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Revista Científica FAEMA v. 09, n. 1, jan./jun. 2018

Published by biblioteca, 2018-05-29 15:55:36

Description: A Revista FAEMA é um periódico eletrônico semestral que publica artigos de caráter acadêmico e cientifico originais e inéditos, que tratem de questões sobre ciências da saúde, ciências sociais e humanas, ciências exatas, educação, ciências biológicas e meio ambiente, relacionadas preferencialmente à região amazônica. O periódico aceita colaborações em português, reservando-se o direito de publicar ou não, após avaliação do material submetido espontaneamente. O projeto Revista FAEMA empenha esforços interdisciplinares com o fim de incentivar a publicação científica de dados relevantes às áreas afins, viabilizando o compartilhamento de dados de pesquisas realizadas na região amazônica, facilitando assim o acesso dos mesmos no cunho acadêmico.

Keywords: Revista Científica FAEM,FAEMA,Interdisciplinar

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Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.antigas, como o livro, “Anatomia e resolução e 01 (2,1%) manual do MinistérioFisiologia Humana” de KAWAMOTO, da Saúde ou do Ministério das Cidades.publicado em 1988. 3 REVISÃO DE LITERATURA Os materiais foram analisados de 3.1 Anatomia do sistema reprodutoracordo com os critérios que inclusão: femininomaterial publicado em bases de dadosconfiáveis, disponíveis em língua O organismo humano é formado porportuguesa, espanhola ou inglesa e que diversos órgãos e estruturas que são inter-possuíam relevância com a temática relacionados e interdependentes, ou seja,proposta. estruturas com características peculiares, porém com funções distintas que se Sendo os critérios de exclusão: os completam, sendo todas indispensáveismateriais que não tivessem conexão a com para o bom funcionamento orgânico etemática do estudo, que não pertencesse a fisiológico. (8)uma base de dados confiável ou ainda quenão pertencessem aos idiomas de As estruturas orgânicas que formam oportuguês, espanhol ou inglês. sistema reprodutor feminino possuem responsabilidade primordial sob a Foram usados os seguintes reprodução, sendo eles a vulva, vagina,descritores em base DeCS (Descritores em útero, ovários, trompas e mamas. (9)Ciências da Saúde): As principais funções deste sistema - Neoplasias do Colo do Útero; de acordo com Brunner e Suddarth (10) sãoPrevenção Primária; Promoção da Saúde; as de “produzir óvulos, secretar hormônios,e Papel do Profissional de Enfermagem. nutrir e proteger o desenvolvimento do bebê durante os nove meses de gestação”. Durante a busca, foram pesquisadase encontradas 70 ferramentas de estudo, A vagina é o órgão de cópula femininodestas, utilizou-se 48, por estarem de e atua juntamente com a cavidade uterinaacordo com os critérios de inclusão. como canal para o parto. Já a vulva, também denominada como conjunto Destes, 12 (25%) eram artigos pudendo feminino constitui órgãos genitaiscientíficos, 02 (4,17%) teses e trabalhos de externos, que contribuem para a cópulaconclusão de curso, 21 (43,75%) periódicos entre homem e mulher. (11)divulgados em revistas eletrônicas, 01(2,1%) diretriz, 01 era lei (2,1%), 07 De acordo com definições de Brunner(14,58%) eram livros, 01 (2,1%) protocolo, e Suddarth (10), “a genitália externa (a vulva)01 (2,1%) Informe Técnico, 01 (2,1%)CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 351

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.inclui duas pregas teciduais espessas, O útero apresenta-se dividido emchamadas de grandes lábios, e dois lábios duas partes distintas, sendo eles o colo e omenores de tecido delicado, denominados corpo. O colo está localizado no alto dapequenos lábios”, entre estes lábios, na vagina e o corpo, é a parte responsável porporção superior, está localizado o clitóris, dar origem ao processo menstrual (8). Aque é basicamente uma estrutura orgânica Figura 1 apresenta a anatomia do coloextremamente sensível e designada a uterino:fornecer sensação de prazer para a mulherdurante o ato sexual, abaixo e também Figura 18 - Anatomia do Colo Uterino.entre os lábios, está o meato urinário,orifício responsável pela passagem da Fonte: Adaptado de SAÚDE&VIDA (2002).urina. Abaixo deste orifício, encontra-seoutro orifício de tamanho maior, As tubas uterinas, também chamadasdenominado intróito vaginal e está de Trompas de Falópio, além dedestinado para a penetração do pênis constituírem o local da fecundação,durante o ato sexual. também possuem a responsabilidade de conduzir a célula fecundada até o útero, O útero constitui um órgão interno do atividade esta possível, devido às trompas,aparelho reprodutivo feminino, o qual ligarem o útero aos ovários, valepossui aspecto similar ao de uma pêra, mencionar, que o processo de conduçãotendo como função primordial, o desta célula, é realizado por meio defornecimento de um ambiente seguro e movimentos peristálticos e ciliares. (8)nutritivo para o bebê durante o períodogestacional. Ou seja, funciona como abrigo Os ovários são responsáveis pelapara a nova vida que se formará. (12) síntese de células germinativas femininas, a citar o óvulo e hormônios como a Está localizado no abdome, mais progesterona e o estrogênio, responsáveisprecisamente na porção inferior, sobre a pelo desenvolvimento das característicasvagina, entre a bexiga e o reto. Possuivariabilidade de tamanho de acordo comidade da mulher, tamanho, estadohormonal e ainda paridade (13). Em suamaioria, apresenta-se com “8 cm decomprimento, 5 cm de largura e 2 a 3 cm deespessura”. (14)CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 352

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.sexuais. Também possuem importante A palavra câncer deriva do grego karkínos e em seu sentido real, significapapel sobre o útero, auxiliando em caranguejo, foi utilizado pela primeira vez por Hipócrates, o chamado pai da medicina.mecanismos de implantação do óvulo e no Atualmente refere-se a um conjunto de mais de 100 doenças caracterizadas porinicio do desenvolvimento do embrião. O crescimento celular desordenado. (15)sistema reprodutor feminino funciona em De acordo com Almeida (16) utilizou-se tal termo, devido à capacidade da doençaconjunto com o sistema reprodutor de se proliferar de modo infiltrante, assimilando-se deste modo, amasculino, de modo a garantir a características do caranguejo, ao considerar principalmente a capacidadecontinuidade da espécie. Atuam por meio deste crustáceo, de infiltrar suas pernas na areia, dificultando assim a sua remoção.de produção de células germinativas e O câncer é tido como uma dasmecanismos fisiológicos que garantem a doenças mais temidas pela população em geral, tal fato dá-se devido à cultura defusão destas dentro do corpo da mulher. (11) morte, sofrimento e de dor que se criou sobre tal temática. É considerado comoAs mamas também são estruturas importante problema de saúde pública, principalmente em países desenvolvidos ouorgânicas consideradas partes que estejam em desenvolvimento, considerando a maior incidência nesteconstituintes do sistema reprodutor cenário. (16)feminino, estão localizadas entre a 2ª e a 6ª Ressalta-se que são anualmente identificados no mundo, cerca de 10costela, mais precisamente sobre o milhões de novos casos desta doença, sendo que a mesma possuimúsculo peitoral, segue desde o externo responsabilidade de aproximadamente 12% das mortes em geral (17). Éaté as axilas, cada mama possui de 12 a 20 considerada por uma pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúdelobos sob a forma de cone, os quais sãoformados de elementos glandulares, sendoseparado por tecido adiposo e tecidofibroso, o que mantêm os lobos juntos. (10)De acordo com o autor já citado,durante o período gravídico e de lactaçãoocorre produção de leite nos lóbulos e emseguida estes são carregados através dosductos até o mamilo, o primeiro leitematerno é denominado colostro e por meiodeste a mãe ainda transfere anticorpospara o Recém-Nascido (RN), o quefortalece a tese da importância doaleitamento materno.3.2 Câncer em seus aspectos geraisCÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 353

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.(OMS), a terceira causa de morte entre as células cancerosas, as quais sãopessoas no mundo, sendo a segunda maior simplesmente células comuns, quecausa de morte no Brasil em 2012. (16) sofreram alterações em algum fator genético (seja esta alteração por causas Estima-se que, para o ano 2030, internas ou externas), seguem com apode-se esperar um número de 27 milhões multiplicação das células (consideradasde casos incidentes de câncer, bem como, anômalas - transmitido às modificações17 milhões de mortes por câncer e ainda, genéticas para as demais células que agora75 milhões de pessoas vivas, portadoras da nascem) sem que haja a morte celular. Issodoença. (18) causa desordem no corpo, favorecendo disfunções em sítios específicos. É Vale frisar que, o organismo humano, imprescindível destacar que tais célulaspossui mecanismos próprios de anômalas, podem espalhar-se pelo resto docrescimento e renovação celular, sendo organismo. (15)deste modo, normal a multiplicação ecrescimento destas, no corpo do indivíduo. Quanto às causas dessas alteraçõesPorém, para que haja controle no número celulares, essas podem ser internas oude células no organismo, e não haja deste externas ao organismo, podendo ainda,modo, um número elevado das mesmas, estarem ou não inter-relacionadas. É bomtambém é comum que, o próprio lembrar que alguns fatores, como aorganismo, faça o controle do tempo de predisposição genética, a irradiação e atévida dessas células, ou seja, para que, seja mesmo alimentação, contribuem para opossível a renovação dessas células, desencadeamento destas, até mesmo, éexistem simultaneamente, nascimento e possível a interação entre eles paradesenvolvimento de células novas e a aumentar a probabilidade da célula normalmorte (apoptose), de células consideradas se transformar em maligna. No entanto,velhas. (19) nenhum desses elementos, por si só, fornecem uma explicação plausível e Segundo o autor mencionado acima, suficiente para o surgimento da doença. (20)a não ocorrência dessas etapas(nascimento, crescimento e morte) no Sobre a cura desta doença assimcorpo humano, também pode ser como em outras situações alguns tipos deconsiderado normal, tendo como critério o câncer são considerados curáveis e outrostipo de célula. não. Essa classificação se dá principalmente a partir da identificação do Sendo assim, o que acontece demaneira geral no caso do câncer, é que asCÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 354

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.tipo de tumor e estágio de evolução em que 3.2.1 Câncer de Colo Uterinoesse câncer se encontra, assim, o O Câncer do Colo do Útero o qualdiagnóstico precoce constitui ferramenta deextremo valor na luta contra o câncer, tendo também é denominado de câncer cervical,em vista que a possibilidade de cura é nada mais é que, o desenvolvimentoampliada quando o diagnóstico da doença desordenado de células com alteração emé feito precocemente, em contrapartida, o seu Ácido Desoxirribonucleico (DNA) dodiagnostico tardio, além de dificultar a colo uterino, podendo levar aopossibilidade de cura, pode resultar em comprometimento do tecido subjacentecomplicações até mesmo após o (estroma), e assim invadir estruturas etratamento do câncer. (8) órgãos próximo ou à distância. (21) É importante mencionar de modo Atualmente, essa neoplasia ainda segeral, o tratamento instituído para o câncer, configura como um importante problema deé considerado longo, resulta em sua saúde púbica a níveis globais,maioria em marcas profundas aos clientes principalmente por apresentar-se como umque por hora o fizeram, tendo em vista que, dos maiores indicadores deindependentemente do tipo de câncer, o morbimortalidade entre as mulheres,tratamento para esta doença, envolve muito apresentando “aproximadamente 530 milestresse emocional. (20) casos novos por ano [...] sendo responsável pelo óbito de 265 mil mulheres por ano” no No entanto, se ocorrer o retardo para mundo, a expectativa para 2016, apenas noinício do tratamento ou até mesmo a Brasil, é de 16.340 casos novos, com umausência do tratamento, as células risco estimado de 15,85 casos a cada 100cancerígenas, tendem a multiplicar-se e mil mulheres. (22) No Brasil, no ano de 2012,invadir outros órgãos e tecidos, agravando foi considerada a terceira doença maisainda mais o quadro de saúde do indivíduo, incidente entre as mulheres (23), sendo que,podendo deste modo, evoluir para a morte. em 2013, passou a ser considerada aAlguns estudos mostram que, os clientes segunda maior causadora de mortalidadeque possuem classificação de câncer neste público. (15)considerada não curável, podem duranteanos, seguir com qualidade de vida como Na maioria das situações essa doençaem outros casos de doenças crônicas, possui curso lento e silencioso,desde que seja instituído tratamento apresentando sintomatologia apenas emadequado para controle da doença. (8) estágio avançado. Alguns dos sinaisCÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 355

