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Revista Científica FAEMA v. 09, n. ed esp, maio/jun. 2018

Published by biblioteca, 2018-10-09 18:50:09

Description: A Revista FAEMA é um periódico eletrônico semestral que publica artigos de caráter acadêmico e cientifico originais e inéditos, que tratem de questões sobre ciências da saúde, ciências sociais e humanas, ciências exatas, educação, ciências biológicas e meio ambiente, relacionadas preferencialmente à região amazônica. O periódico aceita colaborações em português, reservando-se o direito de publicar ou não, após avaliação do material submetido espontaneamente. O projeto Revista FAEMA empenha esforços interdisciplinares com o fim de incentivar a publicação científica de dados relevantes às áreas afins, viabilizando o compartilhamento de dados de pesquisas realizadas na região amazônica, facilitando assim o acesso dos mesmos no cunho acadêmico.

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Revista Científica FAEMATópicos em Ciências da Saúdev. 09, ed esp, maio/jun. 2018

Sobre a RevistaA Revista FAEMA é um periódico eletrônico semestral que publica artigos de caráter acadêmico ecientifico originais e inéditos, que tratem de questões sobre ciências da saúde, ciências sociais ehumanas, ciências exatas, educação, ciências biológicas e meio ambiente, relacionadaspreferencialmente à região amazônica. O periódico aceita colaborações em português, reservando-se o direito de publicar ou não, após avaliação do material submetido espontaneamente. O projetoRevista FAEMA empenha esforços interdisciplinares com o fim de incentivar a publicação científicade dados relevantes às áreas afins, viabilizando o compartilhamento de dados de pesquisasrealizadas na região amazônica, facilitando assim o acesso dos mesmos no cunho acadêmico.Capa: Walter NakamuraSubmissões: http://www.faema.edu.br/revistas/index.php/Revista-FAEMA/issue/view/36Diagramação: Edson Rodrigues CavalcantePeriodicidade: Semestral Expediente Revista Científica FAEMA Av. Avenida Machadinho, 4349, Setor 06, Ariquemes - RO, E-mail: [email protected] Site: http://www.faema.edu.br O conteúdo dos trabalhos cujos autores são identificados representa o ponto de vista dos próprios autores e não a posição oficial da Revista, do Conselho Editorial ou da FAEMA.R4546 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca Júlio Bordignon – FAEMA REVISTA CIENTÍFICA FAEMA Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA, Ariquemes, v. 9, ed. esp., maio/jun., 2018. Edimar Rodrigues Soares e Edson Rodrigues Cavalcante (orgs.), 158 p. Semestral. ISSN (Online): 2179-4200. DOI: 10.31072/rcf.v9iedesp 1. Educação. 2. Meio Ambiente. 3. Instituição de Ensino Superior. 4. Periódico. 5. Ariquemes. I. Revista Científica. II. Título. III. FAEMA. CDD: 370.

REVISTA CIENTÍFICA FAEMAPublicada pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente (FAEMA). ISSN: 2179-4200. UNIDAS SOCIEDADE DE EDUCACAO E CULTURA LTDA Mantenedora Profa. Dra. Rosieli Alves Chiaratto Presidente da Mantenedora FACULDADE DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE (FAEMA) Mantida Prof. Ms. Airton Leite Costa Diretor Geral Profa. Ms. Filomena Maria Minetto Brondani Diretora ISE/FAEMA Prof. Dr. Diego Santos Fagundes Vice-Diretor Profa. Dra. Helena Meika Uesugui Coordenadora do SEDA/FAEMA CORPO EDITORIAL Prof. Dr. Edimar Rodrigues Soares Editor Chefe Prof. Esp. Edson Rodrigues Cavalcante Editor Assistente INDEXAÇÃO

Editorial Imagem: StockPhotos. A Revista Científica FAEMA tem como objetivo contribuir para a divulgação doconhecimento científico, por meio de publicação de resultados de pesquisas originais,revisões de literaturas, comunicações breves, notas técnicas, dentre outros, sobrediversas áreas temáticas e campos interdisciplinares. Nesse intuito, a equipe editorialbusca manter o mais elevado nível e também isenção na busca da qualidade dainformação científica. No ano de 2018, com imensa satisfação, comunicamos a publicação da primeiraedição especial de um número da Revista Científica da FAEMA, cuja temática “TópicosEspeciais em Ciências da Saúde”, permitiu atrair diversos autores interessados emdivulgar os seus trabalhos e estudos. Essas publicações são importantes para fomentardiscussões e reflexões a respeito das questões relacionadas a saúde pública.Congratulamos os autores pela condução dos estudos ora apresentados, para o momentorepresentam o melhor em suas respectivas áreas Primeiramente, são apresentados três artigos originais, resultados de pesquisasconduzidas pelos acadêmicos do curso de Farmácia da FAEMA. O primeiro artigo buscaidentificar as principais dificuldades de leitura e interpretação da bula, pela população domunicípio de Cujubim-RO. No segundo artigo, busca-se verificar a prática do

armazenamento de medicamentos em lares do município de Ariquemes-RO. Aautomedicação por meio da utilização de fitoterápicos para emagrecimento, também édiscutida em um artigo original. Da mesma forma, as acadêmicas do curso de Enfermagem apresentam, por meiode uma revisão de literatura, os benefícios do atendimento sistematizado para o portadorda Leishmaniose Tegumentar Americana. Além disso, são apresentadas algumasrevisões de literatura da área de Farmácia, as quais tratam de importantes temáticascomo: Assistência farmacêutica; Terapia hormonal; Utilização responsável demedicamentos; Diagnóstico e tratamento da endometriose; Antidepressivos tricíclicos;Tratamentos com fitoterápicos; Microcefalia; Febre Amarela; Maconha e suasconsequências; Risco do uso de produtos não-cosméticos; Uso das estatinas notratamento da dislipidemia; e Utilização do ácido fólico para prevenção de doenças dotubo renal. Por fim, abrangendo a área de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, em um minuciosotrabalho de revisão de literatura, as autoras relatam as principais técnicas decinesioterapia utilizadas para a manutenção da capacidade funcional de idosos. Destarte, não se poderia deixar de agradecer aqueles que tornaram possível estapublicação especial. Foram valorosos na empreitada e consagraram-se com êxito aotérmino. A Revista Científica FAEMA segue firme no seu propósito de promover o acessoà informações, ao conhecimento e, consequentemente, contribuir para a promoção daciência e o desenvolvimento regional. Desejamos a todos uma ótima leitura!! EDIMAR RODRIGUES SOARES Editor-Chefe EDSON RODRIGUES CAVALCANTE Editor Assistente

SumárioArtigos Originais (Farmácia) Análise dos fatores que afetam a leitura e interpretação da bula em484-490 moradores do município de Cujubim-RO Elaine Kochinski Bervanger, Clóvis Dervil Appratto Cardoso Júnior. Avaliação de armazenamento de medicamento em domicílio em um491-499 bairro de Ariquemes-RO Jacineide Maria Silva, Vera Lucia Matias Gomes Geron.500-506 O uso de medicamentos fitoterápicos no processo de emagrecimento em acadêmicos do curso de farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA Camila Pereira Zambon, Lurian Marieni Rodrigues Tiegs, Gabriela Aline Campana, Jucélia da Silva Nunes.Revisão de Literatura (Enfermagem)507-511 A enfermagem e a sistematização do atendimento ao portador da Leishmaniose Tegumentar Americana Edilaine Godoi Silva, Elaine Godói da Silva, Claudia Oliveira Lava, Sonia Carvalho de Santana.Revisão de Literatura (Farmácia) A assistência farmacêutica no Sistema Único de Saúde512-519 Isabelly Sabrina Santana Rosa, Matheus Santos Cavalcante, Cleuze Fatima Souza Silva. A importância da bula no uso responsável dos medicamentos520-525 Ezequias Alves da Silva Lima, Samoel Gavioli Belato Junior, André Tomaz Terra Júnior. A terapia hormonal no processo de transexualização526-531 Gabriela Aline Campana, Camila Pereira Zambon, Lurian Marieni Rodrigues Tiegs, Clóvis Dervil Appratto Cardoso Júnior.

Aspectos diagnósticos e terapêuticos da endometriose532-539 Patrícia Pires Amaral, Thais Piola Alves, Jessica Akemi Yamagishi, André Tomaz Terra Júnior, Clóvis Appratto Cardoso Júnior.540-546 Assistência farmacêutica no âmbito de cuidados a gestantes com hipertensão arterial Aline de Souza Rodrigues, Valcione da Silva Gretzler, Jakelane Soares Lopes, Waldemiro Gustavo de Souza, Ednilson José de Santana Júnior, André Tomaz Terra Júnior.547-550 Atuação do farmacêutico no URM e na prevenção de intoxicação medicamentosa Valcione da Silva Gretzler, Aline de Souza Rodrigues, Dener Alexandre Vargas, Heidiane Correia Pereira, André Tomaz Terra Júnior.551-558 Breve relato dos antidepressivos tricíclicos, incluindo o efeito terapêutico do cloridrato de bupropiona Isabelly Sabrina Santana Rosa, Matheus Santos Cavalcante, André Tomaz Terra Junior.559-564 Constipação intestinal: tratamento com fitoterápicos Antonia Karmiles Pinheiro, Vera Lúcia Matias Gomes Geron, André Tomaz Terra Júnior, Jucélia da Silva Nunes, Filomena Maria Minetto Brondani. Drogas de abuso: maconha e suas consequências565-569 Matheus de Oliveira Vanjura, Dione Rodrigues Fernandes, Leandro Fantin de Pontes, Jessica Castro dos Santos, André Tomaz Terra Júnior. Estudo sobre a automedicação, o uso irracional de medicamentos e570-576 o papel do farmacêutico na sua prevenção Rogério Lobo Ferreira, André Tomaz Terra Júnior. Microcefalia acometida por infecção congênita pelo zika vírus577-583 Uverlei Hilario de Jesus, Gilson Valente Vieira, Leôncio Torres Costa, Vera Lúcia Matias Gomes Geron.584-589 Novas estratégias de imunização contra a febre amarela Maria Neide Ramalho de Souza, Edson Rodrigues Cavalcante, Clóvis Dervil Apparatto Cardoso Júnior, Vera Lúcia Matias Gomes Geron, Taline Canto Tristão.

590-596 O risco do uso de produtos não-cosméticos: a anilina à base de álcool Lurian Marieni Rodrigues Tiegs, Camila Pereira Zambon, Gabriela Aline Campana, Jucélia da Silva Nunes.597-602 O uso das estatinas no tratamento da dislipidemia e o mecanismo da biossíntese do colesterol Ederson Aparecido da Silva, Dione Rodrigues Fernandes, Alline Correia Sandoval, André Tomaz Terra Júnior.603-609 Tratamento de diabetes mellitus com plantas medicinais Adriana Tosta Xavier, Jucélia da Silva Nunes.610-614 Uma abordagem ao uso indiscriminado de medicamentos benzodiazepínicos Eduardo Gomes Silva, Dione Rodrigues Fernandes, André Tomaz Terra Júnior. Utilização do ácido fólico na prevenção de doenças do tubo neural 615-619 Elaine Godói da Silva, Edilaine Godói da Silva, Matheus Santos Cavalcante, Claudia Oliveira Lava, Vera Lucia Matias Gomes Geron.Revisão de Literatura (Fisioterapia e Terapia Ocupacional) A manutenção da capacidade funcional no idoso através da 620-625 cinesioterapia Rosiane da Silva Souza, Patricia Morsch.



Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente. DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Artigo Original (Farmácia)ANÁLISE DOS FATORES QUE AFETAM A LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA BULA EM MORADORES DO MUNICÍPIO DE CUJUBIM-RO ANALYSIS OF FACTORS THAT AFFECT BULA'S READING AND INTERPRETATION IN RESIDENTS IN THE CITY CUJUBIM-RO https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.628Elaine Kochinski BervangerDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]: https://orcid.org/0000-0002-2009-2411.Clóvis Dervil Appratto Cardoso JúniorMestre em Ciências Farmacêuticas e graduado em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Coordenadordo Curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-7886-6512. Submetido em: 30 maio 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Descritores (DeCS)1: RESUMO: A bula é uma das, senão a melhor forma de um paciente se informar sobre o tratamento ou medicamento que está tomando, visto que possui todas as informaçõesBula de medicamentos necessárias para o entendimento do paciente. Entretanto, a linguagem utilizada e oUso racional de tamanho das letras da bula eram um problema constante para os pacientes, então paramedicamentos solucionar esse problema a ANVISA lançou resoluções visando melhora no entendimentoRDC 47/09 da bula. Em 2009, a resolução nº 47 foi lançada para tentar melhorar ainda mais o entendimento e leitura da bula. Apesar dos esforços da ANVISA para melhorar o entendimento da bula, ainda há indivíduos que sentem dificuldade ao lê-la, e as causas desta dificuldade é o que esta pesquisa pretende mostrar. Objetivou-se com este estudo, analisar as dificuldades apresentadas pela população na leitura e compreensão da bula, e para isso realizou-se uma pesquisa de campo com 100 indivíduos do município de Cujubim – RO, onde questionou-se a facilidade de interpretação e entendimento das bulas de medicamentos. Após análise dos resultados obtidos, observa-se que 52% dos entrevistados afirmam ter dificuldades ao ler as bulas, sendo a presença de palavras difíceis e letras pequenas as dificuldades mais apontadas.Descriptors: ABSTRACT: The package leaflet is one of the best ways for a patient to know aboutPackage leaflet the treatment or medication they are taking, since they have all the information they need to understand the patient. However, the language used and the size of the leafletRational use of medicines letters were a constant problem for the patients, so in order to solve this problemRDC 47/09 ANVISA issued resolutions aiming to improve the understanding of the package insert. In 2009, resolution 47 was launched to try to further improve the understanding and reading of the package insert. Despite the efforts of ANVISA to improve the understanding of the package insert, there are still individuals who find it difficult to read it, and the causes of this difficulty are what this research intends to show. The objective of this study was to analyze the difficulties presented by the population in the reading and understanding of the package leaflet. A field survey was carried out with 100 individuals from the municipality of Cujubim - RO, where they questioned the ease of interpretation and understanding of the package inserts. After analyzing the results obtained, 52% of respondents said they had difficulties reading the package leaflet, with the presence of difficult words and small letters being the most pointed difficulties.1 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br.484 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 484-490, maio-jun, 2018.

Análise dos fatores que afetam a leitura e interpretação da bula em moradores do município de Cujubim -RO.INTRODUÇÃO administração, além de esclarecer dúvidas de forma autônoma (16, 13). Resumidamente, as bulas dos medicamentos são aprincipal fonte de informação aos pacientes, logo, devem ser A orientação quanto ao uso correto do medicamentode fácil compreensão por seus usuários (5, 1, 3, 6). Entretanto, permite alcançar êxito no uso racional. É necessário que hajaas bulas ainda possuem irregularidades nas informações, conhecimento específico e atualizado sobre o medicamentobem como falhas na linguagem e em sua configuração. pelo prescritor, pelo farmacêutico e pela indústria, que sãoDessa forma, faz-se necessária a adequação das bulas à responsáveis por dar informações ao paciente de forma claraRDC 47/09, que estabelece as regras para elaborar, e objetiva, para que este compreenda e haja melhor adesãoharmonizar, atualizar, publicar e disponibilizar as bulas de ao tratamento (17).medicamentos para pacientes e profissionais de saúde,devido ao risco de intoxicação e demais problemas que O interesse dos pacientes por informações acerca de seupodem ser provenientes do não entendimento ou dificuldade tratamento costuma ser maior do que se acredita (18). Osna leitura das bulas, o que pode levar ao uso incorreto dos usuários de medicamentos recorrem às bulas buscandomedicamentos (7, 8). informações acerca dos medicamentos em uso, entretanto, esta é, muitas vezes, difícil de ser entendida, principalmente No século XV, a bula identificava a autenticidade de para indivíduos com baixo nível de letramento geral e emmedicamentos oficiais, era suspensa por um cordão e saúde, visto que as bulas são escritas muitas vezes, emcomprovava que aquela não era uma garrafada. No século linguagem demasiada culta para grande parte dosXX no Brasil, passou a ser um impresso que acompanhava consumidores, geralmente com jargões técnicos e letrasprodutos farmacêuticos, e continha informações acerca da pequenas, dificultando a leitura (19, 20).composição, uso, posologia e contraindicações (9, 10). Para que haja sucesso no tratamento, os pacientes não A bula de medicamentos é o principal material informativo podem se sentir inseguros ou ter dúvidas quanto aofornecido aos pacientes na dispensação e/ou aquisição de medicamento. Eles devem estar certos de que ao tomar osmedicamentos, pois contém informações de interesse tanto medicamentos com a instruções recebidas dos profissionaispara os profissionais da saúde quanto para os pacientes. Os da saúde e da bula, estarão menos propensos a apresentarpacientes normalmente priorizam informações sobre os problemas com medicamentos (21).efeitos colaterais, contraindicações, e modo de uso,enquanto os profissionais da saúde se interessam por Algumas razões que diminuem a leitura da bula pelosinformações técnicas, farmacológicas e de composição do usuários são: informação médica suficiente, falta de hábito,medicamento (11, 12). analfabetismo e dificuldade de compreensão. Sendo algumas destas, relacionadas com a condição sócio-cultural- Nos Países da União Europeia, a regulamentação obriga econômica da população. Faz-se necessário enunciar que aa organização das bulas por seções definidas, além de ter a linguagem inacessível e a não compreensão dasescrita comprovadamente simples e clara. O modelo informações se relacionam também com a falta de cuidadoeuropeu é regulamentado pela “Quality Review of da indústria durante a concepção da bula, por nãoDocuments”. Já a “Guideline on the readability of the labelling observarem que nem sempre o indivíduo assimila aand package leaflet of medicinal products for human use” é a informação, visto que muitas vezes independentemente donorma europeia que normatiza os testes de legibilidade das grau de escolaridade, esse não possui formação específicabulas. Os testes são realizados através de um questionário (1).com pelo menos 20 participantes, que devem ser, depreferência, idosos sem práticas de leitura ou escrita regular, As informações nas bulas devem ser de fácilvisto que esse grupo, comumente manifesta dificuldades na compreensão e transparentes no que o paciente deve ou nãoleitura e interpretação de documentos. As perguntas do fazer ao tomar o medicamento, entretanto, muitos pacientesquestionário permitem identificar as partes da bula onde apresentam dificuldade ao lerem a bula, não havendoexistem problemas na compreensão das informações (13). compreensão quanto ao tratamento. O farmacêutico é de grande ajuda no momento da leitura, caso explique ao No Brasil, a bula é feita baseando-se nas informações paciente sobre o tratamento, bem como sobre aspresentes nos registros de aprovação do medicamento informações contidas na bula (3).submetido à ANVISA. As informações são técnico-científicase oriundas de resultados atingidos durante o Os principais problemas com a leitura da bula ocorrem nadesenvolvimento do medicamento através de pesquisas compreensão do texto são: facilidade de leitura do textoclínicas, bem como aqueles presentes em bancos de (como o tamanho da letra, espaçamento das linhas, usoinformações (14, 15). exagerado de caixa alta e negrito, alinhamento do texto), presença de linguagem muito técnica e termos não A leitura da bula contribui para o aumento da adesão ao conhecidos pela população, bem como frases longas etratamento e sucesso do mesmo; bem como auxilia numa transparência do papel. Cidadãos com pouco estudo e idosoterapia correta, garantindo a segurança do usuário. Uma bula apresentam maior dificuldade em entender o que écompreensível também contribui para o preenchimento das informado na bula, não significando, no entanto, que pessoaslacunas da comunicação entre médico e paciente, que com maior escolaridade irão compreender o conteúdo damuitas vezes não conseguem sanar todas as dúvidas na bula (16).consulta médica acerca do medicamento e tratamentoprescritos (1). A exposição gráfica das informações das bulas influencia a leitura e compreensão. A má apresentação gráfica das As bulas são um meio de promoção do uso racional de informações, podem causar o mau uso dos medicamentos,medicamentos. O entendimento da bula é essencial para o afetando o bem-estar e podendo causar danos à saúde douso racional e seguro dos medicamentos após dispensação usuário. Desde 1995, os medicamentos são a primeira causaou prescrição. A bula permite o acesso a informações de intoxicação humana no país. Quando usados de formafundamentais acerca dos medicamentos, bem como de sua errônea e irracional, os medicamentos podem ocasionar riscos e reações adversas (22).Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 484-490, 485maio-jun, 2018.

