Important Announcement
PubHTML5 Scheduled Server Maintenance on (GMT) Sunday, June 26th, 2:00 am - 8:00 am.
PubHTML5 site will be inoperative during the times indicated!

Home Explore Telaris 7 ano geografia

Telaris 7 ano geografia

Published by Artur Mineboy, 2023-01-03 19:48:37

Description: PNLD2020_Telaris_Geografia_7ano_PR

Search

Read the Text Version

["Apesar de o agroneg\u00f3cio, em raz\u00e3o das exporta\u00e7\u00f5es, colaborar para a balan\u00e7a co- Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas mercial do pa\u00eds, a atividade traz impactos negativos. A produ\u00e7\u00e3o dos produtos prim\u00e1rios Ap\u00f3s a leitura do texto e a observa\u00e7\u00e3o da fotografia, \u00e9 im- voltados para a exporta\u00e7\u00e3o leva \u00e0 redu\u00e7\u00e3o da biodiversidade, causada pelo desmatamen- portante que os alunos tenham apreendido a diferen\u00e7a entre o to e pela implanta\u00e7\u00e3o de extensas monoculturas; contamina o solo e as \u00e1guas superficiais destino e a escala da produ\u00e7\u00e3o do agroneg\u00f3cio e a agricultura e subterr\u00e2neas, devido ao excesso de adubos qu\u00edmicos e herbicidas; e compacta o solo familiar. Essa discuss\u00e3o con- templa a habilidade EF07GE06. com o tr\u00e1fego de m\u00e1quinas pesadas durante o plantio, tratos culturais e colheita. Comente que, de acordo com J\u00e1 a agricultura familiar n\u00e3o produz para exporta\u00e7\u00e3o e se mant\u00e9m no espa\u00e7o rural, o artigo 3o da Lei no 11.346, de 15 de setembro de 2006, a se- fornecendo os g\u00eaneros aliment\u00edcios de que a popula\u00e7\u00e3o depende. \u00c9 considerado agri- guran\u00e7a alimentar e nutricional: cultor familiar aquele que pratica atividades no meio rural, em pequenas propriedades consiste na realiza\u00e7\u00e3o do direi- to de todos ao acesso regular e \u2013 de 5 a 100 hectares \u2013 e usa principalmente m\u00e3o de obra familiar. Cerca de 80% das permanente a alimentos de qua- lidade, em quantidade suficien- propriedades rurais do Brasil pertencem aos agricultores familiares, que produzem te, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, cerca de 20% da produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola e 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. tendo como base pr\u00e1ticas ali- mentares promotoras de sa\u00fade Tendo em vista as necessidades da produ\u00e7\u00e3o familiar, desde o emprego de semen- que respeitem a diversidade cul- tural e que sejam ambiental, cul- tes selecionadas at\u00e9 o desenvolvimento da unidade de produ\u00e7\u00e3o, foi criado o Programa tural, econ\u00f4mica e socialmente sustent\u00e1veis. Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), em 1995. Ele financia as BRASIL. Lei n. 11.346, unidades de agricultura familiar com taxas de juros baixas, por meio de empr\u00e9stimos de 15 de setembro de 2006, Bras\u00edlia, DF. Dispon\u00edvel em: banc\u00e1rios. Ind\u00edgenas e quilombolas que se dedicam \u00e0 agricultura familiar tamb\u00e9m s\u00e3o <www.planalto.gov.br\/ccivil_03\/_ Ato2004-2006\/2006\/Lei\/L11346. favorecidos por esse programa. Cesar Diniz\/Pulsar Imagens htm>. Acesso em: 9 set. 2018. Paralelamente, a Empresa Brasileira de Pes- No caso do Brasil, a seguran\u00e7a quisa Agropecu\u00e1ria (Embrapa), que faz parte do alimentar e nutricional depende da agricultura familiar, e n\u00e3o do Minist\u00e9rio da Agricultura, Pecu\u00e1ria e Abasteci- agroneg\u00f3cio. mento, tamb\u00e9m atua junto aos agricultores fami- Atividade complementar liares. A Embrapa tem a incumb\u00eancia de definir Compartilhe com os alunos o artigo \u201cAgro \u00e9 tudo. Mas nem pol\u00edticas agr\u00edcolas para o pa\u00eds e suas pesquisas tudo \u00e9 pop\u201d, de Raoni Raj\u00e3o e Carlos Rittl, publicado em 21 de contribuem para aperfei\u00e7oar a m\u00e3o de obra, me- fevereiro de 2018 no Observa- t\u00f3rio do Clima. Dispon\u00edvel em: lhorar as t\u00e9cnicas de cultivo e colheita, recuperar <www.observatoriodoclima.eco. br\/agro-e-tudo-mas-nem-tudo-e- solos degradados, integrar o cultivo, a pecu\u00e1ria, o pop>. Acesso em: 9 set. 2018. Esse artigo traz uma vis\u00e3o cr\u00ed- extrativismo vegetal, e orientar o uso da irriga\u00e7\u00e3o tica sobre o agroneg\u00f3cio no Bra- sil, confrontando o discurso das e dos insumos agr\u00edcolas. A empresa tamb\u00e9m bus- grandes m\u00eddias com dados ob- jetivos e concretos no que diz ca solu\u00e7\u00f5es para os desafios de alcan\u00e7ar a segu- respeito ao desmatamento e \u00e0 viola\u00e7\u00e3o de direitos e proprie- ran\u00e7a alimentar do pa\u00eds, pois todos devem ter dade da terra. Desse modo, a atividade contempla as habili- acesso a uma alimenta\u00e7\u00e3o que promova a sa\u00fade Agricultores trabalham em canteiro de repolho no munic\u00edpio de Ibi\u00fana (SP), dades EF07GE01 e EF07GE03, bem como a CGEB2 e a CEGEF3. da popula\u00e7\u00e3o. em 2017. 1. a) O tamanho dos im\u00f3veis rurais da agricultura familiar \u00e9 bem menor que o Texto e a\u00e7\u2039o dos demais. Eles ocupam 80% dos im\u00f3veis, mas uma pequena percentagem (cerca de 20%) da \u00e1rea total das propriedades rurais. 1. b) \u00c9 porque o agroneg\u00f3cio, que ocupa os melhores solos e as grandes 1 Sobre a agricultura familiar, responda: propriedades rurais, est\u00e1 voltado para o cultivo de exporta\u00e7\u00e3o, ou pela produ\u00e7\u00e3o de mat\u00e9rias-primas industriais. Por isso, n\u00e3o valoriza as a) Ela ocupa 80% dos im\u00f3veis rurais, mas corresponde a apenas 20% do total produzido pela agrope- cu\u00e1ria brasileira. Por que isso ocorre? necessidades da popula\u00e7\u00e3o quanto ao consumo de alimentos. O cultivo dos alimentos consumidos pelos brasileiros acaba sendo b) Ela produz cerca de 70% dos alimentos consumidos pela popula\u00e7\u00e3o brasileira. Explique por que produz 20% do total da produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola e 70% da produ\u00e7\u00e3o de alimentos destinados ao consumo da popu- la\u00e7\u00e3o nacional. efetuado pela agricultura familiar, que responde por 70% dos alimentos, embora represente apenas 20% do total da produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola do Brasil. 2 Sobre a produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola familiar no munic\u00edpio onde voc\u00ea vive, responda: a) H\u00e1 unidades de produ\u00e7\u00e3o familiar? 2. a) Resposta pessoal, que depende do munic\u00edpio onde o aluno reside. b) O que essas unidades produzem? Como produzem? Onde seus produtos s\u00e3o comercializados? 2. b) Resposta pessoal. Meio rural \u2022 CAP\u00cdTULO 6 117 117MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Geolink Atividade 2, item c: Comente Leia o texto a seguir. 1. Os dois aspectos se referem \u00e0 garantia do acesso aos alimentos e \u00e0 com os alunos que em alguns qualidade desses alimentos, garantindo atendimento das necessidades lugares do Brasil e do mundo o acesso a alimentos funcionais nutricionais das pessoas. 2. a) Resposta pessoal. Espera-se que o aluno cite alimentos que ainda \u00e9 um desafio. Muitas pes- oferecem poucos nutrientes. S\u00e3o exemplos: refrigerantes, doces soas n\u00e3o conseguem consumir Seguran\u00e7a alimentar, nutri\u00e7\u00e3o e sa\u00fade alimentos in natura ou minima- mente processados, seja por industrializados (como balas e chicletes), biscoitos industrializados, etc. quest\u00f5es financeiras, seja pe- la aus\u00eancia de informa\u00e7\u00e3o, se- Quais os principais conceitos associados a esse tema? ja pela dist\u00e2ncia dos locais que disp\u00f5em desse tipo de alimen- A ideia de seguran\u00e7a alimentar engloba dois aspectos diferentes:o de acesso aos alimentos [...] e o de alimentos to. Esses lugares s\u00e3o chama- seguros [...]. No contexto [...] da pesquisa \\\"Alimentos, Nutri\u00e7\u00e3o e Sa\u00fade\\\", conduzido pela Embrapa no \u00e2mbito de dos de \u201cdesertos alimentares\u201d sua programa\u00e7\u00e3o e criado com o objetivo de integrar os projetos em andamento e induzir a investiga\u00e7\u00e3o cient\u00edfica e caracterizam-se pela aus\u00ean- visando novos conhecimentos, o foco \u00e9 a seguran\u00e7a alimentar no sentido de garantia do acesso a alimentos de cia de alimentos nutritivos, que qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente para o atendimento \u00e0s necessidades nutricionais. contribuam de modo positivo para a sa\u00fade e o bem-estar da A qualidade nutricional dos alimentos consumidos \u00e9 fundamental. O Conselho Nacional de Seguran\u00e7aAlimen- popula\u00e7\u00e3o. tar (Consea) destaca a rela\u00e7\u00e3o entre a inseguran\u00e7a alimentar e o acesso \u00e0 alimenta\u00e7\u00e3o saud\u00e1vel,derivada n\u00e3o ape- nas na dificuldade de adquirir alimentos saud\u00e1veis, mas tamb\u00e9m no crescente acesso a alimentos de baixo valor Para aprofundar nutricional. PETRO, Guilherme. Deserto Alimentos funcionais Alimentar: comida saud\u00e1vel mesmo \u00e9 comida de verda- Alimentos funcionais s\u00e3o alimentos que promovem benef\u00edcios \u00e0 sa\u00fade que v\u00e3o al\u00e9m das fun\u00e7\u00f5es nutricionais de. Mas quem tem acesso a b\u00e1sicas. O consumo de alimentos funcionais, como parte de uma alimenta\u00e7\u00e3o e estilo de vida saud\u00e1vel, contribui ela? Uol Tab. Dispon\u00edvel em: para a redu\u00e7\u00e3o do risco de doen\u00e7as cr\u00f4nicas n\u00e3o transmiss\u00edveis, como as doen\u00e7as cardiovasculares, o diabetes e <https:\/\/tab.uol.com.br\/de diversos tipos de c\u00e2ncer.Tem sido demonstrado tamb\u00e9m que determinados alimentos t\u00eam papel relevante na me- serto-comida\/#imagem-4>. lhoria do desempenho mental e f\u00edsico, na modula\u00e7\u00e3o do sistema imunol\u00f3gico, entre outros. Acesso em: 24 out. 2018. A Resolu\u00e7\u00e3o no 19\/99 daAnvisa define \\\"alimento funcional\\\" ou \\\"com alega\u00e7\u00f5es de sa\u00fade\\\" como \\\"aquele alimen- Reportagem sobre a ocorr\u00ean- to ou ingrediente que, al\u00e9m das fun\u00e7\u00f5es nutritivas b\u00e1sicas quando consumido como parte da dieta usual, produza cia de desertos alimentares na efeitos metab\u00f3licos e\/ou fisiol\u00f3gicos e\/ou efeitos ben\u00e9ficos \u00e0 sa\u00fade, devendo ser seguro para consumo sem super- cidade de S\u00e3o Paulo. A mat\u00e9ria vis\u00e3o m\u00e9dica\\\". [...] apresenta um mapa que mos- tra a oferta de alimentos in \u00c9 importante destacar que os alimentos funcionais n\u00e3o se destinam \u00e0 preven\u00e7\u00e3o nem ao tratamento de doen\u00e7as, natura na cidade e tamb\u00e9m a limitando-se a contribuir para a manuten\u00e7\u00e3o da sa\u00fade,bem-estar e a redu\u00e7\u00e3o do risco de determinadas doen\u00e7as. [...] distribui\u00e7\u00e3o de estabelecimen- tos de fast food. Al\u00e9m disso, Quais as quest\u00f5es centrais que prevalecem nos debates ligados ao tema? aborda os principais entraves enfrentados pela popula\u00e7\u00e3o Uma das principais quest\u00f5es em debate,quando se trata do tema dos alimentos funcionais,\u00e9 a da comprova\u00e7\u00e3o para ter acesso a alimentos dos efeitos sobre a sa\u00fade. \u00c9 fundamental que os alimentos comercializados ou divulgados como funcionais tenham saud\u00e1veis. seus benef\u00edcios \u00e0 sa\u00fade cientificamente demonstrados ou comprovados para que os consumidores n\u00e3o sejam in- duzidos a erro. [...] Fonte: EMBRAPA. Seguran\u00e7a alimentar, nutri\u00e7\u00e3o e sa\u00fade. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/www.embrapa.br\/ tema-seguranca-alimentar-nutricao-e-saude\/perguntas-e-respostas>. Acesso em: 17 set. 2018. Agora, responda \u00e0s quest\u00f5es. 1 Quais s\u00e3o os dois aspectos que englobam o conceito de seguran\u00e7a alimentar? Diferencie-os. 2 Em duplas, conversem sobre as quest\u00f5es abaixo. Depois, compartilhem-nas com a turma. a) O que voc\u00eas entendem por alimentos de baixo valor nutricional? Citem alguns deles. b) Voc\u00eas se alimentam de forma saud\u00e1vel? Justifique. 2. b) Resposta pessoal. c) Voc\u00eas concordam com o trecho do texto que afirma que \u00e9 mais dif\u00edcil adquirir alimentos saud\u00e1veis? Por qu\u00ea? 2. c) Resposta pessoal. 3 Pesquise na internet alguns exemplos de alimentos funcionais. Depois, responda: 3. b) Resposta pessoal. Se achar oportuno, organize uma atividade interdisciplinar com a) Voc\u00ea costuma consumi-los? Ci\u00eancias e em conjunto com a cantina ou cozinha da escola para incentivar os alunos \u00e0 3. a) Resposta pessoal. pr\u00e1tica de alimenta\u00e7\u00e3o saud\u00e1vel. b) Na escola, h\u00e1 mais oferta de alimentos saud\u00e1veis ou de baixo valor nutricional? Cite alguns exemplos. c) Qual \u00e9 a import\u00e2ncia de se alimentar de forma consciente e consumir alimentos funcionais? 3. c) Alimentar-se de modo consciente e consumir alimentos funcionais beneficia a sa\u00fade e contribui para a redu\u00e7\u00e3o do risco de doen\u00e7as cr\u00f4nicas n\u00e3o transmiss\u00edveis, como as doen\u00e7as cardiovasculares, o diabetes e diversos tipos de c\u00e2ncer. 118 UNIDADE 2 \u00a5 Brasil: utiliza\u2022\u2039o do espa\u2022o 118 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","2 Estrutura e concentra\u00e7\u00e3o Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas fundi\u00e1ria Fa\u00e7a a leitura do texto com os alunos e utilize a tabela para ex- Denomina-se estrutura fundi\u00e1ria a forma como as propriedades agr\u00e1rias de plicar e mostrar as caracter\u00edsticas uma \u00e1rea ou pa\u00eds est\u00e3o organizadas, isto \u00e9, a quantidade, o tamanho e a distribui\u00e7\u00e3o da estrutura fundi\u00e1ria brasileira. social dessas propriedades. Explique que, quanto maior Observe as tabelas abaixo. Note que houve diminui\u00e7\u00e3o do n\u00famero de im\u00f3veis a concentra\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria, me- rurais de 1985 at\u00e9 2017, decorrente de uma concentra\u00e7\u00e3o das terras rurais no Brasil. nor \u00e9 a quantidade de proprie- dades e maior \u00e9 o tamanho das Brasil: propriedades rurais (1975-2017) terras. Uma situa\u00e7\u00e3o como essa \u00e9 marcada pela m\u00e1 distribui\u00e7\u00e3o 1975 1980 1985 1995-1996 2006 2017 de terras entre a popula\u00e7\u00e3o ru- 5 801 809 4 859 865 5 175 636 5 072 152 ral e, consequentemente, pela Estabelecimentos 4 993 252 5 159 851 374 924 929 353 611 246 333 680 037 350 253 329 desigualdade social, tendo em \u00c1rea total (ha) 323 896 082 364 854 421 vista que a posse das terras est\u00e1 concentrada nas m\u00e3os de pou- Brasil: \u00e1rea das propriedades rurais (2017) cos propriet\u00e1rios. Menos de 1 ha De 1 a menos De 10 a menos De 50 a menos De 100 a menos Mais de 500 ha Para aprofundar de 10 ha de 50 ha de 100 ha de 500 ha 606 823 OXFAM BRASIL. Terrenos da N\u00famero de 277 534 1 935 839 1 585 966 393 949 365 453 105 548 desigualdade: terra, agricul- propriedades tura e desigualdade no Bra- 7 711 580 36 854 205 26 929 140 74 164 629 204 316 241 sil rural. novembro de 2016. \u00c1rea total (ha) Dispon\u00edvel em: <www.oxfam. org.br\/sites\/default\/files\/ Fonte das tabelas: IBGE. Censo Agropecu\u00e1rio 2017. Resultados preliminares. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/biblioteca.ibge.gov.br\/visualizacao\/periodicos\/3093\/ arquivos\/relatorio-terrenos_ agro_2017_resultados_preliminares.pdf>. Acesso em: 16 out. 2018. desigualdade-brasil.pdf>. Acesso em: 9 set. 2018. De fato, um dos grandes problemas agr\u00e1rios do Brasil \u00e9 que a maior parte das terras ocupadas e os melhores solos encontram-se nas m\u00e3os de poucos propriet\u00e1- Neste relat\u00f3rio, a ONG rios, chamados de latifundi\u00e1rios. N\u00e3o \u00e9 raro haver enormes \u00e1reas ociosas (latif\u00fandios), Oxfam Brasil apresenta um n\u00e3o utilizadas para a agropecu\u00e1ria, apenas \u00e0 espera de valoriza\u00e7\u00e3o. exame da origem hist\u00f3rica da desigualdade na distribui\u00e7\u00e3o Em contrapartida, um imenso n\u00famero de pequenos propriet\u00e1rios possui \u00e1reas de terras, an\u00e1lise detalhada \u00ednfimas \u2013 os minif\u00fandios \u2013, muitas vezes insuficientes para garantir a suas fam\u00edlias dos dados do Censo Agrope- o sustento e uma boa alimenta\u00e7\u00e3o. A expans\u00e3o das grandes propriedades \u00e0 custa cu\u00e1rio de 2006, informa\u00e7\u00f5es das pequenas, das terras ind\u00edgenas ou quilombolas e das reservas florestais \u00e9 a sobre a viol\u00eancia no campo, causa de violentos conflitos pela terra no Brasil, com dezenas ou centenas de mor- desigualdade no acesso a tes a cada ano. pol\u00edticas agr\u00edcolas, impacto da concentra\u00e7\u00e3o de terra no desenvolvimento regional e municipal, quest\u00f5es fiscais e tribut\u00e1rias, e recomenda- \u00e7\u00f5es para pol\u00edticas p\u00fablicas. Gerson Sobreira\/Terrastock Vista a\u00e9rea de um latif\u00fandio em que se pratica a cafeicultura, no munic\u00edpio de Cristalina (GO), em 2018. Meio rural \u2022 CAP\u00cdTULO 6 119 119MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Reforma agr\u00e1ria Espera-se que, com a leitura Desde os anos 1950 se discute, no Brasil, a reforma agr\u00e1ria, que consiste na ideia Mundo virtual do texto e a observa\u00e7\u00e3o do ma- de reorganiza\u00e7\u00e3o das propriedades do meio rural, visando \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o mais igualit\u00e1- pa, os alunos compreendam a origem hist\u00f3rica da concentra\u00e7\u00e3o ria da terra. Pode-se dizer que a reforma agr\u00e1ria visa \u00e0 mudan\u00e7a na estrutura fundi\u00e1- INCRA. fundi\u00e1ria e como a falta de um ria do pa\u00eds, efetuada pelo Estado, com a desapropria\u00e7\u00e3o de grandes fazendas impro- Dispon\u00edvel em: processo de reforma agr\u00e1ria n\u00e3o dutivas e a distribui\u00e7\u00e3o de lotes de terras a fam\u00edlias camponesas. <www.incra.gov.br>. tornou poss\u00edvel uma distribui\u00e7\u00e3o Acesso em: 16 out. 2018. mais igualit\u00e1ria das terras. Essa Essa pol\u00edtica j\u00e1 foi adotada em v\u00e1rios pa\u00edses, como o Jap\u00e3o e a Coreia do Sul. Nos reflex\u00e3o mobiliza as habilidades Estados Unidos, pa\u00eds que possui a maior produ\u00e7\u00e3o agropecu\u00e1ria do mundo, predomi- Apresenta balan\u00e7o, EF07GE02 e EF07GE09. nam de forma absoluta as propriedades familiares, e n\u00e3o os latif\u00fandios. relat\u00f3rios, not\u00edcias e estat\u00edsticas sobre a Esclare\u00e7a, no entanto, que Embora se observe uma concentra\u00e7\u00e3o de terra menor nos Estados Unidos do reforma agr\u00e1ria no Brasil. existe um Programa Nacional de Reforma Agr\u00e1ria atrav\u00e9s do qual que no Brasil, h\u00e1 de se levar em conta que nos Estados Unidos o crit\u00e9rio de defini\u00e7\u00e3o o Incra seleciona fam\u00edlias inscri- tas no Cadastro \u00danico para reali- de agricultura \u00e9 administrativo, e n\u00e3o dimensional. Isto \u00e9, se um latif\u00fandio tem mais zar o assentamento em im\u00f3veis adquiridos pelo instituto. Podem de 50% de seu t\u00edtulo de propriedade pertencente a uma fam\u00edlia, ele tamb\u00e9m entra se inscrever agricultores a partir de 16 anos, sendo eles sem-terra, na categoria de agricultura familiar. No Brasil, muitas vezes, na pr\u00e1tica, ocorre a posseiros, assalariados, parcei- ros, arrendat\u00e1rios ou aqueles que mesma coisa \u2013 grandes latif\u00fandios pertencem a fam\u00edlias \u2013 mas n\u00e3o seriam consi- possuem propriedade menor que um m\u00f3dulo rural do munic\u00edpio, e derados agricultura familiar porque ultrapassam o tamanho de quatro m\u00f3dulos com renda familiar mensal de at\u00e9 3 sal\u00e1rios m\u00ednimos. fiscais e a m\u00e3o de obra n\u00e3o \u00e9 da pr\u00f3pria fam\u00edlia. Acrescente que a sele\u00e7\u00e3o \u00e9 Essa diferen\u00e7a na ocupa\u00e7\u00e3o da terra entre os Estados Unidos e o Brasil tamb\u00e9m feita seguindo os crit\u00e9rios de: tamanho da fam\u00edlia; for\u00e7a de tra- decorreu da ocupa\u00e7\u00e3o do interior: l\u00e1, no s\u00e9culo XIX, o governo incentivava os imigran- balho da fam\u00edlia; idade do candi- dato; tempo de atividade agr\u00edcola; tes que vinham da Europa a se tornarem pequenos propriet\u00e1rios de terras ainda in- moradia no im\u00f3vel desapropria- do; moradia no munic\u00edpio; tem- cultas; aqui, ao contr\u00e1rio, o po de resid\u00eancia no im\u00f3vel e a renda anual familiar. governo procurou evitar que Brasil: assentamentos rurais da reforma agr\u00e1ria (2015) Portal de Mapas\/Arquivo da editora os imigrantes se tornassem propriet\u00e1rios de terras com 50\u00ba O uma lei promulgada em Equador AP 1850, que proibia o acesso RR 0\u00ba \u00e0 terra, exceto se as pessoas tivessem dinheiro para com- AM PA RN prar. CE AC MT MA PI PB Apesar de intensamen- RO GO te discutida e de terem sido PE criados \u00f3rg\u00e3os governa- OCEANO MS mentais que deveriam im- PAC\u00cdFICO AL plement\u00e1-la, como o Insti- SE tuto Nacional de Coloni- N\u00famero de fam\u00edlias TO za\u00e7\u00e3o e Reforma Agr\u00e1ria At\u00e9 500 BA (Incra), a reforma agr\u00e1ria 501 a 1 000 nunca foi amplamente exe- 1 001 a 2 000 DF OCEANO cutada no Brasil e se deu 2 001 a 8 368 MG ATL\u00c2NTICO apenas de forma parcial. ES SP RJ PR Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio SC N RS OL S 0 400 800 km Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geogr\u00e1\ufb01co escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 135. 120 UNIDADE 2 \u2022 Brasil: utiliza\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o Para aprofundar NAVARRO, Zander. Por que n\u00e3o houve (e nunca haver\u00e1) reforma Neste cap\u00edtulo, o autor discute o uso e o significado das expres- agr\u00e1ria no Brasil? In: BUAINAIN, Ant\u00f4nio M\u00e1rcio et al (ed.). O mundo s\u00f5es \u201cquest\u00e3o agr\u00e1ria\u201d e \u201creforma agr\u00e1ria\u201d. Recapitula o surgimen- rural no Brasil do s\u00e9culo 21: a forma\u00e7\u00e3o de um novo padr\u00e3o agr\u00e1rio to no cen\u00e1rio internacional da discuss\u00e3o sobre a reforma agr\u00e1ria e agr\u00edcola. Bras\u00edlia, DF: Embrapa, 2014. p. 695-724. Dispon\u00edvel em: entre o p\u00f3s-guerra e a d\u00e9cada de 1970, colocando o processo de <www.embrapa.br\/busca-de-publicacoes\/-\/publicacao\/994073\/ redistribui\u00e7\u00e3o de terras de per\u00edodos mais recentes no Brasil como o-mundo-rural-no-brasil-do-seculo-21-a-formacao-de-um-novo-padrao- uma exce\u00e7\u00e3o ao padr\u00e3o mundial. Defende que n\u00e3o houve, em ne- agrario-e-agricola>. Acesso em: 9 set. 2018. nhum momento na hist\u00f3ria do pa\u00eds, uma reforma agr\u00e1ria de fato. 120 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","3 Produtos agr\u00edcolas Nas \u00faltimas d\u00e9cadas houve Ricardo Teles\/Pulsar Imagens Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas um aumento na exporta\u00e7\u00e3o Podem-se agrupar os produtos agr\u00edcolas brasileiros em duas categorias: os cultivos de laranja, em raz\u00e3o de sua A partir da leitura do texto e tradicionais, destinados principalmente \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de alimentos para a popula\u00e7\u00e3o, como valoriza\u00e7\u00e3o no mercado observa\u00e7\u00e3o da fotografia, \u00e9 im- o feij\u00e3o, o arroz e a mandioca; e os cultivos mais valorizados, que s\u00e3o as principais com- internacional. Na foto, portante que os alunos saibam modities do campo, produzidos para exporta\u00e7\u00e3o ou para a ind\u00fastria, como ocorre com colheita em laranjal no diferenciar o produto agr\u00edcola de grande parte da produ\u00e7\u00e3o da cana-de-a\u00e7\u00facar, do munic\u00edpio de Bauru (SP), em commodities. Lembre-os de que algod\u00e3o, do caf\u00e9 e principalmente da soja. 2018. a hist\u00f3ria econ\u00f4mica do pa\u00eds \u00e9 marcada pela produ\u00e7\u00e3o agr\u00edco- Os cultivos tradicionais desde o per\u00edodo co- Na agricultura, uma das la desde a cana-de-a\u00e7\u00facar no lonial s\u00e3o relegados a segundo plano, em geral t\u00e9cnicas de cultivo muito per\u00edodo colonial. cultivados em pequenas propriedades e em ter- utilizadas em terrenos ras menos produtivas. Os cultivos mais valoriza- \u00edngremes \u00e9 a de curva de Comente que a produ\u00e7\u00e3o agr\u00ed- dos destinam-se principalmente \u00e0 exporta\u00e7\u00e3o n\u00edvel, que produz em linhas cola no Brasil come\u00e7ou a se di- ou \u00e0 transforma\u00e7\u00e3o industrial: em geral ocupam de diferentes altitudes no versificar em escala a partir da os melhores solos e s\u00e3o cultivados especialmen- terreno. A curva de n\u00edvel d\u00e9cada de 1960 e, especialmen- te nas m\u00e9dias ou grandes propriedades rurais. auxilia na conserva\u00e7\u00e3o do te, ap\u00f3s a cria\u00e7\u00e3o da Embrapa. solo, evitando deslizamentos Acrescente que, al\u00e9m do agro- Contudo, muitos produtos destinados ao causados pela \u00e1gua da neg\u00f3cio e da agricultura familiar, consumo interno podem eventualmente ser ex- chuva, facilitando seu existem outras classifica\u00e7\u00f5es, co- portados se apresentarem valoriza\u00e7\u00e3o no mer- escoamento e infiltra\u00e7\u00e3o no mo agricultura de subsist\u00eancia, cado internacional, como ocorreu nas \u00faltimas d\u00e9cadas com a laranja. Da mesma forma, solo. Na foto, cafezal em agricultura extensiva e intensiva, os produtos destinados \u00e0 exporta\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m s\u00e3o consumidos dentro do pa\u00eds, mas Londrina (PR), em 2017. agricultura org\u00e2nica e agricultura em geral se exporta o produto de melhor qualidade e deixa-se o de pior qualidade para irrigada. Com exce\u00e7\u00e3o da agricul- o consumo interno. Fabio Colombini\/Acervo do fot\u00f3grafo tura de subsist\u00eancia, as demais podem produzir em larga escala. Quais s\u00e3o os principais produtos agr\u00edcolas do Brasil? Vamos conhec\u00ea-los a seguir. A partir do s\u00e9culo XIX at\u00e9 o in\u00ed- Caf\u00e9 cio do s\u00e9culo XX, o caf\u00e9 se tornou o principal produto da economia Origin\u00e1rio do norte da \u00c1frica, o caf\u00e9 foi introduzido no Brasil em 1727, na Amaz\u00f4- brasileira. Em 1917, foi criada a nia, onde seu cultivo n\u00e3o obteve sucesso. No in\u00edcio do s\u00e9culo XIX, foi transplantado Bolsa do Caf\u00e9 no centro do mu- para a Baixada Fluminense e expandiu-se para o Vale do Para\u00edba, entre o Rio de Janei- nic\u00edpio de Santos (SP). Em 1922, ro e S\u00e3o Paulo, onde sua cultura prosperou de forma satisfat\u00f3ria, fato que coincidiu a Bolsa de Valores foi transferida com o aumento do consumo internacional. para o Pal\u00e1cio da Bolsa Oficial de Caf\u00e9, que atualmente abriga o Em raz\u00e3o do relevo acidentado do Vale do Para\u00edba, bem como das fortes chuvas Museu do Caf\u00e9. e da forma de plantio \u2013 que n\u00e3o observou as curvas de n\u00edvel para evitar a eros\u00e3o \u2013, a cultura cafeeira acabou esgotando rapida- Explique que o setor cafeei- mente os solos dessa \u00e1rea. ro do Brasil conta com o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira Os cafezais estenderam-se, ent\u00e3o, para o (Funcaf\u00e9), criado em 1986, cujos interior do estado de S\u00e3o Paulo, inicialmente, at\u00e9 recursos s\u00e3o alocados para pes- as regi\u00f5es de Campinas, Sorocaba e Ribeir\u00e3o quisas, financiamento da produ- Preto. Depois, para Presidente Prudente, Mar\u00ed- \u00e7\u00e3o, qualifica\u00e7\u00e3o da m\u00e3o de obra lia, Assis e, finalmente, para o norte do Paran\u00e1, e publicidade dos caf\u00e9s brasilei- onde se destaca a cidade de Londrina. ros em \u00e2mbito nacional e inter- nacional. Al\u00e9m disso, a Embrapa Commodity: esse termo vem do ingl\u00eas e significa coordena o Cons\u00f3rcio Brasileiro mercadoria. No com\u00e9rcio internacional \u00e9 usado para de Pesquisa e Desenvolvimen- se referir a mat\u00e9rias-primas (min\u00e9rios e produtos to do Caf\u00e9 (CBP&D\/Caf\u00e9), que agropecu\u00e1rios) ou bens industrializados com pouca tem o objetivo de promover pes- tecnologia (a\u00e7\u00facar, carnes industrializadas, etc.). quisas sobre variedades de alta qualidade e desenvolvimento de tecnologias a serem utilizadas no processo produtivo. Ao apre- sentar um breve hist\u00f3rico dos produtos agr\u00edcolas no Brasil, a ha- bilidade EF07GE05 \u00e9 mobilizada. Meio rural \u2022 CAP\u00cdTULO 6 121 121MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas No in\u00edcio do s\u00e9culo XIX, o caf\u00e9 representava cerca de 20% das exporta\u00e7\u00f5es bra- Oriente os alunos a ler os dois sileiras e era o terceiro produto em import\u00e2ncia, ap\u00f3s o a\u00e7\u00facar e o algod\u00e3o. Passou primeiros par\u00e1grafos e analisar o mapa, mobilizando assim a habi- a ser, no fim daquele s\u00e9culo, o primeiro artigo na pauta das exporta\u00e7\u00f5es do pa\u00eds, lidade EF07GE09. Pergunte-lhes quais estados, al\u00e9m dos que fo- representando mais de 60% dos produtos comercializados pelo Brasil no mercado ram citados, produzem caf\u00e9. internacional. No fim do s\u00e9culo XIX, o Brasil: dez principais munic\u00edpios Portal de Mapas\/Arquivo da editora Explique que das varia\u00e7\u00f5es pa\u00eds se tornou o grande fornecedor produtores de caf\u00e9 (2015) de caf\u00e9s existentes, o Brasil internacional de caf\u00e9, chegando a pro- exporta os gr\u00e3os das esp\u00e9- duzir cerca de 75% do total mundial. 50\u00ba O cies Coffea arabica e Coffea canephora, conhecidas res- Atualmente o pa\u00eds ainda ocupa RR pectivamente como ar\u00e1bica e co- o posto de maior produtor e expor- 0\u00ba AP Equador nilon. A primeira \u00e9 origin\u00e1ria da Abiss\u00ednia (atualmente sudoeste tador do mundo, por\u00e9m, a import\u00e2n- AM PA da Eti\u00f3pia, nordeste do Sud\u00e3o e cia desse produto nas exporta\u00e7\u00f5es norte do Qu\u00eania) e \u00e9 considera- do pa\u00eds diminuiu bastante, represen- AC RO TO MA CE RN OCEANO da um gr\u00e3o que produz um caf\u00e9 tando, hoje, menos de 4% do valor N MT PI ATL\u00c2NTICO com aroma e sabor mais refina- total exportado. Apesar disso, con- PB dos. J\u00e1 a segunda tem origem na tinua a ser um produto relativamen- DF BA PE 6. Itamaraju Bacia do Congo, tem sabor mais te importante na pauta de nossas GO amargo e \u00e9 utilizada para mis- exporta\u00e7\u00f5es (veja novamente o gr\u00e1- MS AL tura ou combina\u00e7\u00e3o de gr\u00e3os fico na abertura do cap\u00edtulo). Em SE (os chamados blends) e pela 2016, Minas Gerais participava com SP ind\u00fastria do caf\u00e9 instant\u00e2neo. quase metade da produ\u00e7\u00e3o cafeeira PR 5. Prado do Brasil, seguida por Esp\u00edrito Santo, De acordo com os dados da Bahia, S\u00e3o Paulo, Rond\u00f4nia e Para- OL SC 7. Nova Ven\u00e9cia Companhia Nacional de Abaste- n\u00e1. Veja, ao lado, o mapa com os RS cimento (Conab), foram produzi- S 2. Jaguar\u00e9 das no Brasil aproximadamente MG 3. Vila Val\u00e9rio 44,7 milh\u00f5es de sacas em 2017, Produ\u00e7\u00e3o de caf\u00e9 em sendo que 76% foi do tipo ar\u00e1bica OCEANO PAC\u00cdFICOgr\u00e3o total (t) ES 4. Sooretama e 22% do tipo conilon. Os dados do Conselho dos Exportadores Sem produ\u00e7\u00e3o 10. Linhares de Caf\u00e9 do Brasil (CeCaf\u00e9) apon- 1 a 500 RJ Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio tam que foram exportados quase 501 a 1 000 31 milh\u00f5es de sacas, que repre- 1 001 a 2 000 9. Manhua\u00e7u sentam 5,2 bilh\u00f5es de reais. Os 2 001 a 23 000 principais pa\u00edses importadores 23 001 a 42 000 1. Patroc\u00ednio do caf\u00e9 brasileiro foram Esta- 8. Nova Resende dos Unidos (19,86%), Alemanha (17,91%), It\u00e1lia (9,05%), Jap\u00e3o 0 510 1 020 km (6,81%) e B\u00e9lgica (5,73%). Caso julgue necess\u00e1rio, informe que principais munic\u00edpios produtores de Fonte: IBGE. Resultados da produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola municipal 2015. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.ibge. uma saca equivale a 60 quilogra- caf\u00e9 no Brasil. gov.br\/home\/presidencia\/noticias\/imprensa\/ppts\/00000027422109112016210223405721.pdf>. mas. Apesar de mais de 88% das Acesso em: 10 abr. 2018. exporta\u00e7\u00f5es serem em gr\u00e3os, o pa\u00eds tamb\u00e9m exporta o caf\u00e9 Soja Sergio Ranalli\/Pulsar Imagens processado (torrado e sol\u00favel). Planta leguminosa de grande va- A soja \u00e9 destaque na agricultura brasileira. Na foto, trabalhador acerta carga de soja em Esclare\u00e7a que o cultivo da soja lor proteico e origin\u00e1ria da China, a caminh\u00e3o ap\u00f3s a colheita em Le\u00f3polis (PR), em 2018. se expandiu pelo desmatamen- soja foi introduzida no sul do Brasil to de \u00e1reas de grande biodiver- por imigrantes japoneses no in\u00edcio do sidade e por \u00e1reas previamente s\u00e9culo passado. O seu cultivo expan- desmatadas e ocupadas pela diu-se bastante a partir dos anos pecu\u00e1ria. Quando o pasto empo- 1970, devido a pesquisas da Embra- brece, o gado \u00e9 levado a outras pa que levaram a corre\u00e7\u00f5es da acidez regi\u00f5es, e a soja ocupa o seu lu- dos solos nas \u00e1reas de Cerrado do gar. Ambientalistas alertam que Brasil central. Alimento b\u00e1sico para o essa pr\u00e1tica afeta a biodiversida- gado su\u00edno, bovino e aves, al\u00e9m de de resultando em desequil\u00edbrio mat\u00e9ria-prima para v\u00e1rios tipos de ambiental. ind\u00fastria (de \u00f3leos, tintas, corantes, processamento de diversos alimen- tos, etc.), tornou-se o grande desta- que da agricultura e das exporta\u00e7\u00f5es brasileiras em fun\u00e7\u00e3o da procura no mercado internacional. 