. após uma pole mágica no sábado, em um treino classificatório chuvoso e longo, no domingo tudo massa tinha velocidade para buscar mais uma vi- conspirou contra o piloto, que, após seu primeiro pit tória em 2007, mas teve de ajudar Kimi raikkonen stop, deixou a liderança para mark Webber e ainda na conquista do título. a escuderia fez dobradinha, e teve um pneu furado. o companheiro de Barrichello, o finlandês foi o campeão. Jenson Button, saiu de interlagos com o título. no ano seguinte, foi a vez de o brasileiro tentar 115
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A fórmula truck é a segunda categoria que mais gente arrasta para interlagos, atrás apenas da f-1. assim como no gP Brasil, a forte presença do público exige a montagem de arquibancadas tubulares para ampliar a capacidade do autódromo. tudo para receber os interessados em ver um espetáculo incomum e inusita- do: uma prova de caminhões. outra semelhança com a f-1: a f-truck faz apenas uma corrida por tem- porada em são Paulo — é o grande evento do campeonato. felipe giaffone, campeão de 2007 e 2009, compara a corrida paulistana às 500 milhas de indianápolis, guardadas as devidas proporções. “interlagos é como se fosse a indianápolis da f-truck”, diz. “na indy, há corridas durante o ano, mas sempre você espera pela principal prova da temporada, as 500 milhas de indianápolis. na f-truck, há muito disso com são Paulo, onde acontece a corrida mais esperada por pilotos e patrocina- dores por causa do tamanho do evento.” “além disso, a f-truck só corre uma vez por ano em cada circuito, então interlagos por isso ganha mais força ainda. Quem quiser ver a ca- tegoria em são Paulo tem uma chance única no ano, normalmente em julho. acaba ficando um momento bem esperado”, afirma. giaffone observa com bom humor outro lado da badalação da etapa paulistana: “É horrível, porque precisamos arrumar credenciais pra ca- ramba para familiares e amigos”. truCkFórmula W Caminhões contornam S do Senna em 2006 117
CATEgORIAs a presidente da f-truck, neusa navarro félix, con- diante do tamanho do evento, a companhia de firma a grandeza da prova de são Paulo. “interlagos engenharia de tráfego, a cet, implanta anualmen- é a grande tradição do automobilismo brasileiro e por te, no fim de semana da f-truck, operações espe- isso é, sem dúvida, nossa etapa mais importante. os ciais de chegada e saída de torcedores e altera o números são até dez vezes maiores em quase todos trânsito em algumas vias. os setores. equipes, pilotos e patrocinadores sabem que interlagos é a grande vitrine da temporada e nós roberval andrade, campeão de 2002, classi- como organizadores também sabemos disso.” fica interlagos como um circuito que dá credibili- dade para quem passa por ele. “o autódromo de a organização da categoria começa a pensar na interlagos, além de ser a vitrine do automobilismo corrida de interlagos com mais de um mês de ante- brasileiro, credencia as categorias que passam cedência. “nosso trabalho começa até 45 dias an- por lá. É importante não só para a f-truck como tes, já visando deixar o autódromo em totais con- também para a stock car.” dições para receber mais de 70 mil pessoas com o máximo de conforto, segurança e com um visual andrade diz que, às vezes, as pessoas não agradável”, conta neusa. imaginam que a f-truck corre na mesma pista por onde os f-1 aceleram. “os leigos, aqueles que não X Cirino guia caminhão Mercedes-Benz 120
têm conhecimento profundo sobre automobilismo, nhar a f-truck pelo menos pelos próximos três anos às vezes me perguntam se a f-truck corre em in- aqui em interlagos. Queremos fazer um espetáculo terlagos, porque não imaginam que, onde corre um conjunto. tanto que também estaremos nos próxi- f-1, corre stock car, f-truck...” mos projetos com a neusa”, comenta alejandro Ur- tubey, presidente da top race, na ocasião. Wellington cirino, detentor dos títulos de 2001, 2003, 2005 e 2008, mal pode esperar por correr em a f-truck recebeu em interlagos o prefeito interlagos novamente. “É a etapa mais charmosa de são Paulo, gilberto Kassab, em 2009. na do ano, na qual conseguimos reunir quase todos os ocasião, ele afirmou que “eventos como este, patrocinadores e a f-truck monta toda a sua estru- na área esportiva, são importantes para a cida- tura. os pilotos ficam o ano inteiro na ansiedade por de; geram empregos, trazem receitas e estimu- acelerar em interlagos pela qualidade e pelo históri- lam o turismo”. a capital paulista assinou com a co do autódromo”, diz o tetracampeão. categoria um acordo válido até 2012. segundo levantamento feito em 2008, a f-truck chega a mas o evento da f-truck em interlagos não se res- movimentar em são Paulo mais de r$ 60 mi- tringe à corrida da categoria. lhões entre hotéis, restaurantes e outros seg- mentos vinculados ao turismo. em 2009, a argentina top race, de carros de turismo, fez a preliminar e trouxe o canadense Ja- interlagos, além de movimentar o mundo da f- cques Villeneuve, campeão de 1997 da f-1, para truck, representa um desafio técnico para pilotos correr em são Paulo novamente. “Vamos acompa- X Giaffone faz treino com Volkswagen 121
CATEgORIAs e equipes da categoria. as duas maiores retas e cial antes da prova. “há uma preparação especial de os trechos em subida exigem bastante do motor, e conjunto, de câmbio e diferencial, e de resfriamento a velocidade alcançada faz com que haja intensas dos freios”, continua cirino. “Você chega ao radar, zonas de frenagem. na entrada dos boxes, a 230 km/h, reduz para 155 km/h, acelera o caminhão, chega a 190 km/h, faz “o caminhão em interlagos precisa ter um conjun- o s do senna, chega lá embaixo novamente a 220 to muito bom de motor, relação de marchas e diferen- km/h, então há muitos picos de 200 km/h com o cial”, explica cirino. “Potência do motor é o que mais caminhão. se ele não estiver preparado, com um bom manda. o que te ajuda a ter um caminhão veloz em sistema de refrigeração de freios e um motor constan- interlagos é possuir um excelente motor e saber apro- te, é difícil você andar bem em interlagos.” veitá-lo em todos os pontos do circuito. sem dúvi- da, é preciso ter também um chassi bem equilibrado. giaffone aponta outro fator fundamental: a confia- mas o mais importante é ter bons freios e motor. É um bilidade do equipamento. o atual campeão levanta circuito que exige muito do ritmo do motor durante também a questão das diferenças de motores e pe- muito tempo. ficamos de 16 a 17 segundos em plena sos da categoria. aceleração em alguns trechos.” “Para a classificação, os caminhões de 12 litros le- segundo o tetracampeão, as altas velocidades al- vam uma vantagem. É uma etapa que, para os de 9 li- cançadas, na comparação com outras pistas da tem- tros, também não é fácil, só que normalmente na corrida porada, exigem uma programação de trabalho espe- acabamos nos saindo bem também em relação aos ca- X Pódio da etapa de 2009 da F-Truck 122