Bervanger EK, Cardoso Júnior CDA. Os fatores que podem colaborar para a legibilidade de um indicação de frases de advertências para contraindicação dotexto, são: evitar textos apenas com letras maiúsculas; letras uso como “Este medicamento é contraindicado para usosimples são mais legíveis; linhas longas exigem maior por...” e “Este medicamento é contraindicado para menoresespaçamento; contraste de cor (23). de...”. Além disso, outras informações passaram a ser exigidas nas bulas, como o alerta para atletas quanto ao O uso de ilustrações e cores em bulas, promovem perigo de serem pegos em exame antidoping após omelhoria no entendimento e memória do paciente quanto ao consumo do medicamento (10).medicamento e sua forma de uso. Além disso, arepresentação em figuras, juntamente com as informações Além disso, essa resolução torna obrigatória a presençaescritas, promove a utilização correta do medicamento, da bula nas embalagens dos medicamentos vendidos nodiminuindo os riscos de erro em sua utilização (24, 25). Brasil. Em seu capítulo IV, seção 1, art. 26, afirma que as embalagens de medicamentos devem possuir bulas com Diversas medidas foram adotadas buscando tornar a bula informações atualizadas no mercado, de acordo com omais eficaz como instrumento de informação, principalmente Bulário Eletrônico (29).para o usuário. Dentre as regulamentações com maiorimportância, se encontram a RDC n° 140/03 e a RDC n° As causas relacionadas à linguagem e informações não47/09, as quais foram responsáveis pela reformulação de compreensíveis podem estar relacionadas também com oseu conteúdo e de seu formato (26). fato de a indústria, durante a elaboração da bula, não ter o cuidado de observar que a população não consegue A Portaria SNVS nº 65, de 1984, foi a primeira a regular assimilar sempre a informação que a ela é dada, poiso roteiro da bula brasileira, e ficou vigente até 1997. Em 1997 independente da sua escolaridade, a maioria não possuia Portaria SVS nº 110 foi lançada, sendo substituída em 2003 formação técnico-científica específica. A dificuldade napela Resolução RDC nº 140 (27). leitura e compreensão da bula, podem levar ao desinteresse em ler este informativo, o que pode ocasionar erros que A resolução RDC n° 140 da ANVISA trouxe diversas afetarão uso e eficácia do tratamento (17, 30).inovações das legislações anteriores, como o aumento notamanho das letras e a criação de uma para o profissional da 2 MATERIAIS E MÉTODOSsaúde e outra para o paciente. Contudo, em 2009 a RDC 47foi criada para esclarecer pontos da RDC 140 e adicionou O presente estudo é uma pesquisa de campo, realizadaoutras normas, principalmente na apresentação textual e com a aplicação de um questionário constituído de questõesdeterminação da presença de bula em formato especial para fechadas, se classificando assim, como quantitativa. Adeficientes visuais (16). revisão de literatura foi realizada com literaturas encontradas em plataformas como ScieLO, ResearcheGate, Repositório A publicação da RDC nº 47/2009 visou o aprimoramento FAEMA e Google Acadêmico, através dos descritores: bula,da forma e conteúdo das bulas, de modo que pudesse package leaflet e bula dificuldades.garantir informações seguras e adequadas aos pacientes,em conformidade aos padrões da Organização Mundial de O questionário foi realizado com 100 moradoresSaúde (OMS) (12). aleatórios dos setores 1 e 2 do município de Cujubim, no estado de Rondônia. Buscou-se a diversidade nesta A RDC nº 47, de 8 de setembro de 2009 estabelece em pesquisa, sendo entrevistados indivíduos de diferentesseu artigo 5° que as bulas de medicamentos devem: ter os classes, idade e sexo, sendo excluídos somente aquelesdizeres impressos na fonte Times New Roman com tamanho menores de 18 anos ou que não se sentissem confortáveismínimo de 10 nas bulas para o paciente e 8 nas bulas para responder a mesma. Para a coleta dos dadosdestinadas ao profissional da saúde, apresentando percorreu-se as ruas dos setores 1 e 2 do município deespaçamento simples entre linhas; possuir colunas de texto Cujubim em busca de indivíduos interessados em respondercom pelo menos 50 mm (cinquenta milímetros) de largura; ao questionário, iniciando às 7h e 30 minutos da manhã oter o texto alinhado à esquerda ou justificado; usar caixa alta procedimento de pesquisa, terminando-o às 11h e 30e negrito nas perguntas e itens na bula para que estes se minutos.destaquem; ser impressas com as letras na cor preta e empapel branco. Dirigiu-se aleatoriamente às casas pertencentes a estes bairros, apresentando seu projeto e verificando a vontade e Quanto ao conteúdo das bulas, o inciso 1º do artigo 6º disponibilidade dos indivíduos em responderem à pesquisadescreve que a bula deve conter a identificação do em questão. Após atingir o número de participantes, iniciou-medicamento, informações ao paciente, bem como os se a análise dos dados obtidos.dizeres legais. Além disso, os textos devem ser organizadoscomo perguntas e respostas, devem ser claros, objetivos, Os dados foram analisados e reunidos, de forma acom linguagem acessível e sem repetição de informações, montar gráficos com o perfil dos participantes da pesquisa.possuir termos explicativos após os termos técnicos, caso Havendo assim, um melhor entendimento quanto aoestes sejam utilizados (28). entendimento da população em relação à bula, bem como sobre a facilidade de leitura da mesma. Em muitas bulas, o texto utilizado para os profissionais epara o paciente era o mesmo, diferenciando somente no A pesquisa foi aprovada através do parecer 2.548.223título dos itens, que na bula do paciente aparecia em forma emitido pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade dede perguntas e respostas. Além disso, eram frequentes as Educação e Meio Ambiente (FAEMA).repetições de informações ao longo da bula. Essascaracterísticas foram sanadas pela RDC nº 47, pois nela é 3 RESULTADOS E DISCUSSÕESexigido que a bula destinada ao paciente seja clara eobjetiva, bem como deve apresentar termos explicativos Após análise dos cem (100) questionários respondidos,após os termos técnicos, além disso, não pode haver observou-se que o mesmo foi respondido por 57 pessoas dorepetição de informações (1). gênero feminino (57%) e 43 do masculino (43%), conforme Gráfico 1. A RDC 47 de 2009 trouxe novidades em relação àsnormativas anteriores, apresentando a adição de orientaçõessobre notificação de reação adversa; incorporação do disqueintoxicação para orientação quanto a superdosagens;486 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 484-490, maio-jun, 2018.

Análise dos fatores que afetam a leitura e interpretação da bula em moradores do município de Cujubim -RO.Gráfico 1 – Resultado por gênero. Gráfico 4 – Faz perguntas ao farmacêutico acerca do tratamento e seus efeitos?1 57% 43% 1 71% 15% 14% 0% 50% 100% 0% 50% 100% Sim, realiza questionamento Não realiza questionamento masculino ferminino Questiona algumas vezes Fonte: Autor. Fonte: Autor. Quanto à faixa etária (Gráfico 2), encontrou-se os Quando questionados se costumam ler as bulas dosseguintes dados: 35 participantes têm de 20 a 29 anos medicamentos, 46% afirmou ler as bulas, 21% leem às(35%), 35 participantes têm entre 30 e 39 anos (35%), 20 vezes, 18% leem somente quando usam o medicamentoparticipantes estão na faixa etária de 40 a 49 anos (20%), 9 pela primeira vez, 13% não leem, e 2% não leem poisparticipantes têm entre 50 e 60 anos (9%), e um (1) confiam no médico ou farmacêutico e que estes passarãoparticipante tem mais de 60 anos (1%). todas as informações necessárias, como é apontado na Gráfico 5. Gráfico 2 – Faixa Etária. Gráfico 5 - Costuma ler as bulas de medicamentos?1 35% 35% 20% 9% 1% 1 46% 21% 18% 13% 2% 0% 50% 100% 0% 50% 100% 20-29 30-39 40-49 50-60 >60 Leem as bulas Leem às vezes Somente a 1ª vez Não leem Fonte: Autor. Não leem, confiam na consulta No quesito escolaridade, encontrou-se os seguintes Fonte: Autor.resultados: 42% dos entrevistados concluíram o ensinomédio, 18% estudou da 1ª a 4ª série, 15% possui ensino Acerca da dificuldade em ler as bulas, 52% dosmédio incompleto, 11% concluíram o ensino fundamental, entrevistados afirmou ter dificuldades em ler as bulas,7% possui ensino superior completo, e os 7% restantes não enquanto 48% responderam não ter dificuldades, como éconcluíram o ensino superior. mostrado na Gráfico 6. Estes dados são apresentados abaixo no Gráfico 3. Gráfico 6 - Tem dificuldades para ler a bula? Gráfico 3 - Nível de escolaridade da população entrevistada. 1 52% 48%1 7%7% 11% 15% 18% 42%0%Superior Incompleto50% Superior Com1p0le0t%o 0% 50% 100% Ensino Fundamental Ensino Médio Incompleto 1ª a 4ª Série Ensino médio Completo Tem dificuldade em ler as bulas Não tem dificuldades Fonte: Autor. Fonte: Autor. Questionou-se aos participantes: “Ao ir ao médico e este Questionou-se os motivos que levavam os entrevistadoslhe prescrever um medicamento, você faz perguntas quanto a não lerem a bula, e encontrou-se os seguintes resultadosao tratamento ou efeitos do medicamento ?”, e obteve-se os e que são mostrados no Gráfico 7: 18% afirmam que asseguintes resultados: 71% dos entrevistados questiona o explicações do farmacêutico acerca da terapia são claras e suficientes, 12% afirma que o médico explica de formatratamento e as características do tratamento, 15% não suficiente, 11% não consegue ler ou entender a bula, 10%realiza questionamentos e 14% questiona algumas vezes, afirma que confia no médico, então não se preocupam, 8%como pode-se observar na figura abaixo (Gráfico 4): não lê pois já sabe para que e porque está usando o medicamento, e 41% não respondeu.Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 484-490, 487maio-jun, 2018.

Bervanger EK, Cardoso Júnior CDA.Gráfico 7 - Motivos para não ler a bula. vasto número de participantes afirma não a compreender. O alto percentual de indivíduos que leem a bula pode ser1 18% 12% 11% 10% 8% 41% resultado de boa parcela dos participantes possuir ensino médio completo, no entanto, poucos terem iniciado ou 0% 50% 100% concluído o Ensino Superior, pode explicar o maior númeroSão claras e suficientes De forma suficiente de indivíduos que não entendem as informações nelaNão consegue ler ou entender Confia no médico presentes. Fonte: Autor. A não leitura ou leitura ocasional das bulas pelos demais Quando questionados sobre quais itens da bula leem, 39 participantes pode ser resultante do fato de grande parte dosindivíduos afirmaram ler a composição dos medicamentos, entrevistados afirmarem questionar o médico e/ou o59 a indicação, 56 as contraindicações, 71 como usar, 76 os farmacêutico sobre o tratamento e os efeitos que esteefeitos colaterais, 15 as interações e 27 as advertências, causará, o que lhes dá segurança e faz com que estes nãocomo se expressa na Gráfico 8. vejam necessidade na leitura. Enquanto alguns afirmaram não conseguir ler ou entender a bula. Gráfico 10 - O que sente ao não conseguir ler a bula?Gráfico 8 - Itens da bula que são lidos. 1 56% 32% 12% Advertências 0% 50% 100% Interações Gostaria de entender as bulas Sentem inseguros Efeitos colaterais Tenho medo Como usar Fonte: Autor. Contraindicações Indicação Acerca das dificuldades encontradas na leitura, as letras pequenas e palavras difíceis ou desconhecidas foram as Composião mais citadas, o que mostra que apesar do grau de escolaridade dos participantes, a bula ainda permanece de 0 20 40 60 80 difícil entendimento. Esses dados coincidem com aqueles encontrados por Silva e colaboradores (17), onde os Fonte: Autor. entrevistados afirmaram que o tamanho da letra, e a linguagem dificultavam a leitura da bula. Ao se questionar quais as maiores dificuldadesencontradas na leitura da bula, as letras pequenas foram Ao comparar-se os resultados obtidos nesta pesquisacitadas 38 vezes, as palavras difíceis ou desconhecidas 44 com aqueles apresentados por Paula e colaboradores (16),vezes, o tamanho exacerbado da bula 13 vezes e a bula ser percebe-se que os efeitos colaterais, indicação esem graça ou pouco chamativa 7 vezes (Gráfico 9). contraindicações se apresentam como os itens mais lidos da bula.Gráfico 9 - Dificuldades encontradas na leitura da bula. 4 CONCLUSÃO Bula pouco chamativa A bula constitui uma das maiores, se não a maior, fonte de informação acerca do medicamento e suas características Tamanho da bula de uso pela população. Logo, faz-se necessário que esta seja de fácil leitura e compreensão pelos usuários, Palavras difíceis ou independentemente de sua formação acadêmica ou a desconhecidas ausência desta. Letras pequenas Após a realização da pesquisa e análise dos dados obtidos, percebe-se que apesar de todas as mudanças até 0 10 20 30 40 50 hoje realizadas nas bulas visando melhor leitura e entendimento da mesma, muitos indivíduos ainda Fonte: Autor. apresentam dificuldades na leitura e compreensão da mesma. Assim, novas alterações na bula ou maior Por último questionou-se o que os entrevistados sentiam fiscalização quanto à forma como as bulas sãoao não conseguir ler ou entender a bula dos medicamentos, confeccionadas são uma alternativa para contornar esseonde 56% afirmou que gostaria de poder ler e entender as problema e propiciar maior bem-estar e segurança para osbulas dos medicamentos que utiliza ou que virá a utilizar, usuários de medicamentos.32% se sentem inseguros com o uso do medicamento e 12%fica com medo, o que é mostrado na Gráfico 10. Através dos dados obtidos, percebe-se que a maior partedos entrevistados realiza a leitura da bula, entretanto, um488 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 484-490, maio-jun, 2018.