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.prodrômicos considerados são: dor pélvica, cliente, mesmo que em caso cirúrgico, vistodor durante a relação sexual, sangramento que, mesmo após termino de tratamento, ovaginal, presença de secreção anormal em risco de recidiva da doença chega a atingirsua maioria fétida e alguns casos, queixas percentual de 35%. (10)urinárias ou mesmo intestinais. (24) Segundo publicações do INCA, De acordo com publicações do existem duas categorias de carcinomasInstituto Nacional de Câncer (INCA) consideradas como principais: o carcinomaexistem alguns fatores que podem deixar epidermoide e o adenocarcinoma. Ouma pessoa mais propensa ao câncer primeiro acomete o epitélio escamoso e écervical, dentre estes, temos fatores que tido como o mais incidente, o qual possuiestão diretamente associados às condições responsabilidade por cerca de 80% dossocioeconômicas, a infecção por Papiloma casos. O segundo acomete o epitélioVírus Humana (HPV), a grande variação de glandular, é considerado raro, sendoparceiros sexuais, quantia de cigarros responsável por apenas 10% dos casos. (21)fumados, vida sexual promíscua doparceiro, precariedade ou falta de higiene De acordo com Brunner e Suddarthíntima, uso prolongado de contraceptivos, a (10), podem ainda ocorrer outros tipos denuliparidade, a multiparidade e também o câncer no útero, tais como o melanoma,início precoce de atividades sexuais. (18) sarcoma e linfoma. As neoplasias do colo uterino são precedidas por uma série de Embora a situação atual do câncer de alterações no epitélio escamoso do útero,colo uterino represente um cenário as quais, se limitadas apenas ao epitéliopreocupante, é importante frisar que esta é escamoso do útero, recebem auma doença passível de prevenção (3). denominação de Neoplasia Intra-epitelialSendo que uma das formas diagnósticas Cervical (NIC).preventivas mais simples e eficazes paraidentificação desta é o exame Papanicolau, A característica principal destao qual é popularmente conhecido como doença está na evolução que vai desdeexame de preventivo. (24) alterações de grau simples, até aos graus mais elevados de NIC e também de O acompanhamento ginecológico displasia, ao que se refere à NIC, esta porregular constitui uma das medidas sua vez “tem origem em célulasprofiláticas mais eficazes contra a essa metaplásicas imaturas que se alteram,doença, sendo este, ainda integrado ao provavelmente, devido a uma associaçãotratamento e acompanhamento deste de fatores: agentes oncogênicos,CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 356

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.perturbações imunitárias e características podendo desta maneira, ser classificadasepidemiológicas”, já a displasia, é como NIC 1, classificação que indica lesõesbasicamente o crescimento desorganizado de baixo grau e NIC 2 e NIC 3, os quaisdo epitélio, ainda em fase inicial. (8) indicam leões de alto grau. (26)As lesões cervicais precursoras O Quadro 1 apresenta aapresentam-se em graus evolutivos, a discriminação utilizada para a diferenciaçãoconsiderar conceitos cito-histopatológico, dos tipos de NICs:Quadro 2 - Descrição da classificação dos tipos de NICs. Tabela de Classificação das NICs GRAU NIC DEFINIÇÃONIC 01 Discreta alteração da arquitetura epitelial à custa de proliferação de células imaturas, atipias celulares de discreta a moderada, coilocitose de moderada a intensa, maturação parcial com diferenciação e maturação citoplasmática até as células superficiais, entretanto, núcleos volumosos e densos.NIC 02 Alterações mais acentuação da estratificação do epitélio, maior de despolarização e proliferação de células imaturas atípicas e menor grau de maturação citoplasmática.NIC 03 Elevada alteração da disposição das três camadas do epitélio. Onde as células revelam redução da maturação, com dano ao volume citoplasmático e elevação de volume nuclear. Os núcleos são hipercromáticos, de cromatina grosseira e de distribuição irregular. Pode haver observação de mitoses em toda a espessura do epitélio, porém, a coilocitose, não é mais observada normalmente. Fonte: Adaptado de (SANTOS; CANNO, 2014. p. 43).3.3 Papanicolau ou citologia oncológica exame preventivo periódico, especialmente O exame popularmente conhecido se estiver na faixa etária dos 25 aos 59 anos de idade, é preconizado que este sejaentre as mulheres como preventivo recebe feito pelo menos uma vez ao ano. O examedenominação de Papanicolau ou Citologia é realizado em qualquer Unidade Básica deOncológica do Colo Uterino, é tido como o Saúde (UBS), desde que se tenha umprincipal método de prevenção ao câncer profissional habilitado para a realizaçãode colo cervical, por ser capaz de detectar deste. (24)lesões no útero e presença de fatores derisco, como o HPV. (4) É indispensável destacar, que, a realização deste procedimento preventivo Toda mulher que tem ou já teve pode reduzir a incidência desta doença ouatividade sexual deve submeter-se aCÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 357

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.no mínimo a gravidade dos efeitos nocivos. câncer do colo do útero e tem transformadoDeste modo, acredita-se que, havendo uma o cenário de taxas de incidência ecobertura ampla do chamado, público-alvo, mortalidade por este câncer. (18)sendo esta de no mínimo 80%, mais agarantia de diagnóstico e tratamento A Figura 2 representa a realização doadequado, seria possível alcançar uma exame Papanicolau:redução média de 60% a 90% da incidênciado câncer cervical invasivo. Figura 19 - Realização do Exame Papanicolau. Vale colocar que, atualmente, já Fonte: Adaptado de BEMESTAR (2013).existem experiências em paísesconsiderados desenvolvidos, onde Para a realização do exame, éalcançou-se redução dessa doença em necessário que a mulher receba80%, justamente onde houve implantação orientações de preparo como, por exemplo,com qualidade do rastreamento citológico, não realizar duchas vaginais, utilizarunindo cobertura, tratamento e medicações vaginais ou, praticar relaçõesacompanhamento das mulheres. (21) sexuais, no período correspondente a, 48 horas, antes do exame, além de, não O método é considerado simples, encontrar-se menstruada. Porém,confiável e de baixo custo, consiste na sangramentos considerados atípicos,inspeção da região genital e coleta de devem ser investigados. (23)material citopatológico da endocervice eectocervice, ou seja, da parte interior e Os materiais utilizados para a coletaexterior do colo uterino, para posterior do exame citopatológico, são:análise laboratorial. (13) Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), especulo vaginal, escovinha O objetivo do exame de Papanicolau endocervical e espátula de Ayres (4).é basicamente detectar lesões precoces eproporcionar o diagnóstico inicial da A Figura 3 apresenta tais materiaisdoença, até mesmo antes da manifestação para a realização do exame Papanicolaudos sintomas, de modo a aumentar o em pacientes:percentual de cura para esta. A eficácia darealização do exame citopatológicoPapanicolau tem sido reconhecida em nívelmundial, como uma estratégia segura eeficiente para a detecção precoce doCÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 358

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200. Figura 20 - Material Utilizado para Realização do Papanicolau. De acordo com Brasil (23), o exame é Fonte: IMEDIQ (2014).feito com a mulher em posiçãoginecológica, em seguida o profissional (tanto da ectocérvive e como darealiza a introdução do espéculo no canal endocérvice), faz-se uso do fixadovaginal (para facilitar a visualização do colo citológico na lâmina, para então, enviá-lauterino), ainda com o especulo adequadamente identificada paraposicionado, realiza-se a coleta do material laboratório de análise citológica.da ectocérvice (parte exterior do colo),através da utilização da espátula de Ayres, É importante lembrar que, noa amostra coletada deve ser disposta na momento de disposição do materiallâmina, sendo que a disposição desse citológico na lâmina, não pode havermaterial deve comprometer apenas metade sobreposição da amostra, para que nãodo espaço da lâmina, sendo depositado na haja comprometimento da visualizaçãomesma de modo transverso. celular. Após o término do procedimento, os materiais utilizados na coleta, são Posteriormente, faz-se a introdução descartados.da escovinha cervical no canal uterino, paracoleta do material da endocérvice (parte Faz-se indispensável salientar ainterior do colo), o material deve ser importância da realização deste examedisposto na parte que ainda se encontra para o diagnóstico precoces da neoplasia,limpa da lâmina, de modo longitudinal, visto que, segundo o MS se a doença foratravés de movimento giratório. identificada ainda em fase inicial o prognóstico de cura pode chegar até 100% O mesmo autor informa que, após a de chances. (5)disposição do material coletado na lâmina Sabendo das evidencias que ligam a ocorrência do câncer cervical, a presença do vírus HPV, as técnicas para detecçãoCÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 359

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.deste, foram aprimorando-se. Atualmente, realização deste procedimento, mulheresexistem estudos que visam à utilização de que apresentaram testes moléculastestes moleculares, para rastreamento do positivo para o HPV ou, as que o exameDNA do HPV. Considerando que o mesmo Papanicolau revelou algumaainda possui especificidade baixa, se alteração.Salvo lembrar que, caso durantecomparado ao Papanicolau, sua o processo de colposcopia seja encontradorecomendação pode estar apenas para alguma alteração, recomenda-se, amulheres de idade igual ou superior a 35 realização de outro procedimento, aanos. (27) chamada biópsia, a qual também éSeguindo orientações do autor citado considerada uma ferramenta eficaz paraacima, outro exame utilizado para diagnóstico de câncer, consiste na retiradadiagnóstico precoce do câncer cervical é a de um ou mais fragmentos de área alteradachamada colposcopia, a qual parte da do colo do útero, durante o exame clínicoanálise cuidadosa do colo uterino e da ou na colposcopia, para examevagina, por meio de lentes aumentadas, a histopatológico. (27)fim de favorecer a visualização de lesões O Quadro 2 apresenta uma lista comque antecedem o câncer e assim, os possíveis diagnósticos citopatológicospossibilitar o tratamento das lesões antes anormais, os quais estão seguidos dedo agravamento do quadro. São respectivas recomendações de condutas:submetidas ou encaminhadas paraQuadro 3 - Recomendações iniciais após resultado de exame citopatológico anormal. Resultados Grau de Conduta suspeição Em células Provavelmente não Menor Repetir a citologia em 06 meses escamosas neoplásica. Maior (>30 anos) ou (<30 anos). Não se pode afastar Encaminhamento para lesão de alto grau. colposcopia.Atipias de Em células Provavelmente não Maior Encaminhamento parasignificado glandulares neoplásica Maior colposcopia. paraindeterminado Maior para Não se pode afastar Maior Encaminhamento para lesão de alto grau. colposcopia. De origem Provavelmente não Encaminhamento indefinida neoplásica. colposcopia. Encaminhamento Não se pode afastar colposcopia. lesão de alto grau.CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 360

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200. Lesão intraepitelial de baixo grau. Menor Continuação Maior Repetição da citologia em 06 Maior meses. Maior Lesão intraepitelial de alto grau. Maior Encaminhamento para Maior colposcopia.Atipias emcélulas Lesão intraepitelial de alto grau, não Encaminhamento para colposcopia.escamosas podendo excluir microinvasão. Carcinoma epidermóide invasor. Encaminhamento para colposcopia. Adenocarcinoma in situ. Encaminhamento para Adenocarcinoma invasor. colposcopia.Atipias emcélulas Encaminhamento paraglandulares colposcopia. Fonte: BRASIL, 2013. É de real importância que, além de 3.4 Evolução das políticas de atenção arealizar o procedimento de coleta de exame saúde da mulhercitopatológico, a mulher tenha apreocupação de retornar a unidade de No Brasil, as Políticas de Atenção àsaúde para buscar o resultado da análise Saúde da Mulher, sempre surgiram delaboratorial da amostra, para que se complexas e amplas discussões, isso senecessário, seja iniciado tratamento o mais deu principalmente devido à forma com queprecoce possível. a mulher era socialmente vista na época: um ser sexual, com responsabilidades Salienta-se que, além desses domésticas, reprodutivas e de cuidadosresultados, a mulher pode apresentar com filhos e demais componentesalgum tipo de infecção ou inflamação, que familiares. (28)necessitará ser tratado, sendo em muitassituações necessário tratar também o Deste modo, a saúde da mulherparceiro sexual. passou a ser incorporada ao âmbito das políticas de saúde, a partir do século XX, e Deste modo, o resultado faz-se de abarcava apenas temas relacionados àsuma importância para a saúde da mulher, gravidez e ao parto, no sentido desendo que este, só deve ser entregue por proporcionar um corpo saudável e propícioum profissional capacitado, e que, entenda para criação de um novo corpo saudável,a importância do processo. (23) compatível com a vida e expectativas sociais, deixando a saúde da mulherCÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 361

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.descoberta na maioria dos seus tratamento e recuperação, englobando aseguimentos, sendo ainda, que esta assistência à mulher em clínicapolítica, atendia apenas os considerados ginecológica, no pré-natal, parto egrupos de risco. (29) puerpério, no climatério, em planejamento familiar, DST, câncer de colo de útero e de Diante do visível contexto de mama, além de outras necessidadesdesigualdade, as mulheres passaram a identificadas a partir do perfil populacionalorganizar-se e defender seus conceitos e das mulheres”.ideais. Passaram a lutar por uma atenção asaúde de modo integral, que fosse além do É indispensável destacar aperíodo gravídico e do parto, e que contribuição do PAISM, principalmente, aoincluísse todos os grupos femininos. considerar o redimensionamento doContextualizaram e colocou em seus conceito tido sobre o corpo feminino, aodiscursos, a mulher como ser também abordar em especial, a integralidade desteadoecedor e com necessidades de ser. Assim, a adoção do PAISM,cuidados com a saúde bem como o homem. representou um importante passo em direção ao conhecimento de direitos das(30) mulheres, valendo citar aqui, o direito sexual e reprodutivo. (28) Com base nesses argumentos,começaram a surgir propostas de A Estratégia e Saúde da Famíliareorganização deste eixo, assim, em 1984, (ESF) constitui uma proposta deo MS divulgou a proposta do “Programa de reorganização da atenção primária, desteAssistência Integral à Saúde da Mulher modo, pode-se colocar que é basicamente,(PAISM), marcando, sobretudo, uma a reestruturação de estratégias de açãoruptura conceitual com os princípios para os conhecidos Postos de Saúde, nonorteadores da política de saúde das qual, a equipe de saúde recebe umamulheres”. (29) responsabilidade mais ampla no que se refere à promoção e prevenção de saúde De acordo com Brasil (31), o PAISM em um contexto coletivo e individual, dentropossui como objetivo primordial a de uma área delimitada, denominada nesteassistência de modo integral (em todos os contexto, área de abrangência. (6)níveis de complexidade) a saúde damulher, visando, principalmente a redução Em publicação do MS, encontra-sede morbimortalidade deste grupo. Brasil (29) que a ESF, caracteriza-se como modelocoloca que o mesmo “[...] incluía ações primordial de atenção primária, ou seja,educativas, preventivas, de diagnóstico,CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 362

