["Em uma sociedade, a desigualdade en- Renato Soares\/Pulsar Imagens Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas tre ricos e pobres e entre dominantes e do- Ao ler o texto, observe se os alunos compreendem a diferen\u00e7a minados pode provocar disputas entre os entre uma sociedade organiza- da em torno de um Estado e as grupos sociais. Essa situa\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m con- sociedades que preservam sua forma de organiza\u00e7\u00e3o tradicional. corre para o surgimento do Estado, que ser- Acrescente que no Brasil existe a Funda\u00e7\u00e3o Nacional do \u00cdndio ve como anteparo para esses conflitos, ins- (Funai), um \u00f3rg\u00e3o oficial do Es- tado brasileiro tituindo leis e garantindo a ordem social. Texto complementar Al\u00e9m disso, a defesa do territ\u00f3rio contra Funai inimigos estrangeiros tamb\u00e9m \u00e9 um fator Criada por meio da Lei importante para o advento do Estado. Isso n. 5.371, de 5 de dezembro de 1967, vinculada ao Minis- explica por que os primeiros funcion\u00e1rios t\u00e9rio da Justi\u00e7a, \u00e9 a coorde- nadora e principal executora estatais geralmente s\u00e3o os pr\u00f3prios gover- da pol\u00edtica indigenista do Governo Federal. Sua mis- nantes e os soldados, e tamb\u00e9m por que s\u00e3o institucional \u00e9 proteger e promover os direitos dos todos os Estados possuem territ\u00f3rio. Um povo povos ind\u00edgenas no Brasil. sem territ\u00f3rio n\u00e3o pode formar seu Estado. Ind\u00edgenas Kaiamur\u00e1 Cabe \u00e0 Funai promover Ainda hoje h\u00e1 alguns povos ou sociedades sem Estado, como os ind\u00edgenas sul- participam da pescaria de estudos de identifica\u00e7\u00e3o e timb\u00f3, em lagoa no munic\u00edpio delimita\u00e7\u00e3o, demarca\u00e7\u00e3o, -americanos ou os inu\u00edtes, povo que habita regi\u00f5es \u00e1rticas do Canad\u00e1, do Alasca e da de Feliz Natal (MT), em 2016. regulariza\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria e re- Groenl\u00e2ndia. Nessas sociedades praticamente n\u00e3o existe a divis\u00e3o entre ricos e pobres. Em geral, os homens ficam gistro das terras tradicional- Todos vivem em habita\u00e7\u00f5es semelhantes e partilham o que foi obtido na ca\u00e7a, na pesca encarregados de bater a mente ocupadas pelos povos e na lavoura. Ningu\u00e9m pode dispor de abund\u00e2ncia \u00e0 custa dos outros, possuir mais de planta conhecida como ind\u00edgenas, al\u00e9m de monito- uma moradia e estocar instrumentos ou alimentos em vez de distribu\u00ed-los. timb\u00f3 na \u00e1gua, para atordoar rar e fiscalizar as terras in- os peixes; as mulheres d\u00edgenas. A Funai tamb\u00e9m Muitas vezes, o territ\u00f3rio de uma sociedade ind\u00edgena precisa ser defendido da coletam os peixes. coordena e implementa as pol\u00edticas de prote\u00e7\u00e3o aos po- invas\u00e3o de outros grupos. Mas apenas essa necessidade n\u00e3o determina o surgimento 1. Estado \u00e9 o conjunto das institui\u00e7\u00f5es vos isolados e rec\u00e9m-conta- tados. [\u2026] do Estado, pois todos os homens jovens s\u00e3o considerados guerreiros e guardi\u00e3es do que formam a organiza\u00e7\u00e3o pol\u00edtico- -administrativa de um povo ou uma FUNAI. Quem Somos. Portal territ\u00f3rio e do povo contra inimigos externos. da Funda\u00e7\u00e3o Nacional do \u00cdndio. na\u00e7\u00e3o: o governo, as For\u00e7as Armadas, Dispon\u00edvel em: <www.funai. Assim, n\u00e3o existe divis\u00e3o social entre os membros das sociedades ind\u00edgenas. Todos as escolas p\u00fablicas, etc. O governo \u00e9 a gov.br\/index.php\/ c\u00fapula, a parte dominante do Estado. quem-somos>. Acesso em: podem ser ao mesmo tempo guerreiros, artes\u00e3os, agricultores, ca\u00e7adores e pescadores. Mesmo estando no comando, \u00e9 29 ago. 2018. somente uma parte do Estado, que \u00e9 \u00c9 incorreta a ideia de que o chefe ind\u00edgena e o paj\u00e9 representam o governo, a autoridade mais amplo. pol\u00edtica. Se isso ocorre, \u00e9 porque j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 mais uma sociedade ind\u00edgena na sua forma 2. A fun\u00e7\u00e3o principal do Estado \u00e9 servir a sociedade: ele existe para controlar original. Nesta, o chefe ou o paj\u00e9 n\u00e3o mandam de fato, n\u00e3o exercem um poder igual ao a lei e a ordem, para defender o de um governante. Eles s\u00e3o apenas l\u00edderes, isto \u00e9, orientadores e representantes do territ\u00f3rio das amea\u00e7as externas e para organizar servi\u00e7os b\u00e1sicos \u00e0 popula\u00e7\u00e3o grupo. N\u00e3o podem mandar prender ningu\u00e9m (n\u00e3o h\u00e1 pris\u00f5es nessas sociedades), n\u00e3o (educa\u00e7\u00e3o, sa\u00fade, aposentadoria, entre outros). O Estado engloba, portanto, cobram impostos e, normalmente, n\u00e3o s\u00e3o mais ricos que os outros membros do grupo. todas as fun\u00e7\u00f5es ou atividades que Quando algum chefe enriquece e se torna diferente dos demais membros, \u00e9 porque n\u00e3o s\u00e3o privadas ou particulares, e sim p\u00fablicas ou coletivas. Os exemplos essa sociedade j\u00e1 passou a adotar valores n\u00e3o ind\u00edgenas, ou seja, valores da moderna podem ser escolas, hospitais, postos sociedade industrial. de sa\u00fade, etc. 3. Resposta pessoal. Alguns motivos que podem ser apontados s\u00e3o: o crescimento demogr\u00e1fico, a amplia\u00e7\u00e3o da divis\u00e3o do trabalho com novas Texto e a\u00e7\u2039o atividades e ocupa\u00e7\u00f5es, a divis\u00e3o da sociedade em classes sociais, a necessidade de defesa do territ\u00f3rio contra invasores, etc. 1 Muitas vezes o Estado \u00e9 confundido com o governo. Por que isso ocorre? Com suas pr\u00f3prias palavras, diferencie esses dois conceitos. 2 Qual a principal fun\u00e7\u00e3o do Estado? Para que ele existe? D\u00ea exemplos da fun\u00e7\u00e3o do Estado no seu dia a dia. 3 Em duplas, relacionem os motivos que levam ao surgimento do Estado e opinem sobre qual deles seria o mais importante. Justifiquem a resposta. Brasil: forma\u00e7\u00e3o do Estado e do territ\u00f3rio \u2022 CAP\u00cdTULO 1 17 17MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 3 Territ\u00f3rio e fronteiras a) A divis\u00e3o pol\u00edtico-territorial ainda era colonial. N\u00e3o havia Leia o texto com os alunos. O que voc\u00ea v\u00ea quando observa um mapa-m\u00fandi pol\u00edtico? Ali est\u00e3o representados ainda nenhum pa\u00eds independente \u00c9 importante perceber se eles os Estados nacionais que existem na superf\u00edcie terrestre \u2013 China, R\u00fassia, Brasil, Ca- na Am\u00e9rica do Sul. As pot\u00eancias compreenderam o conceito de nad\u00e1 e in\u00fameros outros \u2013 com as linhas divis\u00f3rias que separam uns dos outros. E qual com o controle da regi\u00e3o eram territ\u00f3rio, sua import\u00e2ncia e a \u00e9 o significado das linhas divis\u00f3rias entre os pa\u00edses? Reino Unido, Holanda, Fran\u00e7a rela\u00e7\u00e3o com o Estado. O territ\u00f3rio e principalmente Espanha e \u00e9 a \u00e1rea por onde se estende a Essas linhas divis\u00f3rias s\u00e3o as fronteiras, que marcam os limites da soberania de Portugal. soberania de um Estado. cada Estado-na\u00e7\u00e3o. Esse espa\u00e7o que cada Estado ocupa \u00e9 chamado de territ\u00f3rio. Logo, territ\u00f3rio \u00e9 um espa\u00e7o delimitado por fronteiras ou limites e no qual um sujeito (neste b) Os pa\u00edses que comp\u00f5em Texto e a\u00e7\u00e3o caso, o Estado) exerce poder e controle. Territ\u00f3rio, nesta acep\u00e7\u00e3o, portanto, \u00e9 uma por\u00e7\u00e3o a Am\u00e9rica do Sul s\u00e3o: Brasil, do espa\u00e7o geogr\u00e1fico definida por dois elementos essenciais: limites e um sujeito que a\u00ed Argentina, Paraguai, Uruguai, Item a: Para responder a essa exerce a sua domina\u00e7\u00e3o. No caso dos territ\u00f3rios nacionais, as fronteiras estabelecem Chile, Peru, Bol\u00edvia, Equador, pergunta, espera-se que os alu- onde come\u00e7a e onde termina a soberania de cada Estado. Elas podem ser definidas, por Col\u00f4mbia, Venezuela, Guiana e nos j\u00e1 saibam que, em 1801, n\u00e3o exemplo, por um rio, uma cadeia de montanhas, um lago ou por um marco artificial. Suriname. A Guiana Francesa \u00e9 havia pa\u00edses independentes e, um departamento ultramarino da portanto, a divis\u00e3o pol\u00edtico-terri- As fronteiras tamb\u00e9m podem ser alteradas: recuam, avan\u00e7am ou deixam de exis- Fran\u00e7a. torial era feita pelas metr\u00f3poles. tir. Essas altera\u00e7\u00f5es s\u00e3o determinadas por v\u00e1rias causas: guerras (conquista ou perda Esta quest\u00e3o mobiliza a habilida- de territ\u00f3rios), rebeli\u00f5es internas (independ\u00eancia de uma col\u00f4nia ou de uma regi\u00e3o, por c) Resposta pessoal. de EF07GE09. exemplo) ou tratados diplom\u00e1ticos (como a uni\u00e3o de dois ou mais pa\u00edses, a venda de uma parcela do territ\u00f3rio a outro Estado, etc.). Espera-se que os alunos Item b: Comparando com o ma- percebam os grandes pa atual, os alunos dever\u00e3o saber Se observarmos o mapa-m\u00fandi de meados do s\u00e9culo XX, notaremos grandes dife- movimentos de independ\u00eancia nomear os pa\u00edses sul-america- ren\u00e7as em rela\u00e7\u00e3o ao de hoje. Por exemplo: muitos pa\u00edses desapareceram, porque foram por toda a regi\u00e3o e a origem nos atuais e dizer que apenas a unificados ou divididos em outros Estados, como ocorreu com a antiga Iugosl\u00e1via ou com de diversos Estados-na\u00e7\u00f5es, Guiana Francesa continua liga- al\u00e9m da expans\u00e3o territorial das da \u00e0 antiga metr\u00f3pole. Se julgar na\u00e7\u00f5es hisp\u00e2nicas para o sul do oportuno, explique que a Guiana continente. Eles podem tamb\u00e9m Francesa \u00e9 categorizada como re- apontar para a expans\u00e3o do gi\u00e3o e departamento ultramarino Brasil que ainda ocorreria, tanto da Rep\u00fablica Francesa, ou seja, \u00e9 ao leste quanto ao sul. um territ\u00f3rio da Rep\u00fablica Fran- cesa onde se aplica toda a sua d) A resposta depende das soberania, por\u00e9m fora da regi\u00e3o pesquisas. Espera-se que os da metr\u00f3pole. alunos percebam diferen\u00e7as nos territ\u00f3rios e apontem que Item c: A resposta a esta per- os europeus n\u00e3o eram os povos gunta dever\u00e1 ser baseada no co- origin\u00e1rios da Am\u00e9rica do Sul. nhecimento pr\u00e9vio dos alunos, formulada de modo coerente. a Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica; outros, principalmente na \u00c1frica, ainda n\u00e3o Atividade complementar existiam, pois seus territ\u00f3rios eram col\u00f4nias europeias. Am\u00e9rica do Sul no in\u00edcio do s\u00e9culo XIX (1801) Para trabalhar a interpreta\u00e7\u00e3o Texto e a\u00e7\u00e3o de mapas hist\u00f3ricos, leve para a sala de aula mapas pol\u00edticos da \u00a5 Observe o mapa hist\u00f3rico ao lado, que retrata a Am\u00e9- Europa antes da Primeira Guerra rica do Sul no in\u00edcio do s\u00e9culo XIX, e compare-o com um Mundial, ap\u00f3s a Segunda Guerra mapa atual em um atlas ou globo terrestre. Responda: Mundial e o atual. Pe\u00e7a aos alu- nos que descrevam as mudan- a) Como era a divis\u00e3o pol\u00edtico-territorial da Am\u00e9rica do 0\u00ba Equador \u00e7as que eles enxergam entre um Sul nessa \u00e9poca? Quais pot\u00eancias europeias contro- mapa e outro. Avalie se percebem lavam essa regi\u00e3o do globo? que as fronteiras e o nome dos pa\u00edses mudaram muito, al\u00e9m de b) Quais pa\u00edses comp\u00f5em hoje a Am\u00e9rica do Sul? E qual terem surgido diversos territ\u00f3rios. A aplica\u00e7\u00e3o da atividade mobiliza parte dessa regi\u00e3o ainda continua ligada \u00e0 sua anti- a habilidade EF07GE09. ga metr\u00f3pole? Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio c) O que ocorreu para o mapa pol\u00edtico da Am\u00e9rica do Sul mudar t\u00e3o radicalmente de 1801 at\u00e9 hoje? OCEANO OCEANO d) Pesquise na biblioteca da escola ou na internet outros PAC\u00cdFICO ATL\u00c2NTICO mapas que datam de antes de 1800. O que \u00e9 poss\u00edvel N Portal de Mapas\/Arquivo da editora observar? Compartilhe com os colegas. Territ\u2014rio pertencente OL a Portugal S \u00e0 Espanha Fonte: elaborado com base em ARRUDA, \u00e0 Fran\u00e7a 0 845 1 690 km Jos\u00e9 Jobson de A. Atlas hist\u2014rico b\u00e1sico. \u00e0 Holanda 60\u00ba O ao Reino Unido S\u00e3o Paulo: \u00c1tica, 2002. p. 22. 18 UNIDADE 1 \u2022 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade 18 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","4 Forma\u00e7\u00e3o do Estado Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas e do territ\u00f3rio no Brasil Leia o texto desta p\u00e1gina com os alunos. \u00c9 importante que eles Muitas vezes, encontramos na m\u00eddia a ideia do \u201cdescobrimento\u201d do Brasil, como entendam que o Brasil \u00e9 resulta- do de um processo que se iniciou se ele j\u00e1 estivesse \u201cpronto\u201d e faltasse somente um navegador portugu\u00eas encontr\u00e1-lo. com a chegada dos portugueses. N\u00e3o havia territ\u00f3rio nem Estado Essa \u00e9 uma ideia equivocada, pois como algu\u00e9m poderia \u201cdescobrir\u201d um pa\u00eds que ain- brasileiro antes da chegada dos portugueses e de todo o proces- da n\u00e3o existia? Se o Brasil somos n\u00f3s \u2013 o povo, a sociedade ou a na\u00e7\u00e3o brasileira, com so de coloniza\u00e7\u00e3o subsequente; portanto, dizer que o Brasil foi a sua cultura, o seu territ\u00f3rio e as suas institui\u00e7\u00f5es \u2013, ent\u00e3o ele ainda n\u00e3o existia em descoberto em 1500 \u00e9 um equ\u00ed- voco. A compreens\u00e3o desse ponto 1500. O que havia era uma parcela do espa\u00e7o geogr\u00e1fico, a Am\u00e9rica do Sul, sem os \u00e9 parte importante da habilidade EF07GE01. atuais Estados nacionais e habitada por muitas sociedades ind\u00edgenas, cada uma com Solicite aos alunos que obser- seu territ\u00f3rio. vem o mapa e verifique o conhe- cimento pr\u00e9vio deles sobre as O Brasil, na realidade, foi uma constru\u00e7\u2039o: os capitanias heredit\u00e1rias e o Tratado de Tordesilhas. Caso necess\u00e1rio, colonizadores portugueses se apropriaram de cer- Brasil: capitanias explique que o Tratado de Tordesi- tas \u00e1reas, geralmente expulsando, escravizando ou heredit\u00e1rias (1534-1536) lhas foi assinado em 4 de junho exterminando os ind\u00edgenas que as ocupavam; com de 1494, entre o Reino de Portugal Portal de Mapas\/Arquivo da editora e a Coroa de Castela (atual Espa- o tempo, expandiram o seu territ\u00f3rio e criaram nes- nha), com a finalidade de resolver os conflitos sobre a posse das ter- te novo mundo uma sociedade diferente, que um Equador 0\u00b0 ras do novo continente. O tratado estabelece um limite imagin\u00e1rio dia se tornou um Estado-na\u00e7\u00e3o independente. V\u00e1- Rio Grande a 370 l\u00e9guas (aproximadamen- do Norte 1 te 1786 quil\u00f4metros) da ilha de rios povos formaram a na\u00e7\u00e3o brasileira: os euro- Cabo Verde como refer\u00eancia para Rio Grande a divis\u00e3o das novas terras entre peus, principalmente portugueses, os ind\u00edgenas e Terras pertencentes Terras n\u00e3o Maranh\u00e3o 1 do Norte 2 esses dois reinos. os negros africanos, que, durante s\u00e9culos, foram \u00e0 Espanha distribu\u00eddas Maranh\u00e3o 2 Explique que o pau-brasil era Piau\u00ed Cear\u00e1 abundante na Mata Atl\u00e2ntica e n\u00e3o existia na Europa. Dele se ex- escravizados. tra\u00eda uma resina vermelha utiliza- da na fabrica\u00e7\u00e3o de tintura para Essa constru\u00e7\u00e3o do pa\u00eds durou v\u00e1rios s\u00e9culos Itamarac\u00e1 tecidos. Se considerar pertinente, mostre imagens do tronco aber- e teve dois aspectos principais: a forma\u00e7\u00e3o territo- Pernambuco to do pau-brasil para que vejam rial, isto \u00e9, a ocupa\u00e7\u00e3o da terra e sua delimita\u00e7\u00e3o por sua colora\u00e7\u00e3o e a tinta que se obtinha dele. Comente que, na meio de fronteiras; e a cria\u00e7\u00e3o de uma sociedade ou Bahia \u00e9poca, o vermelho era uma cor de uma na\u00e7\u00e3o com sua cultura (valores e h\u00e1bitos) e dif\u00edcil de obter na natureza e, por Linha doTratado deTordesilhas isso, a extra\u00e7\u00e3o do pau-brasil institui\u00e7\u00f5es pr\u00f3prias (em especial o Estado, ou o Ilh\u00e9us passou a ser economicamente poder p\u00fablico em todos os n\u00edveis e esferas). interessante. Forma\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica Porto Seguro OCEANO Aproveite a oportunidade pa- e expans\u00e3o territorial Esp\u00edrito Santo ATL\u00c2NTICO ra trabalhar com os alunos a do Brasil Sequ\u00eancia Did\u00e1tica 1: Brasil: S\u00e3o Vicente 1 S\u00e3o Tom\u00e9 forma\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio e do Esta- At\u00e9 1534 os colonizadores portugueses con- do, dispon\u00edvel no material digital. sideravam mais importante o com\u00e9rcio com as Santo Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio \u00cdndias. Eles somente fizeram algumas expedi\u00e7\u00f5es Amaro \u00e0s terras que hoje formam o Brasil para a prote\u00e7\u00e3o S\u00e3o Vicente 2 N do territ\u00f3rio e a extra\u00e7\u00e3o do pau-brasil, \u00e1rvore na- Santana tiva da Mata Atl\u00e2ntica. Em 1534, o rei de Portugal dividiu o territ\u00f3rio em capitanias heredit\u00e1rias, faixas O L de terra que seriam administradas cada uma por 0 270 540 km um donat\u00e1rio, um nobre portugu\u00eas rico. Era o in\u00edcio da coloniza\u00e7\u00e3o. Veja o mapa de como era o Brasil S col\u00f4nia na \u00e9poca. Fonte: elaborado com base em CINTRA, Jorge Pimentel. Anais do Museu Paulista, v. 21, n. 2, S\u00e3o Paulo, jul.\/dez. 2013. Mapa das capitanias elaborado com base em documentos cartogr\u00e1ficos da \u00e9poca. Podemos perceber que o territ\u00f3rio da col\u00f4nia era bem menor que o do Brasil atual e que uma mesma capitania podia ser composta de lotes separados, como S\u00e3o Vicente 1 e 2. Brasil: forma\u00e7\u00e3o do Estado e do territ\u00f3rio \u2022 CAP\u00cdTULO 1 19 19MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Com a implanta\u00e7\u00e3o das capitanias heredit\u00e1rias, houve de fato o in\u00edcio da colo- Leia o texto com os alunos e niza\u00e7\u00e3o do Brasil, que foi praticamente loteado para pessoas ricas. A escassez de oriente-os a observar os mapas. Explique que o fato de o Brasil portugueses para viver nas capitanias motivou o tr\u00e1fico de pessoas. Africanos foram ser uma col\u00f4nia portuguesa fa- zia com que as mudan\u00e7as que trazidos e escravizados para trabalhar na col\u00f4nia. ocorriam na metr\u00f3pole repercu- tissem aqui. E que as transfor- A primeira atividade econ\u00f4mica, que se tornou a mais importante durante quase ma\u00e7\u00f5es no territ\u00f3rio da col\u00f4nia dependiam dos interesses e todo o per\u00edodo colonial, foi o cultivo de cana- das atividades levadas a cabo por Portugal. -de-a\u00e7\u00facar, inicialmente na capitania de S\u00e3o Brasil (1621 a 1774) Em 1580, Portugal passou Vicente, numa faixa de terra pr\u00f3xima ao li- 55\u00ba O Portal de Mapas\/Arquivo da editora por crise de sucess\u00e3o ap\u00f3s a toral da atual regi\u00e3o Nordeste, a chamada morte do rei dom Sebasti\u00e3o, que n\u00e3o deixou herdeiros. Essa crise Zona da Mata. Essa \u00e1rea possui bons solos 0\u00ba Equador acarretou a uni\u00e3o das dinastias de massap\u00ea e uma maior proximidade com portuguesa e espanhola (co- nhecida como Uni\u00e3o Ib\u00e9rica), o continente europeu. ESTADO DO MARANH\u00c3O em que a pen\u00ednsula Ib\u00e9rica e os Em 1621, ocasi\u00e3o em que Portugal E GR\u00c3O-PAR\u00c1 territ\u00f3rios coloniais passaram a ser governados pelos reis es- estava sob o dom\u00ednio da Espanha, o rei es- panh\u00f3is. Durante esse per\u00edodo, houve a expans\u00e3o territorial pela panhol Felipe II dividiu o Brasil em dois es- incurs\u00e3o dos bandeirantes pa- ra al\u00e9m do limite do Tratado de tados: Maranh\u00e3o, com capital em S\u00e3o Lu\u00eds; ESTADO DO BRASIL Tordesilhas e a diversifica\u00e7\u00e3o e Brasil, com capital em Salvador. A defesa das atividades econ\u00f4micas na militar da col\u00f4nia, ao norte, e o aumento da OCEANO col\u00f4nia. A discuss\u00e3o mobiliza a ATL\u00c2NTICO habilidade EF07GE02. comercializa\u00e7\u00e3o das chamadas drogas do OCEANO Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio Esclare\u00e7a que a divis\u00e3o entre sert\u00e3o (gengibre, pia\u00e7ava, castanha, canela- PAC\u00cdFICO estado do Maranh\u00e3o e estado do -do-mato, cacau-selvagem, madeiras, etc.) Brasil, em 1621, ocorreu com o com a metr\u00f3pole explicam o porqu\u00ea da cria- N objetivo de facilitar a adminis- tra\u00e7\u00e3o do vasto territ\u00f3rio da co- \u00e7\u00e3o do estado do Maranh\u00e3o. J\u00e1 na \u00e1rea do OL 0 525 1 050 km l\u00f4nia. Acrescente que, em 1640, a estado do Brasil, a pecu\u00e1ria e, especialmen- S Uni\u00e3o Ib\u00e9rica chegou ao fim, com o movimento da Restaura\u00e7\u00e3o, te, o cultivo da cana-de-a\u00e7\u00facar continua- Fonte: elaborado com base em VICENTINO, Cl\u00e1udio. Atlas hist\u00f3rico. S\u00e3o Paulo: Scipione, proclamando dom Jo\u00e3o IV rei de vam a ser as principais atividades econ\u00f4mi- 2011. p. 104. Portugal e das terras coloniais. cas. Essa divis\u00e3o do Brasil em dois estados Brasil (s\u017dculo XVIII) durou de 1621 at\u00e9 1774, quando o estado do Maranh\u00e3o, que na \u00e9poca se chamava 55\u00ba O Portal de Mapas\/Arquivo da editora Gr\u00e3o-Par\u00e1 e Maranh\u00e3o, passou a ser subor- dinado ao governo central, o Vice-Reino do Equador 0\u00ba Brasil, sediado agora no Rio de Janeiro, n\u00e3o mais em Salvador. GR\u00c3O-PAR\u00c1 Em 1709, o territ\u00f3rio do Brasil j\u00e1 havia MARANH\u00c3O se expandido bastante para o oeste, e a co- PERNAMBUCO l\u00f4nia estava dividida em sete prov\u00edncias. A S\u00c3O PAULO BAHIA de S\u00e3o Paulo era a maior de todas. Dela par- tiram os bandeirantes, que, em sua busca OCEANO de ouro, pedras preciosas e ind\u00edgenas para ATL\u00c2NTICO serem escravizados, ampliaram bastante o territ\u00f3rio at\u00e9 ent\u00e3o conhecido. Observe os OCEANO RIO DE JANEIRO mapas desta p\u00e1gina. PAC\u00cdFICO S\u00c3O PEDRO Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio N Massap\u00ea: tipo de solo de cor bastante escura, OL 0 525 1 050 km textura argilosa, bastante comum no Nordeste. S Por ser muito f\u00e9rtil, \u00e9 prop\u00edcio para a cultura da cana-de-a\u00e7\u00facar. Fonte: elaborado com base em CAMPOS, Fl\u00e1vio de; DOLHNIKOFF, Miriam. Atlas: hist\u00f3ria do Brasil. S\u00e3o Paulo: Scipione, 2007. p. 16. 20 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade Texto complementar Drogas do Sert\u00e3o O termo \u201cdrogas\u201d [...] tinha uma acep\u00e7\u00e3o diferente da atual. Era usado, sobretudo, para referir-se a produtos naturais para uso culin\u00e1rio, medicinal, artesanal e manu- O monop\u00f3lio portugu\u00eas nas \u00cdndias [...], por\u00e9m, arrefeceu, em virtude da ampla concor- fatureiro. Entre essas drogas, estavam o urucum, o guaran\u00e1, a castanha-do-par\u00e1, o r\u00eancia oferecida por outros pa\u00edses, e essa perda de monop\u00f3lio comercial privou os portu- algod\u00e3o, o fumo, o a\u00e7\u00facar e a mandioca. Tamb\u00e9m eram requisitados itens derivados gueses de produtos como as especiarias [...]. Tal priva\u00e7\u00e3o impulsionou os portugueses a deles, como a rapadura e a aguardente. [...] explorarem regi\u00f5es do Brasil Col\u00f4nia at\u00e9 ent\u00e3o intocadas com o objetivo de buscarem no- vas especiarias. Essas novas especiarias receberam a alcunha de \u201cdrogas do Sert\u00e3o\u201d. FERNANDES, Cl\u00e1udio. Drogas do sert\u00e3o. Hist\u00f3ria do mundo. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/historiadomundo.uol.com.br\/idade-moderna\/drogas-sertao.htm>. As \u00e1reas que passaram a ser ent\u00e3o exploradas pelos portugueses no fim do s\u00e9culo XVI correspondiam a faixas de terra dos atuais estados do Par\u00e1 e do Amazonas. [...] Acesso em: 6 set. 2018. 20 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","At\u00e9 o fim do s\u00e9culo XVIII, a capital do Brasil era a cidade nordestina de Salvador Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas (Bahia). Sua transfer\u00eancia, em 1763, para o Rio de Janeiro, ou seja, para o centro-sul, ocorreu por causa da mudan\u00e7a do eixo econ\u00f4mico do pa\u00eds mais para o sul, para a cha- Proponha a leitura conjunta do mada \u201cregi\u00e3o das Minas\u201d (parte de Mato Grosso, Goi\u00e1s e Minas Gerais). texto com os alunos e oriente-os a observar o mapa para que per- A explora\u00e7\u00e3o do ouro se tornou a atividade central da economia brasileira da cebam as grandes transforma- \u00e9poca. Isso marcou o in\u00edcio do decl\u00ednio econ\u00f4mico e pol\u00edtico do Nordeste, que era at\u00e9 \u00e7\u00f5es nas fronteiras internas do ent\u00e3o a regi\u00e3o mais importante, rica e populosa do pa\u00eds, em virtude principalmente do territ\u00f3rio em rela\u00e7\u00e3o aos per\u00edodos cultivo da cana-de-a\u00e7\u00facar. anteriores. Esse conte\u00fado con- templa a habilidade EF07GE02. Em 1822, quando o Brasil se tornou independente, ele estava dividido em de- zenove prov\u00edncias. O territ\u00f3rio brasileiro havia sido muito ampliado pelos bandeiran- Comente que, enquanto ocor- tes, que iam para o chamado \u201csert\u00e3o\u201d (\u00e1reas interioranas a oeste e ao sul) em busca riam as mudan\u00e7as na esfera de ouro e pedras preciosas, al\u00e9m de ind\u00edgenas para serem escravizados. Nessa pol\u00edtico-administrativa, com a \u00e9poca, muitas vilas, que depois se tornaram cidades, foram fundadas. No Nordeste, transfer\u00eancia da capital da col\u00f4- a pecu\u00e1ria bovina continuava a se expandir pelo interior, destinada a abastecer o li- nia, houve mudan\u00e7as na esfera toral nordestino a\u00e7ucareiro e, posteriormente, a regi\u00e3o das minas. econ\u00f4mica: do ciclo agr\u00edcola da cana-de-a\u00e7\u00facar para o ciclo ex- Brasil (1822) trativista do ouro, com a explo- ra\u00e7\u00e3o dos min\u00e9rios nas atuais Portal de Mapas\/Arquivo da editora 55\u00ba O Como se observa no mapa do territ\u00f3rio regi\u00f5es Sudeste e Centro-Oeste. brasileiro em 1822, o oeste de Santa Houve tamb\u00e9m amplia\u00e7\u00e3o do ter- Equador 0\u00ba Catarina ainda n\u00e3o pertencia ao pa\u00eds, nem rit\u00f3rio administrado pela Coroa uma parte a oeste da Amaz\u00f4nia. No portuguesa, territ\u00f3rio que, em extremo sul, havia a prov\u00edncia Cisplatina, 1822, se tornaria o Imp\u00e9rio do que em 1928 se tornou independente e Brasil. O tema mobiliza parcial- passou a se chamar Uruguai. mente a habilidade EF07GE05, com enfoque na realidade bra- sileira do per\u00edodo. GR\u00c3O-PAR\u00c1 MARANH\u00c3O CEAR\u00c1 PIAU\u00cd RIO GRANDE DO NORTE PARA\u00cdBA PERNAMBUCO ALAGOAS MATO BAHIA GROSSO OCEANO GOYAZ ATL\u00c2NTICO OCEANO MINAS PAC\u00cdFICO GERAIS Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio ESP\u00cdRITO SANTO N S\u00c3O PAULO RIO DE JANEIRO OL SANTA CATARINA S RIO GRANDE DO SUL CISPLATINA 0 525 1 050 km Fonte: elaborado com base em VICENTINO, Cl\u00e1udio. Atlas hist\u2014rico. S\u00e3o Paulo: Scipione, 2011. p. 128. De 1760 at\u00e9 o in\u00edcio do s\u00e9culo XIX, o Brasil passou a exportar algod\u00e3o: esse per\u00edodo ficou conhecido como per\u00edodo algodoeiro. Era o in\u00edcio da Revolu\u00e7\u00e3o Industrial na Inglaterra e este pa\u00eds \u2013 o mais rico do mundo na \u00e9poca \u2013 necessitava de supri- mento de algod\u00e3o para suas ind\u00fastrias t\u00eaxteis. O algod\u00e3o moc\u00f3, tamb\u00e9m chamado de \u201calgod\u00e3o do Serid\u00f3\u201d, \u00e9 uma planta nativa da Am\u00e9rica, especialmente das \u00e1reas semi\u00e1ridas, e j\u00e1 era cultivado no Brasil desde o in\u00edcio da coloniza\u00e7\u00e3o. Entretanto, s\u00f3 ganhou import\u00e2ncia \u2013 sendo chamado na \u00e9poca de \u201couro branco\u201d \u2013 quando a Ingla- terra passou a import\u00e1-lo em grandes quantidades, e os seus pre\u00e7os subiram. Brasil: forma\u00e7\u00e3o do Estado e do territ\u00f3rio \u2022 CAP\u00cdTULO 1 21 Para aprofundar HEINSFELD, Adelar. A Geopol\u00edtica do Bar\u00e3o: as a\u00e7\u00f5es de Rio Branco evidencia o car\u00e1ter geopol\u00edtico das estrat\u00e9gias e da tomada de e seus reflexos na Argentina. Curitiba: Editora Prismas, 2015. 