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Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente.DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Artigo Original (Farmácia)AVALIAÇÃO DE ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTO EM DOMICÍLIO EM UM BAIRRO DE ARIQUEMES / ROEVALUATION OF STORAGE OF MEDICINES IN ADDRESS IN A DOWNTOWN OF ARIQUEMES / RO https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.609Jacineide Maria da SilvaDiscente do Curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente- FAEMA. E-mail: [email protected]: https://orcid.org/0000-0002-5528-734X.Vera Lucia Matias Gomes GeronMestra em Biologia dos Agentes Infecciosos e Parasitários pela Universidade Federal do Pará - UFPA. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9559-5013.Descritores (DeCS)2: Submetido em: 16 maio 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Farmácia RESUMO: O Brasil está entre os maiores consumidores mundiais de medicamentos, comFarmácia domiciliar fácil acesso a vários tipos de drogas, criando uma cultura de automedicação eArmazenamento consequentemente de farmácias caseiras. O acúmulo de medicamentos estocados emincorreto residências é um fator de risco tanto para os adultos e principalmente para as crianças.Medicamentos As farmácias caseiras geralmente não possuem os padrões de armazenamento adequados de medicamentos e raramente os produtos vencidos são descartados, e quando descartados, de maneira errônea. Objetivo: Verificar o armazenamento e quantificar os medicamentos vencidos em domicilio, no qual consiste em uma pesquisa de campo descritiva, com abordagem quantitativa e qualitativa. Resultados: Todas as residências localizadas nos setores 05 e jardim das palmeiras que participaram da pesquisa tinham um estoque de medicamentos, e em sua maioria os entrevistados se encontravam em tratamento farmacológico, a faixa etária de idade que mais prevaleceu neste estudo ficou entre 54 a 62 anos de idade. Um ponto que chamou atenção foi a quantidade de pessoas (67%) que fazem o uso da automedicação, 85% alegam que nunca receberam informação quanto ao armazenamento e o descarte dos medicamentos. Conclusão: Os resultados apontam que a população vem adquirindo quantidades maiores de medicamentos do que necessitam, causando desperdício de recursos financeiro, e contribuindo assim para formação de boa parte do estoque domiciliar. Na maioria dos domicílios os medicamentos eram armazenados de forma incorreta, ficando demonstrando a necessidade de comercializar medicamento em embalagens fracionadas para diminuir as sobras que geram os estoques domésticos e consequentemente diminuirá significativamente a automedicação.Descriptors: ABSTRACT: Brazil is among the world's largest consumers of medicines, with easyPharmacy access to various types of drugs, creating a culture of self-medication and consequentlyHome pharmacy of home pharmacies. The accumulation of drugs stored in homes is a risk factor for bothIncorrect medication adults and especially children. Home pharmacies generally do not have adequate drugstorage storage standards and rarely overdue products are discarded, and when discarded,Medicines erroneously. Objective: To verify the storage and quantification of drugs overdue at home, which consists of descriptive field research, with a quantitative and qualitative approach. Results: All households colacalized in sectors 05 and garden of the palm trees that participated in the research had a stock of medicines, and the majority of interviewees were under pharmacological treatment, the age group that prevailed most in this study was between 54 to 62 years of age. One point that drew attention was the number of people (67%) who use self-medication, 85% claim that they never received information regarding the storage and disposal of medicines. Conclusion: The results indicate that the population is acquiring larger quantities of medicines than they need, causing financial resources to be wasted, thus contributing to the formation of a good2 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br. 491 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, Ano 9, n. ed esp, p. 491- 499, maio-jun. 2018.

Silva JM, Geron VLMG. part of the household stock. In most households, medicines were stored incorrectly, demonstrating the need to market medicine in fractional packages to reduce leftovers that generate domestic stocks and consequently significantly reduce self-medication.INTRODUÇÃO acredita lhe trazer benefícios no tratamento de doenças ou alivio de sintomas (8). A administração inadequada de A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu medicamentos, tal como a prescrição errônea, pode ter,como seu grande desafio para a próxima década a melhoria como consequência, efeitos indesejáveis, enfermidadesna racionalidade do uso de medicamentos, havendo uma iatrogênicas e mascaramento de doenças evolutivas. Umnecessidade de promover a avaliação desse uso e exemplo da gravidade desse problema é o desenvolvimentosupervisionar o seu consumo (1). de resistência microbiana, representando, portanto, um problema a ser prevenido (8). A cultura brasileira de automedicação e a fácil aquisiçãodesses produtos acabaram por gerar nas residências De acordo com Santos(7) a frequência da automedicaçãobrasileiras um acúmulo de medicamentos. As “farmacinhas em crianças e adolescentes tem se mostrado elevada emcaseiras”, como são conhecidas, geralmente contêm vários estudos e é fator preocupante quando parcelaalgumas fórmulas reservadas às emergências (antigripal, importante dessa população não recebe atenção adequadaanalgésicos, antitérmicos), vendidas sem receita médica, por parte dos serviços de saúde, ficando o cuidado restritomas também é muito comum conter sobras de às decisões do cuidador. Sendo assim, uma participaçãomedicamentos controlados (antibióticos, entre outros) que efetiva do farmacêutico nos serviços de saúde, através deprovavelmente não mais serão utilizados, mas que ficam aconselhamento e/ou de indicação farmacêutica deguardados até a expiração da sua data de validade (2). medicamentos isentos de prescrição poderia contribuir para o uso racional dos medicamentos. Segundo Loch et al.(3) consideram que o estoquedomiciliar é composto por todos os medicamentos que No Brasil, embora haja regulamentação da Agênciaestiverem sendo mantidos no domicílio e relatam ainda que Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para a venda eexiste uma escassez de dados de como os medicamentos propaganda de medicamentos que possam ser adquiridossão armazenados e utilizados após a sua aquisição. sem prescrição médica, não há regulamentação nem orientação para aqueles que os utilizam. O fato de se poder Essa armazenagem de modo indevido pode acarretar adquirir um medicamento sem prescrição não permite ovários riscos à saúde, tanto pelas condições em que foram indivíduo fazer uso indevido do mesmo, isto é, usá-lo porarmazenadas quanto ao uso irracional, sendo isso a indicação própria, na dose que lhe convém e na hora queautomedicação podendo trazer efeitos colaterais achar conveniente. Dados europeus indicam que, em média,indesejáveis (4). 5,6 pessoas por farmácia e por semana fazem uso indevido de algum tipo de medicamento (9). O acúmulo de medicamentos estocados em residênciaspode ser um fator de risco tanto para os adultos e O problema é universal, antigo e de grandes proporções.principalmente para as crianças. Tem-se a necessidade de A automedicação pode ser considerada uma forma de nãoter alguns medicamentos em casa como: Medicamentos adesão às orientações médicas e de saúde. Nesse sentido,para dor e febre, diarreia, vômitos, antialérgicos tópicos, Hipócrates já sentenciou: \"Toda vez que um indivíduo diz queantissépticos encontram-se presentes na maioria das segue exatamente o que eu peço, está mentindo\". Não háresidências. É necessário dispor de produtos de uso como acabar com a automedicação, talvez pela própriafrequente, como compressas, termômetro, antissépticos condição humana de testar e arriscar decisões. Há, contudo,para limpeza de pequenos ferimentos, bem como de meios para minimizá-la. Programas de orientação paramedicamentos utilizados no tratamento de distúrbios profissionais de saúde, farmacêuticos, balconistas ecorrentes (5). população em geral, além do estímulo a fiscalização apropriada, são fundamentais nessa situação (9). Segundo Vitor(6) a automedicação é uma prática bastantedifundida não apenas no Brasil, mas também em outros 2.2 Armazenamentos de medicamentopaíses. Essa é definida como uso de medicamentos semprescrição médica, na qual o próprio paciente decide qual Segundo Lima(8) ter medicamentos estocados emfármaco utilizar. ambientes domiciliares por parte do usuário, pode parecer uma questão de prevenção. No entanto, segundo a A automedicação pode ser definida como: tomar Organização Mundial de Saúde, deve-se tomar cuidado commedicamentos sem a prescrição/orientação/supervisão a maneira de armazenar e consumir esses medicamentos,médica, comportamento este que faz parte do auto-cuidado. pois se não forem seguidas as recomendações deA automedicação difere da auto prescrição no sentido de que armazenamento, o medicamento pode tornar-se ineficaz ouesta última envolve o uso irresponsável (e até perigoso para trazer consequências graves a saúde do usuário.a saúde) de medicamentos tarjados sem a prescrição de ummédico. Na Espanha, a prevalência da automedicação situa- Segundo Bueno(10) é importante que a farmácia caseirase ao redor de 40-75%, entre os quais quase 40% são possa garantir a qualidade dos medicamentos, através domedicamentos de prescrição (7). adequado armazenamento destes, ainda segundo Bueno(10) armazenamento é uma das peças chave para garantir2 REVISÃO DE LITERATURA eficácia do fármaco, pois o mau acondicionamento propicia a degradação e com isso os medicamentos podem não2.1 Automedicação exercerem o efeito desejado. A automedicação é um procedimento caracterizado, Já Bueno(10) e Serafim et al.(11) demonstraram afundamentalmente pela iniciativa de um doente ou de seu instabilidade dos medicamentos dentro do prazo de validade,responsável em obter e fazer o uso de um produto que em estudo com produtos contendo dipirona na forma líquida,492 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, Ano 9, n. ed esp, p. 491- 499, maio-jun. 2018.

Avaliação de armazenamento de medicamento em domicilio em um bairro de Ariquemes / RO.realizado nas residências de Araraquara - SP, os quais de modo incorreto ou até mesmo reutilizados por pacientesatingiram até 42,6% de perda no teor do fármaco analisado, desatentos (15).quando comparados a controles comerciais. Tal estudoressaltou a possibilidade de perda da estabilidade do O Brasil está entre os maiores consumidores mundiais defármaco, que é antecipada por fatores como temperatura, medicamentos e possui maior acesso a medicamentos,presença de oxigênio, luz solar, radiação e umidade, de devido sua economia estável agregada; isso contribui para oacordo com Serafim et al. (11), demonstra a necessidade do aumento do consumo que trará como consequência, maiorprofissional farmacêutico quanto a orientação do uso e do quantidade de embalagens e sobras de medicamentos quearmazenamento correto do medicamento nas residências. terão como destino o lixo comum (16). Os medicamentos e produtos devem estarem Na Resolução n° 44 de 17 de agosto de 2009, a ANVISAarmazenados ao abrigo da luz solar direta, em temperatura dispõe no artigo 93 que fica permitido às farmácias ee umidade conforme especificação do fabricante, em drogarias participar de programas de coleta deprateleiras ou sobre estrados, respeitando uma distância medicamentos a serem descartados pela comunidade com omínima das paredes, evitando a umidade e o acúmulo de intuito de preservar a saúde pública e a qualidade do meiosujidades (12). ambiente.2.3 Armazenamentos inadequado de medicamento Porém, não há legislação específica para cobrar desses estabelecimentos à realização destas campanhas, atribuindo Armazenar medicamentos nos domicílios tornou-se uma então a responsabilidade para a comunidade em devolver aprática comum, podendo representar um potencial risco para esses lugares os medicamentos não utilizados (16).o surgimento de agravos à saúde. Os locais mais comuns dearmazenamento de medicamentos são gavetas, dispensas, 2.6 Prejuízos que o descarte incorreto traz à saúdepias, dentro de caixas ou de armários e ignoram o tempo dearmazenamento depois de aberto, assim como a sua Pinto (2) afirma que o avanço da ciência na área da saúdeexposição a altas temperaturas, luz solar ou artificial e proporcionou um aumento na fabricação de medicamentos,umidade (13). que na maioria das vezes, depois de vencidos, são descartados de maneira inadequada, geralmente no lixo2.4 Condições de armazenamento comum. Estes resíduos, quando em contato com o solo e a água, podem causar contaminação, que mesmo em uma É importante sabermos qual o lugar mais adequado para rede de tratamento de esgoto não é eliminadaarmazenar os medicamentos em casa, é de suma completamente.importância seguir as recomendações dos fabricantes,manter sempre protegidos da umidade, calor e claridade e O descarte de medicamentos vencidos é, na maioria dasprincipalmente obedecendo a temperatura descrita na vezes, realizado no lixo doméstico, porém, essa práticaembalagem de cada produto (8). comum no cotidiano das pessoas pode oferecer grandes riscos também ao meio ambiente (10). A estabilidade e eficácia dos medicamentos estãodiretamente relacionadas a forma como o medicamento É importante que se realize a revisão periódica dosencontra-se guardado (17). Outro problema relacionado ao medicamentos que constituem a farmácia caseira, peloacondicionamento de medicamentos está intimamente menos duas vezes por ano, pois de acordo com essesligada ao acesso a esse local, devendo evitar que crianças e autores, medicamentos vencidos e aqueles cujo uso jáanimais domésticos entrem em contato com a medicação. ocorreu devem ser descartados para evitar possíveisEssa medida serve para evitar acidentes como intoxicação, intoxicações ou trocas. O descarte deve evitar prejuízos aobem como, a contaminação dos medicamentos, fatores que ambiente e à saúde (10).podem trazer prejuízos graves a saúde e em casos extremospodem levar o indivíduo ao óbito (8). Os prejuízos mais frequentes decorrentes da automedicação incluem, entre outros, gastos supérfluos, Evitar lugares quentes e úmidos, pois estes fatores atraso no diagnóstico e na terapêutica adequada, reaçõespodem interferir na ação do fármaco podendo perder a sua adversas ou alérgicas, riscos de intoxicação, efeitoseficácia e até mesmo podendo prejudicar o organismo, o indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento demelhor local para o armazenamento é um local arejado com doenças evolutivas, o desenvolvimento de resistênciatemperatura mais agradável e longe de umidade. microbiana, pode provocar interações medicamentosas, e outros riscos inaceitáveis do ponto de vista terapêutico Quando armazenados de forma incorreta, em locais incluindo o armazenamento incorreto ou por tempoquentes e úmidos, como cozinha e banheiro ou em excessivamente longo do medicamento.ambientes com incidência direta da luz, pode ocorreralterações na composição (química, física e microbiológica) 3 METODOLOGIAdos medicamentos, com a diminuição da efetividadeterapêutica ou elevação do risco de efeitos tóxicos de acordo 3.1 Tipo de estudocom o tipo de degradação sofrida pelo fármaco (14). O estudo consiste em uma pesquisa de campo descritiva,2.5 Armazenamentos de medicamentos vencidos com abordagem quantitativa e qualitativa. Conforme Almeida(15) existe um acúmulo de 3.2 Local de estudomedicamentos nas residências, as chamadas “farmáciascaseiras”. Os medicamentos armazenados por muito tempo O estudo será realizado no setor 05 e Jardim dasnas farmácias caseiras perdem sua eficiência em Palmeiras em Ariquemes (Figura 1), que se localiza a 203decorrência da data de vencimento, então são descartados quilômetros da capital (Porto Velho), situado na porção centro-norte do estado de Rondônia – Brasil.Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, Ano 9, n. ed esp, p. 491-499, 493maio-jun. 2018.

Silva JM, Geron VLMG.3.3 População do estudo 3.7 Estatística A população foi composta por pessoas maiores de 18 Os dados foram analisados e tabulados no Excel 2013 eanos que possuíam uma farmácia domiciliar, foram para as análises estatísticas, foram utilizando o testerealizadas visitas em 358 residências do setor 05 e do Jardim estatístico Qui-quadrado através do SoftwearBioestat 5.0.das Palmeiras. Perfazendo um total de 358 entrevistados. Figura 1 - Microrregião de estudo, setor 5 e Jardim das Este trabalho foi submetido ao comitê de ética e Palmeiras, Ariquemes-RO. pesquisa, obteve o parecer favorável sobre o nº 2.548.228 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Fonte: Google Maps (18). Foram visitadas 410 residências, destas foram excluídos 52, pois alegaram que não possuíam uma farmácia domiciliar3.4 Critérios de inclusão e outras se recusaram a responder as perguntas, foi entrevistada uma pessoa por residência. Os domicílios Os critérios de inclusão foram: residências que possuem pesquisados possuíam entre 1 a 7 morador, a faixa etáriauma farmácia domiciliar; que os responsáveis pelas que mais predominou neste estudo ficou entre 54 a 62 anosresidências tivessem acima 18 anos de ambos os sexos e de idade, sendo em sua grande maioria do sexo feminino,aceitasse responder o formulário ali proposto. resultado que se aproxima dos apresentados por Oliveira (26) em estudo realizado em Itapira –SP, onde os moradores que residiam na mesma residência variavam entre 1 a 5 e a faixa etária que mais prevaleceu ficou entre 18 a 39 anos, sendo bem diferente da apresentada neste estudo. Dos 358 entrevistados, (29%) tinham o 2º grau completo, (29%) 1º grau incompleto, (12%) 3º completo, (9%) 3º grau incompleto, (9%) 2º grau incompleto, (8%) analfabeto e (4%) 1º grau completo (Gráfico 1). Gráfico 1 – Distribuição dos entrevistados.3.5 Critérios de exclusão Residência que não possuísse uma farmácia domiciliar, 8% 4% 29% 29% 9% 12% 9%ou que não aceitasse responder o formulário proposto pelapesquisadora, e se na hora da entrevista não tivessenenhuma pessoa de maioridade na residência.3.6 Coleta de dados 0% 50% 100% Foi aplicado um questionário aos moradores que Analfabeto 1º Grau Completo 1º Grau Incompletopossuem uma farmácia domiciliar em suas residências, 2º Grau Completo 2º Grau Incompleto 3º Grau Completoverificando os medicamentos vencidos e o método utilizado 3º Grau Incompletopara o descarte, fazendo uma orientação do melhor método Fonte: Autor.e local para descarte dos medicamentos vencidos. Esses resultados diferenciam-se dos apresentados por O questionário foi aplicado nas ruas com numeração Loch (3) em uma pesquisa, em que foram entrevistadosimpar e as casas para entrevista foram escolhidas moradores de 100 domicílios, 23 (23,7%) tinham o 2º graualeatoriamente sendo entrevistada uma pessoa em cada completo, 36 (37,10%) cursou 1º grau incompleto, 8 (8,2%)domicílio, sendo 179 casas no setor 05 e 179 casas no não completou o 3º grau, 2 (2,1%) analfabeto e 19 (19,6%)Jardim das Palmeiras, as entrevistas foram feitas em dias e tinha cursado somente o 1º grau completo. Diferença estaturnos alterados conforme o organograma abaixo (Figura 2). que pode ser justificada devida ao tamanho da amostra e também pela diferença de habitantes de cada região. Figura 2 - Organograma dos locais e períodos de aplicação do questionário. A maioria das residências apresentavam uma renda familiar que varia entre R$ 1.600,00 a R$ 2.100,00 correspondentes a 71,51% (256) dos entrevistados, resultado que se aproxima do encontrado por Balk(13) em estudo realizado em Uruguaiana – RS, dos 20 domicílios pesquisados 13 (65%) tinham uma renda familiar que variava entre 1 a 2 salários, que hoje equivale à R$ 1.085,00 a 2.170,00. Neste estudo foram questionados os locais onde eram armazenados os medicamentos, sendo que 52,51% (188) responderam que guardavam os medicamentos no quarto, já 38,55% (138) armazenavam na cozinha, 3,63% (13) no494 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, Ano 9, n. ed esp, p. 491- 499, maio-jun. 2018.