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.designa o eixo central da atenção a saúde Portanto, o trabalho em equipeda população. Deste modo, é considerada constitui o pilar para a qualidade destea porta de entrada para atendimento no serviço, fazendo-se mandatário que ossistema de saúde. (32) conhecimentos e habilidades dos envolvidos, integrem-se de modo a somar Este modelo inclui várias etapas de para o fornecimento do serviço ao usuáriotrabalho e para que funcione como o do sistema. Devem fazer parte dessaesperado, é necessário que possua uma equipe: médico, enfermeiro, Agentesequipe multidisciplinar dotada de saberes Comunitárias de Saúde (ACS), técnico deque se completem mediante ao enfermagem, cirurgião dentista e técnicoatendimento da população, assim: “[...] em saúde bucal. (33)inicia-se com o ato de acolher, escutar eoferecer resposta resolutiva para a maioria Quando falamos na atuação do ACS,dos problemas de saúde da população, é indispensável fazer alusão ao processominorando danos e sofrimentos e de busca ativa, principalmente quando seresponsabilizando-se pela efetividade do pensa em um resultado de examecuidado, ainda que este seja ofertado em Papanicolau, que apresentaram alteraçõesoutros pontos de atenção da rede, significativas e exigem intervenção dagarantindo sua integralidade”. (33) equipe de saúde. A busca ativa constitui basicamente uma ação de localização de É indispensável que a equipe da ESF pessoas em situação de vulnerabilidade e,possua perfil resolutivo, sendo capaz de é considerada uma forte aliada daassistir os problemas comuns a população assistência em saúde. (33)sob sua responsabilidade sanitária, demodo que atue como um filtro, onde se O conteúdo exposto faz perceber aconsiga resolver significativa parte dos importância da proposta da ESF, e leva aproblemas sem necessidade de percepção da necessidade da qualidade noencaminhar para outros níveis de fornecimento desse serviço, principalmenteassistência. Assim sendo, essa estratégia para a prevenção de doenças, não apenasdeve fazer uso de meios que possibilitem no contexto individual, como também nopromover mudança de hábitos e valores da contexto coletivo, visto que este modelopopulação, de modo que reflitam em não se centra apenas no tratamento daqualidade de vida para o grupo sob sua doença propriamente dito, mas emrespectiva responsabilidade. (34) promoção de mudanças de hábitos e estilos de vida que contribuam para existênciaCÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 363

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.desta, onde a família é o foco e não mais a É importante destacar, que, de acordo com Brasil (31), os objetivos do PNCCU,doença. (6) consistiam em:  Definição da população-alvo, método eVale mencionar que, a partir do intervalo de rastreamento; e meta desurgimento do PAISM, muitas foram às cobertura;  Infraestrutura assistencial nos três níveisevoluções no que se referem a programas de atenção;  Sistema de informação para monitorarde atenção a saúde da mulher. (28) Dentro todo o processo de rastreamento;  Diretrizes de diagnóstico e tratamentodo contexto câncer, por exemplo, a partir estabelecidas;  Processo de capacitação e treinamentodas políticas do PAISM que passaram a continuados de profissionais de saúde;  Informação para a população-alvo;surgir modelos de programas de detecção  Garantia da qualidade das ações;  Compromisso técnico e político dosprecoce do câncer de colo de útero, com gestores para continuidades das ações;  Garantia de suporte financeiro.publicações ademais manuais técnicos A mesma literatura afirma que, emorientando tanto os estados como também virtude da relevância demonstrada por meio dos valores epidemiológicos de incidênciaos municípios. (35) da doença no Brasil, foi criado em 2010, por meio da portaria Nº 310, de 10 de fevereiroNo Brasil, as atividades para controle de 2010, o chamado Grupo de Trabalho, o qual foi criado no intuito de avaliar odo câncer, foram materializadas em 1990, PNCCU, elaborar objetivos e propostas de aperfeiçoamento. (31)sob a coordenação do Instituto Nacional de Considerando o exposto, fica clara aCâncer (INCA), sendo que, necessidade de elaboração de melhores estratégias envolvendo a temática,especificamente em relação ao colo do principalmente ao destacar, que embora o câncer de colo de útero seja uma doençaútero, foi criado pelo MS o ProgramaNacional de Controle do Câncer Cérvico-Uterino (PNCCU). Mais tarde, em 1996, em04 municípios e em 01 estado, foi realizadopelo INCA/MS um projeto piloto,denominado “Programa Viva Mulher”, oqual objetivava o controle do câncer de colode útero. (27)Em 1997, o MS por meio do PNCCU,conseguiu implantar dentro dos programasde atenção básica a saúde, procedimentossimples e de baixo custo, que auxiliaram demaneira significativa na prevenção edetecção precoce do câncer de colo deútero. (35)CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 364

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.que pode ser prevenida e detectada não combate a todas as formas do vírus eprecocemente, ainda é uma das maiores nem mesmo a outras doenças sexualmentecausas de morbimortalidade entre as transmissíveis, alheias ao vírus. A segunda,mulheres. (35) considerada vacina terapêutica, ainda possui eficácia de baixa qualidade, no No que se refere a aprimoramento e entanto já está comprovadodesenvolvimento de novas estratégias, vale cientificamente, que esta também é umacitar a vacina contra o Papiloma Vírus medida de profilaxia, visto que tambémHumana (HPV), vírus este, associado a estimula a prevenção contra alguns tipos dediversas formas de câncer, em especial no vírus. (37)gênero feminino. Esse vírus possui grande 3.5 A importância do enfermeiro nacapacidade de contagio, sendo a principal prevenção do câncer cervicalforma de transmissão por contato diretoentre mucosa ou mesmo pele contaminada. Fazendo referência a ESF o profissional enfermeiro surge neste(25) contexto como integrante desta equipe e gestor do serviço de saúde. De acordo com O autor citado acima, atualmente a lei do exército profissional n° 7.498, de 25existe uma estimativa, que prevê que cerca de junho de 1.986, a direção, chefia,de 50% da população esteja contaminada organização, planejamento, coordenação ecom este vírus, é importante colocar, que a avaliação dos serviços prestados emmaioria dessas infecções são transitórias e instituições de saúde, correspondem acombatidas pelo sistema imunológico, funções privativas do profissionalsendo que das pessoas contaminadas, enfermeiro. (38)apenas 10% desenvolveram algum tipo delesão cancerígena. Figueiredo (33) coloca ainda como atividades de responsabilidade deste Visando combater a disseminação do profissional, realizar consultas devírus, foram criadas as vacinas profiláticas enfermagem de modo a atender todos ose terapêuticas contra o HPV, a primeira famílias e indivíduos cadastradas sob otem-se mostrado muito efetiva, visto que território de sua responsabilidade, gerircombate a várias formas do vírus, é (prover e prever) insumos necessários paradenominada quadrivante, pois em sua funcionalidade da instituição e realizarformulação possuem características contra procedimentos.04 tipos de vírus, no entanto, estametodologia não elimina a proposta doexame de preventivo, visto que, a vacinaCÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 365

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200. Ligado ao exercício da atividade, outra Ainda abordando a questão defunção deste profissional, é realizar educação em saúde, ao perceber osorientações do procedimento do exame resultados que esta pode alcançar, noPapanicolau, assim como da importância controle e combate dos mais diversosda realização deste, solicitar exames, agravos, o MS passou a investir emprescrever medicamentos de acordo com o diversas estratégias. (41)protocolo da instituição, encaminharadequado a demais componentes da Considerando a temática do câncer,equipe multiprofissional diante da detecção por exemplo, podemos citar entre asde alterações citológicas, realizar visitas mesmas, a campanha denominadadomiciliares, detectar situações de Outubro Rosa, a qual nasceu em 1990, comvulnerabilidade bem como, planejar e vistas a estimular a participação popular naexecutar atividades voltadas para o prevenção e combate ao câncer de mama.diagnóstico precoce, ademais, desenvolver Atualmente, a campanha ganhou força eatividades de educação em saúde em apoio de outros órgãos, ampliando seusgrupo, com vistas, principalmente a aspectos, deste modo, trabalha comdivulgação principais fatores de risco e ferramentas que vão desde aapresentação de condutas consideráveis conscientização sobre o câncer atésaudáveis. (33; 39) métodos de rastreamento deste, facilitando por meio de ações intensificadas o acesso Ao que se refere às atividades de da população a este serviço. (42)educação em saúde, o enfermeiro éinserido nesse contexto, a considerar a O trabalho de prevenção estende-serelação diálogo-reflexiva, entre o cliente e desde um atendimento individualizado atéeste profissional. Pois, tal profissional, além medidas coletivas, é importante colocar quede possuir arcabouço de conhecimentos todas as ações desenvolvidas, devemteórico e científico, desenvolve atividades considerar crenças, valores, culturas,mais próximas ao cliente e comunidade, o religião e arcabouço de conhecimento daque permite uma relação mais estreita entre população, a fim de ampliar os resultadosesses elementos, favorecendo que, por positivos do trabalho desempenhado emeio do diálogo, a dimensão de saúde- aceitação do público. (39)doença seja percebida pelo cliente,estimulando sua reflexão e mudança de Nesse sentido, percebe-se comohábitos. (40) indispensável para este serviço, a presença do profissional enfermeiro. Vale destacar ainda, no que se refere ao câncer de coloCÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 366

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.uterino, o enfermeiro possui figura ainda agravos, sendo de fundamental valor amais relevante, ressaltando que é conduta adotada por este profissional aoresponsabilidade deste profissional a longo de um atendimento, a destacar quepromoção de saúde e a prevenção de esta, pode ser um fator determinante nadoenças e agravos, bem como ações que assistência prestada ao cliente. (45)possibilitem tratamento e reabilitação, vale 4 CONSIDERAÇÕES FINAISdeste modo citar a resolução ConselhoFederal de Enfermagem (COFEN) Nº Ao término dessa pesquisa, permitiu381/2011, a qual coloca no Art. 1º que, “no conhecer um pouco sobre o alarmante eâmbito da equipe de Enfermagem, a coleta preocupante cenário que envolve o câncerde material para colpocitologia oncótica cervical, doença essa que, embora sejapelo método de Papanicolau é privativa do passível de prevenção, constitui atualmenteEnfermeiro”. (43) um grave problema de saúde pública, não apenas no Brasil mais a nível mundial, o Deste modo, é importante que o que valoriza nesse contexto, a produção deenfermeiro assuma o seu papel enquanto estudos e discussões em torno da temática,profissional com tal arcabouço de de maneira a contribuir para mudança de talresponsabilidades e busque meios e situação.estratégias que alcancem as mulheres,principalmente as que possuem fatores de É importante que tanto a populaçãorisco para o desenvolvimento desta quando os profissionais de saúde tenhamdoença, para encorajá-las e auxiliá-las a em mente, que o diagnóstico precoce daformular suas próprias metas de saúde, doença pode aumentar a perspectiva deacolhendo, acompanhando, orientando, cura. Esse entendimento pode resultar emesclarecendo duvidas e fornecendo novos ampliação da aderência ao tratamento econhecimentos sobre a doença, possivelmente, redução de maiores danosesquematizando atividades comunitárias e à saúde do cliente. Além, do fato, de que osindividuais para que haja eficácia na gastos com prevenção sãopromoção de saúde, e quando necessário significativamente inferiores a gastos com oauxiliar no enfrentamento da doença. (44) tratamento da doença. O enfermeiro possui papel de extremo A equipe de enfermagem, por sua vez,valor frente à prevenção, não somente ao em virtude de possuir relação mais próximaque se refere ao câncer cervical, como à comunidade e formação mais generalista,também prevenção de outras doenças e com focos em humanização e educação em saúde, pode contribuir de maneiraCÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 367

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.significativa para o enfrentamento do considerar populações com baixa condiçãocâncer de colo uterino. Sendo desta socioeconômica e pouca escolaridade, asmaneira, de extremo valor, que o quais necessitam dessas ações para teremenfermeiro reconheça o seu papel e acesso ao sistema de saúde. Somenteassuma suas responsabilidades diante assim, poder-se-á cumprir um dosdesse contexto, buscando estratégias que princípios básicos da Constituiçãoalcancem as mulheres de maneira geral e Brasileira, o qual coloca a saúde como umfortaleça a temática de prevenção. direito de todos e dever do Estado. Todavia, é necessária também a açãodo poder público, principalmente aREFERÊNCIAS Biológicas e da Saúde Unit. Aracaju, 2014. [citado em 03 de outubro de 2015].1. Carvalho, SCB, Santos, MD; Barros, Disponível em: <ÂMS. A Incidência de Lesões Pré- https://periodicos.set.edu.br/index.php/cadCancerígenas e Câncer de Colo Uterino em ernobiologicas/article/view/1179>.Mulheres do Município de Mirandiba-PE.Rev. Saú. Colet. Deb. Brasil, 2011. [citado 5. Villani, MS. O Exame Preventivo doem 03 de outubro de 2015]. Disponível em:<http://www.fis.edu.br/revistaenfermagem/ Câncer Cérvico-Uterino na Visão deartigos/vol01/carvalhosantosbarros2011.pdf>. Mulheres Atendidas em Uma ESF. 2012. 22 f. Monografia (Especialização). Universidade Regional do Noroeste do2. Costa, JHG et al. Prevenção do Câncer Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ).de Colo do Útero em Comunidades Departamento de Ciências da Vida DC –Ribeirinhas Atendidas pelo Programa Luzna Amazônia, Estado do Pará, Brasil. Rev. Vida. Curso de Pós-Graduação emPan-Amaz Saú. Brasil, 2011. [citado em 03de outubro de 2015]. Disponível em: Oncologia. [citado em 04 de novembro de<http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?pid=S217662232011000400003&script=sci_art 2016]. Disponível em:<text>. http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/b itstream/handle/123456789/799/Melania% 20Villani.pdf?sequence=1>.3. Arruda, FS et al. Conhecimento e Prática 6. Rosa, WAG; Labate, RC. Programa Saúde da Família: A Construção de umna Realização do Exame de Papanicolaou Novo Modelo de Assistência. Rev. Latino- am Enfer. São Paulo, 2005. [citado em 26e Infecção Por HPV Em Adolescentes de de novembro de 2015]. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v13n6/v13n6Escola Pública. Rev. Parae. de Med. Brasil, a16.pdf>.2013. [citado em 03 de outubro de 2015].Disponível em: 7. Rocha, JM; Santos, VLO; Cunha, KJB.<http://files.bvs.br/upload/S/0101- Câncer do Colo do Útero: Desafios para o5907/2013/v27n4/a4078.pdf>. Diagnóstico Precoce. Rev. Saú. Foc.4. Siqueira, GS. et al. Citopatologia Como Teres., 2014. [citado em 03 de outubro dePrevenção do Câncer do Colo Uterino.Cadernos de Graduação - Ciências 2015]. Disponível em:CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 368