S Roberval celebra conquista em Interlagos ria em 2000 e foi campeão logo em 2002. ele se recorda com muito carinho da etapa de 2004, minhões grandes”, diz o piloto, segundo o qual interlagos é um circuito único para caminhões porque, até pouco tempo, em que fez uma homenagem aos dez anos de morte os treinos eram proibidos, então a oportunidade de andar na de ayrton senna. “fui o único credenciado pelo instituto pista vinha apenas nos fins de semana de corrida. ayrton senna a fazer essa homenagem, o que me dei- xou muito animado”, afirma. o que aconteceu no fim de outra especificidade de interlagos é o fato de ser um semana em interlagos também teve influência na gran- circuito anti-horário. “fazemos uma preparação especial, diosidade da conquista. “eu não tinha equipamento para mesmo porque a maioria dos autódromos no Brasil é em vencer corridas naquele momento. era a terceira etapa sentido horário”, afirmou roberval andrade. “sempre pro- do meu caminhão eletrônico, que ainda estava em pro- curamos fazer um treino em que o autódromo nos dê essa cesso de evolução e inferior ao da concorrência.” mes- condição. Vamos a londrina e tarumã, que são circuitos mo assim, andrade obteve a pole position na chuva e anti-horários que estão mais próximos de nós.” triunfou na prova, no seco. andrade é um dos pilotos mais emotivos ao falar de “foi a mais inesquecível da minha carreira”, declara interlagos. ele se interessou pela f-truck justamente no o vencedor de três provas em interlagos, as de 2004, circuito paulistano. “fui ver a etapa de interlagos da ca- 2006 e 2009. “eu não tinha equipamento, estava na- tegoria em 1999 e falei para meus amigos: ‘Um dia ainda quela deficiência quanto ao desenvolvimento de tecno- vou correr nesta pista e de f-truck’. e esse sonho foi reali- logia. meu foco e minha entrega nessa corrida foram zado”, lembra o dono de uma transportadora de madeira. tamanhos que consegui aproveitar as oportunidades o paulista, natural de santo anastácio, entrou na catego- surgidas. fiz a pole na chuva, porque no molhado os motores mais ou menos se equiparam. eu precisava tirar uma superação daquela dificuldade. no seco, era visível que eu não permaneceria na liderança, mas erros dos adversários, com punições por radar e batidas, me favoreceram e me deram a vitória.” roberval neste ano representa uma nação, a dos co- rintianos. o campeão de 2002 tem estampado em seu scania o escudo do corinthians, assim como ricardo Zonta faz na stock car. “Já corro para uma torcida: para os caminhoneiros do Brasil que são fãs da scania. e como minha equipe se chama agora scania rVr corinthians motorsport, ela tem duas grandes torcidas.” 123
CATEgORIAs de acordo com o piloto, 15 mil pessoas vão assistir com você... foi a vitória mais emocionante que tive até hoje. à corrida de interlagos torcendo por ele. “Para o diretor o pessoal abanava o boné junto como se realmente estivesse de marketing da scania, João miguel capucci, isso é um torcendo para mim”, diz o piloto da aBf competições. orgulho. Para mim é uma responsabilidade muito grande e um orgulho também.” apesar de ser paranaense, cirino diz se sentir mais em casa em interlagos do que quando corre em curitiba ou no que diz respeito aos torcedores, cirino sentiu cascavel. “sou apaixonado pelo autódromo de interlagos. na pele como é ser empurrado pelos espectadores. a não sei se é porque nosso caminhão sempre se comporta mais especial de suas três (2002, 2003 e 2008) vitórias muito bem lá. nos últimos anos, sempre ficamos entre os em interlagos foi justamente a primeira delas. “ganhei primeiros. fico o ano inteiro contando os dias para acele- a corrida na última curva”, relata. “Ultrapassei o renato rar lá”, comenta o tetracampeão, que chegou a disputar martins, com o qual tive uma disputa durante toda a uma corrida de copa corsa no autódromo paulistano em prova, na subida da Junção. Uma corrida em interlagos 1996, um ano antes de estrear na f-truck. é a mais emocionante que se pode vencer. eu vinha botando ritmo forte, mas a ultrapassagem aconteceu mas a história mais incrível de vitória em interlagos somente na última curva.” com a f-truck é a de felipe giaffone. S Leandro e Zé Maria travam disputa em 2009 a trajetória do bicampeão na categoria poderia ter sido muito diferente se ele tivesse aceitado um certo o que mais o emocionou foi ele ter visto o apoio da torcida convite em 2007. o piloto foi chamado para disputar nas arquibancadas da reta dos Boxes. “na hora em que eu pela sétima vez seguida as 500 milhas de indianápolis, vinha na curva do café, vi todo o público de pé. foi a pri- famosa prova da indy, mas recusou a proposta por cau- meira vez que, indo para uma bandeirada, consegui enxergar sa do contrato que tinha com a rm Volkswagen. e foi um pouco do público. e você vê as pessoas comemorando recompensado com sua primeira vitória na f-truck, que abriu caminho para outras três na temporada e para seu primeiro título. “Para mim foi muito marcante aquele dia por alguns motivos”, contou felipe, que tem vasta experiência em interlagos com vários tipos de carros por conta dos tes- tes que faz no circuito. “foi uma prova que mexeu mui- to comigo, porque eu tinha recebido um convite para correr em indianápolis, só que não pude ir por causa do contrato com a Volkswagen. fiquei me remoendo. sábado à noite, antes da corrida, eu só pensava na raiva que eu passaria se eu largasse e meu caminhão 124