Avaliação de armazenamento de medicamento em domicilio em um bairro de Ariquemes / RO.banheiro, 3,91% (14) na sala e 0,55% (5) armazenavam em população de Ariquemes, estes resultados estão um poucoum armário separado somente para medicamento (Gráfico distante dos apresentados por Quintino(20), em estudo2). realizado com a população de Minas Gerais, onde apresenta uma taxa de automedicação de 84% de Ervalia, e 94% deGráfico 2 – Locais de armazenamento de medicamentos. Ponte Nova e 89% de Teixeira. Ficando ainda mais distante se comparado com os resultados encontrados por 53% 39% 3% 4% 1% Oliveira(21), que aponta uma taxa 97,30% de automedicação em estudos realizados com a população urbana do Nordeste0% 20% 40% 60% 80% 100% do Brasil.No quarto Na cozinha No banheiro Como podemos ver, a automedicação não éNa sala característica somente da região norte e sim uma prática Armário separado utilizada no Brasil todo independente de região e classe econômica, mesmo sabendo dos riscos que isso pode Fonte: Autor. ocasionar na saúde a população continua praticando a automedicação por ser um meio mais rápido de tentar Esta pesquisa se assemelha com o resultado resolver o problema e também pela dificuldade de acessoapresentado por Piveta (14), que fala que os locais mais aos postos de saúde.relatados destinados ao armazenamento dos medicamentosforam o quarto (47,8%), e a cozinha (33,9%). É diferente do Analisando o Gráfico 4, pode-se observar com clarezaestudo realizado por Schwingel (30) a cozinha foi o local mais que a população não possui o hábito de devolver as sobrascomumente empregado para a guarda da farmácia caseira dos medicamentos à unidade de saúde, sendo somente 4%(103 domicílios; 59,9%), seguido do quarto (52 domicílios; dos entrevistados que possui este hábito, 14% guarda para30,2%) e sala (24 domicílios; 14,0%). usar outra vez. Mas em sua grande maioria, ou seja, 63% joga a sobra de medicamento no lixo comum e 4% descarta Comparando os resultados apresentado nos três estudos na pia da cozinha, culminando na contaminação do lençolpodemos ver que independente de região, a sociedade freático decorrente do descarte incorreto dos medicamentos.precisa se conscientizar mais, procurar informação quanto àforma correta de armazenamento seus domicílios. Gráfico 4 - Destino dado para a sobra de medicamento e local de descartes. De acordo com o Gráfico 3, as famílias entrevistadas33% falaram que não se automedicavam (119), que só 13%tomava medicamento por prescrição médica, já 67% 1%confessaram que toma medicamento por conta própria (239),principalmente medicamento de fácil acesso como é o caso 4% 63% 4%do analgésico e antitérmico. 1%Gráfico 3 – A automedicação. 0% 20% 40% 60% 80% 100% Devolve à unidade Guarda para usar outra vez Joga no lixo Descarta no vaso sanitário Descarta na pia Não sobra Outros Fonte: Autor. 67% 33% Este resultado ficou bem próximo do encontrado por Pinto(25) em um estudo realizado na região Paulista, dos 613 0% 20% 40% 60% 80% 100% entrevistados, a grande maioria faz o descarte dos medicamentos de forma incorreta. Verifica-se que essa sim não quantidade corresponde a 91% do total de entrevistados, somando-se a disposição efetuada no lixo comum, no Fonte: Autor. reciclável e na água corrente, sendo que somente 4% destinam os medicamentos adequadamente em postos de No estudo de Torres(19) que pesquisava sobre saúde, farmácias ou centros comunitários.automedicação em Bairro Assistido por Equipe de Saúde daFamília em Itajubá, Minas Gerais, observou que dentre as É bem distante da pesquisa realizada por Ferreira(22),238 famílias visitadas, 118 (49,6%) havia utilizado, no sobre o destino dado pelo usuário dessas sobras demínimo, um medicamento sem prescrição médica. medicamentos nos domicílios, dos 388 entrevistados 45Constatando também que a maiorias das pessoas que se (18%) informaram que devolvem para a unidade de saúde,automedicava eram do sexo feminino. 135 (54%) guardam para usarem outras vezes em outro problema de saúde, 41 (17%) descartam em casa, seja no Os resultados observados na presente pesquisa lixo, na pia ou no vaso sanitário e 27 (11%) guardam paraapontam um alto índice (67%) de automedicação na repassar aos vizinhos, amigos ou parentes quando solicitado. No Brasil, o correto descarte dos resíduos sólidos de origem farmacêutica é normatizado tanto pelo Ministério daRev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, Ano 9, n. ed esp, p. 491-499, 495maio-jun. 2018.

Silva JM, Geron VLMG.Saúde quanto pelo do Meio Ambiente, que devem Gráfico 6 - Receberam informação quanto ao armazenamento efornecerem instrumentos para que os atores envolvidos em descarte de medicamento em seu domicílio.atividades que geram resíduos dessa natureza possamdarem a disposição final adequada (27). 15% 85% Uma solução para este problema seria se as farmáciascomeçassem a comercializar medicamentos fracionadospara cada cliente conforme a posologia de suas respectivasreceitas, isso evitaria a sobra de medicamento e diminuiriasignificativamente a automedicação.Gráfico 5 - Classe terapêutica dos medicamentos encontrados nasfarmácias residências. 0% 20% 40% 60% 80% 100% sim não 7% 5% 5% 4% 4% 2% Fonte: Autor. 24% Um resultado preocupante, pois trata-se de assunto que todos deveria estar bem informado e ciente quanto à 15% 15% 7% 5% 5% 2% importância do medicamento ser armazenado/descartado de forma correta. 0% 20% 40% 60% 80% 100% Os medicamentos devem ser armazenados longe deAnalgésicos e antipiréticos Analgésicos lugares úmidos, quentes e protegidos da luz, para assimAnti-hipertensivos Analgésicos e antitérmicos evitar que ocorram alterações na estabilidade físico-químicaDiuréticos Antibiótico dos produtos (28).(HMG-CoA) redutase colesterol AntidiabéticoAntigripal Relaxante muscular Uma solução para este problema seria a implantação deAnticonvulsionante Anti-inflamatório não esteróides (AINEs) projetos municipais por parte dos gestores que consistem emOutros normas e campanhas de conscientização da população Fonte: Autor. quanto ao uso, armazenamento e ao descarte correto dos medicamentos. Outro ponto importante é estabelecer uma Durante o presente estudo foram analisados e estrutura que sirva de ponto de descarte, definindo os locaisquantificados as principais classes terapêuticas encontradas de coletas e consequentemente, o descarte correto em localnas farmácias domiciliar onde podemos verificar que as adequado, como ocorre com os resíduos das unidades deprincipais classes encontradas foram os analgésicos e saúde.antipiréticos com 15%, seguido dos analgésicos 15%, anti-hipertensivos 7%, analgésico e antitérmico com 7%, Gráfico 7 - Os principais medicamento encontrados nas residênciasdiuréticos e os antibióticos ambos com 5%, (HMG-CoA) de Ariquemes/ RO.redutase-colesterol e antidiabético com 5% cada, antigripal4%, relaxante muscular 4%, anticonvulsivante 2% seguido 66% 8% 8% 8%6% 4%do anti-inflamatório não esteroides (AINES) com 2% , já asoutras classes encontradas durante a pesquisa representam 0% 20% 40% 60% 80% 100%uma parte muito pequena conforme representada no Gráfico5. Outros Dipirona Torcilax e Losartana Paracetamol, Dorflex e Ibuprofeno Em comparação com o estudo realizado por Milanez (23) Sinvastanina, Hidroclorotiazida, Resfenol Nimesulida, Doralgina e Anadorna Avaliação dos estoques domiciliares de medicamentosem uma cidade do Centro-Sul do Paraná podemos ver que Fonte: Autor.os resultados encontrados foram bem diferente, neste estudoas principais classes terapêuticas foram os anti-inflamatórios Conforme os resultados apresentados, é possívelnão- esteroidais (28%), seguido dos antialérgicos (13%) e observar a totalidade dos medicamentos presentes nasdos anti-hipertensivos (11%). Já os medicamentos que farmácias domiciliares totalizando 1.525 medicamentos emnecessitam de prescrições médicas para serem adquiridos domicilio, os medicamentos presentes com mais frequênciaforam encontrados em pequenas quantidades, como é o foi a dipirona seguida do Torcilax, Losartana e ocaso dos sedativos (2%), antibióticos (4%) e antidepressivos Paracetamol, logo vem os demais medicamentos conforme(4%) que apareceram em minoria. Leva-se em consideração apresentados no Gráfico 7.que há diferença entre as pesquisas pelo fato dedesigualdade climática social e cultural encontrado entre as Já em estudo realizado por Schneider (24) no Rio Granderegiões questionadas. do Sul entre as classes, os mais frequentes foram os A população em sua grande maioria (85%) relata que nãoobteve qualquer tipo de orientação quanto aoarmazenamento e o descarte correto dos medicamentosconforme o Gráfico 6.496 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, Ano 9, n. ed esp, p. 491- 499, maio-jun. 2018.

Avaliação de armazenamento de medicamento em domicilio em um bairro de Ariquemes / RO.analgésicos (18,1%), antiinflamatórios e antirreumáticos desenvolvimento deste estudo, mas ainda assim é(9,6%) e psicoanalépticos (6,5%). preocupante. Dos domicílios que participaram do estudo (11%) tinham em suas farmácias medicamentos vencidos. Contudo, os resultados mostram que possuem maismedicamentos nas residências do que de fato necessário. Segundo a ANVISA (Agência Nacional de VigilânciaIsto ocasiona alto número de medicamentos armazenado Sanitária), o prazo de validade de um medicamentosem uso que pode estar contribuindo para o uso inadequado, corresponde ao “tempo durante o qual produto poderá sere o desperdício de recursos, levando em consideração o usado, caracterizado como período de vida útil einvestimento feito na compra dos medicamentos que acaba fundamentada nos estudos de estabilidade específicos”. Ospor formar uma grande parte do estoque residencial. medicamentos utilizados, fora desse prazo, oferecem riscos e muitas vezes causam efeitos indesejados (28). Em média foram encontrados 4,2 medicamentos pordomicilio, sendo uma boa média comparado com estudos 5 CONCLUSÃOrealizados no Paraná e no Rio Grande do Sul onde a médiaencontrada foram de 5 e 5,2 medicamentos por domicilio (23, O estudo contribuiu para mostrar que o papel do24). farmacêutico vai além de uma simples dispensação. Muitos profissionais farmacêuticos não têm noção da importância e Soares(29) acredita que os medicamentos alcançaram o alcance da atenção farmacêutica que podem oferecer aoslugar de destaque dentro das práticas médicas pacientes. Os resultados apontam que a população vemcontemporâneas, entretanto, o incentivo ao seu uso, o qual adquirindo quantidades maiores de medicamentos do queé realizado, muitas vezes de forma indevida, associado à necessitam de fato e gerando um desperdício de recursosfacilidade de acesso, gera acúmulo desses produtos nas financeiro, contribuindo assim para formação de boa parte doresidências de uma população despreparada para utilizá-los estoque domiciliar. Os itens mais encontrados na farmáciae para descartá-los de forma adequada. domiciliar foram os analgésicos e antipiréticos, seguido dos analgésicos, anti-hipertensivos entre outros. Vale ressaltar aGráfico 8 - Medicamentos vencidos encontrados nas residências. importância de verificar frequentemente o estoque a fim de descartar os medicamentos vencidos ou dos que estiverem11,00% 89% impróprios para uso. Dessa forma, poderia reduzir as sobras de medicamentos ao mínimo aceitável.0% 20% 40% 60% 80% 100% Observou-se que a maioria dos medicamentos foi sim não armazenada de forma incorreta, mediante este problema fica explícito à necessidade de implantar estratégias de Fonte: Autor. conscientização do uso racional de medicamento, armazenamento e descarte correto. Cabe aos órgãos competentes e aos profissionais da área da saúde, principalmente aos farmacêuticos a promoverem campanhas de cunho educativo em razão dos cuidados apropriados com o armazenamento e descarte seguro, melhorando assim, de forma direta a qualidade de vida da sociedade. Analisando a Gráfico 8 aparentemente parece pouco onúmero de medicamento vencido encontrado durante oREFERÊNCIAS 4. Messias MCF. Farmácia caseira: Como garantir a1. Lage EA, Freitas MIF, Acurcio FA. Informação sobre qualidade dos medicamentos armazenados?. Rev Saúdemedicamentos na imprensa: uma contribuição para o uso em Foco 2013; 06(xx):1-6. 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Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente. DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Artigo Original (Farmácia) O USO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS NO PROCESSO DE EMAGRECIMENTO EM ACADÊMICOS DO CURSO DE FARMÁCIA DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE – FAEMATHE USE OF PHYTOTHERAPY MEDICINES IN THE PROCESS OF WEIGHT LOSS IN ACADEMICS OF THE PHARMACY COURSE OF THE FACULDADE DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE – FAEMA https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.621Camila Pereira ZambonDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. [email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1427-7321.Lurian Marieni Rodrigues TiegsDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID:http://orcid.org/0000-0002-4769-6012.Gabriela Aline CampanaDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4675-441X.Jucélia da Silva NunesFarmacêutica, Especialista em Análise Clínica pela Faculdade FUNORTE, Docente da Faculdade de Educação e MeioAmbiente (FAEMA). E-mail: [email protected]. ORCID: http://orcid.org/0000-0001-6128-6928.Descritores (DeCS)3: Submetido em: 28 maio 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Medicamentos RESUMO: O presente artigo teve como objetivo um levantamento entre os acadêmicosFitoterápicos do curso Farmácia da área da saúde que faz o uso de fitoterápicos para o processo deObesidade emagrecimento e sobre o uso inadequado dos medicamentos fitoterápicos, em busca pelaFitoterápicos no beleza corporal. O estudo consiste em uma pesquisa de campo, realizado com 114emagrecimento acadêmicos do curso de Farmácia durante o mês de maio de 2018. A coleta foi realizada por meio de um questionário de questões fechadas. Foi possível observar que (51,75% n=59) dos indivíduos entrevistados fazem o uso de fitoterápicos, com o objetivo emagrecedor, as mais citadas foram Cavalinha (6,14%; n=7), Garcinia Cambogia (2,63%; n=3) e com menor frequência a Camellia Sinensias (0,88%; n=1). Em questão ao mau uso por meio do estudo a automedicação é um ato comum entre as pessoas, porém muitos fitoterápicos não possuem os seus efeitos tóxicos mencionados podendo assim, gerar sérios problemas de saúde. Dentre os entrevistados (71,94% n=82) declararam não ter recebido a orientação de um farmacêutico na dispensação do medicamento bem como, (30,7% n=35) acreditam por ser natural não causarão danos à saúde. Conclui-se então, que obtiveram resultados para a redução de peso e que a presença do profissional na sua utilização é extrema importância, como forma de diminuir os efeitos originados pela automedicação.Descriptors: ABSTRACT: The present article had as objective a survey among the academicians ofHerbal medicines the Pharmacy course of the health area that makes the use of phytotherapics for theObesity process of slimming and on the inadequate use of the phytotherapeutics medicines, inPhytotherapy in weight search of the corporal beauty. The study consists of a field survey carried out with 114loss academics of the Pharmacy course during the month of May, 2018. The collection was done through a questionnaire of closed questions. It was possible to observe that (51.75% n = 59) of the individuals interviewed use phytotherapics, with a slimming objective, the most cited were Cavalinha (6,14%, n = 7), Garcinia Cambogia ; n = 3) and less frequently the Camellia Sinensias (0.88%; n = 1). In question to the misuse by means of the study the self-medication is a common act among the people, however many herbal3 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br.500 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 500-506, maio-jun, 2018.