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Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.45. Melo, MCSC et al. O Enfermeiro na 08_artigo_enfermeiro_prevencao_cancer_Prevenção do Câncer do Colo do Útero: o colo_utero_cotidiano_atencao_primaria.pdfCotidiano da Atenção Primária. Rev. >.Brasil.Cancerol.. Brasil, 2012. [citado em 09de outubro de 2016]. Disponível em:<http://www1.inca.gov.br/rbc/n_58/v03/pdf/ Como citar (Vancouver)Silveira BL, Maia RCB, Carvalho MFA. Câncer do colo do útero: papel do enfermeiro na estratégia e saúde dafamília. Rev Cient Fac Educ e Meio Ambiente [Internet]. 2018;9(1):348-372. DOI:http://dx.doi.org/10.31072/rcf.v9i1.517CÂNCER DO COLO DO ÚTERO: PAPEL DO ENFERMEIRO NA ESTRATÉGIA E SAÚDE DA FAMÍLIA 372

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200. ENGENHARIA I TRATAMENTO DE ÁGUA COM MORINGA OLEÍFERA COMO COAGULANTE/FLOCULANTE NATURAL DOI: http://dx.doi.org/10.31072/rcf.v9i1.539 WATER TREATMENT WITH MORINGA OLEÍFERA AS COAGULANTE / FLOCULANTE NATURAL Natalia Terezinha Oliveira62; Karine Pinheiro Nascimento63; Bruno de Oliveira Gonçalves64; Felipe Cordeiro de Lima65; André Luiz Neves da Costa66RESUMO: A aplicação da Moringa oleífera em pesquisas, testes e analises vem conquistandoespaço. O presente trabalho busca por meio dessas pesquisas cientificas apontar uma novaforma de tratamento de água, utilizando a Moringa oleífera, como coagulante natural. Parautilizar a semente como coagulante, preparou-se uma solução leitosa extraída da mesma, oqual foi o meio utilizado para garantir o processo. Diversos estudos apontam que os produtosproduzidos por esta planta, trazem diversos benefícios para a saúde e para a indústria, sejaela, bioquímica, alimentícia e biocombustível. Outra grande importância da Moringa oleíferaesta sendo na aplicação da mesma no processo de tratamento de água, sendo está umaalternativa sustentável, econômica, viável e de fácil acesso, principalmente para a região dosemiárido brasileiro, onde a planta se encontra em maior abundancia. Seu processo decoagulação e floculação dá-se pelo fato da mesma possuir uma proteína catódica, com altopeso molecular que desestabiliza as partículas presentes na água e flocula os coloides. AMoringa oleífera reduz drasticamente o número de partículas suspensas e também reduz aquantidade de microrganismos. A semente possui agentes coagulantes que ajudam naremoção da turbidez, da cor e coliformes presentes na água, além de não alterar o pH damesma.Palavras-chave: Tecnologia alternativa. Qualidade da água. Proteína. Extratos. Engenhariaambiental e sanitária.ABSTRACT: The application of Moringa oleifera in research, testing and analysis has beengaining space. The present work searches through this scientific research to point out a newform of water treatment, using Moringa oleifera, as a natural coagulant. To use the seed as acoagulant, a milky solution extracted therefrom was prepared, which was the medium used to62 Acadêmica do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. E-mail: [email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8636-8978;63 Acadêmica do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. E-mail: [email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2004-2270;64 Acadêmico do curso de Agronomia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9183-3627;65 Mestre, Engenheiro Ambiental, Professor da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7345-2011;66 Especialista, Licenciado em Química, Professor da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7223-8021. TRATAMENTO DE ÁGUA COM MORINGA OLEÍFERA COMO COAGULANTE/FLOCULANTE NATURAL 373

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.guarantee the process. Several studies indicate that the products produced by this plant, bringvarious health and industry benefits, be it biochemistry, food and biofuel. Another greatimportance of Moringa oleifera is its application in the water treatment process, being asustainable, economical, viable and easily accessible alternative, mainly to the Brazilian semi-arid region, where the plant is most abundant. Its process of coagulation and flocculation isdue to the fact that it has a cathodic protein, with a high molecular weight that destabilizes theparticles present in the water and flocs the colloids. Moringa oleifera drastically reduces thenumber of suspended particles and also reduces the amount of microorganisms. The seed hascoagulating agents that help in the removal of turbidity, color and coliforms present in the water,besides not changing the pH of the same.Keywords: Alternative technology. Water quality. Protein. Extracts. Environmental andsanitary engineering.INTRODUÇÃO onde a escassez de água representa No Brasil, o tratamento da água para grande dificuldade para a população, comprometendo também o abastecimentofins de abastecimento envolve diferentes para o consumo das criações de animais.processos e operações de forma a adequara água dos mananciais aos padrões de Constatou-se que a planta apresentapotabilidade exigido pelo Ministério da uma proteína catiônica, cerca de 40 %, deSaúde na PORTARIA Nº 2914, de elevado peso molecular que desestabilizadezembro de 2011, a qual “dispõe sobre os as partículas presentes na água e flocula osprocedimentos de controle e de vigilância coloides(3).da qualidade da água para consumohumano e seu padrão de potabilidade”(1). O tratamento da água com a semente triturada pode ser realizada em diversos O uso de coagulantes de origem locais, a baixo custo e sem a utilização denatural é uma alternativa ecológica que energia elétrica. Portanto, a utilização davem sendo viável na substituição dos Moringa olifera pode ser viável nocoagulantes químicos, especialmente em tratamento simplificado de águasrelação à biodegradabilidade e superficiais para abastecimento humano(4).sustentabilidade, além de apresentar umabaixa toxicidade e baixa produção de lodo Nesse contexto, este artigo tem comoresidual(2),(3). principal objetivo evidenciar o uso da Moringa oleífera como coagulante e A Moringa oleífera é um exemplo floculante natural. Além de apontar outrosdesses coagulantes naturais, e vem sendo usos desta planta, os quais vêm crescendo,utilizada, em sua grande maioria, na região principalmente no setor industrial.nordestina, principalmente no semiárido, 2 METODOLOGIATRATAMENTO DE ÁGUA COM MORINGA OLEÍFERA COMO COAGULANTE/FLOCULANTE NATURAL 374

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.Este artigo trata-se de uma pesquisa conhecida como lírio branco e Acássiabibliográfica, desenvolvida por meio de branca.levantamento de trabalhos científicos em Popularmente chamada de árvoreperiódicos eletrônicos, como o Google milagrosa, por ser uma arbórea de diversosAcadêmico e Scielo, buscando-se usos, possui grande teor de nutrientes eembasamento teórico e científico. Os todos os aminoácidos necessários aosartigos, dissertações, teses, entre outros, seres vivos e, tem ainda alta capacidade decompreendem materiais publicados de adaptar-se a condições climáticas e aos1993 a 2017. solos áridos(5),(6),(7). É uma planta exótica,3 REVISÃO DE LITERATURA que pode ser encontrada em diferentes3.1 Semente de moringa regiões do nordeste brasileiro, além de serA Moringa oleífera é pertencente à tolerante ao estresse hídrico, sendo umafamília Moringaceae, composta por apenas espécie halofílica(8),(9).um gênero e 14 espécies. É também Figura 21 - Semente da Moringa oleífera. Esta espécie de planta desenvolve-se Fonte: Terragaia(10).em regiões desde as subtropicais secas eúmidas, tropicais secas e florestas úmidas. coloração amarelada na base. Seu fruto é uma espécie de vagem com sementes(11). Resistente à seca, floresce e produz 3.2 Potencialidades de uso da moringafrutos, atingindo cerca de 10 metros dealtura, mesmo os solos sendo pobres em A moringa é utilizada para diversosnutrientes. A planta começa a florir oito fins devido as suas diversas propriedades,meses depois de plantadas, suas flores são principalmente nos setores industriais.perfumadas, de cor branca ou bege, com Segundo Agustini(12) et al. os produtos da moringa (folhas, sementes, vagem, folhes e raízes) são empregados em diversos ramos, entre eles industriais, humanos eTRATAMENTO DE ÁGUA COM MORINGA OLEÍFERA COMO COAGULANTE/FLOCULANTE NATURAL 375

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.animais, sendo algumas delas a utilização Estudos com diferentes partes da planta foram relatadas como fonte de váriossubstancias de valor alimentar e compostos bioquímicos, ou seja, possui elevado teor de lipídios e proteínas, além defarmacológica. Estudos retratados terem grande ação anticancerígena, anti- inflamatória, antidiabética, antioxidante eevidenciam que a Moringa oleífera possui antimicrobiana(15).em suas propriedades, conforme a região A farinha produzida pela raiz da moringa também vem se tornando umaonde é cultivada, sua concentração pode opção muito promissora na indústria alimentícia, devido a sua grandevariar entre aproximadamente 33% de quantidade de carboidratos e teor energético, muito parecido com os valoresproteínas, 37% de lipídeos e 44% de acido da farinha de batata e mandioca(16).oleico(5),(7). Deste modo será abordado As folhas da Moringa oleífera são ricas em vitaminas A e C, além dealgumas dessas aplicações apresentados apresentar grande teor de nutrientes que pode acabar com a desnutrição de milhõesadiante: de pessoas(17),(18).O óleo da semente de moringa vem Na alimentação animal, a Moringa oleífera pode servir como suplementosendo utilizado como ligante asfáltico para durante o período de seca. Deste modo, constituem-se de alternativas interessantesuso em misturas mornas. Sua utilização se e sustentáveis para manter ou melhorar a produtividade animal da região,deve ao fato de ser uma fonte abrangendo principalmente os pequenos pecuaristas(7),(19).biodegradável e renovável. Além de 3.3 Moringa como coagulante e floculanteproporcionar uma boa compactação a seu É crescente na atualidade a procuraprocesso de manuseio é menos por alternativas para tornar o tratamento de água eficiente, de baixo custo e sem agredirtrabalhoso(13). o meio ambiente. Dentre os processos deAinda de acordo com Lucena(13) et al.o óleo possui características antioxidantese propriedades tensoativas que sãopromissores para reduzir a elevadaviscosidade dos ligantes. Estascaracterísticas ocorrem devido à presençado ácido Oleico. Outra utilidade importanteé como um aditivo verde. Outro ramo deagregação de Moringa oleífera consiste notratamento de água residuária dapiscicultura, fazendo com que o mesmoseja uma possibilidade mais sustentável eeconômica(14).TRATAMENTO DE ÁGUA COM MORINGA OLEÍFERA COMO COAGULANTE/FLOCULANTE NATURAL 376

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.tratamento viáveis de serem adotados, colher sementes maduras e secas. Emprincipalmente em pequenas comunidades, seguida, removem-se as vagens e asestá a filtração lenta, recomendável para “asas” das sementes, deixando apenas aáguas que exibam baixa turbidez e parte branca. Em sequência, as mesmasintensidade de cor(20). devem ser trituradas e socadas até obter- se uma farinha. Realizado tal No Brasil a falta de água no semiárido procedimento, pode-se adicionar certanordestino devido às irregularidades das quantidade de água, proporcional achuvas, os quais determinam longos quantidade de semente. O pó da sementeperíodos de secas, tem feito com que os deve-se, junto com 5mL de água, e em umprofissionais busquem por alternativas de recipiente separado, misturar-se até formartornar a escassez algo reversível e uma solução leitosa. Depois a mesma devealternativo, reaproveitando a água de modo ser adicionada a certa quantidade de águamais eficiente, econômico, sustentável, proporcional a semente(17).viável e acessível, principalmente pelaMoringa oleífera ser abundante na região A quantidade necessária de sementenordestina(4),(17). depende de quanta impureza que a água pode vim a conter. Para tratar 20l (vinte Estudos realizados utilizando litros) de água são necessários cerca de 2gsemente e vagem de Moringa oleífera junto (dois gramas) de sementes trituradas(17),(18).à filtração no tratamento de águaevidenciam bons resultados. Entre eles a A coagulação consistesemente possui agentes coagulantes essencialmente na desestabilização dasajudando na remoção da turbidez, da cor e partículas coloidais e suspensas realizadascoliformes presentes na água. O extrato da por ações físicas e reações químicas, comsemente, por conter uma proteína poucos segundos de duração, entre ocatiônica, age como agente clarificante no coagulante, geralmente um sal de ferro outratamento de água. A proteína é o de alumínio, a água e as impurezas nelacomposto mais abundante encontrado na presentes(24).semente, as quais desestabilizam aspartículas contidas na água e por meio dos Os coagulantes orgânicos, em geral,processos de neutralização e adsorção, apresentam baixa toxicidade, menorfloculam os coloides(21),(22),(23). quantidade de lodo, menor problema quanto à disposição final, maior Para o processo de coagulação com a biodegradabilidade, podendo os mesmosMoringa oleífera, primeiramente deve-se ser produzidos no próprio local deTRATAMENTO DE ÁGUA COM MORINGA OLEÍFERA COMO COAGULANTE/FLOCULANTE NATURAL 377