CATEgORIAs quebrasse sem eu ter marcado um ponto sequer, se eu xes para tentar controlar um princípio de incêndio, tivesse trocado as 500 milhas por isso.” que se propagou na sequência. “só que, daí, no domingo, eu acabei vencendo a corri- “os freios pegaram fogo, e eu não tinha mais freio ne- da da f-truck e a primeira coisa que veio à minha cabeça nhum. fui obrigado a bater e a abandonar”, conta o “mad foi: ‘fiz com certeza a escolha certa’. eu não trocaria mais macarrão” logo após o acidente, que, por sorte, não lhe uma participação em indianápolis por uma vitória naquele causou ferimentos mais graves. “as chamas entraram por momento, logo no meu início na f-truck. foi o momen- baixo da cabine, atingiram o banco e chegaram ao capa- to mais especial que vivi na T Débora Rodrigues e Martins em GP comemorativo cete pelo fio do rádio.” f-truck, porque foi ali que a torcida começou a gri- começou uma fase nova na tar “Uh, macarrão” quando minha vida. depois dessa vi- percebeu o que havia feito tória, veio um monte em se- o veterano piloto, que esta- guida... o campeonato, o bi va na categoria desde a pri- no ano passado, então ficou meira corrida. e não foi fato muito marcado para mim.” isolado: djalma fogaça tam- Já o momento de maior bém enfrentou um incêndio pavor vivido pela f-truck em naquela mesma corrida. interlagos foi protagoniza- apesar de todos esses do por eduardo fráguas, o acontecimentos marcan- “macarrão”, em 2003. sem tes, a etapa de interlagos é freios e com a parte traseira normalmente disputada no do caminhão pegando fogo meio do campeonato, não na reta dos Boxes, ele qua- no fim. Para cirino, faz sen- se bateu na mureta do pit tido são Paulo não fechar o lane, onde estavam muitas campeonato. ‘“talvez fosse pessoas, conseguiu desviar e jogou-se do veículo ainda frustrante para algumas equipes. É muito bom que seja em movimento, já sem capacete, na área de escape do s no meio do campeonato, porque todos estão no pico de do senna. ele fez de tudo para que seu Volvo em chamas disputa da temporada. Você leva ao autódromo todas as não fosse parar na torcida e foi bem-sucedido: continuou montadoras e todos os patrocinadores quando está no pegando fogo, mas sem ninguém dentro ou por perto, em pico. se fosse a última etapa, correria o risco de já haver uma barreira de pneus. um campeão antecipado. Por ser uma corrida especial, antes disso tudo, ele já havia passado pelos bo- está em uma boa data”, opina o tetracampeão. 126
dos primeiros passos à internaCionalização CATEgORIA hOJE TEm sTATus DE CAmPEONATO suL-AmERICANO o caminhoneiro santista aurélio Batista félix e o jor- londrina, tarumã e goiânia também receberam a nova nalista português francisco santos juntaram-se para or- categoria. o número de inscritos aumentou ao longo do ganizar, em cascavel, no Paraná, a primeira corrida de ano e chegou a 13 em goiânia, em novembro. o público, caminhões da história do automobilismo brasileiro. com segundo os organizadores, foi superior a 20 mil pessoas 35 pilotos inscritos para uma prova de exibição, chama- em todas as provas. da oficialmente de i copa Brasil de caminhões, havia alta expectativa, mas um acidente fatal com um dos partici- desde aquela época a f-truck enfrentava dificuldades pantes na curva do Bacião, durante a disputa, retardou os nos bastidores. ela só pôde realizar etapas em 1995 por- planos de um campeonato de caminhões no Brasil. que obteve uma liminar na Justiça. a cBa (confederação Brasileira de automobilismo) não permitia que as provas a tragédia desanimou francisco santos, que saiu do tivessem caráter oficial. projeto três anos depois. coube, então, a aurélio a mis- são de criar e tornar viável a f-truck. ele construiu um a cBa cedeu e, em 1996, enfim homologou a f-truck. caminhão de corrida e fez algumas apresentações para a categoria finalmente realizou um campeonato e pôde convidados em interlagos. começar a escrever oficialmente sua história. a primeira corrida oficial aconteceu em guaporé, em 28 de abril. ao Valorizando mais a segurança depois de tudo o que todo, 13 caminhões alinharam no grid. até hoje na ca- acontecera, aurélio conseguiu fazer com que houvesse uma tegoria, renato martins, com um caminhão scania, foi o prova de exibição em 1995, no mesmo circuito de cascavel, vencedor e, no fim do ano, foi campeão, derrotando sér- da qual participaram sete pilotos, entre eles renato martins, gio drugovich Jr. após uma briga nos tribunais. as etapas eduardo “macarrão” e o próprio aurélio, que saiu de lá com de guaporé, londrina, goiânia, tarumã, interlagos e curi- a vitória. os outros pilotos foram gino e remo Pica, iris neri tiba foram válidas para o campeonato. as marcas Volvo, santos e Ulisses rossi. Já existia, na ocasião, a anPPc (as- Volkswagen e mercedes-Benz também foram representa- sociação nacional dos Proprietários e Pilotos de caminhão). das na pista na primeira temporada oficial. a prova inaugural teve 13 voltas. aurélio completou a desde então, a f-truck cresceu bastante e virou um distância prevista em 26min05s689, cravando a melhor sucesso promocional e comercial. tornou-se comum os volta da prova justamente na última, com 1min43s212 autódromos por onde ela passa ficarem lotados nos fins (média de 105,755 km/h). de semana de corrida, e há até quem acampe e faça chur- 127
CATEgORIAs rasco, prática comum principalmente nos circuitos do rio fende a iveco na f-truck. enquanto isso, Junqueira, três grande do sul. Já há bastante tempo todas as corridas vezes vice-campeão da cart, é competidor da df ford, da f-truck têm transmissão ao vivo em tV aberta, pela de djalma fogaça, e deve disputar as 500 milhas de in- Bandeirantes. dianápolis deste ano. dentro da pista, oswaldo drugovich Jr. foi bicampeão giaffone foi consultado pelos dois pilotos antes de eles em 1997 e 1998, Jorge fleck também levou dois títulos entrarem na categoria. “tanto o cristiano da matta quanto em 1999 e 2000 Beto monteiro faturou a principal taça o Bruno Junqueira me ligaram antes de fechar o contrato em 2004. para saber minha opinião”, conta. “a f-truck e a stock car são as duas categorias em que o piloto pode viver nessa trajetória de crescimento, o acidente mais mar- do automobilismo. desde criança eu queria viver daquilo cante teve como palco o circuito de campo grande, em que mais gosto de fazer, que é guiar carros de corrida. 