O uso de medicamentos fitoterápicos no processo de emagrecimento em acadêmicos do curso de Farmáciada Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. medicines do not have their toxic effects mentioned and can thus generate serious health problems. Among those interviewed (71.94% n = 82), they stated that they did not receive the advice of a pharmacist in the dispensing of the drug, and (30.7% n = 35) believe that it would be natural not to cause harm to their health. It is concluded that they obtained results for weight reduction and that the presence of the professional in their use is extremely important, as a way to reduce the effects caused by self- medication.INTRODUÇÃO como função importante no complemento do tratamento dietético, nesses produtos, algumas vezes observa-se a A palavra fitoterapia origina dos termos Phyton, que utilização de vários tipos de extratos naturais, que podemsignifica “vegetal”, e Therapeia, que significa “terapia”. Dessa atuar acelerando o metabolismo (8).forma, fitoterapia é a terapêutica que utilizam medicinais comefeitos farmacológicos medicinais, alimentícios, Devido às discriminações sofridas pelo excesso de peso,coadjuvantes técnicos ou cosméticos. Para se obter efeito atualmente pessoas de todas as idades buscam o corpofarmacológico pode-se utilizar as folhas, caule, flores, raízes ideal com a ajuda dos medicamentos fitoterápicos por sereme frutos das plantas medicinais (1). naturais. Porém o que não se menciona mesmo sendo produtos naturais podem causas efeitos maléficos e até levar O uso de medicamentos fitoterápicos para tratar doenças a óbito em casos de dosagens erradas. Portanto, e de sumaé uma prática antiga e o uso para combater a obesidade tem importância prestar o conhecimento e orientaçõesaumentado ao longo dos anos. Para isso, utilizam-se adequadas aos pacientes que consumem a fim de evitarextratos e compostos isolados de plantas, em grande maioria problemas à saúde.das vezes sem acompanhamento médico ou nutricional,devido ao fato de que as pessoas acreditam, de forma 2 METODOLOGIAerrônea, que por serem “produtos naturais”, não causarãonenhum dano à saúde (2). O tipo de estudo neste trabalho consiste em uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, sendo A Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT) foi considerada uma pesquisa onde busca respostas atravésfundada em 1998 e é uma associação civil de caráter técnico- dos problemas proposto sendo seu principal objetivo discutircientífica, constituída por pessoas dedicadas ao as informações (9).desenvolvimento tecnológico e científico de procedimentosrelacionados ao uso das plantas medicinais. Dentre os O estudo foi realizado na Faculdade de Educação e Meioobjetivos da ABFIT estão: propor e executar políticas e Ambiente onde disponibiliza o curso de Farmácia que estáestratégias da área de plantas medicinais; divulgar nos localizada na Avenida Machadinho, número 4349, Setor 06meios de comunicação, informações educativas envolvendo de Ariquemes, Rondônia – Brasil.plantas medicinais. Logo, a ABFIT busca pesquisar edivulgar para a população através dos meios de A população foi composta por acadêmicos da área decomunicação sobre os usos de plantas medicinais, bem saúde do curso de Farmácia sobre o uso de medicamentoscomo as melhores formas de usá-las (3). fitoterápicos para emagrecer. A pesquisa foi realizada nos quatros período do curso de Farmácia: dos seguintes A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que períodos 1°, 3°, 5° e 7°, da Faculdade de Educação e Meioem países em desenvolvimento, 80% da população utiliza Ambiente (FAEMA), no município de Ariquemes/Rondônia, apráticas tradicionais em seus cuidados básicos de saúde e população estudada foi realizada com cento e quatorze85% utiliza plantas ou preparações destas (4). No Brasil, acadêmicos com idade acima de dezoito anos (18) e quepesquisas mostram que 91,9% da população já fizeram uso assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecidode alguma planta medicinal, e destas, 46% mantêm cultivo (TCLE).caseiro das plantas (5). O critério de inclusão foi à seleção de questionários Contemporaneamente, as plantas medicinais vêm tendo preenchidos corretamente pelos acadêmicos devidamenteseu valor terapêutico estudado e ratificado pela ciência, e matriculados no curso da área de saúde acima de dezoitosua recomendação médica vem crescendo a cada dia (1). (18) anos e que assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A incidência de indivíduos acima do peso apresenta-seum crescimento constante nas últimas décadas, tornando-se O critério de exclusão não ser menores de dezoito (18)um grande problema de saúde pública, sendo já considerada anos, não usar fitoterápicos para emagrecer ou não assinaruma epidemia mundial. A fisiopatologia da obesidade o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).emprega-se num consumo calórico acima que o gasto O questionário é constituído de questões fechadas, onde secalórico efetivo (6). busca manter respeito, de forma que os entrevistados não se sintam constrangidos. Para a coleta dos dados da pesquisa, Além disso, a mídia e a sociedade constantemente o questionário foi aplicado no período do 1°, 3°, 5° e 7°,pregam a ideia de que o belo é um corpo magro, o que faz Faculdade de Educação e Meio Ambiente e passou porcom que indivíduos que não se encaixam nesse padrão turmas em busca de alunos para responder o seguinterecorram a estratégias radicais como o uso de remédios, questionário e assinar o Termo de Consentimento Livre elaxantes, jejum por períodos prolongados e excesso de Esclarecido (TCLE).atividade física, fatores esses que trouxeram importantesalterações nos hábitos de vida e saúde da população (7). Após a coleta, foi feito á análise dos dados recolhidos. O questionário foi coletado por cerca de uma semana. Os Para o processo de emagrecimento, faz-se necessária a mesmos foram analisados e reunidos, de forma a montardiminuição da ingestão de alimentos calóricos e prática de tabelas com o perfil dos participantes da pesquisa.exercício físico, entretanto é preciso um grande esforço e teruma dieta equilibrada, o que leva muitos a procurarem Os dados foram analisados e contabilizados tabulados noalternativas, para facilitar este método. A Fitoterapia tem Excel 2010 e para as análises estatísticas, foi utilizado oRev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 500-506, 501maio-jun, 2018.

Zambon CP, Tiegs LMR, Campana GA, Nunes JS.método quantitativo. O questionário foi baseado nos A obesidade é definida por vários fatores sendo oautores(31,34) das Referências. Esta pesquisa foi aprovada sedentarismo, a má alimentação é a de origem genética quepela Comissão de Ética e Pesquisa – FAEMA, nº do Parecer vem de geração em geração, juntamente aos desequilíbrios2.575.286. emocionais, como ansiedade que traz o desejo de comer exageradamente (23).3 REVISÃO DE LITERATURA 3.3 Fitoterápicos para emagrecer3.1 Uso de fitoterápicos Dentre inúmeros fitoterápicos que auxiliam na perca de Há muito, ocorrem relatos da utilização de plantas para peso, optou-se por abordar quatro (4) destes, por serem maistratamento de doenças. Os fitoterápicos são obtidos com o frequentemente procurados e pela facilidade de acessoextrato da planta para diversas finalidades entre elas, (17,24).prevenção e alívio de dores (10). A Camellia Sinensis (chá verde) pertence à família Atualmente o uso dessas plantas tem sido muito comum Theaceae, nativa da China, é uma árvore que pode chegar apor pessoas obesas à procura por tratamentos e soluções vários metros de altura. As folhas são ricas em compostosque prometem auxiliar no processo de emagrecimento, mas polifenólicos, ou seja, apresentam propriedades quenão somente eles são necessários, pois, deve ter também conseguem reduzir e neutralizar os radicais livres,uma alimentação adequada e a prática de exercícios físicos principalmente as epicatequinas são apontados como(11,12). substâncias antioxidantes e inibem as enzimas. (21). De acordo com a Resolução n° 26, dispõe que os O chá verde ajuda na queima do excesso de gordura,registros de medicamentos fitoterápicos abrangem etapas de possibilita o controle do colesterol e aceleração docontrole de qualidade da droga vegetal, do produto acabado metabolismo, sob tais condições conseguimos queimar ase da implantação de produtos fitoterápicos (13). gorduras localizadas, dessa forma, auxilia na digestão e reduz as taxas do colesterol ruim, entretanto são alguns de Aos poucos os fitoterápicos tomam espaço nos vários outros benefícios (6,25).tratamentos em obesidade, por apresentarem baixo custo,por ser um método natural e fácil acesso para a população A Garcinia Cambogia pertence à família Boraginace,(14). nativa do sul do sudeste da Ásia, é uma planta que tem capacidade de controlar e diminuir o peso corporal, por meio Para que um fitoterápico seja registrado, deve-se ter no de aceleração da utilização de gordura pelo próprio corpo (26).mínimo uma comprovação científica da eficácia além dasegurança conter uma nomenclatura botânica e popular, ter Esta planta é bastante utilizada na Índia para aconhecimento sobre as plantas, entretanto, suas indicações, preparação de temperos, portanto deixa um sabor diferenteações terapêuticas, via de administração, dose diária e a nos pratos o motivo para qual proporciona este sabor é orestrição do uso (15). ácido hidroxicítrico que é encontrado na casca do fruto, além disso, o ácido hidroxicítrico promove a inibição do apetite e a Estudos relatam que os fitoterápicos agem no organismo redução do colesterol (27).acelerando o metabolismo e moderando o apetite,promovendo assim, a redução de ingestão alimentar (16). A Caralluma pertence à família Asclepiadaceae,Além do efeito antioxidante, ação lipolítica e diurética, esses apresenta um efeito sobre a falta de apetite que sãoefeitos ocorrem devido aos princípios ativos de todos os provocados pelo atribuído aos glicosídeos, mas, não é bemfitoterápicos dentro de doses recomendadas. conhecida a ação destes glicosídeos na possível perda de peso (14). Diariamente as pessoas estão á procura demedicamentos que ajudem a perder peso, há muitos que são A Cavalinha é uma herbácea pertencente à famíliarecomendados por indivíduos que não possuem domínio Equisetaceae, é uma planta utilizada principalmente comosobre o assunto ou conhecimento (17,18). diurético para tratamento de inflamações no trato urinário, apresenta componentes ricos em sais minerais bem como, Porém é importante ressaltar que os fitoterápicos potássio, magnésio e silícios, devido ao seu alto teor em suatambém prejudicam a saúde daqueles que não faz o uso de composição, que fortalece e ajudar a combate doforma correta, pois, mesmo sendo de venda livre é de suma relaxamento dos tecidos. Além do mais, o ácido ascórbicoimportância um profissional de saúde informar e orienta-lo, possui propriedade antioxidante assim sendo, consideradopois, o uso irracional de fitoterápicos deve ser evitado (6,19). um diurético moderado e auxilia na perda de peso (24,28).3.2 Obesidade 3.4 Os benefícios e malefícios dos fitoterápicos A obesidade é um dos problemas que mais atingem a Atualmente, o uso de medicamentos fitoterápicospopulação, caracterizando-se pelo acúmulo acentuado de proporcionou benefícios para tratamento que necessita dotecido adiposo, sendo muitas vezes associadas a outras seu uso, devido aos preços mais acessíveis do que ospatologias, como a hipertensão, diabete entre outras. Para industrializados, além disso, garante a qualidade os efeitosobter o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), apenas terapêuticos comprovados e segurança, facilitando paradeve dividir o seu peso pela sua altura, logo em seguida faça- adquiri-lo.se a divisão do resultado pela altura novamente assim, teráo valor final (20,21). Contudo, seu uso inadequado requer grandes preocupações por ser consumidas indiscriminadas, Não satisfeitos com seu corpo, as pessoas obesas e não ocasionando a automedicação e uma série de efeitos tantoobesas optam pelo método mais rápido que surgem fórmulas colateral quanto tóxico (24,29).de dietas mágicas e milagrosas que inibem o apetite, noentanto não se menciona o efeito transitório onde ocorre umacréscimo no consumo de medicamentos de transtornodepressivos que facilita no tratamento da obesidade (14,22).502 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 507-511, maio-jun, 2018.

O uso de medicamentos fitoterápicos no processo de emagrecimento em acadêmicos do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 2 - Características relacionadas ao uso dos fitoterápicos. Foram entrevistados 114 acadêmicos, sendo que (85) Características Porcentagem (%)oitenta e cinco do sexo feminino (74,6%) e (29) vinte e novedo sexo masculino (25,44%). Pergunta 1- Já fez uso do medicamento fitoterápico? Sim 51,75%80,00 74,56 Não 48,29%60,0040,00 25,44 Pergunta 2- Quanto tempo usou medicamento20,00 Percentual (%) fitoterápico para emagrecer? 0,00 Masculino Feminino Nunca 73,7% Uma semana 8,77% Um mês 7,89% Dois a seis meses 4,38% Seis meses a um ano 0,88% Mais de um ano 2,64% Pergunta 3- Durante o uso do fitoterápico, foi notado alguma diferença em seu corpo? Nunca usei 60,52% Observa-se que o maior número de entrevistados Sim 20,24%(69,3%) está na faixa etária entre 18 – 23 anos, (14,93%)entre 24 – 29 anos, (10,53%) de 30 – 35 anos, (2,63%) de 36 Não 18,44%– 40 anos, e (2,63%) mais de 40 anos. Não responderam 0,88% A Tabela 1 demonstra a faixa etária dos participantes da Pergunta 4- Teve algum problema com o uso dopesquisa. medicamento fitoterápico? Nunca usei 49,63% Sim 7,01%Tabela 1 - Faixa etária da pesquisa. Não 42,11% Faixa etária Porcentagem (%) Não responderam 0,87% 18-23 69,3% Pergunta 5- Mesmo tendo algum problema com o 24-29 14,93% uso, continuou o tratamento? 30-35 10,53% 36-40 2,63% Nunca usei 68,43% Mais de 40 2,63% Sim 6,14% Não 22,81% Fonte: Dados da pesquisa. Não responderam 2,63% Pergunta 6- Quantos quilogramas (Kg) perdeu em um A comparação de idade mais próxima deste estudo foi mês de uso?encontrada por Gellati, Oliveira e Colet (30), em sua pesquisasobre interações entre plantas medicinais, fitoterápicos e Nunca usei 72,80%medicamentos com 87 mulheres, cuja idade variou de 34 a69 anos, porém em seu estudo não foi investigado o uso de 1 kg 10,53%medicamentos fitoterápicos para emagrecer. 2 à 4 kg 8,78% A Tabela 2 são demostradas as característicasrelacionadas ao uso dos fitoterápicos. 5 à 7 kg 1,76% Na Pergunta 1, pode-se observar que na pesquisa 8 à 10 kg 5,23%realizada, 51,75% dos entrevistados afirmam já ter feito ouso de medicamento fitoterápicos. Em uma pesquisa Fonte: Dados da pesquisa.semelhante, Ethur, Jobim, Ritter, Oliveira e Trindade (5),abordaram sobre o comercio e perfil dos consumidores de É apontado na Pergunta 4, que 7,01% dos participantesplantas medicinais e fitoterápicos, dos 183 participantes 71% já tiveram problemas relacionados ao uso. Sendo que naafirmaram fazer o uso. Pergunta 5, foi observado que 6,14% confirmaram que, mesmo tendo algum problema com o uso, continuou o Na Pergunta 2, foi notado que 7,89% afirmam ter usado tratamento.medicamento fitoterápico para emagrecer por um mês. Percebe-se que, a ausência de um profissional de saúde Entretanto na Pergunta 3, percebe-se que 18,44% durante o tratamento, eleva na forma do uso incorreto, pois,disseram que não notou diferença em seu corpo durante o entre maioria da população considera que os fitoterápicosuso dos medicamentos fitoterápicos. são inofensivos a saúde, ou seja, não faz mal (19). Esses resultados se assemelham com os encontrados Na Pergunta 6, nota-se que 8,78% afirmam ter usadopor Valgas e Oliveira (31), sobre a utilização de plantas medicamento fitoterápico para emagrecer, sendo quemedicinais e fitoterápicas como emagrecedores realizados perderam entre 2 á 4 Kg durante um período de um mês. Ono município de Sete Lagoas/MG, aponta que 57,6% das 50 resultado semelhante foi encontrado por Valgas e Oliveiraparticipantes não perderam peso durante o uso. (31). O resultado mais aproximado em perda de peso foi de 1 Kg á 3 Kg durante o período de três meses. Na Tabela 3, que está relacionada aos fitoterápicos e orientação, é apontado na Pergunta 7 que 30,7% dos entrevistados acreditam que os fitoterápicos não causam mal á saúde, enquanto, na Pergunta 8, vê-se que 67,55% nãoRev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 500-506, 503maio-jun, 2018.