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.tratamento, tais como o extrato de semente consiste no processo de sedimentação dos flocos(17).de moringa(13). Moreti(27) relata que as sementes deComo mencionado por Di Bernardo(25) Moringa oleífera vêm demonstrando tanta eficiência como coagulante e floculantea floculação é um conjunto de fenômenos natural, que se associa a um agente floculante apropriado para biomassa defísicos, resultado do processo de agitação microalgas, alcançando uma atividade comparável ao de sulfato de alumínio.contínua e suave, durante o qual, partículas A utilização da Moringa oleífera podesuspensas na água se agregam de forma reduzir o uso de coagulantes químicos, além de apresentar como vantagens,que elas possam ser removidas da água em menor geração de lodo, boa remoção da cor e turbidez da água, remoção deprocessos subsequentes do tratamento, algumas bactérias (até em 90%), além de não altera o pH da água(28).particularmente por sedimentação ou, nas De acordo com Camacho(29) peloestações de filtração direta, do meio processo de coagulação, floculação pode ocorrer remoção de cianobactérias que éfiltrante. governada pelo mesmo princípio aplicado para remover partículas coloidais e emA floculação causa a aglomeração e suspensão. Deste modo, de acordo com os mesmos mecanismos que atuam no casocompactação das partículas de partículas inorgânicas, as cianobactérias podem ser desestabilizadas e floculadas.desestabilizadas na coagulação, formando Como um dos fatores interessanteos flocos, capazes de sedimentar. Esse observado e comprovado da semente da moringa, é que a mesma pode serprocesso é favorecido pela agitação suave, primeiramente utilizada para a extração do óleo, e depois para serem empregadas noque auxilia o contato entre os flocos(26). tratamento de água, sem que isso reduza a sua eficiência, e seu princípioNo processo de floculação as coagulante(30).proteínas se ligam com as cargasnegativas, agregando as partículaspresentes na água, formando os flocos. Otempo necessário para a floculação estárelacionado ao nível de turbidez da água.Assim como os demais coagulantes, aeficiência das sementes da Moringaoleífera varia de uma água para outra. Paraque a floculação ocorra é necessáriofornecer energia suficiente de modo apermitir o contato entre as partículasdesestabilizadas, promovendo ocrescimento dos flocos e assim evitar suaruptura por fluxos altos. Já a decantaçãoTRATAMENTO DE ÁGUA COM MORINGA OLEÍFERA COMO COAGULANTE/FLOCULANTE NATURAL 378

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200. No entanto, segundo pesquisas, é consumo da água prevista na legislaçãointeressante e aconselhável utilizar o pó da vigente da Portaria nº 2914/11 do Ministériosemente durante um período máximo de da Saúde (3),(32).uma a duas semanas como coagulante, 4 CONSIDERAÇÕES FINAISpois a mesma pode perder a eficiência desuas propriedades com o tempo de A utilização da semente da moringaarmazenamento, devido a fatores como como agente coagulante apresenta-setemperatura(31). como ótima alternativa para a tecnologia do sistema de tratamento de água, no Através de estudos realizados a processo de clarificação da água, sendo umMoringa oleífera não apresenta riscos à produto biodegradável e que, portanto,saúde, ocasionando efeitos secundários ao colabora para a preservação do meiohomem quando utilizada em baixas doses ambiente.no processo de clarificação e diminuição daturbidez da água, não apresentando Por fim, segure-se a realização desintomas de toxidade. Apesar de sua pesquisas que visem à ampliação eevidente eficiência como coagulante possível adequação para a sua utilizaçãonatural, não recomendasse que somente em grande escala para o tratamento deesta fosse o processo a ser realizado para água, devido aos benefícios que ao tratamento de água. Deste modo faz se utilização desta tecnologia pode trazer paranecessário às etapas posteriores de a população, tanto em questões sociaiscoagulação, floculação e sedimentação, como ambientais.com o objetivo de atender aos limites deREFERÊNCIAS Anais. Encontro Nacional de Moringa, Aracaju, Sergipe, 2009.1. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº2914, de 12 dez. 2011. Dispõe Sobre os 3. Soriani M. Eficiência da Moringa OleiferaProcedimentos de Controle e de Vigilância como Coagulante Natural em Soluçãoda Qualidade da Água para Consumo e seu Salina para Água de Abastecimento.Padrão de Potabilidade. Disponível em: Universidade Tecnológica Federal Do<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis Paraná Curso De Engenharia Ambiental./gm/2011/prt2914_12_12_2011.html>. Trabalho De Conclusão De Curso.Acesso em: 12. out. 2014. Londrina, 2015.2. Bergamasco R et al. Estudo da utilização 4. Siqueira MSS et al. Viabilidade dada moringa oleifera em uma estação de utilização da moringa olífera como métodotratamento de água piloto (ETA-PILOTO). alternativo de tratamento de água no semiárido nordestino. Revista Acadêmica –TRATAMENTO DE ÁGUA COM MORINGA OLEÍFERA COMO COAGULANTE/FLOCULANTE NATURAL 379

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.Científica, SCIRE. ISSN 2317-661X. Vol. 08 lam para uso em misturas mornas. Revista– Num. 02 – Agosto 2015. Matéria, v.21, n.01. ISSN 1517-7076 artigo 11681, pp. 72 – 82, 2016.5. Bezerra AME, Momenté VG, MedeirosFilho S. Germinação de sementes e 14. Alves MM. Uso da semente de moringadesenvolvimento de plântulas de moringa oleifera no tratamento físico químico de(Moringa oleifera lam.) em função do peso água residuária de piscicultura.da semente e do tipo de substrato. Universidade Tecnológica Federal DoHorticultura Brasileira, Brasília, v.22, n.2, Paraná Curso De Engenharia Ambiental.p.295-299, abril-junho 2004. Trabalho De Conclusão De Curso. Londrina, 2015.6. Pasa M. C. et al. Abordagemetnobotânica de moringa lan m.: do cultivo 15. Gimenis JM. Avaliação da atividadeao uso da espécie em Rondonópolis, Mato antioxidante, fotoprotetora e antiglicanteGrosso. FLOVET, n. 2, ISSN 1806– dos extratos das folhas e flores de moringa8863.2010. oleífera. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Ciências e Letras de Assis –7. Gualberto AF et al. Características, Universidade Estadual Paulista. CDDpropriedades e potencialidades da moringa 581.634. 60 f. : il. Assis, 2015.(moringa oleifera lam.): aspectosagroecológicos. Revista Verde (Pombal - 16. Aprelini LO. Caracterização térmica,PB - Brasil), v 9, n. 5 , p. 19 - 25, dez, 2014. mecânica e morfológica de compósitos de polietileno de alta densidade com fibras da8. Santos JJ et al. Efeito de diferentes casca da semente da Moringa oleífera.doses de matéria orgânica em rejeito de Dissertação de Mestrado. REDEMATvermiculita na espécie moringa oleífera. In: REDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DEAnais...Encontro Nacional da Moringa, MATERIAIS. UFOP – CETEC – UEMG.Campina Grande, 2012. Ouro Preto, março de 2016.9. Medeiros RLS et al. Crescimento e 17. Pinto NO, Hermes LC. Sistemaqualidade de mudas de moringa oleifera simplificado para melhoria da qualidade dalam em diferentes proporções de composto água consumida nas comunidades ruraisorgânico. Revista Ifes Ciência, v. 3, nº 1, do semi-árido do brasil. Empresa Brasileira2017 – Instituto Federal do Espírito Santo. de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. Documentos 53. ISSN 1516-4691. Junho,10. Figura 1, 2006.˂https://terragaia.files.wordpress.com/2012/01/moringa-oleifera-sementes.jpg˃ 18. Rangel MAS. Moringa Oleifera umaAcesso em: 11 de Dezembro de 2017. planta de uso múltiplo. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA.11. Delduque M. Moringa. Revista Globo Circular Técnica – número 9. ISSN 1517-Rural, maio 2000, p. 89-91. 1370. Março, 1999.12. Agustini MAB et al. Maturidade 19. Bakke IA et al. Características Defisiológica de sementes de moringa oleifera Crescimento E Valor Forrageiro Da Moringa(LAM). Instituto Federal De Educação, (Moringa Oleifera Lam.) Submetida ACiência E Tecnologia Do Triângulo Mineiro Diferentes Adubos Orgânicos E IntervalosPró-Reitoria De Pesquisa, Pós-Graduação De Corte. Engenharia Ambiental, v.7, n.2,E Inovação. . Revista Inova Ciência & p.133-144, 2010.Tecnologia, Uberaba, p. 11-17, v. 1, n. 1,set./dez., 2015. 20. Paterniani JES, Roston DM. Tecnologias para tratamento e reuso da13. Lucena LCFL, Silveira IV, Costa DB. água no meio rural. Água, Agricultura eAvaliação de ligantes asfálticosmodificados com óleo da moringa oleíferaTRATAMENTO DE ÁGUA COM MORINGA OLEÍFERA COMO COAGULANTE/FLOCULANTE NATURAL 380

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.Meio Ambiente no Estado de São Paulo – À Flotação Por Ar Dissolvido. Anais. XXAvanços e Desafios. Embrapa MeioAmbiente. Jaguariúna, 2011. Congresso Brasileiro De Engenharia Química – COBEQ. Florianópolis / SC,21. Borgo C et al. Tratamento De Água ComSemente De Moringa Oleífera. Blucher 2014.Proceedings - V Semana De EngenhariaQUÍMICA UFES. Graduação em 28. Bongiovani MC, Valverde KC,Engenharia Química, Universidade Federal Bergamasco R. Utilização do processodo Espírito Santo, Alegre, ES, Brasil. 2016. combinado coagulação/floculação/uf como processo alternativo ao tratamento22. Santos AM et al. Estudo da coagulação convencional utilizando como coagulante aquímica do efluente da indústria de moringa oleifera lam. Anais. IX Fórumlaticínios utilizando a moringa como agente Ambiental da Alta Paulista, v. 9, n. 11, p. 65-coagulante. Anais. In: Encontro Nacional 76, 2013.De Moringa, 2009, Aracajú. 29. Camacho FP et al. Uso do coagulante23. Theodoro et al. Estudo de extraçãosalina da semente de moringa oleifera lam natural moringa oleifera lam no tratamentoaplicado na remoção do parâmetro cor parao tratamento de água potável. Revista de água com florações de cianobactérias.Tecnológica – Edição Especial 2014, Revista Tecnológica – Edição Especial.Maringá, p. 275-283, 2015. 2014. Maringá, p. 305-313, 2015.24. Libânio M. Fundamentos de qualidadee tratamento de água. 3. ed. 494p. 30. Pereira DF et al. Aproveitamento daCampinas, editora Átomo, 2010. torta da moringa oleifera lam para tratamento de água produzida. Exacta, São25. Di Bernardo L. Métodos e técnicas de Paulo, v. 9, n. 3, p. 323-331, 2011.tratamento de água. Abes, Rio de Janeiro,1993. 31. Valverde KC et al. Avaliação do tempo26. Barbosa GM. Processo de clarificação de degradação do coagulante naturalconvencional combinado com microfiltraçãovisando ao reuso de efluente da indústria moringa oleifera lam em pó no tratamentosucroalcooleira. 2011. 176 f. Dissertação(Mestrado em Engenharia Química) - de água superficial. e-xacta, BeloUniversidade Federal do Rio de Janeiro,Escola de Química, Rio de Janeiro, 2011. Horizonte, v. 7 n. 1, p. 75-82. (2014).27. Moreti LOR et al. Avaliação de um Editora UniBH. Disponível em:coagulante natural como agente floculantede Dolichospermum Flos Aquae, Associado www.unibh.br/revistas/exacta/. ISSN: 1984- 3151, 2014. 32. Santos WR et al. Estudo do tratamento e clarificação de água com torta de sementes de moringa oleifera lam. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.13, n.3, p.295-299, 2011. Como citar (Vancouver)Oliveira NT, Nascimento KP, Gonçalves BO, Lima FC, Costa ALN.Tratamento de água com moringa oleíferacomo coagulante/floculante natural. Rev Cient Fac Educ e Meio Ambiente [Internet]. 2018;9(1):373-382. DOI:http://dx.doi.org/10.31072/rcf.v9i1.539TRATAMENTO DE ÁGUA COM MORINGA OLEÍFERA COMO COAGULANTE/FLOCULANTE NATURAL 381