122 UNIDADE 2 \u2022 Brasil: utiliza\u2022\u2039o do espa\u2022o 122 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Em 1990, o Brasil produziu cerca de 20 milh\u00f5es de toneladas de soja e, em 2016, Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas a produ\u00e7\u00e3o chegou a atingir os 104 milh\u00f5es. A soja e seus derivados (principalmente Oriente a leitura e a observa- \u00e7\u00e3o do mapa, contemplando a \u00f3leos e farelos) alcan\u00e7am cerca de 13% do valor total das exporta\u00e7\u00f5es brasileiras. Nos habilidade EF07GE09. \u00c9 impor- tante que os alunos percebam \u00faltimos anos o Brasil se tornou o segundo maior produtor e o maior exportador mundial que a regi\u00e3o Centro-Oeste \u00e9 a maior produtora de soja no pa\u00eds. desse gr\u00e3o, ultrapassando os Es- Brasil: dez principais munic\u00edpios Portal de Mapas\/Arquivo da editora tados Unidos, que s\u00e3o o maior pro- produtores de soja (2015) Segundo a Associa\u00e7\u00e3o Bra- dutor e segundo maior consumidor. sileira dos Produtores de Soja O maior importador do produto \u00e9 a 50\u00ba O (Aprosoja), 49% da produ\u00e7\u00e3o \u00e9 processada, 44% \u00e9 destinada \u00e0 China, que nos \u00faltimos anos se tor- RR AP Equador exporta\u00e7\u00e3o do gr\u00e3o in natura e 0\u00ba 7% para outros usos e estoque. O processamento da soja \u00e9 fei- nou o maior consumidor mundial, to majoritariamente por esma- gamento, sendo 79% em farelo em raz\u00e3o de seu imenso efetivo de AM PA MA CE RN 8. Quer\u00eancia e 21% em \u00f3leo. A maior parte do gado su\u00edno e aves. PI PB farelo de soja (52%) \u00e9 exportada AC RO e o restante (48%) se destina \u00e0 A soja foi o cultivo que mais PE 6. Formosa ra\u00e7\u00e3o animal da pecu\u00e1ria na- cresceu no Brasil nas \u00faltimas d\u00e9- N AL do Rio Preto cional. J\u00e1 o \u00f3leo produzido, sua cadas e, atualmente, \u00e9 o ramo mais maior parte (77%) \u00e9 destinada importante da agricultura e do TO SE 1. Sorriso \u00e0 alimenta\u00e7\u00e3o e \u00e0 produ\u00e7\u00e3o do agroneg\u00f3cio. Os principais estados MT BA 5. S\u00e3o Desid\u00e9rio biodiesel no Brasil, e o restante produtores de soja, pela ordem, (23%) \u00e9 exportado. Esses dados s\u00e3o: Mato Grosso, Paran\u00e1, Rio OL 7. Nova Ubirat\u00e3 mostram a depend\u00eancia da pro- Grande do Sul, Goi\u00e1s e Mato Gros- DF 4. Nova Mutum du\u00e7\u00e3o de soja em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 ex- so do Sul. Essa cultura tamb\u00e9m se porta\u00e7\u00e3o e ao mercado de carnes. espalha por partes de S\u00e3o Paulo, S GO MG 2. Sapezal oeste da Bahia e sul do Maranh\u00e3o ES 9. Diamantino De acordo com os dados da Produ\u00e7\u2039o de soja (t) MS Secretaria de Com\u00e9rcio Exterior Sem produ\u00e7\u00e3o SP RJ 3. Campo Novo (Secex) do Minist\u00e9rio da Ind\u00fas- 1 a 500 do Parecis tria, Com\u00e9rcio Exterior e Servi\u00e7os 501 a 2 000 PR (MDIC), em 2017, o Brasil expor- 2 001 a 200 000 Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio tou 68,1 milh\u00f5es de toneladas de 200 001 a 837 000 SC Jata\u00ed soja que geraram uma receita de 837 001 a 2 000 000 RS 10. 25,7\u00a0bilh\u00f5es de d\u00f3lares. Os prin- cipais pa\u00edses importadores foram OCEANO China (79%), Espanha (2,9%), Tai- l\u00e2ndia (2,4%), Holanda (2,3%) e ATL\u00c2NTICO 0 510 1 020 km Ir\u00e3 (1,8%). Essa situa\u00e7\u00e3o eviden- cia a grande depend\u00eancia do setor e do Piau\u00ed. Veja, ao lado, o mapa Fonte: elaborado com base em IBGE. Resultados da produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola municipal 2015. Dispon\u00edvel em rela\u00e7\u00e3o ao mercado chin\u00eas. com os principais munic\u00edpios bra- em: <http:\/\/www.ibge.gov.br\/home\/presidencia\/noticias\/imprensa\/ppts\/0000002742210911201621022 sileiros que produzem soja. 3405721.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018. Explique que o desenvolvi- mento do etanol para ser usado Flex: desenvolvido pela como combust\u00edvel teve in\u00edcio em meados da d\u00e9cada de 1920. Con- Cana-de-a\u00e7\u0153car ind\u00fastria automobil\u00edstica, tudo, o grande impulso ocorreu esse tipo de carro funciona na d\u00e9cada de 1970, com a crise mundial do petr\u00f3leo. A diminui- Origin\u00e1ria da \u00c1sia, a cana-de-a\u00e7\u00facar foi introduzida no Brasil pelos colonizadores com qualquer propor\u00e7\u00e3o de \u00e7\u00e3o da oferta de petr\u00f3leo levou portugueses no s\u00e9culo XVI. Durante s\u00e9culos, a Zona da Mata nordestina foi a grande mistura de gasolina e \u00e0 cria\u00e7\u00e3o do Programa Nacional \u00e1lcool no tanque. do \u00c1lcool (Pro\u00e1lcool) em 1975. Por meio desse programa, o go- produtora no pa\u00eds. Os f\u00e9rteis solos de massap\u00ea e a menor dist\u00e2ncia em rela\u00e7\u00e3o ao mer- verno visava diminuir a depen- d\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao petr\u00f3leo e, cado europeu propiciaram condi\u00e7\u00f5es favor\u00e1veis a esse Rubens Chaves\/Pulsar Imagens especialmente, \u00e0 gasolina. Para tanto, incentivou a produ\u00e7\u00e3o de cultivo. Al\u00e9m de produzir o a\u00e7\u00facar, que \u00e9 exportado e abas- cana-de-a\u00e7\u00facar, do etanol e de ve\u00edculos com motores movidos tece o mercado interno, a cana serve tamb\u00e9m para a pro- a \u00e1lcool. O Pro\u00e1lcool foi encerrado em meados da d\u00e9cada de 1990. du\u00e7\u00e3o de \u00e1lcool, importante fonte de energia. O Brasil \u00e9 o maior produtor mundial da cana-de-a\u00e7\u00facar, que \u00e9 cultiva- da principalmente em S\u00e3o Paulo (60% do total nacional), Paran\u00e1, Minas Gerais e Pernambuco. A grande expans\u00e3o dos canaviais no Brasil, especial- mente em S\u00e3o Paulo, est\u00e1 ligada ao uso do \u00e1lcool hidrata- do (o etanol) como combust\u00edvel em autom\u00f3veis. Uma par- te desse etanol \u00e9 consumida internamente pela imensa frota de ve\u00edculos \u2013 usado puro ou misturado \u00e0 gasolina nos carros flex \u2013 e outra parte \u00e9 exportada, pois v\u00e1rios pa\u00edses O solo de massap\u00ea, caracter\u00edstico do litoral nordestino, \u00e9 tamb\u00e9m passaram a usar o \u00e1lcool misturado com a gaso- bastante f\u00e9rtil e colaborou para o cultivo da cana-de-a\u00e7\u00facar no lina como forma de diminuir a polui\u00e7\u00e3o do ar nas cidades. Nordeste. Na foto, planta\u00e7\u00e3o de cana-de-a\u00e7\u00facar come\u00e7a a despontar em solo de massap\u00ea, em Itamb\u00e9 (PE), em 2016. Meio rural \u2022 CAP\u00cdTULO 6 123 Para aprofundar CORTEZ, Lu\u00eds Augusto Barbosa et al. Da cria\u00e7\u00e3o ao fim do Pro\u00e1lcool. Este cap\u00edtulo detalha a hist\u00f3ria do Programa Nacional do \u00c1lcool, In: CORTEZ, Lu\u00eds Augusto Barbosa. Pro\u00e1lcool \u2013 Universidades e Em- abordando o desenvolvimento dos motores, os institutos envolvidos presas: 40 Anos de Ci\u00eancia e Tecnologia para o Etanol Brasileiro. em pesquisas pioneiras de t\u00e9cnicas para obten\u00e7\u00e3o e melhora do \u00e1l- S\u00e3o Paulo: Blucher, 2016. p. 29-60. cool, e as montadoras automobil\u00edsticas que estabeleceram acordos com o governo para participar do programa. 123MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas A cana-de-a\u00e7\u00facar \u00e9 uma monocultura que provoca grandes impactos ambientais Minha biblioteca e sociais negativos. \u00c9 l\u00f3gico que qualquer atividade agr\u00edcola que emprega recursos Oriente os alunos a ler o texto e a analisar o gr\u00e1fico, contemplan- naturais, como \u00e1gua e solo, e usa fertilizantes e praguicidas provoca algum impacto Verdes canaviais, de do as habilidades EF07GE02 e ambiental negativo; entretanto, pela grande extens\u00e3o de terras que ocupa e, princi- Vera Vilhena de Toledo e EF07GE10. Comente que a ten- C\u00e2ndida Vilares Gancho, d\u00eancia de aumento da produ\u00e7\u00e3o e da \u00e1rea colhida potencializa os palmente, pelo m\u00e9todo de cultivo e colheita (com queima da palha ao ar livre, emitindo S\u00e3o Paulo: Moderna, problemas ambientais gerados por essa monocultura. fuligem e gases do efeito estufa), a cultura da cana impacta intensamente o ambiente. 2014. Al\u00e9m disso, nas monoculturas n\u00e3o \u00e9 raro a utiliza\u00e7\u00e3o do corte manual da cana, ativi- A cana-de-a\u00e7\u00facar, Converse com os alunos so- introduzida no Brasil bre as condi\u00e7\u00f5es de trabalho dos cortadores de cana. Explique que, dade extremamente desgastante para os trabalhadores. Observe o gr\u00e1fico a seguir, colonial, foi respons\u00e1vel embora atualmente grande par- te do corte seja mecanizada, em que apresenta dados sobre produ\u00e7\u00e3o da cana-de-a\u00e7\u00facar no Brasil de 2005 a 2015. pela coloniza\u00e7\u00e3o do \u00e1reas \u00edngremes o corte \u00e9 feito litoral e pelo manualmente. O trabalhador \u00e9, em sua maioria, migrante de bai- Brasil: \u00e1rea colhida e produ\u00e7\u00e3o de cana-de-a\u00e7\u00facar (2005-2015) desenvolvimento do xa escolaridade que deixa sua Nordeste a\u00e7ucareiro. cidade apenas no per\u00edodo de co- lheita da cana. Ou seja, o traba- Banco de imagens\/Arquivo da editora O livro aborda as lho \u00e9 sazonal. Apesar de ser um trabalho assalariado, frequente- \u00c1rea colhida (Mil hectares)11 000 900 000 contradi\u00e7\u00f5es envolvidas mente \u00e9 comparado ao trabalho Produ\u00e7\u00e3o (Mil toneladas) escravo pela viol\u00eancia (f\u00edsica 10 000 800 000 na atividade e psicol\u00f3gica), pelas jornadas exaustivas, pelas condi\u00e7\u00f5es de 9 000 700 000 agroindustrial insalubridade nos alojamentos e pelo custo do transporte (entre 8 000 600 000 canavieira. a cidade de origem e o canavial) 7 000 ser considerado como uma d\u00edvida a ser paga atrav\u00e9s do trabalho. 6000 500000 O texto abaixo apresenta mais informa\u00e7\u00f5es sobre o cotidiano 5000 400000 de trabalho do cortador de cana. Caso considere oportuno, com- 4000 300000 Fonte: elaborado com base em partilhe os dados com os alunos. 3 000 IBGE. Resultados da produ\u00e7\u00e3o 2000 200000 agr\u00edcola municipal 2015. Texto complementar 1000 100000 Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.ibge. gov.br\/home\/presidencia\/noticias\/ Um trabalhador que corta 00 12 toneladas de cana, em m\u00e9- 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 dia, por dia de trabalho realiza as seguintes atividades no dia: Produ\u00e7\u00e3o (Mil toneladas) \u00c1rea colhida (Mil hectares) imprensa\/ppts\/0000002742210911 2016210223405721.pdf>. Acesso \u2022 Caminha 8.800 metros. em: 10 abr. 2018. \u2022 Despende 133.332 golpes de pod\u00e3o. Arroz \u2022 Carrega 12 toneladas de ca- Origin\u00e1rio da \u00c1sia, o arroz \u00e9 um produto b\u00e1sico para a alimenta\u00e7\u00e3o brasileira e Planta\u00e7\u00e3o de arroz irrigado na em montes de 15 kg, em mundial. Os maiores produtores do globo s\u00e3o pa\u00edses asi\u00e1ticos bastante populosos: no munic\u00edpio de Jaragu\u00e1 do m\u00e9dia; portanto, faz 800 tra- China, \u00cdndia, Indon\u00e9sia e Bangladesh. O Brasil \u00e9 o maior produtor fora da \u00c1sia. Sul (SC), em 2016. jetos e 800 flex\u00f5es, levando 15 kg nos bra\u00e7os por uma H\u00e1 no pa\u00eds duas variedades principais: o arroz de v\u00e1rzea ou irrigado, que \u00e9 culti- dist\u00e2ncia de 1,5 a 3 metros. vado nos vales fluviais e oferece rendimento maior; e o arroz de sequeiro, que depen- de das chuvas. O Rio Grande do Sul \u00e9 o maior produtor nacional de arroz (45% do total), \u2022 Faz aproximadamente seguido por Mato Grosso, Minas Gerais, Maranh\u00e3o e Santa Catarina. 36.630 flex\u00f5es e entorses to- r\u00e1cicos para golpear a cana. Daniel Cymbalista\/Pulsar Imagens \u2022 Perde, em m\u00e9dia, 8 litros de 124 UNIDADE 2 \u2022 Brasil: utiliza\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o \u00e1gua por dia, por realizar toda esta atividade sob sol Comente com os alunos que a produ\u00e7\u00e3o brasileira anual de arroz forte do interior de S\u00e3o Pau- \u00e9 aproximadamente de 12 milh\u00f5es de toneladas por ano, sendo que lo, sob os efeitos da poeira, 800 mil toneladas s\u00e3o destinadas \u00e0 exporta\u00e7\u00e3o. Os principais desti- da fuligem expelida pela ca- nos do arroz brasileiro, em 2017, foram Cuba, Peru, Serra Leoa, Sene- na queimada, trajando uma gal e Nicar\u00e1gua, segundo os dados da Secretaria de Com\u00e9rcio Exterior indument\u00e1ria que o protege (Secex) do Minist\u00e9rio da Ind\u00fastria, Com\u00e9rcio Exterior e Servi\u00e7os (MDIC). da cana, mas aumenta sua temperatura corporal. ALVES, Francisco. Por que morrem os cortadores de cana? Sa\u00fade e Sociedade. S\u00e3o Paulo. v.\u00a015, n. 3, set-dez. 2006, p. 90-98. 124 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Trigo Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas O trigo tamb\u00e9m \u00e9 origin\u00e1rio da \u00c1sia e \u00e9 Zig Koch\/Tyba Oriente os alunos a ler o texto observando as fotografias. Co- um produto essencial na alimenta\u00e7\u00e3o brasi- mente que o Brasil produz cerca de 5,5 milh\u00f5es de toneladas de leira e mundial. \u00c9 utilizado na fabrica\u00e7\u00e3o de trigo, por\u00e9m o consumo gira em torno de 11 milh\u00f5es de toneladas. p\u00e3es, massas, bolos, tortas, biscoitos, doces, Explique que o trigo \u00e9 um cereal que cresce em lugares frios e, etc. \u00c9 um cereal tradicionalmente cultivado portanto, as condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas da maior parte do Brasil n\u00e3o s\u00e3o em clima temperado ou subtropical, embora compat\u00edveis para o seu cultivo. Existem estudos da Embrapa que nas \u00faltimas d\u00e9cadas seu cultivo venha se apontam para a possibilidade de se alcan\u00e7ar a autossufici\u00eancia, expandindo na regi\u00e3o tropical do Brasil cen- por\u00e9m isso dependeria de incen- tivos e subs\u00eddios do governo. Por tral. Entretanto, os maiores produtores bra- fim, a produ\u00e7\u00e3o de pa\u00edses expor- tadores de trigo, como a Argenti- sileiros s\u00e3o os estados sulinos: Paran\u00e1 (60% na e o Canad\u00e1, possuem pre\u00e7os muito mais competitivos. da produ\u00e7\u00e3o nacional) e Rio Grande do Sul A cotonicultura \u00e9 uma ativi- (27%), seguidos por S\u00e3o Paulo, Minas Gerais, dade agr\u00edcola brasileira tradi- cional. No s\u00e9culo XIX, houve o Santa Catarina e Goi\u00e1s. primeiro grande ciclo de cres- cimento, quando p\u00f4de fornecer O Brasil n\u00e3o \u00e9 autossuficiente na produ- Colheita mecanizada de trigo em Arapoti (PR), no norte do estado, em 2017. a mat\u00e9ria-prima para as ind\u00fas- trias inglesas, durante a Guerra \u00e7\u00e3o de trigo. O pa\u00eds importa cerca de metade de Secess\u00e3o nos Estados Unidos (1861-1865). No in\u00edcio do s\u00e9cu- do seu consumo anual da Argentina, dos Estados Unidos e do Canad\u00e1. Nos anos 1950, lo XX, com a industrializa\u00e7\u00e3o, houve o aumento da produ\u00e7\u00e3o come\u00e7ou-se a incentivar o cultivo do trigo, pois o pa\u00eds importava a maior parte do que de tecidos no mercado interno, contribuindo para o crescimen- consumia (mais de 80%). to da ind\u00fastria t\u00eaxtil e do consu- mo do algod\u00e3o. O setor passou Nos anos 1980, esse g\u00eanero aliment\u00edcio destinado ao mercado interno sofreu por crises atreladas \u00e0 situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica do pa\u00eds e do merca- grande expans\u00e3o, gra\u00e7as aos subs\u00eddios governamentais, como cr\u00e9ditos banc\u00e1rios, do internacional, al\u00e9m de sofrer ataques de pragas como o besou- assist\u00eancia t\u00e9cnica, etc., e o pa\u00eds passou a importar apenas 25% do consumo interno. ro bicudo-do-algodoeiro. A partir da d\u00e9cada de 1990, reestrutu- No decorrer dos anos 1990, ap\u00f3s a cria\u00e7\u00e3o do Mercosul, a expans\u00e3o dessa cultura Mercosul: Mercado rou-se com apoio da Embrapa e diminuiu por causa da maior competitividade do produto argentino (que, com os acor- Comum do Sul, associa\u00e7\u00e3o do governo. Atualmente, o pa\u00eds dos do Mercosul, passou a entrar no pa\u00eds sem pagar impostos). Em 2015, cerca de 50% entre v\u00e1rios pa\u00edses \u00e9 um dos maiores produtores do trigo consumido foi importado. Apesar disso, a produ\u00e7\u00e3o interna praticamente sul-americanos, cujos mundiais de algod\u00e3o. dobrou de 2000 at\u00e9 2015, em raz\u00e3o do aumento do consumo de trigo no pa\u00eds. membros fundadores s\u00e3o Brasil, Argentina, Uruguai e Algod\u2039o Paraguai. Destina-se principalmente a incentivar O algod\u00e3o produzido no Brasil destina-se \u00e0 exporta\u00e7\u00e3o e \u00e0s ind\u00fastrias t\u00eaxtil (pro- o com\u00e9rcio entre esses du\u00e7\u00e3o de tecidos) e de alimentos (fabrica\u00e7\u00e3o de \u00f3leo comest\u00edvel). Pela sua import\u00e2ncia pa\u00edses por meio da industrial, tem a maior parte da comercializa\u00e7\u00e3o controlada por grandes empresas do elimina\u00e7\u00e3o das tarifas de ramo t\u00eaxtil ou de alimentos enlatados, ou por intermedi\u00e1rios, que revendem o produ- importa\u00e7\u00e3o, que s\u00e3o taxas to para a ind\u00fastria. Existem dois tipos principais de algod\u00e3o no Brasil: o arb\u00f3reo ou de ou impostos que um pa\u00eds fibra, predominante no Nordeste, e o herb\u00e1ceo ou de caro\u00e7o, o mais importante em cobra para permitir a termos de produ\u00e7\u00e3o e que comercializa\u00e7\u00e3o de produtos estrangeiros no territ\u00f3rio nacional. predomina no Centro-Sul. O Marillia Camelo\/Folhapress algod\u00e3o \u00e9 produzido princi- palmente nos estados de Mato Grosso, Bahia, Goi\u00e1s, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Maranh\u00e3o. Beneficiamento de algod\u00e3o em ind\u00fastria t\u00eaxtil de Fortaleza (CE), em 2018. Meio rural \u2022 CAP\u00cdTULO 6 125 Texto complementar De acordo com a Associa\u00e7\u00e3o Brasileira dos Produtores de Algo- bioma do cerrado, que tem esta\u00e7\u00f5es secas e chuvosas bem defini- d\u00e3o (Abrapa), o Brasil conquistou e mant\u00e9m o status de campe\u00e3o das. \u201cEssa \u00e9 uma vantagem para o calend\u00e1rio da produ\u00e7\u00e3o, pois o mundial em produtividade nas lavouras de algod\u00e3o em regime de algod\u00e3o \u00e9 plantado e se desenvolve na \u00e9poca das chuvas, ficando a sequeiro, que \u00e9 como se chama o cultivo sem irriga\u00e7\u00e3o. [...] colheita para o per\u00edodo de seca. A agricultura de sequeiro consome n\u00e3o apenas menos \u00e1gua, como energia\u201d, diz. De acordo com o presidente da Abrapa, [\u2026] a cotonicultura bra- sileira praticada nas \u00faltimas d\u00e9cadas encontrou solu\u00e7\u00f5es para pro- PORTAL NOT\u00cdCIAS AGR\u00cdCOLAS. Cotonicultura brasileira \u00e9 campe\u00e3 duzir cada vez mais algod\u00e3o por hectare, usando apenas a \u00e1gua da de produtividade sem irriga\u00e7\u00e3o. 22 mar. 2018. Dispon\u00edvel em: <www. chuva. A mais importante delas foi a concentra\u00e7\u00e3o da cultura no noticiasagricolas.com.br\/noticias\/algodao\/210393-cotonicultura-brasileira- e-campea-de-produtividade-sem-irrigacao.html>. Acesso em: 10 set. 2018. 125MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Feij\u00e3o Domesticado: processo de tornar um alimento Oriente a leitura do texto e con- Produto b\u00e1sico na alimenta\u00e7\u00e3o nacional, embora em geral desvalorizado co- adequado ao consumo verse com os alunos sobre cada mercialmente (exceto nos raros per\u00edodos de escassez e aumento nos pre\u00e7os), o humano que costumava um dos produtos agr\u00edcolas. feij\u00e3o \u00e9 um alimento produzido quase sempre em pequenas propriedades, que uti- levar v\u00e1rios s\u00e9culos. Hoje, lizam t\u00e9cnicas agr\u00edcolas tradicionais. \u00c9 um alimento importante na hist\u00f3ria da hu- \u00e9 mais r\u00e1pido devido \u00e0 Explique que o Brasil n\u00e3o so- manidade desde tempos remotos. Acredita-se que foi domesticado h\u00e1 11 mil anos moderna tecnologia mente \u00e9 o maior consumidor de no Sudeste Asi\u00e1tico, ou que isso ocorreu h\u00e1 7 mil anos no continente americano. \u00c9 gen\u00e9tica. O milho, por feij\u00e3o, como tamb\u00e9m \u00e9 o maior prov\u00e1vel que essas duas domestica\u00e7\u00f5es tenham ocorrido, pois h\u00e1 diversas varieda- exemplo, domesticado produtor do mundo. A produ\u00e7\u00e3o des de feij\u00e3o, algumas nativas da \u00c1sia e outras da Am\u00e9rica. \u00c9 produzido principal- pelos povos de feij\u00e3o \u00e9 destinada a suprir mente nos estados do Paran\u00e1, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina, Goi\u00e1s, S\u00e3o Pau- pr\u00e9-colombianos em as necessidades do mercado lo e Cear\u00e1. partes da Am\u00e9rica Central interno. Comente que o Brasil e da Am\u00e9rica do Norte, produz, em m\u00e9dia, 3 milh\u00f5es Cacau Rubens Chaves\/Pulsar Imagens apresentava originalmente de toneladas de feij\u00e3o por ano, espigas do tamanho de e que existem diversos tipos de Origin\u00e1rio das Florestas Tropicais da Cultivo de cacau pelo m\u00e9todo sombreado, no uma unha humana (2 ou 3 feij\u00e3o no mercado, como: cario- Am\u00e9rica Central e do norte da Am\u00e9rica do munic\u00edpio de Uru\u00e7uca (BA), em 2016. cm). Com cruzamentos ca, preto, branco, de-corda, fra- Sul, o cacau j\u00e1 era uma planta conhecida e entre esp\u00e9cies cada vez dinho, jalo, jalo-roxo, rosinha, muito valorizada por povos pr\u00e9-colombia- maiores e de sabor mais azuki, esverdeado, roxinho e o nos, como maias, astecas e incas. Foi leva- palat\u00e1vel, ele foi se mulatinho. Entretanto, 85% dos do da Amaz\u00f4nia para o sul da Bahia, onde desenvolvendo at\u00e9 chegar feij\u00f5es consumidos no Brasil s\u00e3o se desenvolveu bastante, gra\u00e7as ao cultivo \u00e0s variedades de milho do tipo carioca. sombreado. Esse estado produz hoje cerca que existem hoje. de 55% do total nacional, seguido pelo Par\u00e1, Comente que a maior parte com 40%. O cacau \u00e9 utilizado na fabrica\u00e7\u00e3o Sombreado: produzido na da produ\u00e7\u00e3o de cacau do sul da de chocolates, licores, produtos farmac\u00eau- sombra de outras \u00e1rvores, Bahia \u00e9 feita de maneira agroe- ticos e cosm\u00e9ticos. Grande parte de sua evitando a exposi\u00e7\u00e3o col\u00f3gica, preservando a biodi- produ\u00e7\u00e3o \u00e9 exportada. direta ao sol. versidade e os recursos h\u00eddricos. Fumo De acordo com a Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade, o Brasil \u00e9 o O tabaco produzido no Brasil \u00e9 destinado basicamente \u00e0s exporta\u00e7\u00f5es e \u00e0s segundo maior produtor de fo- ind\u00fastrias de cigarros. Os principais estados produtores s\u00e3o Rio Grande do Sul, lhas de tabaco do mundo, atr\u00e1s Santa Catarina e Paran\u00e1. apenas da China. Se oportuno, comente sobre as doen\u00e7as de- Uva Delfim Martins\/Tyba correntes do tabagismo, como enfisema pulmonar, bronquite, Cerca de 53% da produ\u00e7\u00e3o da uva infarto, AVC, impot\u00eancia sexual, \u00e9 empregada na fabrica\u00e7\u00e3o de sucos doen\u00e7as reum\u00e1ticas, \u00falceras g\u00e1s- e vinhos. O estado do Rio Grande do tricas, altera\u00e7\u00f5es visuais, altera- Sul produz mais da metade do total \u00e7\u00f5es na mem\u00f3ria, complica\u00e7\u00f5es cultivado no pa\u00eds, seguido por Per- na gravidez e v\u00e1rios tipos de c\u00e2n- nambuco e S\u00e3o Paulo. cer (nos pulm\u00f5es, na bexiga, na boca, na laringe). Colheita de uva no Vale do S\u00e3o Francisco, em Petrolina (PE), em 2016. Esclare\u00e7a que a produ\u00e7\u00e3o de uva no Brasil est\u00e1 vinculada \u00e0 126 UNIDADE 2 \u00a5 Brasil: utiliza\u2022\u2039o do espa\u2022o produ\u00e7\u00e3o de vinho. Portanto, se a colheita da uva em uma safra n\u00e3o for boa, afetar\u00e1 a produ\u00e7\u00e3o nacional da bebida. A vinicultura na regi\u00e3o Sul tem forte influ\u00ean- cia da coloniza\u00e7\u00e3o italiana, es- pecialmente na regi\u00e3o da Serra Ga\u00facha (nordeste do Rio Grande do Sul). J\u00e1 no Nordeste brasilei- ro, o cultivo da uva se concentra no polo de fruticultura por irriga- \u00e7\u00e3o de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), implantado pela Compa- nhia de Desenvolvimento do Vale do S\u00e3o Francisco e do Parna\u00edba (Codevasf) na d\u00e9cada de 1970. 126 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Milho e mandioca Rubens Chaves\/Pulsar Imagens Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Milho e mandioca s\u00e3o produtos agr\u00edcolas importantes para a alimenta\u00e7\u00e3o huma- Mandiocas ap\u00f3s colheita no Comente com os alunos que o na e animal. Ambos s\u00e3o origin\u00e1rios do continente americano: foram domesticados e munic\u00edpio de Itaguaj\u00e9 (PR), milho \u00e9 um cereal nativo do con- eram bastante consumidos pelos povos pr\u00e9-colombianos antes da chegada dos co- em 2017. tinente americano e domesticado lonizadores europeus. por povos pr\u00e9-colombianos. Ou seja, existia antes mesmo da O Brasil \u00e9 o terceiro maior produtor mundial de milho, atr\u00e1s dos Estados Unidos chegada dos europeus \u00e0 Am\u00e9- e da China. Sua produ\u00e7\u00e3o espalha-se pelo territ\u00f3rio nacional, principalmente nos es- rica. Atualmente, \u00e9 consumido tados de Mato Grosso, Paran\u00e1, Mato Grosso do Sul e Goi\u00e1s. Embora a maior parte da de diferentes formas (em gr\u00e3o, produ\u00e7\u00e3o fique no mercado interno, o Brasil tamb\u00e9m \u00e9 um grande exportador mundial, conserva, farinha, flocos, pas- atr\u00e1s apenas dos Estados Unidos. Em 2015, as ta, etc.), e \u00e9 largamente utiliza- vendas de milho ao mercado externo renderam do como ingrediente b\u00e1sico da ao pa\u00eds cerca de 3 bilh\u00f5es de d\u00f3lares. ind\u00fastria aliment\u00edcia e de bebi- das, como insumo para produ- A mandioca, tamb\u00e9m conhecida como \u00e7\u00e3o de biocombust\u00edvel e para mandioca-mansa, aipim ou macaxeira, \u00e9 mui- compor a ra\u00e7\u00e3o animal (seme- to presente na alimenta\u00e7\u00e3o dos brasileiros. lhante \u00e0 soja). Desde antes da vinda dos portugueses, j\u00e1 fazia parte da alimenta\u00e7\u00e3o ind\u00edgena. Segundo o IBGE, em 2017, fo- ram produzidas mais de 21 mi- Atualmente, o Brasil \u00e9 o segundo maior lh\u00f5es de toneladas de mandioca. produtor mundial de mandioca, atr\u00e1s apenas O Brasil \u00e9 o segundo maior pro- da Nig\u00e9ria. As unidades da federa\u00e7\u00e3o que se dutor mundial, atr\u00e1s apenas da destacam no cultivo da mandioca s\u00e3o: Par\u00e1, Nig\u00e9ria. A mandioca foi eleita pe- Paran\u00e1, Bahia e Maranh\u00e3o. Cerca de 87% desse la ONU o alimento do s\u00e9culo XXI, alimento \u00e9 produzido pela agricultura familiar. pois \u00e9 um dos principais alimen- tos de mais de 700 milh\u00f5es de Frutas pessoas, especialmente em pa\u00ed- ses em desenvolvimento. Al\u00e9m O Brasil \u00e9 o terceiro maior produtor mundial de frutas, ap\u00f3s a China e a \u00cdndia. As dessa fun\u00e7\u00e3o, a mandioca \u00e9 cada principais frutas produzidas e consumidas no pa\u00eds s\u00e3o, pela ordem: laranja, banana, vez mais utilizada na alimenta\u00e7\u00e3o manga, mel\u00e3o, lim\u00e3o e lima, uva, mam\u00e3o, ma\u00e7\u00e3, melancia, figo, abacate, p\u00eassego e do gado, e a f\u00e9cula extra\u00edda dela abacaxi. O pa\u00eds tamb\u00e9m se destaca na produ\u00e7\u00e3o de nozes e castanhas. \u00e9 utilizada nas ind\u00fastrias qu\u00edmi- ca, t\u00eaxtil, de fertilizantes, farma- O a\u00e7a\u00ed, planta nativa da Amaz\u00f4nia, \u00e9 extra\u00edda principalmente no Par\u00e1, mas h\u00e1 anos c\u00eautica e de cosm\u00e9ticos. Assim passou a ser cultivada e sua produ\u00e7\u00e3o tem se ampliado devido ao aumento do consu- como o milho, sua domestica\u00e7\u00e3o mo e das exporta\u00e7\u00f5es. Veja alguns dados sobre a fruticultura brasileira. e seu consumo ocorreram antes da chegada dos portugueses \u00e0 Brasil: principais frutas produzidas e exportadas (2015) Am\u00e9rica do Sul. PRODU\u00c7\u00c3O EXPORTA\u00c7\u00c3O Analise com os alunos a ta- bela de produ\u00e7\u00e3o e exporta\u00e7\u00e3o Fruta Toneladas Fruta Milh\u00f5es de d\u00f3lares de frutas e destaque a diferen\u00e7a na produ\u00e7\u00e3o da laranja e da ba- Laranja 16 273 634 Laranja* 964,7 nana, assim como a exporta\u00e7\u00e3o da laranja e da manga. Banana 7 012 901 Manga 184,3 Informe aos alunos que a di- Melancia 2 171 288 Mel\u00e3o 154,2 versidade clim\u00e1tica propicia o cultivo de frutas tropicais, sub- Abacaxi 3 407 701 Nozes e castanhas 153,3 tropicais e temperadas no Brasil. Acrescente que a exporta\u00e7\u00e3o de Coco 1 790 736 Lim\u00e3o e lima 78,6 frutas tem grande influ\u00eancia do Sistema de Produ\u00e7\u00e3o Integra- Mam\u00e3o 1 603 351 Uva 72,3 * A laranja, fruta que rende mais d\u00f3lares no da, coordenado pelo Minist\u00e9rio com\u00e9rcio exterior, \u00e9 exportada mais na forma da Agricultura, Pecu\u00e1ria e Abas- Uva 1 507 419 Mam\u00e3o 43,6 de sucos e n\u00e3o in natura (ao natural). tecimento. Esse sistema busca Fonte: Anu\u00e1rio Brasileiro da Fruticultura, 2016. adequar os processos produti- vos visando obter produtos de Meio rural \u2022 CAP\u00cdTULO 6 127 qualidade, obedecendo \u00e0 legis- la\u00e7\u00e3o sanit\u00e1ria e promovendo boas pr\u00e1ticas e sustentabilidade da produ\u00e7\u00e3o. 127MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Laranja Oriente os alunos a ler o texto Nos anos 1990, a citricultura passou por grande expans\u00e3o no Brasil, em virtude e analisar o mapa, contemplan- do a habilidade EF07GE09. Des- do aumento das exporta\u00e7\u00f5es de suco de laranja e da participa\u00e7\u00e3o das empresas mul- taque que, apesar de S\u00e3o Paulo ser o maior produtor, diversos tinacionais na produ\u00e7\u00e3o de suco. Neste novo s\u00e9culo, por\u00e9m, a \u00e1rea plantada e a pro- outros estados tamb\u00e9m produ- zem laranja. du\u00e7\u00e3o total v\u00eam diminuindo. O pa\u00eds continua a ser o maior produtor mundial de laran- Esclare\u00e7a que a produ\u00e7\u00e3o de ja e o maior exportador do suco de laranja. laranjas no estado de S\u00e3o Pau- lo teve in\u00edcio em Limeira (SP). A principal regi\u00e3o produtora \u00e9 o estado de S\u00e3o Paulo (mais de 70% da produ\u00e7\u00e3o Dessa forma, nacional da laranja e mais de 90% da produ\u00e7\u00e3o e exporta\u00e7\u00e3o do suco), com destaque [...] a citricultura expande-se, na d\u00e9cada seguinte, para Bebe- para os munic\u00edpios de Casa Branca, Itapetininga, Buri e Botucatu. douro (SP) e Araraquara (SP). O impulso do circuito produtivo ci- A produ\u00e7\u00e3o de laranja \u00e9 quase totalmente controlada pelas ind\u00fastrias de suco. tr\u00edcola no Brasil, especialmente em S\u00e3o Paulo (principal regi\u00e3o Como os Estados Unidos s\u00e3o o segundo maior produtor e tamb\u00e9m o maior importador produtora) deveu-se \u00e0 instala- \u00e7\u00e3o das grandes ind\u00fastrias de mundial, o aumento nas exporta\u00e7\u00f5es brasileiras de suco de laranja est\u00e1 ligado princi- suco de laranja concentrado na d\u00e9cada de 60. Sua implanta\u00e7\u00e3o palmente a crises peri\u00f3dicas da citricultura norte-americana. Essas crises, concentra- e expans\u00e3o nesse estado propor- cionaram o desenvolvimento do das na Fl\u00f3rida, produ- Brasil: dez principais munic\u00edpios maior parque citr\u00edcola do mun- zem aumento na pro- produtores de laranja (2015) do que, desde seu nascimento, du\u00e7\u00e3o e exporta\u00e7\u00e3o do teve como destino principal o Brasil. Da mesma for- 50\u00ba O Portal de Mapas\/Arquivo da editora mercado internacional. ma, a grande produ\u00e7\u00e3o RR AP Na d\u00e9cada de 1980, o plantio nos Estados Unidos di- 0\u00ba Equador acelerado gerou excedentes de oferta de mat\u00e9ria-prima e ent\u00e3o minui as exporta\u00e7\u00f5es e o mercado interno de frutas c\u00ed- tricas apresentou-se como uma a produ\u00e7\u00e3o brasileiras. alternativa para escoar os exces- sos da produ\u00e7\u00e3o paulista (ELIAS, Al\u00e9m disso, medidas AM MA 2003). Na d\u00e9cada de 1990 o vo- restritivas \u00e0s importa- RO PA CE RN lume de citros duplicou. \u00e7\u00f5es do produto brasi- leiro, implementadas AC PI PB TOLEDO, Marcio; CASTILLO, PE Ricardo. Grandes empresas e uso corporativo do territ\u00f3rio: o caso TO AL 6. Rio Real do circuito espacial produtivo da SE laranja. Geosul, Florian\u00f3polis, ocasionalmente pelo MT BA 9. Inhambupe v. 23, n. 46, p. 79-93, governo norte-ameri- cano, levam \u00e0 retra\u00e7\u00e3o N DF 4. Col\u00f4mbia jul.