388 p. decis\u00f5es de Rio Branco as quais, al\u00e9m de garantir os limites ter- ritoriais, consideravam a repercuss\u00e3o nos pa\u00edses vizinhos, bus- Nesse livro, o historiador analisa o papel exercido pelo Bar\u00e3o cando a hegemonia na Am\u00e9rica do Sul. de Rio Branco, quando foi Ministro das Rela\u00e7\u00f5es Exteriores (1902- -1912), na configura\u00e7\u00e3o territorial da Rep\u00fablica brasileira. A obra 21MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas O per\u00edodo em que o Brasil exportou algod\u00e3o gerou muitas riquezas e povoamento Leia o texto com os alunos. e ocorreu principalmente no Maranh\u00e3o e no Cear\u00e1. Contudo, com o fim da Guerra de Oriente-os a observar nos mapas, conforme avan\u00e7arem na leitura Independ\u00eancia dos Estados Unidos (1775-1783), esse pa\u00eds voltou a ser o maior pro- do texto, cada um dos elementos citados. Perceba se eles notam as dutor de algod\u00e3o. Por\u00e9m, entre 1861 e 1865, os Estados Unidos entraram em uma diferen\u00e7as entre os mapas, se- ja nos limites, seja nos nomes, guerra civil, conhecida como Guerra de Se- mobilizando assim a habilidade EF07GE09. cess\u00e3o, com o Sul escravagista se rebelando Brasil (1889) Conte aos alunos que, ap\u00f3s contra o final da escravid\u00e3o promovida pelo 55\u00ba O Portal de Mapas\/Arquivo da editora a Proclama\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica em 1889, o territ\u00f3rio brasileiro pas- Norte do pa\u00eds. Dessa forma, o algod\u00e3o bra- OCEANO sou a ter a configura\u00e7\u00e3o que pos- sileiro voltou a ser valorizado. Com o final ATL\u00c2NTICO sui atualmente. Explique que os dessa guerra, os estados do Sul se recom- territ\u00f3rios do Acre, do Amap\u00e1, do Equador 0\u00ba Rio Branco, de Fernando de Noro- nha, do Guapor\u00e9, de Ponta Por\u00e3 puseram, e a produ\u00e7\u00e3o americana novamen- PAR\u00c1 CEAR\u00c1 e de Igua\u00e7u, no mapa do Brasil te derrubou a brasileira. As regi\u00f5es algodo- MATO de 1943, s\u00e3o territ\u00f3rios federais eiras no Nordeste, que tinham se tornado as AMAZONAS GROSSO MARANH\u00c3O RIO GRANDE que at\u00e9 ent\u00e3o n\u00e3o pertenciam a mais pr\u00f3speras do Brasil, come\u00e7aram a en- DO NORTE nenhum estado. Eles eram su- trar em decl\u00ednio econ\u00f4mico. OCEANO bordinados ao governo federal. PAC\u00cdFICO PIAU\u00cd PARA\u00cdBA Ao logo do s\u00e9culo XX, esses ter- Em 1889, quando foi proclamada a Re- Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio PERNAMBUCO rit\u00f3rios foram incorporados a p\u00fablica, o territ\u00f3rio brasileiro j\u00e1 tinha cres- estados j\u00e1 existentes (Igua\u00e7u, cido um pouco em rela\u00e7\u00e3o a 1822, mas o ALAGOAS Fernando de Noronha e Ponta territ\u00f3rio a sudoeste e noroeste do pa\u00eds Por\u00e3) ou ganharam o status de ainda n\u00e3o tinha a configura\u00e7\u00e3o atual. As an- SERGIPE unidades da Federa\u00e7\u00e3o (Acre, BAHIA Amap\u00e1, Rond\u00f4nia e Roraima). GOI\u00c1S Atividades complementares MINAS GERAIS 1. Fa\u00e7aumacompara\u00e7\u00e3oentre o mapa do Brasil no s\u00e9culo ESP\u00cdRITO SANTO XVI (p. 19) e o mapa atual e responda: S\u00c3O PAULO RIO DE JANEIRO a) Houve uma expans\u00e3o PARAN\u00c1 territorial grande ou modes- ta? Justifique sua resposta. tigas prov\u00edncias passaram a ser estados. N SANTA CATARINA 525 1 050 km O caf\u00e9 come\u00e7ou a se destacar na Bai- OL RIO GRANDE Houve uma expans\u00e3o ter- ritorial grande. Pelos ma- xada Fluminense e no Vale do Para\u00edba e se S DO SUL pas \u00e9 poss\u00edvel perceber tornou o principal produto da economia que o territ\u00f3rio brasileiro brasileira. O caf\u00e9 foi essencial para o sur- 0 mais do que dobrou de gimento das ferrovias e o in\u00edcio do proces- 1534 at\u00e9 o s\u00e9culo XX. Fonte: elaborado com base em SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. S\u00e3o Paulo: \u00c1tica, 2013. p. 145. CAMPOS, Fl\u00e1vio de; DOLHNIKOFF, Miriam. Atlas: hist\u00f3ria do Brasil. S\u00e3o Paulo: b) Quais s\u00e3o as unidades da Scipione, 2011. p. 16 e 39. Federa\u00e7\u00e3o que existem hoje e n\u00e3o existiam na \u00e9poca? so de industrializa\u00e7\u00e3o, que foi poss\u00edvel com As unidades da Federa\u00e7\u00e3o os recursos oriundos das exporta\u00e7\u00f5es do Brasil (1943) s\u00e3o Acre, Alagoas, Amap\u00e1, Amazonas, Distrito Federal, caf\u00e9. 55\u00ba O Portal de Mapas\/Arquivo da editora Goi\u00e1s, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Em 1943, o Brasil j\u00e1 tinha o tamanho e Territ\u00f3rio Territ\u00f3rio Par\u00e1, Para\u00edba, Paran\u00e1, Rio o formato atual, pois as \u00faltimas aquisi\u00e7\u00f5es do Rio Branco do Amap\u00e1 de Janeiro, Rio Grande do de terras ocorreram em 1903, com o Acre, Sul, Rond\u00f4nia, Roraima, e em 1904, quando o Brasil ficou com uma Equador Territ\u00f3rio de 0\u00ba Santa Catarina, S\u00e3o Paulo, parte do territ\u00f3rio de Pirara, ao norte do Fernando Sergipe e Tocantins. Amap\u00e1, na divisa com a Guiana Francesa. Depois disso, as nossas fronteiras externas de Noronha 2. Quais foram os fatores que (com os demais pa\u00edses sul-americanos) per- levaram a uma ocupa\u00e7\u00e3o, maneceram. J\u00e1 as fronteiras internas mu- AMAZONAS MARANH\u00c3O CEAR\u00c1 RIO GRANDE mesmo que pouco pronun- daram. Em 1943, por exemplo, ainda exis- DO NORTE ciada, da Amaz\u00f4nia brasilei- tiam os chamados territ\u00f3rios federais (Acre, PAR\u00c1 ra na \u00e9poca colonial? Amap\u00e1, Guapor\u00e9, Ponta Por\u00e3, Igua\u00e7u e Rio Branco, al\u00e9m do arquip\u00e9lago de Fernando PIAU\u00cd PARA\u00cdBA A ocupa\u00e7\u00e3o da Amaz\u00f4nia no de Noronha). Depois, eles se tornaram es- per\u00edodo colonial se deu por PERNAMBUCO bandeiras que procuravam ouro, as chamadas \u201cdrogas ALAGOAS do Sert\u00e3o\u201d e ind\u00edgenas para serem escravizados. Territ\u00f3rio BAHIA SERGIPE do Acre MATO GROSSO Territ\u00f3rio GOI\u00c1S OCEANO de Guapor\u00e9 ATL\u00c2NTICO MINAS Territ\u00f3rio GERAIS ESP\u00cdRITO SANTO de Ponta Por\u00e3 OCEANO PAC\u00cdFICO S\u00c3O RIO DE JANEIRO Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio PAULO DF N Territ\u00f3rio PARAN\u00c1 de Igua\u00e7u SANTA CATARINA tados ou foram incorporados a estados j\u00e1 OL RIO GRANDE existentes. O estado de Mato Grosso ainda S DO SUL n\u00e3o havia sido dividido em dois, e Tocantins ainda fazia parte de Goi\u00e1s. 0 530 1 060 km Fonte: elaborado com base em CAMPOS, Fl\u00e1vio de; DOLHNIKOFF, Miriam. Atlas: hist\u00f3ria do Brasil. S\u00e3o Paulo: Scipione, 2011. p. 57. 22 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade 3. Os bandeirantes s\u00e3o objeto de controv\u00e9rsias, sendo elogiados por alguns e criticados por outros. Fa\u00e7a um coment\u00e1rio sobre aspectos positivos e negativos do bandeirantismo. Espera-se que os alunos apontem como pontos positivos do bandeirantismo a amplia\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio brasileiro e a funda\u00e7\u00e3o de muitas vilas que se tornariam importantes cidades, mas que compreendam tamb\u00e9m que isso ocorreu \u00e0 custa da escravid\u00e3o e de grande exterm\u00ednio de povos ind\u00edgenas. 22 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","Geolink Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Leia o texto a seguir. \u00c9 importante, pela leitura do texto e pelo encaminhamento da Culin\u00e1ria afro-brasileira: africanos enriqueceram a cozinha brasileira atividade, que os alunos reconhe- \u00e7am que os h\u00e1bitos alimentares Os ind\u00edgenas se alimentavam da mandioca, das frutas, dos peixes e das carnes de ca\u00e7a. Com a chegada dos co- s\u00e3o parte essencial da identida- lonizadores portugueses, o p\u00e3o, o queijo, o arroz, os doces e os vinhos foram se incorporando \u00e0 nossa alimenta\u00e7\u00e3o. de de uma sociedade e que pri- var os povos de suas tradi\u00e7\u00f5es Mas uma das contribui\u00e7\u00f5es mais importantes aos nossos h\u00e1bitos alimentares, durante todo o per\u00edodo de colo- e h\u00e1bitos foi tamb\u00e9m uma das niza\u00e7\u00e3o, foi aquela que veio da\u00c1frica [...]. Se os comerciantes de escravos traziam os ingredientes (especiarias), os viol\u00eancias do regime escravista. escravos traziam na mem\u00f3ria os usos e os gostos de sua terra. Era a\u00ed que estava o segredo. Para que compreendam isso, \u00e9 importante, antes, que reconhe- [...] Os ingredientes nobres, o preparo requintado e as maneiras europeias \u00e0 mesa aconteciam na casa-grande. \u00e7am a relev\u00e2ncia que os gostos Enquanto isso, a cozinha negra se desenvolvia na senzala, em tachos de ferro. e os h\u00e1bitos alimentares t\u00eam para si mesmos, de modo que, Alguns escravos conseguiam criar algum animal ou cul- Fabio Colombini\/Acervo do fot\u00f3grafo ao se colocarem no lugar desses tivar uma pequena horta.Talvez por isso o tempero e o uso povos (que muitas vezes s\u00e3o os de uma grande variedade de pimentas deram um sabor pr\u00f3prios antepassados), possam especial aos seus pratos. O azeite de dend\u00ea tamb\u00e9m foi um entender a import\u00e2ncia da iden- dos ingredientes mais importantes da culin\u00e1ria negra. [...] tidade cultural. A se\u00e7\u00e3o contribui para a mobiliza\u00e7\u00e3o das compe- Uma outra tradi\u00e7\u00e3o, a de vender comida nas ruas, em t\u00eancias CGEB8 e 9. grandes tabuleiros, se estabeleceu na mesma \u00e9poca na ci- dade de Salvador, na Bahia. Esses tabuleiros traziam de Atividade 1: Espera-se que os tudo. [...] Entre essas iguarias estava, al\u00e9m do acaraj\u00e9, do alunos j\u00e1 tenham ao menos visto vatap\u00e1 e do abar\u00e1, angu, mingau, pamonha e canjica. [...] ou ouvido falar dos alimentos cita- dos no texto. Caso seja pertinente, Um outro fator que ajudou a difundir a comida de origem prepare imagens dos alimentos negra foi a religi\u00e3o africana \u2013 o candombl\u00e9. O candombl\u00e9 mencionados no texto e de outros tem uma rela\u00e7\u00e3o muito especial com a comida. Os devotos que t\u00eam origem africana. servem para os santos comidas que pertencem \u00e0 tradi\u00e7\u00e3o africana. Como as comunidades negras se espalharam pelo Atividade 2: Os povos africa- Brasil, a culin\u00e1ria que veio da\u00c1frica se espalhou por todo o nos escravizados trazidos para pa\u00eds. o territ\u00f3rio brasileiro mantiveram h\u00e1bitos alimentares tradicionais [...]. Os caldos, extra\u00eddos dos alimentos assados, mistu- que, no contato com a culin\u00e1ria rados com farinha de mandioca (o pir\u00e3o) ou com farinha de de outras origens, contribu\u00edram, milho (o angu), s\u00e3o uma heran\u00e7a dos africanos. Podemos ao longo dos s\u00e9culos, para a for- lembrar que da\u00c1frica tamb\u00e9m vieram ingredientes t\u00e3o im- ma\u00e7\u00e3o da culin\u00e1ria considerada portantes como o coco e o caf\u00e9. tipicamente brasileira. Para terminar, n\u00e3o se pode deixar de mencionar um dos A tradi\u00e7\u00e3o da venda de quitutes nos tabuleiros das baianas \u00e9 Para aprofundar pratos favoritos do pa\u00eds:a feijoada,que tamb\u00e9m se originou muito comum nas ruas da Bahia e de outras regi\u00f5es do nas senzalas. Enquanto as melhores carnes iam para a Nordeste. Essa pr\u00e1tica, considerada um patrim\u00f4nio imaterial CASCUDO, Lu\u00eds da C\u00e2mara. mesa dos senhores,os escravos ficavam com as sobras:p\u00e9s do pa\u00eds, \u00e9 heran\u00e7a da cultura africana trazida pelos povos Hist\u00f3ria da alimenta\u00e7\u00e3o no e orelhas de porco,lingui\u00e7a,carne-seca etc.,eram mistura- escravizados. Na foto, baiana fritando a massa do acaraj\u00e9, em Brasil. 4. ed. S\u00e3o Paulo: Glo- dos com feij\u00e3o-preto [...] e cozidos num grande caldeir\u00e3o. Salvador (BA), em 2015. bal, 2011. 960 p. STRECKER, Heidi. Culin\u00e1ria afro-brasileira: africanos enriqueceram a cozinha brasileira. Centro de Estudos Considerado um marco nos das Rela\u00e7\u00f5es de Trabalho e Desigualdades. Dispon\u00edvel em: <www.ceert.org.br\/noticias\/historia-cultura-arte\/ estudos da culin\u00e1ria brasileira, nesse livro, o folclorista ana- 10124\/culinaria-afro-brasileira-africanos-enriqueceram-a-cozinha-brasileira>. Acesso em: 29 maio 2018. lisa a base da comida t\u00edpica brasileira (ind\u00edgena, africa- Agora, responda: na e portuguesa), as suas t\u00e9cnicas e os costumes na 1 Voc\u00ea j\u00e1 comeu algum dos alimentos citados no texto? Quais? Resposta pessoal. alimenta\u00e7\u00e3o do brasileiro. Apresenta o folclore e as su- 2 O texto afirma que a culin\u00e1ria africana contribuiu muito para os h\u00e1bitos alimentares no Brasil. De que forma isso persti\u00e7\u00f5es que envolvem a alimenta\u00e7\u00e3o e tamb\u00e9m dis- ocorreu? Espera-se que os alunos percebam que os povos africanos trouxeram com eles sua cultura \u2013 as religi\u00f5es, cute os mitos relacionados \u00e0 as l\u00ednguas, a forma de encarar o mundo \u2013 e sua culin\u00e1ria. culin\u00e1ria africana e a contri- bui\u00e7\u00e3o de imigrantes. Brasil: forma\u00e7\u00e3o do Estado e do territ\u00f3rio \u2022 CAP\u00cdTULO 1 23 Texto complementar As farinhas de milho e de mandioca ainda ocupam um papel central na culin\u00e1ria bra- sileira popular. De novo, \u00e9 importante frisar: estamos falando da culin\u00e1ria popular [...]. \u201cA hist\u00f3ria da culin\u00e1ria a partir do ponto de vista do colonizador\u201d Agora, no Brasil, os ind\u00edgenas foram \u201capagados\u201d n\u00e3o apenas da culin\u00e1ria. O ato de maior [...] De que forma essa influ\u00eancia ind\u00edgena est\u00e1 presente na culin\u00e1ria brasileira hoje? viol\u00eancia foi quando o marqu\u00eas de Pombal proibiu o ensino do nheengatu [l\u00edngua geral ind\u00edgena da regi\u00e3o amaz\u00f4nica], [...] em 1758. Como diz o antrop\u00f3logo Eduardo Vivei- A antiga cozinha mineira, paulista, do Centro-Oeste, era toda baseada no milho dos ros de Castro, o Brasil transformou o ind\u00edgena em pobre. Empobrecemos os ind\u00edgenas Guaranis. N\u00e3o podemos esquecer que a farinha de milho \u00e9 a base da conquista do em todos os sentidos. [\u2026] Sert\u00e3o brasileiro pelos portugueses. [...] A base da culin\u00e1ria brasileira era essa, exceto a da regi\u00e3o amaz\u00f4nica, cuja base era o peixe e a mandioca. [...] ORLANDI, Ana Paula. A hist\u00f3ria da culin\u00e1ria a partir do ponto de vista do colonizador. Goethe-Institut Brasilien, dez. 2016. Dispon\u00edvel em: <www.goethe.de\/ins\/br\/pt\/kul\/fok\/ \u00c9 verdade que a influ\u00eancia ind\u00edgena vem desaparecendo da culin\u00e1ria brasileira ao kui\/20878300.html>. Acesso em: 29 ago. 2018. longo do tempo? 23MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas O princ\u00edpio do uti possidetis Ap\u00f3s a leitura do texto, es- Depois de ler sobre a forma\u00e7\u00e3o territorial do Brasil, \u00e9 poss\u00edvel comparar o territ\u00f3- clare\u00e7a que o reconhecimento rio brasileiro atual com a \u00e1rea de coloniza\u00e7\u00e3o portuguesa no s\u00e9culo XVI. Percebe-se da anexa\u00e7\u00e3o das terras ocupa- que aquela \u00e1rea mal chegava a um ter\u00e7o do territ\u00f3rio atual. das por portugueses ou brasi- leiros aplicando o princ\u00edpio do A expans\u00e3o do territ\u00f3rio da col\u00f4nia e, mais tarde, do pa\u00eds independente, em detri- uti possidetis foi firmado entre mento das \u00e1reas de coloniza\u00e7\u00e3o espanhola ou de pa\u00edses sul-americanos (Paraguai, Portugal e Espanha pelo Trata- Peru, Bol\u00edvia, etc.), ocorreu por causa dos deslocamentos de portugueses ou brasileiros do de Madri, assinado no dia 13 para essas \u00e1reas, da implanta\u00e7\u00e3o de habita\u00e7\u00f5es e atividades econ\u00f4micas (especialmen- de janeiro de 1750. Esse tratado te minera\u00e7\u00e3o e agricultura) e da anexa\u00e7\u00e3o dessas terras pelo princ\u00edpio do uti possidetis. substituiu o Tratado de Tordesi- lhas, que j\u00e1 n\u00e3o era respeitado O uti possidetis \u2013 termo origin\u00e1rio da express\u00e3o latina uti possidetis, ita possideatis havia muitos anos. Com o novo (\u201ccomo possui, continuar\u00e1 a possuir\u201d) \u2013 foi uma solu\u00e7\u00e3o diplom\u00e1tica que conferia a um tratado, Portugal cedeu a Col\u00f4nia Estado o direito de se apropriar de um novo territ\u00f3rio com base na ocupa\u00e7\u00e3o, na posse de Sacramento \u00e0 Espanha, mas efetiva da \u00e1rea, e n\u00e3o em t\u00edtulos anteriores de propriedade. \u00c9 evidente que esse prin- recebeu a \u00e1rea que abrigava os c\u00edpio foi utilizado apenas entre Portugal e Espanha ou entre Brasil e pa\u00edses da Am\u00e9rica aldeamentos de Sete Povos das do Sul, sem levar em conta a posse dos diversos povos ind\u00edgenas. Isso porque os colo- Miss\u00f5es e os territ\u00f3rios que hoje nizadores n\u00e3o consideravam que o ind\u00edgena tinha pleno direito, com a sua cultura e o formam os estados do Rio Grande seu territ\u00f3rio. do Sul, Santa Catarina, Mato Gros- so do Sul e Amazonas. S\u00f3 nas \u00faltimas d\u00e9cadas, em especial a partir da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, \u00e9 que as sociedades ind\u00edgenas passaram a ter reconhecido o direito sobre suas terras. Entretan- Para ampliar o tema, mostre to, muitas vezes os ind\u00edgenas sofrem com a invas\u00e3o de madeireiras, garimpeiros e aos alunos um mapa que ilustre fazendeiros em suas terras. a ocupa\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio brasi- leiro pelos povos ind\u00edgenas em O territ\u00f3rio brasileiro atual possui uma \u00e1rea de 8515759 km2, segundo as mais 1500 e um mapa atual das terras recentes estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), sendo um ind\u00edgenas demarcadas. Sugere- dos pa\u00edses mais extensos do mundo. Possui 7367 km de contorno mar\u00edtimo (o litoral com -se apresentar, por exemplo, os o oceano Atl\u00e2ntico) e 15719 km de contorno terrestre, de fronteiras com os vizinhos sul- mapas de ARRUDA, Jos\u00e9 Job- -americanos. Todos os pa\u00edses da Am\u00e9rica do Sul, com exce\u00e7\u00e3o do Equador e do Chile, son de A. Atlas hist\u00f3rico b\u00e1si- possuem fronteiras com o Brasil. Veja o mapa. co. S\u00e3o Paulo: \u00c1tica. 2002. p. 35; IBGE. Atlas geogr\u00e1fico escolar. Brasil: pontos extremos e fronteiras 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 114. Solicite aos alunos que VENEZUELA 55\u00ba O Guiana Francesa LI7T 3O6R7AkLm observem os mapas e reflitam (FRA) Portal de Mapas\/Arquivo da editora sobre a discrep\u00e2ncia entre ca- Nascente do rio Ail\u00e3 GUIANA Cabo Orange da per\u00edodo. Pergunte a eles: Por que ser\u00e1 que o direito dos povos (ponto mais setentrional) ind\u00edgenas sobre as terras que ocupam passou a ser reconheci- COL\u00d4MBIA SURINAME do apenas no fim do s\u00e9culo XX? RR AP Dessa forma, mobilizam-se a ha- Equador bilidade EF07GE03 e a CEGEF3. 0\u00ba EQUADOR 4 37D8IS,4Tk\u00c2mNCIA NORTE-SUL Nascente do rio Moa AM PA MA CE (ponto mais ocidental) RN PERU 4 326,6 km DIST\u00c2NCIA LESTE-OESTE AC PI PB Ponta do Seixas OCEANO TO (ponto mais oriental) PAC\u00cdFICO RO MT FRONTEIRA PE N DF AL OL BOL\u00cdVIA GO TERRESTE \u2013 15 719 km SE S MG BA MS OCEANO ATL\u00c2NTICO ES CHILE SP RJ Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio PR PARAGUAI ARGENTINA SC RS URUGUAI Arroio Chu\u00ed 0 565 1130 km Fonte: elaborado com base em IBGE. (ponto mais meridional) Atlas geogr\u00e1fico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: 2016. p. 91. 24 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade 24 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","A constru\u00e7\u2039o da na\u00e7\u2039o Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Assim como o territ\u00f3rio, tamb\u00e9m a na\u00e7\u00e3o \u2013 isto \u00e9, um povo ou sociedade com Ap\u00f3s lerem o texto e obser- varem a fotografia, indague os tra\u00e7os culturais comuns, com um sentimento de identidade, a identidade nacional \u2013 foi alunos sobre quais caracter\u00eds- ticas s\u00e3o veiculadas nos meios o resultado de um processo, de uma constru\u00e7\u00e3o que levou centenas de anos. Por de comunica\u00e7\u00e3o como parte da identidade do povo brasileiro. O exemplo, entre os s\u00e9culos XVI e XVIII, as pessoas livres (isto \u00e9, as que n\u00e3o eram escra- que eles pensam sobre o signi- ficado de ser brasileiro? Essa vizadas) que aqui viviam n\u00e3o se consideravam brasileiros, mas sim portugueses viven- abordagem mobiliza a habilida- de EF07GE01. do na col\u00f4nia. Os ind\u00edgenas, bem como os negros trazidos da \u00c1frica, tamb\u00e9m n\u00e3o se Se considerar pertinente, com- identificavam como brasileiros. Somente depois da aboli\u00e7\u00e3o da escravid\u00e3o, no final do partilhe o texto complementar com os alunos e questione so- s\u00e9culo XIX, e principalmente no s\u00e9culo XX, \u00e9 que se expandiu a ideia de uma na\u00e7\u00e3o bre os elementos que os fazem se reconhecer como brasileiros. brasileira. Com isso, praticamente todos que vivem neste territ\u00f3rio passaram a se Se houver na turma alunos de as- cend\u00eancias distintas, pergunte considerar brasileiros, mas \u2013 por conta de rea\u00e7\u00f5es contr\u00e1rias \u2013 levou certo tempo para a eles o que os faz sentir mais pr\u00f3ximos ou n\u00e3o da cultura da a inclus\u00e3o dos afrodescendentes e dos ind\u00edgenas nessa ideia de na\u00e7\u00e3o. fam\u00edlia. Encaminhe a conversa para dar abertura \u00e0s vis\u00f5es dos O nacionalismo ou identidade nacional \u00e9 algo indispens\u00e1vel para a forma\u00e7\u00e3o de alunos, garantindo o respeito \u00e0 di- versidade de viv\u00eancias e origens. uma na\u00e7\u00e3o. No Brasil essa identidade s\u00f3 se consolidou no s\u00e9culo passado, em especial Ressalte que a sociedade brasi- leira \u00e9 formada pela constante e a partir dos anos 1930, embora tenha come\u00e7ado timidamente no s\u00e9culo XIX. Na ter- hist\u00f3rica conviv\u00eancia de diferen- tes povos. Todo esse movimento ceira d\u00e9cada do s\u00e9culo XIX, ap\u00f3s a independ\u00eancia (1822), uma preocupa\u00e7\u00e3o da elite reflexivo mobiliza a CECHEF1. governante do pa\u00eds era mostrar que existia um povo brasileiro que seria diferente do Para aprofundar portugu\u00eas (embora a independ\u00eancia tenha sido proclamada por um pr\u00edncipe portugu\u00eas, RIBEIRO, Darcy. O povo brasi- leiro: a forma\u00e7\u00e3o e o sentido D. Pedro I, que, al\u00e9m disso, era herdeiro do trono de Portugal). do Brasil. S\u00e3o Paulo: Compa- nhia das Letras, 1995. 480 p. Foi o movimento liter\u00e1rio do Romantismo, especialmente a partir da segunda Nesse livro, o antrop\u00f3logo metade do s\u00e9culo XIX, que construiu uma imagem do povo brasileiro: a mistura brasileiro narra o processo de forma\u00e7\u00e3o do povo brasi- entre os portugueses, os ind\u00edgenas e os africanos, que teria criado nesta terra uma leiro desde a chegada dos portugueses, com base na gente e uma cultura diferentes daquelas de Portugal e dos povos nativos. O principal miscigena\u00e7\u00e3o das principais matrizes \u00e9tnicas (ind\u00edgena na- autor rom\u00e2ntico que ajudou a construir essa ideia de povo e na\u00e7\u00e3o brasileiros foi Jos\u00e9 tivo, branco europeu e negro africano), relacionando-o aos de Alencar. momentos hist\u00f3ricos e econ\u00f4- micos do pa\u00eds e diferenciando Depois de Alencar, v\u00e1rios outros autores contribu\u00edram para a imagem da na\u00e7\u00e3o os Brasis que existem dentro do Brasil. brasileira como resultado da mesti\u00e7agem. Mas foi a partir dos anos 1930, com o go- verno de Get\u00falio Vargas, que o Arquivo\/Ag\u00eancia Estado Estado brasileiro procurou re- for\u00e7ar e consolidar essa iden- tidade nacional. O governo passou a financiar escritores e meios de comunica\u00e7\u00e3o (na \u00e9poca, principalmente o r\u00e1dio, al\u00e9m de jornais e revistas), para divulgar essa imagem do Brasil, tanto aqui como no ex- terior. Para isso, foram criados s\u00edmbolos que seriam t\u00edpicos de nossa nacionalidade: a feijoa- da (que seria a comida brasi- leira t\u00edpica), o futebol (a paix\u00e3o do brasileiro), o samba e o car- naval (nossa m\u00fasica e festa popular), al\u00e9m de outros, como Na d\u00e9cada de 1940, o esporte, principalmente o futebol, tornou-se s\u00edmbolo da identidade nacional a capoeira. brasileira. Na foto, evento de inaugura\u00e7\u00e3o do est\u00e1dio do Pacaembu, em S\u00e3o Paulo (SP), em 1940. Brasil: forma\u00e7\u00e3o do Estado e do territ\u00f3rio \u2022 CAP\u00cdTULO 1 25 Texto complementar n\u00f4micas. O mesti\u00e7o \u00e9 o ideal harm\u00f4nico no qual se espelha o \u201csegredo do sucesso do Brasil\u201d. Esta mudan\u00e7a de sinais, do negativo para o positivo (nos primeiros escritos de Imagens do Brasil Monteiro Lobato, o Jeca Tatu, na sua indol\u00eancia e pregui\u00e7a, \u00e9 a met\u00e1fora do pa\u00eds), pos- [\u2026] No final do s\u00e9culo XIX, com a aboli\u00e7\u00e3o da escravatura e a proclama\u00e7\u00e3o da Re- sibilita uma releitura da hist\u00f3ria, do desenvolvimento e da moderniza\u00e7\u00e3o, virtudes antes incompat\u00edveis com o esp\u00edrito nacional, e agora vi\u00e1veis e fact\u00edveis mediante a atua\u00e7\u00e3o p\u00fablica, a afirma\u00e7\u00e3o \u201co Brasil \u00e9 um pa\u00eds mesti\u00e7o resultado do cruzamento de tr\u00eas ra- coordenada do Estado. \u00c9 neste contexto que os novos s\u00edmbolos de identidade \u2013 mulata \u00e7as, o branco, o negro e o \u00edndio\u201d, imp\u00f5em-se cada vez mais [...]