Zambon CP, Tiegs LMR, Campana GA, Nunes JS.notaram que o fitoterápico auxiliou no processo de como resultado obteve-se o valor de 0,88% para Cameliaemagrecimento. Sinensias, 2,63% para Garcinia Cambogia, 6,14% para Cavalinha. Segundo Valgas e Oliveira (31) dos 50 Quando questionamos sobre o fitoterápico, em questão participantes foi notado que, 44,1% afirmaram fazer o uso dase faz mal a saúde, o fato de 75% dos 130 entrevistados da Camellia Sinensias e 2,9% Garcinia Cambogia parapesquisa Molin, Cavinatto, Cruz, Schneider e Colet (32), emagrecer.acreditam que não causaram mal devidos por ser um produtonatural. 5 CONCLUSÃOTabela 3 - Características relacionadas aos fitoterápicos e A partir desta pesquisa, notamos então que a maioria dosorientação. entrevistados da questão 7, acreditam que os fitoterápicos podem causar algum mal à saúde, entretanto, durante o uso Características Porcentagem (%) 51,75% afirmar ter utilizado fitoterápico pra emagrecer por um período de uma semana a um ano, relataram tambémPergunta 7- Fitoterápico podem causar mal à saúde? não ter notado diferença em seu corpo. Sim 66,69% Destarte, 71,94% dos indivíduos que não obtiveram Não 30,70% perda de peso podem ser justificadas pela má administração e falta de orientação. Não responderam 2,63% Além disso, conforme a Pergunta 4 os participantesPergunta 8- Notou que o fitoterápico auxiliou no constataram ter problemas com o medicamento, portanto,emagrecimento? mesmo tendo problemas continuou o uso, isto pode ser questionado por meio da falta de orientação de um Sim 21,05% farmacêutico durante a dispensação segundo os entrevistados da questão 9 foi notado que a maioria requereu Não 67,55% não ter recebido orientação na dispensação. 11,41% Não responderam do medicamento Dessa forma, percebe-se que a falta de informação do orientou sobre a profissional farmacêutico na dispensação, acomete o estadoPergunta 9- Na compra de saúde dos participantes, e por este motivo, a orientaçãofitoterápico, o farmacêutico 18,43% de sua utilização são de extrema importância, pois, o usodispensação? 71,94% deste torna-se cada vez mais populares a procura de perder peso e apesar por ser um produto natural consideram que Sim não farão mal (30). Não Além do mais, entre os medicamentos fitoterápicos mais consumidos para emagrecer, bem como, é apontado na Não responderam 9,65% questão 10 a Cavalinha, Garcinia Cambogia e com menor frequência a Camellia Sinensis, a ações compostas nestasPergunta 10- Teve algum problema com o uso do plantas que apresentam a inibição das lipases, redução domedicamento fitoterápico? Quais medicamentos apetite e ação diurética.fitoterápicos citados já usaram? Conclui-se que a presente pesquisa realizada com os Camellia Sinensis 0,88% acadêmicos do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA obteve resultados em Garcinia Cambogia 2,63% relação à utilização do uso de medicamentos fitoterápicos para o processo de emagrecimento, porém, o estudo Cavalinha 6,14% confirma a ausência da orientação farmacêutica e entre outros declararam apresentar problemas com o uso do Nenhuma citada acima 85,97% fitoterápico, apesar disso, continuou o tratamento. Com a Não responderam 6,14% falta de informação do profissional, juntamente com o uso contínuo, proporcionou os danos de saúde dos participantes. Fonte: Dados da pesquisa. Contudo, apesar dos resultados satisfatórios os dados ainda se mostram incipientes, bem como, são necessárias Na Pergunta 9, nota-se que 71,94% dos acadêmicos pesquisas mais aprofundadas.participantes responderam que, durante a compra demedicamento fitoterápico, o farmacêutico não orientou sobrea dispensação. Assim exposto, a pesquisa mais assemelhável à Ascari,Ferraz, Buss, Rennau e Brum (33), em questão sobre a faltade informação e a forma do uso deste, 73% dos 200entrevistados afirmaram que recebem orientações e relatamtambém que seguem as informações, portanto, osparticipantes que relataram não receber orientação possamser justificados a ausência do profissional farmacêutico. Por fim, na Pergunta 10, é indagado quaismedicamentos fitoterápicos dentre os citados pelapesquisadora já haviam sido usados pelos participantes, eREFERÊNCIAS 3. Associação Brasileira de Fitoterapia, (ABFIT). 2017. [citado em 05 setembro 2017]. Disponível em1. Guerra ES, Arent MD, Machado M. Fitoterapia no controle http://abfit.org.br/sobre-a-abfite prevenção da obesidade. [Monografia]. Itajaí (SC): 4. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento deUniversidade do Vale do Itajaí; 2010. [citado em 20 agosto Assistência Farmacêutica. Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasília: Ministério da Saúde,2017]. Disponível em 2016. [citado em 01 setembro de 2017]. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_programhttp://siaibib01.univali.br/pdf/Elimara%20Sales%20Guerra% a_nacional_plantas_medicinais_fitoterapicos.pdf20e%20Michele%20Daiane%20Arent.pdf2. Fróes BP, Correia MI. 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Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente.DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Revisão de Literatura (Enfermagem) A ENFERMAGEM E A SISTEMATIZAÇÃO DO ATENDIMENTO AO PORTADOR DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANANURSING AND SYSTEMATIZATION OF CARE FOR PATIENTS WITH AMERICAN CUTANEOUS LEISHMANIASIS https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.640Edilaine Godoi da SilvaDiscente de Enfermagem pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID:https://orcid.org/0000-0002-4577-5462.Elaine Godoi da SilvaDiscente de Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected] ORCID:https://orcid.org/0000-0003-1037-9811.Claudia Oliveira LavaDiscente de Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]. ORCID:https://orcid.org/0000-0001-9091-6597.Sonia Carvalho de SantanaMestre Docente do curso de Enfermagem da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail:[email protected] . ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3225-7711.Descritores (DeCS)4: Submetido em: 31 maio 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Leishmaniose RESUMO: A Leishmaniose é uma doença gerada por protozoários do gênero Leishmania.Sistematização da Considerada uma doença endêmica, tornou-se de caráter preocupante, transmitidaAssistência através de vetores. Fatos como a urbanização e o desmatamento trazem alterações noEnfermagem meio ambiente, provocando mudanças na epidemiologia da doença, sendo um desafio para profissionais do âmbito de saúde. É de extrema valia a promoção de estudos que retratem o paradigma de sua ocorrência, suas características epidemiológicas, contribuindo para o entendimento da dinâmica desse problema. É necessário constituir um sistema de atendimento eficaz que traga melhorias ao tratamento da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA). O benefício para o paciente com a sistematização da assistência está na assistência de qualidade prestada, que possui liberdade para desenvolver a assistência individualizada A aplicação de instrumentos de enfermagem contribui para melhoria do tratamento, devido a doença ser caracterizada por e alterações na vida social, psicossocial e socioeconômica do paciente. Este estudo configura-se em uma revisão bibliográfica explorativa descritiva transversal, utilizando- se de documentos eletrônicos de sites de pesquisa, sendo utilizados materiais já publicados como, artigos científicos, dissertações e teses. Tem como objetivo descrever a sistematização do atendimento ao portador da doença Leishmaniose Tegumentar Americana.Descriptors: ABSTRACT: Leishmaniasis is a disease caused by protozoa of the genus Leishmania.Leishmaniasis Considered an endemic disease, it became of a worrying nature, transmitted throughSystematization of vectors. Facts such as urbanization and deforestation bring about changes in theAssistance environment, causing changes in the epidemiology of the disease, being a challenge forNursing health professionals. It is of extreme value to promote studies that portray the paradigm of its occurrence, its epidemiological characteristics, contributing to the understanding of the dynamics of this problem. It is necessary to establish an effective care system that brings improvements to the treatment of American Cutaneous Leishmaniasis (ACL). The benefit to the patient with the systematization of care is in the quality care provided, which is free to develop individualized care. The application of nursing instruments contributes to improved treatment because the disease is characterized by and changes in social, psychosocial, and socioeconomic status of the patient. This study is based on a cross-sectional descriptive exploratory bibliographical review, using4 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br. 507 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 507-511, maio-jun, 2018.

Silva EG, Silva EG, Lava CO, Santana SC. electronic documents from research sites, using already published materials such as scientific articles, dissertations and theses. It aims to describe the systematization of care for patients with American Cutaneous Leishmaniasis.INTRODUÇÃO As obras científicas empregues foram escolhidas segunduindo o parâmetro de grau de importância em agregar A Leishmaniose é uma doença originada por protozoários informações pertinentes ao conteúdo deste trabalho, além dado gênero Leishmania, que tem como característica a seleção por datas mais recentes de publicação entre os anosinfecção de seres humanos e outros animais (1). No Brasil, de 2010 a 2018.tornou-se alarmante o seu desenvolvimento, devido atransmissão ser gerada através de vetores, sua Utilizando os seguintes termos para realizar oepidemiologia requer atenção (2). Com alterações em seu levantamento de dados: leishmaniose, sistematização dahabitat natural, devido a urbanização e o desmatamento, assistência, enfermagem. Usando critérios de exclusão:ocorreram mudanças na propagação da doença, alterando materiais com temáticas de estudo divergente da proposta eassim, sua epidemiologia. Um dos fatores que mais que não pertencesse a uma plataforma de dados confiáveis.preocupa é a presença de resíduos orgânicos (lixo) queincentiva a vinda desses flebotomíneos para áreas urbanas, 3 REVISÃO DE LITERATURAviabilizando o ciclo de transmissão da doença (3). 3.1 Leishmaniose A leishmaniose encontra-se em evidencia, pois é referidacomo uma das cinco doenças infecto parasitárias de maior A Leishmaniose é uma doença considerada nãoimportância, considerada pela Organização Mundial de contagiosa, causadas por diversas espécies de protozoáriosSaúde (OMS) um significativo problema de saúde pública do gênero Leishmania, são doenças de caráter de alto teormundial. A interação de animais domésticos no ciclo infeccioso (7). Sendo identificados 11 tipos do parasito queepidemiológico da leishmaniose nas Américas é reconhecida causa a doença no homem e 8 espécies foram descritasdesde o início deste século (4). somente em animais (8). Sua característica epidemiológica vem sofrendo alterações no seu padrão de transmissão em Nessa perspectiva, entendendo que a LTA constitui um consequência das modificações socioambientais, ograve problema de saúde pública, vem se tornando um desmatamento e o crescimento das periferias nas grandesdesafio para profissionais de saúde e autoridades cidades (9).competentes, sendo de extrema importância estudos queretratem o paradigma de sua ocorrência e suas A Leishmaniose pode ser dividida em dois grandescaracterísticas epidemiológicas, contribuindo para o grupos principais: Leishmaniose Visceral Americana (LVA) eentendimento da dinâmica desse problema, bem como Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), devido afavorecer a realização de importantes ações de vigilância em mudança no ecossistema (10).saúde (5). A Leishmaniose Visceral Americana (LVA) é uma doença O benefício para o paciente com a sistematização da que é transmitida dos animais para os seres humanos eassistência está na assistência de qualidade prestada, que outras espécies de animais domésticos e silvestres, causadapossui liberdade para desenvolver a assistência pelo protozoário Leishmania (Leishmania) chagasi, cujoindividualizada (6). principal vetor incriminado pela transmissão é o inseto Lutzomyia longipalpis (11). Devido a disseminação da doença no país. É necessárioconstituir um sistema de atendimento eficaz que traga A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é umamelhorias ao tratamento aos portadores de LTA. A aplicação doença não contagiosa, que resulta em infecção, causadade instrumentos de enfermagem contribui para melhoria do por múltiplas espécies de protozoários do gênerotratamento ao paciente. Devido a doença ser caracterizada Leishmania, que atinge pele e mucosas (12). A populaçãopor alterações na vida social, psicossocial e socioeconômica mais afetada pela doença está relacionada principalmente àdo paciente, resultando na dificuldade de interação do pobreza e a conflitos sociais, pelo difícil acesso aos serviçosindivíduo com o meio externo, é necessário que o de saúde (13).profissional da saúde viabilize o reconhecimento dascondições de vida de cada indivíduo. Em geral, a Leishmania é transmitida pela picada da fêmea do mosquito chamado flebotomíneos, que pertencem Deste modo, apropriar-se deste entendimento resultará aos gêneros Lutzomyia e Phlebotomus, essa transmissãona elaboração de uma sistematização mais efetiva e ocorre por inserção das formas promastigotas na pele doindividualizada. hospedeiro vertebrado (14).2 METODOLOGIA 3.2 Leishmaniose Tegumentar Americana Este estudo configura-se em uma revisão bibliográfica Houve alterações na mudança do comportamento daexplorativa descritiva transversal, utilizando-se de LTA. Reconhecida desde o início como uma zoonose dedocumentos eletrônicos compilados a partir da Biblioteca animais silvestres, relatada ocasionalmente em pessoas emVirtual em Saúde (BVS), National Center for Biotechnology contato com florestas, começou a ocorrer casos de doençasInformation (NCBI), e, Scientific Eletronic Library Online em zonas rurais já praticamente desmatadas e em regiões(SCIELO). urbanas (15). Ao todo foram utilizados 30 trabalhos científicos, sendo A forma clínica da LTA pode se manifestar de diversasque destes 29 estão na língua vernácula portuguesa, um na formas, podendo ocorrer o aparecimento de pequenoslíngua inglesa. tumores com formação de pus, nódulos, até mesmo a ocorrência de degenerações da mucosa. Essas508 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 507-511, maio-jun, 2018.

A enfermagem e a sistematização do atendimento ao portador da leishmaniose tegumentar americana.manifestações dependem da espécie de Leishmania e a importância na assistência, que é neste momento que serelação hospedeiro com seu parasito. Três formas de viabiliza o reconhecimento das condições de vida queLeishmaniose são conhecidas: a cutânea (restrita à pele), a definirão os perfis de saúde e doença (27).cutâneo-mucosa (acomete pele e mucosas) e visceral (16). Um diagnóstico e tratamento de sucesso baseia-se, Sua relevância reside unicamente na sua alta incidência portanto, em uma anamnese sólida, conhecimentos sobre ae ampla distribuição geográfica, mas do mesmo modo na epidemiologia da doença e exames complementares parapossibilidade de assumir formas que podem determinar confirmação do estado clínico do paciente (28).lesões destrutivas, incapacitantes e desfigurastes, comampla repercussão no campo psicossocial do indivíduo (17). É necessário um diagnóstico adequado para o sucesso do tratamento. A ideia de que a doença é contagiosa, e se o Desde que se há indícios da ocorrência da doença, tem paciente irá obter à cura podem levar à negação quanto ase registrado sintomas como, dificuldade de respiração, não estar doente, prejudicando ou retardando a procura por ajudadeglutição, ocasionalmente, ocorre a correlação de infecções profissional (29). A enfermagem está ligada a um modelo dee complicações pulmonares, inflamações das mucosas que é uma profissão necessária para a humanidade por suanasais, esses sintomas são em decorrência de avarias sensibilidade e solidariedade com as pessoas. É de extremadestrutivas das mucosas, secundárias à lesão cutânea ou importância a participação da enfermagem na integralidaderesultante da disseminação teratogênica e linfática, podendo ao paciente, mesmo que a prática esteja ligada a um modeloocasionar o óbito do paciente (18). tecnicista, coloca-se sempre um discurso humanista (30). O diagnóstico precoce e eficaz é importante para a cura 4 CONSIDERAÇÕES FINAISdas lesões leishmanióticas para o conhecimento da doençaredução da letalidade deste agravo, e o tratamento oportuno A Leishmaniose é descrita como uma doença Zoonótica,(19). Os medicamentos de todas as formas de leishmaniose sendo esta transmitida de animais para outros animais ou detêm sido há anos os antimoniais pentavalentes, a dose animais para os seres humanos, sendo a mesmarecomendada pela OMS é de 10 a 20mg Sb5+/kg/dia, via considerada uma doença polimórfica, de caráter endêmico,intravenosa ouintramuscular, com total de 850mg de Sb5+ tornando um grande problema de saúde pública, pois épor dia. Há ainda esquemas alternativos, como sua reconhecido que o paciente acometido pela Leishmanioseadministração intralesional. Com emprego de baixa doses de tem alterações no estilo de vida, devido ao caráter agressivo10mg Sb/kg/dia e a associação com outros fármacos como da doença ocasionando alterações físicas e até mutilaçõesimiquimode, alopurinol e imunoterapia podendo apresentar no corpo. Nos últimos anos devido as alterações queamplo espectro de efeitos adversos leves a moderados (20). ocorreram no meio ambiente como desmatamento das florestas nativas e a consequente alteração do habitat do3.3 Sistematização do cuidado ao paciente com vetor, houve uma mudança na disseminação da doençaLeishmaniose Tegumentar Americana ocasionando a mudança para as cidades. Carvalho (21) relata que o Serviço de Atendimento a Existe uma nova realidade de contagio da doença noEnfermagem (SAE) é um método organizado, dinâmico, e Brasil, antigamente as pessoas mais expostas eflexível guiado pelo conhecimento científico, usado na prática consequentemente mais susceptíveis ao contágio eram ospela enfermagem para orientar o enfermeiro no trabalho de moradores das áreas rurais ou pessoas com o estilo de vidainvestigação dos dados do paciente. Principalmente no mais rural, nos últimos anos a realidade mudou pois houvemomento em que analisamos a importância assistencial da um maior acometimento de pessoas com estiloprática, reconhecendo existir uma ampla gama de situações extremamente urbanos isso se deve ao deslocamento dosvivenciadas no dia-a-dia de cuidados à clientela (22). Dias (23), vetores antes de áreas rurais ou matas agora para áreasdescreve que uma das características dos desvios de saúde urbanas, além do incremento de turismo ecológico.está o tempo ou a prolongação das doenças, pois suapresença remete à necessidade de cuidados efetivos a quem A consulta de enfermagem é de tal importância para ose encontram no processo de doença. sucesso no tratamento, viabilizando o conhecimento das condições e as necessidades de saúde do indivíduo. Além O desenvolvimento da Leishmaniose submente os de estar diretamente ligado ao sucesso do tratamento doportadores a vivenciarem preconceitos ou isolamento social. paciente com leishmaniose, pois é o profissional que temA enfermagem deve propiciar, além do cuidado, um maior contato com o paciente se tornando responsável pelomomento educativo em grupo, onde se obtém a valorização seu acompanhamento, com a SAE o enfermeiro conseguee a aproximação desses pacientes, contribuindo amplamente planejar os seus atos, desenvolver açõessubstancialmente para a melhoria da qualidade de vida do efetivas e acompanhar o portador de Leishmaniose até apaciente com LTA (24). conclusão de seu tratamento. A Sistematização do Atendimento de Enfermagem (SAE) O profissional de saúde ainda hoje encontra dificuldadesconstitui-se em efetivar o processo de Enfermagem de na realização de ações do controle da doença devido à faltamaneira contínua e integral, por um conjunto de cinco de instrução dos habitantes em áreas de risco, dificuldade deetapas: histórico, diagnósticos, planejamento, acesso a áreas de floresta, falta de ações de saúde paraimplementação e avaliação (25). O conforto ao paciente, prevenção e alerta aos moradores, falta de saneamentomedindo o bem-estar, o alívio do sofrimento, a segurança, o básico, ente outros. No entanto é imprescindível acompromisso ético, também está relacionado ao profissional conscientização do paciente portador de LTA e ade enfermagem. É notável o papel do enfermeiro ao oferecer comunidade afetada. É necessário a elaboração de técnicasum amparo de idealizador, garantindo a apropriada que auxiliem o atendimento ao portador da doença poisterapêutica com prevenção e redução de sequelas futuras facilitaria o suporte ao paciente portador da LTA.relacionadas à LTA (26). A interação entre o paciente e o profissional de saúde seinicia na consulta, tornando a consulta de enfermagem de talRev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 507-511, 509maio-jun, 2018.