\/dez. 2008. Dispon\u00edvel em: dessa cultura no Brasil. OL GO <https:\/\/periodicos.ufsc.br\/index. MS MG 10. Boa Esperan\u00e7a S ES do Sul php\/geosul\/issue\/view\/1256>. SP Acesso em: 11 set. 2018. 1. Casa Branca PR Texto e a\u00e7\u00e3o 8. Agua\u00ed Atividade 2: Desafie os alunos Produ\u2022\u2039o de laranja (t) 5. Botucatu a elaborar manualmente o gr\u00e1- fico, aprimorando as no\u00e7\u00f5es de Sem produ\u00e7\u00e3o RJ Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio propor\u00e7\u00e3o. Explique como fazer 1 a 500 o c\u00e1lculo para obter as porcenta- 501 a 2 000 2. Itapetininga gens e os \u00e2ngulos. Ser\u00e1 necess\u00e1- 2 001 a 100 000 rio utilizar um transferidor. Essa Fonte: elaborado com base em 100 001 a 240 000 SC 7. Angatuba OCEANO atividade mobiliza a habilidade IBGE. Resultados da produ\u00e7\u00e3o 240 001 a 700 000 RS 3. Buri ATL\u00c2NTICO EF07GE10. agr\u00edcola municipal 2015. Dispon\u00edvel 0 395 790 km em: <http:\/\/www.ibge.gov. br\/home\/presidencia\/noticias\/ imprensa\/ppts\/0000002742210911 2016210223405721.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2018. Texto e a\u00e7\u00e3o 1 Com base no que voc\u00ea leu at\u00e9 agora, voc\u00ea conclui que o Brasil \u00e9 um pequeno, m\u00e9dio ou um grande produtor agr\u00edcola? Justifique. 1. Espera-se que o aluno conclua que o Brasil \u00e9 um grande produtor (e exportador) agr\u00edcola, um dos dois maiores do mundo ao lado dos Estados Unidos. 2 A partir da tabela Brasil: principais frutas produzidas e exportadas (2015), elabore um gr\u00e1fico circular que apresente o valor das exporta\u00e7\u00f5es (em d\u00f3lar). N\u00e3o se esque\u00e7a do t\u00edtulo, da legenda e da fonte dos dados. 2. Oriente os alunos na elabora\u00e7\u00e3o do gr\u00e1fico. 128 UNIDADE 2 \u2022 Brasil: utiliza\u2022\u2039o do espa\u2022o 128 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","4 Pecu\u00e1ria Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas A cria\u00e7\u00e3o de gado bovino para corte \u00e9 praticada especialmente nas grandes pro- Com os alunos, fa\u00e7a a leitura priedades rurais, com mais de mil hectares. A pecu\u00e1ria bovina leiteira, a avicultura e a do texto e analise o mapa cui- suinocultura s\u00e3o mais praticadas nas pequenas propriedades. O Brasil, atualmente, \u00e9 dadosamente. Pergunte a eles o maior exportador mundial de carne bovina e de frango, e \u00e9 o quarto exportador de quais as caracter\u00edsticas das re- carne su\u00edna, tipo de carne mais consumido em todo o mundo. gi\u00f5es que n\u00e3o possuem cria\u00e7\u00e3o de bovino. Essa discuss\u00e3o mo- Desde os anos 1970, o consumo da carne de frango vem aumentando no Brasil. biliza as habilidades EF07GE06 Nas \u00faltimas d\u00e9cadas, a avicultura teve \u00f3timo desenvolvimento, com a fun\u00e7\u00e3o de suprir e EF07GE09. o mercado interno, compensar parcialmente o decl\u00ednio do consumo da carne bovina, que \u00e9 mais cara, e tamb\u00e9m para exporta\u00e7\u00e3o. De 2,2 milh\u00f5es de toneladas em 1990, a O texto a seguir aborda as mu- produ\u00e7\u00e3o nacional de carne de frango subiu para cerca de 12,5 milh\u00f5es em 2015. dan\u00e7as que o mercado de carne bovina no Brasil sofreu nas \u00falti- Outro tipo de carne que vem apresentando crescimento na produ\u00e7\u00e3o, exporta- mas d\u00e9cadas. \u00e7\u00e3o e no consumo interno \u00e9 a su\u00edna. Em 2016, o Brasil atingiu a posi\u00e7\u00e3o de quinto produtor mundial, ap\u00f3s China, Estados Unidos, Alemanha e Espanha, e se tornou o O atual destaque em pro- quarto maior exportador. du\u00e7\u00e3o, com\u00e9rcio e merca- do da carne bovina \u00e9 uma Pecu\u00e1ria bovina imagem completamente di- ferente do que se via 40 anos A cria\u00e7\u00e3o bovina \u00e9 o tipo de pecu\u00e1ria mais importante no Brasil, tanto no forneci- atr\u00e1s no Brasil. Quando se tinha menos da metade do mento de carne quanto na produ\u00e7\u00e3o de leite para as ind\u00fastrias de latic\u00ednios e para o rebanho atual, cuja produ\u00e7\u00e3o n\u00e3o atendia em muito nem a consumo da popula\u00e7\u00e3o. demanda da popula\u00e7\u00e3o bra- sileira. Desta forma, pode-se O rebanho nacional, um dos maiores do mundo, somava 212 milh\u00f5es de cabe\u00e7as considerar que nas \u00faltimas quatro d\u00e9cadas, a pecu\u00e1ria em 2016. O n\u00famero de cabe\u00e7as de gado superou a popula\u00e7\u00e3o brasileira, que no mes- bovina sofreu uma moder- niza\u00e7\u00e3o revolucion\u00e1ria sus- mo ano era de 207 milh\u00f5es de tentada por avan\u00e7os no n\u00edvel tecnol\u00f3gico dos sistemas de habitantes. Brasil: rebanho bovino (2012) produ\u00e7\u00e3o e na organiza\u00e7\u00e3o da cadeia, com claro reflexo na O rebanho bovino brasileiro 50\u00ba O Portal de Mapas\/Arquivo da editora qualidade da carne bovina. ainda se concentra no Centro-Sul, 0\u00ba RR AP Equador Em termos de rebanho, seu apesar de uma recente expans\u00e3o AM efetivo mais que dobrou nas pela Amaz\u00f4nia, fator que contri- PA CE Atol das Arq. de \u00faltimas quatro d\u00e9cadas, en- buiu para o desmatamento da RO MA PI Rocas Fernando quanto que a \u00e1rea de pasta- floresta. Os estados com maior de Noronha gens pouco avan\u00e7ou ou at\u00e9 quantidade de cabe\u00e7as de gado TO BA RN diminuiu em algumas regi\u00f5es, s\u00e3o Mato Grosso, Minas Gerais, MT PB o que por si comprova gran- Goi\u00e1s, Mato Grosso do Sul, Par\u00e1 de salto em produtividade. O e Rio Grande do Sul. Observe o AC DF PE aumento em produtividade mapa ao lado. GO tamb\u00e9m se baseia em outros AL elementos importantes, como SE o aumento do ganho de peso dos animais, a diminui\u00e7\u00e3o na OCEANO mortalidade, o aumento nas ATL\u00c2NTICO taxas de natalidade e tamb\u00e9m na expressiva diminui\u00e7\u00e3o na MG Arq. dos idade ao abate, com forte me- Abrolhos lhora nos \u00edndices de desfru- OCEANO MS te do rebanho, evoluindo de PAC\u00cdFICO ES aproximadamente 15% para SP at\u00e9 25%. Todos esses ganhos Concentra\u00e7\u00e3o de PR RJ Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio foram poss\u00edveis gra\u00e7as a cres- rebanho bovino N cente ado\u00e7\u00e3o de tecnologias SC pelos produtores rurais es- A pecu\u00e1ria bovina hoje se concentra Baixa RS OL pecialmente nos eixos de ali- principalmente em \u00e1reas onde o impacto menta\u00e7\u00e3o, gen\u00e9tica, manejo e ambiental \u00e9 maior devido \u00e0 exist\u00eancia de M\u00e9dia S sa\u00fade animal. 0 455 910 km matas nativas: nas \u00e1reas de Cerrado do Alta GOMES, Rodrigo da Brasil central e avan\u00e7ando cada vez mais C.; FEIJ\u00d3, Gelson L. D.; Unidades de abate CHIARI, Lucimara. Evolu\u00e7\u00e3o para a Amaz\u00f4nia. e fabrica\u00e7\u00e3o de e Qualidade da Pecu\u00e1ria produtos de carne Brasileira. Embrapa Gado de Corte \u2013 Nota t\u00e9cnica. Fonte: elaborado com base em IBGE. Agroind\u00fastria 2012. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/atlasescolar.ibge.gov. br\/images\/atlas\/mapas_brasil\/brasil_agroindustria.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2018. Campo Grande, 24 de mar\u00e7o de 2017. Dispon\u00edvel Meio rural \u2022 CAP\u00cdTULO 6 129 em: <www.embrapa.br\/ documents\/10180\/21470602\/ EvolucaoeQualidadePecuaria. pdf>. Acesso em: 11 set. 2018. 129MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas No Brasil predomina a ra\u00e7a de bovinos zebu, origin\u00e1ria da \u00cdndia e que se adaptou muito bem ao clima do pa\u00eds. Contudo, em diversas \u00e1reas do Centro-Sul, o zebu sofreu Comente que, de acordo com aprimoramentos gen\u00e9ticos e modificou-se, engordando e crescendo rapidamente. Os a Associa\u00e7\u00e3o Brasileira das In- gados nelore, gir e guzer\u00e1 s\u00e3o o resultado de melhoramentos da ra\u00e7a zebu. Em \u00e1reas d\u00fastrias Exportadoras de Carnes restritas no Rio Grande do Sul, cria-se gado de origem europeia, sobretudo ra\u00e7as ho- (Abiec), em 2017, os principais landesas e dinamarquesas, como hereford, polled angus e durham. pa\u00edses importadores da carne bo- vina brasileira foram Hong Kong, No Nordeste e na Amaz\u00f4nia predomina uma pecu\u00e1ria primitiva, com cria\u00e7\u00f5es China, Egito, Ir\u00e3 e Uni\u00e3o Europeia. extensivas de gado zebu r\u00fastico ou \u201ccrioulo\u201d. De acordo com a Associa\u00e7\u00e3o Outras cria\u00e7\u00f5es C\u00e2ndido Neto\/Op\u00e7\u00e3o Brasil Imagens Brasileira de Prote\u00edna Animal (ABPA), o Brasil exporta cerca de Al\u00e9m do gado bovino, a pecu\u00e1ria brasileira se destaca na cria\u00e7\u00e3o de: 18% da produ\u00e7\u00e3o de carne su\u00edna e se configura como o quarto \u2022 su\u00ednos \u2013 depois da avicultura e do rebanho bovino, o su\u00edno tem o maior con- maior exportador, atr\u00e1s de Chi- na, Estados Unidos, R\u00fassia e tingente do pa\u00eds, com cerca de 38 milh\u00f5es de porcos. Tamb\u00e9m \u00e9 mais nume- Vietn\u00e3. A carne su\u00edna brasileira roso no Centro-Sul, principalmente em Santa Catarina, Paran\u00e1, Rio Grande do est\u00e1 presente em mais de 70 Sul e Minas Gerais; pa\u00edses no mundo, por\u00e9m as ex- porta\u00e7\u00f5es para a R\u00fassia e Hong \u2022 ovinos \u2013 os carneiros s\u00e3o criados em especial no Rio Grande do Sul, que atu- Kong representam mais de 67% do total exportado. A produ\u00e7\u00e3o almente det\u00e9m aproximadamente 25% das 17,3 milh\u00f5es de cabe\u00e7as existentes brasileira conta com o Progra- no pa\u00eds. Depois v\u00eam Bahia, Cear\u00e1 e Piau\u00ed; ma Nacional de Sanidade dos Su\u00eddeos (PNSS), que objetiva a \u2022 caprinos \u2013 \u00e9 muito comum a cria\u00e7\u00e3o de caprinos no preven\u00e7\u00e3o de doen\u00e7as, a manu- ten\u00e7\u00e3o e a amplia\u00e7\u00e3o das zonas Brasil, especialmente no Nordeste, onde se adapta- livres de doen\u00e7as e a certifica\u00e7\u00e3o ram muito bem e s\u00e3o muito importantes para o for- e o monitoramento das granjas. necimento de carne e leite \u00e0 popula\u00e7\u00e3o regional. H\u00e1 aproximadamente 9 milh\u00f5es desses animais no pa\u00eds, Na avicultura, o Brasil \u00e9 l\u00edder com cerca de 39% desse total no estado da Bahia, de exporta\u00e7\u00e3o. Da produ\u00e7\u00e3o to- 15% em Pernambuco e 14% no Piau\u00ed; tal, cerca de 34% s\u00e3o exportados para mais de 140 pa\u00edses, sendo \u2022 aves \u2013 com aproximadamente 1,25 bilh\u00e3o de aves os principais importadores Ar\u00e1- bia Saudita, China, Jap\u00e3o e Hong \u2013 principalmente frangos, mas tamb\u00e9m perus, Kong. O controle da produ\u00e7\u00e3o e avestruzes, codornas, galinhas-d\u2019angola e outras das condi\u00e7\u00f5es sanit\u00e1rias da avi- \u2013, o Brasil possui a maior cria\u00e7\u00e3o da Am\u00e9rica e, no cultura \u00e9 realizado pelo Sistema mundo, \u00e9 inferior apenas \u00e0 de alguns pa\u00edses asi\u00e1- de Inspe\u00e7\u00e3o Federal (SIF) e pelo ticos e \u00e0 da R\u00fassia. A avicultura cresceu bastante Programa Nacional de Sanidade nas \u00faltimas d\u00e9cadas, concentrando-se em particu- Av\u00edcola (PNSA). lar nos estados do Centro-Sul do pa\u00eds, especialmen- te no Paran\u00e1 e em S\u00e3o Paulo. Atualmente, o maior consumo de carnes no Brasil \u00e9 de frangos, que tamb\u00e9m \u00e9 o tipo de carne que o pa\u00eds mais exporta. Cria\u00e7\u00e3o de caprinos no munic\u00edpio de S\u00e3o Jo\u00e3o do Piau\u00ed (PI), em 2017. Texto e a\u00e7\u2039o 1. Espera-se que o aluno conclua que isso ocorreu porque a carne de frango \u00e9 mais barata que a bovina. 1 A cria\u00e7\u00e3o de aves, especialmente frangos, tornou-se bastante relevante no Brasil. Por que nas \u00faltimas d\u00e9cadas o consumo de carne de frango superou o de carne bovina? 2 Observe o mapa Brasil: rebanho bovino (2012), na p\u00e1gina 129. Perceba que a pecu\u00e1ria bovina se con- centra em \u00e1reas onde o impacto ambiental \u00e9 maior devido \u00e0 presen\u00e7a de \u00e1reas nativas, com o cerra- do no Brasil central, avan\u00e7ando cada vez mais para a Amaz\u00f4nia. \u2022 Por que a pr\u00e1tica da pecu\u00e1ria impacta negativamente essas \u00e1reas? 2. Porque est\u00e1 avan\u00e7ando em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 Amaz\u00f4nia, o que contribui para o desmatamento da floresta. 130 UNIDADE 2 \u00a5 Brasil: utiliza\u2022\u2039o do espa\u2022o 130 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","CONEX\u00d5ES COM MATEM\u00c1TICA \u00c1rea ocupada pelos Milh\u00f5es de estabelecimentos N\u00famero de Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas estabelecimentos agropecu\u00e1rios estabelecimentos agropecu\u00e1rios 300 Atividade 1: Aproveite para 4,5 4,368 refor\u00e7ar a import\u00e2ncia da agri- 250 250 cultura familiar para a seguran\u00e7a 4,0 alimentar da popula\u00e7\u00e3o brasilei- Milh\u00f5es de hectares ra. Se necess\u00e1rio, explique que a 3,5 seguran\u00e7a alimentar diz respeito a garantir os alimentos b\u00e1sicos 200 3,0 com qualidade adequada e em quantidade suficiente de mo- 1 Os estabelecimentos agropecu\u00e1rios no Brasil, de acordo c15o0m a sua dimens\u00e3o e forma2,d5 e gerenciamento, cos- do perene. tumam ser divididos em familiares e n\u00e3o familiares (ou patronais). Observe os gr\u00e1fico2,0s e o quadro a seguir e 100 80,25 1,5 Atividade 2: Ao realizar a ati- responda \u00e0s quest\u00f5es. 50 1,0 0,807 vidade, esclare\u00e7a que, ao contr\u00e1- 0,5 rio do que muitas vezes a m\u00eddia Participa\u00e7\u00e3o da agricultura patronal e familiar (2006) 0 divulga, a agricultura familiar \u00e9 0 mais produtiva em rela\u00e7\u00e3o ao Agricultores familiares Agricultores n\u00e3o familiares uso da terra, ou seja, o valor da Luiz Fernando Rubio\/Arquivo da editora produ\u00e7\u00e3o por hectare. A agricul- \u00c1rea ocupada pelos N\u00famero deMilh\u00f5es de estabelecimentos Bilh\u00f5es de reais Valor produzido pela Milh\u00f5es de pessoasN\u00famero de pessoas que exercem tura n\u00e3o patronal s\u00f3 \u00e9 mais pro- Milh\u00f5es de hectares estabelecimentos agropecu\u00e1rios estabelecimentos agropecu\u00e1rios produ\u00e7\u00e3o agropecu\u00e1ria atividades no meio rural dutiva no tocante \u00e0 economia de 300 100 15 m\u00e3o de obra, isto \u00e9, no valor de 4,5 4,368 produ\u00e7\u00e3o por trabalhador. Esse 250 250 4,0 88,95 12,5 12,32 fato \u2013 a maior produtividade da 3,5 75 agricultura familiar por uso da 200 3,0 10 terra \u2013 demonstra que a agri- 2,5 54,37 cultura familiar em pequenas e 150 2,0 50 7,5 m\u00e9dias propriedades, assim co- 1,5 mo ocorre nos Estados Unidos, 100 80,25 1,0 0,807 25 5 4,25 \u00e9 uma alternativa melhor para 50 0,5 2,5 o aproveitamento mais racional 0 da terra rural tamb\u00e9m no Brasil. 0 0 Agricultura familiar 0 Agricultores familiares Agricultores n\u00e3o familiares Agricultura n\u00e3o familiar Para aprofundar ROCKMAN, Roberto. Da agri- Valor produzido pela N\u00famero de pessoas que exercem cultura familiar vem a base Fonte: elabporordaud\u00e7o\u00e3ocaogmropbecaus\u00e1eriaem IBGE. Censo Aatgivriodapdeecsun\u00e1ormioei2o0ru0ra6l. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/ww2.ibge.gov.br\/home\/estatistica\/economia\/ da alimenta\u00e7\u00e3o nacional. Car- agropec1u0a0ria\/censoagro\/2006_segunda_apur1a5cao\/default.shtm>. Acesso em: 13 jul. 2018. ta Capital. 5 nov. 2017. Dispo- 88,95 n\u00edvel em: <www.cartacapital. 12,5 12,32 com.br\/especiais\/nordeste\/ fCaommipliaa75rrae\u00e7\u00e3no\u00e35o4d,37afapmairltiaicripnaa\u00e7p\u00e3rooddous\u00e7\u00e31m0ooddeealolismdeenatogsricbu\u00e1lstiucroas da-agricultura-familiar-vem- Bilh\u00f5es de reais Milh\u00f5es de pessoas 7,5 a-base-da-alimentacao- C5u0 ltura Familiar % N\u00e3o familiar % Cultura Familiar % N\u00e3o familiar % nacional>. Acesso em: 9 set. 87% 5 13% 4,25 2018. Ma25ndioca 70% 2,5 Soja 16% 84% Neste artigo, o autor mos- Feij\u00e3o 30% Leite 58% 42% tra a realidade da agricultura familiar no Brasil, especial- M0 ilhoAgricultura familiar 46%Agricultura0n\u00e3o familiar 54% Aves 50% 50% mente no Nordeste, onde se Caf\u00e9 38% 62% Su\u00ednos 59% 41% concentram quase 50% das propriedades dessa catego- Arroz 34% 66% Bovinos 30% 70% ria, abordando quest\u00f5es re- lacionadas \u00e0 produ\u00e7\u00e3o, ao Trigo 21% 79% financiamento, ao emprego de tecnologia e \u00e0s estrat\u00e9gias Fonte: elaborado com base em IBGE. Censo Agropecu\u00e1rio 2006. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/ww2.ibge.gov.br\/home\/estatistica\/economia\/ do governo para o segmento. agropecuaria\/censoagro\/2006_segunda_apuracao\/default.shtm>. Acesso em: 13 jul. 2018. a) Qual dos dois tipos de estabelecimento agropecu\u00e1rio ocupa maior \u00e1rea total? Qual possui maior n\u00famero de 1. a) A agricultura patronal ou n\u00e3o familiar ocupa maior \u00e1rea total, embora seja a agricultura familiar estabelecimentos? que tenha o maior n\u00famero de estabelecimentos. 1. b) Espera-se que o aluno conclua que a b) O que se pode concluir com base no que voc\u00ea respondeu na item a? dimens\u00e3o dos estabelecimentos da agricultura patronal \u00e9 maior que os da agricultura familiar. c) Qual dos dois tipos de estabelecimento agropecu\u00e1rio produz mais alimentos para a popula\u00e7\u00e3o nacional? Por qu\u00ea? 1. c) A agricultura familiar, pois ela produz 70% do feij\u00e3o, 87% da mandioca e 58% do leite, alimentos b\u00e1sicos para a popula\u00e7\u00e3o. Ela produz tamb\u00e9m 50% das aves e a carne de frango \u00e9 a mais consumida pela popula\u00e7\u00e3o. d) As propriedades familiares produzem 58% do leite com apenas 30% do rebanho bovino do pa\u00eds. Como voc\u00ea 1. d) \u00c9 que a carne bovina \u00e9 bem mais valorizada que o leite, o que significa que a imensa maioria do explica esse fato? gado das propriedades patronais destina-se ao corte, e nas propriedades familiares ocorre o contr\u00e1rio: a maioria do seu gado \u00e9 leiteiro. 2 Produtividade ou efici\u00eancia produtiva \u00e9 uma rela\u00e7\u00e3o entre a produ\u00e7\u00e3o e os fatores de produ\u00e7\u00e3o, como trabalha- dores, m\u00e1quinas ou terra. Quanto maior for a rela\u00e7\u00e3o entre a quantidade produzida e algum desses fatores (por exemplo, maior produ\u00e7\u00e3o usando menos trabalhadores; ou maior produ\u00e7\u00e3o usando menos terra), maior \u00e9 a produtividade. Com base nessa defini\u00e7\u00e3o, analise: a) Qual \u00e9 a produtividade dos dois tipos de agricultura em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 \u00e1rea que ocupam? Qual dos dois tipos \u00e9 mais 2. a) A agricultura familiar \u00e9 mais produtiva em rela\u00e7\u00e3o ao uso da terra, ou seja, produtivo nesse item? Por qu\u00ea? o valor da produ\u00e7\u00e3o por hectare. b) Qual \u00e9 a produtividade dos dois tipos em rela\u00e7\u00e3o aos trabalhadores ou pessoal ocupado? Qual dos dois tipos \u00e9 mais produtivo nesse item? Procure explicar o porqu\u00ea disso. 2. b) A agricultura n\u00e3o patronal \u00e9 mais produtiva no tocante \u00e0 economia de m\u00e3o de obra, isto \u00e9, no valor de produ\u00e7\u00e3o por trabalhador. Isso ocorre devido ao emprego de tecnologias e maquin\u00e1rios que substituem a m\u00e3o de obra. Meio rural \u2022 CAP\u00cdTULO 6 131 Telaris_Geo7_PNLD2020_114_135_Cap06.indd 131 7\/4\/19 16:30 131MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas ATIVIDADES b) Quais s\u00e3o, em sua opini\u00e3o, os motivos para se con- sumir o produto org\u00e2nico? Qual deles voc\u00ea acha que +A\u00e7\u00e3o + A\u00e7\u00e3o mais convence as pessoas a usar produtos origina- dos da agricultura org\u00e2nica? Atividade 1, item a: Um produto 1 Nas prateleiras dos supermercados, nas feiras livres ou \u00e9 considerado org\u00e2nico quando \u00e9 nos eventos sobre meio ambiente, s\u00e3o cada vez mais c) Procure explicar por que quanto mais pessoas con- cultivado em um ambiente definido comuns a propaganda e a venda de alimentos org\u00e2nicos. sumirem produtos org\u00e2nicos, mais baratos eles pela sustentabilidade ambiental, Voc\u00ea sabe o que \u00e9 alimento org\u00e2nico? Leia o texto a seguir. ficar\u00e3o. econ\u00f4mica e social, e que valoriza a cultura das comunidades rurais. O que define um produto org\u00e2nico? d) Os produtos org\u00e2nicos j\u00e1 fazem parte da sua ali- Isso significa que adubos qu\u00edmi- menta\u00e7\u00e3o e de seus familiares? Que alimentos or- cos, agrot\u00f3xicos, horm\u00f4nios, an- Para ser considerado org\u00e2nico, o produto deve ser cul- g\u00e2nicos voc\u00ea costuma consumir? tibi\u00f3ticos, entre outros elementos tivado em um ambiente que considere sustentabilidade qu\u00edmicos artificiais n\u00e3o s\u00e3o utili- social, ambiental e econ\u00f4mica e valorize a cultura das 2 Leia o texto a seguir. Depois, responda \u00e0s quest\u00f5es. zados pelos agricultores org\u00e2ni- comunidades rurais. A agricultura org\u00e2nica n\u00e3o utiliza cos, que eles colocam em pr\u00e1tica agrot\u00f3xicos, horm\u00f4nios, drogas veterin\u00e1rias, adubos qu\u00ed- Pecu\u00e1ria org\u00e2nica \u00e9 um sistema de produ\u00e7\u00e3o baseado em medidas que evitam a eros\u00e3o do micos, antibi\u00f3ticos ou transg\u00eanicos em qualquer fase da 3 elos:o meio ambiente,o econ\u00f4mico e o social; tendo os tr\u00eas a solo, utilizam adubos org\u00e2nicos e produ\u00e7\u00e3o. [...] mesma import\u00e2ncia. O sistema org\u00e2nico busca produzir da a rota\u00e7\u00e3o de culturas, praticam a forma mais natural poss\u00edvel,economicamente vi\u00e1vel e social- policultura, etc. Ou seja, quando Os produtores de org\u00e2nicos utilizam o rod\u00edzio de cultu- mente participativa na regi\u00e3o que se encontra. se apropriam do solo, os agricul- ras e diversifica\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies entre e dentro dos cantei- tores criam um sistema agr\u00edcola ros [isto \u00e9, policultura ao inv\u00e9s da monocultura]. Nas lavou- Ambientalmente, \u00e9 um sistema preocupado com os re- sustent\u00e1vel. ras, s\u00e3o aplicados cord\u00f5es de contorno com plantas diver- cursos naturais existentes, preservando-os ao m\u00e1ximo. sas, que ajudam a proteger o cultivo de pragas e doen\u00e7as, Entre algumas das coisas, busca a preserva\u00e7\u00e3o e recupe- Atividade1, item b: Resposta servem como quebra-vento e tamb\u00e9m protegem o solo ra\u00e7\u00e3o da flora e da fauna locais, n\u00e3o utiliza\u00e7\u00e3o de animais pessoal. O aluno poder\u00e1 apontar contra eros\u00e3o. Praticam o plantio direto, caracterizado pelo geneticamente modificados (transg\u00eanicos) ou subst\u00e2ncias a rela\u00e7\u00e3o dos produtos org\u00e2ni- cultivo em cima do res\u00edduo da cultura anterior, sem que o qu\u00edmicas artificiais, utiliza\u00e7\u00e3o racional do solo e da \u00e1gua cos com a sa\u00fade das pessoas e trator limpe o solo. [...] O solo \u00e9 enriquecido com adubo or- e tratamento dos res\u00edduos produzidos. a preserva\u00e7\u00e3o do meio ambiente. g\u00e2nico que promove o desenvolvimento da vida neste solo, como minhocas, bact\u00e9rias e fungos ben\u00e9ficos [al\u00e9m de Economicamente ainda \u00e9 um sistema que busca uma Atividade 1, item c: Um maior folhas e restos de vegetais], que contribuem para o equi- alta produ\u00e7\u00e3o e lucro, por\u00e9m diferente dos outros sistemas consumo leva a uma maior pro- l\u00edbrio do sistema. produtivos, n\u00e3o tem esse como o elo de maior import\u00e2ncia. du\u00e7\u00e3o e a produ\u00e7\u00e3o em grande Como um sistema produtivo, ainda tem que operar e se escala \u00e9 mais econ\u00f4mica, mais [...] A produ\u00e7\u00e3o org\u00e2nica vai al\u00e9m da n\u00e3o utiliza\u00e7\u00e3o de manter no mercado. barata que a produ\u00e7\u00e3o em peque- agrot\u00f3xicos. O cultivo deve respeitar aspectos ambientais, na escala. sociais, culturais e econ\u00f4micos, garantindo um sistema No \u00e2mbito social, o sistema org\u00e2nico se preocupa e se in- agr\u00edcola sustent\u00e1vel. [...] sere na sociedade local, cumprindo as leis trabalhistas, dan- Atividade 1, item d: Respos- do prefer\u00eancia aos trabalhadores locais, melhorando a quali- ta pessoal. O produtor org\u00e2nico se preocupa com a preserva\u00e7\u00e3o do dade de vida destes e do resto da comunidade ao seu redor. meio ambiente e tem compromisso com a qualidade de Atividade 2, item a: O meio am- vida de seus empregados. O produto, ent\u00e3o, pode ter seu Al\u00e9m disso tudo, sua produ\u00e7\u00e3o \u00e9 baseada no bem-es- biente, o econ\u00f4mico e o social s\u00e3o custo de produ\u00e7\u00e3o um pouco maior, acrescido destas res- tar, onde os animais s\u00e3o criados o mais pr\u00f3ximo poss\u00edvel os tr\u00eas componentes b\u00e1sicos da ponsabilidades. A oferta em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 procura por produtos do seu natural. pecu\u00e1ria org\u00e2nica. Difere da pecu\u00e1- mais saud\u00e1veis tamb\u00e9m eleva o pre\u00e7o no mercado. Tanto ria tradicional na medida em que em supermercados como em feiras livres \u00e9 poss\u00edvel adqui- Fonte: PECU\u00c1RIA org\u00e2nica. Dispon\u00edvel em: n\u00e3o utiliza transg\u00eanicos (animais rir produtos org\u00e2nicos com pre\u00e7os compat\u00edveis. [...] <www.usp.br\/pecuariaorganica\/?page_id=176>. e plantas geneticamente modifica- dos), nem agrot\u00f3xicos ou adubos Fonte: Canal Rural, 24 maio 2015. Dispon\u00edvel em: Acesso em: jul. 2018. qu\u00edmicos, e porque tem compro- <www.canalrural.com.br\/noticias\/agricultura\/que-define- misso com a preserva\u00e7\u00e3o dos re- a) Quais s\u00e3o os tr\u00eas componentes ou elos b\u00e1sicos da cursos naturais (recupera\u00e7\u00e3o da produto-organico-56619>. Acesso em: 11 abr. 2018. pecu\u00e1ria org\u00e2nica? No que ela difere da pecu\u00e1ria flora e fauna locais e sua preserva- tradicional? \u00e7\u00e3o; uso racional do solo e da \u00e1gua; Responda \u00e0s quest\u00f5es: tratamento dos res\u00edduos, etc.). a) Quando um produto \u00e9 considerado org\u00e2nico? b) Explique no que consiste a preocupa\u00e7\u00e3o com o bem- -estar do gado na pecu\u00e1ria org\u00e2nica. Atividade 2, item b: Os animais s\u00e3o criados o mais pr\u00f3ximo pos- c) Alguns criticam a preocupa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica em qual- s\u00edvel de suas caracter\u00edsticas na- quer forma de agropecu\u00e1ria, inclusive a org\u00e2nica. turais. Voc\u00ea acha que essa cr\u00edtica \u00e9 procedente? Seria pos- s\u00edvel um cultivo ou cria\u00e7\u00e3o sem nenhuma preocupa- Atividade 2, item c: Resposta \u00e7\u00e3o econ\u00f4mica? Por qu\u00ea? pessoal. Espera-se que o aluno compreenda que qualquer culti- 132 ATIVIDADES vo ou cria\u00e7\u00e3o precisa obter o lu- cro necess\u00e1rio para se manter e, assim, atender \u00e0s crescentes expectativas de uma comunida- de ou da popula\u00e7\u00e3o. Se oportuno, comente que a cria\u00e7\u00e3o de animais preservan- do-se as caracter\u00edsticas naturais significa que n\u00e3o s\u00e3o utilizados antibi\u00f3ticos, horm\u00f4nios, verm\u00edfu- gos, promotores de crescimento, estimulantes de apetite e outros aditivos. Esclare\u00e7a tamb\u00e9m que o chamado \u201cboi verde\u201d n\u00e3o \u00e9 o boi criado de forma org\u00e2nica, sendo um boi comum, criado, contudo, em ambiente agroecol\u00f3gico, com uso de antibi\u00f3ticos e medicamentos. 132 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Lendo a imagem Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 1 Em duplas, observem a imagem abaixo. Lendo a imagem Trabalhador aplica agrot\u00f3xico em planta\u00e7\u00e3o de cana-de-a\u00e7\u00facar no munic\u00edpio de Planalto (SP), em 2016. a) Listem os elementos vis\u00edveis na foto. Atividade 1, item a: Resposta b) O que o trabalhador est\u00e1 fazendo? pessoal. Os alunos poder\u00e3o indi- c) Por que ele est\u00e1 usando m\u00e1scara? car o trabalhador, o equipamento d) Que danos o uso de agrot\u00f3xicos pode provocar ao meio ambiente e \u00e0s pessoas? para aspergir agrot\u00f3xico, a vesti- 2 Observe a fotografia abaixo. menta, a m\u00e1scara para proteger Tiago Queiroz\/Ag\u00eancia Estado o rosto, as luvas e as botas para Thomaz Vita Neto\/Tyba proteger o trabalhador do contato com o agrot\u00f3xico, as plantas de cana-de-a\u00e7\u00facar, etc. Atividade 1, item b: Est\u00e1 pulve- rizando o agrot\u00f3xico nas plantas. Atividade 1, item c: Para pro- teger o trabalhador do contato com o produto que \u00e9 t\u00f3xico. Atividade 1, item d: Espera-se que o aluno conclua que eles po- dem contaminar os alimentos e a \u00e1gua, al\u00e9m de provocar doen- \u00e7as diversas nos trabalhadores e consumidores dos produtos, como danos nos rins e no f\u00edgado, problemas na tireoide, alergias, etc. Proponha aos alunos que pesquisem em jornais, revistas ou na internet mais detalhes so- bre os danos provocados pelo uso de agrot\u00f3xicos. Comente que o Brasil \u00e9 um dos pa\u00edses que mais utilizam esses produtos na agri- cultura, permitindo-se at\u00e9 mes- mo o uso de varia\u00e7\u00f5es proibidas em outros pa\u00edses. Se julgar perti- nente, converse com os alunos sobre a quem cabe a responsa- bilidade pelos problemas que o uso de agrot\u00f3xicos pode causar e como isso poderia ser evitado. Atividade 2: A fotografia mos- tra uma \u00e1rea desmatada. Comen- te com os alunos que a retirada da vegeta\u00e7\u00e3o nativa para a aber- tura de pastagens ou de plan- ta\u00e7\u00f5es provoca a redu\u00e7\u00e3o da biodiversidade. Vista de paisagem rural em Sinop (MT), em 2015. \u00a5 Qual \u00e9 o aspecto negativo da agropecu\u00e1ria retratado na imagem? ATIVIDADES 133 133MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas PROJETO Hist\u00f3ria e Arte No decorrer da unidade 2, os Hans von Manteuffel\/Op\u00e7\u00e3o Brasil Imagem Pesquisa e exposi\u00e7\u00e3o: Manifesta\u00e7\u00f5es alunos estudaram as formas de ocupa\u00e7\u00e3o e uso do territ\u00f3rio bra- culturais na cidade e no campo sileiro. Para isso, foi necess\u00e1ria a compreens\u00e3o dos processos de O Brasil \u00e9 o maior pa\u00eds da Am\u00e9rica do Sul em \u00e1rea territorial e o quinto maior do mundo. industrializa\u00e7\u00e3o, urbaniza\u00e7\u00e3o e No territ\u00f3rio brasileiro habitam mais de 200 milh\u00f5es de pessoas, de diversas origens e as- moderniza\u00e7\u00e3o da agricultura, cend\u00eancias, o que confere diversidade \u00e0 nossa cultura. al\u00e9m de conhecer os tipos de ind\u00fastrias, os problemas decor- Que manifesta\u00e7\u00f5es culturais voc\u00ea reconhece no estado onde mora? rentes da falta de planejamento Neste projeto, voc\u00ea vai pesquis\u00e1-las para conhecer mais sobre elas. urbano bem como as desigual- dades no meio rural. O frevo, ritmo carnavalesco, \u00e9 uma manifesta\u00e7\u00e3o \u2022 Concep\u00e7\u00e3o do projeto cultural t\u00edpica da regi\u00e3o Nordeste. Na foto, passistas Partindo do pressuposto de dan\u00e7am frevo em Olinda que a Geografia trabalha n\u00e3o (Pernambuco), em 2015. somente as atividades econ\u00f4- micas, mas tamb\u00e9m a cultura Lucian hitaker\/Pulsar Imagens Cria\u00e7\u00f5es art\u00edsticas como o de diferentes povos, a proposta aW artesanato s\u00e3o manifesta\u00e7\u00f5es desse projeto visa aprofundar os culturais presentes em todo o conhecimentos sobre as mani- festa\u00e7\u00f5es culturais do lugar de Brasil. A foto mostra artes\u00e3 viv\u00eancia dos alunos. produzindo bordado, em Antes de explicar as etapas, Florian\u00f3polis (SC), em 2017. reserve um tempo para comen- tar as fotografias da p\u00e1gina para Marcelo Bittencourt\/Futura Press que os alunos ampliem o olhar sobre o que significa \u201cmanifesta- \u00e7\u00e3o cultural\u201d. Esclare\u00e7a que, de modo geral, manifesta\u00e7\u00e3o cultu- ral nada mais \u00e9 do que formas de expor a cultura, o pensamento e a filosofia de um determinado grupo. Estas podem ser visual, textual, musical, corporal, ma- nual, gastron\u00f4mica, por festivi- dades, por jogos e brincadeiras e at\u00e9 por meio digital. As mani- festa\u00e7\u00f5es culturais podem ser tradicionais e modernas. A arte ind\u00edgena \u00e9 bastante diversificada. Artefatos e adornos com plumas e penas, bem como objetos de cer\u00e2mica e utens\u00edlios tran\u00e7ados em vime e outras fibras destacam-se na cultura ind\u00edgena. Na foto, mulher Guarani confecciona cestos de fibra em S\u00e3o Paulo (SP). No detalhe, cocares feito por ind\u00edgenas Munduruku, em Itaituba (PA). Fotos de 2017. Fabio Colombini\/Acervo do fot\u00f3grafo 134 PROJETO 134 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Marcia Minillo\/Olhar Imagem A cultura tamb\u00e9m se manifesta na alimenta\u00e7\u00e3o. Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas O feij\u00e3o-tropeiro \u00e9 um prato bastante apreciado no Brasil, principalmente nas culin\u00e1rias mineira, Explique as etapas do projeto e goiana e paulista, e leva, geralmente, feij\u00e3o, oriente os alunos para que primei- farinha de mandioca, lingui\u00e7a e ovos. ro organizem de forma sistem\u00e1- tica as informa\u00e7\u00f5es encontradas Secom\/Prefeitura Municipal de Corup\u00e1 sobre as manifesta\u00e7\u00f5es culturais pesquisadas para facilitar a con- A cuca, bastante apreciada no Sul do Brasil, fec\u00e7\u00e3o do cartaz. Sugira a eles \u00e9 de origem alem\u00e3. Seu nome prov\u00e9m da que fa\u00e7am um esbo\u00e7o da diagra- ma\u00e7\u00e3o para observar se o espa\u00e7o palavra alem\u00e3 kushen, que significa \u201cbolo\u201d. ser\u00e1 bem aproveitado. Incentive o uso de imagens, pois isso torna- Bruno Kelly\/Reuters\/Fotoarena r\u00e1 o cartaz mais atraente. Desse modo, os alunos desenvolver\u00e3o Etapa 1 \u2013 O que fazer as compet\u00eancias CGEB 1, 3, 9 e 10 e as CECHEF1 e 4. Organizem-se em grupos de 3 ou 4 alunos e conversem sobre as manifesta\u00e7\u00f5es Se oportuno, comente com os culturais que j\u00e1 conhecem no estado onde alunos que, de acordo com o arti- moram. Caso o grupo tenha dificuldade de go 216 da Constitui\u00e7\u00e3o: identific\u00e1-las, realizem uma pesquisa na internet ou com colegas, professores e fa- Constituem patrim\u00f4nio cultu- miliares. ral brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados in- Ent\u00e3o, escolham duas manifesta\u00e7\u00f5es dividualmente ou em conjunto, culturais para conhecer melhor: elas podem portadores de refer\u00eancia \u00e0 iden- estar relacionadas a festas, dan\u00e7as, vestu- tidade, \u00e0 a\u00e7\u00e3o, \u00e0 mem\u00f3ria dos di- \u00e1rio, culin\u00e1ria, m\u00fasica, artesanato, etc. ferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais Etapa 2 \u2013 Como fazer se incluem: Sobre cada manifesta\u00e7\u00e3o cultural que I. as formas de express\u00e3o; voc\u00eas escolheram, procurem saber: II. os modos de criar, fazer e viver; \u2022 Qual \u00e9 a origem dessa manifesta\u00e7\u00e3o A capoeira \u00e9 uma manifesta\u00e7\u00e3o cultural brasileira. Mistura de jogo, dan\u00e7a e luta, essa arte se manifesta por todo o Brasil, sendo conhecida e praticada tamb\u00e9m no exterior. III. as cria\u00e7\u00f5es cient\u00edficas, cultural? Sua origem \u00e9 africana. Na foto, capoeiristas no munic\u00edpio do Rio de Janeiro (RJ), em 2016. art\u00edsticas e tecnol\u00f3gicas; \u2022 Quais s\u00e3o suas caracter\u00edsticas? IV. as obras, objetos, docu- mentos, edifica\u00e7\u00f5es e de- \u2022 Onde \u00e9 realizada? mais espa\u00e7os destinados \u00e0s manifesta\u00e7\u00f5es art\u00edstico- \u2022 Ela \u00e9 mais frequente na \u00e1rea urbana, na rural ou em ambas? Por qu\u00ea? -culturais; Tudo o que o grupo descobrir deve ser exposto em um cartaz: elaborem um texto para V. os conjuntos urbanos e s\u00edtios cada uma das manifesta\u00e7\u00f5es culturais ou arranjem as informa\u00e7\u00f5es em t\u00f3picos. N\u00e3o se es- de valor hist\u00f3rico, paisag\u00eds- que\u00e7am de usar imagens que representem a cultura de seu estado: podem ser fotos ou tico, art\u00edstico, arqueol\u00f3gico, ilustra\u00e7\u00f5es. Todas as imagens devem ser legendadas e os cr\u00e9ditos precisam ser informados. paleontol\u00f3gico, ecol\u00f3gico e cient\u00edfico. Etapa 3 \u2013 Apresenta\u00e7\u00e3o BRASIL. Constitui\u00e7\u00e3o (1988). Combinem com o professor e os colegas uma data para apresentarem as produ\u00e7\u00f5es. Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Aproveitem o momento para trocar ideias com os colegas! Federativa do Brasil. Bras\u00edlia, 2016. PROJETO 135 Dispon\u00edvel em: <www.planalto. gov.br\/ccivil_03\/constituicao\/ constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 11 set. 2018. O Instituto do Patrim\u00f4nio His- t\u00f3rico e Art\u00edstico Nacional (Iphan) \u00e9 respons\u00e1vel pela preserva\u00e7\u00e3o e promo\u00e7\u00e3o desse patrim\u00f4nio cultural brasileiro, al\u00e9m de Pa- trim\u00f4nios da Humanidade reco- nhecidos pela Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a Educa\u00e7\u00e3o, a Ci\u00eancia e a Cultura (Unesco) existentes no Brasil. Para aferir os conhecimen- tos dos alunos a partir do estu- do desta unidade, apresente a proposta de acompanhamento de aprendizagem dispon\u00edvel no material digital. 135MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 6","Objetivos da unidade Tales Azzi\/Pulsar ImagensEstrada que liga os munic\u00edpios de Lauro M\u00fcller e Bom Jardim da Serra, no estado de Santa Catarina. A estrada possui 284 curvas e sua extens\u00e3o \u2022 Conhecer o relevo, o clima, \u00e9 de 23 km. Essa serra \u00e9 conhecida como serra do Rio do Rastro. a hidrografia e a vegeta\u00e7\u00e3o do Brasil. 136 \u2022 Entender a din\u00e2mica entre os elementos da natureza na forma\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o geo- gr\u00e1fico do Brasil. \u2022 Compreender a a\u00e7\u00e3o antr\u00f3- pica sobre espa\u00e7o geogr\u00e1fi- co brasileiro e seus efeitos. \u2022 Refletir sobre a import\u00e2ncia de preservar os recursos naturais. Compet\u00eancias Gerais da Educa\u00e7\u00e3o B\u00e1sica mobilizadas na unidade: \u2022 Compet\u00eancia geral 1 \u2022 Compet\u00eancia geral 2 \u2022 Compet\u00eancia geral 3 \u2022 Compet\u00eancia geral 4 \u2022 Compet\u00eancia geral 5 \u2022 Compet\u00eancia geral 6 \u2022 Compet\u00eancia geral 7 \u2022 Compet\u00eancia geral 8 \u2022 Compet\u00eancia geral 9 \u2022 Compet\u00eancia geral 10 Espec\u00edficas de Ci\u00eancias Humanas para o Ensino Fundamental mobilizadas na unidade: \u2022 Compet\u00eancia espec\u00edfica 1 \u2022 Compet\u00eancia espec\u00edfica 3 \u2022 Compet\u00eancia espec\u00edfica 6 \u2022 Compet\u00eancia espec\u00edfica 7 Espec\u00edficas de Geografia para o Ensino Fundamental mobilizadas na unidade: \u2022 Compet\u00eancia de Geografia 1 \u2022 Compet\u00eancia de Geografia 3 \u2022 Compet\u00eancia de Geografia 4 \u2022 Compet\u00eancia de Geografia 5 \u2022 Compet\u00eancia de Geografia 6 Habilidades trabalhadas nesta unidade EF07GE11 Caracterizar din\u00e2micas dos componentes f\u00edsico-natu- rais no territ\u00f3rio nacional, bem como sua distribui\u00e7\u00e3o e biodiversi- EF07GE01 Avaliar, por meio de exemplos extra\u00eddos dos meios de dade (Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e comunica\u00e7\u00e3o, ideias e estere\u00f3tipos acerca das paisagens e da for- Matas de Arauc\u00e1ria). ma\u00e7\u00e3o territorial do Brasil. EF07GE12 Comparar unidades de conserva\u00e7\u00e3o existentes no Muni- EF07GE09 Interpretar e elaborar mapas tem\u00e1ticos e hist\u00f3ricos, in- c\u00edpio de resid\u00eancia e em outras localidades brasileiras, com base na clusive utilizando tecnologias digitais, com informa\u00e7\u00f5es demogr\u00e1- organiza\u00e7\u00e3o do Sistema Nacional de Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o (SNUC). ficas e econ\u00f4micas do Brasil (cartogramas), identificando padr\u00f5es espaciais, regionaliza\u00e7\u00f5es e analogias espaciais. 136 MANUAL DO PROFESSOR - UNIDADE 3","UNIDADE Paisagens Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas naturais e 3 a\u00e7\u2039o humana Antes de come\u00e7ar o estudo da unidade, chame a aten\u00e7\u00e3o dos Nesta unidade voc\u00ea vai estudar a alunos para o percurso feito at\u00e9 din\u00e2mica pr\u00f3pria dos elementos da este momento. Inicialmente, foi natureza \u2013 relevo, clima, hidrografia e necess\u00e1rio compreender como vegeta\u00e7\u00e3o \u2013 e como as a\u00e7\u00f5es humanas se organizou e como se formou interagem com esses elementos na o territ\u00f3rio brasileiro, de forma a organiza\u00e7\u00e3o dos espa\u00e7os ocupados e compreender a sua popula\u00e7\u00e3o e modificados pelas atividades como ela utiliza o espa\u00e7o geo- desenvolvidas em nossa sociedade. gr\u00e1fico. Neste momento, \u00e9 im- portante conhecer as paisagens naturais existentes no pa\u00eds e co- mo a popula\u00e7\u00e3o interage com ela e altera essa paisagem. Imagem de abertura: Oriente os alunos a observar a imagem de abertura. Pergunte quais ele- mentos s\u00e3o naturais e quais s\u00e3o antr\u00f3picos. Trabalhe as quest\u00f5es propostas e questione-os sobre outras interven\u00e7\u00f5es humanas semelhantes a essa no munic\u00ed- pio ou no estado em que vivem. Aproveite a oportunidade para consultar o plano de desenvol- vimento do bimestre dispon\u00edvel no material digital. Observe a foto e responda \u00e0s seguintes quest\u00f5es: 1 O que chama a sua aten\u00e7\u00e3o na imagem? 2 O que foi constru\u00eddo na paisagem? Qual \u00e9 a necessidade humana satisfeita com a realiza\u00e7\u00e3o dessa obra? 3 Quais foram os impactos ocorridos no local ap\u00f3s essa interven\u00e7\u00e3o humana? Como eles alteraram a paisagem? 137 137MANUAL DO PROFESSOR - UNIDADE 3","Habilidades CAP\u00cdTULO Relevo e clima trabalhadas neste cap\u00edtulo Vitor Marigo\/Op\u00e7\u00e3o Brasil Imagens 7 EF07GE09 EF07GE11 Pessoas passeiam em trilha em \u00e1rea de Mata Atl\u00e2ntica no Parque Estadual da Pedra Branca, no Rio de Janeiro (RJ), em 2017. Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Adolfo Santos Sonteria\/Folhapress Paisagem de Caatinga no munic\u00edpio de Olho Para come\u00e7ar D\u2019\u00c1gua do Casado (AL), em 2016. Para come\u00e7ar Observe as fotos e Neste cap\u00edtulo, vamos estudar o relevo e o clima. Associados a outros elementos responda: Use as quest\u00f5es desta se\u00e7\u00e3o da natureza \u2013 como estrutura geol\u00f3gica, vegeta\u00e7\u00e3o e hidrografia \u2013, formam diferentes para diagnosticar os conhecimen- conjuntos: as chamadas paisagens naturais. Essas paisagens influenciam diretamen- 1. Qual paisagem tos pr\u00e9vios dos alunos e suas te na vida humana, determinando muitas vezes os locais nos quais h\u00e1 possibilidade apresenta maior habilidades de observa\u00e7\u00e3o da pai- de sobreviver. No entanto, o ser humano tamb\u00e9m influencia as paisagens naturais, ocorr\u00eancia de chuva? sagem. Para respond\u00ea-las, espe- alterando-as para atender a suas necessidades ou atividades (agricultura, pesca, cons- Como voc\u00ea chegou a ra-se que eles estabele\u00e7am uma tru\u00e7\u00e3o de rodovias, etc.). essa conclus\u00e3o? conex\u00e3o entre o relevo, o solo e o clima, al\u00e9m de considerarem 2.Com base nas uma possibilidade de intera\u00e7\u00e3o imagens, pode-se entre a sociedade e a natureza. concluir que o clima influencia a Caso julgue necess\u00e1rio, cha- vegeta\u00e7\u00e3o? me a aten\u00e7\u00e3o dos alunos para a diferen\u00e7a de relevo entre as pai- sagens e fa\u00e7a a seguinte pergun- ta: Em sua opini\u00e3o, onde o relevo teve mais influ\u00eancia na forma\u00e7\u00e3o dessas paisagens? A resposta \u00e9 pessoal, por\u00e9m espera-se que o aluno perceba que na primeira paisagem se observa um rele- vo mais montanhoso. Atividade 1: Espera-se que o aluno conclua que a primeira foto (trecho da Mata Atl\u00e2ntica) pertence a um clima mais \u00famido devido \u00e0 exuber\u00e2ncia da vegeta- \u00e7\u00e3o. Na segunda foto (Caatinga), os \u00edndices de chuvas s\u00e3o meno- res pela vegeta\u00e7\u00e3o mais pobre e adaptada \u00e0 aridez. Atividade 2: Espera-se que o aluno conclua que sim, que a vegeta\u00e7\u00e3o em geral reflete o clima da \u00e1rea. 138 UNIDADE 3 \u2022 Paisagens naturais e a\u00e7\u2039o humana Texto complementar Metamorfoses do espa\u00e7o habitado das cidades capitalistas. Se juntos se mant\u00eam elementos de idades diferentes, eles v\u00e3o responder diferentemente \u00e0s demandas sociais. A cidade \u00e9 essa heterogeneidade de Tudo aquilo que n\u00f3s vemos, o que nossa vis\u00e3o alcan\u00e7a, \u00e9 a paisagem. Esta pode ser formas, mas subordinada a um movimento global. O que se chama desordem \u00e9 ape- definida como o dom\u00ednio do vis\u00edvel, aquilo que a vista abarca. N\u00e3o \u00e9 formada apenas nas a ordem do poss\u00edvel, j\u00e1 que nada \u00e9 desordenado. Somente uma parte dos objetos de volumes, mas tamb\u00e9m de cores, movimentos, odores, sons etc. geogr\u00e1ficos n\u00e3o mais atende aos fins de quando foi constru\u00edda. Assim, a paisagem \u00e9 uma heran\u00e7a de muitos momentos [...]. [...] A paisagem n\u00e3o se cria de uma s\u00f3 vez, mas por acr\u00e9scimos, substitui\u00e7\u00f5es; a l\u00f3gi- ca pela qual se fez um objeto no passado era a l\u00f3gica da produ\u00e7\u00e3o daquele momento. SANTOS, Milton. Metamorfoses do espa\u00e7o habitado \u2013 fundamentos te\u00f3rico e metodol\u00f3gico da Uma paisagem \u00e9 uma escrita sobre a outra, \u00e9 um conjunto de objetos que t\u00eam ida- Geografia. S\u00e3o Paulo: Hucitec, 1988. p. 21-23. des diferentes, \u00e9 uma heran\u00e7a de muitos diferentes momentos. Da\u00ed vem a anarquia 138 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","1 A din\u00e2mica da natureza Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas A paisagem natural \u00e9 sempre Miriam Cardoso Souza\/Fotoarena Fa\u00e7a a leitura do texto com os o resultado da intera\u00e7\u00e3o din\u00e2mica alunos. Para que a turma consi- entre os diversos elementos da Neve no munic\u00edpio de Caxias ga visualizar melhor a din\u00e2mica natureza. Interligados, esses ele- do Sul (RS). Ao fundo, das combina\u00e7\u00f5es dos elementos mentos agem uns sobre os outros, notam-se algumas naturais que formam a paisagem de modo que, se um deles sofrer arauc\u00e1rias, vegeta\u00e7\u00e3o t\u00edpica natural, prepare recursos visuais altera\u00e7\u00f5es, isso trar\u00e1 modifica\u00e7\u00f5es da regi\u00e3o Sul do Brasil, de como bloco-diagrama ou desenhe em todo o conjunto ou sistema. clima subtropical \u00famido, um bloco na lousa. \u00c9 interessan- cujas baixas temperaturas te recobrar que: Por exemplo, a vegeta\u00e7\u00e3o de- favorecem seu pende do clima e do solo, mas tam- desenvolvimento. Em raz\u00e3o \u2022 quanto mais afastado da li- b\u00e9m os influencia. Quase todos os da explora\u00e7\u00e3o de sua nha do Equador, menor ser\u00e1 tipos de vegeta\u00e7\u00e3o, principalmente madeira, muito intensa at\u00e9 a temperatura m\u00e9dia anual, as plantas de ra\u00edzes profundas, di- as d\u00e9cadas de 1970 e 1980, e haver\u00e1 uma amplitude t\u00e9r- ficultam a eros\u00e3o do solo; em con- atualmente a arauc\u00e1ria \u00e9 mica maior ao longo do ano; trapartida, a aus\u00eancia de vegeta\u00e7\u00e3o considerada uma esp\u00e9cie facilita a eros\u00e3o. Em certas \u00e1reas desmatadas, nota-se que, al\u00e9m de as chuvas dimi- em risco de extin\u00e7\u00e3o. \u2022 quanto mais afastado do n\u00ed- nu\u00edrem, h\u00e1 um ligeiro aumento da temperatura, o que significa altera\u00e7\u00e3o do clima local. vel do mar (ou seja, quanto maior a altitude), menor ser\u00e1 O clima \u00e9 influenciado pelo relevo: as \u00e1reas elevadas, por exemplo, s\u00e3o mais frias; a temperatura; e barreiras montanhosas podem dificultar a penetra\u00e7\u00e3o de nuvens \u00famidas para deter- minados locais. O relevo tamb\u00e9m \u00e9 modificado pelo clima, em especial pela a\u00e7\u00e3o das \u2022 quanto mais pr\u00f3ximo do mar chuvas, dos ventos e pela varia\u00e7\u00e3o da temperatura. maior o \u00edndice pluviom\u00e9trico em raz\u00e3o da maior incid\u00ean- O volume de \u00e1gua dos rios pode variar de acordo com a quantidade de chuvas ou cia de chuvas, ou seja, quan- com o derretimento da neve, assim como uma parte da \u00e1gua evaporada dos rios e lagos to mais afastado do litoral, contribui para aumentar o n\u00edvel de umidade da atmosfera. Em alguns locais onde os mais seco ser\u00e1 o clima. rios foram represados e formaram enormes lagos artificiais, observou-se um aumen- to dos \u00edndices de pluviosidade (chuvas). Texto e a\u00e7\u00e3o Assim, diferentes combina\u00e7\u00f5es desses elementos naturais formam paisagens Atividade 1: \u00c9 importante re- diversificadas. Como o territ\u00f3rio brasileiro \u00e9 muito extenso (cerca de 8,51 milh\u00f5es de lembrar os alunos das diferen- quil\u00f4metros quadrados), ele n\u00e3o apresenta paisagem natural homog\u00eanea em toda a tes esferas do nosso planeta e sua extens\u00e3o, mas uma ampla variedade de paisagens. de que essa intera\u00e7\u00e3o entre as esferas formam as paisagens. Texto e a\u00e7\u00e3o Atividade 2, item a: Incentive 1 Em duplas, expliquem a afirma\u00e7\u00e3o: \u201cA paisagem natural \u00e9 o resultado da intera\u00e7\u00e3o din\u00e2mica entre os alunos a fornecer informa\u00e7\u00f5es os diversos elementos da natureza\u201d. do seu lugar de viv\u00eancia ou dos lo- cais que eles j\u00e1 tenham visitado. 2 Com um imenso territ\u00f3rio, o Brasil apresenta variedade de paisagens. Sobre esse assunto: Caso n\u00e3o seja o suficiente para a) Em seu caderno, liste quatro paisagens do Brasil. completar o quadro, oriente-os a b) Quais das paisagens que voc\u00ea listou s\u00e3o naturais? E quais s\u00e3o humanizadas ou culturais? pesquisar outras \u00e1reas do Brasil. c) Escolha uma das paisagens do quadro e escreva um pequeno texto contando como voc\u00ea conhece essa paisagem: por meio de passeios, viagens, fotos, filmes, televis\u00e3o, internet, etc. Depois, com- Atividade 2, item b: Retome partilhe com os colegas. com os alunos o conte\u00fado so- bre tipos de paisagens. Explique Relevo e clima \u2022 CAP\u00cdTULO 7 139 que a paisagem humanizada ou cultural \u00e9 aquela que teve algu- Texto complementar ma interven\u00e7\u00e3o\/influ\u00eancia do ser humano. Por que a temperatura ambiente diminui com a altitude, a 2 metros de dist\u00e2ncia; por\u00e9m, a 2 cent\u00edmetros, o calor ser\u00e1 consi- apesar da menor dist\u00e2ncia do Sol? der\u00e1vel. Al\u00e9m disso, a temperatura diminui na mesma propor\u00e7\u00e3o Atividade 2, item c: Incentive que a press\u00e3o. Ora, como a press\u00e3o atmosf\u00e9rica diminui com a alti- os alunos a se lembrar de paisa- A principal raz\u00e3o para a diminui\u00e7\u00e3o da temperatura em lugares tude, a temperatura tamb\u00e9m diminui. No alto de uma montanha, a gens naturais com \u00e1reas de ve- mais altos \u00e9 a maior dist\u00e2ncia da superf\u00edcie da Terra, aquecida pelo aproxima\u00e7\u00e3o do Sol \u00e9 insignificante e n\u00e3o influi na varia\u00e7\u00e3o de tem- geta\u00e7\u00e3o caracter\u00edstica de algum Sol. Isso acontece porque o ar, sendo mau condutor de calor, prati- peratura, porque o Sol est\u00e1 a 150 milh\u00f5es de quil\u00f4metros da Terra. bioma (Mata Atl\u00e2ntica, Caatin- camente n\u00e3o \u00e9 aquecido pelos raios solares. Quanto mais longe se ga, Pantanal, Pampas, Floresta estiver do n\u00edvel do mar, mais baixa ser\u00e1 a temperatura. \u00c9 como se MENEZES, M\u00e1rio Neiva de. Temperatura. Superinteressante, 31 out. 2016. Amaz\u00f4nica, Cerrado, etc.). No aproximar ou se afastar de uma panela quente: n\u00e3o sentimos nada Dispon\u00edvel em: <https:\/\/super.abril.com.br\/comportamento\/temperatura>. caso das paisagens humaniza- das (ruas do munic\u00edpio, \u00e1reas de Acesso em: 12 set. 2018. cultivo, pra\u00e7as, etc.), os alunos podem indicar um local pr\u00f3ximo de onde vivem ou cidades que se tornaram famosas por serem um destino tur\u00edstico, como algumas capitais brasileiras, cidades eu- ropeias, etc. 139MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 2 Estrutura geol\u00f3gica e relevo Oriente os alunos a ler o tex- Chamamos de estrutura geol\u00f3gica as rochas que comp\u00f5em determinado local. Marcos Amend\/Pulsar Imagens to e a observar as fotografias. \u00c9 Elas podem estar dispostas em diferentes camadas, ser de diferentes tipos e idades importante compreender que e originadas por distintos processos naturais. A import\u00e2ncia da estrutura geol\u00f3gica Pico da Neblina, ponto mais estrutura geol\u00f3gica \u00e9 o conjun- depende das riquezas minerais a ela associadas e do seu papel na constitui\u00e7\u00e3o do solo alto do Brasil, formado por to de rochas que d\u00e3o base para e do relevo. rochas cristalinas, no a forma\u00e7\u00e3o do relevo e do solo. munic\u00edpio de Santa Isabel do O ponto de partida para compreender a estrutura geol\u00f3gica de um lugar \u00e9 saber quais Rio Negro (AM). Foto de 2017. Esclare\u00e7a que os escudos s\u00e3o os tipos de rocha ali predominantes. Dependendo do tipo de rocha que aparece em cristalinos, sendo forma\u00e7\u00f5es maior quantidade, podem-se reconhecer tr\u00eas tipos principais de estruturas geol\u00f3gicas: mais antigas, sofreram diversos processos de eros\u00e3o, compacta- \u2022 Escudos cristalinos ou maci\u00e7os \u00e7\u00e3o e metamorfose ao longo dos milhares de anos. S\u00e3o encontra- antigos: compostos de rochas cris- dos principalmente onde n\u00e3o h\u00e1 talinas (\u00edgneas ou magm\u00e1ticas e atividade das placas tect\u00f4nicas. metam\u00f3rficas), s\u00e3o estruturas Nessas forma\u00e7\u00f5es encontramos bastante resistentes e r\u00edgidas (foto minerais n\u00e3o met\u00e1licos (granito, ao lado). De idades geol\u00f3gicas bem quartzo, ard\u00f3sia, amianto, entre antigas (das eras Arqueozoica \u2013 no outros) e minerais met\u00e1licos Pr\u00e9-Cambriano \u2013 e Paleozoica), (ferro, bauxita, cobre, manga- originam relevos plan\u00e1lticos e, n\u00eas, ouro, entre outros). eventualmente, algumas depres- s\u00f5es (isto \u00e9, \u00e1reas rebaixadas). As bacias sedimentares s\u00e3o formadas em \u00e1reas mais baixas, \u2022 Bacias sedimentares: apresentam rochas mais recentes que os escudos, datam pr\u00f3ximas de locais com relevos mais altos e tamb\u00e9m de rios e das eras Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica. Constitu\u00eddas por detritos acumu- mares, sendo mais propensas lados e compostas de rochas sedimentares, originam plan\u00edcies, planaltos se- a receber sedimentos que se dimentares e depress\u00f5es (foto abaixo, \u00e0 esquerda). depositam e formam as rochas sedimentares. \u00c9 nessa forma\u00e7\u00e3o \u2022 Dobramentos modernos: s\u00e3o \u00e1reas que sofreram eleva\u00e7\u00f5es do terreno (grandes que \u00e9 encontrada a maior parte dos combust\u00edveis f\u00f3sseis, pois, dobramentos) em consequ\u00eancia de press\u00f5es originadas no interior do planeta, no com o processo de sedimenta- per\u00edodo Terci\u00e1rio (era Cenozoica), e que formam relevo montanhoso, como as gran- \u00e7\u00e3o, muitos corpos org\u00e2nicos des cadeias de montanhas jovens ou terci\u00e1rias, tamb\u00e9m chamadas de montanhas foram depositados em meio \u00e0s t\u00edpicas, como os Alpes, os Andes, o Himalaia, as montanhas Rochosas, entre outras. camadas. J\u00e1 os dobramentos Veja a foto abaixo, \u00e0 direita. modernos est\u00e3o localizados em locais onde h\u00e1 colis\u00f5es das pla- cas tect\u00f4nicas. Zig Koch\/Op\u00e7\u00e3o Brasil Imagens obscur\/Shutterstock Com forma\u00e7\u00f5es aren\u00edticas esculpidas pela a\u00e7\u00e3o dos ventos e das Santiago do Chile, com montanhas da cordilheira dos Andes ao chuvas, o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa (PR), est\u00e1 fundo, formadas por dobramentos modernos. Foto de 2017. localizado em uma \u00e1rea de bacia sedimentar. Foto de 2018. 140 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana 140 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Estrutura geol\u00f3gica do relevo brasileiro Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas A estrutura geol\u00f3gica do relevo brasileiro \u00e9 constitu\u00edda por escudos cristalinos, que Explique aos alunos que a es- abrangem pouco mais de um ter\u00e7o (36%) do territ\u00f3rio nacional, e por bacias sedimenta- trutura geol\u00f3gica do territ\u00f3rio bra- res, que ocupam cerca de dois ter\u00e7os (64%). N\u00e3o existem dobramentos modernos no sileiro n\u00e3o possui dobramentos Brasil, o que explica o fato de n\u00e3o existirem aqui as montanhas t\u00edpicas, mas apenas as modernos, apesar da exist\u00eancia \u00e1reas montanhosas originadas por dobramentos antigos (de bilh\u00f5es de anos), por falhas de picos com mais de 2 mil me- geol\u00f3gicas e pela eros\u00e3o diferencial (isto \u00e9, desgaste menor em rochas cristalinas, como tros de altitude, e que a maior o granito, e maior nas \u00e1reas com rochas menos resistentes \u00e0 eros\u00e3o e ao intemperismo). parte do territ\u00f3rio \u00e9 formada por planaltos e depress\u00f5es. Como o territ\u00f3rio brasileiro \u00e9 predominantemente tropical, com temperaturas elevadas, chuvas quase sempre abundantes e reduzida atividade geol\u00f3gica interna Se oportuno, acrescente que (vulcanismos, terremotos, dobramentos), os agentes que provocam as maiores mo- 4% da estrutura sedimentar s\u00e3o difica\u00e7\u00f5es no relevo brasileiro, al\u00e9m do ser humano, s\u00e3o os elementos do clima (chuvas, de origem vulc\u00e2nica, com desta- ventos, temperatura) e a hidrografia (rios). que para o planalto meridional, que cobre grande parte da re- As altitudes do relevo brasileiro, em geral, s\u00e3o modestas. Apenas dois picos se gi\u00e3o Sul e do Mato Grosso do Sul, aproximam de 3 mil metros de altitude: o pico da Neblina e o pico 31 de Mar\u00e7o, ambos o oeste de S\u00e3o Paulo e o sul de localizados pr\u00f3ximo \u00e0 fronteira do estado do Amazonas com a Venezuela. Cerca de Goi\u00e1s. Explique que no per\u00edodo 41% do territ\u00f3rio nacional tem, no m\u00e1ximo, 200 m de altitude; 37% t\u00eam at\u00e9 500 m; e mesozoico houve falha na crosta 14,7%, at\u00e9 900 m de altitude. terrestre, que permitiu intrus\u00e3o de lavas vulc\u00e2nicas. Essas lavas O territ\u00f3rio brasileiro est\u00e1 em uma posi\u00e7\u00e3o central na placa Sul-Americana; por isso, originaram rochas magm\u00e1ticas ele n\u00e3o foi atingido pelos desdobramentos do Per\u00edodo Terci\u00e1rio nem sofre com abalos ao sofrer eros\u00e3o ao longo dos s\u00edsmicos frequentes e intensos, embora existam tamb\u00e9m aqui terremotos de menor milhares de anos, contribuindo intensidade. Al\u00e9m disso, a antiguidade dos terrenos mais elevados do pa\u00eds \u2013 os escudos para a forma\u00e7\u00e3o da terra roxa, cristalinos do Arqueozoico \u2013 fez com que eles se desgastassem pelo constante proces- um solo bastante f\u00e9rtil. so erosivo, que rebaixou as formas de relevo mais salientes. Serra da Mantiqueira, Entretanto, o predom\u00ednio de baixas altitudes n\u00e3o significa que o relevo brasileiro localizada em \u00e1rea de seja composto apenas de plan\u00edcies. Ele \u00e9 constitu\u00eddo basicamente de planaltos, com planalto, no munic\u00edpio de alguns chapad\u00f5es e serras, al\u00e9m de depress\u00f5es \u2013 \u00e1reas rebaixadas em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s Camanducaia (MG), em 2018. regi\u00f5es vizinhas. As plan\u00edcies ocupam bem menos de um quinto do territ\u00f3rio nacional. Entre os estados de S\u00e3o Paulo, Rio de Janeiro e Minas Muitas \u00e1reas outrora tidas como plan\u00edcies s\u00e3o, de fato, depress\u00f5es ou planaltos Gerais, a serra ficou \u00e0 de baixas altitudes (os planaltos sedimentares ou t\u00edpicos). O maior exemplo \u00e9 a plan\u00ed- margem da explora\u00e7\u00e3o das cie Amaz\u00f4nica. H\u00e1 alguns anos, costumava-se considerar plan\u00edcie toda a imensa \u00e1rea lavouras de exporta\u00e7\u00e3o, em que margeia o rio Amazonas e seus afluentes (mais de 1 600 km2, com altitude de raz\u00e3o de seu relevo 0 m a 200 m). No entanto, apenas 1% dessa \u00e1rea, aproximadamente, \u00e9, de fato, plan\u00ed- acidentado. Esse fato, por\u00e9m, cie: os 99% restantes s\u00e3o depress\u00f5es ou baixos plat\u00f4s (\u00e1reas plan\u00e1lticas bastante n\u00e3o impediu o surgimento de aplainadas pela eros\u00e3o, com in\u00fameras colinas). pequenas cidades serranas, algumas das quais constituem \u00e1reas de prote\u00e7\u00e3o ambiental da Mata Atl\u00e2ntica. Jo\u00e3o Prudente\/Pulsar Imagens Relevo e clima \u2022 CAP\u00cdTULO 7 141 Texto complementar Conhe\u00e7a as caracter\u00edsticas da terra roxa ou terra vermelha versidade de S\u00e3o Paulo, mesmo se tratando de um solo f\u00e9rtil, \u00e9 preciso repor os nu- trientes e corrigir o pH da terra vermelha para que ela mantenha suas caracter\u00edsticas Esse solo resulta de milh\u00f5es de anos de decomposi\u00e7\u00e3o de rochas bas\u00e1lticas, muito ricas ao longo do tempo. em nutrientes, como o ferro, respons\u00e1vel pela colora\u00e7\u00e3o avermelhada. O professor da Esalq explica que a maioria das culturas se adapta \u00e0 terra roxa, mas O nome terra roxa surgiu por causa de imigrantes provenientes da It\u00e1lia, que vieram ela \u00e9 normalmente utilizada para plantio de gr\u00e3os como soja, milho e trigo, al\u00e9m de ao Brasil para trabalhar em lavouras de caf\u00e9. Eles chamavam a terra de \u201crossa\u201d, que sig- cana-de-a\u00e7\u00facar e caf\u00e9. [...] nifica \u201cvermelha\u201d, em italiano. A palavra foi sendo entendida como \u201croxa\u201d, e o nome acabou pegando tamb\u00e9m entre os brasileiros. CANAL Rural. Conhe\u00e7a as caracter\u00edsticas da terra roxa ou terra vermelha, 13 dez. 2014. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/canalrural.uol.com.br\/noticias\/conheca-caracteristicas-terra-roxa- [\u2026] De acordo com o professor doutor Paulo S\u00e9rgio Pavinato, do departamento de Ci\u00eancias do Solo da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (Esalq), da Uni- terra-vermelha-53932\/>. Acesso em: 12 set. 2018. 141MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Principais unidades de relevo no Brasil Fabio Colombini\/Acervo do fot\u00f3grafo Leia o texto com os alunos. Vamos conhecer agora as principais unidades do relevo ter- Depress\u00e3o perif\u00e9rica paulista Esclare\u00e7a que o planalto n\u00e3o \u00e9 restre brasileiro, que \u00e9 subdividido em quatro macrounidades e em (\u00e1rea de depress\u00e3o relativa) uma \u00e1rea plana e alta, pois a su- algumas microunidades, ou seja, formas de relevo que, em geral, no munic\u00edpio de Pardinho (SP), perf\u00edcie pode ser irregular, sendo situam-se dentro ou ao lado de uma das unidades maiores. Ob- em 2016. apenas uma \u00e1rea mais alta que serve, a seguir, quais s\u00e3o as quatro macrounidades do relevo e as demais e, por haver predom\u00ed- como elas se distribuem pelo territ\u00f3rio brasileiro. nio dos processos erosivos, \u00e9 ca- racterizada por perda de material. \u2022 Planaltos: s\u00e3o terrenos altos, variando de planos (chapa- Acrescente que o nome de al- das) a ondulados (colinas, morros). Geralmente em um gumas plan\u00edcies est\u00e1 vinculado planalto predominam os processos de eros\u00e3o, pois o des- ao tipo de sedimento\/agente que gaste da rocha \u00e9 maior do que o ac\u00famulo de sedimentos. forma os dep\u00f3sitos, como a pla- n\u00edcie fluvial (localizada pr\u00f3xima a \u2022 Plan\u00edcies: s\u00e3o terrenos planos e quase sempre baixos, for- um rio) e a plan\u00edcie lacustre (po- sicionada nas margens de lago). mados pela acumula\u00e7\u00e3o de sedimentos de origens diver- Comente, ainda, a exist\u00eancia da sas: fluvial, marinha, lacustre, e\u00f3lica ou glacial. plan\u00edcie aluvial. Esta, assim co- mo a fluvial, encontra-se pr\u00f3xima \u2022 Depress\u00f5es: s\u00e3o \u00e1reas rebaixadas. Quando situadas abaixo do n\u00edvel do mar, aos rios, por\u00e9m \u00e9 caracterizada pela inunda\u00e7\u00e3o e pela presen- s\u00e3o denominadas depress\u00f5es absolutas; quando acima do n\u00edvel do mar, mas \u00e7a de solo constitu\u00eddo de argila. abaixo das \u00e1reas vizinhas, s\u00e3o chamadas de depress\u00f5es relativas. Estas \u00faltimas existem em grande quantidade no Brasil. N\u00e3o h\u00e1 depress\u00f5es absolutas no pa\u00eds. A depress\u00e3o \u00e9 formada pelo processo erosivo, deixando-a \u2022 Montanhas: s\u00e3o terrenos altos e fortemente ondulados, podendo ter v\u00e1rias mais baixa em rela\u00e7\u00e3o ao rele- vo do seu entorno. origens: dobramentos, vulcanismo, blocos falhados, etc. Em seguida, promova a obser- Brasil: relevo va\u00e7\u00e3o do mapa do relevo brasilei- ro de forma cuidadosa. Chame a 55\u00ba O Portal de Mapas\/Arquivo da editora aten\u00e7\u00e3o dos alunos sobre a locali- za\u00e7\u00e3o das depress\u00f5es, plan\u00edcies, Equador 0\u00ba planaltos e montanhas, mobili- a zando a habilidade EF07GE09. Rio Amazonas Rio Tocantins Destaque que o planalto da Rio Solim\u00f5es Borborema, localizado entre os u deira estados de Alagoas, Pernambu- Rio J Rio Parna\u00edb co, Para\u00edba e Rio Grande do Norte, ru\u00e1 influencia a circula\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9- rica, ao impedir a chegada das Rio Ma massas de ar ao sert\u00e3o. Rio Tapaj\u00f3s Atividade complementar Rio Araguaia Rio S\u00e3o Francisco Se oportuno, apresente aos OCEANO alunos os mapas do relevo bra- ATL\u00c2NTICO sileiro segundo as classifica\u00e7\u00f5es de Aroldo de Azevedo, Aziz Ab\u2019Sa- OCEANO Rio Paraguai Rio Grandet\u00ea ber e de Jurandyr Ross. Estimu- PAC\u00cdFICO o Paran\u00e1 RioTie le-os a buscar as semelhan\u00e7as e Ri Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio diferen\u00e7as entre cada uma das Montanha* N classifica\u00e7\u00f5es. Planalto uai Plan\u00edcie Rio Urug Explique que em 1970 foi cria- Depress\u00e3o O L do o Projeto Radar da Amaz\u00f4nia * A classe \u201cmontanha\u201d S 820 km Fonte: elaborado com base em (Radam) com o objetivo de levan- refere-se a planaltos FLORENZANO, Teresa Gallotti tar dados sobre geologia, solos, com dom\u00ednio de relevo 0 410 (Org.). Geomorfologia: conceitos vegeta\u00e7\u00e3o, relevo, uso da terra e montanhoso e de serras. e tecnologias atuais. S\u00e3o Paulo: cartografia da regi\u00e3o amaz\u00f4nica. Oficina de Textos, 2008. Ao longo dos anos esse projeto 142 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana foi se expandindo para todo o ter- rit\u00f3rio brasileiro e passou a ser escala 1:250.000. Estas imagens e outros trabalhos de campo, de- chamado de Projeto Radambra- senvolvidos por uma grande equipe interdisciplinar, geraram a s\u00e9rie sil. O aerolevantamento foi feito \u201cLevantamento de Recursos Naturais\u201d, que inclui mapas (1:1.000.000) por meio de imagens capturadas de geologia, geomorfologia, pedologia, vegeta\u00e7\u00e3o e uso potencial da por radares de visada lateral aco- terra, al\u00e9m de outros trabalhos, mapas e cartas do territ\u00f3rio nacional. plados em avi\u00f5es, permitindo a Comente com os alunos que os resultados desse projeto tiveram gran- coleta de dados tanto de dia co- de influ\u00eancia na classifica\u00e7\u00e3o de Jurandyr Ross. mo de noite e em meio \u00e0 nebu- losidade. Foram obtidos mais de 550 mosaicos de imagens na 142 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Outras unidades de relevo Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Observe agora algumas das microunidades de relevo. Oriente os alunos a ler o tex- to e a observar as fotografias \u2022 Chapadas: s\u00e3o grandes superf\u00edcies planas, t\u00edpicas de planaltos sedimentares, em geral de estru- correspondentes a cada uma das microunidades. Se oportuno, tura horizontal e acima de 600 metros de altitude. No Brasil, elas s\u00e3o comuns nas regi\u00f5es Centro- acrescente que existem tamb\u00e9m -Oeste (chapadas dos Guimar\u00e3es e dos Parecis \u2013 em Mato Grosso \u2013 e dos Veadeiros \u2013 em Goi\u00e1s) a cuesta e o inselberg, e mostre e Nordeste (chapadas Diamantina \u2013 na Bahia \u2013, do Apodi \u2013 no Rio Grande do Norte \u2013 e do Arari- aos alunos fotografias dessas pe \u2013 entre os estados do Cear\u00e1, Pernambuco e Piau\u00ed). microunidades. \u2022 Tabuleiros: \u00e1reas de relevo plano, de origem sedimentar, de baixa altitude e com limite abrupto. A cuesta \u00e9 a forma de relevo que, de um lado, o declive \u00e9 \u00edn- T\u00edpicas da costa da regi\u00e3o Nordeste do Brasil. greme (como uma escarpa) e de outro, \u00e9 suave. A diferen\u00e7a da \u2022 Morros: m\u00e9dias eleva\u00e7\u00f5es do terreno, com dom\u00ednio de topos arredondados, amplitudes entre declividade \u00e9 atribu\u00edda \u00e0 a\u00e7\u00e3o de agentes erosivos em rochas com 100 m e 200 m e altas declividades. diferentes resist\u00eancias. \u2022 Terra\u00e7os: patamares em forma de degraus, localizados nas encostas dos vales. O inselberg \u00e9 uma sali\u00eancia \u2022 Fal\u00e9sias: s\u00e3o uma forma de litoral, constitu\u00eddas por barreiras abruptas entre o continente e o pontual, geralmente encontrada em regi\u00f5es de clima semi\u00e1rido oceano. e \u00e1rido. \u00c9 formada por estrutura rochosa mais resistente \u00e0 eros\u00e3o \u2022 Serras: s\u00e3o terrenos acidentados com forte desn\u00edvel, formados por morros. No entanto, \u00e9 impor- que o seu entorno, como em Ita- tim (BA) e Quixad\u00e1 (CE). tante n\u00e3o confundir essa microunidade de relevo com as escarpas, pois nas serras \u00e9 poss\u00edvel subir por um lado e descer pelo lado oposto, enquanto na escarpa s\u00f3 \u00e9 poss\u00edvel subir e descer Se pertinente, prepare um pelo mesmo lado. perfil de relevo submarino para comentar sobre a plataforma con- \u2022 Escarpas: nome dado aos terrenos muito \u00edngremes, de 300 m a 800 m de altitude, que lembram tinental, uma \u00e1rea de continua- \u00e7\u00e3o da crosta continental que se um degrau, localizados na transi\u00e7\u00e3o de um planalto para uma \u00e1rea mais baixa. \u00c0s vezes s\u00e3o cha- encontra submersa e que \u00e9 \u00e1rea madas impropriamente de serras, como no caso da serra do Mar, que na realidade \u00e9 a escarpa ou de dep\u00f3sitos sedimentares, onde a borda do planalto Atl\u00e2ntico na sua transi\u00e7\u00e3o para plan\u00edcies litor\u00e2neas, como a Baixada Santista. podem ser encontrados petr\u00f3leo e g\u00e1s natural. Ricardo Teles\/Pulsar Imagens Chapada Tabuleiro Tibau do Sul (RN), 2017. Tales Azzi\/Pulsar Imagens Atividades Vitor Marigo\/Tyba Palmeiras (BA), 2018. Fal\u00e9sia Tales Azzi\/Pulsar Imagens complementares Morros Edson Grandisoli\/Pulsar Imagens 1. Prepare uma s\u00e9rie de foto- gra as de paisagens que Terra\u00e7os destacam o relevo (dife- rentes das presentes no Itatiaia (RJ), 2018. S\u00e3o Miguel Arcanjo (SP), 2017. Porto Seguro (BA), 2017. livro). Organize-as de forma Serra Escarpa aleat\u00f3ria para mostrar aos Andre Dib\/Pulsar Imagens alunos em sala de aula. Ao Jo\u00e3o Prudente\/Op\u00e7\u00e3o Brasil Imagens fazer isso, pergunte a eles Urubici (SC), 2017. Alto Para\u00edso de Goi\u00e1s (GO), 2018. o tipo de unidade de relevo, Relevo e clima \u2022 CAP\u00cdTULO 7 143 visando desenvolver a ha- bilidade de classi c\u00e1-las de modo visual. Essa ativida- de mobiliza a CGEB4. 2. Selecione alguns relevos apresentados e proponha uma pesquisa a respeito da sua estrutura geol\u00f3gi- ca, per\u00edodo de forma\u00e7\u00e3o, agentes de eros\u00e3o e mi- n\u00e9rios e minerais encon- trados (quando houver). Para tanto, divida a turma em grupos e combine uma data para que apresentem os resultados da pesquisa. Essa atividade visa traba- lhar as CGEB2, 9 e 10, e a CEGEF5. 143MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas O relevo e a sua import\u2030ncia Oriente os alunos a ler o texto Rubens Chaves\/Pulsar Imagens e a observar as fotografias. \u00c9 im- portante que tenham compreen- Dependendo de suas caracter\u00edsticas, o relevo fa- dido como o relevo pode facilitar ou dificultar a ocupa\u00e7\u00e3o humana, vorece ou dificulta a ocupa\u00e7\u00e3o humana. Ele pode ser as diferentes formas de intera- gir com ele e os tipos de relevo um obst\u00e1culo ao uso da terra no campo ou na cidade que n\u00e3o s\u00e3o adequados para constru\u00e7\u00f5es. e dificultar ou encarecer a constru\u00e7\u00e3o de grandes obras Se considerar pertinente, co- de engenharia (estradas, aeroportos, hidrel\u00e9tricas, etc.). mente o caso dos Pa\u00edses Baixos, assim denominados porque par- \u00c1reas montanhosas com rochas s\u00f3lidas exigem te de suas terras apresentam al- titudes bem pr\u00f3ximas ao n\u00edvel maior planejamento e maior disp\u00eandio de recursos para do mar. Mesmo n\u00e3o sendo uma \u00e1rea adequada para ocupa\u00e7\u00e3o, alter\u00e1-las e evitar que a paisagem sofra efeitos que foi poss\u00edvel proteger essas ter- ras das \u00e1guas do mar e expan- resultem em eros\u00e3o ou desmoronamentos. Contudo, dir o territ\u00f3rio acima do n\u00edvel do mar por meio da constru\u00e7\u00e3o de outras formas de relevo favorecem a ocupa\u00e7\u00e3o huma- diques na d\u00e9cada de 1930. A pro- v\u00edncia de Flevol\u00e2ndia surgiu ap\u00f3s na, como \u00e1reas planas tanto de plan\u00edcies quanto de a constru\u00e7\u00e3o dos diques. Apesar disso, as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e planaltos. Nessas \u00e1reas, o custo para a constru\u00e7\u00e3o de a subida do n\u00edvel do mar apresen- tam-se como risco imediato \u00e0s estradas, por exemplo, \u00e9 mais baixo do que em \u00e1reas popula\u00e7\u00f5es que ali vivem. montanhosas. Al\u00e9m disso, superf\u00edcies de relevo plano Texto e a\u00e7\u00e3o facilitam o plantio e a colheita de diversos g\u00eaneros ali- Rodovia dos Imigrantes em trecho pr\u00f3ximo a Cubat\u00e3o (SP), em 2018. Atividade 1: O aluno poder\u00e1 ci- ment\u00edcios. Por isso, podemos dizer que o relevo tam- Esse tipo de interven\u00e7\u00e3o na paisagem altera completamente a tar a ocupa\u00e7\u00e3o irregular de \u00e1reas b\u00e9m facilita a ocupa\u00e7\u00e3o humana no campo. din\u00e2mica natural do local, pois, com essa constru\u00e7\u00e3o, carros come\u00e7am de v\u00e1rzea, onde podem ocor- a percorrer a \u00e1rea, emitindo gases poluentes na atmosfera. rer inunda\u00e7\u00f5es frequentes, e de encostas, que podem provocar O relevo ainda pode ter um grande valor c\u00eanico, Marcos Amend\/Pulsar Imagens deslizamentos de terra. Analise a pertin\u00eancia da resposta forne- como a cidade do Rio de Janeiro (RJ) ou a chapada dos cida pelo aluno. Guimar\u00e3es, em Mato Grosso, como atra\u00e7\u00e3o tur\u00edstica. Atividade 2: Chame a aten- \u00e7\u00e3o dos alunos para o fato de Observe as imagens ao lado, que mostram duas for- que as montanhas brasileiras s\u00e3o, na verdade, planaltos com mas de intera\u00e7\u00e3o com o relevo. dom\u00ednio de relevo montanhoso e de serras. Mas essa forma de Alguns tipos de relevo s\u00e3o inapropriados para cons- relevo n\u00e3o deve ser confundida com forma\u00e7\u00f5es como a cordi- tru\u00e7\u00f5es, como \u00e1reas de v\u00e1rzeas de rios, que s\u00e3o perio- lheira dos Andes, formada por dobramentos modernos. dicamente inundadas pelas enchentes nas \u00e9pocas de Atividade complementar fortes chuvas, ou as encostas ou vertentes de morros Compartilhe com os alunos a e montanhas, que podem ser erodidas pela infiltra\u00e7\u00e3o reportagem do Portal G1 \u201cDesliza- mentos de terra em Salvador: his- da \u00e1gua das chuvas no solo e provocar desabamentos t\u00f3ria e a\u00e7\u00e3o do homem explicam ocorr\u00eancias\u201d, publicada em 30 de ou escorregamentos de terras. Esse fato leva, \u00e0s vezes, mar\u00e7o de 2018. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/g1.globo.com\/ba\/bahia\/ ao soterramento de habita\u00e7\u00f5es e outras edifica\u00e7\u00f5es, noticia\/deslizamentos-de-terra- em-salvador-historia-e-acao-do- que em geral s\u00e3o irregu- Disp\u00eandio: gasto. Cachoeira V\u00e9u da Noiva, na Chapada dos Guimar\u00e3es, no munic\u00edpio de homem-explicam-ocorrencias. lares por estarem locali- Vertente: superf\u00edcie em declive. mesmo nome (MT). Foto de 2015. Observar essa paisagem ou ghtml>. Acesso em: 12 set. 2018. zadas em \u00e1reas de risco. fotograf\u00e1-la n\u00e3o a altera. Esse artigo traz uma breve des- cri\u00e7\u00e3o do processo de forma\u00e7\u00e3o Texto e a\u00e7\u00e3o geol\u00f3gica e do relevo onde est\u00e1 localizado o munic\u00edpio de Sal- 1 Cite exemplos de formas de relevo cuja ocupa\u00e7\u00e3o irregular ocasiona cat\u00e1strofes frequentes. Voc\u00ea vador, bem como o hist\u00f3rico da conhece algum caso desse tipo no Brasil ou em seu munic\u00edpio? Qual(ais)? 1. Resposta pessoal. ocupa\u00e7\u00e3o. Menciona, ainda, al- gumas medidas que poderiam 2 Observe o mapa sobre as principais unidades de relevo no Brasil (p\u00e1gina 142) e responda \u00e0s quest\u00f5es ser tomadas para enfrentar o a seguir em seu caderno. 2. a) As plan\u00edcies, que s\u00e3o encontradas em menores \u00e1reas do territ\u00f3rio problema do deslizamento de terras na capital soteropolitana. e geralmente est\u00e3o localizadas junto aos rios ou ao longo do litoral. Al\u00e9m do texto, apresente o mapa a) Que forma de relevo \u00e9 minorit\u00e1ria no territ\u00f3rio brasileiro? Onde ela se localiza? b) Qual \u00e9 a cor que indica as \u00e1reas montanhosas? Onde elas se localizam? c) Que forma de relevo predomina no estado onde voc\u00ea mora? Resposta pessoal. 2. b) A cor que representa essas \u00e1reas de montanhas \u00e9 o marrom. As montanhas se localizam principalmente no Sudeste e no Sul do Brasil. No entanto, h\u00e1 ocorr\u00eancias dessas \u00e1reas na regi\u00e3o Norte do pa\u00eds. 144 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u00e7\u00e3o humana da Bahia mostrando Salvador, a ba\u00eda de Todos-os-Santos e a Ilha de Itaparica para facilitar a compreens\u00e3o dos alunos. Ap\u00f3s a leitura, pergunte aos alunos quais os fatores naturais e antr\u00f3picos que colaboram para os deslizamentos em Salva- dor. \u00c9 esperado que eles percebam que os fatores naturais s\u00e3o as chuvas que atingem as encostas, cujo solo n\u00e3o apresenta a resist\u00eancia necess\u00e1ria. Os fatores antr\u00f3picos s\u00e3o as ocu- pa\u00e7\u00f5es desordenadas, carentes de infraestrutura e materiais adequados. Essa atividade mobiliza as CGEB1 e 2, a CECHEF3, e as CEGEF3 e 4. 144 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Relevo e sociedade humana SECOM\/Prefeitura de Petr\u00f3polis Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Os elementos da paisagem natural \u2013 sobretudo re- Foto de desabamento Oriente os alunos a ler o texto levo, clima e hidrografia \u2013 exercem influ\u00eancia na ocupa\u00e7\u00e3o ocasionado pelas chuvas em e a observar as fotografias. Veri- humana de um determinado espa\u00e7o. Toda aglomera\u00e7\u00e3o regi\u00e3o de encosta no fique se compreenderam que a humana, por exemplo, procura se fixar em uma \u00e1rea pr\u00f3- munic\u00edpio de Petr\u00f3polis (RJ), maior parte dos humanos vive xima ao abastecimento de \u00e1gua pot\u00e1vel. Ocorre tamb\u00e9m em 2017. Esse \u00e9 um exemplo em \u00e1reas planas e de altitudes uma influ\u00eancia m\u00fatua na rela\u00e7\u00e3o entre relevo e socieda- de ocupa\u00e7\u00e3o humana baixas e que existe uma rela\u00e7\u00e3o de humana. Normalmente, os agrupamentos humanos inadequada ao relevo da \u00e1rea. entre a ocupa\u00e7\u00e3o desordenada optam por estabelecer suas moradas em lugares com do solo e os deslizamentos de baixas altitudes, planos ou naqueles menos inclinados Movimento de massa: encostas. poss\u00edveis: 66% da humanidade vive em \u00e1reas planas e deslocamento de rochas com no m\u00e1ximo 200 metros de altitude. Quando assis- ou sedimentos (part\u00edculas Esclare\u00e7a que, al\u00e9m do mo- timos na televis\u00e3o ou lemos not\u00edcias a respeito do desa- de rochas) em superf\u00edcies vimento de massa, h\u00e1 no Brasil bamento de encostas, desmoronamentos e mortes por inclinadas. outros tipos de amea\u00e7as: movimentos de massas, algo muito comum em \u00e1reas como na regi\u00e3o serrana do Rio de Janeiro, por exemplo, \u2022 enxurrada \u2013 escoamento su- percebemos o quanto \u00e9 importante levar em conta as perficial das \u00e1guas de tem- caracter\u00edsticas do relevo ao construir edifica\u00e7\u00f5es. pestades cujo sistema de escoamento (bueiros e tubu- A ocupa\u00e7\u00e3o desordenada do solo, principalmente nas cidades \u2013 edifica\u00e7\u00f5es la\u00e7\u00f5es) n\u00e3o \u00e9 capaz de dre- em \u00e1reas de encosta ou em \u00e1reas de v\u00e1rzea \u2013, costuma originar desabamentos nar, e a for\u00e7a dessas \u00e1guas ou alagamentos. Isso \u00e9 agravado pela remo\u00e7\u00e3o da vegeta\u00e7\u00e3o pr\u00f3xima a rios e nas \u00e9 capaz de transportar obje- encostas. Assim, a for\u00e7a da \u00e1gua das chuvas e a a\u00e7\u00e3o da gravidade proporcionam tos pesados e pessoas por impactos erosivos sobre o solo e suas consequ\u00eancias sobre as popula\u00e7\u00f5es que v\u00e1rios quil\u00f4metros; habitam essas \u00e1reas. Esse \u00e9 um problema recorrente em muitas cidades brasi- leiras e que frequentemente origina cat\u00e1strofes. As desigualdades sociais aliadas \u2022 inunda\u00e7\u00e3o \u2013 quando a \u00e1gua \u00e0 aus\u00eancia de habita\u00e7\u00f5es para a popula\u00e7\u00e3o de menor renda s\u00e3o fatores que in- (rio ou mar) transborda o seu fluenciam na ocupa\u00e7\u00e3o irregular dessas \u00e1reas. n\u00edvel normal causando sub- mers\u00e3o de \u00e1reas extensas Tamb\u00e9m a agricultura depende bastante da \u00e1gua, do solo, do clima e do re- muito acima do n\u00edvel normal; levo. Para uma boa pr\u00e1tica agr\u00edcola, \u00e9 essencial ter algum conhecimento sobre os aspectos f\u00edsicos da \u00e1rea a ser cultivada. Desde civiliza\u00e7\u00f5es milenares \u2013 como os \u2022 seca \u2013 a situa\u00e7\u00e3o de seca incas ou os chineses da Antiguidade \u2013 j\u00e1 existiam pr\u00e1ticas de cultivo em ambien- \u00e9 prop\u00edcia para gerar inc\u00ean- tes adversos empregando t\u00e9cnicas agr\u00edcolas como o cultivo em curvas de n\u00edvel e dios. Per\u00edodos longos de o terraceamento para evitar a eros\u00e3o dos solos pelas chuvas. seca trazem impactos so- cioecon\u00f4micos e desequi- Terra\u00e7o agr\u00edcola dos incas l\u00edbrio hidrol\u00f3gico; em Machu Picchu, no Peru, em foto de 2016. Os incas, \u2022 trombas-d\u2019\u00e1gua \u2013 s\u00e3o torna- povo pr\u00e9-colombiano, dos formados sobre grandes praticavam a agricultura \u2013 rios, represas, lagos, mares de milho, batatas, mandioca, e oceanos, por isso podem tomate e outros produtos \u2013 ocorrer em diversos locais. em curvas de n\u00edvel para No Brasil, por\u00e9m, os riscos evitar a eros\u00e3o dos solos. est\u00e3o relacionados \u00e0quelas Esse \u00e9 um exemplo de que se formam no oceano e ocupa\u00e7\u00e3o humana adequada se movimentam em dire\u00e7\u00e3o ao relevo. ao litoral. Nowaczyk\/Shutterstock Relevo e clima \u2022 CAP\u00cdTULO 7 145 Para aprofundar Preven\u00e7\u00e3o de riscos de deslizamentos em encostas em \u00e1reas dex.php?option=com_content&view=article&id=28182>. Acesso urbanas em: 12 set. 2018. CARVALHO, Celso S.; GALV\u00c3O, Thiago. In: MORAIS, Maria; KRAUSE, Faz uma an\u00e1lise geral das causas e dos condicionantes dos des- Cleandro; LIMA NETO, Vicente Correia. Caracteriza\u00e7\u00e3o e tipologia de lizamentos de encostas e das \u00e1reas urbanas brasileiras suscet\u00edveis assentamentos prec\u00e1rios: estudos de caso brasileiros. Bras\u00edlia, DF: a esse tipo de ocorr\u00eancia. Tamb\u00e9m traz informa\u00e7\u00f5es sobre pol\u00edticas IPEA, 2016. p. 169-185. Dispon\u00edvel em: <www.ipea.gov.br\/portal\/in voltadas para a gest\u00e3o de riscos de desastres naturais. 145MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Geolink Oriente os alunos a ler o texto Leia o texto. e a analisar o mapa cuidadosa- mente para realizar as ativida- Nasa cria sistema capaz de prever deslizamentos de terra em todo o mundo des, mobilizando a habilidade EF07GE09. A Nasa \u2013 ag\u00eancia espacial norte-americana \u2013 desenvolveu um sistema que permite a observa\u00e7\u00e3o de amea\u00e7as de deslizamentos de terra causadas pela chuva em qualquer parte do mundo e quase que em tempo real. [...] Atividade 1: \u00c9 um sat\u00e9lite es- pacial que fornece, a cada 30 mi- Segundo os pesquisadores,a precipita\u00e7\u00e3o \u00e9 o gatilho mais comum dos deslizamentos de terra em todo o mundo. nutos, estimativas de chuvas no E, se as condi\u00e7\u00f5es sob a superf\u00edcie daTerra j\u00e1 s\u00e3o inst\u00e1veis, as fortes chuvas atuam apenas como a \u00faltima gota que mundo inteiro. faz com que lama,pedras ou detritos \u2013 ou todos combinados \u2013 se movam rapidamente pelas montanhas e encostas. Atividade 2: O ideal \u00e9 que o A partir de um multissat\u00e9lite chamado GPM (Global Precipitation Measurement), o novo sistema fornece esti- aluno argumente que o moni- mativas de precipita\u00e7\u00f5es em todo o mundo a cada 30 minutos. O monitor estima a potencial atividade de desliza- tor do GPM pode prever os des- mento das \u00e1reas com precipita\u00e7\u00e3o pesada,persistente e recente. S\u00e3o considerados cr\u00edticos os locais que excederem lizamentos de terra nos lugares suas pr\u00f3prias m\u00e9dias de precipita\u00e7\u00e3o dos \u00faltimos sete dias. cr\u00edticos, ou seja, aqueles em que a precipita\u00e7\u00e3o superou seus valo- Segundo a Nasa, em lugares onde a precipita\u00e7\u00e3o \u00e9 excepcionalmente alta, o sistema usa um mapa de susceti- res m\u00e9dios nos \u00faltimos sete dias. bilidade para determinar se a \u00e1rea \u00e9 propensa a deslizamentos de terra. Neste mapa s\u00e3o consideradas cinco carac- Essa previs\u00e3o poder\u00e1 alertar os ter\u00edsticas bastante impactantes: constru\u00e7\u00e3o de estradas nas proximidades, remo\u00e7\u00e3o ou queima de \u00e1rvores, falha poderes p\u00fablicos para que me- tect\u00f4nica, rocha fraca e encostas \u00edngremes. didas sejam colocadas em pr\u00e1- tica, a come\u00e7ar pela informa\u00e7\u00e3o Se o mapa de suscetibilidade mostrar que a \u00e1rea com chuvas fortes \u00e9 vulner\u00e1vel, o modelo produz um alerta so- dos riscos \u00e0 popula\u00e7\u00e3o que vive bre a \u201cprobabilidade alta\u201d ou \u201cmoderada\u201d de deslizamento. O modelo produz novos alertas a cada 30 minutos. [...] nesses lugares, al\u00e9m do aciona- mento de planos de evacua\u00e7\u00e3o Fonte: UOL not\u00edcias. Nasa cria sistema capaz de prever deslizamentos de terra em todo o mundo. UOL, 22 mar. 2018. Dispon\u00edvel em: das \u00e1reas de risco. <https:\/\/noticias.uol.com.br\/ciencia\/ultimas-noticias\/redacao\/2018\/03\/22\/nasa-cria-sistema-capaz-de-prever-deslizamentos-de-terra- Atividade 3: Espera-se que em-todo-o-mundo.htm>. Acesso em: 25 maio 2018. o aluno conclua que seriam as \u00e1reas de planalto com dom\u00ednio Mundo: probabilidade de deslizamento de terra no m\u00eas de dezembro (em percentual)* de \u00e1reas montanhosas e serras, em especial no Sul e Sudeste 0\u00b0 OCEANO GLACIAL \u00c1RTICO do pa\u00eds, nas \u00e1reas acidentadas mais povoadas e com fortes chu- C\u00edrculo Polar \u00c1rtico vas que muitas vezes provocam Meridiano de Greenwich deslizamentos de terra. OCEANO OCEANO Portal de Mapas\/Arquivo da editoraOCEANO PAC\u00cdFICO ATL\u00c2NTICO PAC\u00cdFICO Atividade 4: Chame a aten\u00e7\u00e3o dos alunos para o fato de que, as- Tr\u00f3pico de C\u00e2ncer sociados aos fatores menciona- dos acima, h\u00e1 que se considerar Probabilidade de ocorr\u00eancia N OCEANO Equador 0\u00b0 os desmatamentos e a densidade de deslizamento de terra OL \u00cdNDICO demogr\u00e1fica da popula\u00e7\u00e3o \u2013 que (em %) Tr\u00f3pico de podem levar algumas pessoas a S 0 3 030 6 060 km Capric\u00f3rnio ocupar \u00e1reas de encostas, alte- rando-as (eliminando a cobertu- Baixa Alta ra vegetal original, entre outros problemas). 0 1 3 6 10 20 30 Se oportuno, comente com os Fonte: elaborado com base em UOL not\u00edcias. Nasa cria sistema capaz de prever deslizamentos de terra em todo o mundo. UOL, 22 alunos que o Brasil, desde 2011, mar. 2018. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/noticias.uol.com.br\/ciencia\/ultimas-noticias\/redacao\/2018\/03\/22\/nasa-cria-sistema-capaz-de-prever- conta com o Centro Nacional de deslizamentos-de-terra-em-todo-o-mundo.htm>. Acesso em: 25 maio 2018. Monitoramento e Alerta de De- sastres Naturais (Cemaden), * O modelo mostra um mapa que foi gerado com informa\u00e7\u00f5es coletadas entre os anos de 2007 a 2016; por conta disso, ele n\u00e3o vinculado ao Minist\u00e9rio da Ci\u00ean- representa um ano espec\u00edfico. cia, Tecnologia, Inova\u00e7\u00f5es e Co- munica\u00e7\u00f5es (MCTIC). Esse \u00f3rg\u00e3o Agora, responda \u02c6s quest\u00f5es. realiza o monitoramento para prevenir e gerenciar desastres 1 O que \u00e9 o multissat\u00e9lite chamado GPM? naturais em munic\u00edpios que apre- sentam \u00e1reas de riscos. 2 Na sua opini\u00e3o, qual \u00e9 a import\u00e2ncia do multissat\u00e9lite? Em funcionamento 24 horas 3 Observe novamente o mapa Brasil: relevo, na p\u00e1gina 142, e, com base nele e em seus conhecimentos, responda: por dia e 7 dias por semana, o Quais \u00e1reas do Brasil poderiam se beneficiar mais com esse sistema? monitoramento \u00e9 feito com da- dos obtidos a partir de radares 4 Observe no mapa acima que, no Brasil, a maior probabilidade de deslizamento de terra no per\u00edodo do ver\u00e3o se meteorol\u00f3gicos, pluvi\u00f4metros d\u00e1 em uma \u00e1rea bem espec\u00edfica. Que \u00e1rea \u00e9 essa? Que fatores podem contribuir para esses deslizamentos? autom\u00e1ticos, sensores geot\u00e9c- nicos, esta\u00e7\u00f5es agrometeorol\u00f3- 146 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana gicas e esta\u00e7\u00f5es hidrol\u00f3gicas. Se poss\u00edvel, explore com os alunos o Mapa Interativo da Rede Ob- servacional para Monitoramento de Risco de Desastres Naturais do Cemaden. Dispon\u00edvel em: <www.cemaden.gov.br\/mapainterativo>. Acesso em: 12 set. 2018. Por meio dele \u00e9 poss\u00edvel saber se o munic\u00ed- pio onde os alunos vivem \u00e9 monitorado pelo Cemaden. 146 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","3 Clima e massas de ar Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Damos o nome de clima ao conjunto de varia\u00e7\u00f5es do tempo atmosf\u00e9rico de um de- Minha biblioteca Oriente a leitura do texto, cha- terminado local da superf\u00edcie terrestre. Para compreender o clima de um local, temos de mando a aten\u00e7\u00e3o dos alunos para estudar os diversos tipos de tempo atmosf\u00e9rico que ali costumam ocorrer durante anos Clima e meio ambiente, as diferen\u00e7as conceituais entre seguidos (geralmente em um per\u00edodo de trinta anos). O resultado desse estudo, uma de Jos\u00e9 Bueno Conti. clima e tempo, bem como o signi- esp\u00e9cie de s\u00edntese dos tipos de tempo que geralmente ocorrem no local, definir\u00e1 o clima. S\u00e3o Paulo: Atual, 1998. ficado de frente e de massas de ar, pois s\u00e3o elementos essenciais O tempo e o clima se referem aos mesmos fen\u00f4menos atmosf\u00e9ricos: temperatura, O livro explica os para se compreender a din\u00e2mica press\u00e3o atmosf\u00e9rica, ventos, umidade do ar e precipita\u00e7\u00f5es, como chuva, neve, geada e mecanismos de atmosf\u00e9rica e o clima. granizo. O tempo, no entanto, se refere a um momento espec\u00edfico (tempo chuvoso, por regula\u00e7\u00e3o do clima exemplo), enquanto o clima se refere aos tipos de tempo que costumam ocorrer em atmosf\u00e9rico em escala Conduza a an\u00e1lise do ma- determinado local durante um ano (o clima de Manaus, por exemplo, \u00e9 quente e \u00famido, global e como as a\u00e7\u00f5es pa, mobilizando a habilidade embora em alguns dias o tempo possa estar seco ou, \u00e0s vezes, menos quente). humanas podem EF07GE09, e explique cada uma provocar mudan\u00e7as das cinco massas de ar apresen- Um elemento importante para explicar as mudan\u00e7as do tempo atmosf\u00e9rico s\u00e3o clim\u00e1ticas que tadas pelo mapa. Explique que a as massas de ar, que s\u00e3o por\u00e7\u00f5es espessas e extensas da atmosfera, com milhares impactam diretamente zona de influ\u00eancia ou o alcance de quil\u00f4metros quadrados de extens\u00e3o e caracter\u00edsticas pr\u00f3prias de press\u00e3o, tempe- nosso cotidiano. de cada massa de ar muda con- ratura e umidade determinadas pela regi\u00e3o na qual se originam. Em raz\u00e3o das dife- forme as esta\u00e7\u00f5es do ano. ren\u00e7as de press\u00e3o atmosf\u00e9rica entre as diversas regi\u00f5es da superf\u00edcie terrestre, as massas de ar est\u00e3o em constante movimento. No ver\u00e3o, as massas Equa- torial Continental, Equatorial Existem massas de ar polares, equatoriais, tropicais oce\u00e2nicas e continentais, que Atl\u00e2ntica e a Tropical Atl\u00e2ntica se movimentam constantemente e, com frequ\u00eancia, ocupam o lugar umas das outras. predominam sobre o territ\u00f3rio brasileiro, sem influ\u00eancia da mas- O encontro entre duas massas de ar de diferentes temperaturas recebe o nome sa Polar Atl\u00e2ntica. Essas massas de frente. Ocorre uma frente fria, por exemplo, quando uma massa polar se desloca e quentes e \u00famidas se deslocam empurra outra massa, tropical, ocupando o seu espa\u00e7o. para o interior do territ\u00f3rio bra- sileiro onde se localiza grande Massas de ar que influenciam As massas de ar Portal de Mapas\/Arquivo da editora parte da zona de converg\u00eancia o clima do Brasil que atuam no Brasil intertropical, uma zona de baixa press\u00e3o, caracterizada por gran- O clima brasileiro \u00e9 influenciado pelas seguintes massas de ar 55\u00ba O de presen\u00e7a de chuvas. (veja o mapa ao lado): mEa Para aprofundar \u2022 Massa Equatorial Atl\u00e2ntica (mEa): quente e \u00famida, do- Equador 0\u00ba Site do Projeto Jovem Ex- mEc plorador mina a parte litor\u00e2nea da Amaz\u00f4nia e do Nordeste em Dispon\u00edvel em: <www.jovem alguns per\u00edodos do ano e tem seu centro de origem no explorador.iag.usp.br>. Aces- so em: 13 set. 2018. oceano Atl\u00e2ntico (ao norte da linha do equador, pr\u00f3ximo Este projeto, idealizado por ao arquip\u00e9lago dos A\u00e7ores). mTc um professor e um aluno do Instituto de Astronomia, Geo- \u2022 Massa Equatorial Continental (mEc): tamb\u00e9m quente e Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio m Ta f\u00edsica e Ci\u00eancias Atmosf\u00e9ricas da Universidade de S\u00e3o Paulo, \u00famida, com centro de origem na parte ocidental da Ama- visa \u00e0 divulga\u00e7\u00e3o cient\u00edfica. Entre os conte\u00fados, h\u00e1 uma z\u00f4nia, domina a por\u00e7\u00e3o noroeste do territ\u00f3rio amaz\u00f4nico OCEANO se\u00e7\u00e3o dedicada \u00e0s din\u00e2mi- durante praticamente todo o ano. Localizada acima dos PAC\u00cdFICO cas da atmosfera, fen\u00f4menos continentes, \u00e9 a \u00fanica massa continental \u00famida no globo, meteorol\u00f3gicos e clim\u00e1ticos. pois, como regra, as massas de ar oce\u00e2nicas s\u00e3o \u00famidas, e as continentais, secas. Sua umidade pode ser explicada OCEANO ATL\u00c2NTICO principalmente pela presen\u00e7a da floresta Amaz\u00f4nica, como N veremos melhor a seguir. OL mPa 0 830 1 660 km Fonte: elaborado com base em SIMIELLI, Maria Elena. S Geoatlas. S\u00e3o Paulo: \u00c1tica, 2012. Relevo e clima \u2022 CAP\u00cdTULO 7 147 147MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas \u2022 Massa Tropical Atl\u00e2ntica (mTa): quente e \u00famida, origin\u00e1ria do oceano Atl\u00e2ntico Explique aos alunos que, no nas imedia\u00e7\u00f5es do tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio, exerce grande influ\u00eancia sobre a par- inverno, a zona de converg\u00ean- cia intertropical se desloca pa- te litor\u00e2nea do Brasil, desde o Nordeste at\u00e9 o Sul. ra o norte, formando no interior do Brasil uma zona de alta pres- \u2022 Massa Tropical Continental (mTc): quente e seca, origina-se na depress\u00e3o do s\u00e3o. Essa situa\u00e7\u00e3o minimiza a in- flu\u00eancia das massas Equatorial Chaco, entre o norte da Argentina e o Paraguai, e abrange uma \u00e1rea de atua\u00e7\u00e3o Continental, Equatorial Atl\u00e2ntica e Tropical Atl\u00e2ntica, caracterizan- muito limitada. Permanece em sua regi\u00e3o de origem durante quase todo o ano, 3 b) A previs\u00e3o para esse dia \u00e9 do uma esta\u00e7\u00e3o seca, especial- mente no interior do territ\u00f3rio. mas \u00e0s vezes sofre uma retra\u00e7\u00e3o pelo avan\u00e7o de alguma frente polar. de predom\u00ednio de Sol e tempo Al\u00e9m disso, aparece a massa Polar Atl\u00e2ntica que influencia a apenas parcialmente nublado regi\u00e3o Sul e parte do Sudeste e do Centro-Oeste, podendo al- \u2022 Massa Polar Atl\u00e2ntica (mPa): fria e \u00famida, forma-se nas por\u00e7\u00f5es do oceano (Sol entre poucas nuvens) can\u00e7ar o norte do Mato Grosso. para grande parte do Brasil, Comente tamb\u00e9m que a massa Atl\u00e2ntico pr\u00f3ximas \u00e0 Patag\u00f4nia (sul da Argentina). Atua mais no inverno, quan- podendo haver pancadas de Tropical Continental, no Brasil, influencia o clima da regi\u00e3o do do penetra no Brasil como frente fria, provocando chuvas e o decl\u00ednio da tem- chuva no norte e no sul do Pantanal de modo quase perene. pa\u00eds. Se pertinente, relembre-os de que essa movimenta\u00e7\u00e3o e esse peratura. Embora a frente fria chegue, \u00e0s vezes, at\u00e9 a Amaz\u00f4nia, ela influencia 3. c) Na regi\u00e3o Norte, no norte alcance s\u00e3o influenciados pelas zonas de alta e baixa press\u00e3o mais o clima do sul do pa\u00eds, em especial o das \u00e1reas localizadas abaixo do tr\u00f3- da regi\u00e3o Nordeste, em Santa e de que o ar sempre se deslo- Catarina e no Rio Grande do ca de uma zona de alta press\u00e3o pico de Capric\u00f3rnio. em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 zona de baixa pres- Sul. s\u00e3o. Prepare mapas tem\u00e1ticos do movimento das massas de Texto e a\u00e7\u00e3o 1. Espera-se que o aluno conclua que neste caso est\u00e1 vendo a previs\u00e3o ar no Brasil no inverno e no ve- do tempo e n\u00e3o do clima. Isso porque essa previs\u00e3o n\u00e3o mostra r\u00e3o. Assim, os alunos poder\u00e3o como \u00e9 o clima desse local, mas o tempo que se espera para o fim de visualizar melhor as diferen\u00e7as. semana (se vai chover, fazer calor, etc.). Texto e a\u00e7\u00e3o 1 Imagine que voc\u00ea vai viajar para Fernando de Noronha (PE). Na quarta-feira, voc\u00ea faz uma consulta na internet para descobrir a previs\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es atmosf\u00e9ricas desse local para o fim de semana. Nessa Atividade 1: Se oportuno, ex- situa\u00e7\u00e3o \u00e9 correto afirmar que o que foi visto \u00e9 a previs\u00e3o do tempo ou do clima? Por qu\u00ea? plique que a previs\u00e3o do tempo \u00e9 feita a partir da an\u00e1lise de da- 2 Imagine agora que voc\u00ea e sua fam\u00edlia v\u00e3o se mudar para uma cidade distante, em outra regi\u00e3o do pa\u00eds. dos obtidos de diversas fontes (visualiza\u00e7\u00e3o do c\u00e9u e forma\u00e7\u00e3o Ao consultar algum site da internet para conseguir informa\u00e7\u00f5es sobre esse local, voc\u00ea pesquisar\u00e1 o de nuvens, medi\u00e7\u00e3o da tempe- ratura e da press\u00e3o atmosf\u00e9rica, clima ou o tempo dessa cidade? Por qu\u00ea? 2. Espera-se que o aluno conclua que neste caso ele vai olhar como \u00e9 o clima da imagens de radar Doppler, boias cidade. Isso porque o clima mostra como costumam ser os diferentes tipos de mar\u00edtimas, bal\u00f5es atmosf\u00e9ricos e esta\u00e7\u00f5es meteorol\u00f3gicas, entre tempo nas diversas esta\u00e7\u00f5es do ano e n\u00e3o apenas um tipo de tempo moment\u00e2neo. outros). Com esses dados s\u00e3o formados modelos num\u00e9ricos 3 Observe a notifica\u00e7\u00e3o a seguir, que trata da previs\u00e3o do tempo (simplificada) para o territ\u00f3rio brasilei- em supercomputadores. Esses modelos permitem visualizar ro no dia 12 de maio de 2017. Depois responda \u00e0s quest\u00f5es. a evolu\u00e7\u00e3o do tempo e geram previs\u00f5es baseadas em c\u00e1lcu- 3. a) A esta\u00e7\u00e3o do ano no Brasil e no hemisf\u00e9rio sul, no m\u00eas de maio, \u00e9 o outono. los probabil\u00edsticos. Estas pre- vis\u00f5es s\u00e3o, por fim, analisadas Condi\u00e7\u00f5es do tempo em 12\/5\/2017 no territ\u00f3rio brasileiro por meteorologistas cujo resul- tado \u00e9 divulgado como \u201cprevis\u00e3o Nesta sexta-feira (12\/5) ocorrer\u00e3o pancadas Brasil: previs\u00e3o do tempo (12\/5\/2017) Equador Portal de Mapas\/Arquivo da editora do tempo\u201d. de chuva, que poder\u00e3o ser localmente fortes e registrar acumulados significativos de precipita- 50\u00b0 O Comente que, no Brasil, o Cen- \u00e7\u00e3o. Podem ser acompanhadas de descargas tro de Previs\u00e3o de Tempo e Estu- el\u00e9tricas, rajadas de vento e ocasional queda de AP OCEANO dos Clim\u00e1ticos (CPTEC) vinculado ATL\u00c2NTICO ao Instituto Nacional de Pesqui- sas Espaciais (Inpe) e o Instituto 0\u00b0 RR Nacional de Meteorologia (INMET) administrado pelo Minist\u00e9rio da granizo no RS. No centro do pa\u00eds a umidade abai- AM PA RN Agricultura, Pecu\u00e1ria e Abasteci- xo dos 40% poder\u00e1 afetar principalmente GO, MG, AC MA mento (Mapa) s\u00e3o as principais oeste de SP, centro-sul do TO e oeste da BA. institui\u00e7\u00f5es que realizam a pre- Entre PE e PB haver\u00e1 condi\u00e7\u00f5es para acumulados RO PI CE PB vis\u00e3o do tempo. de precipita\u00e7\u00e3o ao longo do dia, bem como entre TO PE AL SE BA o AP, norte do PA, centro-norte do MA e entre os N MT DF MG litorais do PI e norte do CE. MS GO ES OL a) Nesse dia espec\u00edfico do m\u00eas de maio, qual OCEANO SP RJ Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio \u00e9 a esta\u00e7\u00e3o do ano no Brasil e no hemis- PAC\u00cdFICO S PR 0 580 1 160 km f\u00e9rio sul? Parcialmente SC b) Qual \u00e9 a previs\u00e3o do tempo atmosf\u00e9rico nublado predominante para esse dia? Possibilidade RS de pancadas de chuva c) Em qual regi\u00e3o ou regi\u00f5es do pa\u00eds havia Fonte: elaborado com base em INPE. Centro de Previs\u00e3o do Tempo e maior probabilidade de chuvas? Estudos Clim\u00e1ticos. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/tempo.cptec.inpe.br>. Acesso em: 12 maio 2017. 148 UNIDADE 3 \u2022 Paisagens naturais e a\u00e7\u00e3o humana 148 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","4 Os tipos de clima do Brasil Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas De acordo com a atua\u00e7\u00e3o das massas de ar, verificamos a exist\u00eancia de seis tipos Antes de aprofundar o estudo de clima no Brasil: equatorial \u00famido, litor\u00e2neo \u00famido, tropical continental, tropical das caracter\u00edsticas de cada um semi\u00e1rido, tropical de altitude e subtropical \u00famido. Observe, no mapa a seguir, a loca- dos climas do Brasil, comente liza\u00e7\u00e3o dos tipos clim\u00e1ticos existentes no pa\u00eds. que o pa\u00eds possui mais de 90% do seu territ\u00f3rio localizado na Portal de Mapas\/Arquivo da editora Brasil: clima 55\u00ba O zona intertropical, ou seja, entre os tr\u00f3picos. Isso significa que a Equador OCEANO maior parte do pa\u00eds est\u00e1 sob uma ATL\u00c2NTICO grande incid\u00eancia dos raios so- lares e, consequentemente, a 0\u00ba amplitude t\u00e9rmica \u00e9 menor do que em outras regi\u00f5es do mun- OCEANO 0 565 1 130 km Climas controlados por massas do. Al\u00e9m disso, por possuir um PAC\u00cdFICO de ar equatoriais e tropicais litoral extenso, o clima \u00e9 bastan- Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio te influenciado pelas massas de Equatorial \u00famido ar oce\u00e2nicas. N Litor\u00e2neo \u00famido Em seguida, analise o mapa OL com os alunos, mobilizando a Tropical continental habilidade EF07GE09. Conhe- S cer em quais regi\u00f5es predomina Tropical semi\u00e1rido cada tipo de clima vai auxili\u00e1-los a estabelecer rela\u00e7\u00f5es com ou- Climas controlados por massas tros temas. de ar tropicais e polares Realize a leitura do texto sobre Tropical de altitude o clima equatorial \u00famido com os alunos. Certifique-se de que eles Subtropical \u00famido compreenderam a influ\u00eancia das massas e seus movimentos, o fe- Fonte: elaborado com base em n\u00f4meno da friagem, o papel dos SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. rios da bacia Amaz\u00f4nica e suas S\u00e3o Paulo: \u00c1tica, 2012. p. 118. caracter\u00edsticas. Se for necess\u00e1rio, comente que a regi\u00e3o equatorial Clima equatorial \u0153mido Evapotranspira\u00e7\u00e3o: \u00e9 uma zona de baixa press\u00e3o. processo pelo qual as O clima equatorial \u00famido abrange principalmente a \u00e1rea da Amaz\u00f4nia brasileira. matas perdem \u00e1gua por Prepare um climograma des- \u00c9 dominado pela Massa Equatorial Continental (mEc) em quase toda a sua extens\u00e3o uma combina\u00e7\u00e3o de se clima para que os alunos ad- e durante o ano todo. Apenas na por\u00e7\u00e3o litor\u00e2nea da Amaz\u00f4nia h\u00e1 alguma influ\u00eancia evapora\u00e7\u00e3o (dos solos) quiram maior familiaridade com da Massa Equatorial Atl\u00e2ntica (mEa). Algumas vezes, no inverno, a frente fria atinge e de transpira\u00e7\u00e3o esse tipo de representa\u00e7\u00e3o. Co- o sul e o sudoeste dessa regi\u00e3o, ocasionando uma queda da temperatura denomina- (das plantas). mente que esse clima tamb\u00e9m da friagem. Embora as massas de ar continentais sejam geralmente secas, a mEc \u00e9 Caudaloso: que possui \u00e9 percebido na regi\u00e3o central do \u00famida por localizar-se sobre a Amaz\u00f4nia, que, al\u00e9m de fornecer umidade para essa intensa corrente ou fluxo. continente africano e em parte massa de ar pela evapotranspira\u00e7\u00e3o dos vegetais, tem em seu territ\u00f3rio a mais rica M\u00e9dia t\u00e9rmica mensal: do sudeste asi\u00e1tico, onde tam- bacia hidrogr\u00e1fica do planeta, com muitos rios caudalosos. m\u00e9dia das temperaturas b\u00e9m h\u00e1 presen\u00e7a de florestas verificadas em um m\u00eas tropicais. Trata-se, portanto, de um clima quente e \u00famido. As m\u00e9dias t\u00e9rmicas mensais em determinado lugar. variam de 25 \u00baC a 28 \u00baC, ocorrendo baixa amplitude t\u00e9rmica anual (diferen\u00e7a entre a Al\u00edsio: vento que sopra Aproveite a oportunidade m\u00e9dia mensal mais quente e a mais fria). O resfriamento no inverno \u00e9 pequeno. As durante o ano todo sobre para trabalhar com os alunos a m\u00e9dias pluviom\u00e9tricas s\u00e3o altas (de 1 500 mm a 2 500 mm por ano), e a esta\u00e7\u00e3o seca extensas regi\u00f5es, a partir Sequ\u00eancia Did\u00e1tica 1: O clima \u00e9 geralmente curta (poucos meses ao ano, ou nenhum, em alguns lugares). das altas press\u00f5es do estado e do munic\u00edpio, dis- subtropicais na dire\u00e7\u00e3o pon\u00edvel no material digital. Como se trata de uma regi\u00e3o de calmaria, causada pelo encontro dos al\u00edsios do das baixas press\u00f5es hemisf\u00e9rio norte com os do hemisf\u00e9rio sul, as precipita\u00e7\u00f5es que a\u00ed ocorrem s\u00e3o, em equatoriais. sua maioria, chuvas de convec\u00e7\u00e3o. Ou seja, resultam do movimento ascendente do ar quente carregado de umidade, que provoca a condensa\u00e7\u00e3o do vapor de \u00e1gua da at- Relevo e clima \u2022 CAP\u00cdTULO 7 149 mosfera ao encontrar temperaturas baixas nas altitudes mais elevadas. 149MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Clima litor\u00e2neo \u00famido \u00eandice pluviom\u017dtrico: n\u00famero que indica a Oriente a leitura do texto so- Influenciado pela Massa Tropical Atl\u00e2ntica (mTa), o clima litor\u00e2neo \u00famido abran- quantidade de chuva que bre o clima litor\u00e2neo \u00famido. \u00c9 ge a por\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio brasileiro pr\u00f3xima ao litoral, desde o Rio Grande do Norte at\u00e9 cai em uma \u00e1rea durante importante que os alunos com- a parte setentrional do estado de S\u00e3o Paulo. No inverno, um avan\u00e7o da Massa Polar certo per\u00edodo. preendam n\u00e3o somente o papel Atl\u00e2ntica (mPa) na forma de frente fria desloca a mTa e passa a predominar durante das massas e suas caracter\u00edsti- dias ou semanas nessa \u00e1rea e principalmente no sul do pa\u00eds. cas, mas tamb\u00e9m a influ\u00eancia do relevo. Notam-se nesse clima duas esta\u00e7\u00f5es principais: o ver\u00e3o, geralmente mais chu- voso (com exce\u00e7\u00e3o do litoral nordestino, onde chove mais no inverno, por causa da Apresente \u00e0 turma um cli- influ\u00eancia da mEa), e o inverno, per\u00edodo menos chuvoso. As m\u00e9dias t\u00e9rmicas s\u00e3o mograma de tr\u00eas cidades que elevadas, assim como os \u00edndices pluviom\u00e9tricos. \u00c9 um clima quente e \u00famido, embora possuem esse clima, mas com apresente maior diferen\u00e7a entre as duas esta\u00e7\u00f5es do ano, se comparado ao clima da latitudes distintas, como Santos Amaz\u00f4nia, em que quase n\u00e3o h\u00e1 diferen\u00e7a. (SP), Ilh\u00e9us (BA) e Natal (RN) para comparar a temperatura e Nesta \u00e1rea, o clima se caracteriza pela grande circula\u00e7\u00e3o de ar, tanto pela penetra- a pluviometria. Comente que as \u00e7\u00e3o da frente fria (deslocando da regi\u00e3o Sul para a regi\u00e3o Norte) como, principalmente, m\u00e9dias t\u00e9rmicas desse clima pela penetra\u00e7\u00e3o do ar oce\u00e2nico (vindo de leste em dire\u00e7\u00e3o ao oeste do pa\u00eds), que, ao variam muito conforme a latitu- encontrar as \u00e1reas montanhosas (serra do Mar, chapada Diamantina e chapada da Bor- de do lugar. borema), ocasiona as chuvas de relevo, chamadas de orogr\u00e1ficas. Fa\u00e7a a leitura do texto sobre o Esse tipo de chuva ocorre quando o ar \u00famido em movimento encontra uma \u00e1rea clima tropical semi\u00e1rido com os montanhosa e \u00e9 obrigado a elevar-se, ocasionando resfriamento; nesse momento, h\u00e1 alunos, observando a fotografia. condensa\u00e7\u00e3o do vapor de \u00e1gua e precipita\u00e7\u00f5es. As m\u00e9dias pluviom\u00e9tricas desse clima Verifique a compreens\u00e3o deles situam-se entre 1 500 mm e 2 000 mm ao ano. Portanto, em geral \u00e9 um clima menos sobre o car\u00e1ter at\u00edpico desse \u00famido do que o equatorial. clima, pela din\u00e2mica particular das massas de ar. Esclare\u00e7a que Clima tropical semi\u00e1rido Delfim Martins\/Pulsar Imagens as massas de ar \u00famidas, confor- me v\u00e3o adentrando no continen- Abrange a regi\u00e3o conhecida como Sert\u00e3o do Nordeste. Brejo de altitude na serra do te, perdem umidade. No caso da \u00c9 um tipo de clima quente e seco, com m\u00e9dias anuais de Araripe, em Barbalha (CE). mEc, apesar de nascer \u00famida pluviosidade geralmente inferiores a 1 000 mm \u2013 a menor Foto de 2017. dentro do continente, quando m\u00e9dia do Brasil foi registrada em Cabaceiras, na Para\u00edba: chega ao sert\u00e3o j\u00e1 n\u00e3o possui o 278 mm\/ano. Al\u00e9m disso, as chuvas concentram-se em um mesmo n\u00edvel de umidade. Prepare per\u00edodo curto, geralmente tr\u00eas meses ao ano. \u00c0s vezes, esse e apresente aos alunos um cli- per\u00edodo \u00e9 ainda menor ou simplesmente n\u00e3o ocorre duran- mograma de uma cidade dessa te um ano ou mais, o que ocasiona as conhecidas secas regi\u00e3o em que seja evidente o regionais. Esse \u00edndice pluviom\u00e9trico baixo e irregular pode baixo \u00edndice pluviom\u00e9trico. ser explicado pela situa\u00e7\u00e3o da regi\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 circula\u00e7\u00e3o das massas de ar e pelo seu relevo. Atividade complementar O Sert\u00e3o nordestino \u00e9 um local de encontro de quatro sistemas atmosf\u00e9ricos Compartilhe com os alunos o oriundos das massas de ar mEc, mTa, mEa e mPa. As poucas chuvas que a\u00ed ocorrem trecho da m\u00fasica de Luiz Gonza- se devem \u00e0 influ\u00eancia da mEc no ver\u00e3o, que, ao aproximar-se dessa \u00e1rea, vai se tor- ga que retrata o clima do sert\u00e3o nando menos \u00famida do que no seu centro de origem (Amaz\u00f4nia ocidental). e o efeito da chuva como forma de ilustrar o conte\u00fado, mobili- No inverno, ocorre a influ\u00eancia da mTa e dos al\u00edsios oriundos da mEa e, \u00e0s vezes, zando a CECHEF7. Explore o re- h\u00e1 penetra\u00e7\u00e3o da frente fria. Mas essas correntes de ar j\u00e1 chegam secas \u00e0 regi\u00e3o, pois gionalismo contido nas palavras perderam a umidade com as chuvas nas \u00e1reas litor\u00e2neas e nas chapadas da regi\u00e3o como \u201csofred\u00f4\u201d e \u201chome\u201d, mobi- Nordeste (Diamantina e da Borborema). lizando a CGEB3 e a CECHEF1. Se oportuno, comente que Luiz Em alguns locais de maior altitude (denominados brejos), a frente fria costuma Gonzaga do Nascimento foi um provocar chuvas de relevo durante o inverno. Aos poucos, esses locais se transforma- cantor e compositor pernambu- ram em ilhas verdes no meio da Caatinga, a vegeta\u00e7\u00e3o regional. cano, conhecido como o Rei do Bai\u00e3o, muito importante para a m\u00fasica popular brasileira. 150 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana Texto complementar Sert\u00e3o Sofredor verde! Home... Pulo ver\u00e3o no meu sert\u00e3o, de verde s\u00f3 fica mermo Ah, meu sert\u00e3o veio sofred\u00f4! Terrazinha pesada da gota! [...] pano de bilhar, [...] e pena de papagaio! \u00c9 um desadouro meu chefe! Quando chove l\u00e1, chove pr\u00e1 derreter tudo. A terra vira lama, a Ah, Sert\u00e3o Veio sofredor! [\u2026] cheia acaba com os pobres, a\u00e7ud\u00e3o pro mundo... Aquilo num \u00e9 nem chuva, \u00e9 dil\u00favio! E quando n\u00e3o chove \u00e9 mais pior meu chefe! GONZAGA, Luiz. Sert\u00e3o Sofredor. 1958. Dispon\u00edvel em: <www.letras.mus. \u00c9 o ver\u00e3o brabo! Torrando tudo, lascando, acabando com o que era br\/luiz-gonzaga\/1565380>. Acesso em: 13 set. 2018. 150 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Clima tropical continental Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas O clima tropical continental abrange Minas Gerais, Goi\u00e1s, parte de S\u00e3o Paulo, Mato Oriente a leitura do texto pelos Grosso do Sul, parte de Mato Grosso, trechos da Bahia, do Maranh\u00e3o, do Piau\u00ed e do alunos sobre os climas tropical Cear\u00e1. \u00c9 um clima tropical t\u00edpico, ou seja, quente e semi\u00famido, com uma esta\u00e7\u00e3o chu- continental e tropical de altitude. vosa (o ver\u00e3o) e outra seca (o inverno). Verifique se compreenderam a diferen\u00e7a entre os dois climas Durante o ver\u00e3o, esse clima \u00e9 dominado pela Massa Equatorial Continental (mEc), no que se refere \u00e0s massas de que provoca chuvas frequentes. No inverno, h\u00e1 um recuo da mEc, que se limita \u00e0 Ama- ar que neles atuam. Se neces- z\u00f4nia, e ocorre penetra\u00e7\u00e3o da mTa, que j\u00e1 perdeu a umidade na faixa litor\u00e2nea e nas s\u00e1rio, explique que o recuo da \u00e1reas montanhosas. \u00c0s vezes, h\u00e1 tamb\u00e9m penetra\u00e7\u00e3o da frente polar, que provoca uma massa equatorial continental ligeira redu\u00e7\u00e3o da temperatura e um per\u00edodo de chuvas escassas. As m\u00e9dias t\u00e9rmicas no inverno ocorre pelo desloca- situam-se entre 20 \u00baC e 28 \u00baC, e a pluviosidade fica em torno de 1 500 mm\/ano. mento da zona de converg\u00eancia intertropical, transformando o Clima tropical de altitude interior do Brasil em uma zona de alta press\u00e3o. \u00c9 o clima das \u00e1reas de maior altitude da regi\u00e3o Sudeste. \u00c9 influenciado pela Mas- sa Tropical Atl\u00e2ntica (mTa), que \u00e9 \u00famida. Com ver\u00f5es menos quentes e invernos mais Prepare climogramas das cida- frios do que o clima tropical continental, apresenta \u00edndice pluviom\u00e9trico acima de des de Campo Grande (MS), Te- 1 700 mm. No inverno, registram-se baixas temperaturas e ocorrem geadas em vir- resina (PI) e Campos do Jord\u00e3o tude da atua\u00e7\u00e3o da Massa Polar Atl\u00e2ntica (mPa). (SP) e deixe que os alunos fa- \u00e7am a an\u00e1lise comparativa deles. Clima subtropical \u0153mido Por fim, fa\u00e7a a leitura do cli- Abrange o Brasil meridional, isto \u00e9, a por\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio brasileiro localizada ao sul ma subtropical \u00famido. \u00c9 impor- do tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio. Predomina a mTa, que provoca chuvas abundantes, principal- tante que os alunos entendam mente no ver\u00e3o. No inverno, \u00e9 frequente a penetra\u00e7\u00e3o da frente polar, que d\u00e1 origem a suas caracter\u00edsticas marcantes chuvas frontais \u2013 precipita\u00e7\u00f5es resultantes do encontro da massa de ar quente com a comparadas aos demais climas massa de ar fria, quando ocorre grande condensa\u00e7\u00e3o do vapor de \u00e1gua atmosf\u00e9rico. O do Brasil. Para tanto, escolha um \u00edndice m\u00e9dio anual de pluviosidade \u00e9 elevado (superior a 1500 mm) e as chuvas s\u00e3o bem climograma de uma cidade na distribu\u00eddas durante o ano, inexistindo uma esta\u00e7\u00e3o seca. serra ga\u00facha ou do interior do Paran\u00e1. O intuito \u00e9 evidenciar \u00c9 o tipo de clima que, diferentemente dos demais climas do Brasil, pode ser clas- a amplitude t\u00e9rmica. O estudo sificado como mesot\u00e9rmico, isto \u00e9, de temperaturas m\u00e9dias (a m\u00e9dia do m\u00eas mais frio dos tipos de clima do Brasil con- \u00e9 inferior a 18 \u00b0C). A amplitude t\u00e9rmica anual \u00e9 elevada, a maior dos climas brasileiros. templa a habilidade EF07GE11. Existe, assim, uma sens\u00edvel diferen\u00e7a entre ver\u00e3o (bem quente) e inverno (frio, \u00e0s vezes com geadas e at\u00e9 neve em alguns locais). Nesse tipo de clima, percebe-se mais niti- Texto complementar damente um esbo\u00e7o de primavera e outono, esta\u00e7\u00f5es que, na pr\u00e1tica, n\u00e3o existem na maior parte do territ\u00f3rio brasileiro. Qual foi o recorde de frio no Brasil? E de Texto e a\u00e7\u00e3o 1. Espera-se que o aluno considere os poss\u00edveis impactos negativos que tal desmatamento calor? acarretaria \u00e0 Amaz\u00f4nia sob diferentes aspectos, principalmente no tocante ao clima, com a diminui\u00e7\u00e3o da pluviosidade na medida em que a umidade atmosf\u00e9rica da Foram -11,1 \u00b0C e 44,7 \u00b0C. regi\u00e3o em grande parte \u00e9 oriunda da evapotranspira\u00e7\u00e3o das plantas. Isso segundo o Inmet, pois as medi\u00e7\u00f5es variam de acordo 1 Um eventual desmatamento quase completo na Amaz\u00f4nia modificaria o clima da regi\u00e3o? Por qu\u00ea? com o instituto. A mais bai- xa foi registrada em Xanxe- 2 Observe o mapa Brasil: clima, da p\u00e1gina 149, e aponte que tipo de clima predomina na regi\u00e3o Norte r\u00ea, Santa Catarina, em 20 de do Brasil. Quais s\u00e3o as principais caracter\u00edsticas desse clima? julho de 1953. A \u201cfriaca\u201d foi resultado de uma massa polar 3 De acordo com as informa\u00e7\u00f5es desse mapa, que tipo de clima predomina no estado onde voc\u00ea mora? muito intensa que atingiu a Em sua opini\u00e3o, como esse tipo clim\u00e1tico interfere na vida das pessoas? Resposta pessoal. regi\u00e3o. J\u00e1 a Empresa de Pes- quisa Agropecu\u00e1ria e Exten- 2. Na regi\u00e3o Norte do Brasil, predomina o clima equatorial \u00famido. Trata-se de um clima quente e \u00famido. As m\u00e9dias t\u00e9rmicas 151 s\u00e3o Rural de Santa Catarina mensais variam de 25 \u00b0C a 28 \u00b0C, ocorrendo baixa amplitude t\u00e9rmica anual (diferen\u00e7a entre a m\u00e9dia mensal mais quente e a mais (Epagri) diz que esse recor- fria). O resfriamento no inverno \u00e9 pequeno. As m\u00e9dias pluviom\u00e9tricas s\u00e3o altas (de 1 500 mm a 2 500 mm Relevo e clima \u2022 CAP\u00cdTULO 7 de pertence a Ca\u00e7ador, onde por ano), e a esta\u00e7\u00e3o seca \u00e9 geralmente curta (poucos meses ao ano, ou nenhum, em alguns lugares). fez -14 \u00baC em 1952 (para o Inmet, o term\u00f4metro estava Texto e a\u00e7\u00e3o um pouquinho acima). J\u00e1 o pico de calor \u00e9 uma unani- Atividade 3: Motive os alunos a considerarem as rela\u00e7\u00f5es entre os midade entre os centros de tipos de clima e os aspectos culturais da sociedade humana da Uni- pesquisa: foi em Bom Jesus dade da Federa\u00e7\u00e3o onde vivem. Questione-os se os h\u00e1bitos culturais do Piau\u00ed, no Piau\u00ed, em 21 de (refletidos nas comidas, vestimentas, express\u00f5es culturais) s\u00e3o in- novembro de 2005: 44,7 \u00baC. fluenciados pelo clima (mais quente, frio, seco ou \u00famido). CRUZ, Felipe B. Qual foi o recorde de frio no Brasil? E de calor? Superinteressante. 4 jul. 2018. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/ super.abril.com.br\/mundo- estranho\/qual-e-o-recorde- de-frio-no-brasil-e-de-calor>. Acesso em: 13 set. 2018. 151MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 5 Solo urbano e enchentes Regato: corrente de \u00e1gua pouco volumosa e de Por meio da leitura do texto no Brasil pequena extens\u00e3o. e da observa\u00e7\u00e3o da fotografia, espera-se que os alunos identifi- Praticamente todos os anos, no per\u00edodo das chuvas \u2013 sobretudo em dezembro e quem os efeitos da chuva relacio- janeiro na maior parte do pa\u00eds \u2013, ocorrem enchentes em v\u00e1rias cidades brasileiras que, nados \u00e0 permeabilidade do solo e \u00e0s vezes, ocasionam inunda\u00e7\u00f5es e at\u00e9 desabamentos de encostas. a influ\u00eancia nesse processo das constru\u00e7\u00f5es e do asfaltamento A chuva que cai sobre o solo pode seguir dois caminhos: infiltrar-se no subsolo, nas \u00e1reas urbanas. formando len\u00e7\u00f3is subterr\u00e2neos de \u00e1gua, ou escorrer pela superf\u00edcie, formando enxur- radas, regatos, c\u00f3rregos e rios. Alguns desses cursos de \u00e1gua s\u00e3o tempor\u00e1rios e s\u00f3 Comente que a ocupa\u00e7\u00e3o irre- surgem quando chove; outros s\u00e3o perenes, existindo durante todo o ano. Neste caso, gular em \u00e1reas de risco potencia- o que garante a perenidade dos cursos de \u00e1gua \u00e9 o len\u00e7ol subterr\u00e2neo. liza os problemas decorrentes de chuvas intensas. Se considerar A capacidade de reten\u00e7\u00e3o de \u00e1gua pelo subsolo depende da permeabilidade do oportuno, acrescente que \u00e1reas solo. Em solos arenosos a permeabilidade \u00e9 alta, o que significa que a \u00e1gua se infiltra de intensa urbaniza\u00e7\u00e3o tendem facilmente no subsolo. Em solos argilosos, a permeabilidade \u00e9 baixa, o que dificulta a formar ilhas de calor. essa infiltra\u00e7\u00e3o. Em solos rochosos, compactados, cimentados ou asfaltados, a per- meabilidade \u00e9 nula. Atividade complementar Em s\u00edntese, quanto maior a permeabilidade do solo, mais a \u00e1gua da chuva con- Proponha aos alunos uma ati- segue se infiltrar no subsolo e, consequentemente, menos \u00e1gua vai escoar pela su- vidade de investiga\u00e7\u00e3o de poss\u00ed- perf\u00edcie. Onde n\u00e3o h\u00e1 constru\u00e7\u00f5es, a permeabilidade do solo \u00e9 geralmente alta, e veis solu\u00e7\u00f5es para os problemas grande parte da \u00e1gua das chuvas se infiltra. No entanto, nas cidades, com as constru- urbanos causados por fatores na- \u00e7\u00f5es e o asfaltamento das ruas, o solo tornou-se praticamente imperme\u00e1vel, exceto turais e a\u00e7\u00f5es antr\u00f3picas como nas raras \u00e1reas verdes. Assim, n\u00e3o h\u00e1 mais infiltra\u00e7\u00e3o da \u00e1gua das chuvas, que em sua enchentes, inunda\u00e7\u00f5es e desli- totalidade corre pela superf\u00edcie, por ruas e avenidas, ocasionando inunda\u00e7\u00f5es. A solu- zamento de encostas. Incentive- \u00e7\u00e3o \u00e9 construir redes de galerias de \u00e1guas pluviais, mas com as fortes chuvas elas s\u00e3o -os a trazer uma lista de solu\u00e7\u00f5es insuficientes e entopem devido ao excesso de lixo. para compartilhar com os cole- gas em uma data combinada. A situa\u00e7\u00e3o piora nas v\u00e1rzeas dos rios, muitas vezes ocupadas por constru\u00e7\u00f5es e Nesse dia, promova uma refle- moradias irregulares. Todo rio tem um leito normal e um leito maior, para onde ele x\u00e3o sobre como poderiam p\u00f4r transborda nos per\u00edodos das cheias, quando recebe mais \u00e1gua das chuvas ou do der- em pr\u00e1tica as solu\u00e7\u00f5es, apon- retimento de neve. tando os agentes que deveriam ser envolvidos. Essa atividade As v\u00e1rzeas s\u00e3o esse leito pretende desenvolver a CGEB2, maior do rio, o qual, de modo ine- a CECHEF3 e a CEGEF1. vit\u00e1vel, vai ocup\u00e1-las nas \u00e9pocas de cheias mais intensas. Dessa forma, a maneira inadequada de Luis Lima Jr\/Fotoarena ocupa\u00e7\u00e3o humana de certas \u00e1reas, especialmente nas \u00e1reas de risco (encostas de morros, v\u00e1rzeas), e a car\u00eancia ou obstru\u00e7\u00e3o de galerias de \u00e1gua s\u00e3o respons\u00e1veis pelas enchentes e inunda\u00e7\u00f5es, pelos de- sabamentos e movimentos de massa de encostas. Alagamento devido a fortes chuvas em S\u00e3o Jos\u00e9 dos Campos (SP), em 2016. 152 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana 152 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","CONEX\u00cdES COM CI\u00caNCIAS E HIST\u00d3RIAPortal de Mapas\/Arquivo da editora Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas \u00a5 Leia o texto abaixo, que compara as pesquisas sobre as rochas sedimentares com as pesquisas a respeito de A atividade desta p\u00e1gina re- quer habilidades de an\u00e1lise e fatos hist\u00f3ricos. compara\u00e7\u00e3o de mapas, mobi- lizando, portanto, a habilidade Um historiador pode facilmente desnortear um ge\u00f3logo se perguntar qual a idade da vasta camada de rochas EF07GE09, al\u00e9m de relacionar sedimentares conhecida como Grupo Bambu\u00ed, que forma uma pequena \u00e1rea dos estados de Goi\u00e1s eTocantins o conte\u00fado do texto com o do e boa parte de Minas Gerais e Bahia. [...] Os ge\u00f3logos come\u00e7aram a estudar essa regi\u00e3o h\u00e1 30 anos, mas a idade cap\u00edtulo. atribu\u00edda a ela ainda \u00e9 incerta: varia de 740 milh\u00f5es a 550 milh\u00f5es de anos [...]. Estudos em andamento indicam que a idade das rochas pode at\u00e9 ser mais recente [...]. O grande problema para a defini\u00e7\u00e3o de uma data mais Item b: Oriente os alunos a lo- precisa \u00e9 que as rochas do cora\u00e7\u00e3o do Brasil s\u00e3o sedimentares, ou seja, formadas pela combina\u00e7\u00e3o e fus\u00e3o de calizar no mapa \u201cBrasil: relevo\u201d da fragmentos de outras rochas e detritos terrestres ou marinhos. Outras regi\u00f5es s\u00e3o formadas por rochas de ori- p\u00e1gina 142 a \u00e1rea representada gem vulc\u00e2nica, cuja data\u00e7\u00e3o \u00e9 bem mais simples. [...] no mapa \u201cRochas do Grupo Bam- bu\u00ed\u201d desta p\u00e1gina. Ao localizar a Se quisessem, os ge\u00f3logos poderiam provocar os historiadores perguntando quando come\u00e7ou a Segunda \u00e1rea nos mapas, espera-se que Guerra Mundial.A resposta mais prov\u00e1vel ser\u00e1 1o de setembro de 1939,quando os alem\u00e3es invadiram a Pol\u00f4nia. os alunos indiquem que os rele- Essa,por\u00e9m,\u00e9 uma\u201cresposta europeia\u201d,na vis\u00e3o do historiador ingl\u00eas Niall Fergusson. Para ele,a\u201cresposta real\u201d vos predominantes do local s\u00e3o: \u00e9 7 de julho de 1937,quando o Jap\u00e3o invadiu a China,iniciando uma guerra que em poucos meses mobilizou 850 o relevo de montanha (planaltos mil soldados. Fergusson considera outras possibilidades: a guerra pode ter come\u00e7ado talvez antes, em 1931, com dom\u00ednio montanhoso e de quando o Jap\u00e3o ocupou a Manch\u00faria,um territ\u00f3rio chin\u00eas,em um epis\u00f3dio sangrento que deixou 200 mil mortos, serra) e as depress\u00f5es. Ent\u00e3o, ou em 1935, quando Mussolini invadiu aAbiss\u00ednia [atual Eti\u00f3pia],ou ainda em 1936,quando os alem\u00e3es e os ita- retome o conte\u00fado referente aos lianos ajudaram Franco a conter os rebeldes na guerra civil da Espanha,j\u00e1 testando as t\u00e1ticas que usariam depois tipos de rochas e apresente as contra outros pa\u00edses.Talvez os ge\u00f3logos e os historiadores tenham mais em comum do que imaginam. caracter\u00edsticas das rochas sedi- mentares, ou seja, rochas que Fonte: FIORAVANTI, Carlos. Rochas rejuvenescidas. S\u00e3o Paulo: Revista Pesquisa Fapesp, ed. 195, maio 2012. s\u00e3o formadas de sedimentos e Dispon\u00edvel em: <http:\/\/revistapesquisa.fapesp.br\/2012\/05\/11\/rochas-rejuvenescidas>. Acesso em: 4 maio 2018. detritos compactados ao longo de milhares de anos. Por fim, ex- Rochas do Grupo Bambu\u2019 plique que essa \u00e1rea concentrou sedimentos durante milh\u00f5es de 45\u00ba O anos, o que resultou nessa for- ma\u00e7\u00e3o geomorfol\u00f3gica. TO Tamb\u00e9m \u00e9 poss\u00edvel questionar BA os alunos sobre o clima predo- Salvador minante na regi\u00e3o das rochas do Grupo Bambu\u00ed. \u00c9 esperado Bras\u00edlia 15\u00ba S que apontem os climas litor\u00e2neo GO DF \u00famido, tropical semi\u00e1rido, tropical continental e tropical de altitude. Cr\u00e1ton do S\u00e3o Francisco OCEANO ATL\u00c2NTICO Grupo Bambu\u00ed MG N Fonte: elaborado com base (As rochas desse grupo OL em FIORAVANTI, Carlos. ocupam 300 mil km2 Belo Rochas rejuvenescidas. Revista dos estados de Goi\u00e1s, Horizonte S Pesquisa Fapesp, ed. 195, maio Tocantins, Minas Gerais 200 400 km 2012. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/ e Bahia.) 