2005. a grande maioria dos pilotos, 19, se acidentou em Por isso vejo com ótimos olhos essa coisa. a indy lhe traz uma grande colisão na largada, em um engavetamen- muito mais glamour, mais dinheiro, mas a f-truck é uma to coletivo, e a prova precisou ser cancelada. o goiano ótima opção para qualquer piloto que esteja morando no José maria reis ficou preso nas ferragens, mas não se Brasil e procurando algo para fazer.” feriu com gravidade. Junqueira, da matta e o próprio giaffone eram pi- embora a maioria esmagadora de caminhoneiros seja lotos de fórmula, o que, segundo o bicampeão, torna formada por homens, as mulheres têm espaço na catego- as coisas mais difíceis, mas não impossíveis. “no fim ria. débora rodrigues, ex-integrante do mst (movimento das contas, a adaptação é difícil, é mais lenta do que dos trabalhadores sem terra) e ex-apresentadora de tV, se a mudança fosse de fórmula para stock car. só corre de caminhão desde 1998. ela é casada com renato espero que o cristiano e o Bruno tenham paciência no martins. além disso, é comum haver uma mulher pilotan- começo para aguentar essa fase inicial e o esquema do o Pace truck. todo, que é bem diferente daquele ao qual eles es- tavam acostumados”, comenta giaffone, que se diz a f-truck apresenta em 2010 uma tendência inicia- bastante à vontade para pilotar um caminhão hoje em da por felipe giaffone. há dois novos pilotos no grid dia e considera ser uma atividade “muito prazerosa”. com ótimo currículo internacional. cristiano da matta e Bruno Junqueira estrearam neste ano e representam roberval andrade explica que essa tendência tem a uma profissionalização cada vez maior de uma catego- ver com o forte lado financeiro da f-truck. “ela se tor- ria que até pouco tempo atrás era amplamente domina- nou uma categoria em que o piloto pode viver muito bem da por ex-caminhoneiros e empresários do ramo. financeiramente dela, já que lá há seis marcas de cami- nhões, grandes empresas patrocinando”, declara. “É uma da matta, campeão de 2002 da cart e ex-piloto da categoria que, assim como a stock car, tem uma visibi- toyota na f-1, voltou a correr regularmente após gra- víssimo acidente em 2006, nos estados Unidos. ele de- 128
lidade, cada uma com sua particularidade. hoje o piloto sul-americano” dado pela codasur, entidade continen- pode fazer carreira na truck, apesar de haver ainda um tal automobilística. em 2010, são dez etapas no calen- preconceito no que diz respeito ao equipamento, aos ca- dário: guaporé, Jacarepaguá, caruaru, campo gran- minhões, mas é um carro de corrida.” de, interlagos, londrina, Buenos aires, santa cruz do sul, curitiba e Brasília. e existem caminhões de seis “essa vinda dos novos pilotos acontece porque a marcas no grid: Volkswagen, mercedes-Benz, scania, categoria tem condições de remunerá-los com salários Volvo, ford e iveco. muito bons. há pilotos ganhando mais de r$ 500 mil na categoria, que tem potencial e credibilidade”, com- com a morte de aurélio Batista félix, em março de pletou roberval. 2008, sua esposa, neusa, assumiu a categoria. segun- do a presidente, a estrutura sólida deixada por ele tornou também estão na f-truck o argentino gastón ma- possível que houvesse uma continuidade de trabalho. “o zzacane, ex-piloto da minardi na f-1, e Paulo salustia- aurélio deixou uma receita certa para continuarmos evo- no, ex-stock car. luindo, e temos um bom time de colaboradores”, diz ela. “como sempre participei dos assuntos administrativos da neusa navarro félix, a presidente da f-truck, diz que o categoria, já sabia como funcionava o trabalho de basti- aspecto técnico também colabora para que pilotos de ou- dores. Passamos o ano de 2008 tocando como ele havia tras categorias se interessem pelos caminhões. “a curiosi- planejado a temporada.” dade é grande porque eles sabem que a f-truck alcançou um índice bem alto de desenvolvimento tecnológico, su- “mas, em 2009, conseguimos agregar novas ações, perando a truck europeia no quesito preparação.” como o Projeto Truck Kids, de minicaminhões desenvol- atualmente, a f-truck tem o status de “campeonato T Desfile de pilotos da F-Truck em Interlagos 129
CATEgORIAs vidos para as crianças sentirem a emoção de pilotar um mos a construir muros e telas de proteção da área dos f-truck, e a ida da categoria para a argentina, passando boxes e até mesmo banheiros”, informa a presidente. “in- o campeonato a ser chamado de campeonato Brasileiro terlagos já tem essa infraestrutura pronta, mas, por outro e sul-americano de fórmula truck.” lado, o evento é muito maior, o que nos exige um número maior de mão de obra, muito mais tempo e mais traba- os filhos do casal, danielle, gabrielle e Junior (auré- lho.” lio Júnior), além de fazerem o show com os caminhões, também trabalham no dia a dia da empresa. a família, o futuro da categoria, para neusa, está na ampliação segundo neusa, é muito unida. de horizontes. “sabemos que ainda temos muito a me- lhorar e profissionalizar. existem propostas para fazermos neusa, à frente da categoria, criou equipes respon- uma corrida nos estados Unidos e em outros países. es- sáveis para cada área, para assim descentralizar “pe- tamos em negociação. Para a categoria é um passo bas- quenos detalhes desnecessários que acabam consu- tante importante e com certeza farei tudo o que for possí- mindo muito tempo”. vel para que isso seja concretizado”, declara ela. a organização da f-truck, desde a época de au- a presidente tem como um de seus braços direitos rélio, trabalha em parceria com as montadoras, mas felipe giaffone, representante do campeonato de ca- deixa claro que tem a palavra final. ”elas são nossas minhões na fia, a federação internacional de auto- parceiras, montamos uma equipe técnica de engenhei- mobilismo. o piloto fará quatro viagens em 2010 para ros com um representante de cada montadora que está reuniões com a entidade. “Podemos, futuramente, sempre se reunindo para existir um equilíbrio entre as principalmente quando a economia estiver melhor marcas dentro do evento. com relação às equipes, elas na europa, daqui a dois ou três anos, tentar fazer apresentam sugestões para melhorar o desempenho. alguma coisa em conjunto”, diz o ex-irl. “não sei mas a decisão final é sempre da organização do even- se seria um campeonato unificado. Já temos troca- to”, assegura neusa. do informações técnicas e de segurança. Por incrível que pareça, eles têm bastante coisa para aprender Porém nem tudo é perfeito para o campeonato de ca- conosco.” minhões em interlagos. neusa pede um restaurante na área dos boxes para atender equipes, pilotos e público neusa faz um balanço dos 15 anos da f-truck e na sexta-feira e no sábado. ela também defende a cons- diz que a categoria está em um momento ascendente: trução de novas arquibancadas de alvenaria logo após a “o aurélio, eu e minha família sempre trabalhamos com passarela, na altura do s do senna: “além de facilitar o muita seriedade e dedicação para deixar a f-truck re- trabalho da f-truck e de outras categorias, com certeza conhecida. e, nestes 15 anos, estamos em total cresci- deixaria o autódromo ainda mais bonito”. mento, evoluindo e conquistando cada vez mais novos espaços”. É comum a organização da f-truck “dar um tapa” nos circuitos por onde passa. “em outros autódromos chega- 130