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200. FARMÁCIA A RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE DOI: http://dx.doi.org/10.31072/rcf.v9i1.522 THE RELATIONSHIP BETWEEN THE USE OF ORAL CONTRACEPTIVES AND THE OCCURRENCE OF TROMBOSJosiene Evangelista Silva67; Kamila dos Santos Santana68; Jucélia da Silva Nunes69; Jessica Castro dos Santos70; André Tomaz Terra Júnior71.RESUMO: A trombose é uma doença que pode ter várias causas, ela consiste na alteraçãodos componentes de coagulação do organismo, levando a formação de um trombo no interiorde veias, vasos ou artérias. Os anticoncepcionais orais possuem em sua composição doishormônios sintéticos, o estrogênio e o progestágeno e estão relacionados ao desenvolvimentoda doença. Vários estudos relatam que o uso de anticoncepcionais orais por mulheres quepossuem pré-disposição genética ou associados a outros fatores como o tabagismo,alcoolismo, obesidade, doenças cardiovasculares, entre outros, aumentam o risco decomplicações trombóticas. Essa relação pode ser explicada devido aos estrógenos eprogestágenos diminuírem a capacidade de coagulação sanguinea e aumentarem acapacidade pró- coagulante da cascata de coagulação, interferindo assim na hemostasia, poresse motivo é aconselhável que as usuárias desses medicamentos tenham acompanhamentode um médico especialista. O objetivo deste trabalho foi trazer uma revisão bibliográficaatualizada e criteriosa sobre a relação entre o uso de anticoncepcionais orais e a ocorrênciade trombose.Descritores (DeCS)72: Anticoncepcionais orais. Trombose. Hemostasia.ABSTRACT: Thrombosis is a disease that can have several causes, it consists of the alterationof the coagulation components of the organism, leading to the formation of a thrombus inside67 Bacharela em Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente-FAEMA, Ariquemes – RO. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1594-2514;68 Graduada em Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente -FAEMA, Ariquemes – RO. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-6765-3159;69 Especialista em Análises Clínicas pela FUNORTE, Brasil, Especialização em Química Faculdade de CiênciasBiomédicas de Cacoal, FACIMED-RO. Docente do curso de graduação em Farmácia da Faculdade de Educaçãoe Meio Ambiente -FAEMA, Ariquemes – RO. E-mail: [email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0110-6312.70 Fisioterapeuta e Especialista em Terapia Intensiva pela Faculdade Inspirar – Curitiba / PR. Docente do cursode graduação em Fisioterapia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente -FAEMA, Ariquemes – RO. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1534-8192;71 Mestre em Oncologia Clínica, Terapia Celular e Células troncos pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto–FMRP/USP. Docente do curso de graduação em Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente -FAEMA, Ariquemes – RO. E-mail: [email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7365-5284;72 Vide http://decs.bvs.br.A RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 383

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.veins, vessels or arteries. Oral contraceptives have in their composition two synthetichormones, estrogen and progestogen and are related to the development of the disease.Several studies report that the use of oral contraceptives by women who have geneticpredisposition or associated with other factors such as smoking, alcoholism, obesity,cardiovascular diseases, among others, increase the risk of thrombotic complications. Thisrelationship can be explained because estrogens and progestogens the ability to coagulateblood and increase the procoagulant capacity of the coagulation cascade, thus interfering withhemostasis, it is therefore advisable for users of these medicines to be followed up by a medicalspecialist. The objective of this study was to present an updated and careful bibliographicalreview on the relationship between oral contraceptive use and the occurrence of thrombosis.Descriptors: Oral contraceptives. Thrombosis. Hemostasis.INTRODUÇÃO Trombóticos (ET). A trombose é uma A trombose é uma patologia que pode doença ligada ao descontrole da hemostasia, podendo ser explicada por trêsocorrer por diversos motivos, ela consiste fatores, sendo eles: alterações no fluxona alteração dos componentes de sanguíneo, lesão endotelial ecoagulação do organismo, acarretando na hipercoagulabilidade, que associadas ouformação de um trombo no interior de veias, não a outros fatores podem levar aovasos ou artérias, podendo causar uma surgimento do trombo, na chamada Tríadeobstrução parcial e/ou total do local de Virchow. (4)afetado. (1) Pode-se ocorrer a formação detrombos em qualquer lugar do sistema A trombose pode ocorrer por diversoscardiovascular, sua denominação varia de motivos, entretanto os fatores maisacordo com seu formato, tamanho, local e conhecidos e comprovados estão ligados aoas condições de sua formação. (2) uso de anticoncepcionais orais (AO), obesidade, gravidez, predisposição A hemostasia ou sistema genética, doenças cardíacas, tabagismo,hemostático, mantém por meio de alcoolismo, imobilização de membros pormecanismos regulatórios o sangue em seu longos períodos, idade avançada, varizes,estado fluido, no interior dos vasos pacientes que passaram por processossanguíneos, além de garantir o suprimento cirúrgicos, doenças malignas, entresanguíneo em todas as partes do outros.(5)organismo, impedindo a ocorrência dehemorragias e outras complicações. (3) Os AO, apresentam uma relação com o desenvolvimento da trombose, o que Alterações nessa hemostasia, pode estar relacionado a concentraçãoaumentam o risco de coagulação podendo isolada de estrógeno consumido pelainfluenciar na manifestação de EventosA RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 384

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.paciente, ou ainda a combinação de todos publicados entre os anos de 2000 aestrógenos e progestágenos. Os efeitospós - trombóticos em alguns casos podem 2016, em português e inglês, a não ser emser fatais, embora poucos casos sejamnotificados, a trombose possui relação com algumas exceções de publicações literáriasuma grande quantidade de óbitos. (6) relevantes para a construção do presente Ainda que seja necessário arealização de muitas pesquisas, para estudo desenvolvidos entre 1961 a 1999.elucidar-se por completo a relação do usode anticoncepcionais com a ocorrência de Os fatores de inclusão foram: AtenderET, muitas fontes litararias demonstramque a utilização desses medicamentos as exigências de tempo fixados de (1961 aaumentam muito esse risco. Portanto essapesquisa tem por finalidade, informar 2016) e abordar algum dos descritoresusuárias desses medicamentos e osprofissionais de saúde quanto aos ricos citados. No que diz respeito aos fatores detrazidos pelo uso do mesmo e esclareceralgumas duvidas em torno da sua exclusão: Não foram utilizados artigos queutilização.2 METODOLOGIA não se encontrassem disponíveis ou A metodologia adotada para a completos.confecção dessa pesquisa foi a revisãobibliográfica, com o objetivo de fazer uma Foram utilizados os seguintesdescrição criteriosa dos dados coletados. descritores “trombose”, “anticoncepcionaisForam utilizados para a pesquisa livros emanuais da área da hematologia e orais”, “anticoncepcionais e trombose”,farmacologia, bem como artigos científicosencontrados nas bases de dados “trombose e hormônios femininos” e “riscoeletrônicos: Scientific Electronic LibraryOnline (SCIELO), PUBMED, Literatura de trombose”.Latino-americana e do Caribe em Ciênciasda Saúde (LILACS), Portal de Teses da Para que os artigos fossem utilizadosUSP e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), na elaboração desta pesquisa, os mesmos deveriam atender à exigência de tratar de assuntos que apresentassem a relação entre o uso de anticoncepcionais orais e a ocorrência de trombose, bem como, as funções farmacológicas dos anticoncepcionais orais. 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 Sistema hemostático A hemostasia é responsável pelo controle da perda de sangue e por mantê- lo fluido apesar das lesões que o vaso possa vir a sofrer. O processo hemostático resulta de diversas interações fisiológicas e atua diretamente na prevenção deA RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 385

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.hemorragias espontâneas ou decorrentes cíclico (Adenosina Monofosfato Cíclico) quede sangramentos traumáticos. (7) encontra-se armazenado nas plaquetas. (10) Todo processo ocorre na chamada “cascata A hemostasia divide-se em: de coagulação”, por meio da ativação deHemostasia primária, que participa da várias proenzimas plasmáticas (fatores deformação do coágulo sanguíneo, coagulação), estimulando a formação dehemostasia secundária ou também trombina que transforma o fribrinogêniochamada de coagulação, que faz a solúvel em fibrina insolúvel, que funcionareparação da parede vascular lesada e como sitio ativo de ligação para a formaçãoparticipa da quebra e retirada do coágulo do coágulo hemostático definitivo, quesanguíneo e hemostasia terciária ou precisa manter-se limitado ao local da lesãofibrinólise, responsável pela recuperação conservando o processo hemostático,do fluxo sanguíneo na retirado do trombo. minimizando a hemorragia em lesões de maior porte e impedindo a propagação da(8) coagulação e consequentemente uma trombose. (2)Existem anticoagulantes naturais que A CC divide-se em via extrínseca e viasão inibidores protéicos mediados por meio intrínseca. A via extrínseca é ativada quando há um rompimento da parededo endotélio que fazem parte do sistema vascular, ação que induzirá a agregação plaquetária, continuando a ser ativada pelohemostático. Esses anticoalantes naturais fator tecidual que aciona o fator VII. Já a via intrínseca é acionada pelo fator XII. A CC,bloqueiam e regulam a cascata de torna-se uma única via, chamada de via comum, onde o fator X torna-se fator Xa,coagulação (CC), decorrente da clivagem aliás este fator é fundamental para a formação do coágulo, que será produzidoproteolítica dos fatores da coagulação, mediante a transformação da protrombina em trombina.representados pelas proteínas C, S e Depois dessa conversão o coaguloantitrombina III. (8) será formado e a lesão controlada, a circulação sanguínea será normalizada,Diante de uma lesão vascular, o após o fibrinogênio ser convertido emsistema hemostático encarrega-se deresolver a situação. A vasoconstriçãodiminui o fluxo sanguíneo, em seguida assubstancias retidas nos grânulos(substancias intraplaquetárias),estimularão o processo de agregaçãoplaquetária, fazendo com que as plaquetasliguem-se as fibras de colágeno e formemum tampão hemostático. (9)Essa ação é controlada pelo AMPA RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 386

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.fibrina, com o auxílio da trombina, pois a produzido e devolver o fluxo sanguíneofibrina tem a função de degradar o coágulo normal. (6)Figura 22 - Esquema da cascata da coagulação, proposta na década de 1960, com a divisãodo sistema de coagulação em duas vias. CAPM: cininogenio de alto peso molecular: PK:pré-calicreína. Fonte: Adaptado de (11).3. 2 Anticoncepcionais orais combinados (AOC) (estrógenos +Os AO são amplamente utilizados em progestógenos) apresentam eficácia detodo mundo. No decorrer dos últimos anos, aproximadamente 99,9%, já as minipílulasseu uso teve notável crescimento no Brasil, (progestógenos isolados) apresentamobtendo 80,6% de adeptas em 2006 com aproximadamente apenas 99% eficácia. Osidades entre 15 e 44 anos, segundo dados AOC dividem-se em: monofásicas,da Pesquisa Nacional de Demografia e bifásicas e trifásicas. Os monofásicosSaúde (PNDS). Os AO, são hormônios apresentam as mesmas concentrações desintéticos provenientes do estrogênio e da estrógeno e progestógeno em todas asprogesterona, são similares aos que são “pílulas” presentes na cartela. Asproduzidos pelos ovários e podem ser formulações bi e trifásicas possuem duasusados em combinação ou isoladamente. ou três variações nas concentrações dosEles são absorvidos pelo intestino e sua comprimidos presentes na cartela, ou seja,ação farmacológica é bloquear a ovulação seus comprimidos apresentam os mesmosde forma reversível. (12) hormônios, mas em proporções diferentes.Os anticoncepcionais orais (13)A RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 387

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200. Os AO atuam inibindo a ovulação de seu alto índice de consumo, os AOmediante o bloqueio seletivo da hipófise e apresentam alguns efeitos adversosdo hipotálamo via retroalimentação preocupantes, principalmente em relaçãonegativa, não havendo assim liberação de ao aumentado do risco para oLH, FSH e gonadotrofina, o que fará com desenvolvimento de doençasque o muco cervical fique espesso e cardiovasculares e ET. Nosso organismoaumente a dificuldade da passagem dos possui receptores de progesteroma eespermatozoides, além de provocar estrógenos e em todas as camadasalterações no endométrio, na secreção e na constituintes dos vasos sanguíneos, pormotilidade das tubas uterinas, dificultando isso o uso de pílulas anticoncepcionaisdessa forma a gravidez. (14) podem levar ao desenvolvimento dos eventos trombóticos. (16) Os AO apresentam benefíciosprimários que estão relacionados, ao seu Quando uma mulher decide iniciar ouso terapêutico como: alta eficiência se consumo de AO, o primeiro passo éusado corretamente, não interfere na procurar um médico para realização deatividade sexual, regula o ciclo menstrual, uma pesquisa minuciosa do históricoatua no controle da intensidade da familiar e pessoal da paciente, na intençãodismenorreia, no tratamento do hirsutismo, de diagnosticar possíveis casos desíndrome do ovário policístico e síndrome trombofilias ou predisposições genéticas.pré-menstrual, diminui o sangramento Bem como, exames físicos de pressãomenstrual e por consequência previne arterial, mamografia, fígado, órgão pélvicoscasos de anemia e ainda é eficaz na e colpocitologia oncótica (Papanicolau),prevenção de cistos foliculares, tumores caso a paciente seja sexualmente ativa. (17).benignos de mama e ovário, câncercolorretal e de endométrio. Para eliminar-se por completo as suspeitas, o médico ainda pode solicitar E efeitos secundários que estão mais exames laboratoriais como: hemogramarelacionados a estética, tais como: Controle completo, coagulograma, testes deda acne, melhoram a aparência da pele, proteína C ativada, anticorposatuam positivamente na densidade óssea, antifosfolipídios, dosagem sanguínea doalém de possibilitar períodos sem dímero D, anticoagulante lúpico,menstruar quando administrado de forma anticardiolipina IgG e IgM, e testes decontínua. (15) deficiência da proteína C e da proteína S e da antitrombina. (18) Na contramão de tantos benefícios eA RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 388