. e samba \u2013 se consolidam, liberados da ganga das interpreta\u00e7\u00f5es raciol\u00f3gicas, eram mar- cados pela m\u00e1cula de inferioridade, s\u00e3o al\u00e7ados \u00e0 categoria de brasilidade. [...] Com a revolu\u00e7\u00e3o de 30, a industrializa\u00e7\u00e3o e a moderniza\u00e7\u00e3o do pa\u00eds, a ideia de mesti\u00e7agem \u00e9 ressignificada, seu aspecto negativo transmuta-se em positivo. Neste sen- ORTIZ, Renato. Imagens do Brasil. Revista Sociedade e Estado, Bras\u00edlia, tido, a obra de Gilberto Freyre \u00e9 importante, ela confere aos brasileiros uma carteira de v. 28, n. 3, p. 609-633, set.\/dez. 2013. identidade. Como bem aponta Elide Rugai Bastos, para Freyre o ideal da mesti\u00e7agem encerra a capacidade de se conciliar as contradi\u00e7\u00f5es: pol\u00edticas, culturais, sociais e eco- 25MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","1. Espera-se que os alunos entendam que a ideia de descobrimento do Brasil \u00e9 equivocada, j\u00e1 que os ind\u00edgenas j\u00e1 habitavam a regi\u00e3o h\u00e1 s\u00e9culos. Al\u00e9m disso, n\u00e3o havia ainda o Brasil como Estado-na\u00e7\u00e3o formado: a forma\u00e7\u00e3o do pa\u00eds se deu nos s\u00e9culos seguintes \u00e0 chegada Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas dos portugueses. Ap\u00f3s a conversa sobre o con- Primeiro o Estado e depois a sociedade 2. Como at\u00e9 o s\u00e9culo XIX te\u00fado da p\u00e1gina, promova uma o Brasil era col\u00f4nia de reflex\u00e3o com os alunos sobre como eles imaginam que deva Portugal, a popula\u00e7\u00e3o livre ser um Estado formado a partir das necessidades da sociedade, Como se formou o Estado brasileiro? Aqui o Estado foi criado antes da sociedade, que aqui vivia se considerava como explicado nas p\u00e1ginas 16 e 17. Se a fun\u00e7\u00e3o do Estado deve ao contr\u00e1rio do que ocorreu nos pa\u00edses europeus, por exemplo. L\u00e1 o Estado foi formado portuguesa; os negros ser legislar e garantir os direitos escravizados e os ind\u00edgenas da popula\u00e7\u00e3o, qual pode ser a diferen\u00e7a entre um Estado que e reconstru\u00eddo a partir das contradi\u00e7\u00f5es e lutas da sociedade, das normas e formas de n\u00e3o se consideravam precede a sociedade e um Esta- do organizado por uma sociedade parte da na\u00e7\u00e3o brasileira. j\u00e1 formada? organiza\u00e7\u00e3o que os diversos grupos humanos desenvolveram no decorrer da hist\u00f3ria. Foi somente ap\u00f3s a Explique que h\u00e1 casos, como de grande parte dos pa\u00edses da Portugal criou primeiro as institui\u00e7\u00f5es estatais \u2013 capitanias heredit\u00e1rias e gover- independ\u00eancia do Brasil, com Europa, em que os Estados na- o Romantismo, na segunda cionais se formaram em torno de uma sociedade j\u00e1 existente. no central, no per\u00edodo colonial \u2013 e s\u00f3 depois disso buscou m\u00e3o de obra (trouxe africa- metade do s\u00e9culo XIX, e com Apesar de a organiza\u00e7\u00e3o desses movimentos nacionalistas, Estados ser a princ\u00edpio iniciativa nos e os escravizou). Tamb\u00e9m os ind\u00edgenas foram escravizados e permitiu-se a vinda no in\u00edcio do s\u00e9culo XX, que da monarquia e da burguesia, e n\u00e3o pautada por motiva\u00e7\u00f5es de pessoas livres europeias, em geral pobres. A sociedade, portanto, foi criada para se criou o imagin\u00e1rio de populares, ela foi feita de modo articulado \u00e0s especificidades da uma na\u00e7\u00e3o e a identidade sociedade que habitava e traba- lhava no respectivo territ\u00f3rio. servir aos objetivos da metr\u00f3pole colonizadora e os dominados sofriam viol\u00eancia (cas- brasileira. Diferentemente da situa\u00e7\u00e3o da col\u00f4nia portuguesa no Brasil, tigos f\u00edsicos de escravos, pris\u00f5es arbitr\u00e1rias de pessoas livres pobres, grandes proprie- que precisou trazer popula\u00e7\u00f5es para servirem de m\u00e3o de obra na t\u00e1rios de terra usando jagun- Reprodu\u00e7\u00e3o\/Acervo Di\u00e1rios Associados explora\u00e7\u00e3o de recursos. A funda- menta\u00e7\u00e3o propiciada pelo cap\u00ed- \u00e7os para tomar \u00e1reas de fam\u00ed- tulo, sobre a expans\u00e3o territorial e a distribui\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o e lias pobres, etc.). das atividades econ\u00f4micas, au- xilia o posterior desenvolvimen- A preced\u00eancia do Estado to de conte\u00fados que abrangem a habilidade EF07GE04. sobre a sociedade gerou um Texto e a\u00e7\u00e3o sistema pol\u00edtico autorit\u00e1rio, em Atividade 1: Os alunos devem que os governos, muitas vezes, compreender que, para os povos ind\u00edgenas, n\u00e3o houve descobri- n\u00e3o procuraram servir \u00e0 socie- mento, mas invas\u00e3o, apropria- \u00e7\u00e3o das terras que habitavam e dade, mas servir-se dela. \u00c9 explora\u00e7\u00e3o de sua m\u00e3o de obra. Desfazer esses preconceitos em como se o Estado \u2013 e em par- rela\u00e7\u00e3o \u00e0 forma\u00e7\u00e3o do Brasil mo- biliza a habilidade EF07GE01. ticular os governantes \u2013 pu- Atividade 2: \u00c9 desej\u00e1vel que desse ser o \u201cdono\u201d do pa\u00eds. os alunos saibam que, por ser col\u00f4nia, n\u00e3o havia sentimento Esse \u00e9 um dos motivos de unidade nacional nem ter- ritorial, e que a constru\u00e7\u00e3o da por que at\u00e9 hoje os direitos dos identidade brasileira teve in\u00edcio com a Independ\u00eancia, em 1822. cidad\u00e3os no Brasil constituem algo t\u00e3o dif\u00edcil de se garantir: em vez de serem uma realida- de efetiva, eles s\u00e3o em grande parte uma promessa e uma conquista a ser realizada, \u00e9 uma batalha que envolve to- Na imagem, de 1914, jagun\u00e7os em fazenda em Juazeiro (BA). Os jagun\u00e7os eram capangas armados, dos n\u00f3s. contratados por fazendeiros para vigiar suas terras e, muitas vezes, invadir terras alheias. 3. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos entendam que, por conta da diversidade da sociedade brasileira e at\u00e9 mesmo pela vastid\u00e3o do territ\u00f3rio, esses s\u00edmbolos tidos como nacionais n\u00e3o abrangem toda a multiplicidade Texto e a\u00e7\u00e3o do povo brasileiro e sua variedade cultural e social, ainda que sejam s\u00edmbolos mundialmente reconhecidos como representativos do pa\u00eds. 1 Em duplas, pensem sobre este assunto: Seria poss\u00edvel, do ponto de vista dos ind\u00edgenas, falar em descobrimento do Brasil? Por qu\u00ea? 2 Por que at\u00e9 o s\u00e9culo XIX n\u00e3o existia de fato uma na\u00e7\u00e3o brasileira? E como se deu a constru\u00e7\u00e3o da na\u00e7\u00e3o brasileira? 3 Em sua opini\u00e3o, os s\u00edmbolos tidos como nacionais do Brasil \u2013 a feijoada, o carnaval, o samba, etc. \u2013 s\u00e3o de fato representativos do povo brasileiro? Justifique. 4 Explique como foi criado o Estado brasileiro e qual \u00e9 a rela\u00e7\u00e3o disso com as dificuldades do brasileiro em conquistar os direitos de cidadania. 4. Espera-se que, a partir da reflex\u00e3o, os alunos entendam que \u201cherdamos\u201d determinada forma de governo, em que, em grande medida, os direitos sociais ainda precisam ser conquistados, pois n\u00e3o foram garantidos no decorrer de nossa hist\u00f3ria. 26 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade 26 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reflitam sobre a import\u00e2ncia da l\u00edngua para a identidade e a unidade de um povo. No contexto apresentado pelo texto, isso significa tamb\u00e9m que o portugu\u00eas falado no Brasil denota a forma\u00e7\u00e3o de nossa popula\u00e7\u00e3o, carregando as marcas das l\u00ednguas dos povos que originaram o povo brasileiro. CONEX\u00cdES COM HIST\u00d3RIA E L\u00cdNGUA PORTUGUESA Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Voc\u00ea conhece a influ\u00eancia das l\u00ednguas africanas no idioma falado no Brasil? Leia o texto: Realize a leitura do texto com os alunos e esclare\u00e7a as even- A l\u00edngua de um povo \u00e9 o refle- Adam Jan Figel\/Shutterstock tuais d\u00favidas suscitadas em rela- xo dele mesmo, mas vertido em \u00e7\u00e3o ao vocabul\u00e1rio e ao sentido. sons e palavras.Atrav\u00e9s dela nos expressamos e manifestamos Atividade 2: A pesquisa pode nossa pr\u00f3pria exist\u00eancia. E a ser encaminhada como dever de nossa l\u00edngua portuguesa \u00e9 resul- casa a ser apresentado em uma tado de muitas e diversas exis- data combinada com a classe. t\u00eancias, dentre elas, a do negro africano. [...] Atividade complementar A vinda do negro para o Brasil Visando ampliar a atividade, proponha aos alunos uma pes- est\u00e1 diretamente relacionada quisa de palavras incorporadas ao portugu\u00eas brasileiro oriundas com a quest\u00e3o da m\u00e3o de obra de idiomas estrangeiros como \u00e1rabe, franc\u00eas, grego, ingl\u00eas e italiano, al\u00e9m das palavras de origem ind\u00edgena. empregada pelos portugueses na col\u00f4nia. Para tirar o m\u00e1ximo de lucro e contornar sua escassez populacional, a Coroa portugue- sa precisou recorrer ao trabalho A l\u00edngua portuguesa falada no Brasil reflete a influ\u00eancia africana. A palavra \u201cca\u00e7ula\u201d, por escravo. Diante da falta de m\u00e3o exemplo, que designa o irm\u00e3o mais novo, \u00e9 de origem banto, cassula. Na foto, irm\u00e3os em de obra para a explora\u00e7\u00e3o econ\u00f4- Lubanyi, em Uganda (\u00c1frica). Foto de 2017. mica de um territ\u00f3rio imenso como o Brasil, a primeira sa\u00edda encontrada pelos colonizadores foi a escraviza\u00e7\u00e3o dos ind\u00edgenas. Mas esse modelo teve curta dura\u00e7\u00e3o.A partir de 1550, a m\u00e3o de obra ind\u00edgena [embora ainda continuas- se] foi substitu\u00edda pela do negro africano. Economicamente mais interessante,o negro permitia lucros muito maiores aos portugueses, que ganhavam com tr\u00e1fico de escravos da\u00c1frica. [...] Os escravos africanos utilizavam o portugu\u00eas como segunda l\u00edngua, portanto imprimiam nela antigos h\u00e1bitos lingu\u00edsticos, executando-a com sotaque peculiar [...], simplificando sua morfologia at\u00e9 reduzir-lhe as reflex\u00f5es. [...] A inclina\u00e7\u00e3o do falante brasileiro em omitir a \u00faltima consoante das palavras ou transform\u00e1-las em vogais:\u201cfal\u00e1\u201d, \u201cdiz\u00ea\u201d,\u201cdirig\u00ee\u201d,\u201cBrasiu\u201d, coincide com a estrutura sil\u00e1bica das em banto e em ioruba [os dois principais grupos de povos africanos que vieram para o Brasil], que nunca terminam em consoante. Na estrutura sil\u00e1bica dessas l\u00ednguas africanas tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 o encontro consonantal, como ocorre na lingua- gem popular brasileira. Ocorre a tend\u00eancia de desfazer esse encontro e fazer uma nova s\u00edlaba ao se colocar uma vogal entre elas: sarava (salvar), ful\u00f4 (flor), etc. \u00c9 considerado como de origem africana a semivocaliza\u00e7\u00e3o do l pala- tal (lh na nossa grafia), que se observa na pron\u00fancia popular em algumas regi\u00f5es do Brasil: muy\u00e9 por mulher; fiyo por filho; paya por palha. Outros aspectos importantes s\u00e3o os fen\u00f4menos de deglutina\u00e7\u00e3o e aglutina\u00e7\u00e3o de fonemas,como acontece com o s do determinante,que se incorpora \u00e0 vogal seguinte,produzindo uma nova forma aut\u00f4noma. Como,por exemplo, as palavras: zome (nascido de os home) e zarreio (resultado de os arreio). [...] YOSHINO et al. A influ\u00eancia das l\u00ednguas africanas no portugu\u00eas do Brasil. Entretextos, 1\u00ba ago. 2009. Dispon\u00edvel em: <www.usp. br\/cje\/entretextos\/exibir.php?texto_id=90>. Acesso em: 5 mar. 2018. 1 Voc\u00ea concorda com esta afirma\u00e7\u00e3o: \u201cA l\u00edngua de um povo \u00e9 o reflexo dele mesmo, mas vertido em sons e pala- vras\u201d? Justifique. 2 Algumas palavras de origem banto no nosso vocabul\u00e1rio s\u00e3o berimbau, cachimbo, ca\u00e7ula, capanga, jil\u00f3, maxi- 27 xe, moleque e sunga. E algumas palavras de origem ioruba s\u00e3o acaraj\u00e9, f\u00e9, jab\u00e1, ax\u00e9, bob\u00f3. Fa\u00e7a uma pesquisa para descobrir outros exemplos da influ\u00eancia africana no portugu\u00eas brasileiro e, depois, compartilhe com os colegas. 2. Professor, oriente os alunos na pesquisa. Sugest\u00e3o de textos dispon\u00edveis na internet: A presen\u00e7a africana nas palavras que falamos em portugu\u00eas (http:\/\/museudalinguaportuguesa.org.br\/presenca-africana-nas- palavras-que-falamos-em-portugues-um-artigo-de-wilmihara-benevides-s-alves-dos-santos\/); L\u00ednguas africanas exercem influ\u00eancia direta no Brasil (http:\/\/www.brasil.gov.br\/editoria\/cultura\/2014\/11\/ linguas-africanas-exercem-influencia-direta-no-portugues). Acesso em: 30 ago. 2018. Brasil: forma\u00e7\u00e3o do Estado e do territ\u00f3rio \u2022 CAP\u00cdTULO 1 Texto complementar A heran\u00e7a lingu\u00edstica do povo africano em Pernambuco (pregui\u00e7oso), banguelo (sem dentes), dunga (valente), granzanz\u00e1 (desengon\u00e7ada), cas- sange (divino), inganzento (rabugento, malcriado) e macamb\u00fazio (triste), todos oriun- [...] A chegada de africanos ao Brasil como escravos e a mistura com \u00edndios e bran- dos do banto no portugu\u00eas falado em Pernambuco no s\u00e9culo passado. cos portugueses ocasionaram a forma\u00e7\u00e3o do verdadeiro \u2018portugu\u00eas brasileiro\u2019 [...]. \u00c9 mister considerar que os povos africanos que atracaram em terras brasileiras n\u00e3o A professora Yeda Pessoa de Castro selecionou os grupos banto e jejemina ao dividir devem ser lembrados apenas como trabalhadores que foram escravizados, mas como o pa\u00eds quanto \u00e0s quest\u00f5es etnolingu\u00edsticas de natureza africana e verificou grandes sujeitos importantes na cria\u00e7\u00e3o da l\u00edngua que continua a ser falada t\u00e3o ricamente. influ\u00eancias para o portugu\u00eas falado em Pernambuco, o que j\u00e1 fora confirmado no tra- balho de Renato Mendon\u00e7a na d\u00e9cada de 1930, em que se registraram adjetivos como S\u00c1, Edmilson Jos\u00e9 de. A heran\u00e7a lingu\u00edstica do povo africano em Pernambuco. Revista L\u00edngua capiongo (triste), cafu\u00e7u (indiv\u00edduo grosseiro), cangulo (leit\u00e3o, porquinho), manzanza Portuguesa: Conhecimento Pr\u00e1tico, S\u00e3o Paulo, ano 8, n. 64, p. 49. abr.\/maio, 2017 27MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas ATIVIDADES +A\u00e7\u00e3o + A\u00e7\u00e3o Agora, leia um trecho presente na Constitui\u00e7\u00e3o: Atividade 1, item a: Espera-se 1 Leia o texto a seguir, que mostra um exemplo de socie- Cap\u00edtulo VIII que os alunos compreendam o dade sem Estado. modo n\u00e3o autorit\u00e1rio da lideran\u00e7a VIII \u2013 DOS \u00cdNDIOS (ARTS. 231 E 232) ind\u00edgena, diverso das leis e san- As pessoas importantes para n\u00f3s \u00e7\u00f5es do Estado. Eles podem no- Art. 231. S\u00e3o reconhecidos aos \u00edndios sua organiza- tar, por exemplo, o contato direto Primeiro tem o chefe. \u00e7\u00e3o social,costumes,l\u00ednguas,cren\u00e7as e tradi\u00e7\u00f5es,e os dos ind\u00edgenas com suas lideran- direitos origin\u00e1rios sobre as terras que tradicionalmen- \u00e7as, levando em considera\u00e7\u00e3o O chefe escuta o pessoal, te ocupam,competindo \u00e0 Uni\u00e3o demarc\u00e1-las,proteger que em geral na sociedade mo- e fazer respeitar todos os seus bens. derna a popula\u00e7\u00e3o est\u00e1 distante depois ele resolve junto com todo o povo. dos governantes. \u00a7 1o S\u00e3o terras tradicionalmente ocupadas pelos O costume nosso de governar \u00e9 assim. \u00edndios as por eles habitadas em car\u00e1ter permanente, Atividade 1, item b: Reposta as utilizadas para suas atividades produtivas, as im- pessoal. Os alunos dever\u00e3o per- O chefe n\u00e3o precisa de pol\u00edcia para mandar. prescind\u00edveis \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o dos recursos ambientais ceber que no modo ind\u00edgena de necess\u00e1rios a seu bem-estar e as necess\u00e1rias \u00e0 sua governar h\u00e1 maior proximidade Nosso povo aprendeu com os antigos. reprodu\u00e7\u00e3o f\u00edsica e cultural, segundo seus usos, cos- entre os integrantes do grupo, tumes e tradi\u00e7\u00f5es. os chefes e o paj\u00e9. [...] \u00a7 2o As terras tradicionalmente ocupadas pelos \u00edn- Atividade 2, item a: Resposta Na aldeia tem outras pessoas importantes. dios destinam-se \u00e0 sua posse permanente, cabendo- pessoal. Constitui\u00e7\u00e3o \u00e9 o conjun- -lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo,dos rios to de leis, normas e regras de Tem o paj\u00e9, e dos lagos nelas existentes. [...] um pa\u00eds ou de uma institui\u00e7\u00e3o. A Constitui\u00e7\u00e3o regula e organiza tem aqueles velhos que contam para n\u00f3s SENADO FEDERAL. Dispon\u00edvel em: o funcionamento do Estado. \u00c9 a <www.senado.leg.br\/atividade\/const\/con1988\/ lei m\u00e1xima que limita poderes a sabedoria dos antigos. e define direitos e deveres dos con1988_05.10.1988\/ind.asp>. cidad\u00e3os. Nenhuma outra lei no Tem o chefe de dan\u00e7a. Acesso em: 5 mar. 2018. pa\u00eds pode entrar em conflito com a Constitui\u00e7\u00e3o. Tem o chefe de guerra. c) Explique o que a Constitui\u00e7\u00e3o afirma sobre as terras dos ind\u00edgenas. Atividade 2, item b: Ativida- Todas essas pessoas de de pesquisa. Inconstitucio- d) A quest\u00e3o da sustentabilidade \u00e9 considerada? \u00c9 im- nal s\u00e3o as leis ou atos jur\u00eddicos s\u00e3o importantes para n\u00f3s. portante para os ind\u00edgenas? Por qu\u00ea? que n\u00e3o est\u00e3o em conformidade ou v\u00e3o de encontro \u00e0 Constitui- PAULA, Eunice Dias de et al. Hist\u00f3ria dos povos 3 Uma das frases abaixo n\u00e3o est\u00e1 de acordo com o que \u00e7\u00e3o do pa\u00eds. ind\u00edgenas: 500 anos de luta no Brasil. Bras\u00edlia\/Petr\u00f3polis: voc\u00ea aprendeu neste cap\u00edtulo sobre a expans\u00e3o do ter- rit\u00f3rio brasileiro. Identifique onde est\u00e1 o erro e reescre- Atividade 2, item c: A Consti- Cimi\/Vozes, 1982. p. 50. va no caderno a frase com a informa\u00e7\u00e3o correta. tui\u00e7\u00e3o garante aos ind\u00edgenas o direito \u00e0s terras origin\u00e1rias que a) Compare o papel do cacique (chefe) e o do paj\u00e9 na a) A linha do contorno do territ\u00f3rio brasileiro foi sendo ocupam tradicionalmente, sen- sociedade ind\u00edgena com o papel dos governantes na constru\u00edda ao longo do tempo. do essas terras aquelas onde sociedade moderna. habitam e onde exercem as ati- b) O Tratado de Tordesilhas demarcava as terras no vidades necess\u00e1rias \u00e0 sua sub- b) Qual \u00e9 a sua opini\u00e3o sobre o modo ind\u00edgena de gover- s\u00e9culo XVI, quando o Brasil pertencia a Portugal. sist\u00eancia e \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o de nar citado no texto? suas tradi\u00e7\u00f5es. Eles tamb\u00e9m c) Em 1822, o Brasil estava dividido em prov\u00edncias. t\u00eam direito \u00e0s riquezas existen- 2 A atual Constitui\u00e7\u00e3o brasileira cont\u00e9m as leis fundamen- Naquela \u00e9poca, nem o oeste de Santa Catarina per- tes em suas terras, presentes tais que regem a nossa na\u00e7\u00e3o. Elas s\u00e3o elaboradas e tencia ao pa\u00eds nem uma boa por\u00e7\u00e3o a oeste da Ama- no solo e na \u00e1gua. votadas por pol\u00edticos que s\u00e3o os representantes do povo. z\u00f4nia. Essas leis estabelecem as rela\u00e7\u00f5es entre governantes Ap\u00f3s a leitura do trecho da e governados, trazem os direitos e deveres dos cidad\u00e3os d) No in\u00edcio do s\u00e9culo XVII, o territ\u00f3rio do Brasil j\u00e1 havia Constitui\u00e7\u00e3o, espera-se que os e suas garantias individuais. A Constitui\u00e7\u00e3o \u00e9 a lei m\u00e1xi- se expandido bastante para oeste por causa da pro- alunos tenham compreendido ma \u00e0 qual todas as outras leis devem ajustar-se. cura de terras f\u00e9rteis para o plantio de caf\u00e9. que ela afirma o reconhecimento das terras que os \u00edndios tradicio- a) Se voc\u00ea tivesse de explicar para algu\u00e9m o que \u00e9 nalmente ocupam para a repro- Constitui\u00e7\u00e3o, o que voc\u00ea diria? du\u00e7\u00e3o do seu modo de vida, e que o papel de demarcar e proteger b) Certamente voc\u00ea j\u00e1 ouviu a express\u00e3o: \u201cIsto \u00e9 in- tais territ\u00f3rios \u00e9 do governo fede- constitucional\u201d. Pesquise o que significa uma lei ser ral. A atividade contribui para o considerada inconstitucional e compartilhe com os desenvolvimento da habilidade colegas. EF07GE03. 28 ATIVIDADES Atividade 2, item d: Sim, o pa- r\u00e1grafo 1o do artigo 231 trata da dade porque se observa a garantia de que os recursos imprescind\u00ed- recursos necess\u00e1rios \u00e0 vida, em especial \u00e0 vida humana. A sustenta- sustentabilidade ao dizer que as veis para seu bem-estar e seu modo de vida, como alimentos, \u00e1gua e bilidade dos recursos h\u00eddricos, por exemplo, prev\u00ea que as fontes de terras tradicionalmente ocupa- materiais de que necessitam, n\u00e3o se esgotem. \u00e1gua doce n\u00e3o sejam polu\u00eddas e que seja feito seu uso racional, para das s\u00e3o aquelas necess\u00e1rias \u00e0 que se garanta o fornecimento com qualidade e em quantidade ade- preserva\u00e7\u00e3o dos recursos am- Se necess\u00e1rio, retome o tema da sustentabilidade com os alunos, quada a determinada popula\u00e7\u00e3o. bientais dos quais os ind\u00edgenas relembrando que \u00e9 um modo de gerenciamento de algum processo precisam para a manuten\u00e7\u00e3o da visando \u00e0 garantia de sua continuidade e qualidade, evitando a degra- Atividade 3: A frase que cont\u00e9m erro \u00e9 a d. O correto seria: No in\u00edcio sua sociedade. H\u00e1 sustentabili- da\u00e7\u00e3o e o esgotamento de recursos. No caso dos recursos naturais, o do s\u00e9culo XVII, o territ\u00f3rio do Brasil j\u00e1 havia se expandido bastante para uso sustent\u00e1vel visa \u00e0 explora\u00e7\u00e3o em escala respons\u00e1vel, de modo que oeste por causa da procura de ouro e pedras preciosas. eles se perpetuem na natureza, sem que haja a altera\u00e7\u00e3o t\u00e3o dr\u00e1stica dos sistemas naturais que provoque o esgotamento irrevers\u00edvel dos 28 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","Lendo a imagemPal\u00e1cio do Planalto\/Presid\u00eancia da Rep\u00fablica Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas \u2022 Voc\u00ea conhece os s\u00edmbolos que representam o Brasil ou o munic\u00edpio e o estado onde voc\u00ea mora? Observe a seguir os Lendo a imagem s\u00edmbolos nacionais. Explique aos alunos que os quatro s\u00edmbolos apresentados Bandeira Nacional s\u00e3o os s\u00edmbolos oficiais do Bra- Suas estrelas sil, tamb\u00e9m chamados s\u00edmbo- correspondem ao los nacionais p\u00e9treos, pois s\u00e3o aspecto do c\u00e9u do dia s\u00edmbolos constantes da na\u00e7\u00e3o, 15 de novembro de diferentemente de outros s\u00edmbo- 1889, no Rio de Janeiro, los, que s\u00e3o mobilizados apenas ent\u00e3o capital do Brasil. em ocasi\u00f5es cerimoniais espec\u00ed- ficas, como a faixa ou a bandeira Pal\u00e1cio do Planalto\/ Secretaria da Cultura e Desporto\/Governo do presidencial. Os alunos poder\u00e3o Presid\u00eancia da Rep\u00fablica Estado do Cear\u00e1\/Shutterstock encontrar informa\u00e7\u00f5es sobre o bras\u00e3o referido como \u201cArmas Na- Pal\u00e1cio do Planalto\/ cionais\u201d. Esclare\u00e7a que os s\u00edmbo- Presid\u00eancia da Rep\u00fablica los nacionais t\u00eam valor hist\u00f3rico e s\u00e3o criados n\u00e3o somente para Bras\u00e3o Nacional Selo Nacional Hino Nacional identifica\u00e7\u00e3o, mas, principalmen- Elaborado na presid\u00eancia de \u00c9 usado para autenticar atos do Detalhe da primeira p\u00e1gina da partitura do Hino te, com a finalidade de transmitir Deodoro da Fonseca, \u00e9 de uso governo, diplomas e certificados Nacional. Sua letra \u00e9 de Os\u00f3rio Duque Estrada e e refor\u00e7ar o sentimento nacional obrigat\u00f3rio pelos tr\u00eas poderes da expedidos por escolas oficiais ou data de 1909, mas foi oficializada apenas em 1922. e afirmar a soberania do pa\u00eds. Rep\u00fablica, pelas For\u00e7as Armadas e reconhecidas. Espera-se, com a atividade, que nos pr\u00e9dios p\u00fablicos. os alunos percebam o papel dos s\u00edmbolos nacionais na constru- a) Em livros, revistas e sites, pesquisem a letra do Hino Nacional e ou\u00e7am a m\u00fasica. Em seguida, respondam: \u00e7\u00e3o da identidade brasileira. \u2022 Voc\u00eas ouvem o Hino Nacional com frequ\u00eancia ou apenas em algumas circunst\u00e2ncias? Quais s\u00e3o essas circunst\u00e2ncias Item a: Respostas pessoais. Se achar pertinente, proponha ou acontecimentos? Onde ocorrem? um exerc\u00edcio de leitura, audi\u00e7\u00e3o e compreens\u00e3o do Hino Nacional. \u2022 O que mais chama a aten\u00e7\u00e3o de voc\u00eas na letra do Hino Nacional? Por qu\u00ea? Os alunos podem manifestar d\u00fa- \u2022 Voc\u00eas t\u00eam prefer\u00eancia por alguma interpreta\u00e7\u00e3o do Hino Nacional (orquestrada ou cantada)? Por qu\u00ea? vidas quanto ao vocabul\u00e1rio do hino, e este \u00e9 um bom momen- b) Pesquisem em livros, enciclop\u00e9dias e na biblioteca da escola os s\u00edmbolos que representam o estado e o munic\u00edpio to para explicar o significado dos onde fica a escola. termos desconhecidos por eles. c) Com o professor e os colegas, pensem em como divulgar na escola os s\u00edmbolos do Estado e do munic\u00edpio e o Item b: Trabalho de pesquisa. A significado deles. depender do estado e munic\u00edpio onde se localiza a escola. Item c: A melhor forma de en- caminhar a atividade deve ser pensada com a turma. Algumas possibilidades s\u00e3o cartazes com os s\u00edmbolos a serem prepara- dos pela turma e dependurados nas \u00e1reas comuns da escola. A turma tamb\u00e9m pode ensaiar e apresentar o hino do Estado nas \u00e1reas externas, entre outras pos- sibilidades. ATIVIDADES 29 Para aprofundar Lei n. 5.700, de 1o de setembro de 1971: Disp\u00f5e sobre a forma e a apresenta\u00e7\u00e3o dos S\u00edmbolos Nacionais, e d\u00e1 outras provid\u00ean- cias. Dispon\u00edvel em: <www.planalto.gov.br\/ccivil_03\/Leis\/L5700. htm>. Acesso em: 14 out. 2018. O texto da lei apresenta as normas de apresenta\u00e7\u00e3o e os usos que regulam cada um dos s\u00edmbolos nacionais. 29MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 1","Habilidades CAP\u00cdTULO Economia e trabalhadas neste disparidades cap\u00edtulo 2 socioterritoriais EF07GE02 EF07GE09 Aguilar Abecassis\/Ag\u00eancia Estado EF07GE04 EF07GE10 Linha de montagem de computadores em Manaus (AM), em 2016. EF07GE06 Colheita de ma\u00e7\u00e3s em pomar no Gerson Gerloff\/Pulsar Imagens Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas munic\u00edpio de Fraiburgo (SC), em 2016. Verifique o conhecimento pr\u00e9- vio dos alunos sobre o tema des- te cap\u00edtulo pedindo a eles que observem as fotografias. Em se- guida, eles dever\u00e3o responder \u00e0s perguntas oralmente. Conduza essa etapa de forma que todos possam participar, respeitando a vez e a opini\u00e3o do colega. Atividade 2: Espera-se que os alunos percebam os elementos eletr\u00f4nicos, a organiza\u00e7\u00e3o e a li- nha de montagem de produ\u00e7\u00e3o em larga escala na primeira fo- tografia e, na segunda, o traba- lho manual, o ambiente aberto, o produto fresco, o trabalho co- letivo, a aus\u00eancia de maquin\u00e1rio e os objetos usados na colheita. Atividade 3: \u00c9 desej\u00e1vel que os alunos consigam citar algu- mas das principais atividades econ\u00f4micas do munic\u00edpio. Se necess\u00e1rio, elabore perguntas direcionadas para que eles reco- nhe\u00e7am as atividades econ\u00f4mi- cas do munic\u00edpio. \u00c9 importante que eles compreendam que ativi- dade econ\u00f4mica n\u00e3o se restringe \u00e0 produ\u00e7\u00e3o industrial e agr\u00edcola, mas inclui tamb\u00e9m servi\u00e7os, co- mo o com\u00e9rcio e o turismo. O que \u00e9 economia? E crescimento econ\u00f4mico? Que indicadores s\u00e3o Para come\u00e7ar importantes para avaliar a situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de um pa\u00eds e a qualidade de Converse com o professor e com os colegas: vida da popula\u00e7\u00e3o? Existem desigualdades na sociedade brasileira? Este 1. Que atividade da economia cap\u00edtulo discute essas e outras quest\u00f5es que envolvem a economia e a brasileira voc\u00ea identifica na primeira foto? E na segunda? sociedade do Brasil. 1. Produ\u00e7\u00e3o industrial e produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola. 2. e 3. Resposta pessoal. 2.O que mais chama a sua aten\u00e7\u00e3o nas fotos? Por qu\u00ea? 3. Voc\u00ea sabe quais s\u00e3o as atividades econ\u00f4micas mais importantes no seu munic\u00edpio? 30 UNIDADE 1 \u2022 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade Texto complementar ENTENDA: O que \u00e9 o PIB e como ele \u00e9 calculado Como o PIB \u00e9 calculado? O que \u00e9 o Produto Interno Bruto? O PIB pode ser calculado de duas maneiras. Uma delas \u00e9 pela soma das riquezas produzidas dentro do pa\u00eds, incluindo nesse c\u00e1lculo empre- O PIB \u00e9 um indicador para medir a atividade econ\u00f4mica do pa\u00eds. sas nacionais e estrangeiras localizadas em territ\u00f3rio nacional. Nesse Quando h\u00e1 queda de dois trimestres consecutivos no PIB, a eco- c\u00e1lculo entram os resultados da ind\u00fastria (que respondem por 30% nomia est\u00e1 em recess\u00e3o t\u00e9cnica. Os economistas costumam dizer do total), servi\u00e7os (65%) e agropecu\u00e1ria (5%). Entra no c\u00e1lculo apenas que o PIB \u00e9 um bom indicador de crescimento, mas n\u00e3o de desen- o produto final vendido, por exemplo, um carro e n\u00e3o o a\u00e7o e ferro volvimento, que deveria incluir outros dados como distribui\u00e7\u00e3o de da produ\u00e7\u00e3o. Evita-se, assim, a contagem dupla de certas produ\u00e7\u00f5es. renda, investimento em educa\u00e7\u00e3o, entre outros aspectos. 30 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2","1 PIB e renda per capita Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Quase todos os dias lemos nos jornais, na internet ou vemos na televis\u00e3o que Oriente os alunos a ler o texto e as tabelas. Verifique se com- algumas economias do mundo se expandem ou experimentam certo crescimento preenderam as diferen\u00e7as entre os conceitos de PNB, PIB e renda econ\u00f4mico, enquanto outras se retraem. Mas o que significa economia? E o que \u00e9 per capita. Pe\u00e7a que comparem os dados das duas tabelas. H\u00e1 crescimento econ\u00f4mico? rela\u00e7\u00e3o entre os dois dados? Os pa\u00edses apresentados na primeira Chamamos de economia toda a produ\u00e7\u00e3o e comercializa\u00e7\u00e3o de bens e servi\u00e7os. tabela correspondem aos apre- sentados na segunda? Pergunte Bens s\u00e3o produtos materiais, como autom\u00f3veis, canetas, m\u00f3veis, casas, rodovias, a eles, embasados no conte\u00fado da p\u00e1gina, por que os pa\u00edses com computadores, etc. Servi\u00e7os s\u00e3o atividades que n\u00e3o produzem bens f\u00edsicos, mas s\u00e3o maiores PIBs n\u00e3o s\u00e3o tamb\u00e9m os de maior renda per capita. Essa important\u00edssimas para a economia, tais como o com\u00e9rcio, os transportes e as teleco- discuss\u00e3o ser\u00e1 importante pa- ra o conte\u00fado a seguir. Enten- munica\u00e7\u00f5es, o setor banc\u00e1rio, as atividades remuneradas exercidas por uma grande Juros: lucros ou der o papel do PIB em an\u00e1lises diversidade de profissionais, como professores, advogados, contadores, m\u00e9dicos, etc. rendimentos que se obt\u00eam econ\u00f4micas e compreender as sobre dinheiro emprestado desigualdades internacionais O total da produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica anual \u2013 de todas as riquezas, isto \u00e9, tanto de bens durante certo per\u00edodo. fundamentam a habilidade como de servi\u00e7os \u2013 de um pa\u00eds ou regi\u00e3o \u00e9 chamado de Produto Nacional Bruto (PNB). Honor\u00e1rios: vencimentos EF07GE06. \u00c9 quase o mesmo que Produto Interno Bruto (PIB), com a diferen\u00e7a de que este \u00falti- ou remunera\u00e7\u00e3o daqueles mo se refere somente \u00e0 produ\u00e7\u00e3o interna, dentro do territ\u00f3rio, de empresas nacionais que exercem profiss\u00f5es Atividade complementar ou n\u00e3o. J\u00e1 o PNB engloba toda a produ\u00e7\u00e3o nacional, inclui os capitais recebidos do liberais (advogados, exterior e exclui os capitais enviados ao exterior (remessa de lucros de filiais de em- m\u00e9dicos, dentistas, etc.). Divida os alunos em grupos. Cada grupo ficar\u00e1 respons\u00e1vel por presas estrangeiras, pagamento de parcelas da d\u00edvida, etc.). pesquisar o PIB e o PIB per capi- A taxa de expans\u00e3o (ou, \u00e0s vezes, de retra\u00e7\u00e3o) do PIB e do Maiores PIBs do mundo (2016)* ta dos pa\u00edses de uma regi\u00e3o do mundo (\u00c1frica, Am\u00e9rica do Nor- PNB de um pa\u00eds \u00e9 o seu ritmo de crescimento econ\u00f4mico, que Pa\u00eds PIB (em bilh\u00f5es de d\u00f3lares) te, Am\u00e9rica Latina, \u00c1sia, Europa e Oceania). Ao final da pesqui- pode ser medido mensalmente, por semestre, por ano, du- Estados Unidos 18 624 sa, solicite a eles que apresen- rante v\u00e1rios anos seguidos, etc. China 11 199 tem esses dados ao restante da turma na forma de gr\u00e1ficos A soma de todos os rendimentos (sal\u00e1rios, lucros, juros, de barras. Caso tenham dificul- dade em mostrar os n\u00fameros honor\u00e1rios, alugu\u00e9is, entre outros) da popula\u00e7\u00e3o de um pa\u00eds Jap\u00e3o 4 940 de maneira proporcional, orien- te-os a apresentar os dados ao durante um ano comp\u00f5e a Renda Nacional. Ela mede o ren- Alemanha 3 477 menos de maneira aproximada. dimento das pessoas e das empresas durante um per\u00edodo e Reino Unido 2 647 Avalie se conseguiram apresentar tem valor igual ao da produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica durante esse mes- as informa\u00e7\u00f5es adequadamen- te. Esse exerc\u00edcio contempla a mo per\u00edodo. Portanto, o valor anual da renda nacional de um Fonte: elaborado com base em dados do Banco Mundial. habilidade EF07GE10. Ao final, pa\u00eds \u00e9 exatamente igual ao valor do PNB desse pa\u00eds no mes- Dispon\u00edveis em: <https:\/\/data.worldbank.org\/indicator\/NY.GDP. promova uma roda de conver- MKTP.CD?view=chart>. Acesso em: 31 ago. 2018. sa sobre os maiores e menores indicadores por regi\u00e3o. mo per\u00edodo. * A moeda utilizada por \u00f3rg\u00e3os internacionais, como o Banco No primeiro quadro, ao lado, observam-se as maiores Mundial, para esse tipo de an\u00e1lise \u00e9 o d\u00f3lar estadunidense. Aproveite a oportunidade pa- ra trabalhar com os alunos a Se- economias do mundo em 2016, isto \u00e9, as que possu\u00edam os Maiores rendas per capita (2016)* qu\u00eancia Did\u00e1tica 2: Trabalhando maiores PIBs naquele ano. Contudo, o valor do PNB ou do PIB Pa\u00eds Renda per capita (em d\u00f3lares) com gr\u00e1ficos, dispon\u00edvel no ma- de um pa\u00eds ou de uma regi\u00e3o mostra apenas o valor total da terial digital. sua produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica. Temos de levar em conta, ainda, a Luxemburgo 100 738 popula\u00e7\u00e3o do pa\u00eds, pois \u00e0s vezes um PIB elevado, quando Su\u00ed\u00e7a 79 887 dividido por uma grande popula\u00e7\u00e3o, resulta em baixa renda Noruega 70 868 por habitante. A esse c\u00e1lculo damos o nome de renda per capita, que \u00e9 o valor do PIB dividido pelo n\u00famero de habitan- Irlanda 64 175 tes. O resultado indica a renda m\u00e9dia da popula\u00e7\u00e3o de um pa\u00eds Isl\u00e2ndia 59 764 ou de uma regi\u00e3o. Tanto o PIB como a renda per capita costu- mam ser usados para medir o desenvolvimento econ\u00f4mico Fonte: elaborado com base em dados do Banco Mundial. de um pa\u00eds. O segundo quadro mostra tamb\u00e9m os pa\u00edses com Dispon\u00edveis em: <https:\/\/data.worldbank.org\/indicator\/NY.GDP. as maiores economias e rendas per capita no mundo em 2016. PCAP.CD?view=chart>. Acesso em: 31 ago. 2018. * A moeda utilizada por \u00f3rg\u00e3os internacionais, como o Banco Mundial, para esse tipo de an\u00e1lise \u00e9 o d\u00f3lar estadunidense. Economia e disparidades socioterritoriais \u2022 CAP\u00cdTULO 2 31 Outra maneira de medir o PIB \u00e9 pela \u00f3tica da demanda, ou seja, de quem compra Quem criou o conceito do PIB? essas riquezas. Nesse caso, s\u00e3o considerados o consumo das fam\u00edlias (60%), o consu- mo do governo (20%), os investimentos do governo e de empresas privadas (18%) e O primeiro c\u00e1lculo de produ\u00e7\u00e3o nacional foi publicado em 1953 nas Na\u00e7\u00f5es Unidas, a soma das exporta\u00e7\u00f5es e das importa\u00e7\u00f5es (2%). Esses dois c\u00e1lculos devem sempre baseado em um documento do economista Richard Stone. O t\u00edtulo era 1a Vers\u00e3o do chegar ao mesmo resultado. Manual de Contas Nacionais. Stone foi eleito em 1984 o Pr\u00eamio Nobel de Economia. Quem calcula o PIB? ENTENDA: O que \u00e9 o PIB e como ele \u00e9 calculado. Estad\u2039o, S\u00e3o Paulo, 2 set. 2011. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/economia.estadao.com.br\/noticias\/negocios,entenda-o-que-e-o-pib-e-como-ele-e- No Brasil, o c\u00e1lculo do PIB \u00e9 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), institui\u00e7\u00e3o federal subordinada ao Minist\u00e9rio do Planejamento, desde 1990. [\u2026] calculado,82627e>. Acesso em: 31 ago. 2018. 31MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas De acordo com os dados dos quadros da p\u00e1gina anterior, podemos notar que nenhum dos cinco pa\u00edses com as maiores economias do mundo entra na lista dos Oriente a leitura do texto pe- Estados com maiores rendas per capita. O pa\u00eds com maior renda per capita \u00e9 Luxem- los alunos. O objetivo \u00e9 que eles burgo, com renda m\u00e9dia anual por habitante superior a 100 mil d\u00f3lares. A renda per compreendam o impacto do ta- capita dos Estados Unidos, de 57 638 d\u00f3lares, \u00e9 a 7a do mundo. manho da popula\u00e7\u00e3o sobre o indicador do PIB per capita. Pro- H\u00e1 casos em que o PIB de um pa\u00eds n\u00e3o \u00e9 t\u00e3o alto, mas a renda m\u00e9dia, sim. \u00c9 o que ponha a eles que observem o ocorre com Luxemburgo, Su\u00ed\u00e7a e Isl\u00e2ndia, pequenos Estados com uma produ\u00e7\u00e3o eco- gr\u00e1fico e questione-os sobre as n\u00f4mica razo\u00e1vel, por\u00e9m com elevad\u00edssima renda m\u00e9dia por habitante. N\u00e3o \u00e9 o que raz\u00f5es de o rendimento per ca- acontece na China, que tem uma imensa produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica, mas apresentou renda pita de S\u00e3o Paulo ser menor do per capita de 8 123 d\u00f3lares em 2016. que o do Distrito Federal. Espera- -se que eles apontem o tamanho Nesse ranking de maiores economias e rendas per capita do mundo, segundo reduzido da popula\u00e7\u00e3o do Distri- dados de 2016, o Brasil apresentou um PIB de aproximadamente 1,7 trilh\u00e3o de d\u00f3la- to Federal como uma das raz\u00f5es. res, ocupando o 9o lugar entre as maiores economias do mundo. No entanto, a renda A interpreta\u00e7\u00e3o de gr\u00e1ficos com per capita, de 8 649 d\u00f3lares, colocava o pa\u00eds no 62o lugar no ranking mundial, fazendo base em dados socioecon\u00f4micos parte das rendas per capita consideradas m\u00e9dias. das regi\u00f5es brasileiras \u00e9 uma importante habilidade a ser ex- Tanto o PIB como a renda per capita tamb\u00e9m podem ser indicados por unidades plorada no estudo da Geografia, da Federa\u00e7\u00e3o, por cidades ou at\u00e9 por bairros. Veja o exemplo no gr\u00e1fico a seguir, que conforme determina a habilida- mostra as desigualdades de rendimentos no Brasil por unidades da Federa\u00e7\u00e3o. de EF07GE10. Brasil: rendimento per capita (2017)* Ao apresentar dados de varia- dos \u00edndices socioecon\u00f4micos so- 3 000,00 bre o pa\u00eds, o cap\u00edtulo contempla 2 500,00 a habilidade EF07GE04. 2 000,00 1 500,00 Texto e a\u00e7\u00e3o 1 000,00 Item a: \u00c9 desej\u00e1vel que os alu- 500,00 nos consigam fazer a leitura e o 0,00 c\u00e1lculo, mesmo que aproxima- M\u00e9dia de Rendimento dos, da diferen\u00e7a entre os ren- per capita (em R$) dimentos. Brasil Item b: O aluno dever\u00e1 reco- Rond\u00f4nia nhecer as desigualdades regio- nais existentes no pa\u00eds e justificar Acre a sua resposta comparando os Amazonas dados apresentados. Roraima Item c: Caso considere perti- Par\u00e1 nente, apresente o dado do PIB e o do PIB per capita do munic\u00edpio Amap\u00e1 para que os alunos estabele\u00e7am Tocantins a compara\u00e7\u00e3o com o rendimento Maranh\u00e3o do estado, auxiliando na reflex\u00e3o sobre o cotidiano. Piau\u00ed Cear\u00e1 Atividade complementar Rio Grande do Norte Para\u00edba Proponha aos alunos a ela- Pernambuco bora\u00e7\u00e3o de um mapa com base Alagoas nos dados do gr\u00e1fico. Para tanto, Sergipe oriente-os a elaborar a legenda Bahia com base na varia\u00e7\u00e3o do ren- Minas Gerais dimento per capita. Eles pode- Esp\u00edrito Santo r\u00e3o determinar 4 a 6 intervalos Rio de Janeiro de valores e grada\u00e7\u00e3o de cores. S\u00e3o Paulo Disponibilize para os alunos o Paran\u00e1 mapa pol\u00edtico do Brasil em bran- Santa Catarina co (impresso ou digital) para a Rio Grande do Sul confec\u00e7\u00e3o do mapa em quest\u00e3o. Mato Grosso do Sul Lembre-os de que o mapa dever\u00e1 Mato Grosso conter t\u00edtulo, legenda, fonte dos Goi\u00e1s dados, escala e rosa dos ventos. Distrito Federal A elabora\u00e7\u00e3o de mapas \u00e9 uma das expectativas da habilidade Luiz Fernando Rubio\/Arquivo da editora EF07GE09. Unidades da Federa\u00e7\u00e3o 32 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2 *Os valores correspondem \u00e0 renda de cada pessoa sem contar as perdas decorrentes da infla\u00e7\u00e3o. Fonte: elaborado com base em Ag\u2022ncia IBGE not\u2019cias, 28 fev. \u00c9 preciso compreender que essa renda m\u00e9dia n\u00e3o reflete a situa\u00e7\u00e3o real de cada 2018. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/ uma das parcelas que comp\u00f5em uma popula\u00e7\u00e3o, pois n\u00e3o leva em conta as desigual- agenciadenoticias.ibge.gov.br\/ dades sociais. Por exemplo, quando se diz que o consumo m\u00e9dio de carne bovina no agencia-noticias\/2013-agencia- Brasil \u00e9 de 30 quilos por ano, isso n\u00e3o significa que todos os brasileiros consomem de-noticias\/releases\/20154-ibge- essa quantidade: enquanto uns consomem uma quantidade maior, o consumo da divulga-o-rendimento-domiciliar- per-capita-2017.html>. Acesso em: 6 jun. 2018. maioria \u00e9 bem menor. O mesmo ocorre com a renda per capita. b) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos observem a grande Texto e a\u00e7\u00e3o diferen\u00e7a entre o estado com o menor rendimento m\u00e9dio (Maranh\u00e3o) e a unidade da Federa\u00e7\u00e3o com o maior (Distrito Federal). Tamb\u00e9m \u00e9 importante apontar as diferen\u00e7as entre regi\u00f5es: as unidades da \u00a5 Observe o gr\u00e1fico desta p\u00e1gina e responda: Federa\u00e7\u00e3o com os melhores rendimentos est\u00e3o no Centro-Sul e as com os piores, no Nordeste e no Norte. a) Qual \u00e9 a diferen\u00e7a entre o maior rendimento domiciliar m\u00e9dio e o menor? a) A diferen\u00e7a \u00e9 de R$ 1776,00. b) Em sua opini\u00e3o, h\u00e1 desigualdades regionais nos rendimentos m\u00e9dios ou per capita no Brasil? Justifique. c) Considerando os dados do gr\u00e1fico, o que voc\u00ea pode concluir a respeito da renda m\u00e9dia no estado onde voc\u00ea mora? c) Resposta pessoal. 32 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade Texto complementar Seis brasileiros concentram a mesma riqueza que a tamb\u00e9m apontaram para a desigualdade de g\u00eanero e ra\u00e7a: mantida metade da popula\u00e7\u00e3o mais pobre a tend\u00eancia dos \u00faltimos 20 anos, mulheres ganhar\u00e3o o mesmo sa- l\u00e1rio que homens em 2047, enquanto negros ter\u00e3o equipara\u00e7\u00e3o de [...] O levantamento tamb\u00e9m revelou que [no Brasil] os 5% mais renda com brancos somente em 2089. [...] ricos det\u00eam a mesma fatia de renda que os demais 95% da popu- la\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, mostra que os super ricos (0,1% da popula\u00e7\u00e3o Neste ano, o Brasil despencou 19 posi\u00e7\u00f5es no ranking de desi- brasileira hoje) ganham em um m\u00eas o mesmo que uma pessoa que gualdade social da ONU, figurando entre os 10 mais desiguais do recebe um sal\u00e1rio m\u00ednimo (937 reais) \u2013 cerca de 23% da popula\u00e7\u00e3o mundo. Na Am\u00e9rica Latina, s\u00f3 fica atr\u00e1s da Col\u00f4mbia e de Hondu- brasileira \u2013 ganharia trabalhando por 19 anos seguidos. Os dados ras. Para alcan\u00e7ar o n\u00edvel de desigualdade da Argentina, por exem-","2 Distribui\u00e7\u00e3o da renda Para saber mais Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Um indicador importante da situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica e social O termo pa\u00edses ricos ou desenvolvidos \u2013 e Oriente os alunos na leitura de uma popula\u00e7\u00e3o \u00e9 a distribui\u00e7\u00e3o social da renda, que mostra seu oposto, pa\u00edses pobres ou subdesenvolvi- do texto, do gr\u00e1fico e da tabela. como est\u00e1 distribu\u00edda a renda nacional pela popula\u00e7\u00e3o: se est\u00e1 dos \u2013 popularizou-se ap\u00f3s a Segunda Guerra Pe\u00e7a que analisem o gr\u00e1fico e a muito ou pouco concentrada. Mundial (1939-1945), quando as organiza- tabela tendo como base as infor- \u00e7\u00f5es internacionais mostraram a enorme dis- ma\u00e7\u00f5es fornecidas no texto. O Outro importante indicador \u00e9 o \u00edndice de Gini, usado inter- paridade entre pa\u00edses que se industrializaram trabalho de an\u00e1lise de diferentes nacionalmente para medir as desigualdades sociais. Vai de 0 e se modernizaram a partir do s\u00e9culo XIX (Rei- tipos de gr\u00e1ficos e disposi\u00e7\u00f5es (situa\u00e7\u00e3o hipot\u00e9tica na qual a renda nacional est\u00e1 distribu\u00edda de no Unido, Fran\u00e7a, Estados Unidos, Jap\u00e3o, etc.) visuais de dados contempla a forma totalmente igualit\u00e1ria entre a popula\u00e7\u00e3o) at\u00e9 1 (situa\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a Estados que, em geral, foram habilidade EF07GE10. Eles de- tamb\u00e9m hipot\u00e9tica, na qual uma \u00fanica pessoa concentra toda col\u00f4nias das pot\u00eancias europeias e s\u00f3 come- ver\u00e3o perceber as desigualdades a renda do pa\u00eds). Portanto, quanto menor for esse \u00edndice, mais \u00e7aram a se modernizar mais tarde (Haiti, Afe- regionais no Brasil e a exist\u00ean- igualit\u00e1ria ser\u00e1 a distribui\u00e7\u00e3o social da renda. Inversamente, ganist\u00e3o, Bangladesh, etc.). Mais recentemen- cia de desigualdades em pa\u00edses quanto maior for o \u00edndice, maior a concentra\u00e7\u00e3o na distribui\u00e7\u00e3o te, alguns autores criaram o termo economias ricos, como os Estados Unidos. da renda nacional entre a popula\u00e7\u00e3o. Geralmente, nos pa\u00edses emergentes para se referir a pa\u00edses que se Ao discutir crit\u00e9rios geoecon\u00f4- ricos ou desenvolvidos, a renda nacional \u00e9 menos concentrada industrializaram rapidamente, em especial micos, como a distin\u00e7\u00e3o entre do que nos pa\u00edses pobres ou subdesenvolvidos e em parte das desde os anos 1970, como China, \u00cdndia, Coreia pa\u00edses desenvolvidos e em de- economias emergentes. do Sul, Brasil, M\u00e9xico, Turquia e outros. senvolvimento, contempla-se a habilidade EF07GE06. Distribui\u00e7\u00e3o social da renda em alguns pa\u00edses selecionados (2015) Compartilhe o artigo abaixo Porcentagem da renda Porcentagem da renda com os alunos, se poss\u00edvel, na \u00edntegra. Aborde o tema da con- Pa\u00eds nacional dos 10% mais nacional dos 60% mais \u00cdndice de Gini centra\u00e7\u00e3o de renda no Brasil. Pergunte a eles se conseguem ricos da popula\u00e7\u00e3o pobres da popula\u00e7\u00e3o perceber que no Brasil a distri- bui\u00e7\u00e3o de renda \u00e9 muito desi- Noruega 21,6% 41,3% 0,268 Fonte: elaborado com base em gual. Enquanto alguns possuem Estados Unidos 25,3% 30,8% 0,346 WORLD BANK. World Development muito, outros possuem pouqu\u00eds- 33,4% 27,5% 0,458 Indicators, 2016. Dispon\u00edvel em: simo. Pergunte, por exemplo: De Bol\u00edvia 40,5% 24,4% 0,513 <https:\/\/data.worldbank.org\/indicator\/ que modo eles podem perceber Brasil 44,4% 19,5% 0,571 SI.DST.10TH.10?locations=BR&view=map>; essa desigualdade nas paisa- Z\u00e2mbia <https:\/\/data.worldbank.org\/indicator\/SI.POV. gens do lugar onde vivem? E nos GINI?view=chart>. Acesso em: 4 abr. 2018. meios de comunica\u00e7\u00e3o? E em sua experi\u00eancia pessoal? Dei- O Brasil se destaca de forma negativa nesse assunto, pois a renda nacional \u00e9 xe que falem livremente sobre concentrada nas m\u00e3os de uma minoria. No quesito desigualdades sociais, a situa\u00e7\u00e3o suas impress\u00f5es, acolha todas brasileira, embora tenha melhorado um pouco nos \u00faltimos anos, ainda est\u00e1 entre uma as respostas. \u00c9 importante, ao das mais concentradas e injustas de todo o mundo. Observe o gr\u00e1fico. encaminhar esse tipo de abor- dagem, que todos escutem o Brasil: \u00edndice de Gini por regi\u00f5es (2016)* colega que fala e respeitem a viv\u00eancia do outro. Luiz Fernando Rubio\/Arquivo da editora Nordeste 0,545 Fonte: elaborado com base em IBGE. Norte 0,517 Pnad Cont\u00ednua 2016. In: VENTURINI, Se oportuno, pesquise o sa- 0,493 Lilian. Nexo. Como est\u00e1 a desigualdade l\u00e1rio m\u00e9dio do brasileiro no pe- Centro-Oeste 0,52 de renda no Brasil segundo o IBGE. r\u00edodo e o sal\u00e1rio m\u00e9dio dos 10% Sudeste 0,465 Dispon\u00edvel em: <www.nexojornal.com.br\/ mais ricos. Compartilhe os dados Sul 0,5 expresso\/2017\/11\/30\/Como-est%C3%A1-a- com a classe, ressaltando que a 0 desigualdade-de-renda-no-Brasil-segundo-o- m\u00e9dia geral n\u00e3o somente \u00e9 baixa IBGE>. Acesso em: 6 mar. 2018. em rela\u00e7\u00e3o aos 10% mais ricos, como existem ainda muitos bra- sileiros que recebem bem menos do que esse valor. *Para apresentar os dados indicados ao lado, o IBGE levou em considera\u00e7\u00e3o o rendimento 1 mensal real do brasileiro, que inclui sal\u00e1rio, pens\u00e3o e aposentadoria, entre outras fontes, ou seja, tudo o que foi recebido. Economia e disparidades socioterritoriais \u2022 CAP\u00cdTULO 2 33 plo, o Brasil levaria 31 anos. Onze anos para alcan\u00e7ar o M\u00e9xico, 35 popula\u00e7\u00e3o destes temas. \u201cReforma tribut\u00e1ria \u00e9 um tema t\u00e3o distan- o Uruguai e tr\u00eas o Chile. te e tecnocrata, que as pessoas se espantam com o assunto\u201d, diz. \u201cA popula\u00e7\u00e3o sabe que paga muitos impostos, mas \u00e9 importante que a Mas, para isso, Katia Maia [diretora executiva da Oxfam] prop\u00f5e sociedade esteja encaixada neste debate para come\u00e7ar a pressionar mudan\u00e7as como uma reforma tribut\u00e1ria. \u201cFran\u00e7a e Espanha, por o Governo pela reforma\u201d. [...] exemplo, t\u00eam mais impostos do que o Brasil. Mas a nossa tribu- ta\u00e7\u00e3o est\u00e1 focada nos mais pobres e na classe m\u00e9dia\u201d, explica ela. ROSSI, Marina. Seis brasileiros concentram a mesma riqueza que a metade \u201cPrecisamos de uma tributa\u00e7\u00e3o justa. Rever nosso imposto de ren- da popula\u00e7\u00e3o mais pobre. El Pa\u00eds, S\u00e3o Paulo, 25 set. 2017. Dispon\u00edvel em: da, acabar com os para\u00edsos fiscais e cobrar tributo sobre dividen- <https:\/\/brasil.elpais.com\/brasil\/2017\/09\/22\/politica\/1506096531_079176. dos\u201d. Outra coisa importante, segundo Katia Maia, \u00e9 aproximar a html?id_externo_rsoc=FB_CC>. Acesso em: 31 ago. 2018. 33MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 3 Indicadores sociais Ap\u00f3s a leitura do texto, traba- H\u00e1 ainda outros indicadores do de- Gerson Gerloff\/Pulsar Imagens lhe a CECHEF2, ao conduzir uma senvolvimento humano ou social de uma reflex\u00e3o com os alunos relacio- sociedade, um deles \u00e9 a escolaridade da Crian\u00e7as guaranis e nando os n\u00edveis de escolaridade popula\u00e7\u00e3o. Todo pa\u00eds desenvolvido tem professor em sala de aula e a taxa de analfabetismo aos uma popula\u00e7\u00e3o com escolaridade m\u00e9dia em escola da aldeia Tekoa n\u00edveis econ\u00f4micos e sociais da elevada. Observa-se o contr\u00e1rio nos pa\u00edses Koenju, no munic\u00edpio de popula\u00e7\u00e3o. Para tanto, questio- em desenvolvimento e subdesenvolvidos, S\u00e3o Miguel das Miss\u00f5es (RS), ne-os sobre os tipos de trabalho muitos deles com elevada porcentagem em 2016. que s\u00e3o disponibilizados para de analfabetos. pessoas com baixo n\u00edvel de es- colaridade, se o sal\u00e1rio dessas Em pa\u00edses desenvolvidos, como o Ca- pessoas \u00e9 valorizado, e quais nad\u00e1, a \u00c1ustria ou a Dinamarca, por exem- as condi\u00e7\u00f5es de vida decorren- plo, a taxa de analfabetismo entre a po- tes da m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o. pula\u00e7\u00e3o com 15 anos de idade ou mais \u00e9 praticamente zero; no Brasil \u00e9 de 7,2%, se- gundo dados de 2017; em Angola, de 29%; e no Sud\u00e3o do Sul, de 68%. A taxa de pes- Espera-se que eles percebam soas com 25 anos ou mais com curso superior no Jap\u00e3o foi de 60% (em 2016); no que o baixo n\u00edvel de escolarida- Canad\u00e1 foi de 61%. Em contrapartida, essa taxa no Brasil foi de 14%; na Turquia, de 17%; de est\u00e1 associado a ocupa\u00e7\u00f5es na Indon\u00e9sia, de 8%; e na \u00c1frica do Sul, de apenas 7% no mesmo ano. menos valorizadas social e eco- nomicamente, e que uma pior Outro indicador importante para avaliar as condi\u00e7\u00f5es de vida de um povo \u00e9 a qualidade de vida decorre de bai- porcentagem da popula\u00e7\u00e3o que vive abaixo da linha internacional da pobreza, ou seja, xos sal\u00e1rios e m\u00e1s condi\u00e7\u00f5es que vive com menos de 2 d\u00f3lares por dia. No Brasil, cerca de 20 milh\u00f5es de pessoas de trabalho. (quase 10% do total) vivem nessa condi\u00e7\u00e3o degradante, segundo dados de 2016. Na Venezuela, s\u00e3o mais de 25% da popula\u00e7\u00e3o e, na \u00cdndia, cerca de 22%, ou seja, 290 milh\u00f5es Se achar pertinente, ressalte de pessoas. que uma maior escolaridade sig- nifica tamb\u00e9m mais qualidade de Para saber mais vida do ponto de vista cultural, possibilitando uma forma\u00e7\u00e3o Linha internacional da pobreza c\u00edvica e humana integral. Uma melhor forma\u00e7\u00e3o significa mais Trata-se de um par\u00e2metro que busca definir o valor da renda m\u00ednima necess\u00e1ria por condi\u00e7\u00f5es de exigir e garantir pessoa para garantir a sua subsist\u00eancia. Com esse par\u00e2metro \u00e9 poss\u00edvel diagnosticar a seus direitos sociais, al\u00e9m de popula\u00e7\u00e3o de um pa\u00eds ou de uma regi\u00e3o que n\u00e3o possui nem ao menos esse rendimento, possibilitar maior contato com ou seja, pessoas que se encontram em situa\u00e7\u00e3o de pobreza absoluta. N\u00e3o existe um arte, literatura, ci\u00eancias, etc., ati- consenso sobre qual \u00e9 o valor exato para esse \u00edndice, que costuma variar de 1,25 at\u00e9 5 vidades que ampliam o horizon- d\u00f3lares ao dia, de acordo com o \u00f3rg\u00e3o que faz o c\u00e1lculo e o momento econ\u00f4mico em que te humano. \u00e9 feito. Questione-os a respeito do que Os indicadores ligados \u00e0 sa\u00fade e \u00e0 longevidade (expectativa de vida) da popula\u00e7\u00e3o Padr\u2039o de vida: refere-se poderia ser feito para melhorar a permitem saber mais sobre o quadro econ\u00f4mico e social de um pa\u00eds. Nos desenvolvi- \u00e0 qualidade dos servi\u00e7os e escolaridade de uma popula\u00e7\u00e3o, dos, a expectativa de vida de rec\u00e9m-nascidos (isto \u00e9, quantos anos espera-se que eles produtos a que se tem visando despertar o olhar para a vivam em m\u00e9dia, levando-se em conta o padr\u00e3o de vida da popula\u00e7\u00e3o, ou seja, sua acesso, o que depende do responsabilidade do Estado em alimenta\u00e7\u00e3o, sa\u00fade, atendimento m\u00e9dico-hospitalar, etc.) \u00e9 bem maior que nos pa\u00edses poder aquisitivo de uma garantir educa\u00e7\u00e3o para todos. subdesenvolvidos. Nestes pa\u00edses, a taxa de mortalidade infantil \u00e9 muito superior \u00e0 dada popula\u00e7\u00e3o. dos pa\u00edses ricos. Essa taxa mede, para cada grupo de mil crian\u00e7as, quantas morrem Fa\u00e7a o mesmo para os indi- antes de completar 1 ano de idade. cadores de expectativa de vida e mortalidade infantil, pergun- 34 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade tando aos alunos como deve ser a alimenta\u00e7\u00e3o e o atendimento m\u00e9dico-hospitalar para se alcan- \u00e7ar maior longevidade e diminuir a mortalidade infantil. Aproveite para relacionar com o padr\u00e3o de vida da popula\u00e7\u00e3o pobre, que, em geral, n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de manter uma alimenta\u00e7\u00e3o saud\u00e1- vel e cuidar da sa\u00fade nem acesso a atendimento m\u00e9dico adequado e dinheiro para comprar os rem\u00e9- dios quando necess\u00e1rio. Texto complementar Mortalidade infantil est\u00e1 diretamente associada \u00e0 falta mento Humano no Brasil. Eles foram usados para criar um modelo de estudo dos pais explicativo dos indicadores que poderiam causar a mortalidade de crian\u00e7as de at\u00e9 5 anos. Por meio de m\u00e9todos estat\u00edsticos, foi poss\u00edvel Nada mata mais crian\u00e7as no Brasil do que a ignor\u00e2ncia. Pesquisa ver que a maior causa desse tipo de morte est\u00e1 relacionada \u00e0 taxa de do Estad\u00e3o Dados mostra que nenhuma outra de 232 vari\u00e1veis tes- alfabetiza\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o com mais de 18 anos. tadas influi mais nas mortes na inf\u00e2ncia do que a falta de estudo dos adultos. Nem falta de dinheiro, de \u00e1gua ou esgoto t\u00eam impacto maior. Para cada ponto porcentual retirado da taxa de analfabetismo da popula\u00e7\u00e3o de 18 anos ou mais, a taxa de mortalidade de crian\u00e7as at\u00e9 Os dados se referem aos 5.565 munic\u00edpios brasileiros, foram cole- 5 anos cai 4,7 pontos. Na pr\u00e1tica, se 1% dos adultos de uma cidade tados durante o Censo 2010 e compilados pelo Atlas de Desenvolvi- 34 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2","Observe o quadro a seguir. Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Indicadores sociais em pa\u00edses selecionados (2015) Encaminhe a leitura da tabela com os alunos. Observe se eles, Pa\u00eds PIB per capita Taxa de mortalidade Anos de Expectativa de vida espontaneamente, comparam (em d\u00f3lares)* infantil** (por mil: \u2030) escolaridade*** (em anos) os dados de cada um dos indi- cadores apresentados (PIB per Noruega 67 614 2,0 12,7 81,7 capita, taxa de mortalidade, anos de escolaridade e expectativa de Pa\u00edses considerados Austr\u00e1lia 42 822 3,0 13,2 82,5 vida) dos diferentes pa\u00edses lis- desenvolvidos Estados Unidos 53 245 5,6 13,2 79,2 tados e de cada um dos grupos de pa\u00edses para compreenderem Jap\u00e3o 37 268 2,0 12,5 83,7 as semelhan\u00e7as entre os pa\u00edses do mesmo grupo e as diferen\u00e7as Pa\u00edses tidos M\u00e9xico 16 383 11,3 8,6 77,0 entre os grupos. Questione-os so- como em Brasil 14 145 14,6 7,8 74,7 bre as semelhan\u00e7as num\u00e9ricas desenvolvimento China 13 345 9,2 7,6 76,0 que percebem entre os pa\u00edses Botsuana 14 663 34,8 9,2 64,5 de mesmo grupo. Pe\u00e7a que se detenham na tabela para fazer Angola 6 291 96,0 5,0 52,7 a leitura relacional de seus dados. Pa\u00edses considerados Nig\u00e9ria 5 443 69,4 6,0 54,7 \u00c9 poss\u00edvel, por exemplo, perce- subdesenvolvidos Haiti 1 657 52,2 5,2 63,1 ber que o PIB per capita dos pa\u00ed- ses desenvolvidos \u00e9 superior a N\u00edger 889 57,1 1,7 61,4 30 mil d\u00f3lares. O n\u00famero de anos de escolaridade dos pa\u00edses em * PIB per capita \u00e9 praticamente a mesma coisa que renda per capita: \u00e9 o PIB do pa\u00eds dividido pelo n\u00famero de habitantes. desenvolvimento \u00e9 inferior a dez, enquanto o dos desenvolvidos \u00e9 ** A taxa de mortalidade infantil normalmente indica quantas crian\u00e7as com at\u00e9 1 ano de idade morrem a cada ano por cada grupo de mil. superior a 12. A expectativa de vi- da dos pa\u00edses subdesenvolvidos *** Anos de escolaridade indica o n\u00famero de anos que um adulto (de 25 anos ou mais) frequentou a escola durante sua vida. \u00e9 inferior a 65 anos, enquanto a Fonte: elaborado com base em Programa das Na\u00e7\u00f5es Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Human Development Report, 2016. dos pa\u00edses desenvolvidos \u00e9 pr\u00f3- Dispon\u00edvel em: <http:\/\/hdr.undp.org\/sites\/default\/files\/2016_human_development_report.pdf>. Acesso em: 24 maio 2018. xima ou superior a 80. \u00c9 interes- sante fazer a leitura combinada Em resumo, medir o de- Brasil: popula\u00e7\u00e3o que sabe ler e escrever (2013) dos dados de modo a estabelecer senvolvimento humano ou uma rela\u00e7\u00e3o entre eles. social de um pa\u00eds ou de uma 50\u00ba O Portal de Mapas\/Arquivo da editora regi\u00e3o \u00e9 algo complexo. Mas Ao observar o mapa do Bra- \u00e9 poss\u00edvel concluir, pelos da- RR OCEANO sil, indague se eles saberiam AP ATL\u00c2NTICO dizer por que os estados de Santa Catarina, S\u00e3o Paulo e Rio 0\u00ba Equador de Janeiro t\u00eam maior propor- \u00e7\u00e3o de pessoas alfabetizadas, dos dispon\u00edveis, que h\u00e1 uma mobilizando assim a habilidade EF07GE09. O intuito \u00e9 perceber sens\u00edvel desigualdade inter- AM PA MA CE se eles relacionam o conte\u00fado nacional. RN do cap\u00edtulo visto at\u00e9 o momen- to com o conhecimento pr\u00e9vio Dentro do territ\u00f3rio bra- PI PB que possuem. A discuss\u00e3o so- PE bre a varia\u00e7\u00e3o desses dados no sileiro, esses \u00edndices tamb\u00e9m AC territ\u00f3rio nacional fundamenta AL a habilidade EF07GE02. indicam a desigualdade exis- RO TO SE tente entre as regi\u00f5es do MT BA pa\u00eds. O mapa ao lado mostra DF a porcentagem de pessoas OCEANO GO MG acima dos 10 anos de idade PAC\u00cdFICO ES que sabiam ler e escrever em MS 2013. SP RJ Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio PR Pessoas alfabetizadas de SC 10 anos de idade ou mais (%) RS Fonte: elaborado com base em IBGE. 80,58-84,00 0 435 870 km Atlas geogr\u00e1fico escolar. 7. ed. 84,01-88,00 88,01-92,00 Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 120. 92,01-96,00 96,01-97,12 Economia e disparidades socioterritoriais \u2022 CAP\u00cdTULO 2 35 \u00e9 alfabetizado, em m\u00e9dia, mais 47 crian\u00e7as sobrevivem \u00e0 primeira alt\u00edssimos \u2013 50 crian\u00e7as de at\u00e9 5 anos morrem por ano e 46% dos inf\u00e2ncia, a cada 10 mil nascimentos. \u201c\u00c0s vezes, a casa n\u00e3o tem sa- adultos s\u00e3o analfabetos. Blumenau (SC) est\u00e1 no outro extremo, com neamento b\u00e1sico, mas se a m\u00e3e tem um pouco de educa\u00e7\u00e3o, con- taxa de mortalidade cinco vezes menor e apenas 2% de analfabetis- segue que o filho tenha acesso aos programas sociais do governo\u201d, mo entre adultos. [...] disse o pesquisador do IBGE Celso Sim\u00f5es, autor de estudo que chegou a conclus\u00e3o similar. MAIA, Lucas de Abreu; TOLEDO, Jos\u00e9 Roberto de; BURGARELLI, Rodrigo. Mortalidade infantil est\u00e1 diretamente associada \u00e0 falta de estudo [...] o conjunto desses dados revela que quanto maior o analfa- betismo, maior a taxa de mortalidade na inf\u00e2ncia. Cidades como dos pais. Estad\u2039o. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/sao-paulo.estadao.com.br\/ Olho D\u2019\u00e1gua Grande (AL) s\u00e3o exemplos onde esses dois \u00edndices s\u00e3o noticias\/geral,mortalidade-infantil-esta-diretamente-associada-a-falta-de- estudo-dos-pais-imp-,1067807>. Acesso em: 18 out. 2018. 35MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Geolink Oriente os alunos a ler o tex- Leia o texto a seguir. to e a observar a imagem. \u00c9 im- portante que os alunos tenham Desigualdade social aumenta vulnerabilidade de crian\u00e7as e adolescentes compreendido o conte\u00fado para responder \u00e0s quest\u00f5es da se\u00e7\u00e3o. A desigualdade social aumenta a vul- G. Evangelista\/Op\u00e7\u00e3o Brasil Imagens nerabilidade de quem o Estatuto da Crian- Caso seja oportuno, promova \u00e7a e do Adolescente (ECA) h\u00e1 19 anos uma reflex\u00e3o sobre a import\u00e2n- deve proteger. Cerca de 55% das crian\u00e7as cia social da garantia dos direi- com at\u00e9 6 anos de idade est\u00e3o abaixo da tos de crian\u00e7as e adolescentes. linha da pobreza [no Brasil]. Entre crian\u00e7as Procure conduzir de forma que e adolescentes de 7 a 14 anos,o percentual os alunos percebam que crian- de pobres \u00e9 de 50% e entre os jovens com \u00e7as e adolescentes vulner\u00e1veis idade de 15 a 17 anos, de 40%. n\u00e3o se encontram em situa\u00e7\u00e3o de igualdade em rela\u00e7\u00e3o aos de- Os percentuais de crian\u00e7as e adoles- mais, pois n\u00e3o lhes s\u00e3o garan- centes pobres est\u00e3o acima do que se veri- tidas as condi\u00e7\u00f5es adequadas fica entre os adultos, 25% desses est\u00e3o para sa\u00fade, educa\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, abaixo da linha de pobreza (meio sal\u00e1rio prote\u00e7\u00e3o e cuidado, o que, muitas m\u00ednimo per capita de renda familiar). vezes, compromete seu futuro. N\u00e3o deixe de mencionar que o \u201cAs crian\u00e7as s\u00e3o mais pobres que os Crian\u00e7as compartilham merenda na Escola Municipal Mestra Gabriela, no papel dos pais e respons\u00e1veis \u00e9 adultos\u201d, confirma Enide Rocha, pesqui- munic\u00edpio de Turmalina (MG), em 2015. O ECA estabelece que a garantia dos essencial, mas aponte tamb\u00e9m sadora do Instituto de Pesquisa Econ\u00f4mi- direitos e do bem-estar das crian\u00e7as e adolescentes deve ser a maior prioridade a responsabilidade do Estado na ca Aplicada (Ipea), especializada na \u00e1rea do poder p\u00fablico e da sociedade em geral. garantia dos direitos de crian\u00e7as dos direitos da inf\u00e2ncia e da adolesc\u00eancia. e adolescentes, pois \u00e9 papel dele criar e manter a estrutura p\u00fabli- Segundo ela,\u201cpara cada adulto pobre, h\u00e1 duas ou tr\u00eas crian\u00e7as mais pobres\u201d. Ela afirma que o desrespeito aos ca que assegure a qualidade de direitos dos adolescentes aumenta a vulnerabilidade. \u201cEnvolve-se em um delito quem j\u00e1 estava fora de qualquer vida de crian\u00e7as e adolescentes. mecanismo l\u00edcito de ascens\u00e3o social, como a escola e o trabalho legal.\u201d [...] \u00c9 importante que os alunos se Para Enide Rocha,as desigualdades regionais agravam a situa\u00e7\u00e3o dos brasileiros mais jovens.A Regi\u00e3o Nordes- familiarizem com o Estatuto da te tem os piores indicadores de mortalidade infantil,analfabetismo,universaliza\u00e7\u00e3o e qualidade do ensino e traba- Crian\u00e7a e do Adolescente, que diz lho infantil, enumera a pesquisadora que est\u00e1 fazendo doutorado sobre a participa\u00e7\u00e3o da sociedade civil na cons- respeito \u00e0 sua pr\u00f3pria realidade. tru\u00e7\u00e3o das pol\u00edticas p\u00fablicas. M\u00e1rioVolpi, coordenador do Programa de Cidadania dosAdolescentes do Fundo das Na\u00e7\u00f5es Unidas para o De- senvolvimento da Inf\u00e2ncia (Unicef),tamb\u00e9m destaca a desigualdade como obst\u00e1culo para as pol\u00edticas e programas criados para a promo\u00e7\u00e3o de direitos de crian\u00e7as e adolescentes. Segundo o oficial do Unicef,o pa\u00eds deve,para melhorar o futuro das crian\u00e7as,diminuir as suas desigualdades.\u201cO Brasil deve enfrentar essas disparidades. S\u00e3o essas desigualdades que fazem que uma crian\u00e7a negra [...], uma crian\u00e7a no semi\u00e1rido ou uma crian\u00e7a na Amaz\u00f4nia tenha menos oportunidade de realizar os seus direitos.\u201d Fonte: COSTA, Gilberto. Desigualdade social aumenta vulnerabilidade de crian\u00e7as e adolescentes. Ag\u00eancia Brasil. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/memoria.ebc.com.br\/agenciabrasil\/noticia\/2009-07-13\/desigualdade-social-aumenta- vulnerabilidade-de-criancas-e-adolescentes>. Acesso em: 6 jun. 2018. Agora responda: 1. A ideia principal do primeiro par\u00e1grafo relaciona a desigualdade social com o aumento da sociais, vulnerabilidade de crian\u00e7as e adolescentes, ou seja, quanto mais se acentuam as desigualdades mais as crian\u00e7as e os adolescentes est\u00e3o desprotegidos. 1 Qual \u00e9 a ideia central do primeiro par\u00e1grafo? 2 No quinto par\u00e1grafo temos a enumera\u00e7\u00e3o de v\u00e1rios indicadores sociais que ajudam a compreender a situa\u00e7\u00e3o das crian\u00e7as e dos adolescentes no Brasil. Quais s\u00e3o esses indicadores? 2. Mortalidade infantil, analfabetismo, universaliza\u00e7\u00e3o, qualidade do ensino e 3 Em sua opini\u00e3o, por que h\u00e1 mais crian\u00e7as pobres do que adultos? trabalho infantil. 3. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno entenda que as crian\u00e7as dependem social e economicamente dos adultos, o que faz com que a pobreza das crian\u00e7as esteja diretamente ligada 36 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade \u00e0 pobreza dos adultos. Al\u00e9m disso, um s\u00f3 adulto pode ser respons\u00e1vel por mais de uma crian\u00e7a, de forma que a pobreza de um adulto pode afetar as crian\u00e7as pelas quais ele \u00e9 respons\u00e1vel. Para aprofundar MERELES, Carla. Estatuto da Crian\u00e7a e do Adolescente: quais direi- Esse artigo traz o panorama de como crian\u00e7as e adolescentes tos garante? Politize!, 17 ago. 2017. Dispon\u00edvel em: <www.politize. eram vistos e tratados diante da lei, o contexto de introdu\u00e7\u00e3o do es- com.br\/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-direitos>. Acesso tatuto e os resultados no que tange \u00e0 criminalidade, \u00e0 mortalidade em: 31 ago. 2018. infantil, ao trabalho infantil e \u00e0 educa\u00e7\u00e3o, sem perder de vista que ainda h\u00e1 muitas quest\u00f5es a serem melhoradas. 36 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2","\u00cdndice de Desenvolvimento Humano (IDH) Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas At\u00e9 o final dos anos 1980, apenas os indicadores econ\u00f4micos, como o PIB, o PNB, Oriente os alunos a ler o texto e observar o mapa. Garanta que al\u00e9m da renda per capita, eram utilizados para medir o desenvolvimento de um pa\u00eds ou tenham assimilado a relev\u00e2ncia do IDH para compreender o n\u00edvel regi\u00e3o. Os estudiosos, todavia, sempre alertaram que esses indicadores econ\u00f4micos, de desenvolvimento humano. Es- clare\u00e7a que para o c\u00e1lculo do \u00edn- apesar de importantes, s\u00e3o insuficientes, pois n\u00e3o levam em conta os aspectos sociais dice, atualmente, s\u00e3o utilizados o PIB per capita, os anos m\u00e9dios ou humanos. Da\u00ed a Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas (ONU) ter dado maior \u00eanfase a dois de estudos e os anos esperados de escolaridade, e a expectati- fatores que antes eram negligenciados: a sa\u00fade e a educa\u00e7\u00e3o das pessoas, que pas- va de vida ao nascer. Durante a leitura do mapa, destaque os saram tamb\u00e9m a ser medidos para avaliar o grau de desenvolvimento de cada pa\u00eds. estados com maiores e meno- res IDH do Brasil. O exerc\u00edcio de Com isso, surgiu um novo crit\u00e9rio para estudar o desenvolvimento econ\u00f4mico e leitura de mapas \u00e9 parte da ha- bilidade EF07GE09. Pe\u00e7a que social dos Estados nacionais: o \u00cdndice de Desenvolvimento Humano (IDH). Criado em identifiquem no mapa o estado onde vivem. Pela informa\u00e7\u00e3o do 1990, ele introduziu uma mudan\u00e7a significativa na maneira de medir o desenvolvi- mapa, em qual faixa do IDH ele se encontra? A discuss\u00e3o so- mento de um pa\u00eds, porque leva em conta tamb\u00e9m aspectos sociais da popula\u00e7\u00e3o. Ele bre a varia\u00e7\u00e3o desses dados no territ\u00f3rio nacional fundamenta passou a ser medido em praticamente todos os pa\u00edses do mundo e divulga os resul- a habilidade EF07GE02. tados por meio de relat\u00f3rios anuais. Atividade complementar O c\u00e1lculo do IDH de cada pa\u00eds \u00e9 feito com base nos \u00edndices de renda, sa\u00fade e Proponha aos alunos que pes- quisem o IDH do munic\u00edpio e do educa\u00e7\u00e3o, chegando-se a valores em uma escala que vai de 0 a 1. O \u00edndice 1, jamais estado onde vivem. Solicite que busquem tamb\u00e9m dados sobre o alcan\u00e7ado por nenhum pa\u00eds, corresponderia a uma situa\u00e7\u00e3o perfeita, isto \u00e9, taxas ex- PPC per capita ou PIB per capita, assim como taxa de analfabetis- celentes em todos os indicadores, como uma alta renda per capita, toda popula\u00e7\u00e3o mo e expectativa de vida. Infor- me que a partir desses dados os adulta com muitos anos de estudo e expectativa de vida alt\u00edssima. O \u00edndice 0, tamb\u00e9m alunos dever\u00e3o redigir um texto comparando os dados do muni- inexistente na pr\u00e1tica, seria uma situa\u00e7\u00e3o extremamente prec\u00e1ria de baix\u00edssima ex- c\u00edpio com os do estado, verifican- do se, em rela\u00e7\u00e3o aos dados do pectativa de vida e renda m\u00e9dia, al\u00e9m Portal de Mapas\/Arquivo da editora estado, o munic\u00edpio se encontra acima, abaixo ou bem pr\u00f3ximo de altas taxas de analfabetismo, o que Brasil: IDHM por unidades da Federa\u00e7\u2039o (2014) da m\u00e9dia. A atividade trabalha a CGEB4. indicaria uma enorme pobreza. 50\u00ba O Os pa\u00edses que possuem IDH mais pr\u00f3ximo a 1 (superiores a 0,8) s\u00e3o os OCEANO considerados desenvolvidos; os que ATL\u00c2NTICO possuem esse indicador mais pr\u00f3ximo RR Equador AP 0\u00ba de 0 (inferiores a 0,550) s\u00e3o os subde- senvolvidos; e as na\u00e7\u00f5es que possuem AM PA MA CE esse indicador num n\u00edvel intermedi\u00e1rio MT RN a esses valores s\u00e3o consideradas pelas AC organiza\u00e7\u00f5es internacionais como em RO PI PB desenvolvimento. PE H\u00e1, ainda, o IDHM, que \u00e9 o \u00cdndice TO AL SE BA DF de Desenvolvimento Humano Munici- GO pal. Ele utiliza os mesmos crit\u00e9rios do OCEANO MS MG IDH, por\u00e9m, calcula os \u00edndices de muni- PAC\u00cdFICO SP ES c\u00edpios e unidades da Federa\u00e7\u00e3o. Obser- ve o mapa ao lado e repare nas diferen- PR RJ Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio \u00e7as internas no Brasil. SC RS Fonte: elaborado com base em Radar IDHM. IDHM 0 475 930 km p. 10. Dispon\u00edvel em: <www.atlasbrasil.org. 0,001-0,499 br\/2013\/data\/rawData\/RadarIDHM_Analise. 0,500-0,599 0,600-0,699 pdf>. Acesso em: 21 abr. 2018. 0,700-0,799 0,800-1,000 Economia e disparidades socioterritoriais \u2022 CAP\u00cdTULO 2 37 Para aprofundar Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Dispon\u00edvel em: <www.atlasbrasil.org.br\/2013>. Acesso em: 6 set. 2018. Esse atlas apresenta o IDHM de munic\u00edpios, estados e regi\u00f5es metropolitanas brasileiros. Podem ser encontrados dados relacio- nados ao IDHM, como educa\u00e7\u00e3o e renda, e outros como demogra- fia, trabalho, habita\u00e7\u00e3o e vulnerabilidade. 37MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Observe o quadro a seguir, que mostra as unidades da Federa\u00e7\u00e3o com os maiores e menores IDHM e os dados de cada indicador utilizado na composi\u00e7\u00e3o desse c\u00e1lculo. Oriente os alunos a observar atentamente os dados da tabela. Brasil: unidades da Federa\u00e7\u00e3o com maiores e menores IDHMs Promova uma roda de conversa sobre os indicadores estaduais Maiores Unidade da Rendimento domiciliar Mortalidade infantil Propor\u00e7\u00e3o de popula\u00e7\u00e3o com IDHM em 2014 em rela\u00e7\u00e3o aos indicadores do IDHM Federa\u00e7\u00e3o per capita \u2013 em 2015 (por mil) 25 anos ou mais com Ensino Brasil para evidenciar as dispa- Superior completo em 2015 0,839 ridades regionais existentes. Os Menores Distrito Federal 2016 (em reais) 10,76 0,819 \u00edndices do Brasil traduzem o que IDHM S\u00e3o Paulo 2 351,00 10,16 32,36% 0,813 se v\u00ea nos estados? Questione-os 1 723,00 9,19 20,55% 0,790 sobre as raz\u00f5es dessas diferen- Santa Catarina 1 458,00 9,71 24,44% 0,667 \u00e7as para verificar o conhecimento Paran\u00e1 1 398,00 20,86 21,44% 0,675 pr\u00e9vio dos alunos. Alagoas 662,00 17,09 13,10% 0,678 Par\u00e1 708,00 22,37 11,53% 0,678 Texto e a\u00e7\u00e3o 575,00 19,72 10,27% 0,761 Maranh\u00e3o 747,00 13,82 10,94% Atividade 1: Espera-se que os Piau\u00ed 1 226,00 17,96% alunos tenham apreendido que Brasil o \u00edndice de Gini mede a desigual- dade, sendo que, quanto mais Fontes: RADAR IDHM. An\u00e1lise de Resultados para Brasil, UFs e RMs \u2013 2011 a 2014. Dispon\u00edvel em: <www.atlasbrasil.org.br\/2013\/pt\/radar-idhm>; pr\u00f3ximo de 1, maior a concen- IBGE. IBGE divulga o rendimento domiciliar per capita 2016. Dispon\u00edvel em: <ftp:\/\/ftp.ibge.gov.br\/Trabalho_e_Rendimento\/Pesquisa_Nacional_por_ tra\u00e7\u00e3o de renda e, quanto mais Amostra_de_Domicilios_continua\/Renda_domiciliar_per_capita\/Renda_domiciliar_per_capita_2016.pdf>. Acesso em: 21 maio 2018. pr\u00f3ximo de 0, maior a distribui- \u00e7\u00e3o de renda. Texto e a\u00e7\u00e3o Atividade 1, item a: A regi\u00e3o 1 Observe o gr\u00e1fico sobre o \u00edndice de Gini por regi\u00f5es do Brasil na p\u00e1gina 33. Responda: Nordeste. a) Em qual das regi\u00f5es a renda \u00e9 mais injusta, isto \u00e9, est\u00e1 mais concentrada? Atividade 1, item b: A regi\u00e3o Sul. b) Em qual regi\u00e3o a renda est\u00e1 distribu\u00edda de forma menos desigual? Atividade 1, item c: A partir do c) Voc\u00ea acha que se pode concluir que a regi\u00e3o tida como mais pobre \u00e9 tamb\u00e9m a que apresenta maior que \u00e9 apresentado nesse gr\u00e1fico desigualdade social? Justifique. \u00e9 poss\u00edvel concluir que a regi\u00e3o mais pobre \u00e9 tamb\u00e9m a que tem 2 Em 2016, cerca de 900 milh\u00f5es de pessoas (12% da popula\u00e7\u00e3o mundial) viviam abaixo da linha interna- maior desigualdade social e que cional da pobreza, ou seja, com menos de 2 d\u00f3lares por dia. A maior parte dessa popula\u00e7\u00e3o vive na \u00c1sia o inverso tamb\u00e9m \u00e9 verdadeiro. e na \u00c1frica. No Brasil, cerca de 20 milh\u00f5es de pessoas viviam nessa situa\u00e7\u00e3o. Sobre este assunto: O Nordeste \u00e9 a regi\u00e3o que geral- mente apresenta os \u00edndices so- a) Pesquise a cota\u00e7\u00e3o atual do d\u00f3lar na internet ou em jornais. Qual \u00e9 o equivalente a dois d\u00f3lares em ciais mais baixos do pa\u00eds e o Sul, reais? os mais altos. Isso se reflete na desigualdade social e no \u00edndice b) Com base na pesquisa anterior, calcule qual \u00e9 a renda mensal em reais (supondo um m\u00eas de 30 dias) de Gini, pois a concentra\u00e7\u00e3o de de uma pessoa que ganha o equivalente a 2 d\u00f3lares ao dia. renda se relaciona a fatores co- mo PIB per capita, escolaridade, c) Imagine que voc\u00ea far\u00e1 uma compra para um m\u00eas de 30 dias. Para isso, pesquise em folhetos de expectativa de vida, mortalidade supermercados ou na internet os pre\u00e7os de mercadorias que s\u00e3o essenciais no seu dia a dia. Or- infantil, etc. A atividade mobiliza ganize as informa\u00e7\u00f5es da seguinte forma: a habilidade EF07GE02. \u2022 Anote no seu caderno o nome e o pre\u00e7o das mercadorias que voc\u00ea compraria para garantir a sua Atividade 2, item a: Resposta de acordo com a cota\u00e7\u00e3o do d\u00f3lar sobreviv\u00eancia durante um m\u00eas; no dia da realiza\u00e7\u00e3o da atividade. Explique que o valor da cota\u00e7\u00e3o \u2022 Pense na quantidade de cada produto que voc\u00ea anotou e multiplique ou divida o pre\u00e7o de cada do d\u00f3lar \u00e9 dado baseado em 1 d\u00f3lar. O mesmo vale para eu- um pela quantidade. Depois, some os valores encontrados. ro, libra ou outra moeda. A base ser\u00e1 sempre a primeira unida- d) Agora converse com os colegas: Voc\u00eas conseguiriam comprar tudo o que geralmente utilizam de inteira. em um m\u00eas se tivessem renda mensal semelhante a essa? Atividade 2, item b: Essa res- 38 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade posta depender\u00e1 da cota\u00e7\u00e3o do d\u00f3lar obtida na quest\u00e3o anterior. necess\u00e1ria somente com o valor de 2 d\u00f3lares ao dia. Relembre os alu- Supondo que a cota\u00e7\u00e3o esteja nos de que, al\u00e9m da alimenta\u00e7\u00e3o e higiene, existem outros elementos em 4 reais, o resultado do c\u00e1l- que devem fazer parte do or\u00e7amento mensal de um indiv\u00edduo (despe- culo ser\u00e1 R$ 240,00. sas com moradia, servi\u00e7os de \u00e1gua, luz, etc., que tamb\u00e9m devem ser retiradas da renda que esse indiv\u00edduo obtiver em um m\u00eas). Atividade 2, item c: Resposta pessoal. Oriente-os a organizar uma tabela com a lista dos itens a serem pesquisados, as quan- tidades e os pre\u00e7os, de modo a facilitar a execu\u00e7\u00e3o da atividade. Atividade 2, item d: \u00c9 espe- rado que os alunos percebam que as mercadorias que julgam fundamentais n\u00e3o poderiam ser compradas na quantidade mensal 38 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2","4 Cidadania e democracia Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Um aspecto importante no desenvolvimento econ\u00f4mico e social de um pa\u00eds \u00e9 a Oriente os alunos a ler o texto. qualidade de sua democracia. Afinal, o desenvolvimento n\u00e3o \u00e9 somente um processo \u00c9 importante que eles compreen- de avan\u00e7os na economia, uma moderniza\u00e7\u00e3o com industrializa\u00e7\u00e3o e urbaniza\u00e7\u00e3o, mas dam os conceitos de democracia envolve outras esferas, como a sustentabilidade e a democracia. e cidadania. Se achar oportuno, amplie a conversa, ao explicar Nos atuais pa\u00edses desenvolvidos, n\u00e3o foi apenas a industrializa\u00e7\u00e3o que ampliou a que, diferentemente do que se qualidade de vida. Isso resultou de um longo processo, que se iniciou no final do s\u00e9cu- costuma pensar, a democracia lo XIX, com as conquistas populares que s\u00e3o a base da democracia e que prosseguem n\u00e3o est\u00e1 baseada apenas no voto at\u00e9 os dias de hoje. para eleger os representantes do povo, mas tamb\u00e9m na conquista At\u00e9 o final do s\u00e9culo XIX, na maioria dos pa\u00edses, pessoas sem propriedades ou e na amplia\u00e7\u00e3o dos direitos dos sem um n\u00edvel m\u00ednimo de rendimento n\u00e3o tinham o direito de votar. Somente ap\u00f3s cidad\u00e3os. A democracia \u00e9 um muitas lutas, em diversos pa\u00edses, \u00e9 que se conseguiu o voto universal, com o mesmo processo din\u00e2mico, sempre em valor para todos os cidad\u00e3os. Tamb\u00e9m as mulheres s\u00f3 conquistaram o seu direito ao forma\u00e7\u00e3o. A cidadania \u00e9 tamb\u00e9m voto \u2013 e o direito de serem eleg\u00edveis \u2013 no decorrer do s\u00e9culo XX, gra\u00e7as \u00e0 sua mobili- um exerc\u00edcio, pois ser cidad\u00e3o de za\u00e7\u00e3o pela conquista desse direito. um pa\u00eds n\u00e3o significa apenas um dado num documento, mas uma Em v\u00e1rios pa\u00edses, incluindo o Brasil, tamb\u00e9m foram resultado de reivindica\u00e7\u00f5es e pr\u00e1tica, que envolve direitos e lutas sociais o direito \u00e0 escolariza\u00e7\u00e3o gratuita para todos, a redu\u00e7\u00e3o da jornada de deveres. Parte desses deveres trabalho e as melhorias nas suas condi\u00e7\u00f5es (direito a f\u00e9rias remuneradas, pagamento \u00e9 justamente lutar pela garan- de hora extra, licen\u00e7a-maternidade ou paternidade, etc.). tia e qualidade da democracia. A cidadania \u00e9 sempre uma conquista. Uma conquista do povo, dos cidad\u00e3os que A compreens\u00e3o dos princ\u00edpios pressionam as autoridades para obter ou ampliar certos direitos: o direito de ir e vir democr\u00e1ticos e da cidadania \u00e9 livremente dentro do territ\u00f3rio nacional, de votar e ser votado, de igualdade de todos fundamental para o desenvolvi- perante as leis, de livre opini\u00e3o e express\u00e3o (sem qualquer forma de censura), de poder mento da CGEB10, da CECHEF6 escolher livremente sua religi\u00e3o, profiss\u00e3o, local de moradia, etc. Esses direitos nem e da CEGEF7. sempre existiram (em alguns lugares muitos deles n\u00e3o existem at\u00e9 hoje) e s\u00f3 nos \u00fal- timos s\u00e9culos ou anos, conforme o caso, \u00e9 que foram sendo efetivados. Compartilhe o artigo abaixo na \u00edntegra com os alunos para que Danilo Verpa\/Folhapress tenham conhecimento de alguns dos impactos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 cidadania no Brasil e, assim, en- tendam por que ela \u00e9 apelidada de \u201cConstitui\u00e7\u00e3o Cidad\u00e3\u201d. Evento no dia 1o de maio em S\u00e3o Paulo (SP), em 2017. A data \u00e9 o feriado internacional do Dia do Trabalho, que foi institu\u00eddo em homenagem \u00e0s lutas trabalhistas na Europa do final do s\u00e9culo XIX, respons\u00e1veis pela redu\u00e7\u00e3o da jornada de trabalho para 40 horas semanais, uma conquista que determina legisla\u00e7\u00f5es trabalhistas do mundo todo at\u00e9 hoje. Economia e disparidades socioterritoriais \u2022 CAP\u00cdTULO 2 39 Texto complementar As conquistas sociais e econ\u00f4micas da Constitui\u00e7\u00e3o Cidad\u00e3 No clima de expans\u00e3o dos direitos sociais que tomou conta dos parlamentares, foram A Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, al\u00e9m de representar o marco entre a ditadura e a demo- estendidos os direitos trabalhistas dos empregados urbanos para os rurais e os dom\u00e9s- ticos. As trabalhadoras passaram a ter direito \u00e0 licen\u00e7a-maternidade de 120 dias [...]. cracia, tamb\u00e9m significou a conquista de v\u00e1rios direitos trabalhistas e sociais. [...] [...] Definiram racismo como crime inafian\u00e7\u00e1vel e imprescrit\u00edvel; a tortura como Com a promulga\u00e7\u00e3o da Constitui\u00e7\u00e3o em 5 de outubro de 1988, todo brasileiro acima crime inafian\u00e7\u00e1vel e n\u00e3o anisti\u00e1vel.[...] de 16 anos passou a ter o direito ao voto para escolher seus governantes e represen- tantes. Antes, s\u00f3 tinham essa prerrogativa os maiores de 18 anos. [...] LOUREN\u00c7O, Iolando; RICHARD, Ivan. As conquistas sociais e econ\u00f4micas da Constitui\u00e7\u00e3o Cidad\u00e3. Carta Capital, 4 out. 2013. Dispon\u00edvel em: <www.cartacapital.com.br\/politica\/as- A jornada de trabalho, que era de 48 horas semanais, foi reduzida para 44 horas. [...] conquistas-sociais-e-economicas-da-constituicao-cidada-2791.html>. Acesso em: 31 ago. 2018. 39MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas At\u00e9 as primeiras d\u00e9cadas do s\u00e9culo passado, Eduardo Knapp\/Folhapress A partir da leitura do texto e da por exemplo, n\u00e3o existiam, na maioria dos pa\u00edses, conversa sobre o tema, os alunos devem compreender que todos escolas p\u00fablicas e obrigat\u00f3rias para os jovens; as os servi\u00e7os p\u00fablicos e leis, que visam garantir prote\u00e7\u00e3o e quali- pessoas n\u00e3o podiam expressar opini\u00f5es contr\u00e1rias dade de vida, nem sempre existi- ram, mas s\u00e3o ganhos hist\u00f3ricos, ao governo por causa do risco de serem presas e que cresceram ou se modifica- ram com o tempo. Adquirir essa at\u00e9 torturadas. Esses direitos democr\u00e1ticos se no\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica \u00e9 importante para que os alunos se reconhe- transformam com o tempo, conforme surgem no- \u00e7am como cidad\u00e3os dentro um contexto social espec\u00edfico, numa vas necessidades e mudan\u00e7as na sociedade. Hoje, \u00e9poca determinada. Ao enten- der que nem sempre foi assim, h\u00e1 direitos democr\u00e1ticos que n\u00e3o existiam at\u00e9 tamb\u00e9m podem compreender que ainda muito pode mudar, recentemente, como o de atendimento m\u00e9dico- por\u00e9m isso exige informa\u00e7\u00e3o e participa\u00e7\u00e3o social. -hospitalar, de moradia, de meio ambiente sadio, Se achar adequado, pontue entre outros. que os n\u00edveis de escolariza\u00e7\u00e3o de um pa\u00eds est\u00e3o diretamente Uma grande desigualdade social, como a que Segundo o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, todos os cidad\u00e3os devem ter acesso ligados \u00e0 cidadania, pois a alfabe- existe no Brasil, n\u00e3o \u00e9 boa para a democracia nem igualit\u00e1rio e gratuito a atendimento m\u00e9dico, desde atendimento tiza\u00e7\u00e3o e a forma\u00e7\u00e3o cr\u00edtica s\u00e3o para a cidadania. Por sinal, ambas s\u00e3o interligadas. ambulatorial at\u00e9 cirurgias e transplante de \u00f3rg\u00e3os. O direito \u00e0 sa\u00fade \u00e9 um fundamentais para a capacidade J\u00e1 vimos que na hist\u00f3ria do Brasil, no per\u00edodo co- dever do Estado. Na foto, \u00e1rea interna do Hospital Geral de Vit\u00f3ria da de compreender a sociedade em Conquista (HGVC), em Vit\u00f3ria da Conquista (BA), em 2015. que se est\u00e1 inserido e exercer a cidadania. lonial, a sociedade foi criada para servir aos objetivos da metr\u00f3pole colonizadora. Nessas O desdobramento do t\u00f3pico condi\u00e7\u00f5es, a cidadania pouco se desenvolveu no Brasil. contempla a CGEB10. At\u00e9 o fim do s\u00e9culo XIX, a maioria da popula\u00e7\u00e3o era escravizada ou muito pobre e Texto e a\u00e7\u00e3o quase n\u00e3o possu\u00eda direitos pol\u00edticos. Houve mudan\u00e7as desde essa \u00e9poca: aboli\u00e7\u00e3o da Atividades 1 e 2: Ap\u00f3s a lei- tura do texto das p\u00e1ginas 39 e escravatura, a vinda de grandes contingentes de imigrantes, intensa urbaniza\u00e7\u00e3o com 40, \u00e9 esperado que o aluno sai- ba que o desenvolvimento eco- volumosas migra\u00e7\u00f5es do campo para as cidades, introdu\u00e7\u00e3o de elei\u00e7\u00f5es e do direito n\u00f4mico e social da popula\u00e7\u00e3o como um todo est\u00e1 atrelado \u00e0 ao voto, etc. democracia. Esta \u00e9 um regime pol\u00edtico que, idealmente, \u00e9 de- Dessa forma, a constru\u00e7\u00e3o Luciana Whitaker\/Pulsar Imagens dicado aos interesses da popu- la\u00e7\u00e3o, promove a igualdade dos da cidadania, base da democra- cidad\u00e3os, assegura a pluralidade de vis\u00f5es e posicionamentos e cia, \u00e9 algo ainda a ser ampliado garante os seus direitos civis, pol\u00edticos e sociais. no Brasil. \u00c9 um desafio para esta Atividade 3: Apesar de a res- e para as novas gera\u00e7\u00f5es. posta ser pessoal, o aluno dever\u00e1 embasar sua opini\u00e3o em dados e Brasileira votando no munic\u00edpio do argumentos, valendo-se de indi- cadores e informa\u00e7\u00f5es estuda- Rio de Janeiro (RJ), nas elei\u00e7\u00f5es de dos durante este cap\u00edtulo e de seu conhecimento pr\u00e9vio. Mo- 2014. O voto \u00e9 obrigat\u00f3rio para os biliza-se, assim, a CGEB7. cidad\u00e3os entre 18 e 70 anos e Atividade complementar facultativo para quem tem 16 ou Proponha aos alunos uma ati- vidade de pesquisa a respeito 17 anos e mais de 70 anos. dos direitos e deveres dos cida- d\u00e3os brasileiros, trabalhando 1. O desenvolvimento n\u00e3o depende apenas de crescimento econ\u00f4mico, mas tamb\u00e9m da qualidade assim a CGEB1. No dia em que trouxerem as informa\u00e7\u00f5es pes- da democracia. A qualidade de vida de uma popula\u00e7\u00e3o est\u00e1 interligada quisadas, aproveite para fazer uma roda de conversa para o Texto e a\u00e7\u00e3o \u00e0 garantia de seus direitos e \u00e0 cria\u00e7\u00e3o de novos direitos, j\u00e1 que com as compartilhamento das informa- mudan\u00e7as sociais surgem novas reivindica\u00e7\u00f5es de direitos. A amplia\u00e7\u00e3o da \u00e7\u00f5es que obtiveram. Pergunte se eles cumprem com os deveres e cidadania tamb\u00e9m \u00e9 um indicativo do desenvolvimento de um pa\u00eds. se sentem que seus direitos s\u00e3o garantidos, promovendo uma 1 Explique por que desenvolvimento e democracia s\u00e3o processos interligados. reflex\u00e3o sobre ser e se sentir ci- dad\u00e3o brasileiro, mobilizando a 2 Por que a cidadania plena \u2013 isto \u00e9, sem restri\u00e7\u00f5es \u2013 s\u00f3 existe em sociedades democr\u00e1ticas? CECHEF2. 3 Voc\u00ea acha que a cidadania plena existe no Brasil tal como nos pa\u00edses desenvolvidos e democr\u00e1- 40 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2 ticos? Converse com os colegas. 2. Toda sociedade democr\u00e1tica desenvolveu e expandiu a cidadania por meio da a\u00e7\u00e3o das pessoas, que pressionaram seus governos para conquistar mais direitos. Esses direitos s\u00e3o constantemente alargados, ou seja, podemos, com o decorrer 3. Resposta pessoal. do tempo, aperfei\u00e7oar ou mesmo criar novos direitos, desde que eles beneficiem toda a sociedade ou a maioria dela. 40 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade Para aprofundar CARVALHO, Jos\u00e9 Murilo de. Cidadania no Brasil \u2013 O longo caminho. 3 ed. Rio de Janeiro: Civiliza\u00e7\u00e3o Brasileira, 2002. Nesse livro, o cientista pol\u00edtico e historiador brasileiro explica o desenvolvimento da democracia brasileira desde o per\u00edodo da indepen- d\u00eancia at\u00e9 o fim do s\u00e9culo XX. Ao longo do livro discute sobre os cidad\u00e3os e os direitos que possu\u00edam em cada per\u00edodo. Ao fim, faz um ba- lan\u00e7o trazendo \u00e0 tona a desigualdade social existente no pa\u00eds e os desafios da democracia e da cidadania que ainda devem ser enfrentados.","CONEX\u00cdES COM ARTE E L\u00cdNGUA PORTUGUESA Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 1 Observe, na tirinha abaixo, o di\u00e1logo entre as personagens Mafalda e sua amiga Suzanita. Atividade 1, item a: Se consi- derarmos a defini\u00e7\u00e3o do termo \u00a9 Joaqu\u00edn Salvador Lavado (Quino) preconceito indicada pelo dicio- Toda Mafalda\/Fotoarena\/Quino n\u00e1rio, percebe-se que a tirinha mostra a intoler\u00e2ncia e a hos- De acordo com um dicion\u00e1rio eletr\u00f4nico, o termo preconceito pode ser definido das seguintes formas: tilidade por parte da amiga de Mafalda em rela\u00e7\u00e3o aos pobres, 1. qualquer opini\u00e3o ou sentimento [...] concebido sem exame cr\u00edtico. sem que ela fa\u00e7a qualquer pon- 1.1. ideia, opini\u00e3o ou sentimento desfavor\u00e1vel formado [...] sem maior conhecimento, pondera\u00e7\u00e3o ou raz\u00e3o. dera\u00e7\u00e3o ou reflex\u00e3o a respeito, o que indica uma opini\u00e3o fruto 2. atitude, sentimento [...] de natureza hostil, assumido em consequ\u00eancia da generaliza\u00e7\u00e3o apressada de uma do preconceito. experi\u00eancia pessoal ou imposta pelo meio; intoler\u00e2ncia (por exemplo, contra um grupo religioso, nacional ou racial). Atividade 1, item b: Resposta pessoal. Espera-se que os alunos INSTITUTO ANTONIO HOUAISS (Org.). Grande Dicion\u00e1rio da l\u00edngua portuguesa (on-line). percebam que as opini\u00f5es das Dispon\u00edvel em: <https:\/\/houaiss.uol.com.br\/pub\/apps\/www\/v3-3\/html\/index.php#0>. personagens s\u00e3o divergentes. Acesso em: 10 set. 2018. Enquanto Mafalda se compadece da situa\u00e7\u00e3o de pessoas pobres, Agora, converse com os colegas: Suzanita ignora o contexto em a) Na opini\u00e3o de voc\u00eas, a tirinha apresenta alguma forma de preconceito? que est\u00e3o inseridas e a neces- sidade de garantir seus direitos b) Voc\u00eas acham que Mafalda concordou com a opini\u00e3o de Suzanita? Por qu\u00ea? b\u00e1sicos ao propor escond\u00ea-las. c) O modo de pensar de Suzanita estimula a desigualdade social? Por qu\u00ea? Atividade 1, item c: Resposta pessoal. \u00c9 desej\u00e1vel que os alu- d) Com base na tirinha e nos seus conhecimentos, relacionem medidas que poderiam ser tomadas para pro- nos considerem que, ao propor porcionar \u201cbem-estar\u201d (conforme mencionado por Mafalda) ao personagem do primeiro quadro. esconder os pobres, Suzanita su- gere que se evite falar e refletir 2 Em duplas, observem a charge e depois respondam \u00e0s quest\u00f5es. sobre as origens dos problemas sociais causados pela desigual- \u00a9 Armandinho\/Acervo do cartunista dade, o que poderia trazer a im- press\u00e3o de que esses problemas a) Qual \u00e9 o problema social que a tirinha enfatiza? Justifique sua resposta. n\u00e3o existem. Ao tratar a desigual- b) H\u00e1 rela\u00e7\u00e3o entre a cr\u00edtica da tirinha e o conte\u00fado do cap\u00edtulo? dade como inexistente, n\u00e3o se toma nenhuma medida efetiva Economia e disparidades socioterritoriais \u2022 CAP\u00cdTULO 2 41 para combat\u00ea-la. Atividade 2, item a: A tirinha enfatiza a desigualdade de renda, pois, Atividade 2, item b: Tal como foi demonstrado no cap\u00edtulo, a tirinha Atividade 1, item d: Com ba- conforme retratado usando as ma\u00e7\u00e3s como exemplo figurativo, em- tamb\u00e9m aponta para o fato de que o PIB e a renda per capita s\u00e3o \u00edndi- se na tirinha \u00e9 poss\u00edvel indicar bora haja um produto interno abundante, que quando dividido igual- ces que n\u00e3o traduzem a realidade vivida pela popula\u00e7\u00e3o de um pa\u00eds que casa, trabalho e prote\u00e7\u00e3o \u2013 mente \u00e9 mais do que o suficiente para todos, a renda distribu\u00edda se ou regi\u00e3o; essa realidade s\u00f3 \u00e9 compreens\u00edvel se levarmos em conta direitos civis b\u00e1sicos \u2013 s\u00e3o es- concentra em alguns poucos, ao passo que a maior parte das pessoas os \u00edndices de desigualdade social. senciais para o bem-estar das n\u00e3o disp\u00f5e de renda suficiente nem para a garantia do seu bem-estar. pessoas pobres. Por\u00e9m, \u00e9 de- sej\u00e1vel que os alunos percebam que esses elementos devem se estender ao acesso a servi\u00e7os de sa\u00fade e educa\u00e7\u00e3o de qualidade e \u00e0 possibilidade de acesso ao lazer e \u00e0 cultura, o que certamente au- mentaria sua qualidade de vida. Caso considere pertinente, aproveite a atividade para rela- cionar o preconceito em rela\u00e7\u00e3o aos pobres com o fato de a maior parte da popula\u00e7\u00e3o pobre, no Bra- sil, ser de origem negra e parda. Conduza essa reflex\u00e3o de modo que eles reflitam se as medidas a serem tomadas deveriam ser apenas relacionadas \u00e0 condi\u00e7\u00e3o social ou se deveriam considerar o elemento racial tamb\u00e9m. O in- tuito \u00e9 mostrar a complexidade dos problemas sociais que en- frentamos no Brasil atualmente, exercitando a CECH2. 41MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas ATIVIDADES em 54o lugar (IDH 0,795); e a Venezuela, em 71o lugar (IDH 0,767). + A\u00e7\u00e3o No Mercosul, o \u00fanico abaixo do Brasil no ranking \u00e9 o Atividade 1: Atividade de pes- Paraguai, no 110o lugar (IDH 0,693). quisa. Oriente os alunos a pes- quisar em revistas e jornais o + A\u00e7\u00e3o Desigualdade que foi solicitado, pois a ideia \u00e9 que eles levem os recortes para 1 Como voc\u00ea viu neste cap\u00edtulo, bens s\u00e3o produtos ma- Ao elaborar o Relat\u00f3rio de Desenvolvimento Humano, a sala de aula. teriais, como autom\u00f3veis, casas, rodovias, etc. Servi\u00e7os o Programa das Na\u00e7\u00f5es Unidas para o Desenvolvimento s\u00e3o atividades remuneradas exercidas por profissionais, tamb\u00e9m divulga o \u201cIDH ajustado \u00e0 desigualdade\u201d. [...] No dia em que os alunos trou- como m\u00e9dicos, professores, advogados, contadores, xerem os recortes, se considerar comerciantes, corretores, banc\u00e1rios, agentes de turis- No caso do Brasil, o Pnud afirma que, se for levado em vi\u00e1vel, divida a turma em peque- mo, etc. conta o \u201cIDH ajustado \u00e0 desigualdade\u201d, o \u00edndice de de- nos grupos e ajude-os a organi- Pesquise em jornais, revistas e na internet informa\u00e7\u00f5es senvolvimento humano do pa\u00eds cairia de 0,754 para 0,561 zar o material pesquisado. Na sobre bens e servi\u00e7os produzidos ou existentes no es- e o Brasil cairia 19 posi\u00e7\u00f5es no ranking mundial. sequ\u00eancia, oriente-os a confec- tado onde voc\u00ea mora. Depois, responda \u00e0s quest\u00f5es cionar cartazes e criar t\u00edtulos abaixo. Entre os 20 primeiros pa\u00edses do ranking, classificados para eles de acordo com o bem entre as na\u00e7\u00f5es com desenvolvimento humano \u201cmuito produzido ou o servi\u00e7o represen- a) Que atividades econ\u00f4micas mais se destacam no alto\u201d, somente Pa\u00edses Baixos, Isl\u00e2ndia, Su\u00e9cia e Luxem- tado no cartaz. Com base no ma- estado onde voc\u00ea mora? burgo ganhariam posi\u00e7\u00f5es, se levada em conta a desi- terial coletado por cada um dos gualdade social. Estados Unidos, Dinamarca e Israel, por alunos, as quest\u00f5es dever\u00e3o ser b) As ind\u00fastrias est\u00e3o presentes nas paisagens do exemplo, cairiam. respondidas individualmente. estado? Que tipos? Escolaridade e expectativa de vida Esse exerc\u00edcio contempla c) Quais s\u00e3o os tipos de estabelecimento comercial a CGEB1, na medida em que que existem no estado onde voc\u00ea mora? Um dos itens que comp\u00f5em o IDH \u00e9 a expectativa de colabora para que os alunos anos de estudo dos cidad\u00e3os. De 2010 a 2013, esse n\u00fame- exercitem a busca e curadoria d) Que profissionais prestam servi\u00e7os \u00e0 popula\u00e7\u00e3o ro subiu de 14 anos para 15,2 anos, mas, desde ent\u00e3o, n\u00e3o de fontes. Mobiliza tamb\u00e9m a do seu estado? aumentou, se mantendo o mesmo em 2014 e em 2015. CGEB4, na medida em que fami- liariza os alunos com diferentes 2 Leia o texto abaixo e responda \u00e0s quest\u00f5es. A m\u00e9dia de anos de estudo, por outro lado, manteve linguagens utilizadas na comu- neste ano [2015] a trajet\u00f3ria de crescimento que vem sen- nica\u00e7\u00e3o e exercita a transmis- Em 79\u00ba lugar, Brasil estaciona no ranking de do registrada desde 2010. Naquele ano, eram 6,9 anos. O s\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es por essas desenvolvimento humano da ONU n\u00famero, ent\u00e3o, subiu para 7,2 anos em 2012 e para 7,7 anos linguagens. em 2014, por exemplo, chegando a 7,8 anos em 2015. A O Programa das Na\u00e7\u00f5es Unidas para o Desenvolvi- m\u00e9dia brasileira, por\u00e9m, est\u00e1 abaixo das registradas no Atividade 2, item a: Os pa\u00edses mento (Pnud) divulgou [...] o Relat\u00f3rio de Desenvolvimen- Mercosul [...]. que comp\u00f5em o Mercosul s\u00e3o: to Humano (RDH), e o Brasil se manteve no 79o lugar no Brasil, Paraguai, Uruguai, Vene- ranking que abrange 188 pa\u00edses, do mais ao menos de- Fonte: MATOSO, Felipe. Em 79\u00ba lugar, Brasil estaciona no ranking zuela e Argentina. senvolvido. O relat\u00f3rio foi elaborado em 2016 e tem como de desenvolvimento humano da ONU. Bras\u00edlia: G1 \u2013 Mundo. base os dados de 2015. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/g1.globo.com\/mundo\/noticia\/ Atividade 2, item b: De acor- do com a classifica\u00e7\u00e3o do IDH, O IDH \u00e9 um \u00edndice medido anualmente pela ONU e em-79-lugar-brasil-estaciona-no-ranking-de-desenvolvimento- o Brasil \u00e9 considerado um pa\u00eds utiliza indicadores de renda, sa\u00fade e educa\u00e7\u00e3o [...]. humano-da-onu.ghtml>. Acesso em: 8 jun. 2018. emergente. O ranking mundial de desenvolvimento humano dos a) Pesquise, em jornais, revistas e na internet, quais Atividade 2, item c: \u00c9 poss\u00edvel pa\u00edses apresenta o \u00edndice de cada na\u00e7\u00e3o, que varia de 0 a s\u00e3o os pa\u00edses que comp\u00f5em o Mercosul. perceber que o Brasil \u00e9 um pa\u00eds 1 \u2013 quanto mais pr\u00f3ximo de um, mais desenvolvido \u00e9 o que apresenta desigualdade so- pa\u00eds. No RDH divulgado nesta ter\u00e7a, o Brasil registrou b) O IDH do Brasil em 2015 era de 0,754. Ele \u00e9 consi- cial expressiva. IDH de 0,754, mesmo \u00edndice que havia sido registrado em derado um IDH de pa\u00eds desenvolvido, subdesenvol- 2014. [...] vido ou emergente (em desenvolvimento)? Atividade 2, item d: Espera-se que o aluno perceba atrav\u00e9s da Na Am\u00e9rica do Sul, alguns pa\u00edses vizinhos ao Brasil c) O IDH brasileiro, conforme o texto afirma, foi de leitura do texto que o Brasil n\u00e3o apresentaram \u00edndices de desenvolvimento humano me- 0,754 em 2015, enquanto o \u201cIDH ajustado \u00e0 desi- \u00e9 o \u00fanico pa\u00eds que possui desi- lhores. gualdade\u201d mostra um \u00edndice bem menor ao se re- gualdade social, pois at\u00e9 mesmo ferir ao pa\u00eds. Com base nisso, o que \u00e9 poss\u00edvel per- pa\u00edses desenvolvidos enfrentam O Chile, por exemplo, ficou em 38o lugar, com IDH ceber no nosso pa\u00eds? esse problema social. 