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Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente. DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Revisão de Literatura (Farmácia)A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE PHARMACEUTICAL ASSISTANCE IN THE SINGLE HEALTH SYSTEM https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.604Isabelly Sabrina Santana RosaDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail: [email protected]: https://orcid.org/0000-0003-3498-9227.Matheus Santos CavalcanteDiscente do curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]: https://orcid.org/0000-0002-1079-740X.Cleuze Fatima Souza SilvaBacharel em Farmácia, Especialista em Gestão da Assistência Farmacêutica e Metodologia do Ensino Superior. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7631-9021.Descritores (DeCS)5: Submetido em: 13 mai 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Farmácia RESUMO: A Assistência Farmacêutica prioriza os procedimentos necessários à promoção,Assistência farmacêutica prevenção e recuperação da saúde individual e coletiva dos usuários do Sistema Único deMétodos licitatórios Saúde (SUS). A mesma é uma prática que vem crescendo em farmácias comunitárias. EmInformatização no SUS vários países desenvolvidos a Atenção Farmacêutica já é realidade e sua prática apresenta ser eficaz na redução de custos para o sistema de saúde. O objetivo deste estudo foi identificar os principais aspectos da realização da assistência farmacêutica no SUS. O estudo foi promovido através de pesquisa bibliográfica em artigos, revistas científicas, teses entre outros. A coleta de dados para este trabalho foi realizada através de busca em bases de dados virtuais, Google acadêmico e SCIELO. Conclui-se que este trabalho está relatando de forma clara e sucinta as formas de aquisição, condições de armazenamento e distribuição de medicamento voltado a assistência farmacêutica no âmbito do SUS.Descriptors: ABSTRACT: The Pharmaceutical Assistance prioritizes the necessary procedures for thePharmacy promotion, prevention and recovery of the individual and collective health of SUS users.Pharmaceutical The same is a practice that has been growing in community pharmacies. In severalassistance developed countries Pharmaceutical Care is already a reality and its practice is effectiveBidding methods in reducing costs for the health system. The objective of this study was to identify theComputerization in SUS main aspects of the pharmaceutical assistance in SUS. The study was promoted through bibliographical research in articles, scientific journals, theses, among others. The data collection for this work was carried out through search in virtual databases, Google academic and SCIELO. It is concluded that this work is reporting in a clear and succinct manner the acquisition forms, conditions of storage and distribution of medicine aimed at pharmaceutical assistance under the SUS.INTRODUÇÃO Para a aquisição de medicamentos adota-se a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), sendo A Assistência Farmacêutica (AF) no Brasil tem sofrido definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS),diversas alterações após a criação do Sistema Único de atendendo as necessidades prioritárias de cuidados a saúdeSaúde (SUS), juntamente com a Política Nacional de da população. De acordo com a OMS, um terço da populaçãoMedicamentos (PNM), que tem por finalidade a promoção, mundial tem acesso aos medicamentos essenciais, sendo 50prevenção e a recuperação a saúde, garantindo segurança, % nos países mais pobres (2).eficácia e qualidade dos medicamentos, tendo o pacientecomo principal favorecido de suas ações, assim como o seu A AF abrange a atividade da seleção, aquisição,uso racional, assegurando que todos tenham acesso ao distribuição e dispensação de medicamentos, sendomesmo (1). essencial o uso racional adequando-se o tratamento com o fármaco adequado a sua terapia clínica, na dose e posologia correta. Gastos desnecessários juntamente com a má5 Descritores em Saúde (DeCS).Vide http://decs.bvs.br.512 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 507-511, maio-jun, 2018.

A Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde.administração podem acarretar sérios prejuízos ao setor Para compreender a AF no âmbito público se fazpúblico (3). necessário entender o atendimento ambulatorial e o hospitalar, pois ambos têm funções totalmente diferentes, Diante as informações contidas neste artigo, temos como sendo que no ambulatório, a dispensação ocorre diretamenteprincipal objetivo, trazer melhor conhecimento referente a para o paciente, onde ele fará uso em sua residência, já noaquisição, distribuição e o armazenamento de medicamentos hospitalar, a medicação é dispensada para administração nono SUS, pois essas ações realizadas de forma inadequada paciente. Apesar de diversas melhorias que ocorreram nopodem trazer diversos prejuízos para o erário, como o país, muitas dificuldades ainda persistem quanto a aquisiçãodesperdício de medicamento. Desta maneira esse trabalho de medicamentos, acesso a população e o uso racional, poisfoi realizado visando mostrar a forma adequada de se muitos distinguem o farmacêutico como curador enfatizando-realizar um bom planejamento, adquirindo o produto correto, o somente para o atendimento (7).de boa qualidade, com preço acessível, como tambémgarantir a qualidade, a eficácia e o uso racional de Diversos fatores tecnológicos em saúde contribuírammedicamentos. para afastar o profissional farmacêutico do contato com o paciente, pois sua presença não era notada na equipe de2 METODOLOGIA saúde. Após a inserção do SUS na década de 1980 passou- se estabelecer a AF e a Política Nacional de Medicamentos Essa revisão bibliográfica enfatiza a atribuição do (PNM) fazendo com que o farmacêutico passasse afarmacêutico durante o processo de aquisição no SUS, participar da saúde pública e desenvolver ações nas quaisdemostrando a necessidade e um bom planejamento e uma envolveriam medicamentos (8).boa programação, sem que haja desperdícios e garantindo ouso racional de medicamentos. Em 1971 surgiu a Central de Medicamentos (CEME) instituída através do decreto de nº. 69.451, sendo destinada Para realizar este trabalho foram feitas pesquisas em a promover e organizar o fornecimento por preçosbases científicas como, o Google acadêmico e Scielo. Fora acessíveis, marcando o início da assistência farmacêutica noselecionados trabalhos de monografias, teses de doutorado, Brasil, tendo como compromisso o abastecimento àartigos científicos, resoluções e decretos federais. população de baixa renda, além de supervisionar e adquirir medicamentos (9). Para o selecionamento dos materiais a serem utilizados,foram utilizados alguns critérios para inclusão como os O SUS surgiu através de ações desenvolvidas pelaseguintes: matérias que relatavam a respeito da assistência CEME, o mesmo foi criado para proporcionar a justiçafarmacêutica no SUS, as etapas para a aquisição de superar as desigualdades na proteção à saúde, tornandomedicamentos e insumos, programas que contribuirão para necessário o atendimento a todos (10).a evolução da assistência farmacêutica, lista demedicamentos essenciais, métodos licitatórios utilizados e A Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF)sistema de informatização. Foram descartados materiais que surgiu a partir da progressão do SUS trazendo onão possuíam nenhum dos tópicos citados anteriormente e desenvolvimento para a atenção a saúde pública, que assimproduções antigas. como a PNM, são consideradas ferramentas fundamentais para promover o aperfeiçoamento ao atendimento à saúde Para a seleção desses materiais, não foi estipulado da população (11).tempo, porém são referenciados em um período de 2010 a2017, dentro da língua portuguesa, com abordagem de 3.2. O planejamento estratégico no processo detrabalhos e legislações atualmente vigente. aquisição3 REVISÃO DE LITERATURA O planejamento estratégico na AF trata-se de um complexo de ações multiprofissionais desenvolvidas pelo3.1 Atribuições da Assistência Farmacêutica no SUS gestor, onde não está somente interligado ao abastecimento de medicamentos, como também exige uma composição de A assistência farmacêutica (AF) é um conjunto de ações diretrizes que através delas poderá alcançar suas metas eindispensáveis a promoção, prevenção e recuperação a objetivos, ultrapassando todas as dificuldades (2).saúde individual e coletiva direcionado ao uso racional demedicamentos (URM). Englobando atividades de pesquisa O mesmo tem por finalidade a produção contínua,como produção, distribuição, armazenamento e prescrição articulada e solidária. Possuindo componentes básicos e(4). obrigatórios que devem conter: objetivos, ações, e metas a serem desenvolvidas, sendo alinhado com o plano plurianual A mesma é uma das áreas do setor público que sofre que serão as diretrizes, programações, ações e metas agrande abalo financeiro, devido ao consumo de serem cumpridas durante os quatro anos; programaçõesmedicamentos crescer constantemente. Para alcançar bons anuais, sendo um plano de ação que define onde serãoresultados no gerenciamento, se faz necessário utilizar empregados os recursos utilizados. E o relatório anual decorretamente os poucos recursos disponíveis, como também gestão, que se trata da prestação de contas dos resultadosplanejar, organizar, coordenar, e acompanhar, são ações, alcançados (12).habilidades e atitudes de um bom gerente (5). O ciclo Plan Do Check (PDCA) é uma ferramenta de A AF no (SUS) tem sofrido inúmeras alterações, entre suma importância para a realizações dessas metas, poiselas estão os avanços da organização, a implementação da refere-se a um complexo de ações, com o intuito de planejar,política, a entrada de medicamentos, a relevância de sua executar, controlar e agir. (13). Assim como o ciclo da AF queatribuição no setor de produção, como também no promove a seleção, programação, aquisição,crescimento tecnológico e na produção de serviços a saúde. armazenamento e a distribuição de medicamentos,A mesma tem por finalidade tanto o fármaco como insumo garantindo o uso racional, diminuindo os custos, eprincipal, buscando a efetividade do tratamento terapêutico uniformizando os efeitos terapêuticos (14).nos usuários do SUS (6). As figuras a seguir (Figura 1 e Figura 2) representam cada ciclo respectivamente.Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 512-519, 513maio-jun, 2018.

Santana Rosa IS, Cavalcante MS, Silva CFS. Figura 1 - Ciclo PDCA. proposta mais vantajosa, porém de maneira igualitária para todos os participantes (20). De acordo com a lei 8666/93 os métodos licitatórios garantem o cumprimento constitucional da isonomia, selecionando a oferta mais favorável, onde será conferida e julgada conforme as legalidades básicas (21). Existem seis tipos de licitação, entre elas estão: Pregão Eletrônico, Convite, Sistema de Registro de Preço, Tomada de Preço, Concorrência e Leilão. Selecionando a mais apropriada de acordo com o valor dos produtos que se deseja adquirir, proporcionando como ganhador o detentor do menor lance (23). 3.3.1 Pregão eletrônico Fonte: Pacheco (13). O pregão eletrônico é um método de licitação muito utilizado pelo setor público, para a aquisição de materiais e Figura 2 - Ciclo da Assistência medicamentos, surgiu em 1998 pela Agência Nacional de Farmacêutica. Telecomunicações (ANATEL), sendo regida pela Lei 8.666/1993, esse método torna-se vantajoso ao erário, Fonte: Rissi (14). devido a inversão de fases, a possibilidade de lances, aumentando o número de competição por fornecedores, No âmbito público a aquisição de medicamentos, faz finalidades restritas a bens ou serviços comuns, e licitaçõesparte de umas das atribuições da AF, pois o mesmo ocorre com menores preços. Haja visto que o mesmo possuiatravés de processos licitatórios, em exceção a dispensa de métodos variados e não estabelece valores (23).licitação, sendo regrados pelas leis 8.666/1993 e nº10.520/2002. Dentre os métodos licitatórios mais utilizado, Essa modalidade foi regulamentada pelo Decreto ºestá pregão eletrônico, devido sua agilidade, racionalização 3.697de 21 de dezembro de 2000 (24), o pregão eletrônicoe a transparência do método na economia do município. No define seus vencedores por ordem classificatória, e conformeprocesso licitatório o que diferenciará a modalidade de as normas exigidas no edital de licitação. Após análisecompra será o valor estimado e limites estabelecidos (15,16). técnica, o examinador analisa as documentações do fornecedor, apresentando somente a proposta mais A aquisição de medicamentos é realizada através do lucrativa. Na hipótese de os documentos não estarem aptos,Consumo Médio Mensal, sendo assim a quantidade de cada é convocado o segundo colocado e assim sucessivamente,fármaco utilizado no município, onde o mesmo recebe um até que seja homologado o vencedor (25).recurso financeiro de R$ 5,10 por habitante do governofederal para adquirir os medicamentos descritos na 3.3.2 Sistema de Registro de Preço (SRP)RENAME (17). A aquisição de fármacos e insumos é decompetência da união, estados e municípios, comprando O Sistema de Registro de Preço (SRP) assim como omedicamentos de qualidade, em quantidade apropriada, e pregão é uma modalidade do processo de licitação, essevalor acessível, de forma centralizada ou descentralizadas método foi regulamentado no ano de 2001, através do(18). Decreto 3.931 de 19 de setembro do mesmo ano (26), sendo revogado pelo Decreto 7.892 de 23 de janeiro de 2013 (27). Para evitar desperdícios, antes de realizar a compra, ogestor deve realizar um mapeamento de doenças O SRP é um composto de procedimentos para registroepidemiológicas no município visando os medicamentos de preços, fornecimento de infraestruturas e a obtenção deinseridos na RENAME, e estabelecer a Relação Municipal de bens para admissões futuras, sendo vinculada a ATA deMedicamentos (REMUNE), acompanhando as políticas registro de preço, sendo o documento obrigatório onde seestaduais regidas pelo processo de licitação (19). registram os preços, fornecedores, órgãos participantes e condições a serem praticadas.; o órgão gerenciador, trata-se3.3 Métodos licitatórios da entidade administrativa responsável pelos procedimentos de registro de preço e a coordenação das atas decorrentes, A licitação é um método administrativo utilizado pelas como também, o órgão participante e compra nacional (28).entidades públicas para aquisição de materiais, adotando a 3.3.3 Convite O convite, não é uma das modalidades mais indicadas, pois o mesmo corre risco de ser fraudado. Esse método é simples e rápido, é destinado a aquisições de até R$ 80.000,000 (oitenta mil reais), as emissões da abertura das propostas ocorrem em no máximo cinco dias, são escolhidos três convidados pela unidade administrativa, as empresas são cadastradas. É possível a participação de outros interessados que não tenham sido convidados formalmente, para que possam participar basta serem do meio licitatório e estar cadastrado no Sistema Unificado de Cadastro de Fornecedores (SINCAF), ou Cadastro Unificado Similar (28,29).514 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 512-519, maio-jun, 2018.

A Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde.3.3.4 Tomada de Preço 3.4 Informatização para controle de estoqueA tomada de preço é destinada a compras de até R$ O sistema mais indicado e utilizado para informatização650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais). Esse método na AF é o sistema Hórus (Sistema Nacional de Gestão dade licitação aplica-se a empresas que estejam cadastradas Assistência Farmacêutica), pois trata-se de um sistema webou que atendem a condições exigidas para o cadastramento utilizado pelos gestores e servidores do órgão, o mesmo foiaté o terceiro dia antes do recebimento de propostas (30). criado em dezembro de 2009, pelo Ministério da Saúde (MS), com o objetivo de auxiliar na gestão da AF. Além de3.3.5 Concorrência possibilitar informações realizadas nas farmácias do SUS e nas centrais de abastecimentos nas redes municipais eA modalidade concorrência é designada a aquisição de estaduais (34).bens, como imóveis, com serviços de engenharia a cima de O sistema Hórus proporciona aos gestores aR$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) e compreensão das informações dos estabelecimentos deaquisições e serviços valor superior a R$ 650.000,00 saúde, como dispensação, distribuição de medicamentos e(seiscentos e cinquenta mil reais). A mesma possui o prazo insumos para as unidades requisitantes, características dosmínimo de trinta dias para divulgação em meio ao Diário usuários SUS, armazenamento, controle de estoque,oficial da União (31). controle dos recursos financeiros, e registro dosAlém dos métodos supracitados a lei 8666/1993 ainda medicamentos de controle especial (35).prevê o leilão e o concurso como modelos de licitação, onde A Figura 3 mostra como é realizado o sistema dea concorrência pode substituir a tomada de preço ou vice- distribuição do Hórus, sendo assim o MS disponibiliza oversa (32). sistema para as redes estaduais, seguindo para as regionais de saúde, almoxarifados centrais da rede municipal, e o3.3.6 Leilão município irá distribuir para as farmácias, e consequentemente as farmácias municipais irão realizar asEssa modalidade é muito utilizada em aquisições dispensações dos medicamentos e insumos para oseletrônicas, sua eficiência dependerá de regras e usuários do SUS (34,36).mecanismos específicos, utilizando maior número departicipantes deixando assim a competição mais acirrada (33). Figura 3 - Fluxo de Distribuição do Sistema Hórus. Fonte: Ministério da Saúde (19).3.5 Recebimento e armazenamento de medicamentos e Quanto ao armazenamento, deve-se seguir todas asinsumos normas exigidas no Procedimento Operacional Padrão (POP), e na legislação, mantendo a temperatura ideal de A Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), 15ºC a 30ºC para produtos de prateleiras e de 5ºC á 8°C paratambém conhecido como almoxarifado é o local, onde ocorre os medicamentos de geladeira. As prateleiras devem ser deo armazenamento, recebimento, e a distribuição de aço, o piso deve ser resistente, paredes lisas e laváveis,medicamentos e insumos para as unidades básicas de deve-se manter os produtos longe do piso para não haversaúde, farmácias e hospitais (Anexo 1). absorção de umidade, os fármacos devem ser armazenados em ordem alfabética, distribuindo os primeiros a vencer (39). De acordo com a Resolução RDC nº 50 de 21/02/2002 aárea de conferencia deve possuir 10% do local de Figura 4 - Estoque de almoxarifado.armazenagem, sendo um ambiente coberto e protegido depossíveis mudanças climáticas (38). Fonte: Costa (36). Para o recebimento de medicamentos deve-se haverlocal apropriado (Figura 4), durante a inspeção deve-severificar as condições das embalagens, identificando aspossíveis alterações no produto, tais como avarias edeteriorações que podem comprometer a qualidade dofármaco, a verificação de lote e validade é de sumaimportância, pois a mesma deve estar dentro de um períodode 1 a 2 anos, observando se todos os requisitos estão deacordo com a nota fiscal e a ordem de compra (nota deempenho) (14).Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 512-519, 515maio-jun, 2018.