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.Quadro 4 - Demonstra as estipulações da Organização Mundial de Saúde (OMS), para a utilização dosanticoncepcionais denominada: Critério de elegibilidade médica para os contraceptivos.Categoria Classificação Categoria1 Condição para a qual não há restrição ao uso do Utilize o método em quaisquer método contraceptivo. circunstâncias.2 Condição quando as vantagens em utilizar-se o Utilizar de modo geral o método. método geralmente superam aos riscos, teóricos.3 Condição na qual os riscos, comprovados ou Não é recomendado uso do teóricos, geralmente superam as vantagens do uso método, a menos, que outros do método. métodos mais adequados não estejam disponíveis. Condição que representa um risco de saúde4 inaceitável caso o método anticoncepcional seja Não utilizar o método. utilizado Fonte (19).3.3 Trombose. vasos e envolve diversos fatoresA trombose é uma doença grave, que fisiológicos na corrente sanguínea podendoapresenta elevado índice de mortalidade, desenvolver-se em veias ou artérias,ela é causada pelo desenvolvimento de denominando-se trombose venosa (TV) ouconstituintes sanguíneos de massa atípica, trombose arterial (TA), respectivamente,os chamados “trombos” no interior dos ambas de grande interesse médico. (20)Figura 23 - imagem ilustrativa dos diferentes tipos de coagulos sanguíneos presentes na trombose. Alterações na hemostasia sanguínea Fonte (21).são associadas aos acontecimentostrombóticos, que atingem pessoas de todas A hemostasia pode sofrer alteraçõesas idades e sexos. As manifestações por diversos fatores, elevando o risco dotrombóticas podem ocorrer em qualquer acontecimento de trombose, pode-se citar,parte do nosso corpo, entretanto, 90% dos como exemplo os fatores adquiridos como:casos acontecem nos membros inferiores. idade (40 anos acima), varizes, obesidade, tabagismo, pós parto, uso de AO, gravidez,(22) câncer, insuficiência cardíaca, doenças agudas, bronquite, enfisema pulmonar,A RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 389

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.fraturas ósseas, AVC, cirurgias e reposição e grave, que pode causar à EP Apesar dahormonal, podendo ainda citar, fatores EP e a TVP serem enfermidades antigas,predisponentes ou hereditários, como: elas ainda são vistas como um grandedistúrbios plaquetários e/ou da coagulação. problema de saúde pública, pois mesmo com a diminuição do número de casos nas(23) últimas décadas, elas ainda são as principais causadoras de morte evitáveis O que difere a TV da TA é o local de em ambientes ambulatoriais. (27)formação do coágulo. A TV é a obstruçãode uma veia e a TA é a obstrução de uma O diagnóstico da trombose ocorreartéria. O tipo mais comum da doença é mediante a observação de manifestaçõestrombose venosa profunda (TVP), que clinicas e exames confirmatóriosocorre nas veias profundas presentes nos laboratoriais e de imagem, que possibilitammúsculos das pernas e pelve. (24) a visualização da velocidade da circulação sanguínea. Nas manifestações clinicas são Tromboembolismo venoso é o termo avaliadas a coloração do local, aumento doempregado para designar tanto a trombose calibre venoso, aumento da temperatura,em veias profundas como o embolismo dor a palpação muscular e a dorpulmonar, esse tipo de trombo é formado espontânea. A ultrassonografia é umpor células vermelhas e fibrina. O coágulo método não invasivo, usado naobstrutivo observado na TV é resultado de identificação de alterações no fluxoum desequilíbrio entre os fatores sanguíneo, possuindo alta especificidade eanticoagulantes, pró - coagulantes e apresentando confiabilidade em seusfibrinolíticos. (25) resultados. (10) A embolia pulmonar (EP), dá-se O Doppler é um exame que utiliza-semediante o desprendimento e do ultrassom para avaliar em tempo real adeslocamento de um trombo originário do velocidade de circulação sanguínea,sistema venoso profundo, provocando o quando ele é incorporado ao exame deentupimento da artéria pulmonar ou de seus ultrassonografia, o mesmo libera resultadosramos. É uma doença com alta mortalidade bastante confiáveis, sobre a suspeita dequando não tratada e representa um possíveis casos de EP. O Eco dopplegrande desafio à medicina moderna, pois colorido é o método mais utilizado noas situações que predispõem ao diagnóstico da TVP, o exame consiste natromboembolismo crescem em ritmo avaliação da fisiologia, anatomia e asacelerado. (26) A TVP é uma entidade muito comumA RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 390

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.particularidades do fluxo sanguineo, esfregaço do sangue periférico; pesquisaassociando imagem e a análise de dos níveis de PT e APTT; pesquisa porcompressão do vaso. (18) Anticorpos anticardiolipina e anti-β2-GPI; TT (e tempo de reptilase); Doseamento do A flebografia é um processo invasivo Fibrinogénio; Teste de resistência àque abrange todo sistema venoso e proteína C activada e análise de DNA paraconsiste na aplicação de contraste iodado o factor V de Leiden; AT (doseamentona veia, monitorando-se como acontece o imunológico e funcional); PC e PS:preenchimento vascular, caso alguma doseamento imunológico e funcional;região fique sem preencher, constata-se a Análise do gene da Protrombina para apresença do trombo. A flebografia é variante G20210A; Determinação daexcelente na detecção da TVP, porém homocisteína plasmática. (29)atualmente pelo seu alto custo e efeitosadversos trazidos pelo contraste, ele só é O tratamento dos ET deve serutilizado quando outros métodos não obtém realizado corretamente, pois tanto a TVêxito na detecção doença. (28) quanto TA são doenças graves e cada vez mais comuns. Pacientes em âmbitos O diagnóstico da TVP e da EP ainda hospitalares são tratados com heparinapode ser realizado por meio da tomografia intramuscular e endovenosa de baixo pesocomputadorizada ou da sensibilidade da molecular na maioria das vezes, porangiotomografia que são parecidos ao eco apresentarem tempo de meia vida maior,doplle colorido, porém esses métodos não não apresentarem exigência de controleapresentam evidencias suficientes para ser severos de coagulograma, melhores efeitosrecomendado no diagnóstico de EP e TVP e boa biodisponidilidade em dosagensem fase, sendo indicados apenas para menores em comparação a heparina nãopacientes com casos suspeitos e que não fracionada. Na fase aguda da doença,passam utilizar o Doplle. A ressonância prescreve-se anticoagulantes orais, como amagnética é similar ao eco doplle colorido e Rivaroxabana e Varfarina, para prevenir opor esse motivo também é empregada na surgimento de novos trombos e eliminar osdetecção da TVP quando o doplle libera existentes. Também existe o tratamentoresultados não conclusivos. (18) não medicamentoso por meio de compressão venosa, que ameniza os Também existe o diagnóstico sintomas causados pelo edema e ajuda nalaboratorial que é realizado por meio de recuperação do sistema circulatório. (30)exames como: hemograma completo evelocidade de sedimentação; avaliação doA RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 391

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.3.3 Trombose e os anticoncepcionais entre o risco de desenvolvimento de ET e aorais. dosagem de estrogênio presente nos contraceptivos, despertando a teoria de que Estudos relatam um aumento da o aparecimento de trombose estejaincidência dos ET entre 4 a 8 vezes em relacionado com a utilização prolongada deusuárias de AO. A predisposição para esse AO e as altas dosagens de estrógenosestado pode ser hereditária ou adquirida, no presentes nesses medicamentos.caso da adquirida o uso de AO é uma das Justamente por esse motivo, começaram acausas. Os AO começaram a ser ser formulados novos anticoncepcionaiscomercializado em 1959 e tornaram-se com concentrações menores de estrogênio,motivo de preocupação quanto a na tentativa de diminuir as ocorrências decomplicações relacionadas a ocorrência trombose. (33)ET, AVC e infarto do miocárdio, já que, logoapós sua introdução no mercado apareceu Contudo o tipo de progestogênio queo primeiro caso de trombose relacionado ao acompanha o estrogênio na formulação douso desse medicamento. O caso foi medicamento, também foi indicado comorelatado 1961 em uma enfermeira que fazia fator de risco para o desencadeamento detratamento de endometriose, a paciente ET, com o objetivo de diminuir essateve tromboembolismo pulmonar após a complicação, foram formulados novosadministração de 100µg de mestranol. (31) progestagênios, chamados de terceira geração com menos efeitos adversos, O risco de desenvolver-se TV quando comparados aos de segundaaumenta de 2 a 6 vezes em usuárias de AO, geração, inclusive metabólicos eeste fato está diretamente associado a hemodinâmicos, porém não houve umaquantidade de estrógenos e progestágenos diminuição substancial nos casos depresente nas pílulas contraceptivas. Porém trombose. (34)deve-se deixar claro que a via deadministração desses medicamentos não O EE desempenha a função depossui nenhuma relação com o ativação da hemostasia, elevando entre 30desenvolvimento de trombose, pois já foi e 50% atividade dos fatores de coagulaçãocomprovado cientificamente que o principal (fibrinogênios, II, VII, VIII, IX, X e XI). Naresponsável por distúrbios da coagulação é maioria das vezes a atividade de várioso etinilestradiol (EE) que faz parte da componentes da coagulação apresentamcomposição desses medicamentos. (32) elevação assim que se inicia o consumo de AOC, podendo permanecer elevados de 8 Estudos demonstraram a relaçãoA RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 392

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.até 12 semanas após a interrupção de sua além de apresentar elevação dasutilização. (35) substancias coagulantes e redução dos anticoagulantes naturais se comparado aos Estudos comprovaram que os AO de segunda geração, é justamente por essacontendo em suas formulações razão que usuárias de AOC, compostos pordesogestrel, gestodeno (progestagênios de progestagênios de terceira geração,terceira geração), aumentam em duas possuem maior predisposição para osvezes o risco para o desenvolvimento de casos de trombose. A resistência adquiria atrombose em relação ao levonorgestrel que proteína C, age como um marcador queé de (segunda geração), demonstrando que indica o aumento do risco para onão só a concentração de estrogênio está surgimento de ET. (38)associada ao risco de ET, como também otipo de progestagênio associado, o que Em mulheres que utilizam AO asalienta a necessidade de mais estudos globulina ligadora de hormônios sexuaissobre a ação dos progestagênios sobre a (SHBG) é importantíssima na medição doshemostasia e qual sua influência sobre o riscos trombóticos. O SHBG é uma proteínadesenvolvimeto da trombose. (36) que tem origem no fígado e está diretamente envolvida no transporte de O levonorgestrel (progestagênio de estrogênio e testosterona. Estudos revelamsegunda geração) apresenta risco que o uso de AOC possui uma relaçãodiminuído para o tromboembolismo em direta com a quantidade de SHBG e ocomparação aos outros progestagênios que surgimento de trombose, ou seja, quantoapresentam riscos parecidos ou superiores, mais elevado for a concentração de SHBG,possivelmente porque ele seja mais maior o risco de trombose. Segundoandrogênico em comparação aos demais, e estudos os AOC contendo drospirenona,por esse motivo apresentar menor desogestrel e acetato de ciproterona,resistência a proteína C. Entretanto é possuem maior quantidade de SHBG donecessário conhecer os riscos e benefícios que os que possuem levonorgestrel em suaadicionais de cada progestagenio, ainda composição. Os hormônios sexuaisque alguns deles, apresentem maior naturais distinguem dos sintéticos nasegurança em ao desenvolvimento de atividade que exercem sobre as célulastrombose. (37) endoteliais. A elevação do risco do surgimento de ET em mulheres que utilizam Os progestagênios de terceira AOC pode ser explicada pela disfunçãogeração desenvolvem acentuadaresistência adquirida a proteína C ativada,A RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 393

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.endotelial vascular. (39) ocasionem trombose após a descontinuidade de seu uso. Contudo éDevido o aumento no número de indispensável a realização de exames específicos para averiguação do seucasos de trombose em decorrência do uso estado hemostático da paciente e quanto a troca do medicamento, para evitarde AOC contendo a mesma concentração ocorrência da trombose. (36)de estrógenos e diferentes progestagênios, Em mulheres que possuem trombofilia, predisposição genética ouchegou-se a conclusão de que o efeito adquirida para o desenvolvimento de trombose, a utilização de AOChipercoagulante dos AOC, não possui independentemente da sua via de administração é contraindicada, já aassociação apenas a concentração utilização de métodos não hormonais, comoestrogênica, mas pela “estrogenicidade DIU, diafragmas e os AOI, contendo apenas progestagênios estão liberadostotal” (efeito da associação de estrogênio e conforme determinação da OMS. (19)progestágenios no organismo) da O consumo de AO deve ter acompanhamento médico, levando-seformulação. A estrogenicidade aumenta sempre em consideração o risco benefício do medicamento, bem como, o fatorcom a elevação na concentração genético da paciente e a associação a outros fatores de risco. Na intenção deestrogênica e abaixa com a elevação da diminuir o risco de ET e auxilio na escolha do melhor medicamento respeitando aação antiestrogênica do pregestagênio. (25) individualidade de cada paciente é necessário a realização de exames para oO uso de anticoncepcionais orais diagnóstico de trombofilías hereditárias antes do começo da utilização doisolados (AOI), contendo somente medicamento. (40) 4 CONSIDERAÇÕES FINAISprogestagênios possuem pouco efeito Os AOC influenciam na hemostasiasobre o sistema de coagulação, não podendo elevar os fatores de coagulação eoferecendo grande risco para a ocorrênciade trombose, no entanto alguns episódiosforam relatados por usuárias desse tipo deanticoncepcional. Estudos apontam efeitosfavoráveis sobre a hemostasia com autilização desse método, com o aumentonos níveis da proteína S e retração daresistência adiquirida a proteína C. (19)No primeiro ano de uso dos AOC équando corre-se o maior risco dedesenvolver-se trombose, maisprecisamente nos três primeiros meses, oque demonstra que sua utilização não éacumulativa e não geram alterações queA RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 394