aurélio Batista Félix, o Criador Ex-CAmINhONEIRO sERá sEmPRE LEmbRADO COmO um mALAbARIsTA DOs CIRCuITOs E DOs NEgóCIOs a especialidade de aurélio Batista félix era trans- reuniu um grupo de empresários em interlagos para formar sonhos distantes em realidade. a f-truck foi o anunciar seu plano de fazer um campeonato de veí- maior deles, e hoje conta com pilotos de nível interna- culos pesados. tinha, na ocasião, apenas um projeto cional. além disso, ele era o responsável pelos shows escrito em poucas folhas de papel e um rústico protó- pré-corrida que empolgavam o público nos autódromos. tipo de caminhão de corrida. fazia caminhões girarem sobre o próprio eixo, executava “zerinhos”, e assim os abandonava. o espetáculo tinha desde aquela época, ele tinha em mente como que- como auge uma enorme labareda de fogo, sempre se- ria que fosse a categoria: segura para pilotos e fãs. no guida por aplausos coletivos. evento de apresentação, reuniu outros caminhões, mas mas os torcedores desavisados na configuração original, para dar uma ideia não imaginavam que ele fazia tudo aos presentes de como seria o clima no aquilo e muito, muito mais nos autódromo paulistano durante uma bastidores da categoria. etapa da f-truck. aurélio costumava dizer que Pessoa simples e autodidata não imaginava que a categoria fos- em muitos dos negócios em que se crescer tão rapidamente. mas se metia, aurélio era filho de ca- foi ele quem foi embora deste mun- minhoneiro e seguiu a profissão do do antecipadamente, aos 49 anos: o pai. Profundo conhecedor de cami- empresário morreu em 5 de março de nhões, dizia que uma grande escola para ele foi ter passado boa parte de sua vida nas imediações 2008 após duas noites e dois dias de interna- do porto de santos (sP). ganhou experiência adminis- ção em um hospital de Passo fundo (rs). trativa quando presidiu o sindicato dos motoristas au- tônomos da Baixada santista, entidade dos carreteiros ele sentiu-se mal após a primeira etapa do campeonato, que transportam cargas que embarcam e desembarcam em guaporé, mesmo lugar onde a f-truck fez a abertura de navios. tinha como ídolo seu pai, reinaldo Batista de seu primeiro campeonato oficial. foi levado às pressas félix, que lhe contava muitas histórias da profissão. para o hospital e passou por uma cirurgia para de deso- bstrução das coronárias. a causa da sua morte, porém, a primeira empreitada como promotor de corridas foi uma hemorragia no estômago, causada por um tumor. de caminhão foi a i copa Brasil de caminhões, que resultou em uma morte. mas, em 6 de janeiro de 1994, o criador da f-truck deixou três filhos e uma esposa, que atualmente cuidam da categoria junto com uma equipe. 131
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A badalação da stock car tem como ápice as corridas em interlagos. desde que se tornou um produto da tV globo, cresceu e atraiu gran- des patrocinadores e pilotos de ponta. apesar de não ser uma unani- midade, faz no autódromo paulistano um grande evento, só comparável ao da f-truck e atrás apenas da f-1. durante as provas da stock car em interlagos, são montados grandes cama- rotes. Quem patrocina a categoria aproveita a chance para se relacionar com seus clientes no circuito. É comum encontrar famosos passeando pelo pit lane. na primeira corrida deste ano, em março, houve até gravações de cenas para uma novela da globo, inclusive com carro e piloto fictícios tentando parecer reais na pista. até o ano passado, havia três etapas da stock por ano em interlagos. serão duas em 2010, e o fechamento do campeonato será em curitiba, no Paraná, em 5 de dezembro, o que deixou o piloto thiago camilo insatisfeito. “Uma prova a menos em são Paulo faz muita falta, independentemente de onde a outra corrida será. interlagos teria de fechar o campeonato, porque é o autódromo que tem condições de receber mais público e porque são Paulo é onde fica a sede de muitas empresas”, disse. a próxima passagem da categoria pelo circuito paulistano será em 5 de setembro. interlagos, porém, é muito mais do que badalação para a stock car: foi onde ela se tornou o que é hoje. criada em 1979, teve como marco inicial uma corrida em tarumã, da qual participaram 19 carros, todos eles opalas de seis cilindros, e possuía um regulamento criado para limitar os custos, procurando equilíbrio. embora tenha sido iniciada no stoCk Car W Cacá lidera pelotão na abertura da temporada 2010 133
CATEgORIAs rio grande do sul, a stock sempre realizou muito mais Para 2000, uma grande mudança aconteceu: os car- etapas em interlagos. ros de rua adaptados deram lugar aos chassis tubulares, cujas bolhas eram inspiradas em veículos de série. até hoje ingo hoffmann, uma cria de interlagos, foi o gran- é assim. Já na fase de carenagens a categoria começou a de piloto da história da stock, com 12 títulos: 1980, repatriar pilotos brasileiros vindos da europa, como ricar- 1985, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1996, do Zonta, antonio Pizzonia e luciano Burti, e os seduziu 1997, 1998 e 2002. com a chance de correrem novamente no Brasil, ganhando um salário para isso. o primeiro campeão, Paulo gomes, lembra-se muito bem do início da categoria. “ganhei o primeiro campeo- o ex-piloto José Bel camilo, pai de thiago camilo, dis- nato em uma corrida que aconteceu em janeiro de 1980 se haver grandes diferenças entre as fases. como preliminar da f-1, em interlagos”, disse. a ligação da stock com interlagos é tão forte que Paulão acredita “na época em que eu corria, praticamente bancávamos que ela desmoronaria sem o autódromo: “interlagos é o esquema. hoje não é assim. são pilotos remunerados, um templo sagrado do automobilismo e não pode existir grandes empresas envolvidas, a globo por trás. não tínha- stock car sem haver interlagos. isso não dá nem para mos isso, era na raça. Íamos lá e comprávamos a transmis- passar pela cabeça”. são da tV Bandeirantes”, declarou. “comecei com a cara e a coragem. eu me patrocinava. havia apenas dois ou três a stock contou com opalas até 1986, com carenagens pilotos que ganhavam dinheiro: Paulão, chico serra, ingo. caio/hidroplas de 1987 a 1989, com protótipos opala de o resto colocava dinheiro do bolso.” 1990 a 1993, com omegas de 1994 a 1999. thiago, 25 anos, vencedor de duas corridas da stock em interlagos, é também um filho do autódromo. “cres- ci aqui dentro vendo meu pai correr. depois, um pouco T Muffato percorre pit lane da Stock Car em Interlagos 136