Santana Rosa IS, Cavalcante MS, Silva CFS.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS do POP e legislações, não permitindo avarias e deteriorações nas embalagens, assim o profissional estará Por meio do presente estudo pode-se compreender que garantindo a qualidade e eficácia dos medicamentos, eo planejamento e a programação são de suma importância assegurando que os mesmos cheguem até população.para aquisição de medicamentos no SUS, pois atravésdesses requisitos pode-se adquirir fármacos de qualidade, Quanto aos métodos licitatórios, observou-se que o maisem quantidade adequada, com menor preço, sem que haja utilizado para a aquisição de medicamentos e insumos é odesperdícios, garantindo o URM. pregão eletrônico, devido sua agilidade e vantagem que traz ao erário. Já a informatização é a ferramenta de trabalho que Pode-se destacar também a atuação do farmacêutico em auxilia o gestor no controle de estoque e durante ameio ao âmbito púbico, apesar de ser pouco reconhecido, ele distribuição, pois através dele o mesmo tem total controle derealiza todas as etapas do ciclo da assistência farmacêutica, toda a movimentação, evitando com que haja perdas ee assegura que o fármaco seja armazenado, em local e desvios.temperatura adequada, que o recebimento de produtos sejarealizado de maneira adequada, cumprindo todas as normasREFERÊNCIAS agosto de 2017]. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v44n4/v44n4a061. Oliveira AB, Oyakawa CN, Miguel MD, Zanin SMW, 9. Câmara dos Deputados (BR). Decreto nº 69.451, de 1º deMontrucchio DP. Obstáculos da atenção farmacêutica no novembro de 1971. Dispõe sobre a instauração da CentralBrasil. Rev Bras Ciên Farma [Internet]. 2005; 41(4):409-13. de Medicamentos (CEME). Brasília (DF); 1997. 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A Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde. Anexo 01 Fluxograma 1 - Etapas para recebimento de medicamentos. Fonte: Readaptado de Rissi (14).Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 512-519, 519maio-jun, 2018.

Revista Científica FAEMA. Faculdade de Educação e Meio Ambiente. DOI: http://dx.doi.org/10.31072. ISSN: 2179-4200. Revisão de Literatura (Farmácia) A IMPORTÂNCIA DA BULA NO USO RESPONSÁVEL DOS MEDICAMENTOS THE IMPORTANCE OF THE BULL IN THE USE OF MEDICATIONS https://doi.org/10.31072/rcf.v9iedesp.635Ezequias Alves da Silva LimaDiscente em Farmácia pela Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA. E-mail: [email protected]: https://orcid.org/0000-0001-9618-9132.Samuel Gavioli Belato JúniorDiscente em Medicina pela Universidade Privada Aberta Latino Americana - UPAL. E-mail: [email protected]: https://orcid.org/0000-0003-3043-4195.André Tomaz Terra JuniorMestre em Oncologia Clínica, Terapia Celular e Células troncos pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto –FMRP/USP.Docente do curso de graduação em Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes –RO. E-mail:[email protected]. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7365-5284. Submetido em: 30 maio 2018. Aprovado em: 07 jun. 2018. Publicado em: 15 jun. 2018.Descritores (DeCS)6: RESUMO: A importância de se entender o que é, para que serve, por que se deve usar oBula de Remédios remédio e efeitos colaterais estão descritos na bula de medicamentos, que é oLeitura instrumento usado para orientar o paciente. Portanto, se trata de um cuidado todo especial quanto a leitura e interpretação para cada organismo humano. A falta ou a máPaciente leitura da bula pode dificultar o entendimento do processo anatômico que acontece durante o uso do medicamento. Uma vez, que o mal-uso deste, pode causar sérios danos à saúde ou não alcançar o efeito desejado. Desta forma, é de grande relevância citar observações pertinentes a esse aspecto. O objetivo desse trabalho visa descrever sobre a importância em se fazer uma boa leitura para conseguir interpretar os seus dados. O estudo é uma revisão bibliográfica de materiais existentes sobre o tema em questão e tem como metodologia sobre o conhecimento científico já produzido sobre o assunto, sua finalidade é a importância da leitura seja pelo próprio paciente ou por um farmacêutico. Contudo, considera-se ao fim deste estudo que diante de tantas reclamações sobre a bula de medicamentos no decorrer de vários anos e o fato da dificuldade que os pacientes encontram para fazer a leitura da bula, almejando mais fácil compreensão.Descriptors: ABSTRACT: The importance of understanding what it is, what it is for, why it shouldBull medicines be used and the side effects are described in the package leaflet, which is the instrumentPatient used to guide the patient. Therefore, it is a special care about reading andReading interpretation for each human organism. The lack or poor reading of the package insert may make it difficult to understand the anatomical process that occurs during the use of the medicine. Once, that the misuse of this, can cause serious damage to health or do not achieve the desired effect. It is therefore of great relevance to cite relevant observations in this respect. The purpose of this paper is to describe the importance of having a good reading to interpret their data. The study is a bibliographical review of existing materials on the subject in question and has as methodology about the scientific knowledge already produced on the subject, its purpose is the importance of reading either by the patient or by a pharmacist. However, it is considered at the end of this study that in the face of so many complaints about the drug package over several years6 Descritores em Saúde (DeCS). Vide http://decs.bvs.br.520 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 520-525, maio-jun, 2018.

A importância da bula no uso responsável dos medicamentos. and the fact that patients find it difficult to read the package leaf, aiming for easier understanding.INTRODUÇÃO hábito de ler a bula tornando uma cultura, assim ele mesmo passará a vivenciar prática em prol de sua saúde. Tanto as As informações contidas em uma bula são de informações verbais quanto a escrita, são importantíssimasfundamental importância para os usuários, não só para para complementar as orientações dos farmacêuticos quegarantir a melhorias na sua saúde, como evitar possíveis devem além de orientar com informações precisa tambémdanos a ela (1). É necessário ler e compreender as instruções estimular a leitura da bula, como instrumente complementarda bula e acima de tudo estabelecer um diálogo entre o ao tratamento (1,4).paciente e o médico, desta forma o sucesso é garantido nocombate a determinada patologia. 2 METODOLOGIA Conforme Fujita (3) afirmava que a legislação era omissa A metodologia aplicada será de um universo deno que se referia à apresentação gráfica das informações significados, motivos, aspirações, crenças, valores eobrigatórias. Aspectos como legibilidade, clareza visuais atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das(quando empregadas), layout do documento eram relações dos processos e fenômenos que não podem serdesconsiderados, apesar da relevância destes aspectos na reduzidos à operacionalização de variáveis.leitura e compreensão da mensagem (3,4). A abordagem qualitativa se aprofunda no mundo dos A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), significados das ações e relações humanas, um lado nãoórgão do Ministério da Saúde, é quem regulamenta as perceptível e não captável em métodos estatísticos.informações de bulas e embalagens de medicamentos no Pesquisa descritiva realizada através artigos científicos eBrasil. A ANVISA intensificou a qualidade e conteúdo bibliográficos disponíveis na biblioteca da FAEMA e eminformacional veiculados a estas bulas, o governo mídia virtual.implementou regulamentações sobre o tema junto aosfabricantes de produtos farmacêuticos. Apesar da A População e amostra se darão com base nasimportância dos aspectos gráficos que influenciam na leitura ocorrências referentes ao Tema, consolidada pelo Institutoe compreensão das bulas de medicamentos, pouco se tem Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Ministério dainvestigado sobre o tema, particularmente sob a ótica do Saúde.design gráfico (5). 3 REVISÃO DE LITERATURA Conforme estudos verificados, percebe-se que pouco setem feito a respeito dessa temática, se observa que poucas 3.1 Bula de medicamentospessoas tem o hábito de ler atentamente uma bula antes deingerir qualquer substância medicamentosa, tendo em vista Segundo a Resolução - RDC nº 47/2009, bula é oa dificuldades de leitura por parte dos pacientes devido à alta documento legal sanitário que contém informações técnico -complexidade na interpretação, tanto por falta do hábito cientificas e orientadoras sobre os medicamentos para o seuquanto pela dificuldade apresentada pelas bulas, devido ao uso racional (4).tamanho das letras, gráficos, linguagem e outros (1). Assim, bula é o nome que se dá ao conjunto de Atreladas à mesma deficiência, encontram-se as informações sobre um medicamento que obrigatoriamentecartelas, uma das principais causadoras da má os laboratórios farmacêuticos devem acrescentar àadministração do medicamento. Atualmente, a maioria das embalagem de seus produtos vendidos no varejo. Ascartelas de medicamentos é de mesma cor e formato, o que informações podem ser direcionadas aos usuários dosdificulta na diferenciação durante um tratamento com muitos medicamentos, aos profissionais de saúde ou a ambos (1,4).remédios. As informações encontradas nas bulas de medicamentos As instruções descritas na bula são dirigidas a dois tipos são, geralmente, divididas e organizadas segundo osde leitores, o profissional de saúde como os médicos, tópicos: nome do medicamento; apresentação, formas ouenfermeiros, farmacêuticos e o paciente, considerado como formulações, composição, informações ao paciente;leigo. Estão inseridas informações como indicação do farmacocinética; indicações; contraindicações; precauções,medicamento e contraindicações, dentre outras informações gravidez; interações; reações adversas; posologia; supernecessárias para cada paciente. dosagem e informações adicionais (1). Devem ser claras ao usuário do medicamento, quando O uso da bula, nos últimos tempos tem sido alvo deusados de forma inadequadas e indiscriminadas, como por muitas divergências quanto a apresentação dos seusexemplo: alterações na pressão arterial, problemas no conteúdos, enquanto os pacientes encontram significativassistema nervoso central, fígado e rins, que podem levar a dificuldades no que diz respeito a forma, legibilidade,internações hospitalares e até mesmo a morte, dependendo linguagem de modo a tornar quase impossível umada forma de uso (1,7,8). interpretação fácil de modo a facilitar o uso do medicamento, os profissionais da saúde normalmente criticam a facilidade A bula representa o principal material de caráter e muitas vezes até a falta de informação tendo em vista oinformativo destinados aos pacientes, e é determinado em seu amplo conhecimento relativo. Com tudo não se tem umlegislação própria que todo medicamento venha consenso sobre o tema (1).acompanhado de uma bula, e deve estar claramente descritaa sua composição, modo de usar, indicações, efeitos O objetivo da descrição na bula, é dar condições para quecolaterais e outras informações importantes (4). tanto um profissional da área pudesse compreender a linguagem, como, também fosse possível que uma pessoa Em alguns casos os próprios profissionais da saúdedeixam de dar esclarecimentos de grande valia para ospacientes, nesse caso quando o paciente desenvolve oRev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 520-525, 521maio-jun, 2018.

Lima EAS, Belato Júnior SG, Terra Júnior AT.leiga pudesse interpretar a mensagem da bula, de certa além da dificuldade de visão também normalmente possuiforma ninguém mais se interessa pelas informações, a não sérias restrições de leitura e interpretação.ser o próprio paciente que fará o uso do medicamentonaquela ocasião (4). A maioria da informação prestada ao paciente, principalmente escrita, é normalmente apresentada num3.2 Importância da leitura formato complexo (3,13). Diversos países estabeleceram critérios para favorecer a legibilidade das bulas dos Todas as informações referentes ao medicamento são de medicamentos Europa, trabalha com um sistema deresponsabilidade do “fabricante, importador e/ou detentor do avaliação da legibilidade (3).registro”(20), que tem o compromisso de informar legalmentetudo sobre o produto, a forma eficiente de usá-lo aos A RDC 47/2009 estabelece critérios específicos parapacientes e pessoas envolvidas na área da saúde (20). forma e conteúdo das bulas, como a especificação da fonte Times New Roman no corpo do texto com tamanho mínimo O sistema de saúde atribui direito garantido pela Lei de dez pontos, a utilização de caixa alta e negrito paraOrgânica da Saúde às informações da bula. Mas todo esse destacar as perguntas e os itens de bula, entre outros (3).conhecimento do conteúdo disponibilizado e da noção deacesso e direito apenas contribuirá positivamente através da No entanto, ao contrário do que ocorre na Europa, noclareza da leitura adequada às precisões da informação e o Brasil não é exigido que as bulas sejam avaliadas pornível de conhecimento das pessoas que utilizam o sistema usuários de medicamentos antes de irem para o mercado.(13). Alguns estudos nacionais e internacionais avaliando a legibilidade de bulas pelos pacientes apontam o tamanho da No Brasil de 1946 até 2009, vários dispositivos letra, a linguagem, o uso de abreviaturas e a excessivalegislativos foram reeditados pela ANVISA sobre o quantidade de informações utilizadas como fatores quedesenvolvimento das normas regulamentando a bula de dificultam a leitura.medicamentos, sendo que deste, nove eram relacionadosaos obstáculos referentes ao entendimento das bulas por Sobre legibilidade das bulas dos medicamentos, quepessoas que usam aquele tipo de remédio ou simplesmente incluiu alguns estudos, foi demonstrado que as bulaspor pessoas que leem a bula (7,11). apresentam diversos problemas de legibilidade, entre os quais: textos insuficientemente claros e simples, utilização de A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por tamanhos de letra pequenos e número reduzido demeio da Resolução da Diretoria Colegiada nº 47 de 2009, ilustrações (3).determinou regras para as bulas de medicamentosregulamentou alguns itens como: tamanho da fonte, A compreensão das informações fornecidas aosconhecimento sobre os remédios genéricos e equivalentes, pacientes é uma questão importante que envolve não só oacesso às recomendações da bula para os deficientes texto em si, mas também a capacidade de ler, compreendervisuais e precisão para os usuários e capacitados na área de e agir sobre informações de saúde (1,2,14,15). Apesar do valorsaúde, além da disponibilidade eletrônica por mais potencial das bulas na informação ao paciente, problemas noconhecimentos e com mais facilidade (7). conteúdo e na apresentação justificam a realização de estudos que avaliem sua eficácia como material educativo Todo cidadão que utiliza o sistema de saúde brasileiro, para o usuário de medicamentos (15).tem o direito garantido pela Lei Orgânica da Saúde àsinformações da bula. Mas todo esse conhecimento do 3.4 Reações adversasconteúdo disponibilizado e todo esse acesso e o direitoapenas não contribuirá positivamente se não houver clareza Diversas são as formas de comunicação, na saúde umada leitura, precisões da informação e o nível de das mais importantes é a bula, uma fonte de diálogo escritoconhecimento das pessoas que utilizam o sistema (6). com o paciente principalmente quanto às reações adversas que são consideradas informações importantes no uso Ler e interpretar um texto é essencial para o seguro dos medicamentos (16). Sabe-se que quando oentendimento; e com no caso da bula não é diferente já que indivíduo ingere uma substância tanto pode fazer bemela traz relatos sobre a apresentação técnica do quanto pode fazer mal, depende muitas vezes da troca demedicamento, noções necessárias ao usuário e situações medicamentos, super dosagens, dificuldades no manuseio,legais competentes. Toda embalagem de medicamento falta de compreensão das informações contidas na bula, máobrigatoriamente deve conter uma bula (12). Ainda para interpretação dos dados e a interação medicamentosa quefacilitar leitura da bula de medicamentos, assim como a muitas por falta de informação os pacientes tomam diversosmudança do tamanho da letra houve a mudança no tipos de medicamentos sem saber se entre eles ocorremespaçamento que separa uma linha da outra entre os interação em alguns casos podendo causar gravesparágrafos. complicações a saúde do usuário (17,18).3.3 Legibilidade da bula Diante disto, uma das grandes vilãs da saúde pública são as reações adversas, que podem causar a morte, A ANVISA desenvolveu um guia de redação de bulas, internações, complicações ao quadro de saúde do indivíduo,objetivando nortear regras e princípios buscando uma melhor portanto é necessário estudos e pesquisas nesta área,compreensão tornando mais claras como por exemplos o estabelecer um diálogo com a sociedade referente a esteuso de frases mais curtas e objetivas (1). Uma bula com letras importante tema, uma sociedade esclarecida, consciente,muito pequenas e linguagem complexa dificulta a responsável, capaz de formar opinião ou apresentar críticas,compreensão tornando difícil para o paciente leigo e desta é uma sociedade também capaz promover grandesforma sempre tornando se necessário a presença de um transformação sociais que podem ir além do simples hábitoprofissional da área da saúde para a devida interpretação, de ler e interpretar uma bula (16 17).nem sempre o diálogo estabelecido entre médico/paciente ésuficiente, principalmente as pessoas da terceira idade pois 3.5 O uso indevido de medicamentos522 Rev Cient FAEMA: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 9, n. ed esp, p. 520-525, maio-jun, 2018.


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