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.diminuir os anticoagulantes naturais e o a doença, o problema é que esse exameprincipal causador dessas alterações são possui um alto custo e por esse motivoos estrógenos presentes nesses raramente é realizado. Em Mulheres quemedicamentos, por apresentar relação possuem predisposição genética oudose- dependente para o desenvolvimento trombofilia é aconselhável o uso de AOI,de ET. Entretanto o tipo de progestagênio pois praticamente não influenciam nocombinado com a mesma concentração de sistema hemostático e por esse motivoestrógeno podem provocar diminuem o risco de ocorrência da doença.hipercoagulabilidade, demonstrando que os O fato é que, embora ainda sejadesequilíbrios na hemostasia não possuem necessário a realização de muitasrelação apenas com as concentrações de pesquisas para entender o real papel dosestrógenos e sim com a “estrogenicidadetotal” presente no medicamento, por esse AO tanto combinados quanto isolados sobre a hemostasia é possível afirmar quemotivo foram desenvolvidos novos esses medicamentos aumentam muito oprogestagênios com a intenção de risco de ocorrência de ET, ainda mais se aminimizar as complicações relacionadas ao usuária possuir predisposição genética ouuso do mesmo. associar o uso desses medicamentos aVista como uma doença grave, a fatores de risco como o tabagismo,trombose possui diferentes denominações alcoolismo, obesidade, doençasdependendo do local afetado, cardiovasculares, entre outros, exatamenteposicionamento e formato do trombo. Essa por esse motivo que é de fundamentalenfermidade pode ocorrer por vários fatores importância a conscientização quanto aoe o uso de AO é uma prática que aumenta uso racional e correto dessesconsideravelmente esse risco. A ocorrência medicamentos, levando-se sempre emde ET relacionados ao uso dessa classe de consideração o risco benefício do mesmo,medicamento poderia ser diminuída por pois apesar de todos os riscos trombóticosmeio do acompanhamento médico, bem trazidos pelos AO, seus benefícios ainda oscomo, a realização de exames prévios que superam.verificassem a predisposição genética paraREFERÊNCIAS 1. Montenegro M, Franco M. Patologia: processos gerais. 4ª ed. São Paulo: Atheneu, 1999.A RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 395

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Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.24. Parodi TV, Pereira AF, Ribeiro CZ. Bras. Ginecol. Obstet. 2007.Fatores predisponentes e avaliaçãolaboratorial na formação de trombos e 33. Kemmeren Jr, Algra A, Grobbee D.êmbolos-Pré-disposição a trombose e Third generation oral contraceptives andembolia. 2015. risk of venous thrombosis: meta-analysis. British Medical Journal. 2001.25. Stocco B. Avaliação do efeito decontraceptivos hormonais sobre a 34. Rosendaal FR, Helmerhorst FM,hemostasia. Dissertação (Mestrado em Vandenbroucke J. P. Female hormonesBiociências Aplicadas à Farmácia) - and thrombosis. Arteriosclerosis,Faculdade de Ciências Farmacêuticas de thrombosis, and vascular biology, v. 22, n.Ribeirão Preto. 2011. 2, p. 201-210, 2002.26. Caramelli B, Gottschall CAM, Blacher C, 35. Van der bom JG, Bots M L, HaverkateCasagrande EL, Eraldo de Azevedo LEA, F, Meijer P, Hofman A, Kluft C, GrobbeeManente ERF, Mesquita ET, Bodanese LC, DE. Activation products of the haemostaticRocha MS. Diretriz de Embolia Pulmonar. system in coronary, cerebrovascular and2004. peripheral arterial disease. Thrombosis and haemostasis. 2001.27. Engelhorn ALV, Garcia A C F, CassouM F, Birckholz L, Engelhorn C A. Profilaxia 36. Kemmeren J, Algra A, Meijers JC, Tansda trombose venosa profunda: estudo G, Bouma BN, Curvers J, Rosing J,epidemiológico em um hospital escola. J Grobbee D. Effect of second- and third-Vasc Bras. 2002. generation oral contraceptives on the protein C system in the absence or28. Penha GS, Damiano AP, Carvalho T, presence of the factor V Leiden mutation: aLain V, Serafim JD. MOBILIZAÇÃO randomized trial. Blood Journal. 2004.PRECOCE na fase aguda da trombosevenosa profunda de membros inferiores. 37. Odlind V, Milsom I, Persson I, Victor A.Jornal Vascular Brasileiro. 2009. Can changes in sex hormone binding globulin predict the risk of venous29. Machado SAA. Terapêutica thromboembolism with combined oralAnticoagulante. Monografia do 2º Ciclo de contraceptive pills?. Acta obstetricia etEstudos Conducentes ao Grau de Mestre gynecologica Scandinavica. 2002.em Análises Clínicas submetida àFaculdade de Farmácia da Universidade do 38. Tans G, Vlieg AVH, Thomassen LGD,Porto. 2014. Curvers J, Bertina RM, Rosing J, Rosendaal F R. Activated protein C30. Barros MVL, Pereira VSR, Pinto DM. resistance determined with a thrombinControvérsias no diagnóstico e tratamento generation‐based test predicts for venousda trombose venosa profunda pela thrombosis in men and women. Britishecografia vascular. J. vasc. Bras. 2012. journal of haematology. 2003.31. Alvares F, Filho JT, Pádua AI. 39. Peek MJ, Markham R, Fraser IS.Tromboembolismo pulmonar: diagnóstico e Endocrinology: The effects of natural andtratamento. Revista de Medicina de synthetic sex steroids on human decidualRibeirão Preto. 2003. endotelial cell proliferation. Human Reproduction. 1995.32. Vieira CS, Oliveira LCO, Sa MF S.Hormônios femininos e hemostasia. Rev.A RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 397

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.40. Lobo RA, Romão F. Hormonas sexuaisfemininas e trombose venosa profunda.Angiol Cir Vasc. 2011. Como citar (Vancouver)Silva JE, Santana KS, Nunes JS, Santos JC,Terra Júnior AT. A relação entre o uso de anticoncepcionais orais ea ocorrência de trombose. Rev Cient Fac Educ e Meio Ambiente [Internet]. 2018;9(1):383-398. DOI:http://dx.doi.org/10.31072/rcf.v9i1.522A RELAÇÃO ENTRE O USO DE ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E A OCORRÊNCIA DE TROMBOSE 398

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200. FARMÁCIA O PAPEL DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE E DO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS DOI: http://dx.doi.org/10.31072/rcf.v9i1.538 THE ROLE OF THE PHARMACEUTICAL PROFESSIONAL IN THE PROMOTION OF HEALTH AND RATIONAL USE OF MEDICINESKamila Dos Santos Santana73; Bianca Oliveira Horácio74; Josiene Evangelista Silva75; Clóvis Dervil Apparatto Cardoso Júnior76; Vera Lúcia Matias Gomes Geron77; André Tomaz Terra Júnior78.RESUMO: O medicamento é a principal ferramenta terapêutica para o reestabelecimento dascondições de saúde da população. Entretanto, quando usado de forma irracional, o mesmocontribui para o aparecimento de muitos eventos adversos, com alto impacto negativo sobrea saúde da população, este problema pode ser controlado com medidas de promoção eeducação em saúde, visando o uso racional dos medicamentos, ferramenta importante deatuação do farmacêutico junto à sociedade. É de suma importância nesse contexto a suaparticipação em equipes multidisciplinares acrescentando valores aos serviços e colaborandopara a promoção da saúde. O profissional farmacêutico possui ferramentas como aassistência farmacêutica e atenção farmacêutica que o possibilita realizar seu trabalho ativojunto a sociedade de forma que o paciente esteja sempre o principal beneficiário, contribuindocom uma farmacoterapia individualizada e humanizada, visando avanços na qualidade de vidae a restauração do estado de saúde da sociedade e prevenindo problemas relacionados aomedicamentos, interações medicamentosas e promovendo o uso racional de medicamentos.O objetivo deste trabalho foi descrever as principais ações farmacêuticas no processo depromoção da saúde e do uso racional de medicamentos.Descritores (DeCS)79: Assistência farmacêutica. Atenção farmacêutica. Promoção dasaúde. Política nacional de medicamentos.73 Graduação em Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA, Ariquemes – RO. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6765-3159;74 Graduação em Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA, Ariquemes – RO. ORCID:https://orcid.org/0000-0003-4791-1007;75 Graduação em Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA, Ariquemes – RO. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-1594-2514;76 Mestre em Ciências Farmacêuticas e graduado em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria(UFSM); Coordenador do Curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-7886-6512;77 Mestra em Biologia dos Agentes Infecciosos e Parasitários pela Universidade Federal do Pará (UFPA). E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9559-5013;78 Mestre em Oncologia Clínica, Terapia Celular e Células troncos pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto–FMRP/USP; Docente do curso de graduação em Farmácia da FAEMA. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7365-5284.79 Vide http://decs.bvs.br.O PAPEL DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE E DO USO RACIONAL DE 399MEDICAMENTOS

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.ABSTRACT: The drug is the main therapeutic tool for reestablishing the health conditions ofthe population. However, when used irrationally, it contributes to the appearance of manyadverse events, with a high negative impact on the health of the population, this problem canbe controlled with measures of promotion and education in health, aiming at the rational useof medicines, an important tool for the pharmacist to work with society. Of particular importancein this context is their participation in multidisciplinary teams, adding value to services andcollaborating to promote health. The pharmaceutical professional has tools such aspharmaceutical assistance and pharmaceutical care that enable him to carry out his activework with society so that the patient is always the main beneficiary, contributing to anindividualized and humanized pharmacotherapy, aiming at advances in quality of life andrestoration the health status of society and preventing problems related to medications, druginteractions and promoting the rational use of medicines. The objective of this work was todescribe the main pharmaceutical actions in the process of promoting health and rational useof medicines.Descriptors: Pharmaceutical services. Pharmaceutical care. Health promotion. National drugpolicy.INTRODUÇÃO atenção farmacêutica (AT) e assistênciaNo decorrer dos últimos anos a profissão farmacêutica (AF) que o possibilitamfarmacêutica vem se destacando, e com realizar seu trabalho de uma formaisso vem trazendo responsabilidades cada contínua e ativa, colaborando para que hajavez maiores. Tornando o farmacêutico o avanços na saúde da população no que seúltimo profissional da saúde capacitado a refere a promoção da saúde e uso racionalter uma relação direta e continua com o de medicamentos (URM). (3)paciente, passando assim a ter um papel Para assegurar que o paciente tenhafundamental na sua qualidade de vida e acesso ao seu tratamento de formarestauração da saúde. (1) adequada, a AT surge como ferramentaÉ indispensável nesse contexto atual, que para proporcionar a efetividade doesse profissional seja mais participativo em tratamento medicamentoso, garantindo osuas atitudes e proativo na promoção da URM, e prevenindo desta forma possíveissaúde da população, sendo assim há problemas de saúde oriundos do usotambém a necessidade de integrar-se à irracional. A AT é a peça mais ativa doequipe de saúde multidisciplinar, onde o exercício profissional onde o farmacêuticopaciente é o foco principal. (2) possui interação direta com o paciente, comPara que isso ocorra de forma adequada o intuito de atender suas necessidadesfarmacêutico tem como ferramentas a relacionadas a sua farmacoterapia. (4)O PAPEL DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE E DO USO RACIONAL DE 400MEDICAMENTOS

Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente.Ariquemes: FAEMA, v. 9, n. 1, jan./jun., 2018. ISSN: 2179-4200.A AF tem como função desempenhar 2 METODOLOGIAatividades direcionadas à promoção,proteção e recuperação da saúde, tanto de Foi realizado um estudo de revisãoforma individual quanto coletiva, comobjetivo de garantir o acesso e o uso bibliográfica com pesquisas nas seguintesracional, além de garantir a qualidades dosinsumos dispensados. (5) bases de dados virtuais: Scientific ElectrinicA Organização Mundial de Saúde (OMS)determina que ha URM, quando o paciente Libray Online (SCIELO), Biblioteca Virtualtem acesso a medicamentos adequados asuas condições fisiológicas, em doses de Saúde (BVS) e sites especializados,apropriadas, por um período de tempocorreto e ao menor custo para si e para a como: Agência Nacional de Vigilânciacomunidade. (6) O uso irracional demedicamentos (UIM) interfere no tempo de Sanitária (ANVISA), Conselho Regional detratamento e traz sérios ricos à saúde dospacientes, principalmente problemas Farmácia (CRF), Conselho Federal derelacionados a medicamentos (PRM),interação medicamentosa (IM) e resistência Farmácia (CFF), Ministério da Saúde (MS)bacteriana, no caso dos antibióticos, alémde poder interferir nos resultados de Organização Pan-americana de Saúdeexames bioquímicos. (7)Neste contexto este trabalho possui como (OPAS), Sistema Nacional de Informaçõesfinalidade apresentar os principaisproblemas que levam ao uso irracional de Tóxico-Farmacológicas (SINITOX).medicamentos, tendo o farmacêutico comoagente para promover o seu uso racional, Utilizando-se como descritores: Assistênciaalém de citar as principais ações da Políticanacional de medicamentos com bases nas Farmacêutica; Atenção Farmacêutica;suas diretrizes. Enfatizando desta forma aimportância do farmacêutico no processo Promoção da saúde; Política Nacional dede Atenção Farmacêutica e AssistênciaFarmacêutica para a promoção da saúde. Medicamentos. 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 Uso racional de medicamentos Segundo OMS tem-se URM quando os pacientes recebem medicamentos em doses adequadas, apropriados a suas condições clínicas, com eficácia comprovada ao menor custo ao paciente e ao sistema de saúde, portanto fica claro que o URM envolve a prescrição, dispensação e a posologia. (6) As pesquisas sobre o URM dão potencialidade nociva aos PRM. Estima-se que entre os medicamentos utilizados mais da metade são prescritos ou dispensados de forma inadequada, além disso metade dos usuários não fazem uso dosO PAPEL DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE E DO USO RACIONAL DE 401MEDICAMENTOS


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