S Carros da Stock no pit lane após a prova de abertura da temporada 2010 bom, senão não consegue vencer”, comentou. a exemplo de thiago camilo, marcos gomes conhece maior, comecei a frequentar o kartódromo, então essa região é muito especial. sinto-me em casa aqui em in- interlagos desde criança. “faz parte da vida de qualquer terlagos. sempre que há corrida aqui fico animado”, piloto. Quando vim pela primeira vez eu devia ser quase afirmou o piloto, que desde adolescente foi preparado bebê. Vinha no colo da minha mãe acompanhar as corri- para correr de turismo. das do meu pai”, recordou. camilo protagonizou uma das histórias mais fantás- outro que vai a interlagos desde pequeno é max Wil- ticas de interlagos, em 2009. ele acidentou-se seria- son, ganhador da primeira etapa de 2010, em são Paulo. mente nos treinos da última etapa e saiu chateado na “sou do bairro, passei infância e adolescência por aqui. sexta-feira, sem saber se poderia correr. deu, porém, a minha primeira vez num carro de corrida foi aqui em inter- volta por cima: fez pole position no sábado e tornou-se lagos, mais ou menos em 1990”, contou o piloto, que teve vencedor no domingo. “foi a prova mais marcante da uma aventura pelo traçado antigo: entrou na pista com minha carreira.” um carro de passeio sem pedir autorização e deu duas ou três voltas nela. foi a única experiência do competidor de outro vencedor de interlagos e filho de ex-piloto, 37 anos, que ficou no exterior de 1996 a 2008, no velho de Paulão, mais precisamente, é marcos gomes. aos interlagos. 25 anos, já venceu quatro vezes na stock car, as quatro em interlagos. o segredo, para ele, é saber Bel camilo guarda na memória como era pilotar na- cuidar do carro. “sei na corrida, principalmente, do- quele traçado antigo com um stock car. “era complica- sar bem o acelerador para que o carro não se des- do. o muro crescia nas quatro primeiras curvas, porque gaste tanto. na maioria das minhas vitórias aqui, ven- os carros chegavam lá a 240, 250 km/h. na época, an- ci do meio para frente. mas você tem de ter um carro dávamos de opala e não havia nem freios bons”, disse o ex-piloto, que gosta bastante também do atual traçado, pois “há curvas em que você tem de olhar a formiguinha no chão para contorná-las”. campeão de 2008, ricardo maurício, 31 anos, levanta outro ponto interessante: além de ter muita história, inter- lagos representa aos pilotos o pontapé inicial: “a moleca- da geralmente começa a andar de carro em interlagos, é um marco na história de cada piloto”. apesar do glamour, stock car em interlagos ainda consegue trazer à tona o passado da categoria, dos com- petidores presentes nela e de seus familiares. 137
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gt Agt Brasil, categoria que se intitula “um show de gran turismo”, leva a interlagos carros dos sonhos dos apaixonados por velocidade e faz do autódromo paulistano um cenário de disputas intensas entre marcas e modelos diferentes. lançada no Brasil em 2007, a gt3, como era chamada, fez uma primeira temporada de cinco etapas, iniciada em tarumã, em agosto, e encerrada em são Paulo, em dezembro. Já na prova inicial havia carros como lamborghini gallardo, dodge Viper, ferrari 430 e Porsche 997. a dupla campeã foi a for- mada pelo experiente Xandy negrão e pelo chefe de equipe andreas mattheis, reconhecidamente um craque na preparação de carros. eles conduziram um dodge Viper rumo ao título e às vitórias da rodada dupla de interlagos. a segunda temporada contou com uma maior participação de pilotos de renome e com três passagens por são Paulo, uma em maio, outra em julho e a última em novembro. Quem foi aos autódromos viu, além da gt3, a f-3 sul-americana e a copa clio. ainda era necessário correr em duplas e haver um revezamento durante cada prova. cada piloto fazia um dos treinos classificatórios da rodada dupla e era o responsável pela largada do carro da corrida para a qual se classificou. Xandy negrão e andreas mattheis não tiveram vida fácil em 2008, por- que desafiaram ricardo rosset, ex-f-1, e Walter salles, cineasta, que dividiram um ford gt. Vendo vantagem no carro dos rivais, a dupla cam- peã de 2007 adotou o mesmo equipamento a partir da terceira rodada dupla e conquistou o bi. Brasil W Porsche 997 lidera pelotão disputado em 2009 139
CATEgORIAs o ano de 2008 foi o mais estrelado da histó- em 2009, a categoria dividia fins de semana ria da gt3. os irmãos emerson e Wilsinho fitti- com a copa clio e o trofeo maserati. mas, para paldi formaram uma dupla para pilotar um Pors- 2010, os carros do trofeo maserati passaram a che 997. estrearam em 11 de maio, justamente correr na chamada gtBr4, compartilhando pista em interlagos. além disso, ingo hoffmann fez com os da gtBr3. parceria com Paulo Bonifácio na pilotagem de um lamborghini gallardo. da junção das duas divisões formou-se a gt Brasil. em 2010, as duplas não são mais uma obri- a gt3, porém, sofreu um duro golpe em 2009. gação. desde que sejam respeitados os critérios a crise financeira mundial a acertou em cheio e, e a parada obrigatória de dois minutos, um piloto ao mesmo tempo, a dupla bicampeã saiu tem- pode correr sozinho. os pilotos são classificados porariamente de cena. ricardo rosset disputou em quatro classes de acordo com os currículos: uma rodada dupla e nada mais, enquanto ingo Platina, ouro, Prata e Bronze. os integrantes das hoffmann e Walter salles deixaram de correr na classes Platina e ouro não podem correr sozinhos categoria. cláudio ricci e rafael derani levaram nem formar dupla entre eles. as formações per- o título a bordo de uma ferrari f430. mitidas são: ouro/Prata (com adição de 30 kg de lastro), Platina/Bronze, ouro/Bronze, Prata/Prata, há de se destacar também que ricardo maurí- Prata/Bronze, Bronze/Bronze, Prata sozinho e cio, campeão de 2008 da stock car, passou a cor- Bronze sozinho. rer na gt3 com mais regularidade. mas o time de Para que haja um equilíbrio do campeonato, pilotos da stock car na gt3 foi liderado por allam há distribuição de lastros de desempenho a cada Khodair e competidores como chico serra, daniel etapa. os pilotos que marcarem mais pontos têm serra e thiago camilo também fizeram aparições. 140