0 revistapesquisa.fapesp.br\/2012\/05\/11\/ rochas-rejuvenescidas>. Acesso em: Limites do Cr\u00e1ton 4 maio 2018. Capital de pa\u00eds Capital de estado Agora, responda \u00e0s quest\u00f5es: a) H\u00e1 alguma rela\u00e7\u00e3o entre a not\u00edcia acima e o que voc\u00ea estudou neste cap\u00edtulo? Qual? a) Resposta pessoal. b) Compare o mapa acima com o mapa do relevo brasileiro, na p\u00e1gina 142 deste cap\u00edtulo. O que \u00e9 poss\u00edvel concluir se compararmos os dois mapas? b) Resposta pessoal. c) Os cientistas costumam dizer que n\u00e3o existem verdades absolutas, mas apenas relativas. O texto comprova ou desaprova essa opini\u00e3o? Por qu\u00ea? c) Resposta pessoal. O texto comprova que no conhecimento cient\u00edfico s\u00f3 existem verdades relativas e nunca absolutas. Relevo e clima \u2022 CAP\u00cdTULO 7 153 153MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas ATIVIDADES O planejamento urbano \u2013 na verdade, a falta dele \u2013 \u00e9 a raiz do problema. A destrui\u00e7\u00e3o da mata ciliar dos rios, + A\u00e7\u00e3o + A\u00e7\u00e3o a ocupa\u00e7\u00e3o humana das \u00e1reas de v\u00e1rzeas e o desma- tamento das encostas est\u00e3o diretamente relacionados Atividade 1, item a: Respos- 1 Todos os dias, jornais, emissoras de r\u00e1dio e televis\u00e3o e aos efeitos danosos das chuvas. Como as \u00e1rvores fun- ta pessoal. Os alunos devem sites na internet d\u00e3o a previs\u00e3o do tempo referindo-se cionam como uma camada impermeabilizadora, o des- obter as informa\u00e7\u00f5es e tra- \u00e0 influ\u00eancia das massas de ar no territ\u00f3rio brasileiro. florestamento fragiliza o solo e as constru\u00e7\u00f5es irregu- z\u00ea-las posteriormente para a lares o tornam inst\u00e1vel, tornando-o mais exposto a sala de aula. a) Assista a um programa jornal\u00edstico nacional. Registre deslizamentos. no caderno informa\u00e7\u00f5es relativas a massas de ar. Atividade 1, item b: Respos- N\u00e3o se esque\u00e7a de anotar o dia em que voc\u00ea assis- Os programas de combate \u00e0s enchentes t\u00eam se tas pessoais que depender\u00e3o do tiu ao programa. dedicado a medidas estruturais de amplia\u00e7\u00e3o da munic\u00edpio onde os alunos vivem capacidade da vaz\u00e3o dos cursos d\u2019\u00e1gua, mas as ci- e da \u00e9poca em que a atividade b) Compare as informa\u00e7\u00f5es do mapa de massas de ar dades continuam crescendo de forma desordenada. for realizada. \u00c9 prov\u00e1vel que as dispon\u00edvel na p\u00e1gina 147 com as que voc\u00ea coletou. As constru\u00e7\u00f5es deixam o solo imperme\u00e1vel, impe- informa\u00e7\u00f5es recolhidas sejam Responda: dindo que ele absorva a \u00e1gua. Desta forma, a chuva organizadas de forma semelhan- se acumula. Al\u00e9m disso, lixo e entulho continuam te, visto que os meios de comu- \u2022 Qual massa de ar predominava no pa\u00eds no dia em sendo despejados nos rios e os cursos d\u2019\u00e1gua s\u00e3o nica\u00e7\u00e3o utilizam fontes como o canalizados. [...] Instituto Nacional de Pesquisas que voc\u00ea assistiu \u00e0 previs\u00e3o do tempo? Espaciais (Inpe) ou alguns ou- O Brasil instituiu a Pol\u00edtica Nacional de Prote\u00e7\u00e3o tros institutos de pesquisa que \u2022 Havia alguma frente fria sobre o pa\u00eds ou nas suas e Defesa Civil em abril de 2012. A aprova\u00e7\u00e3o da lei, fornecem esse tipo de informa- principal marco regulat\u00f3rio do pa\u00eds, foi comemorada \u00e7\u00e3o. No entanto, os alunos devem proximidades? porque estabelece que as regi\u00f5es t\u00eam de mapear os emitir uma argumenta\u00e7\u00e3o sobre riscos e divide a responsabilidade entre diferentes a relev\u00e2ncia ou n\u00e3o da previs\u00e3o \u2022 Qual era a previs\u00e3o do tempo para a sua regi\u00e3o? n\u00edveis de governo. A partir dela, a gest\u00e3o do risco co- do tempo. Seja qual for o posi- \u2022 Voc\u00ea acha importante observar a previs\u00e3o do me\u00e7ou a ser levada em considera\u00e7\u00e3o em planos dire- cionamento do aluno, verifique tores e de zoneamento. a pertin\u00eancia do seu argumento. tempo? Na sua opini\u00e3o, por que os ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o reproduzem essas informa\u00e7\u00f5es? Mas, para a Pol\u00edtica Nacional ser aprovada, foi pre- Atividade 2, item a: A aus\u00eancia ciso que v\u00e1rias trag\u00e9dias se seguissem por todo o pa\u00eds de planejamento urbano explica, 2 Por que ainda ocorrem trag\u00e9dias relacionadas \u00e0s abun- para evidenciar a necessidade de uma regula\u00e7\u00e3o. entre outros fen\u00f4menos, o desa- dantes chuvas no Brasil? Leia o texto a seguir e respon- parecimento da mata ciliar, que da \u00e0s quest\u00f5es sobre o assunto. Fonte: DIAS, Tatiana. Por que trag\u00e9dias causadas pelas chuvas provoca a eros\u00e3o do solo. Tal ero- s\u00e3o recorrentes no Brasil? Nexo, S\u00e3o Paulo, 29 dez. 2015. s\u00e3o se agrava quando as \u00e1reas de Por que trag\u00e9dias causadas pelas chuvas Dispon\u00edvel em: <https:\/\/www.nexojornal.com.br\/ v\u00e1rzeas s\u00e3o ocupadas de forma s\u00e3o recorrentes no Brasil ex presso\/2 015\/12 \/2 9\/ Por- q ue -trag\u00e9d ias- causadas- irregular. O desmatamento das pelas-chuvas-s\u00e3o-recorrentes-no-Brasil>. encostas, por sua vez, provoca [...] Inunda\u00e7\u00f5es e desabamentos s\u00e3o consequ\u00ean- Acesso em: 4 maio 2018. os deslizamentos de terra. Parale- cias diretas das chuvas, mas o problema n\u00e3o \u00e9 apenas lamente, a falta de planejamento meteorol\u00f3gico. \u00c9 humano. Trata-se de uma combi- a) Por que a aus\u00eancia de planejamento urbano con- explica o crescimento cont\u00ednuo na\u00e7\u00e3o de fatores: ocupa\u00e7\u00e3o desordenada, ac\u00famulo tribui para a frequente ocorr\u00eancia de trag\u00e9dias e desordenado das cidades. Is- de lixo e entulho, falta de planejamento urbano. provocadas pelas chuvas no Brasil? so significa mais constru\u00e7\u00f5es e impermeabiliza\u00e7\u00e3o do solo pelo \u201cNa verdade s\u00e3o muito poucos os problemas bra- b) Voc\u00ea acha importante a exist\u00eancia de uma Pol\u00edtica asfalto, a car\u00eancia de \u00e1reas ver- sileiros que podem ser considerados realmente de- Nacional de Prote\u00e7\u00e3o e Defesa Civil? Justifique. des, as ocupa\u00e7\u00f5es irregulares de sastres naturais, ou seja, provocados exclusivamente encostas e v\u00e1rzeas, o ac\u00famulo pela pr\u00f3pria natureza\u201d, diz \u00c1lvaro Rodrigues dos San- c) Os desastres (desabamentos, inunda\u00e7\u00f5es, interdi\u00e7\u00e3o de entulho e de lixo nas galerias, tos, ge\u00f3logo e ex-diretor do Instituto de Pesquisas de rodovias, soterramento de habita\u00e7\u00f5es) ocasiona- nos cursos de \u00e1gua, nos rios e Tecnol\u00f3gicas de S\u00e3o Paulo. Segundo ele, a maioria de dos pelas chuvas abundantes s\u00e3o apenas um pro- nos terrenos baldios. nossos problemas de ordem geol\u00f3gica e hidrol\u00f3gica blema natural ou tamb\u00e9m humano? Justifique. \u00e9 de alguma forma induzida por erros t\u00e9cnicos come- Atividade 2, item b: Resposta tidos pelo homem na gest\u00e3o do uso do solo, tanto nas d) Que medidas poderiam ser tomadas para pessoal. Verifique a pertin\u00eancia cidades quanto no campo. [...] amenizar o problema social ocasionado pelas chu- da justificativa apresentada pelo vas abundantes? Em duplas, conversem a respei- aluno. No entanto, ressalte que a 154 ATIVIDADES to e, ent\u00e3o, compartilhem sua opini\u00e3o com os ou- lei obriga os diferentes n\u00edveis do tros colegas da turma. poder p\u00fablico a promover medi- Atividade 2, item d: Resposta pessoal. Incentive os alunos a propo- das de conten\u00e7\u00e3o ou mitiga\u00e7\u00e3o de rem solu\u00e7\u00f5es que podem ser implementadas no seu dia a dia, como danos ao meio ambiente. n\u00e3o jogar lixo no ch\u00e3o, pois pode entupir as galerias que serviriam de passagem para as \u00e1guas das chuvas; ou ainda limpar essas galerias. Atividade 2, item c: Espera-se Tamb\u00e9m \u00e9 poss\u00edvel pensar em medidas de conscientiza\u00e7\u00e3o para se que o aluno aponte que desaba- manter \u00e1reas com vegeta\u00e7\u00e3o natural ou n\u00e3o impermeabilizadas, entre mentos, inunda\u00e7\u00f5es, interdi\u00e7\u00e3o outras posturas que poderiam contribuir para a redu\u00e7\u00e3o do ac\u00famulo das de rodovias, soterramento de ha- \u00e1guas das chuvas. Essa quest\u00e3o dialoga diretamente com a CGEB10. bita\u00e7\u00f5es e mortes de pessoas n\u00e3o s\u00e3o apenas o resultado das chuvas abundantes. A ocupa\u00e7\u00e3o irregular de \u00e1reas de v\u00e1rzeas e de encostas, o ac\u00famulo de entulho e lixo nas galerias, nos cursos de \u00e1gua e nos terrenos baldios e a aus\u00eancia de planejamento urba- no explicam a ocorr\u00eancia desse problema social. 154 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Lendo a imagem Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas \u00a5 No ver\u00e3o, muitas cidades brasileiras sofrem com as chuvas, que transformam ruas e avenidas em verdadeiros rios. Lendo a imagem Observe as imagens a seguir. Item a: As imagens satirizam os problemas causados pelas Arionauro\/Acervo do cartunista enchentes. Bruno Galv\u00e3o\/Acervo do cartunista Item b: As enchentes s\u00e3o um fen\u00f4meno cada vez mais comum nas grandes cidades. Item c: Os fatores que provo- cam as enchentes nas \u00e1reas ur- banas s\u00e3o a impermeabiliza\u00e7\u00e3o do solo urbano, o entupimen- to dos canais de escoa\u00e7\u00e3o da \u00e1gua (galerias) pelo excesso de lixo, etc. Item d: Resposta pessoal. Ve- rifique se os alunos sabem quais s\u00e3o os meses mais chuvosos e se h\u00e1 enchentes no munic\u00ed- pio em que moram. Se os alu- nos n\u00e3o souberem a resposta, oriente-os para que percebam se os meses de mais chuva no munic\u00edpio s\u00e3o no inverno ou no ver\u00e3o, por exemplo. Item e: Atividade de pesquisa. Espera-se que os alunos arti- culem a ocorr\u00eancia de enchen- tes com as altera\u00e7\u00f5es humanas sobre o ambiente, de modo a estabelecer a rela\u00e7\u00e3o entre a ocorr\u00eancia de enchentes e a ur- baniza\u00e7\u00e3o. Ao pesquisar imagens sobre enchentes no Brasil e elaborar um texto sobre a atua\u00e7\u00e3o hu- mana na natureza, os alunos estar\u00e3o ampliando e aplicando os conhecimentos adquiridos no cap\u00edtulo. Essa atividade visa trabalhar a CGEB4. Agora, responda \u00e0s quest\u00f5es: a) Qual \u00e9 o problema apresentado nas charges? b) Em qual espa\u00e7o ele se tornou mais intenso nos \u00faltimos anos? c) Quais s\u00e3o os fatores que ajudam a provoc\u00e1-lo? d) Quais s\u00e3o os meses mais chuvosos no munic\u00edpio onde voc\u00ea mora? Ocorrem enchentes nesse per\u00edodo? e) Pesquise em jornais, revistas e na internet artigos e imagens sobre enchentes no Brasil e elabore um pequeno texto sobre a a\u00e7\u00e3o humana na natureza. ATIVIDADES 155 155MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 7","Habilidades CAP\u00cdTULO Hidrografia trabalhadas neste e biomas cap\u00edtulo 8 EF07GE01 EF07GE11 Tales Azzi\/Pulsar Imagens Para come\u00e7ar EF07GE09 EF07GE12 Vista a\u00e9rea do Parque Nacional de Anavilhanas e do Rio Negro, em Manaus (AM). 1. Voc\u00ea acha que a Foto de 2017. imagem desta Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas p\u00e1gina apresenta um As paisagens brasileiras s\u00e3o marcadas pelos rios. A rede hidrogr\u00e1fica no Brasil \u00e9 exemplo de biodiver- Para come\u00e7ar abundante, tanto em \u00e1guas superficiais (principalmente rios) quanto em \u00e1guas sub- sidade? terr\u00e2neas. O pa\u00eds \u00e9, por sinal, o de maior reserva de \u00e1gua pot\u00e1vel do mundo. O territ\u00f3- Leia com os alunos o texto e rio brasileiro possui v\u00e1rios biomas ricos em biodiversidade em raz\u00e3o do predom\u00ednio de 2.A \u00e1gua pot\u00e1vel e explore a fotografia. clima quente e da elevada umidade. a biodiversidade s\u00e3o recursos naturais Atividade 1: Se necess\u00e1rio Com rela\u00e7\u00e3o ao seu aproveitamento econ\u00f4mico, os rios s\u00e3o bastante utilizados importantes? Por comente que o termo biodiver- como fonte de energia. Neste cap\u00edtulo, vamos estudar as \u00e1guas e os biomas do Brasil. qu\u00ea? sidade compreende micro-orga- nismos, animais e plantas. Esta Respostas pessoais. diversidade de vidas \u00e9 respons\u00e1- vel pelo equil\u00edbrio das esp\u00e9cies e 156 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u00e7\u2039o humana do ambiente, sendo influenciada por fatores como relevo, solo, cli- ma, radia\u00e7\u00e3o solar, \u00e1guas, ventos entres outros. Atividade 2: Comente que a \u00e1gua pot\u00e1vel \u00e9 aquela que pos- sui caracter\u00edsticas adequadas para o consumo (beber, cozinhar, produzir alimentos e bebidas e para higiene pessoal). Para is- so, ela deve ser inodora, incolor e ins\u00edpida, al\u00e9m de n\u00e3o conter subst\u00e2ncias e micro-organismos que causam doen\u00e7as. Entre os par\u00e2metros de potabilidade da portaria n. 2.914, de 12 de de- zembro de 2011, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, destacam-se: verifica- \u00e7\u00e3o de presen\u00e7a de coliformes fecais e Escherichia coli, turbi- dez, n\u00edvel de pH (entre 6 a 9,5) e radioatividade. Para aprofundar Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur- sos Naturais Renov\u00e1veis (Ibama) Dispon\u00edvel em: <www.ibama. gov.br>. Acesso em: 14 set. 2018. Nesse portal encontram-se informa\u00e7\u00f5es sobre monitora- mento da qualidade ambiental e do uso dos recursos natu- rais, avalia\u00e7\u00f5es de impactos ambientais, preven\u00e7\u00e3o e con- trole de desmatamentos, quei- madas e inc\u00eandios florestais, al\u00e9m de educa\u00e7\u00e3o ambiental. 156 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","1 A hidrografia brasileira Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas O Brasil \u00e9 um pa\u00eds rico em \u00e1guas superficiais. Observe algumas caracter\u00edsticas da De olho na tela Prepare um mapa de locali- hidrografia brasileira: Entre rios. Dire\u00e7\u00e3o de za\u00e7\u00e3o da laguna dos Patos e da Caio Silva Ferraz. S\u00e3o lagoa Mirim, mobilizando a habi- \u2022 Hidrografia rica em rios e pobre em lagos \u2013 Em virtude do clima em geral Paulo: Senac, 2009. lidade EF07GE09. Caso necess\u00e1- O document\u00e1rio aborda rio, explique que laguna \u00e9 o corpo chuvoso e da imensid\u00e3o do territ\u00f3rio, temos uma das mais ricas bacias hidro- a modifica\u00e7\u00e3o dos de \u00e1gua que tem contato com o gr\u00e1ficas da superf\u00edcie terrestre. Entretanto, por causa da estrutura geol\u00f3gica e cursos naturais dos rios mar. J\u00e1 a lagoa \u00e9 o corpo de \u00e1gua do relevo, o territ\u00f3rio brasileiro n\u00e3o possui grandes lagos. Destacam-se os da cidade de S\u00e3o Paulo. com \u00e1gua estagnada, sem con- lagos de barragem marinha, como a laguna dos Patos e a lagoa Mirim, entre tato com o mar e, normalmente, outras originadas pela acumula\u00e7\u00e3o de sedimentos trazidos pelo mar em \u00e1reas Minha biblioteca \u00e9 menor do que um lago. litor\u00e2neas, as chamadas restingas. Entre rios, de Domingos Pellegrini e outros. S\u00e3o Explique que eclusas s\u00e3o \u2022 Regime de alimenta\u00e7\u00e3o \u2013 O regime de alimenta\u00e7\u00e3o dos rios brasileiros \u00e9 basi- Paulo: FTD, 2014. obras de engenharia hidr\u00e1ulica O livro re\u00fane contos de que permitem que embarca\u00e7\u00f5es camente pluvial, ou seja, dependente de chuvas. N\u00e3o se registra regime niveal sete autores sobre rios subam ou des\u00e7am rios ou ma- (de neves) nem glacial (de geleiras). Apenas o rio Amazonas depende, em parte, brasileiros. As hist\u00f3rias res com presen\u00e7a de desn\u00edveis, do derretimento da neve na cordilheira dos Andes, onde ele nasce, mas a maior formam um mosaico de funcionando como um elevador. parte de sua alimenta\u00e7\u00e3o prov\u00e9m mesmo das chuvas. Dessa forma, com exce\u00e7\u00e3o lembran\u00e7as e do de alguns rios do litoral do Nordeste, o per\u00edodo de maiores cheias dos rios bra- imagin\u00e1rio que cerca os Texto complementar sileiros \u00e9 o ver\u00e3o, quando as chuvas s\u00e3o mais abundantes. H\u00e1 uma densa e rios e sua import\u00e2ncia importante rede fluvial, com um grande n\u00famero de rios volumosos, o que se deve na forma\u00e7\u00e3o do Brasil Um panorama do aos elevados \u00edndices pluviom\u00e9tricos registrados na maior parte do pa\u00eds. como na\u00e7\u00e3o. transporte hidrovi\u00e1rio no pa\u00eds. E por que n\u00e3o \u2022 Rios perenes \u2013 A grande maioria dos rios brasileiros \u00e9 perene, ou seja, nunca Trecho do rio Piracicaba, deslanchou afluente do rio Tiet\u00ea. Perene, seca totalmente. Apenas alguns rios que nascem no Sert\u00e3o nordestino s\u00e3o o rio Piracicaba abastece a [\u2026] \u201cO transporte hidro- intermitentes, isto \u00e9, secam totalmente durante alguns meses do ano. Grande S\u00e3o Paulo e a regi\u00e3o vi\u00e1rio \u00e9 muito menos po- de Campinas. Foto de 2017. luente, muito mais seguro e \u2022 Navega\u00e7\u00e3o \u2013 O transporte por hidrovia ainda \u00e9 pouco empregado no Brasil, mais barato\u201d, disse [\u2026] o en- Jo\u00e3o Prudente\/Pulsar Imagens genheiro log\u00edstico, doutoran- embora seja bem mais econ\u00f4mico do que o rodovi\u00e1rio e o ferrovi\u00e1rio. Para do na USP e consultor Elcio transportar carga id\u00eantica \u00e0 mesma dist\u00e2ncia, o transporte hidrovi\u00e1rio custa, Ribeiro. \u201cA potencialidade no em m\u00e9dia, quatro vezes menos que o ferrovi\u00e1rio e quase vinte vezes menos Brasil \u00e9 enorme. A gente po- que o rodovi\u00e1rio. deria passar de menos de 1% para 15% ou 20% em pouco Tecnicamente, \u00e9 poss\u00edvel interligar bacias hidrogr\u00e1ficas com a constru\u00e7\u00e3o de canais mais de uma d\u00e9cada facilmen- artificiais, bem como corrigir certas corredeiras ou quedas-d\u2019\u00e1gua por meio de eclusas, te.\u201d De acordo com dados da alargamento de trechos e barra- Antaq (Ag\u00eancia Nacional de gens. Por\u00e9m, isso nunca foi feito Transportes Aquavi\u00e1rios), o no pa\u00eds: as boas condi\u00e7\u00f5es de na- pa\u00eds disp\u00f5e de 27,5 mil km vegabilidade do rio Amazonas e de vias fluviais naveg\u00e1veis, o seus afluentes, por exemplo, fo- que representa 64% de todo o ram ignoradas de tal forma que se potencial hidrovi\u00e1rio do pa\u00eds. constru\u00edram rodovias paralelas ao rio (como a Transamaz\u00f4nica). Ape- No Brasil, h\u00e1 12 bacias com- nas nos \u00faltimos anos, com o avan- pondo a chamada malha hi- \u00e7o do Mercosul, \u00e9 que se come\u00e7ou drogr\u00e1fica brasileira. Dessas, a explorar com um pouco mais de h\u00e1 hidrovias capacitadas para intensidade os rios que comp\u00f5em receber transporte de carga a bacia do Prata (Paraguai, Uru- em apenas metade. As bacias guai, Paran\u00e1 e afluentes) para fins s\u00e3o a Amaz\u00f4nica, Tocantins- de navega\u00e7\u00e3o fluvial. -Araguaia, Paran\u00e1, S\u00e3o Fran- cisco, Paraguai e Atl\u00e2ntico Sul. Hidrografia e biomas \u2022 CAP\u00eaTULO 8 157 [\u2026] Apesar da quantidade Aproveite a oportunidade para trabalhar o material audiovisual de vias fluviais \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o, que aborda a hidrografia e os biomas brasileiros. algumas caracter\u00edsticas t\u00edpicas dos rios brasileiros exigem um esfor\u00e7o maior por par- te do governo para que se- jam revertidos em hidrovias. \u201cUma das raz\u00f5es para a parti- cipa\u00e7\u00e3o irrelevante de hidro- vias na matriz de transporte de carga \u00e9 o fato de grande parte dos rios serem de pla- nalto, o que favorece a cons- tru\u00e7\u00e3o de usinas hidrel\u00e9tricas, mas n\u00e3o necessariamente a navega\u00e7\u00e3o\u201d, diz o engenheiro Jos\u00e9 Vicente Caixeta, profes- sor titular da Esalq-USP. [\u2026] RONCOLATO, Murilo. Jornal Nexo, 30 mai. 2018. Dispon\u00edvel em: <www.nexojornal.com. br\/expresso\/2018\/05\/30\/ Um-panorama-do-transporte- hidrovi%C3%A1rio-no- pa%C3%ADs.-E-por-que- n%C3%A3o-deslanchou>. Acesso em: 14 set. 2018. 157MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas \u00a5 Produ\u00e7\u00e3o de energia \u2013 O uso dos rios tem sido intenso na produ\u00e7\u00e3o de Tales Azzi\/Pulsar Imagens Fa\u00e7a a leitura do primeiro pa- energia el\u00e9trica. Segundo dados de 2017, cerca de 68% do total da eletrici- Vista da hidrel\u00e9trica de r\u00e1grafo e da fotografia com os dade do Brasil prov\u00e9m de fontes hidr\u00e1ulicas, diferentemente de pa\u00edses como Furnas, em S\u00e3o Jo\u00e3o da alunos. Prepare um mapa com a Gr\u00e3-Bretanha, o Jap\u00e3o e os Estados Unidos, onde cerca de 80% desse Barra (MG), em 2018. a localiza\u00e7\u00e3o das usinas hidrel\u00e9- total \u00e9 fornecido pelo carv\u00e3o, pelo g\u00e1s natural ou pelo petr\u00f3leo (usinas tricas para que eles conhe\u00e7am a termel\u00e9tricas). dimens\u00e3o da capacidade hidrel\u00e9- trica instalada, contemplando a A hidreletricidade j\u00e1 chegou a gerar mais de 95% da energia el\u00e9trica do pa\u00eds. habilidade EF07GE09. Comente Atualmente, mesmo com a constru\u00e7\u00e3o de algumas novas hidrel\u00e9tricas, que a navega\u00e7\u00e3o e a gera\u00e7\u00e3o de vem perdendo sua fra\u00e7\u00e3o no total nacional devido \u00e0 constru\u00e7\u00e3o de usinas energia el\u00e9trica s\u00e3o formas atuais termel\u00e9tricas (a g\u00e1s, principalmente) e e\u00f3licas (movidas pelos ventos). para se aproveitar os rios. Bacias ou regi\u00f5es hidrogr\u00e1ficas Explique o que \u00e9 uma bacia hi- drogr\u00e1fica e uma regi\u00e3o hidrogr\u00e1- Denomina-se bacia hidrogr\u00e1fica a \u00e1rea abrangida por um rio principal e seus fica. Em seguida, analise com os afluentes (e subafluentes). As bacias hidrogr\u00e1ficas pr\u00f3ximas entre si e com semelhan- alunos o mapa e os dados da ta- \u00e7as ambientais formam uma regi\u00e3o hidrogr\u00e1fica. O Conselho Nacional de Recursos bela. Aproveite e pe\u00e7a que obser- H\u00eddricos (CNRH) dividiu o territ\u00f3rio nacional em doze regi\u00f5es hidrogr\u00e1ficas, conforme vem ondem nascem os afluentes se observa no quadro e no mapa abaixo. Essas regi\u00f5es hidrogr\u00e1ficas brasileiras, ao dos rios e onde eles des\u00e1guam. contr\u00e1rio das bacias hidrogr\u00e1ficas (que podem abranger dois ou mais pa\u00edses), limitam- Incentive-os a encontrar as res- -se ao territ\u00f3rio nacional. postas no mapa do relevo da p\u00e1- gina 142 do cap\u00edtulo 7. Bacia ou Porcentagem Brasil: regi\u00f5es hidrogr\u00e1ficas Portal de Mapas\/Arquivo da editora regi\u00e3o Superf\u00edcie em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 Se oportuno, informe sobre a hidrogr\u00e1fica 55\u00ba O exist\u00eancia da hierarquia fluvial. (km2) \u00e1rea total do As nascentes formam os rios de pa\u00eds (%) OCEANO primeira ordem e normalmente ATL\u00c2NTICO s\u00e3o os menores afluentes que Amaz\u00f4nica 3 869 953 45,1 0\u00ba Rio Branco RRioioJaPrarR comp\u00f5em a bacia hidrogr\u00e1fica. 918 822 11 Rio Ta ioTrombetas ui Equador Os rios de segunda ordem s\u00e3o Tocantins- 879 873 10,3 Rio Japur\u00e1 aqueles onde os de primeira or- -Araguaia Rio I\u00e7\u00e1 \u00f3s paj Rio Iriri Pindar\u00e9 dem se encontram. E o rio de Rio Xingu terceira ordem \u00e9 o rio principal Paran\u00e1 o Javari Rio Araguaia da bacia. Rio Tocantins Ri Acrescente que a bacia hidro- Rio gr\u00e1fica \u00e9 delimitada por meio da S\u00e3o Francisco 638 576 8 Rio Parn an\u00e1lise do perfil topogr\u00e1fico, pois 4 Rio S\u00e3 o Francisco um rio se localiza no leito fluvial 2 (o canal por onde escorre a \u00e1gua 3,9 Rio Acara\u00fa do rio) e este leito se encontra Rio Jaguaribe entre dois interfl\u00favios, que s\u00e3o Paraguai 363 446 io Acre a\u00edba Rio Capibaribe pontos mais altos que exercem o papel de divisor de \u00e1guas entre Uruguai 174 533 R Rio Juruena RioRIitoaVpaiczuar-uBarris afluentes da mesma bacia ou en- io Guapor\u00e9 Rio Paragua\u00e7u tre bacias hidrogr\u00e1ficas. Utilize o R mapa para explorar onde haveria interfl\u00favios entre afluentes e en- Parna\u00edba 333 056 tre bacias hidrogr\u00e1ficas distintas. Atl\u00e2ntico 388 160 4,5 R i oRioC Puiaraabg\u00e1uai Leste Rio Pardo Atl\u00e2ntico arana\u00edba Rio Mucuri Nordeste Rio Grande Rio Do Ocidental 274 301 3,2 Regi\u00f5es hidrogr\u00e1 cas Rio P ce Amaz\u00f4nica Atl\u00e2ntico 286 802 3,3 OCEANAOtl\u00e2ntico Nordeste Ocidental Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio Nordeste PAC\u00cdFIACtOl\u00e2ntico Nordeste Oriental Oriental Rio Igua\u00e7u Parna\u00edba ruguai Atl\u00e2ntico 214 629 2,5 Tocantins-araguaia Rio U N Sudeste S\u00e3o Francisco Rio Jacu\u00ed Atl\u00e2ntico Leste Atl\u00e2ntico Sul 187 522 2,2 Atl\u00e2ntico Sudeste 0 OL Paraguai Paran\u00e1 375 750 km Uruguai Fonte: Ag\u00eancia Nacional de \u00c1gua (ANA). Atl\u00e2ntico Sul S Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www2.ana.gov.br\/ Paginas\/default.aspx>. Acesso em: Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geogr\u00e1fico escolar. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/atlasescolar.ibge.gov.br\/ 16 jul. 2018. images\/atlas\/mapas_brasil\/brasil_bacias.pdf>. Acesso em: 7 maio 2018. 158 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana 158 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Geolink 1 Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Leia o texto a seguir. Atividade 1: Sim, h\u00e1 desigual- dade na distribui\u00e7\u00e3o e no con- A crescente escassez de \u00e1gua pot\u00e1vel sumo de \u00e1gua no mundo e no Brasil. A falta de \u00e1gua \u00e9 grave em Atualmente, 29 pa\u00edses j\u00e1 t\u00eam problemas com a falta d\u2019\u00e1gua e a situa\u00e7\u00e3o tende a piorar. A escassez atinge 460 29 pa\u00edses e esse n\u00famero tende milh\u00f5es de pessoas e dezenas de milh\u00f5es delas vivem com menos de cinco litros de \u00e1gua por dia. a aumentar. A escassez j\u00e1 afeta 460 milh\u00f5es de pessoas, muitas Segundo o estudo\u201cCorrup\u00e7\u00e3o Global 2008: Corrup\u00e7\u00e3o no Setor de\u00c1gua\u201d, elaborado pelo Programa das Na\u00e7\u00f5es das quais acessam apenas cinco Unidas para o Desenvolvimento e pela ONG Transpar\u00eancia Internacional, mais de 1 bilh\u00e3o de pessoas n\u00e3o t\u00eam litros de \u00e1gua por dia. Embora o acesso \u00e0 \u00e1gua pot\u00e1vel e 2,4 bilh\u00f5es vivem sem saneamento b\u00e1sico. O mesmo estudo revela que essa situa\u00e7\u00e3o se Brasil tenha cerca de 12% da \u00e1gua deve mais a falhas de governan\u00e7a do que \u00e0 escassez de recursos h\u00eddricos. doce superficial do planeta, sua distribui\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m \u00e9 desigual: Uma proje\u00e7\u00e3o feita pelos cientistas indica que,em 2025,2,43 bilh\u00f5es de pessoas (dois de cada tr\u00eas habitantes do a regi\u00e3o Norte, habitada por 7% da planeta) ser\u00e3o afetadas de alguma forma pela escassez,passando sede ou contraindo doen\u00e7as como c\u00f3lera e ame- popula\u00e7\u00e3o, possui 68% da \u00e1gua; b\u00edase, provocadas pela m\u00e1 qualidade da \u00e1gua. Ser\u00e1 um problema como nunca antes houve no planeta. [...] o Nordeste, habitado por 29% da popula\u00e7\u00e3o, 3%; o Sudeste, onde O Brasil \u00e9 um dos pa\u00edses mais ri- Dirceu Portugal\/Fotoarena se concentra 43% da popula\u00e7\u00e3o, cos em \u00e1gua do planeta. Cerca de apenas 6%. 12% da \u00e1gua doce superficial dis- pon\u00edvel na Terra est\u00e1 aqui. Essa Atividade 2: Espera-se que \u00e1gua,por\u00e9m,tem uma distribui\u00e7\u00e3o os alunos compreendam que muito desigual.A regi\u00e3o Norte,com o problema \u00e9 mais pol\u00edtico (fa- 7% da popula\u00e7\u00e3o, possui 68% da lhas de governan\u00e7a) do que na- \u00e1gua do Brasil; enquanto o Nordes- tural (escassez de \u00e1gua). Eles te, com 29% da popula\u00e7\u00e3o, possui poder\u00e3o apontar v\u00e1rias falhas 3%; e o Sudeste, com 43% da popu- de governan\u00e7a, tais como a do la\u00e7\u00e3o, conta com apenas 6%. S\u00f3 a desmatamento nas nascentes e Amaz\u00f4nia tem 80% da \u00e1gua exis- nas margens dos rios, a polui\u00e7\u00e3o tente no Brasil. dos rios e lagos, o desperd\u00edcio da \u00e1gua tratada pelos \u00f3rg\u00e3os que a Al\u00e9m disso,o desmatamento e a O desperd\u00edcio de \u00e1gua pela popula\u00e7\u00e3o \u00e9 um dos problemas relacionados \u00e0 distribuem para a popula\u00e7\u00e3o, a polui\u00e7\u00e3o dos rios tornam essa situa- disponibilidade e \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o dos recursos h\u00eddricos na atualidade. Na foto, mulher lava falta de saneamento b\u00e1sico e o \u00e7\u00e3o ainda mais s\u00e9ria. Em conse- cal\u00e7ada em dia de chuva, no munic\u00edpio de Campo Mour\u00e3o (PR), em 2018. despejo de esgotos e lixo nos qu\u00eancia disso tudo, quase metade rios, etc. dos brasileiros (45%) n\u00e3o t\u00eam aces- so a servi\u00e7os de \u00e1gua tratada e 96 Atividade 3: Se considerar milh\u00f5es de pessoas vivem sem es- oportuno, ap\u00f3s compartilhar as goto sanit\u00e1rio. informa\u00e7\u00f5es sobre o desperd\u00edcio de \u00e1gua no munic\u00edpio de viv\u00ean- Como se n\u00e3o bastassem esses problemas, os brasileiros ainda desperdi\u00e7am 40% da \u00e1gua tratada forneci- cia, promova um debate sobre da aos usu\u00e1rios. Cada pessoa necessita de 40 litros de \u00e1gua por dia, mas os brasileiros consomem 200 litros o comportamento das pessoas (e os norte-americanos, mais de 500). [...] em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 \u00e1gua e as formas de prevenir o seu desperd\u00edcio e Fonte: BRANCO, P. de M. Coisas que voc\u00ea deve saber sobre a \u00e1gua. Servi\u00e7o Geol\u2014gico do Brasil. de reaproveit\u00e1-la. Organize essas Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.cprm.gov.br\/publique\/Redes-Institucionais\/Rede-de-Bibliotecas---Rede-Ametista\/ formas discutidas como a\u00e7\u00f5es a serem adotadas. Divida a turma Canal-Escola\/Coisas-que-Voce-Deve-Saber-sobre-a-Agua-1084.html>. Acesso em: 7 maio 2018. em grupos menores e incentive cada um a elaborar um cartaz Agora, responda \u02c6s quest\u00f5es. de campanha com uma a\u00e7\u00e3o. Para tanto, desafie-os a pensar 1 H\u00e1 desigualdade na distribui\u00e7\u00e3o e no consumo de \u00e1gua no mundo e no Brasil? Explique sua resposta. em textos curtos apropriados para campanha, bem como na 2 Por que se afirma no texto que o acesso \u00e0 \u00e1gua pot\u00e1vel e ao saneamento b\u00e1sico no mundo \u201cse deve mais a ilustra\u00e7\u00e3o. Oriente-os a realiza- falhas de governan\u00e7a do que \u00e0 escassez de recursos h\u00eddricos\u201d? rem um esbo\u00e7o pensando na diagrama\u00e7\u00e3o do conte\u00fado. Fina- 3 H\u00e1 desperd\u00edcio de \u00e1gua na localidade? Se necess\u00e1rio, pesquise para responder e, depois, compartilhe com lizada a elabora\u00e7\u00e3o, sugerimos os colegas a sua resposta. que os cartazes sejam expostos nos corredores da escola para Hidrografia e biomas \u2022 CAP\u00cdTULO 8 159 que os demais alunos, profes- sores e funcion\u00e1rios possam l\u00ea-los. Essa atividade contem- pla as compet\u00eancias CGEB4, CECHEF6 e CEGEF4. 159MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Bacia Amaz\u00f4nica Riqueza arqueol\u2014gica: conjunto de vest\u00edgios de Fa\u00e7a a leitura do texto com os A bacia Amaz\u00f4nica abrange, no Brasil e na Am\u00e9rica do Sul, uma \u00e1rea de aproxi- povos que viveram no alunos, destacando os elementos madamente 7 milh\u00f5es de quil\u00f4metros quadrados: com mais da metade dessa \u00e1rea no passado, como restos do relevo e do clima. \u00c9 importan- Brasil, essa bacia pode ser considerada a maior do globo terrestre. fossilizados de te que eles compreendam que ancestrais, objetos como o rio Amazonas tem parte dos Atualmente, de acordo com medi\u00e7\u00f5es feitas por meio de imagens de sat\u00e9lite, o rio instrumentos de ca\u00e7a, seus afluentes fora do territ\u00f3rio Amazonas \u00e9 considerado o maior do mundo, tanto em extens\u00e3o quanto em vaz\u00e3o artesanato, etc. brasileiro. Al\u00e9m do planalto das (descarga fluvial ou volume de \u00e1gua). Esse rio \u00e9 um \u201ccoletor\u201d das \u00e1guas das abundantes Guianas, comente que alguns chuvas que ocorrem na regi\u00e3o de clima equatorial, na por\u00e7\u00e3o norte da Am\u00e9rica do Sul. nascem na Cordilheira do Andes. Seus afluentes prov\u00eam tanto do hemisf\u00e9rio norte (oriundos do planalto das Guianas e Verifique se eles entenderam a que des\u00e1guam na sua margem esquerda) quanto do hemisf\u00e9rio sul (procedentes do rela\u00e7\u00e3o entre o clima equatorial planalto brasileiro e que des\u00e1guam na sua margem direita). Essa caracter\u00edstica peculiar (quente e \u00famido) e a abund\u00e2n- provoca duplo per\u00edodo de cheias no curso m\u00e9dio do rio Amazonas. cia de \u00e1guas na bacia. Acrescen- te que o potencial hidrel\u00e9trico da O Amazonas \u00e9 um t\u00edpico rio de plan\u00edcie e, em seu percurso em solo brasileiro, bacia \u00e9 atribu\u00eddo \u00e0 exist\u00eancia de sofre um desn\u00edvel suave e progressivo, sem a ocorr\u00eancia de quedas-d\u2019\u00e1gua, o que desn\u00edveis, mas tamb\u00e9m a esse significa que \u00e9 excelente para a navega\u00e7\u00e3o, podendo receber navios transatl\u00e2nticos volume de \u00e1guas. desde sua foz (onde se localiza a cidade de Bel\u00e9m) at\u00e9 Manaus (pr\u00f3ximo ao local onde o rio Negro des\u00e1gua no Amazonas). Destaque que al\u00e9m da usina hidrel\u00e9trica de Balbina no rio Ua- No passado, chegou-se a pensar que a bacia Amaz\u00f4nica n\u00e3o tinha grande utilida- tum\u00e3 da fotografia, est\u00e3o insta- de para a obten\u00e7\u00e3o de hidreletricidade. Esse ponto de vista j\u00e1 \u00e9 considerado superado, ladas as usinas hidrel\u00e9tricas de pois observou-se que os afluentes do Amazonas, especialmente os da margem direita, Belo Monte, no rio Xingu (PA); Ca- prov\u00eam de \u00e1reas mais altas do que as plan\u00edcies da Amaz\u00f4nia. Quando esses rios deixam choeira dos Patos, no rio Tapaj\u00f3s o planalto brasileiro e adentram terras baixas, h\u00e1 a ocorr\u00eancia de in\u00fameras cachoeiras (PA); de Jirau e Santo Ant\u00f4nio, no e quedas-d\u2019\u00e1gua, especialmente nos rios Xingu (onde est\u00e1 constru\u00edda a usina de S\u00e3o rio Madeira (RO); Samuel, no rio F\u00e9lix), Tapaj\u00f3s, Curu\u00e1-Una e outros. O potencial hidr\u00e1ulico dessa bacia \u00e9 hoje conside- Jamari (RO); Silvio Braga, no rio rado o mais elevado do pa\u00eds, superior ao da bacia do Paran\u00e1, ainda que esta tenha Curu\u00e1-Una (PA) e Coaracy Nunes, melhor aproveitamento com a constru\u00e7\u00e3o de muito mais usinas hidrel\u00e9tricas. no rio Araguari (AM). Ressalte o impacto na biodiversidade e no Contudo, a constru\u00e7\u00e3o de usinas hidrel\u00e9tricas na regi\u00e3o amaz\u00f4nica sofre forte balan\u00e7o do ecossistema cau- oposi\u00e7\u00e3o de defensores do meio ambiente, pois o represamento dos rios para a for- sado pela constru\u00e7\u00e3o da usina ma\u00e7\u00e3o de lagos artificiais, necess\u00e1rios \u00e0s usinas hidrel\u00e9tricas, inunda grandes \u00e1reas, de Balbina. soterrando trechos de mata. Essa inunda\u00e7\u00e3o de enormes trechos da floresta provoca a perda n\u00e3o apenas de vegeta\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m da fauna e at\u00e9 de riquezas arqueol\u00f3- Para aprofundar gicas que existem no subsolo de certas \u00e1reas. Ag\u00eancia Nacional de \u00c1guas \u00c1rea externa da hidrel\u00e9trica de (ANA) Balbina no rio Uatum\u00e3 (AM), em 2015, exemplo de obra mal Dispon\u00edvel em: <www.ana.gov. planejada que causou forte br>. Acesso em: 14 set. 2018. impacto ambiental negativo na Amaz\u00f4nia. O represamento do Apresenta boletins de mo- rio inundou uma \u00e1rea enorme nitoramento, mapas, estat\u00eds- (2 360 km2), mas a gera\u00e7\u00e3o de ticas, not\u00edcias sobre o tema, eletricidade \u00e9 muito baixa, informa\u00e7\u00f5es sobre os prin- insuficiente at\u00e9 para atender cipais programas e projetos \u00e0s necessidades da cidade de h\u00eddricos do governo federal. Manaus. A represa exala constantemente gases t\u00f3xicos Daniel De Granville\/Fotoarena malcheirosos, resultantes do apodrecimento da vegeta\u00e7\u00e3o inundada pela usina e do enorme n\u00famero de peixes mortos. 