peso adicionado para a rodada dupla seguinte. o maior W T Porsche, Ford, Ferrari e Lamborghini mostram pontuador passa a carregar 25 kg. o segundo, 15 kg. o diversidade de marcas presentes na categoria terceiro, 10 kg. Já o quarto colocado tem 10 kg coloca- dos anteriormente retirados. o quinto, 15 kg. do sexto em diante, 25 kg retirados. “estamos seguindo o modelo que é adotado nos cam- peonatos da inglaterra, Bélgica, espanha e itália, com re- sultados positivos. a opção de correr sozinho ou em dupla também existe nos campeonatos europeus”, disse Walter derani, sócio da sro latin america, organizadora da cate- goria, ao lado de antônio hermann. Por causa das regras de formação de duplas, é normal na gt Brasil um piloto menos experiente, porém mais endi- nheirado, chamar um competidor de bom currículo para for- mar dupla com ele. sua equipe, assim, fica suficientemente competitiva para disputar vitórias e títulos. a duração de cada corrida é de 50 minutos em 2010. nas duas primeiras desta temporada, realizadas em inter- lagos, em março, cláudio dahruj e rafael daniel, pilotos de um lamborghini gallardo, triunfaram em ambas. essa roda- da dupla marcou a volta de Xandy negrão e andreas mat- theis à categoria. a primeira rodada dupla de são Paulo, com grid de 28 carros, deu novas cores a interlagos. em função de uma ação promocional, arquibancadas e áreas de escape rece- beram tinta vermelha, cor do principal patrocinador da cate- goria, a cervejaria itaipava. a gt Brasil realizará corridas em são Paulo também em 16 de maio, 8 de agosto e 28 de novembro, quando estará junto com a fia gt1. a temporada tem sido transmitida ao vivo pela redetV! e pelo site racetV. 141
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Aprimeira corrida da história do autódromo de interlagos, em maio de 1940, não foi de carros, mas sim de motocicletas. esse fato já dá uma ideia da grande importância do circuito paulistano para o motociclismo brasileiro. alexandre Barros, o maior piloto do motociclismo do Brasil, saiu de interlagos e ganhou o mundo. embora não tenha sido campeão mundial, ele tem o respeito geral dos fãs da velocidade e tornou-se referência para as gerações seguintes, apesar de ainda não haver outro representante do País correndo na motogP. Barros, 39 anos atualmente, começou sua carreira aos sete anos. cam- peão de ciclomotores, dos campeonatos Brasileiros de 50 cc e de 250 cc, foi para a europa em 1986, quatro anos antes de começar uma longa jornada pela categoria máxima, 500 cc, futura motogP. de 1990 a 2007, disputou 245 corridas na divisão principal e somou sete vitórias, 32 pódios, cinco poles e 2.079 pontos. ocupou a quarta colocação nos campeonatos de 1996, 2000, 2001, 2002 e 2004. o agora piloto da Porsche gt3 cup teve como escola o antigo inter- lagos. “era muito mais desafiador, mais completo, tinha todos os tipos de curva, subidas, descidas. havia antes também a opção do anel externo. fui dono de todos os recordes no anel externo de todas as categorias”, disse. “falava-se que quem andava em interlagos corria em qualquer pista.” motos W Pilotos dividem o S do Senna lado a lado 141343
CATEgORIAs X Barros dá seus goria 350 cc, uma conquista inédita para o País. primeiros passos no adu retornou ao Brasil definitivamente em 1977, ano em que começou a correr na fórmula super motociclismo Vê. mas, ainda na década de 1970, competiu de motocicletas na taça centauro. ele vivenciou em 1992, defendendo a cagiva, a única etapa do mundial de motovelocidade em adu celso disputou e venceu diversas corri- interlagos. em recuperação de uma contusão, das em interlagos durante sua carreira, encerra- conseguiu apenas ser o oitavo colocado em uma da no fim de 1984. prova vencida pelo norte-americano Wayne rai- ney. como considerava a curva do café perigosa, Uma das provas mais importantes do piloto a organização criou uma chicane antes da reta no autódromo paulistano aconteceu justamen- dos Boxes. te no grande ano de 1973. aquela edição das 500 milhas contou com a participação de pilotos a história de vitórias do Brasil no mundial de como Johnny cecotto, venezuelano ganhador motovelocidade não começou, porém, com Bar- do título mundial de 350 cc em 1975 e piloto de ros, mas sim com adu celso. eduardo celso san- f-1 em 1983 e 1984. entre os brasileiros, as du- tos, em companhia do compatriota e igualmente plas de destaque eram denísio casarini/Walter pioneiro luiz celso giannini, foi correr na europa tucano Barchi e adu celso/Paolo tognocchi. em 1970, mesma época em que emerson fittipaldi se destacava nas pistas do Velho continente. tucano, com uma Yamaha 350 cc tZ, liderou boa parte da prova, mas sofreu uma queda na en- o Índio Brasileiro, apelido que ganhou por lá por conta de seus longos cabelos lisos, avançou ao mundial em 1971 e, apenas dois anos depois, faturou o gP da espanha, em Jarama, da cate- 144
trada do laranja depois de ser ultrapassado por adu, foram mais de 70 vitórias no total em sua carreira. que venceu, assim, a corrida com boa vantagem também outro competidor de destaque foi edmar ferreira, um em cima de uma Yamaha 350 cc tZ. ele repetiria o feito em 1975 ao lado de edmar ferreira, do qual viraria rival dos poucos brasileiros que disputaram o mundial de mo- após algumas polêmicas em 1977. tociclismo, embora tenha sido por menos de dois anos, a partir de 1975, quando também ele faturou as 500 milhas adu morreu em fevereiro de 2005, aos 59 anos, e dei- de interlagos junto com adu. xou uma grande história em interlagos e no motociclismo brasileiro, assim como Walter tucano Barchi, que, embo- apesar de o Brasil não ter mais pilotos no mundial, ra não tenha vencido as 500 milhas de interlagos, sempre internamente há alguns que se destacam. foi muito competitivo na prova. no entanto, nas 24 horas de 1974, saiu do autódromo paulistano com a vitória, que Bruno corano, um dos principais pilotos brasileiros da foi obtida ao lado do sempre parceiro denísio casarini. atualidade, coloca interlagos na ponta do ranking de au- com uma Yamaha tX 500, a dupla levou a melhor ba- tódromos nacionais. “embora não seja lembrado como tendo o recorde de voltas (336) e colocando 12 voltas o maior palco das provas do mundial de motovelocidade no segundo colocado. “tucano” ainda disputou provas em função de goiânia e rio de Janeiro terem recebido importantes, como as 24 horas de Bol d’or, em le mans, o maior número de corridas, no fundo interlagos é o de 1976, assim como Paulo salvalagio, o Paulé. das 60 grande palco do motociclismo brasileiro por estar em motos participantes, apenas 25 completaram a prova, e são Paulo e por ter o maior número de provas de moto a 12ª melhor foi a dos brasileiros. no País. Às vezes as pessoas não veem isso porque interlagos recebeu poucas provas do mundial de mo- tucano deixou as pistas em 1984 após muitas outras tovelocidade. É, na verdade, o centro nervoso do mo- corridas em interlagos e fora do País, sendo terceiro colo- tociclismo no País”, comentou. cado nas 24 horas de Bol d’or de 1983, em Paul ricard, com Jacques luc e Jean-louis Battistini. segundo ele, corano é um dos ícones da nova geração, embora tenha 30 anos. o paulista foi vice-campeão brasileiro em 2006, mas 2007 e 2008 anos foram difíceis para ele por S O \"ballet\" das motos nas curvas de Interlagos 145
CATEgORIAs T Parte mista de causa de acidentes. Já em 2009 foi campeão os lados”, disse. o piloto classifica interlagos Interlagos exige paulista e brasileiro e levou o título da super- como um circuito bastante técnico. segundo bike series. além disso, mantém o recorde ele, às vezes quem é rápido em curitiba, por muita técnica dos de interlagos, que é seu desde novembro de exemplo, tem dificuldades na pista paulistana, motociclistas 2008: 1min40s4. porque é um lugar muito mais complexo e não existe nada melhor no País no que diz respeito o piloto começou a correr apenas em a asfalto, então “é a melhor praça esportiva que 2005, então se classifica como um “bebê”. há”. “o motociclismo sofreu uma renovação muito grande, então hoje, embora eu seja a Prefeitura de são Paulo fez esforços em jovem no esporte, mesmo quem é mais ex- 2009 para que a motogP voltasse à cidade em periente do que eu não é tão mais experien- 2011, mas a tentativa não deu certo, pois não te assim”, declarou. houve consenso entre as partes sobre as obras a serem realizadas em interlagos. além disso, apesar de gostar muito de interlagos, cora- seria necessário haver um entendimento entre no vê dois problemas na pista para motocicle- Bernie ecclestone e fia, por parte da f-1, e tas: a curva do café e a segunda perna do s carmelo ezpeleta e fim, por parte do mundial do senna. “interlagos não é um ‘motódromo’, de motovelocidade. é um autódromo. há algumas poucas curvas sem área de escape ideal, mas isso não faz dele corano está animado com a superbike se- um circuito inviável para moto, faz só com que ries. “o que ela traz de novo é a compreensão haja um risco maior em alguns trechos, mas, de que, para crescer, qualquer categoria pre- ainda assim, quando falamos de circuito, já é cisa ter gente nova. existe a necessidade de bastante seguro, bem diferente de uma rua, em dar abertura para amadores. ninguém nasce que existem guias, postes e muros para todos profissional. a pessoa entra no esporte, de- 146
S Bruno Corano é seguido por Ricardo Shimohara pilotos menos experientes; superbike stock, febre mundo afora, ”categoria para quem vai à pista em pois começa a gostar e se profissionaliza. mais ou vez de ir à rua se matar”. também são disputa- menos cinco novos profissionais surgem a cada dos os campeonatos superbike Pro am estrean- mês, é um número expressivo. isso se dá em fun- te, superbike master, supersport Pro, supersport ção, antes de tudo, da praça esportiva. sem o Pro am, supersport stock triumph 675, 600 cc autódromo, não daria para isso acontecer”, afir- naked, 250 cc multimarca, Kawasaki ninja 250 r mou o piloto. e Kawasaki ninja 250 r amadores. “a superbike series é uma iniciativa privada a maior parte das corridas dessas categorias é que chegou ao mercado recentemente. fez al- realizada em interlagos. as categorias superbike gumas provas experimentais no ano passado e Pro e Pro am correm junto com o gt Brasil, for- agora sim entrou com toda a força, com tV ao mando a tnt superbike. Já as demais fazem o vivo, esPn, e bateu o recorde de inscritos — são Pirelli superbike. mais de 130 pilotos”, explicou corano. a cate- goria em que corano corre é a superbike Pro, a Para se ter uma ideia, uma moto da superbi- divisão máxima do motociclismo brasileiro, cujas ke Pro chega a 290 km/h na reta dos Boxes e a motos são de 1.000 cc. 280 km/h na reta oposta. existem outras divisões: superbike Pro am e Pro light, com motos de 1.000 cc conduzidas por 147
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APorsche gt3 cup fica completa quando realiza etapas em interlagos: é quando ocorre a união entre carros possantes como os modelos 997 e 996 da marca alemã e o mais importante autódromo da américa do sul. Por meio de dener Jorge Pires, responsável pelo centro técnico da stuttgart, importadora oficial da Porsche no Brasil, a categoria chegou ao País em 2005 e, cinco anos depois, conta com pilotos como miguel Paludo, bicampeão, ricardo rosset, ex-f-1, e alexandre Barros, ex-motogP. a categoria funciona a partir de uma centralização, o que a deixa mais igual. todos os 47 carros são da mesma equipe e ficam guardados na ofi- cina da stuttgart. o chefe desta grande equipe é dener, um apaixonado por automobi- lismo desde criança, quando ia a interlagos com seu pai. ele tinha uma queda em especial pelas provas de longa duração, como as mil milhas. “achava impressionante a largada à noite, toda essa maratona”, disse o empresário, que chegou a correr na associação dos Pilotos de carros antigos e históricos, a aPcah, com um Porsche 914, de seis cilindros, ainda no traçado antigo. mas 1995 foi o ano em que tudo realmente começou para dener. com um Porsche de 1971 de preparação brasileira e uma série de equipamentos gt3 CupporsChe W Largada de etapa da Porsche GT3 Cup em 2009 141949
CATEgORIAs S Alex Barros agora atualizados, a dener motorsport foi ao pódio com uma interlagos é casa natural da categoria, cuja sede pilota Porsche terceira posição em uma prova vencida por Wilsinho está localizada na marginal do rio Pinheiros, nada fittipaldi, antônio hermann e franz Konrad. a partir distante do autódromo paulistano. “É sempre um disso, não deixou de colocar dois ou três carros nas prazer muito grande quando as corridas são em mil milhas seguintes e também nos 500 Quilômetros são Paulo. aqui, nosso público é maior, assim como de interlagos. dener, logo em 1996, triunfou como che- nosso domínio da pista, e as condições do autódro- fe dos pilotos roberto Keller, roberto aranha, Walter mo são melhores”, afirmou dener. salles e andré lara nas mil milhas. a organização de uma corrida em interlagos, se- “isso me deixou ainda mais apaixonado pelo es- gundo o chefe da categoria, é mais tranquila “pela porte, pelo autódromo, e fez com que continuásse- proximidade e pelo costume”. mos participando das corridas de longa duração du- rante esse tempo todo”, comentou dener. ele, porém, detecta um problema, o de divul- gar o evento para os paulistanos, pois a cidade é Veio então a Porsche gt3 cup, cuja primeira enorme. Quanto a treinos, é difícil também, pois temporada teve apenas uma etapa fora de interla- a solicitação do autódromo é intensa, então nem gos, mas apenas as corridas de são Paulo valeram sempre se pode testar. a Porsche gt3 cup ge- pontos. segundo o promotor, é “o maior e mais im- ralmente faz testes pré-temporada em fevereiro. portante campeonato monomarca do mundo”. “interlagos é sempre o melhor termômetro para 150
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