160 UNIDADE 3 \u2022 Paisagens naturais e a\u00e7\u00e3o humana 160 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Bacia do Tocantins-Araguaia Reprodu\u00e7\u00e3o\/Ag\u00eancia Nacional dos Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Transporte Aquavi\u00e1rios Durante d\u00e9cadas, a bacia do Tocantins-Araguaia foi inclu\u00edda na bacia Amaz\u00f4nica Oriente os alunos a ler o tex- em raz\u00e3o da proximidade da foz dos rios Amazonas e Tocantins e pelo fato de ela to, observar a fotografia e, prin- atravessar a Floresta Amaz\u00f4nica. H\u00e1 algum tempo, passou a ser considerada uma cipalmente, a atentar para as bacia hidrogr\u00e1fica independente e a maior localizada inteiramente no territ\u00f3rio nacio- informa\u00e7\u00f5es de relevo, clima e nal. O Tocantins tem um afluente principal, o Araguaia, t\u00e3o importante quanto o pr\u00f3prio potencial hidrel\u00e9trico em cada Tocantins do ponto de vista de volume de \u00e1gua e extens\u00e3o. No rio Tocantins, destaca- bacia hidrogr\u00e1fica. Incentive-os a -se a usina hidrel\u00e9trica de Tucuru\u00ed, a maior da regi\u00e3o amaz\u00f4nica. verificar as informa\u00e7\u00f5es no mapa da p\u00e1gina 158 e nos mapas de Bacia do S\u00e3o Francisco relevo, massas de ar e clima do cap\u00edtulo anterior, respectivamen- Dentro do grupo das cinco grandes bacias hidrogr\u00e1ficas, a bacia do S\u00e3o Francisco te, nas p\u00e1ginas 142, 147 e 149. \u00e9 uma das que, com a do Tocantins e a do Parna\u00edba, podem ser consideradas total- mente brasileiras. O rio S\u00e3o Francisco nasce em Minas Gerais e percorre \u00e1reas de clima Comente que o aproveitamen- semi\u00e1rido no interior nordestino. Ele \u00e9 um rio perene, pois corre durante o ano todo, to do potencial hidr\u00e1ulico da ba- embora na \u00e9poca das secas permane\u00e7a com um n\u00edvel de \u00e1gua baix\u00edssimo. cia Platina \u00e9 o maior n\u00e3o somente porque se considerava melhor pa- \u00c9 naveg\u00e1vel em um trecho de 1 370 km, que vai de Pirapora (MG) at\u00e9 Juazeiro (BA). ra a constru\u00e7\u00e3o de usinas, mas Por\u00e9m, a import\u00e2ncia de sua hidrovia vem se tornando cada vez menor, em virtude da tamb\u00e9m pelo fato de a regi\u00e3o constru\u00e7\u00e3o de rodovias paralelas, ligando cidades que no passado escoavam quase Centro-Sul do pa\u00eds possuir maior toda a sua produ\u00e7\u00e3o pela navega\u00e7\u00e3o fluvial, como Janu\u00e1ria (MG), Bom Jesus da Lapa dinamismo econ\u00f4mico e indus- (BA), Remanso (BA), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). Como se trata de um rio de planalto, trial, e grandes aglomera\u00e7\u00f5es ur- \u00e9 intensamente utilizado como fonte de energia, abrigando as usinas hidrel\u00e9tricas de banas. Destaque, tamb\u00e9m, que Paulo Afonso, Tr\u00eas Marias, Sobradinho e Moxot\u00f3. pol\u00edticas p\u00fablicas por muito tem- po ignoraram o desenvolvimento Bacia Platina de outras regi\u00f5es do pa\u00eds. A bacia Platina \u00e9 constitu\u00edda por tr\u00eas rios principais e seus afluentes: Paran\u00e1, Para aprofundar Paraguai e Uruguai. Esses tr\u00eas rios unem-se no estu\u00e1rio do Prata, entre o Uruguai e a Argentina. No territ\u00f3rio brasileiro, contudo, eles formam bacias fluviais separadas. Instituto Estadual do Patri- Destacam-se, a\u00ed, o rio Paran\u00e1 e seus afluentes (Tiet\u00ea, Paranapanema, Peixe, Igua\u00e7u e m\u00f4nio Hist\u00f3rico e Art\u00edstico outros), al\u00e9m dos dois rios que o formam ao se juntarem (o Parana\u00edba e o rio Grande). de Minas Gerais. Invent\u00e1rio cultural do Rio S\u00e3o Francisco. S\u00e3o quase todos rios de pla- Cadernos do Patrim\u00f4nio. Be- nalto e encachoeirados, com exce- lo Horizonte: IEPHA-MG, 2015. \u00e7\u00e3o do rio Paraguai, enriquecido 115 p. Dispon\u00edvel em: <www. por um elevado potencial hidr\u00e1u- iepha.mg.gov.br\/images\/com_ lico, que, no passado, foi conside- arismartbook\/download\/8\/ rado o maior do pa\u00eds. Hoje, no en- Inventario%20Cultural%20 tanto, j\u00e1 se reavaliou a bacia Ama- do%20Sao%20Francisco.pdf>. z\u00f4nica, percebendo-se o enorme Acesso em: 14 set. 2018. potencial ignorado h\u00e1 alguns anos. Este documento cont\u00e9m a hist\u00f3ria do rio S\u00e3o Francisco, a ocupa\u00e7\u00e3o de suas margens, a descri\u00e7\u00e3o dos modos de vida das comunidades, sa- beres, festividades, lendas e elementos tradicionais que envolvem o rio. O rio Paraguai \u00e9 um t\u00edpico rio de plan\u00edcie, que atravessa o Pantanal Mato-Grossense e \u00e9 utilizado como hidrovia para escoar o min\u00e9rio de mangan\u00eas (foto) do maci\u00e7o de Urucum. Seu maior porto fluvial \u00e9 o de Corumb\u00e1 (MS), no Brasil, mas sua navega\u00e7\u00e3o \u00e9 internacional, j\u00e1 que o rio banha tamb\u00e9m o Paraguai, a Bol\u00edvia e a Argentina. Foto de 2015. Hidrografia e biomas \u2022 CAP\u00cdTULO 8 161 Atividade complementar tos e sua import\u00e2ncia cultural, relacionando com o conte\u00fado da aula. Caso necess\u00e1rio, informe que resenha descritiva \u00e9 um g\u00eanero textual curto que deve conter t\u00edtulo, refe- Proponha aos alunos uma atividade em que eles dever\u00e3o, primeiro, assistir ao filme r\u00eancia da obra analisada, resumo do conte\u00fado da obra e uma avalia\u00e7\u00e3o cr\u00edtica. Frise nacional Espelho d\u2019\u00e1gua: uma viagem no rio S\u00e3o Francisco (2004, 1 h 50 min) dirigido que essa avalia\u00e7\u00e3o n\u00e3o consiste em classificar a obra em boa ou ruim, e sim ponderar por Marcus Vinicius Cezar. Henrique, personagem principal, \u00e9 um fot\u00f3grafo que, ao pas- o conte\u00fado com base nos conhecimentos que possui. Informe que poder\u00e3o, na rese- sar por uma crise existencial, decide partir numa viagem pelo rio S\u00e3o Francisco, onde nha, explorar o filme como um todo ou destacar um aspecto a ser aprofundado. Essa conhece v\u00e1rias lendas sobre o rio e pessoas que dependem dele para viver. atividade mobiliza a CGEB4. Ap\u00f3s assistir ao filme, solicite que os alunos escrevam uma resenha descritiva sobre a vida das pessoas que dependem do rio S\u00e3o Francisco, sua paisagem, seus elemen- 161MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Sobre a utiliza\u00e7\u00e3o do potencial hidr\u00e1ulico, a Thomaz Vita Neto\/Tyba bacia Platina \u00e9 a mais aproveitada para a cons- Oriente os alunos a ler o texto tru\u00e7\u00e3o de usinas hidrel\u00e9tricas. Nela est\u00e3o cons- Hidrel\u00e9trica de Barra Bonita (SP), no rio Tiet\u00ea, em 2016. e a observar as fotografias. Uti- tru\u00eddas as usinas de Furnas (MG), Marimbondo e lize o mapa da p\u00e1gina 158 para \u00c1gua Vermelha (no rio Grande), S\u00e3o Sim\u00e3o e Itum- localizar as outras bacias hidro- biara (rio Parana\u00edba), Promiss\u00e3o, Barra Bonita e gr\u00e1ficas, mobilizando a habilida- Ibitinga (rio Tiet\u00ea), Xavantes e Capivari (rio Para- de EF07GE09. Pergunte a eles se napanema), Euclides da Cunha (rio Pardo), Foz de enxergam diferen\u00e7as entre as ba- Areia, Salto Santiago e Salto Os\u00f3rio (rio Igua\u00e7u) e cias destacadas anteriormente e o complexo de Urubupung\u00e1, com as usinas de estas. Al\u00e9m do tamanho, espera- Jupi\u00e1 e Ilha Solteira (no rio Paran\u00e1), al\u00e9m da usina -se que percebam que as bacias binacional de Itaipu, entre o Brasil e o Paraguai. hidrogr\u00e1ficas s\u00e3o formadas por rios que n\u00e3o des\u00e1guam em um Outras regi\u00f5es ou bacias hidrogr\u00e1ficas Secom\/Governo do Estado do Rio Grande do Norte \u00fanico rio principal. \u2022 Regi\u00e3o hidrogr\u00e1fica do Parna\u00edba \u2013 Formada Rio Piranhas-A\u00e7\u00fa em trecho Texto e a\u00e7\u00e3o do munic\u00edpio de Itaj\u00e1 (RN), pelos rios Parna\u00edba e seus afluentes: Gur- em 2016. Atividade 2: Espera-se que o gueia, Itaueira, Canind\u00e9 e Poti. aluno aponte que a bacia Amaz\u00f4- nica possui o potencial hidr\u00e1ulico \u2022 Regi\u00e3o ou bacias hidrogr\u00e1ficas do Nordeste mais elevado do Brasil, embora os rios da bacia do Paran\u00e1 apre- Oriental \u2013 \u00c9 uma regi\u00e3o hidrogr\u00e1fica formada sentem um maior aproveitamento por v\u00e1rias pequenas bacias dos rios que se com a constru\u00e7\u00e3o de muito mais localizam entre a foz do rio S\u00e3o Francisco (en- hidrel\u00e9tricas. O aluno poder\u00e1 ain- tre Alagoas e Sergipe) e o delta do rio Parna- da concluir que esse fato se deve \u00edba (entre o Piau\u00ed e o Maranh\u00e3o). S\u00e3o v\u00e1rias \u00e0 maior proximidade da bacia do bacias fluviais que formam essa regi\u00e3o hidro- Paran\u00e1 com o mercado consumi- gr\u00e1fica: as dos rios Jaguaribe, Capibaribe-Be- dor (localizado mais no Sudeste). beribe, Apodi, Acara\u00fa, Munda\u00fa, Para\u00edba, Pira- nhas-A\u00e7u, Una e outros. Atividade 3: Resposta pessoal. O aluno poder\u00e1 citar a exist\u00eancia \u2022 Regi\u00e3o ou bacias do Nordeste Ocidental \u2013 Engloba o Maranh\u00e3o e uma parte de condi\u00e7\u00f5es naturais favor\u00e1veis, a exemplo do rio Amazonas e leste do Par\u00e1. Nessa regi\u00e3o correm os rios Gurupi, Turia\u00e7u, Pericum\u00e3, Mearim, seus afluentes, a exist\u00eancia de Itapecuru e outros. tecnologia, que viabiliza a liga- \u00e7\u00e3o entre as bacias Amaz\u00f4nica \u2022 Regi\u00e3o hidrogr\u00e1fica do Atl\u00e2ntico Leste \u2013 Formada pelas bacias dos rios de Con- e a bacia do Paran\u00e1 por meio de corre\u00e7\u00e3o de quedas-d\u2019\u00e1gua, cons- tas, Itapicuru, Jequitinhonha, Mucuri, Pardo, Paragua\u00e7u e Vaza-Barris. tru\u00e7\u00e3o de eclusas e canais. Cabe recordar tamb\u00e9m que o transpor- \u2022 Regi\u00e3o hidrogr\u00e1fica do Atl\u00e2ntico Sudeste \u2013 Constitu\u00edda principalmente pelas te por navega\u00e7\u00e3o \u00e9 bem mais eco- n\u00f4mico que por rodovias, que na bacias dos rios Doce, Para\u00edba do Sul, Ribeira do Iguape e S\u00e3o Mateus. atualidade predominam no trans- porte de cargas no pa\u00eds. \u2022 Regi\u00e3o hidrogr\u00e1fica do Atl\u00e2ntico Sul \u2013 \u00c9 constitu\u00edda pelas bacias dos rios Cama- qu\u00e3, Capivari, Itaja\u00ed e Jacu\u00ed, que se denomina Gua\u00edba em Porto Alegre. Texto e a\u00e7\u00e3o 1 Junte-se a um colega e reflitam sobre os impactos (tanto aspectos positivos como negativos) oca- sionados pelas usinas hidrel\u00e9tricas tanto para o meio ambiente quanto para o consumidor. Justifiquem a resposta. 2 Compare o potencial e o aproveitamento hidr\u00e1ulico dos rios das bacias Amaz\u00f4nica e do Paran\u00e1. 3 Em sua opini\u00e3o, a hidrografia brasileira poderia ser mais bem aproveitada para navega\u00e7\u00e3o? Por qu\u00ea? 1. Aspectos positivos: as usinas hidrel\u00e9tricas s\u00e3o uma fonte de energia considerada \u201climpa\u201d e renov\u00e1vel, uma alternativa muito melhor que as usinas termel\u00e9tricas. Ao mesmo tempo, elas contribuem para diminuir o valor das contas de energia pagas pelo consumidor em geral e a sua constru\u00e7\u00e3o gera empregos. Aspectos negativos: a inunda\u00e7\u00e3o de grandes \u00e1reas, impactando a 162 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana vegeta\u00e7\u00e3o, a fauna e os f\u00f3sseis arqueol\u00f3gicos, o deslocamento de popula\u00e7\u00f5es ribeirinhas e ind\u00edgenas, a perda de solos agricult\u00e1veis, a presen\u00e7a de gases t\u00f3xicos decorrente das \u00e1rvores e dos peixes apodrecidos nas usinas, a corros\u00e3o das turbinas das usinas, etc. 162 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","\u00c1guas subterr\u00e2neas Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas \u00c1gua subterr\u00e2nea \u00e9 aquela que fica no subsolo, preenchendo os poros das rochas Fa\u00e7a a leitura do texto com sedimentares ou as fraturas, falhas e fissuras das rochas compactas (metam\u00f3rficas os alunos, solicitando a obser- ou cristalinas). Representa uma fase do ciclo hidrol\u00f3gico, quando, ap\u00f3s a precipita\u00e7\u00e3o, va\u00e7\u00e3o da foto. Acrescente que parte da \u00e1gua que atinge o solo se infiltra no interior do subsolo, onde permanece por essa \u00e1gua que infiltra, depen- per\u00edodos extremamente vari\u00e1veis (de meses a d\u00e9cadas ou at\u00e9 mil\u00eanios). dendo da composi\u00e7\u00e3o do solo, forma o len\u00e7ol fre\u00e1tico ou o aqu\u00ed- A quantidade de \u00e1gua subterr\u00e2nea \u00e9 cerca de cem vezes maior do que a de \u00e1gua fero. O len\u00e7ol fre\u00e1tico se localiza superficial, aquela dos rios e dos lagos. Calcula-se que totalize cerca de 10,3 milh\u00f5es em uma camada mais pr\u00f3xima de quil\u00f4metros c\u00fabicos, ao passo que o total de \u00e1gua corrente \u00e9 de aproximadamente da superf\u00edcie. Sua participa\u00e7\u00e3o 92,2 mil km3. Trata-se de uma estimativa, pois boa parte dessa \u00e1gua subterr\u00e2nea ain- no ciclo hidrol\u00f3gico depende da da n\u00e3o foi mapeada ou quantificada, em termos de \u00e1rea de abrang\u00eancia dos aqu\u00edferos topografia e da vegeta\u00e7\u00e3o, pois (medida em quil\u00f4metros quadrados) e de seu volume (medido em quil\u00f4metros c\u00fabicos). estes influenciam a percola\u00e7\u00e3o e evapora\u00e7\u00e3o da \u00e1gua. O aqu\u00edfe- O que \u00e9 um aqu\u00edfero? Jo\u00e3o Prudente\/Pulsar Imagens ro tamb\u00e9m \u00e9 alimentado pelas \u00e1guas da chuva que infiltram Um aqu\u00edfero \u00e9 uma importante reserva de \u00e1gua subterr\u00e2nea, que pode ter alguns O aqu\u00edfero Guarani abastece no solo e nas rochas. No entanto, quil\u00f4metros ou at\u00e9 milhares de quil\u00f4metros quadrados em sua \u00e1rea de abrang\u00eancia. v\u00e1rias cidades brasileiras, os aqu\u00edferos se formam em ca- Segundo estimativas de 2017, as reservas de \u00e1gua subterr\u00e2nea j\u00e1 descobertas e mape- entre elas Ribeir\u00e3o Preto, madas mais profundas da terra, adas no Brasil concentram cerca de 200 mil km3 de \u00e1gua, muito mais que toda a \u00e1gua localizada no interior do em rochas com capacidade de corrente da superf\u00edcie terrestre. Segundo esses dados, que ainda s\u00e3o provis\u00f3rios, a regi\u00e3o estado de S\u00e3o Paulo. Na foto, reter a \u00e1gua. amaz\u00f4nica e o Centro-Sul do pa\u00eds re\u00fanem a maior parte da \u00e1gua subterr\u00e2nea conhecida vista a\u00e9rea da cidade em do Brasil, e a regi\u00e3o Nordeste \u00e9 a mais carente, com menos reservas conhecidas. 2018. Comente que os aqu\u00edferos s\u00e3o diferenciados pelo tipo de circula- Na por\u00e7\u00e3o centro-sul do pa\u00eds, desde o extremo sul do Mato Grosso e de Goi\u00e1s at\u00e9 \u00e7\u00e3o, porosidade e confinamento, o oeste do Rio Grande do Sul, prolongando-se pela Argentina, Paraguai e Uruguai, h\u00e1 o assim como o tipo de circula\u00e7\u00e3o aqu\u00edfero Guarani, considerado, at\u00e9 por volta de 2010, o mais extenso aqu\u00edfero conhe- tamb\u00e9m \u00e9 influenciado pelo tipo cido do globo. Essa reserva de \u00e1gua subterr\u00e2nea tem cer- de porosidade e confinamento. ca de 1,2 milh\u00e3o de km2 de extens\u00e3o, mas n\u00e3o se sabe com precis\u00e3o a quantidade de \u00e1gua armazenada. Estima- Pela classifica\u00e7\u00e3o de tipo de -se que seja de cerca de 40 mil km3 e que, desse total, 67% confinamento, chamamos de se localizem no territ\u00f3rio nacional. aqu\u00edfero livre aquele que tem a base formada por argila imper- Mais recentemente foi descoberto um novo aqu\u00edfe- me\u00e1vel, e o topo possui equil\u00ed- ro ainda maior que o Guarani: \u00e9 o Sistema Aqu\u00edfero Gran- brio com a press\u00e3o atmosf\u00e9rica. de Amaz\u00f4nia (Saga), at\u00e9 h\u00e1 alguns anos chamado de A quantidade de \u00e1gua varia con- Alter do Ch\u00e3o. Ele acompanha, grosso modo, o curso do forme a precipita\u00e7\u00e3o, sendo o tipo rio Amazonas. Seu volume de \u00e1gua armazenada \u00e9 maior mais comum e mais explorado. que o do aqu\u00edfero Guarani: calcula-se que deva ter pouco J\u00e1 no caso do aqu\u00edfero confina- mais de 160 mil km3 de \u00e1gua subterr\u00e2nea, quantidade do, tanto a base como o teto s\u00e3o capaz de abastecer toda a popula\u00e7\u00e3o mundial \u2013 se man- constitu\u00eddos por rochas perme\u00e1- tido o atual consumo \u2013 durante cerca de 250 anos. veis. O volume de \u00e1gua se encon- tra em seu m\u00e1ximo e, portanto, a Texto e a\u00e7\u00e3o press\u00e3o da \u00e1gua \u00e9 maior do que a atmosf\u00e9rica. 1 Diversas cidades brasileiras dependem integral ou parcialmente da \u00e1gua subterr\u00e2nea para abastecimento. Cite algumas delas. Na atualidade, cerca de 60% da popula\u00e7\u00e3o brasileira \u00e9 abastecida, 2 De onde vem o abastecimento de \u00e1gua da sua localidade? De algum rio, de para fins dom\u00e9sticos, com \u00e1gua lago ou de \u00e1gua subterr\u00e2nea? Qual(is)? Essa \u00e1gua \u00e9 tratada e encanada? subterr\u00e2nea. Desse total, 6% se autoabastecem com \u00e1guas de Hidrografia e biomas \u2022 CAP\u00cdTULO 8 163 po\u00e7os rasos, 12% com nascen- tes ou fontes e 43% com po\u00e7os profundos (artesianos). Texto e a\u00e7\u00e3o Atividade 1: O aluno poder\u00e1 citar, entre outras, as cidades de Ribeir\u00e3o Preto (SP), Mosso- r\u00f3 e Natal (RN), Macei\u00f3 (AL), a Regi\u00e3o Metropolitana de Recife (PE) e Barreiras (BA). Atividade 2: Resposta pessoal. Se houver oportunidade, realize com os alunos um trabalho de campo para visitar o local (repre- sa, rio, lago) onde a cidade coleta sua \u00e1gua e tamb\u00e9m o local (se for outro) onde ela \u00e9 tratada. 163MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Zig Koch\/Pulsar Imagens 2 Os biomas brasileiros Oriente os alunos a ler o tex- Quando estudamos os seres vivos em seu habitat, ou meio ambiente, costumamos to e a observar a fotografia. Ve- utilizar o conceito de ecossistema, ou seja, um sistema ou conjunto formado pelos rifique se eles compreendem a seres vivos \u2013 animais, vegetais e microrganismos \u2013 e pelas condi\u00e7\u00f5es ambientais com diferen\u00e7a entre os conceitos de as quais eles se inter-relacionam (solo, \u00e1gua, luz solar, clima e relevo). ecossistema e bioma. Comente que esses dois conceitos s\u00e3o O ecossistema \u00e9 uma paisagem natural que n\u00e3o tem defini\u00e7\u00e3o espacial exata. Por provenientes da Biologia, mais exemplo, quando falamos em ecossistema amaz\u00f4nico, em virtude de a Amaz\u00f4nia especificamente da Ecologia. compreender uma regi\u00e3o imensa, na realidade nos referimos a milhares de ecossiste- Todo este item contempla a ha- mas vizinhos e integrados em uma paisagem maior: o bioma. bilidade EF07GE11. O conceito de bioma, portanto, diz respeito a um imenso conjunto de ecossistemas Acrescente que, embora a vizinhos com alguma semelhan\u00e7a em fun\u00e7\u00e3o da regi\u00e3o em que se localizam. Seria assim classifica\u00e7\u00e3o tanto de ecossis- uma paisagem natural definida pela vegeta\u00e7\u00e3o predominante \u2013 taiga, savana, pradaria, temas como de biomas seja cerrado, etc. \u2013, que abrange uma \u00e1rea de milhares, ou milh\u00f5es, de quil\u00f4metros quadra- complexa, comumente os ecos- dos. No imenso territ\u00f3rio brasileiro, h\u00e1 v\u00e1rios biomas ou paisagens vegetais. sistemas s\u00e3o classificados em terrestre e aqu\u00e1tico. O primeiro Quando o ser humano modifica a vegeta\u00e7\u00e3o natural de uma \u00e1rea \u2013 e, com ela, a contempla desertos, florestas, fauna do lugar, os seres vivos n\u00e3o domesticados (plantas e animais) quase sempre s\u00e3o pradarias, savanas, entre ou- profundamente afetados por essa a\u00e7\u00e3o, sobretudo quando h\u00e1 crescimento econ\u00f4mi- tros, enquanto o segundo inclui co da regi\u00e3o com a abertura de estradas e a constru\u00e7\u00e3o de hidrel\u00e9tricas, cidades, f\u00e1- aqueles de rios, lagos, mares, bricas e a substitui\u00e7\u00e3o da vegeta\u00e7\u00e3o nativa por cultivos. oceanos e tamb\u00e9m costeiros. De modo semelhante, os biomas Assim, um estudo (ou um mapa) sobre as paisagens vegetais originais do Brasil s\u00e3o classificados entre terrestre, ser\u00e1 sempre relativo a algo que quase n\u00e3o existe mais ou que se encontra em franco marinho e dulc\u00edcola (conjunto processo de transforma\u00e7\u00e3o. de seres vivos que coabitam em \u00e1gua doce). A vegeta\u00e7\u00e3o natural de uma \u00e1rea costuma ser um dos Para aprofundar primeiros elementos da paisagem que o ser humano Instituto Chico Mendes de modifica com sua a\u00e7\u00e3o. Na Conserva\u00e7\u00e3o da Biodiver- foto, rodovia BR-277 em trecho sidade de Mata Atl\u00e2ntica nos arredores do munic\u00edpio de Dispon\u00edvel em: <www.icmbio. Morretes (PR). gov.br>. Acesso em: 17 set. 2018. Este site possui se\u00e7\u00f5es sobre a biodiversidade e a fauna brasileira e disponibi- liza a pesquisa de unidades de conserva\u00e7\u00e3o por bioma. Sergio Ranalli\/Pulsar Imagens Vista de \u00e1rea preservada e de \u00e1rea desmatada para a agropecu\u00e1ria em Canarana (MT), em 2018. 164 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana 164 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Quando os colonizadores portu- Bruno Martins Imagens\/Shutterstock Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas gueses chegaram \u00e0s terras que hoje correspondem ao Brasil, no s\u00e9culo XVI, Fa\u00e7a a leitura do texto e a an\u00e1- existiam duas imensas florestas que lise do mapa com os alunos, mo- ocupavam a maior parte do nosso bilizando a habilidade EF07GE09. atual territ\u00f3rio: a Mata Atl\u00e2ntica, na por\u00e7\u00e3o leste ou oriental, que j\u00e1 foi qua- Se oportuno, comente que, em se toda desmatada, e a Floresta Ama- 2018, o IBGE come\u00e7ou o projeto z\u00f4nica, nas partes oeste e norte, que para atualizar o mapeamento dos em grande parte ainda permanece biomas brasileiros visando criar preservada. mapas na escala cartogr\u00e1fica de 1:250.000. Foram feitos traba- Atualmente, h\u00e1 Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o lhos de campo para seis \u00e1reas em que a mata \u00e9 protegida. Na foto, de contato, sendo elas: entre o Cerrado e a Mata Atl\u00e2ntica (em paisagem de Mata Atl\u00e2ntica na Serra da Goi\u00e1s e Minas Gerais); entre o Bocaina (RJ), em 2016. Cerrado e a Caatinga (na Bahia); entre o Cerrado, Caatinga e a Ma- Atualmente, al\u00e9m da Floresta Brasil: biomas brasileiros Portal de Mapas\/Arquivo da editora ta Atl\u00e2ntica (no norte de Minas Gerais com o sul da Bahia); entre Amaz\u00f4nica e da Mata Atl\u00e2ntica, cos- o Pantanal e a Amaz\u00f4nia (no Ma- to Grosso); entre o Pantanal e o tumam-se reconhecer os seguintes Cerrado (no Mato Grosso do Sul); e entre o Cerrado e a Amaz\u00f4nia biomas no territ\u00f3rio brasileiro: Caatin- (entre o Tocantins e o Maranh\u00e3o). ga, Cerrado, Pantanal e Pampa (veja o Equador 0\u00ba mapa abaixo). \u00c9 importante compre- OCEANO ATL\u00c2NTICO ender que, no interior de cada bioma, N n\u00e3o existe uma \u00fanica vegeta\u00e7\u00e3o e OL muito menos um \u00fanico ecossistema: S 0 465 930 km por exemplo, no bioma da Amaz\u00f4nia, Latifoliado: que apresenta embora a Floresta Amaz\u00f4nica predo- folhas largas. mine, ocorrem no seu interior (ou nas bordas) intera\u00e7\u00f5es com o Cerrado, com campos, manguezais e eventu- OCEANO almente at\u00e9 com vegeta\u00e7\u00f5es xer\u00f3fi- PAC\u00cdFICO tas, que s\u00e3o heran\u00e7as de um clima Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio mais seco no passado. Biomas Amaz\u00f4nia Cerrado Fonte: elaborado com base em IBGE. Caatinga Mapa de biomas e de vegeta\u00e7\u2039o. Mata Atl\u00e2ntica Pantanal Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.ibge.gov.br\/home\/ Pampa presidencia\/noticias\/21052004biomashtml.shtm>. 60\u00ba O Acesso em: 7 maio 2018. Bioma da Amaz\u2122nia A Floresta Amaz\u00f4nica, ou Floresta Latifoliada Equatorial, abrange entre 45% e 50% da \u00e1rea total do pa\u00eds, embora venha sendo intensamente destru\u00edda nas \u00faltimas d\u00e9ca- das. Calcula-se que de 10% a 20% de sua biomassa (massa vegetal) total j\u00e1 tenha sido desmatada pela a\u00e7\u00e3o humana. Mesmo assim, ainda \u00e9 a mais importante forma\u00e7\u00e3o vegetal do mundo, abrangendo n\u00e3o s\u00f3 o Brasil (onde se localiza a sua maior parte), mas tamb\u00e9m \u00e1reas de pa\u00edses vizinhos, como Bol\u00edvia, Col\u00f4mbia, Venezuela, Equador, Peru, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Hidrografia e biomas \u2022 CAP\u00cdTULO 8 165 Texto complementar Zona Costeira e Marinha cluem manguezais, recifes de corais, dunas, restingas, praias arenosas, cost\u00f5es rochosos, lagoas, estu\u00e1rios e marismas que abrigam in\u00fameras esp\u00e9cies de flora [\u2026] A Zona Costeira do Brasil \u00e9 uma unidade territorial que se estende, na sua por- e fauna, muitas das quais s\u00f3 ocorrem em nossas \u00e1guas e algumas amea\u00e7adas de \u00e7\u00e3o terrestre, por mais de 8.500 km, abrangendo 17 estados e mais de quatrocentos extin\u00e7\u00e3o. Desses ecossistemas destacam-se os manguezais, ber\u00e7\u00e1rios de diversas munic\u00edpios, distribu\u00eddos do Norte equatorial ao Sul temperado do pa\u00eds. Inclui ainda a esp\u00e9cies marinhas e de \u00e1gua doce e os recifes de coral, aclamados como os mais faixa mar\u00edtima formada por mar territorial, com largura de 12 milhas n\u00e1uticas a par- diversos habitats marinhos do mundo. tir da linha da costa. Possu\u00edmos uma das maiores faixas costeiras do mundo, entre a foz do rio Oiapoque, no Amap\u00e1 e Chu\u00ed, no Rio Grande do Sul. [...] MINIST\u00c9RIO DO MEIO AMBIENTE. Zona Costeira e Marinha. Dispon\u00edvel em: <www.mma.gov.br\/biodiversidade\/biodiversidade-aquatica\/ Nosso litoral \u00e9 composto por \u00e1guas frias, no sul e sudeste, e \u00e1guas quentes, no norte e nordeste, dando suporte a uma grande variedade de ecossistemas que in- zona-costeira-e-marinha>. Acesso em: 18 set. 2018. 165MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas A floresta \u00e9 heterog\u00eanea, com milhares de esp\u00e9cies vegetais (muitas ainda sem Mata de igap\u00f3 na Floresta classifica\u00e7\u00e3o cient\u00edfica), e perene, ou seja, sempre verde \u2013 n\u00e3o perde as folhas no Amaz\u00f4nica, em Santar\u00e9m Oriente os alunos a ler o tex- outono-inverno, como as \u00e1rvores de climas temperados e frios. Com uma mata den- (PA), em 2017. to e a observar a fotografia. \u00c9 sa e intrincada, as plantas crescem bastante pr\u00f3ximas umas das outras e s\u00e3o comuns importante que eles percebam plantas parasitas. a dimens\u00e3o do bioma da Ama- z\u00f4nia, bem como a import\u00e2ncia Costuma ser dividida em tr\u00eas tipos de mata, de acordo com sua proximidade dos de sua flora. Indague-os sobre o rios. A mata de igap\u00f3 se localiza ao longo dos rios e \u00e9 permanentemente inundada tipo de clima e as massas de ar pelas cheias fluviais. Suas plantas, de menor porte, s\u00e3o higr\u00f3filas (adaptadas \u00e0 umi- que predominam nesse bioma. dade), apresentando como esp\u00e9cies comuns a vit\u00f3ria-r\u00e9gia, as orqu\u00eddeas, as brom\u00e9- Espera-se que eles consigam lias, entre outras. A mata de v\u00e1rzea est\u00e1 sujeita a inunda\u00e7\u00f5es peri\u00f3dicas ao longo dos relacion\u00e1-lo ao clima equatorial rios. Entre as esp\u00e9cies que formam a mata de v\u00e1rzea, destacam-se a seringueira e a \u00famido e \u00e0 massa de ar equato- suma\u00fama. A mata de terra firme, ou caaet\u00ea, recobre os baixos planaltos sedimentares, rial continental. Verifique se eles \u00e1reas n\u00e3o afetadas pelas inunda\u00e7\u00f5es fluviais. Esse tipo de mata abrange a maior par- identificam a a\u00e7\u00e3o da massa po- te da Floresta Amaz\u00f4nica e possui plantas de maior porte em rela\u00e7\u00e3o aos dois ante- lar atl\u00e2ntica no inverno. riores, como a castanheira (Bertholletia excelsa), o caucho, a quaruba (que chega a atingir 60 metros de altura), o guaran\u00e1, entre outras esp\u00e9cies. Comente com os alunos que ap\u00f3s sete anos de trabalho de Na verdade, a Floresta Amaz\u00f4nica \u00e9 um gigante tropical com quase 6 milh\u00f5es de km2, 575 bot\u00e2nicos brasileiros e pro- incluindo as partes localizadas em outros pa\u00edses sul-americanos. Nela vive e se reproduz fissionais de outros 14 pa\u00edses, mais de um ter\u00e7o das esp\u00e9cies existentes no planeta. Apesar dessa riqueza, o bioma chegou-se \u00e0 conclus\u00e3o de que como um todo \u00e9 fr\u00e1gil. A floresta vive do seu pr\u00f3prio material org\u00e2nico, em meio a um o Brasil possui uma diversidade ambiente \u00famido, com chuvas abundantes. A menor imprud\u00eancia pode causar danos de 46.097 esp\u00e9cies de plantas, irrevers\u00edveis ao seu delicado equil\u00edbrio. Os solos da regi\u00e3o, por exemplo, em geral n\u00e3o s\u00e3o algas e fungos. O levantamen- f\u00e9rteis: eles dependem basicamente das folhas e de outros restos de vegetais deposi- to anterior, publicado em 2010, tados pela floresta. \u00c9 por isso que alguns autores dizem que a Floresta Amaz\u00f4nica vive havia listado 40.989 esp\u00e9cies. por si mesma. Seu desmatamento ocasiona empobrecimento dos solos, al\u00e9m de dimi- nui\u00e7\u00e3o na umidade do ar e na pluviosidade. A floresta abriga cerca de 2500 esp\u00e9cies de Texto complementar \u00e1rvores (um ter\u00e7o da madeira tropical do planeta) e 30 mil das 100 mil esp\u00e9cies de plantas que existem em toda a Am\u00e9rica Latina. A maior diversidade de plantas do mundo Luciana Whitaker\/Pulsar Imagens [\u2026] Esse n\u00famero n\u00e3o vai 166 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana parar de crescer t\u00e3o cedo porque novas esp\u00e9cies s\u00e3o Para aprofundar identificadas e descritas con- Flora do Brasil 2020 tinuamente em revistas cient\u00ed- Jardim Bot\u00e2nico do Rio de Janeiro. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/florado ficas. Em m\u00e9dia, os bot\u00e2nicos brasil.jbrj.gov.br>. Acesso em: 18 set. 2018. apresentam cerca de 250 no- vas esp\u00e9cies por ano. O site cont\u00e9m conhecimento cient\u00edfico sobre todas as esp\u00e9cies conhecidas de plantas, fungos e algas do Brasil. [\u2026] o Flora do Brasil in- dica que a Amaz\u00f4nia abriga a maior diversidade do gru- po das plantas sem frutos e com sementes expostas, as gimnospermas, que predomi- naram de 300 milh\u00f5es at\u00e9 60 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s, quan- do os dinossauros circulavam pela Terra. [\u2026] Os quase 50 mil exem- plares de esp\u00e9cies nativas co- locam o Brasil como o pa\u00eds continental com maior diver- sidade de esp\u00e9cies do mundo, seguido por China, Indon\u00e9- sia, M\u00e9xico e \u00c1frica do Sul. Em n\u00famero de esp\u00e9cies en- d\u00eamicas, perde apenas para grandes ilhas como Austr\u00e1- lia, Madagascar e Papua Nova Guin\u00e9, cujo isolamento fa- vorece a forma\u00e7\u00e3o de varie- dades \u00fanicas, e para apenas uma \u00e1rea continental, o Cabo da Boa Esperan\u00e7a, na \u00c1frica do Sul. [\u2026] FIORAVANTI, Carlos. A maior diversidade de plantas do mundo. Revista Pesquisa Fapesp, ed. 241, mar. 2016. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/ revistapesquisa.fapesp. br\/2016\/03\/21\/a-maior- diversidade-de-plantas-do- mundo>. Acesso em: 17 set. 2018. 166 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8"]


Like this book? You can publish your book online for free in a few minutes!
Create your own flipbook