0,847; a Argentina, em 45o lugar (IDH 0,827); o Uruguai, d) A desigualdade social \u00e9 uma exclusividade do Brasil? Essa atividade \u00e9 relevante ao Justifique sua resposta utilizando algum argumento final do cap\u00edtulo para verificar se do texto. os alunos demonstram familia- ridade com o conceito e an\u00e1lise 42 ATIVIDADES do IDH. Caso ainda tenham difi- culdade, o conte\u00fado do cap\u00edtulo relativo aos \u00edndices socioecon\u00f4- micos pode ser retomado. 42 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2","Lendo a imagem Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 1 Pa\u00edses do mundo inteiro enfrentam problemas na \u00e1rea de educa\u00e7\u00e3o, sa\u00fade, moradia, saneamento b\u00e1sico e distri- Lendo a imagem bui\u00e7\u00e3o de renda. Para lidar com essas quest\u00f5es, foi promovida, pela Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas (ONU), a C\u00fapula do Mil\u00eanio em setembro de 2000. L\u00edderes das grandes pot\u00eancias e representantes de 189 pa\u00edses participaram. O Brasil Atividade 1, item a: Os alunos tamb\u00e9m participou. Nessa c\u00fapula, foram criados os Objetivos de Desenvolvimento do Mil\u00eanio, que deveriam ser alcan- devem compreender que os ob- \u00e7ados em 2015. Houve melhorias na maioria dos pa\u00edses, por\u00e9m, como os objetivos n\u00e3o foram totalmente alcan\u00e7ados, jetivos servem para nortear os novas metas foram estabelecidas at\u00e9 2030. Em duplas, observem a imagem a seguir e depois fa\u00e7am o que se pede. grandes l\u00edderes e os governos dos pa\u00edses envolvidos na c\u00fapu- Reprodu\u00e7\u00e3o\/ONU la em dire\u00e7\u00e3o a essas metas, que visam melhorar a qualida- a) Qual \u00e9 a import\u00e2ncia de a ONU estabelecer objetivos e metas de desenvolvimento a serem alcan\u00e7ados em todo o mundo? Hans Von Manteuffel\/Op\u00e7\u00e3o Brasil Imagens de de vida para o mundo todo. b) Expliquem, com suas palavras, pelo menos tr\u00eas das 17 metas para o desenvolvimento sustent\u00e1vel at\u00e9 2030. Da mesma forma que os Direi- c) Imaginem que voc\u00eas tenham que elaborar mais um objetivo a ser alcan\u00e7ado pelos pa\u00edses. Qual seria esse objetivo? tos Humanos, os objetivos de desenvolvimento sustent\u00e1vel 2 Em duplas, observem a imagem abaixo. s\u00e3o universais, devendo ser ob- servados por qualquer governo, a) Ela representa igualdade ou em qualquer contexto. \u00c9 impor- desigualdade social? Que tante que princ\u00edpios sustent\u00e1veis elementos da imagem jus- sejam definidos e publicamente tificam a sua resposta? explicitados para que se tornem cada vez mais presentes nas b) No munic\u00edpio em que voc\u00ea pol\u00edticas sociais internacionais. mora, h\u00e1 paisagens seme- lhantes a essa? Por que Se julgar oportuno, \u00e9 poss\u00edvel voc\u00ea acha que isso ocorre? estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o entre o que foi discutido na Atividade 1 Vista do bairro da Torre, no da p\u00e1gina 41, sobre a tirinha da munic\u00edpio de Recife (PE), em 2016. Mafalda, e este questionamento. Explique que, no decorrer da his- ATIVIDADES 43 t\u00f3ria, a atitude de muitos gover- nos autorit\u00e1rios, semelhante ao que \u00e9 proposto pela personagem Suzanita, foi a de esconder os da- dos sobre pobreza, desigualdade e outras mazelas econ\u00f4micas e ambientais, dando \u00e0 popula\u00e7\u00e3o a impress\u00e3o de que n\u00e3o havia problemas a serem resolvidos ou direitos a serem ampliados. A cria\u00e7\u00e3o de objetivos e direitos co- muns internacionalmente \u00e9 uma forma de reconhecer a extens\u00e3o e a profundidade dos problemas sociais a serem enfrentados e coloc\u00e1-los no foco do debate p\u00fa- blico, na busca por solu\u00e7\u00f5es cria- tivas e democr\u00e1ticas. Atividade 1, item b: Resposta pessoal. \u00c9 poss\u00edvel apresentar aos alunos o site das Na\u00e7\u00f5es Unidas no Brasil, que cont\u00e9m a agenda 2030. Nele h\u00e1 p\u00e1ginas de cada um dos objetivos globais, que apresentam v\u00eddeos e infor- ma\u00e7\u00f5es detalhadas (Dispon\u00edvel em: <https:\/\/nacoesunidas.org\/ pos2015\/agenda2030\/>. Aces- so em: 19 out. 2018.). Os alunos podem acessar esse conte\u00fado para, posteriormente, explicar tr\u00eas das metas. Atividade 1, item c: Atividade livre. Ao final, pe\u00e7a aos alunos que h\u00e1 edif\u00edcios de boa qualidade, moradias seguras e bem-acabadas, compartilhem o material entre si. Avalie se propuseram objetivos que, em primeiro plano se veem moradias prec\u00e1rias, que n\u00e3o oferecem assim como as metas da c\u00fapula da ONU, tenham alcance p\u00fablico e condi\u00e7\u00f5es adequadas de habita\u00e7\u00e3o, possivelmente em \u00e1reas sem universal. Aproveite para discutir a distin\u00e7\u00e3o entre quest\u00f5es de in- saneamento b\u00e1sico. teresse p\u00fablico e quest\u00f5es de interesse privado, diferenciando, por exemplo, desejos e opini\u00f5es pessoais de direitos sociais. A atividade Atividade 2, item b: Resposta pessoal. \u00c9 importante que os alunos mobiliza a CECHEF6 e a CEGEF6. compreendam que isso ocorre por falta de garantia do direito \u00e0 mo- radia para a popula\u00e7\u00e3o carente. A ocupa\u00e7\u00e3o de \u00e1reas inadequadas, Atividade 2, item a: A imagem representa desigualdade social. muitas vezes ilegais, apresenta-se como \u00fanica alternativa, quando Espera-se que os alunos percebam a discrep\u00e2ncia na qualidade a distribui\u00e7\u00e3o de renda n\u00e3o \u00e9 equilibrada a ponto de garantir mora- das moradias vistas na imagem. Enquanto, em segundo plano, dia digna a todos. 43MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 2","Habilidades CAP\u00cdTULO Popula\u00e7\u00e3o brasileira trabalhadas neste cap\u00edtulo 3 1. Espera-se que o aluno saiba que um recenseamento, ou censo demogr\u00e1fico, Popula\u00e7\u2039o brasileira (1890-2020) \u00e9 uma contagem da popula\u00e7\u00e3o, feita por recenseadores que visitam cada EF07GE02 EF07GE05 domic\u00edlio do pa\u00eds. EF07GE03 EF07GE09 David Martins\/Arquivo da editora EF07GE04 EF07GE10 212 077 375 190 755 799 Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 169 799 170 Para come\u00e7ar 146 825 475 Introduza o tema do cap\u00edtu- 119 002 706 lo e verifique o conhecimento pr\u00e9vio dos alunos por meio das 93 139 037 atividades. 70 070 457 Atividade 1: Resposta pessoal. 51 941 767 Essa atividade possibilita discutir 41 165 289 com os alunos sobre a import\u00e2n- cia de uma fonte de informa\u00e7\u00e3o 14 333 915 17 438 434 30 635 605 oficial, ou seja, organizada pelo Estado com o objetivo de obter 1890 1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 2020* dados sobre a vida da popula\u00e7\u00e3o nas localidades (rurais ou urba- *Proje\u00e7\u00e3o referente a 1o de julho de 2020. nas) de todos os munic\u00edpios do pa\u00eds. Com essas informa\u00e7\u00f5es, Fontes: elaborado com base em IBGE. SinfipsefidfifiCensfifiDemfigr\u00e1ffiifififififififi. Dispon\u00edvel em: Para come\u00e7ar os n\u00edveis de governo (municipal, <https:\/\/biblioteca.ibge.gov.br\/visualizacao\/livros\/liv49230.pdf>; IBGE. Prfije\u00e7\u00e3fifidafipfipula\u00e7\u00e3fifidfifi estadual ou distrital e federal) podem tomar decis\u00f5es sobre os BrasilfiefidasfiunidadesfidafiFedera\u00e7\u00e3fi. Dispon\u00edvel em: <www.ibge.gov.br\/estatisticas-novoportal\/ 1. Voc\u00ea sabe o que \u00e9 um recenseamento investimentos mais adequados ou censo demogr\u00e1fico? para determinadas \u00e1reas. sociais\/populacao\/9109-projecao-da-populacao.html?=&t=resultados>. Acesso em: 26 jun. 2018. 2. O recenseamento \u00e9 uma contagem da popula\u00e7\u00e3o de uma 2.Qual \u00e9 a diferen\u00e7a entre um Atividade 2: Explique que as determinada \u00e1rea, geralmente um pa\u00eds, enquanto a estimativa \u00e9 recenseamento e uma estimativa? proje\u00e7\u00f5es de dados, tal como o uma avalia\u00e7\u00e3o, um c\u00e1lculo aproximado com base em amostras. n\u00famero apresentado no gr\u00e1fico para 2020, s\u00e3o estimativas, e Neste cap\u00edtulo vamos estudar a popula\u00e7\u00e3o do Brasil, observar a que n\u00e3o se trata de um palpite ou tentativa de adivinha\u00e7\u00e3o e sim sua distribui\u00e7\u00e3o pelo territ\u00f3rio e como ela vem crescendo nas \u00faltimas 3.Observe o gr\u00e1fico e responda: o ritmo um c\u00e1lculo baseado em crit\u00e9rios estat\u00edsticos. Por exemplo: saben- d\u00e9cadas. Vamos entender como a popula\u00e7\u00e3o se ocupa e trabalha, e de crescimento populacional do Brasil do-se que a taxa de crescimento anual da popula\u00e7\u00e3o de um pa\u00eds \u00e9 conhecer as principais etnias que formam nossa gente. Al\u00e9m disso, vem crescendo, diminuindo ou \u00e9 X (no caso do Brasil, 0,77 % entre veremos a composi\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o nacional por sexo e por idade. est\u00e1vel? 2016 e 2017), podemos calcular qual ser\u00e1, aproximadamente, a 3. O ritmo de crescimento do Brasil tem diminu\u00eddo, pois no per\u00edodo de 1991 a 2000 (em 9 anos) o aumento populacional foi de popula\u00e7\u00e3o desse mesmo pa\u00eds em 5, 10 ou 30 anos, embora a 22,9\u00edmilh\u00f5es de pessoas, ao passo que de 2000 at\u00e9 2010 (em dez anos) o aumento do efetivo demogr\u00e1fico foi de apenas 21\u00edmilh\u00f5es. estimativa esteja sujeita a revi- s\u00f5es, de acordo com eventuais 44 UNIDADE 1 \u2022 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade mudan\u00e7as nessa taxa. Atividade 3: Ao observarem o gr\u00e1fico, espera-se que os alunos percebam que, apesar de a popu- la\u00e7\u00e3o brasileira seguir crescendo, o seu ritmo de crescimento \u00e9 rela- tivamente est\u00e1vel, apresentando, inclusive, uma leve diminui\u00e7\u00e3o. A atividade com gr\u00e1ficos mobiliza a habilidade EF07GE10. Espera-se que os alunos com- preendam que gr\u00e1ficos expres- sam informa\u00e7\u00f5es estat\u00edsticas em formatos visuais diversos, com o objetivo de facilitar o entendi- mento delas. Essa percep\u00e7\u00e3o \u00e9 importante para o desenvolvi- mento da CECHEF7. 44 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","1 Crescimento demogr\u00e1fico Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas O censo ou recenseamento demogr\u00e1fico \u00e9 uma pesquisa realizada em todos os Oriente os alunos a ler o texto domic\u00edlios de um pa\u00eds para colher informa\u00e7\u00f5es sobre a sua popula\u00e7\u00e3o. No Brasil, ele e observar o quadro com aten- \u00e9 realizado a cada dez anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE). \u00e7\u00e3o. Verifique se compreendem o Esse instituto recolhe dados demogr\u00e1ficos, econ\u00f4micos, sociais, \u00e9tnico-culturais, conceito de crescimento natural entre outros. e se identificam a diminui\u00e7\u00e3o do ritmo de crescimento da popula- \u00c9 poss\u00edvel calcular o aumento ou a diminui\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o de um pa\u00eds por meio \u00e7\u00e3o nos \u00faltimos anos. de dois processos: pela diferen\u00e7a entre o n\u00famero de pessoas que entraram no pa\u00eds (imigrantes) e o n\u00famero das que sa\u00edram (emigrantes), e pelo chamado crescimento Se julgar necess\u00e1rio, explique natural ou vegetativo, que \u00e9 a diferen\u00e7a entre os nascimentos e os \u00f3bitos. Quando se que o ritmo de crescimento \u00e9 de- observa um crescimento natural negativo em um pa\u00eds, \u00e9 um ind\u00edcio de que h\u00e1 mais finido com base na taxa de cres- \u00f3bitos do que nascimentos para cada grupo de mil pessoas desse local, ao passo que cimento e n\u00e3o necessariamente o crescimento vegetativo positivo mostra uma maior taxa de nascimentos se compa- no aumento populacional. Por rada ao n\u00famero de \u00f3bitos por mil pessoas. exemplo, entre 1950 e 1960, a popula\u00e7\u00e3o aumentou em mais No caso do Brasil, apenas o crescimento vegetativo \u00e9 relevante na atualidade, pois de 18 milh\u00f5es, e a taxa de m\u00e9- a imigra\u00e7\u00e3o s\u00f3 teve influ\u00eancia significativa no crescimento da popula\u00e7\u00e3o brasileira dia foi de 2,99%. J\u00e1 entre 1960 e entre o fim do s\u00e9culo XIX e 1934. 1970, houve um aumento da po- pula\u00e7\u00e3o de mais de 23 milh\u00f5es No per\u00edodo compreendido entre os dois \u00faltimos recenseamentos realizados no de pessoas, por\u00e9m a taxa foi de Brasil (2000 a 2010), o n\u00famero de habitantes do pa\u00eds cresceu 1,17%. Em 2017, 2,89%. A popula\u00e7\u00e3o absoluta au- observou-se que o n\u00famero de habitantes do pa\u00eds cresceu cerca de 0,77% em rela\u00e7\u00e3o mentou, por\u00e9m, o ritmo do cres- a 2016. cimento diminuiu. A popula\u00e7\u00e3o total do Brasil passou de pouco mais de 169 milh\u00f5es em 2000 para Converse com os alunos so- mais de 190 milh\u00f5es em 2010. Estimativas do IBGE apontam para a possibilidade de se bre a evolu\u00e7\u00e3o dos m\u00e9todos uti- chegar a 212,6 milh\u00f5es de pessoas vivendo em territ\u00f3rio brasileiro em dezembro de 2020. lizados no censo demogr\u00e1fico ao Embora os n\u00fameros sejam altos, o ritmo do crescimento demogr\u00e1fico do Brasil \u2013 como longo do tempo. Comente que em ocorre praticamente em todo o mundo \u2013 vem diminuindo com o tempo. Era de 1,93% ao 2010, em casos de impossibili- ano no per\u00edodo de 1980-1991, caindo para 1,64% no per\u00edodo de 1991 e 2000, e para dade de entrevista presencial, 1,17% no per\u00edodo 2000-2010. J\u00e1 em 2011, essa taxa foi inferior a 1%. Ou seja, o pa\u00eds os dados foram coletados pela passou \u2013 e provavelmente continuar\u00e1 a passar \u2013 por uma sens\u00edvel diminui\u00e7\u00e3o das taxas internet, e que esse recurso foi de crescimento demogr\u00e1fico, como podemos ver no quadro abaixo. utilizado na fase de teste para o censo de 2020. Este trar\u00e1 como diferencial, em rela\u00e7\u00e3o aos cen- sos anteriores, dados espec\u00edficos das comunidades quilombolas. O texto a seguir apresenta informa\u00e7\u00f5es hist\u00f3ricas sobre o censo demogr\u00e1fico no Brasil. Evolu\u00e7\u2039o demogr\u00e1fica do Brasil (1950-2020) Ano Popula\u00e7\u00e3o Taxas m\u00e9dias anuais 2,39% (1940-1950) 1950 51 944 397 2,99% (1950-1960) 2,89% (1960-1970) 1960 70 070 457 2,48% (1970-1980) 1,93% (1980-1991) 1970 93 139 037 1,64% (1991-2000) 1,17% (2000-2010) 1980 119 002 706 0,67% (2010-2020) Fontes: IBGE. Sinopse do Censo Demogr\u00e1fico 2010. Dispon\u00edvel em: 1991 146 825 475 <https:\/\/biblioteca.ibge.gov.br\/ visualizacao\/livros\/liv49230.pdf>; 2000 169 799 170 IBGE. Proje\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o do Brasil e das unidades da Federa\u00e7\u00e3o. 2010 190 755 799 Dispon\u00edvel em: <www.ibge.gov. br\/estatisticas-novoportal\/sociais\/ 2020* 212 077 375 populacao\/9109-projecao-da- populacao.html?=&t=resultados>. Acesso em: 26 jun. 2018. * Proje\u00e7\u00e3o para o ano de 2020 fornecida pelo IBGE. Popula\u00e7\u00e3o brasileira \u2022 CAP\u00cdTULO 3 45 Texto complementar [\u2026] O primeiro recenseamento da popula\u00e7\u00e3o do Brasil foi efetuado em 1808, visando permitiu o acompanhamento da coleta; passando pela captura dos dados; chegando atender especificamente a interesses militares, de recrutamento para as For\u00e7as Armadas \u00e0 automa\u00e7\u00e3o dos processos de codifica\u00e7\u00e3o, cr\u00edtica e tabula\u00e7\u00e3o dos dados; e utilizando, [...] Para efeito de registro hist\u00f3rico, em virtude de sua maior complexidade e, sobretudo, de forma intensiva, as tecnologias digitais, de modo a levar a cada segmento de usu\u00e1- do controle a que foi submetida toda a opera\u00e7\u00e3o, o recenseamento realizado em 1872, rios as m\u00eddias mais apropriadas. [...] O Censo Demogr\u00e1fico 2010, realizado em 1o de denominado Censo Geral do Imp\u00e9rio, \u00e9 considerado o primeiro efetuado no Pa\u00eds [\u2026] agosto, trouxe importantes transforma\u00e7\u00f5es nos m\u00e9todos de trabalho [...]. O Censo Demogr\u00e1fico 2000, no qual foi retomada a realiza\u00e7\u00e3o da opera\u00e7\u00e3o em anos IBGE. Censo Demogr\u00e1fico \u2013 O que \u00e9. Dispon\u00edvel em: <www.ibge.gov.br\/estatisticas- terminados em zero, [\u2026] representou um salto qualitativo em m\u00faltiplos aspectos, novoportal\/sociais\/saude\/9662-censo-demografico-2010.html?=&t=o-que-e>. sobretudo no que diz respeito \u00e0 inova\u00e7\u00e3o tecnol\u00f3gica \u2013 come\u00e7ando pelo sistema que Acesso em: 5 set. 2018. 45MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas A distribui\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o Brasil: densidade demogr\u00e1fica (2010) pelo territ\u00f3rio se d\u00e1 de forma Oriente os alunos a ler o texto bastante irregular. Isso significa 55\u00ba O Portal de Mapas\/Arquivo da editora e a observar o mapa e a tabela. que a densidade demogr\u00e1fica \u00e9 Certifique-se de que compreen- vari\u00e1vel de acordo com a regi\u00e3o. # deram os conceitos de densidade H\u00e1 \u00e1reas no pa\u00eds (como na Ama- demogr\u00e1fica, taxa de natalidade z\u00f4nia) com menos de um habi- Boa Vista AP Equador e taxa de mortalidade. tante por quil\u00f4metro quadrado RR Macap\u00e1 e outras (grandes cidades como Ao observarem o mapa, per- S\u00e3o Paulo) com mais de mil ha- 0\u00ba Bel\u00e9m S\u00e3o Lu\u00eds gunte a eles quais s\u00e3o os es- bitantes por quil\u00f4metro quadra- tados com maior e com menor do. Veja o mapa ao lado. Manaus Fortaleza densidade demogr\u00e1fica. Pe\u00e7a, AM por exemplo, que identifiquem O quadro a seguir apresen- PA MA TeresinaCE RN Natal o estado onde vivem no mapa. ta as taxas de natalidade e mor- MT Como \u00e9 a densidade demogr\u00e1- talidade no Brasil desde a d\u00e9ca- Palmas PI PB Jo\u00e3o fica desse estado? da de 1940. Note que os n\u00fame- TO Pessoa ros se referem a quantos nasci- PE Recife Ao lerem a tabela, pe\u00e7a que mentos ou mortes ocorrem para AC Porto fa\u00e7am uma an\u00e1lise do padr\u00e3o cada grupo de mil habitantes Rio Branco Velho AL das taxas. A taxa de natalidade (por mil = \u2030). SE Macei\u00f3 aumentou ou diminuiu no de- RO correr das d\u00e9cadas? E a taxa de Densidade demogr\u00e1fica: \u00edndice que Aracaju mortalidade? Qual \u00e9 o efeito que expressa a quantidade de indiv\u00edduos BA essas varia\u00e7\u00f5es causaram no de uma popula\u00e7\u00e3o por unidade de crescimento natural? \u00e1rea, ou seja, o n\u00famero de habitantes Salvador por quil\u00f4metro quadrado (hab.\/km2). Observe se os alunos esponta- Um mapa de densidade demogr\u00e1fica Cuiab\u00e1 Bras\u00edlia DF neamente utilizam seus conhe- mostra como se distribui a popula\u00e7\u00e3o cimentos pr\u00e9vios para realizar as num determinado espa\u00e7o. # an\u00e1lises. Ao tratar de dados da popula\u00e7\u00e3o brasileira, a habilida- GO Goi\u00e2nia MG OCEANO de EF07GE04 \u00e9 contemplada. A Belo ATL\u00c2NTICO leitura e an\u00e1lise de mapas mo- biliza a habilidade EF07GE09. Horizonte MS ES OCEANO Campo SP Vit\u00f3ria PAC\u00cdFICO Grande RJ Rio de Janeiro Habitantes por km2 PR S\u00e3o Paulo Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio SC Curitiba N 1 10 Florian\u00f3polis 25 100 RS OL Porto Alegre Capital de pa\u00eds Capital de estado S 0 420 840 km Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geogr\u00e1fico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 114. A popula\u00e7\u00e3o brasileira, em geral, se concentra numa faixa litor\u00e2nea desde o norte do pa\u00eds (Bel\u00e9m) at\u00e9 o sul (Porto Alegre), havendo poucas \u00e1reas interioranas bastante povoadas \u2013 apenas algumas faixas ao redor de Manaus, Bras\u00edlia e Goi\u00e2nia, Belo Horizonte, sudeste de Minas e interior de S\u00e3o Paulo e dos tr\u00eas estados sulinos. Crescimento vegetativo no Brasil (1940-2010) Ano Taxa de natalidade Taxa de mortalidade Crescimento natural (por mil \u2013 \u2030) (por mil \u2013 \u2030) (por cem \u2013 %) 1945 44,40 20,90 2,35 1955 43,20 14,20 2,90 1965 38,70 9,80 2,89 1975 34,20 9,30 2,49 1985 28,99 7,68 2,13 1995 21,93 6,55 1,53 2005 18,15 6,20 1,19 2015 14,16 6,08 0,80 Fontes: elaborado com base em IBGE. Censos Demogr\u00e1ficos e Proje\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o do Brasil por sexo e idade para o per\u00edodo 1980-2050 \u2013 Revis\u00e3o 2008; IBGE. Proje\u00e7\u00e3o da Popula\u00e7\u00e3o do Brasil, 2013. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/ seriesestatisticas.ibge.gov.br\/series.aspx?vcodigo=CD109>; <https:\/\/brasilemsintese.ibge.gov.br\/populacao\/taxas- brutas-de-natalidade.html>; <https:\/\/brasilemsintese.ibge.gov.br\/populacao\/taxas-brutas-de-mortalidade.html>. Acesso em: 4 jul. 2018. 46 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade Texto complementar ONU diz que popula\u00e7\u00e3o mundial chegar\u00e1 a 8,6 bilh\u00f5es de pessoas em Mais da metade do crescimento populacional entre hoje e 2050 se concentrar\u00e1 em 2030 nove pa\u00edses: \u00cdndia, Nig\u00e9ria, Rep\u00fablica Democr\u00e1tica do Congo, Paquist\u00e3o, Eti\u00f3pia, Tanz\u00e2nia, Estados Unidos, Uganda e Indon\u00e9sia. Novas proje\u00e7\u00f5es demogr\u00e1ficas da ONU [...] mostram que a popula\u00e7\u00e3o mundial chegar\u00e1 a 8,6 bilh\u00f5es at\u00e9 2030, um aumento de 1 bilh\u00e3o de pessoas em 13 anos. [\u2026] Entre os dez pa\u00edses mais populosos do mundo, a Nig\u00e9ria \u00e9 onde a popula\u00e7\u00e3o cresce a um ritmo mais forte. [...]. As Na\u00e7\u00f5es Unidas esperam que a popula\u00e7\u00e3o mundial aumente at\u00e9 aproximadamen- te 9,8 bilh\u00f5es pessoas em 2050 e que, para 2100, o mundo tenha quase 11,2 bilh\u00f5es [\u2026] O relat\u00f3rio da ONU revela que, no Brasil, o crescimento demogr\u00e1fico ser\u00e1 mais de habitantes. [...]. lento devido \u00e0s taxas de fertilidade, que baixaram em quase todas as regi\u00f5es do mundo. 46 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Transi\u00e7\u00e3o demogr\u00e1fica Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Como \u00e9 poss\u00edvel observar no quadro da p\u00e1gina anterior, as taxas de morta- Oriente os alunos a ler o texto. lidade v\u00eam diminuindo no Brasil desde os anos 1940. Esse decr\u00e9scimo foi anterior \u00c9 necess\u00e1rio que tenham com- \u00e0 redu\u00e7\u00e3o das taxas de natalidade, o que \u00e9 comum no mundo todo. Em geral, preendido o conceito de transi- costuma ocorrer primeiro uma queda na mortalidade e somente ap\u00f3s uma ou \u00e7\u00e3o demogr\u00e1fica. duas d\u00e9cadas \u00e9 que se verifica uma queda semelhante na natalidade. A esse pe- r\u00edodo damos o nome de transi\u00e7\u00e3o demogr\u00e1fica, no qual o crescimento da popu- Em seguida, incentive os alu- la\u00e7\u00e3o se acentua muito. nos a pesquisarem qual \u00e9 a taxa de fecundidade atual do Brasil e, Nos pa\u00edses desenvolvidos, a transi\u00e7\u00e3o demogr\u00e1fica (veja o boxe abaixo) ocorreu a partir desse dado, questione-os durante o s\u00e9culo XIX e in\u00edcio do XX. Atualmente, esses pa\u00edses possuem taxas de sobre a fase em que se encontra natalidade e de mortalidade baixas, com um crescimento vegetativo pequeno. \u00c0s o Brasil no modelo de transi\u00e7\u00e3o vezes, chegam a apresentar at\u00e9 mesmo taxas negativas de crescimento. demogr\u00e1fica. \u00c9 esperado que eles indiquem que o Brasil est\u00e1 Os pa\u00edses subdesenvolvidos e os emergentes encontram-se em duas fases ou na 4a fase e caminhando para a est\u00e1gios. Alguns \u2013 como Argentina, Coreia do Sul, Uruguai e Brasil \u2013 j\u00e1 estabilizaram 5a fase do modelo de transi\u00e7\u00e3o seu crescimento demogr\u00e1fico em baixas taxas. Outros, como parte das na\u00e7\u00f5es afri- demogr\u00e1fica. canas e asi\u00e1ticas \u2013 Lib\u00e9ria, Burundi, Som\u00e1lia, Uganda, Paquist\u00e3o, Afeganist\u00e3o \u2013, apresentam mortalidade em decl\u00ednio e continuam com altas taxas de natalidade (s\u00e3o De acordo com as proje\u00e7\u00f5es atualmente os pa\u00edses com o maior crescimento populacional no mundo). do IBGE, as taxas de fecundidade para 2018 e 2020 seriam, res- pectivamente de 1,77 e 1,76 fi- lhos por mulher (Dispon\u00edvel em: <www.ibge.gov.br\/apps\/popula- cao\/projecao>. Acesso em: 15 out. 2018). Para saber mais A evolu\u00e7\u00e3o demogr\u00e1fica Como se observa no gr\u00e1fico ao la- Modelo de transi\u00e7\u2039o demogr\u00e1fica do, geralmente, os pa\u00edses passam por Luiz Fernando Rubio\/Arquivo da editora etapas da evolu\u00e7\u00e3o demogr\u00e1fica em Fase Fase de transi\u00e7\u00e3o Fase Fase sua popula\u00e7\u00e3o. Existem cinco fases Pr\u00e9-industrial moderna atual de crescimento populacional: a pri- Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 meira fase, que dura s\u00e9culos, ocorre quando ambas as taxas (natalidade e mortalidade) s\u00e3o elevadas, resul- tando num crescimento demogr\u00e1fico pequeno. Na segunda fase, que se inicia com a industrializa\u00e7\u00e3o e a urba- Decr\u00e9scimo niza\u00e7\u00e3o do local, h\u00e1 uma grande que- da popula\u00e7\u00e3o da na mortalidade que n\u00e3o \u00e9 acom- Crescimento vegetativo Taxa de natalidade Taxa de mortalidade panhada pelo decl\u00ednio da natalidade; Fonte: elaborado com base em ORT Campus virtual. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/campus. o resultado \u00e9 uma acelera\u00e7\u00e3o do belgrano.ort.edu.ar\/cienciassociales\/articulo\/204483\/modelo-de-transicion-demografica>. crescimento populacional, conhecido Acesso em: 13 jun. 2018. como explos\u00e3o demogr\u00e1fica. A terceira fase ocorre quando a taxa de natalidade come\u00e7a a cair, havendo ainda um crescimento demogr\u00e1fico elevado (embora menor que na fase anterior). A quarta fase \u00e9 aquela na qual come\u00e7a a haver uma conflu\u00eancia entre ambas as taxas (natalidade e mortalidade), o que provoca uma diminui\u00e7\u00e3o do cres- cimento da popula\u00e7\u00e3o, tornando-se m\u00ednimo. Por fim, a quinta e \u00faltima fase ocorre quando h\u00e1 um decr\u00e9scimo populacional, ou seja, as taxas de natalidade s\u00e3o menores que as de mortalidade. Nessa \u00faltima fase, a fecundidade m\u00e9dia da mulher \u00e9 menor que 2,1 (o n\u00famero m\u00ednimo de filhos por mulher em idade f\u00e9rtil para que a popula\u00e7\u00e3o se mantenha est\u00e1vel). Popula\u00e7\u00e3o brasileira \u2022 CAP\u00cdTULO 3 47 O Brasil est\u00e1 entre os 10 pa\u00edses que registraram menor fertilidade em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00edvel De fato, nos \u00faltimos anos a Europa foi o \u00fanico continente onde o n\u00famero de filhos de reposi\u00e7\u00e3o entre 2010 e 2015. por mulher aumentou, passando de 1,4 no per\u00edodo 2000-2005, para 1,6 no per\u00edodo 2010-2015. Apesar isso, a Europa ser\u00e1 a \u00fanica regi\u00e3o onde o n\u00famero de habitantes se Enquanto isso, a \u00cdndia - que atualmente tem 1,3 bilh\u00e3o de habitantes ou 18% da po- reduzir\u00e1 entre 2017 e 2030, passando de 742 milh\u00f5es para cerca de 739. pula\u00e7\u00e3o mundial - passar\u00e1 em aproximadamente sete anos a China - que agora tem cerca de 1,4 bilh\u00e3o de habitantes - como o pa\u00eds mais populoso do planeta. Em compara\u00e7\u00e3o, a popula\u00e7\u00e3o da \u00c1frica aumentar\u00e1 nesse per\u00edodo, passando de 1,256 bilh\u00e3o para cerca de 1,7 bilh\u00e3o e a da \u00c1sia de 4,5 bilh\u00e3o para 4,94 bilh\u00e3o. Apesar da popula\u00e7\u00e3o do mundo seguir aumentando, isso acontecer\u00e1 a um ritmo mais lento do que nos \u00faltimos anos devidos a uma redu\u00e7\u00e3o da taxa de fertilidade em AG\u00caNCIA BRASIL. ONU diz que popula\u00e7\u00e3o mundial chegar\u00e1 a 8,6 bilh\u00f5es de pessoas em 2030. praticamente todas as regi\u00f5es, inclusive em lugares onde segue sendo muito alta, co- 21 jun. 2016. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/agenciabrasil.ebc.com.br\/internacional\/noticia\/2017-06\/onu- mo na \u00c1frica. diz-que-populacao-mundial-chegara-86-bilhoes-de-pessoas-em-2030>. Acesso em: 5 set. 2018. 47MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Taxas de mortalidade no Brasil Sulfa: grupo de antibi\u00f3ticos Chico Ferreira\/Pulsar Imagens do tipo sulfonamida, Ap\u00f3s a leitura do texto, veri- Por que a popula\u00e7\u00e3o brasileira cresceu tanto nas \u00faltimas d\u00e9cadas e as taxas de usados para tratar fique se os alunos t\u00eam d\u00favidas mortalidade diminu\u00edram no pa\u00eds? doen\u00e7as infecciosas. sobre as raz\u00f5es que contribu\u00edram para a diminui\u00e7\u00e3o das taxas de Desde o final do s\u00e9culo XIX, os \u00edndices de mortalidade no Brasil v\u00eam diminuindo. Agente de sa\u00fade vacina mortalidade. Foram registradas taxas de 30,2\u2030 em 1890, 26,4\u2030 em 1920, 14,2\u2030 em 1955 e 6,08\u2030 crian\u00e7a no munic\u00edpio de S\u00e3o em 2015. Essa redu\u00e7\u00e3o foi consequ\u00eancia, principalmente, da melhoria nas condi\u00e7\u00f5es Paulo (SP), em 2016. A A an\u00e1lise de dados sobre a po- sanit\u00e1rias e de higiene do pa\u00eds, com o saneamento de lagoas e p\u00e2ntanos, a dedetiza\u00e7\u00e3o vacina\u00e7\u00e3o em massa foi um pula\u00e7\u00e3o brasileira contribui para de locais de trabalho e de moradia, a expans\u00e3o das redes de esgotos e de \u00e1gua enca- dos fatores que levaram \u00e0 o desenvolvimento da habilidade nada, a vacina\u00e7\u00e3o em massa da popula\u00e7\u00e3o, entre outros fatores. A dissemina\u00e7\u00e3o do diminui\u00e7\u00e3o da mortalidade EF07GE04. uso de antibi\u00f3ticos, como as sulfas, al\u00e9m dos inseticidas possibilitou o controle de no Brasil, especialmente das muitas enfermidades que, embora hoje sejam consideradas pouco graves, provocavam mortes relacionadas \u00e0s Se julgar oportuno, comente muitas mortes prematuras no decorrer do s\u00e9culo XX. doen\u00e7as causadas por que pa\u00edses envolvidos em guer- bact\u00e9rias ou v\u00edrus. Segundo ras muitas vezes apresentam Houve uma altera\u00e7\u00e3o nas principais causas dados do IBGE, em 1990, em taxas de mortalidade at\u00edpicas, ex- de morte ao longo do tempo: no in\u00edcio do s\u00e9culo cada grupo de mil crian\u00e7as, tremamente elevadas, afetando XX, as doen\u00e7as que causavam mais mortalidade 61 morriam antes de o crescimento demogr\u00e1fico e a eram as infecciosas e parasit\u00e1rias e as que atin- completar 5 anos de idade. estrutura da popula\u00e7\u00e3o a curto, gem os aparelhos respirat\u00f3rio e digest\u00f3rio; j\u00e1 nos Em 2016, essa taxa caiu para m\u00e9dio e longo prazo. \u00faltimos anos, foram observados a diminui\u00e7\u00e3o cerca de 16 crian\u00e7as por mil. dessas doen\u00e7as e o aumento de outras, como O texto a seguir mostra o au- dist\u00farbios dos sistemas circulat\u00f3rio e nervoso e mento da expectativa de vida do maior incid\u00eancia de casos de c\u00e2ncer. Assim, hou- brasileiro, relacionando-o \u00e0 redu- ve grande decl\u00ednio de doen\u00e7as como tuberculose, \u00e7\u00e3o da taxa de mortalidade, al\u00e9m pneumonia, sarampo, gastroenterite, mal\u00e1ria e de diferenciar os indicadores por outras \u2013 embora n\u00e3o tenham sido erradicadas. estado e sexo. Na m\u00e9dia geral, o \u00edndice de mortalidade Texto complementar caiu. No entanto, o \u00edndice m\u00e9dio n\u00e3o expressa precisamente a realidade do pa\u00eds, pois as desigualdades sociais s\u00e3o muito grandes e Expectativa de vida do as taxas de mortalidade variam de acordo com a regi\u00e3o do pa\u00eds e com o n\u00edvel de renda brasileiro \u00e9 de 75,8 da popula\u00e7\u00e3o. Em resumo, as regi\u00f5es mais ricas t\u00eam menores taxas de mortalidade anos, diz IBGE que as regi\u00f5es mais pobres, e as classes de altas rendas apresentam, em m\u00e9dia, \u00edndi- ces de mortalidade menores do que os das camadas de renda mais baixa. Em 76 anos, de 1940 a 2016, a expectativa de vida dos bra- Taxas de natalidade no Brasil sileiros ao nascer aumentou em mais de 30 anos e hoje As taxas de natalidade tamb\u00e9m v\u00eam diminuindo no Brasil. O decl\u00ednio nos nasci- \u00e9 de 75,8 anos \u2013 um acr\u00e9s- mentos est\u00e1 associado a dois fatores principais: a queda nas taxas de mortalidade cimo de tr\u00eas meses e onze infantil e o processo de urbaniza\u00e7\u00e3o, que se intensificou a partir de 1950. dias em rela\u00e7\u00e3o a 2015. Os dados constam da T\u00e1bua de A queda nas taxas de mortalidade infantil resultou em um n\u00famero cada vez maior de Mortalidade de 2016 e foram crian\u00e7as que chegam \u00e0 idade adulta. A garantia de que elas chegar\u00e3o \u00e0 maioridade leva as divulgados hoje (1o) pelo Ins- fam\u00edlias a terem menos filhos. Esse cen\u00e1rio ocorre em praticamente todo o mundo, com tituto Brasileiro de Geogra- exce\u00e7\u00e3o de alguns pa\u00edses nos quais as raz\u00f5es culturais incentivam a manuten\u00e7\u00e3o de gran- fia e Estat\u00edstica (IBGE). Em de natalidade ou pro\u00edbem a utiliza\u00e7\u00e3o de qualquer m\u00e9todo anticoncepcional. 2015, a expectativa de vida no pa\u00eds era de 75,5 anos. [...] A partir de 1950, a urbaniza\u00e7\u00e3o acelerada no Brasil provocou uma queda nos \u00edndi- ces de nascimentos, sobretudo nas m\u00e9dias e grandes cidades, nas quais os casais t\u00eam A T\u00e1bua de Mortalidade menos filhos e as mulheres, em geral, t\u00eam filhos mais tarde. Isso pode ser explicado 2016 constatou que, entre pela participa\u00e7\u00e3o efetiva das mulheres no mercado de trabalho, al\u00e9m do acesso ao uso os estados brasileiros, Santa de m\u00e9todos anticoncepcionais, o que lhes permite adiar a gravidez, caso desejem. Catarina \u00e9 o que apresenta a maior esperan\u00e7a de vida, com 48 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade 79,1 anos; seguido do Esp\u00edri- to Santo (78,2 anos); Distri- da dos homens, em 2016, era de 72,9 anos, a das mulheres atingiu to Federal (78,1 anos); e S\u00e3o 79,4 anos. [...] Paulo, estado onde a expec- tativa de vida \u00e9 de 78,1 anos. CAMARGO, Marcelo. Expectativa de vida do brasileiro \u00e9 de 75,8 anos, diz IBGE. Bras\u00edlia: Ag\u00eancia Brasil, 1o dez. 2017. Ainda com indicadores supe- Dispon\u00edvel em: <http:\/\/agenciabrasil.ebc.com.br\/pesquisa-e-inovacao\/ riores \u00e0 m\u00e9dia nacional apare- noticia\/2017-12\/expectativa-de-vida-do-brasileiro-e-de-758-anos-diz- cem, pela ordem, o Rio Grande do Sul, onde a expectativa de ibge>. Acesso em: 3 set. 2018. vida ao nascer em 2016 era de 77,8 anos; Minas Gerais (77,2 anos); Paran\u00e1 (77,1 anos); e Rio de Janeiro (76,2 anos). No outro extremo, com as menores taxas de expectativas de vida, est\u00e3o os estados do Maranh\u00e3o, com 70,6 anos e do Piau\u00ed, com 71,1 anos. [...] Os dados da T\u00e1bua de Mor- talidade 2016, constatou que mulheres vivem em m\u00e9dia mais do que homens. En- quanto a expectativa de vi- 48 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Em 1960, por exemplo, as mulheres representavam apenas Cesar Diniz\/Pulsar Imagens Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 17,5% da for\u00e7a de trabalho do pa\u00eds; em 2016, j\u00e1 representavam Verifique se o conceito de taxa de fecundidade ficou claro para 46% desse total. os alunos e se eles conseguem associ\u00e1-lo ao gr\u00e1fico de manei- O fato \u00e9 que, nas \u00faltimas d\u00e9cadas, as grandes fam\u00edlias ra adequada, o que favorece o desenvolvimento da CECHEF7. foram substitu\u00eddas por fam\u00edlias com um n\u00famero menor de Para apresentar um exem- filhos, cujos pais t\u00eam concentrado esfor\u00e7os para oferecer me- plo pr\u00e1tico, pergunte aos alu- nos quantos irm\u00e3os, tios e lhores condi\u00e7\u00f5es de vida (acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o, ao lazer, etc.) a tios-av\u00f4s os alunos possuem. Caso n\u00e3o saibam, solicite que essas crian\u00e7as. O padr\u00e3o de fam\u00edlias com um n\u00famero menor perguntem aos familiares. Ao constatar, por exemplo, que seus de filhos tamb\u00e9m tem ocorrido no meio rural, devido a mu- pais t\u00eam mais irm\u00e3os do que eles pr\u00f3prios e que seus av\u00f3s tiveram dan\u00e7as nos m\u00e9todos de produ\u00e7\u00e3o (m\u00e1quinas que substituem mais irm\u00e3os do que seus pais, os alunos poder\u00e3o perceber que, de m\u00e3o de obra), \u00e0s menores taxas de mortalidade infantil, \u00e0 modo geral, as gera\u00e7\u00f5es mais ve- lhas tenderam a ter mais filhos difus\u00e3o dos m\u00e9todos de controle de natalidade ou de plane- Com poucos filhos, as fam\u00edlias se tornam cada vez do que as gera\u00e7\u00f5es mais novas. jamento familiar, etc. Dessa forma, a taxa de fecundidade da menores. Na foto, casal com filha rec\u00e9m-nascida no mulher brasileira passou de 5,8 filhos em 1970 para apenas munic\u00edpio de Cabo Frio (RJ), em 2017. Texto e a\u00e7\u00e3o 1,67 em 2017. Atividade 1, item a: A popula- \u00e7\u00e3o se concentra mais no litoral. Apesar de terem diminu\u00eddo de modo significativo nas \u00faltimas d\u00e9cadas, os \u00edndices Taxa de fecundidade: As raz\u00f5es para esse fen\u00f4meno de natalidade no Brasil ainda s\u00e3o altos quando comparados aos dos pa\u00edses desenvol- \u00edndice que mede a podem ser encontradas no Cap\u00ed- vidos. Segundo dados fornecidos pelo Banco Mundial, em 2016, nos Estados Unidos quantidade m\u00e9dia de filhos tulo 1, ao explicar que a econo- essa taxa era de 12,4\u2030; na Fran\u00e7a era de 11,7\u2030 e no Jap\u00e3o era de apenas 7,8\u2030. To- por mulher no final de sua mia brasileira na \u00e9poca colonial idade reprodutiva. atendia \u00e0 metr\u00f3pole europeia, de modo que as principais cidades davia, a taxa de natalidade no Brasil (cerca de 14\u2030 em 2016), que ainda se encontra se desenvolveram pr\u00f3ximo ao litoral, para facilitar a vaz\u00e3o de em queda, \u00e9 consideravelmente mais baixa do que aquelas ainda registradas nos mercadorias e o acesso \u00e0 popu- la\u00e7\u00e3o da col\u00f4nia. pa\u00edses com altos \u00edndices de crescimento de- Atividade 1, item b: Resposta mogr\u00e1fico, como N\u00edger (48,1\u2030), Som\u00e1lia Brasil: taxa de fecundidade (2000-2017)* pessoal, a depender o estado on- de os alunos residem. Pelo mapa, (43,4\u2030), Uganda (42,1\u2030) ou Angola (41,8\u2030). Taxa de fecundidade total eles poder\u00e3o obter uma estima- tiva (n\u00e3o \u00e9 preciso que seja exa- Luiz Fernando Rubio\/Arquivo da editora ta) dessa densidade. 2,4 2,39 2,32 2,26 2,20 2,14 2,09 2,04 1,99 1,95 1,91 1,87 1,83 1,80 1,77 1,74 1,72 1,69 1,67 1,8 Atividade 2: Os alunos devem compreender que a vacina\u00e7\u00e3o * N\u00famero m\u00e9dio de filhos nascidos vivos, tidos por uma 1,2 em massa das crian\u00e7as acarreta mulher ao final do seu per\u00edodo reprodutivo (15 a 49 anos 0,6 uma grande diminui\u00e7\u00e3o na mor- de idade), na popula\u00e7\u00e3o residente em determinado espa\u00e7o 0,0 talidade infantil, porque protege geogr\u00e1fico, no ano considerado. A taxa de fecundidade total as crian\u00e7as de doen\u00e7as infec- \u00e9 obtida pelo somat\u00f3rio das taxas espec\u00edficas de fecundidade 2000 ciosas que podem causar \u00f3bito. 2001 para as mulheres residentes de 15 a 49 anos de idade. 2002 As doen\u00e7as preven\u00edveis por 2003 imuniza\u00e7\u00e3o s\u00e3o: tuberculose, Fonte: elaborado com base em IBGE. Brasil em s\u00edntese. 2004 hepatite B, difteria, t\u00e9tano, coque- Proje\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o do Brasil e das unidades da Federa\u00e7\u00e3o. 2005 luche, doen\u00e7as causadas por he- Dispon\u00edvel em: <https:\/\/brasilemsintese.ibge.gov.br\/populacao\/ 2006 m\u00f3filo B, poliomielite, rotavirose, 2007 doen\u00e7a pneumoc\u00f3cica que pode taxas-de-fecundidade-total.html>; <www.ibge.gov.br\/ 2008 ser respons\u00e1vel pela meningite, estatisticas-novoportal\/sociais\/populacao\/9109-projecao-da- 2009 pneumonia, bacteremia e sepse, populacao.html?=&t=resultados>. Acessos em: 15 mar. 2018. 2010 sinusite e otite m\u00e9dia, doen\u00e7a 2011 meningoc\u00f3cica, sarampo, caxum- 2012 ba, rub\u00e9ola, varicela, hepatite A, 2013 febre amarela, influenza, raiva 2014 humana, HPV, c\u00f3lera, diarreia dos 2015 viajantes e febre tifoide. 2016 2017 O texto ao lado aborda a impor- t\u00e2ncia da cria\u00e7\u00e3o do Estatuto da Anos Crian\u00e7a e do Adolescente (ECA) para a diminui\u00e7\u00e3o da mortalida- Texto e a\u00e7\u00e3o de infantil no Brasil. 1 Reveja o mapa Brasil: densidade demogr\u00e1fica (2010), na p\u00e1gina 46, e responda \u00e0s quest\u00f5es: a) Onde a popula\u00e7\u00e3o se concentra: na faixa litor\u00e2nea ou no interior? Voc\u00ea conhece algum fator que explique a concentra\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o brasileira nessa por\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio? b) Qual \u00e9 a densidade demogr\u00e1fica do estado onde voc\u00ea mora? 2 Qual \u00e9 a import\u00e2ncia da vacina\u00e7\u00e3o como um dos fatores que contribu\u00edram para a diminui\u00e7\u00e3o da mor- talidade no Brasil? Em duplas, pesquisem na internet contra quais doen\u00e7as uma crian\u00e7a fica protegida caso tome todas as vacinas previstas. Popula\u00e7\u00e3o brasileira \u2022 CAP\u00cdTULO 3 49 Texto complementar Ap\u00f3s o ECA, pa\u00eds reduz mortalidade infantil em 24% A redu\u00e7\u00e3o da mortalidade infantil [...] deve-se \u00e0s previs\u00f5es do estatuto, que tratam do direito \u00e0 sa\u00fade, do atendimento \u00e0 gestante, Ap\u00f3s a san\u00e7\u00e3o do Estatuto da Crian\u00e7a e do Adolescente (ECA), da prioridade que deve ser dada \u00e0 sa\u00fade da crian\u00e7a, ao pr\u00e9-natal e [em 1990], o Brasil conseguiu reduzir em 24% as mortes de crian\u00e7as aos cuidados no p\u00f3s-parto. [...] antes de 1 ano de idade. Levantamento feito pelo Fundo das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a Inf\u00e2ncia (Unicef), com base em dados do Minist\u00e9rio RICHARD, Ivan. Ap\u00f3s o ECA, pa\u00eds reduz mortalidade infantil em 24%. da Sa\u00fade, mostra que a taxa passou de 50 para cada mil crian\u00e7as Bras\u00edlia: Ag\u00eancia Brasil, 12 jul. 2015. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/agenciabrasil. nascidas vivas, no final da d\u00e9cada de 1990, para 12 atualmente. [...] ebc.com.br\/direitos-humanos\/noticia\/2015-07\/eca-conseguiu-reduzir- mortalidade-infantil-em-24-mostra-unicef>. Acesso em: 4 jul. 2018. 49MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 2 Estrutura da popula\u00e7\u00e3o Oriente os alunos a ler o texto, por idade e por sexo o gr\u00e1fico e a observar a fotografia. \u00c9 importante que eles compreen- A classifica\u00e7\u00e3o da estrutura et\u00e1ria (por idade) divide a popula\u00e7\u00e3o em tr\u00eas faixas: dam a estrutura de classifica\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o por faixa et\u00e1ria, o jovens (do nascimento at\u00e9 14 anos), adultos (de 15 at\u00e9 64 anos) e idosos ou terceira que facilita o entendimento do processo de transi\u00e7\u00e3o demo- idade (de 65 anos em diante). Tamb\u00e9m \u00e9 poss\u00edvel encontrar algumas publica\u00e7\u00f5es que gr\u00e1fica. Ressalte que os pa\u00edses com a estrutura et\u00e1ria madura consideram jovens os indiv\u00edduos que t\u00eam at\u00e9 18 anos; adultos, aqueles com idade entre j\u00e1 passaram pela fase em que o Brasil se encontra. O conte\u00fado da 19 e 60; e idosos aqueles com 60 anos ou mais. Entretanto, nos \u00faltimos anos, as orga- p\u00e1gina mobiliza as habilidades EF07GE04 e EF07GE10. niza\u00e7\u00f5es internacionais passaram a adotar aquela primeira classifica\u00e7\u00e3o devido a v\u00e1rios fatores. Um deles \u00e9 o ingresso dos jovens no mundo adulto mais cedo \u2013 por exemplo, em muitos pa\u00edses, um jovem aos 16 anos tem permiss\u00e3o para votar (caso do Brasil) e dirigir autom\u00f3veis, al\u00e9m de ser considerado adulto perante as esferas civil e criminal (possuir maioridade penal). Outro fator \u00e9 o Jo\u00e3o Carlos Mazella\/Fotoarena aumento na expectativa de vida e na idade de aposentadoria, o que significa que, aos 60 anos, uma pessoa tem maior esperan\u00e7a de vida em compara\u00e7\u00e3o ao que ocorria at\u00e9 o final do s\u00e9culo passado. As na\u00e7\u00f5es que, h\u00e1 v\u00e1rias d\u00e9cadas, apre- sentam baixos \u00edndices de natalidade e mor- talidade e de esperan\u00e7a ou expectativa de vida elevada \u2013 caso dos pa\u00edses desenvolvidos e de alguns emergentes \u2013 t\u00eam menos jovens em sua popula\u00e7\u00e3o (menos de 20% do total) e uma elevada propor\u00e7\u00e3o de idosos (mais de O crescimento da popula\u00e7\u00e3o de idosos indica o aumento da expectativa de vida. 18% do total da popula\u00e7\u00e3o). Na foto, moradores de Recife (PE) praticam atividades f\u00edsicas em programa\u00e7\u00e3o elaborada pelo Conselho Nacional dos Direitos do Idoso e pelo Centro Integrado de Nos dias de hoje, alguns pa\u00edses subde- Prote\u00e7\u00e3o da Pessoa Idosa, em 2015. senvolvidos s\u00e3o considerados \u201cjovens\u201d, pois apresentam uma grande propor\u00e7\u00e3o de jo- Brasil: distribui\u00e7\u00e3o percentual da popula\u00e7\u00e3o vens na popula\u00e7\u00e3o e uma faixa et\u00e1ria idosa brasileira por grupos de idade (1980-2040) pequena. No entanto, estimativas de insti- Luiz Fernando Rubio\/Arquivo da editora tui\u00e7\u00f5es como o Banco Mundial indicam que, 100 em no m\u00e1ximo duas d\u00e9cadas, praticamente Popula\u2022\u2039o brasileira (em %) 75 n\u00e3o existir\u00e3o mais \u201cpa\u00edses jovens\u201d, pois a tend\u00eancia mundial \u00e9 a diminui\u00e7\u00e3o nas taxas 50 de natalidade e o aumento na expectativa de vida da popula\u00e7\u00e3o. 25 O Brasil tem vivido o seu processo de 0 1980 2000 2020* 2040* transi\u00e7\u00e3o demogr\u00e1fica, conforme mostra o gr\u00e1fico ao lado. Isso significa que a tend\u00eancia 0 \u2013 14 anos 15 \u2013 64 anos 65 anos ou mais \u00e9 haver no pa\u00eds cada vez mais pessoas ido- * As informa\u00e7\u00f5es populacionais referentes aos anos de 2020 e 2040 s\u00e3o estimativas sas, em raz\u00e3o do aumento da expectativa de fornecidas pelo IBGE. vida. Ao mesmo tempo ocorre a redu\u00e7\u00e3o das Fontes: elaborado com base em IBGE. Recenseamentos de 1980 e 2000. Dispon\u00edvel em: taxas de natalidade e fecundidade, de modo <www.ibge.gov.br\/estatisticas-novoportal\/sociais\/populacao\/9662-censo-demografico-2010. que a popula\u00e7\u00e3o jovem diminuir\u00e1. html?=&t=downloads>; IBGE. Proje\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o por sexo e idade: Brasil 2000-2060. Dispon\u00edvel em: <ww2.ibge.gov.br\/home\/presidencia\/noticias\/imprensa\/ppts\/000000144256 08112013563329137649.pdf>. Acesso em: 29 maio 2018. 50 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade 50 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Propor\u00e7\u00e3o entre homens e mulheres Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas De acordo com os resultados do Recenseamento Demogr\u00e1fico do Brasil de 2010, Verifique se os aspectos de- mogr\u00e1ficos apresentados fica- o n\u00famero de mulheres no pa\u00eds \u00e9 ligeiramente superior ao de homens. Essa cons- ram claros para os alunos e se n\u00e3o restaram d\u00favidas sobre o tata\u00e7\u00e3o continua atual, pois, segundo as estimativas de popula\u00e7\u00e3o de 2017, rea- c\u00e1lculo de propor\u00e7\u00e3o entre os dois sexos. lizadas pelo IBGE, h\u00e1 cerca de Os alunos dever\u00e3o com- 3 milh\u00f5es de mulheres a mais Brasil: propor\u00e7\u00e3o de migrantes homens (2010) Portal de Mapas\/Arquivo da editora preender que os estados que receberam fluxos migrat\u00f3rios do que homens. recentemente t\u00eam uma propor- \u00e7\u00e3o maior de homens do que de No entanto, essa pro- 0\u00ba RR mulheres. Nos estados de onde por\u00e7\u00e3o entre os dois sexos saem esses fluxos, h\u00e1 mais mu- varia de acordo com a regi\u00e3o AP lheres do que de homens. Isso se Equador d\u00e1 porque os contingentes de migrantes s\u00e3o em grande parte do pa\u00eds. Geralmente, nas \u00e1re- compostos por homens jovens, que saem de sua terra natal em as de imigra\u00e7\u00e3o \u2013 aquelas AM busca de trabalho. Comente com que est\u00e3o recebendo novos PA MA CE RN os alunos que a quantidade de homens migrantes ainda \u00e9 maior contingentes em virtude de PI PB que a de mulheres, mas essa di- feren\u00e7a tem diminu\u00eddo nos \u00falti- migra\u00e7\u00f5es internas, como AC PE mos anos, sobretudo em raz\u00e3o do Rond\u00f4nia, Amazonas, Mato aumento da participa\u00e7\u00e3o das mu- RO AL lheres no mercado de trabalho. TO SE A p\u00e1gina contempla as habili- BA dades EF07GE04 e EF07GE10. Grosso e Roraima \u2013, a pro- MT Texto e a\u00e7\u00e3o por\u00e7\u00e3o de homens \u00e9 superior DF OCEANO Atividade 1, item c: Se neces- \u00e0 de mulheres. J\u00e1 nas \u00e1reas GO ATL\u00c2NTICO s\u00e1rio, auxilie os alunos na busca de emigra\u00e7\u00e3o \u2013 locais de MS das informa\u00e7\u00f5es sobre fluxos onde se originam migrantes, MG migrat\u00f3rios na regi\u00e3o em que vi- como Cear\u00e1, Pernambuco e SP ES vem. Durante a realiza\u00e7\u00e3o dessa Alagoas \u2013, a porcentagem de PR atividade, os alunos podem ser mulheres \u00e9 maior, superando Migrantes homens convidados a relatar casos de mi- a m\u00e9dia nacional. Vale res- SC gra\u00e7\u00e3o conhecidos por eles, agru- saltar que essas diferen\u00e7as POerCcEeAntNuaOl N\u00b0 de RS RJ pando os migrantes em homens raramente ultrapassam o PAC\u00cd2F8IC,2O-44 munic\u00edpios Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio e mulheres. Assim, com base nas \u00edndice de 3% ou 4%, para mais por classe 50\u00ba O observa\u00e7\u00f5es emp\u00edricas dos alu- N nos, ser\u00e1 poss\u00edvel estabelecer, 283 coletivamente, uma pequena OL amostra da propor\u00e7\u00e3o entre ho- 44-48 1 248 mens e mulheres migrantes no S munic\u00edpio. A atividade contem- 48-52 2 477 0 410 820 km pla as habilidades EF07GE02, EF07GE04 e EF07GE09. 52-57 1 355 57-94 202 Brasil: 49,6 ou para menos, entre um Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas do Censo Demogr\u00e1fico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. sexo e outro. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/censo2010.ibge.gov.br\/apps\/atlas>. Acesso em: 17 mar. 2018. Texto e a\u00e7\u00e3o 2. a) A maior expectativa de vida para a popula\u00e7\u00e3o brasileira, o que significa taxas de mortalidade mais baixas e melhores condi\u00e7\u00f5es de vida, no sentido de contar com saneamento b\u00e1sico, sistema m\u00e9dico-hospitalar (que, mesmo sendo prec\u00e1rio, \u00e9 melhor que no passado), alimenta\u00e7\u00e3o, etc. 1. b) Podem-se citar Rio Grande do Sul, Santa Catarina, 1 Observe o mapa desta p\u00e1gina e fa\u00e7a o que se pede. Paran\u00e1, Pernambuco, Cear\u00e1, Rio Grande do Norte, Sergipe, entre outros. a) Em que regi\u00f5es do Brasil h\u00e1 maior presen\u00e7a de homens como migrantes? Cite quatro estados onde isso ocorre. H\u00e1 um percentual significativo de homens migrantes nas regi\u00f5es Norte e Centro-Oeste. Rond\u00f4nia, Amazonas, Mato Grosso e Roraima s\u00e3o os estados onde isso ocorre. b) Cite cinco estados onde a propor\u00e7\u00e3o de migrantes homens \u00e9 pequena. c) Com base no mapa e em suas pesquisas, indique o percentual de homens migrantes do seu munic\u00edpio. Resposta pessoal que depender\u00e1 do munic\u00edpio onde o aluno vive. 2 O envelhecimento da popula\u00e7\u00e3o \u00e9 algo que vem ocorrendo em praticamente todo o mundo. Converse com os colegas e procurem responder: a) Quais s\u00e3o os aspectos positivos do envelhecimento da popula\u00e7\u00e3o? b) Na opini\u00e3o de voc\u00eas, h\u00e1 aspectos preocupantes no envelhecimento da popula\u00e7\u00e3o? 2. b) Resposta pessoal. O aluno poder\u00e1 apontar o crescente n\u00famero de aposentados e o enorme 51 peso que isso representa para o sistema de previd\u00eancia social e para o sistema de sa\u00fade. Popula\u00e7\u00e3o brasileira \u2022 CAP\u00cdTULO 3 Atividade 2, item a: Comente com os alunos que h\u00e1 uma rela\u00e7\u00e3o Atividade 2, item b: \u00c9 importante salientar que, embora possa gerar diretamente proporcional entre as condi\u00e7\u00f5es de vida e a expectativa preocupa\u00e7\u00e3o em alguns aspectos, o envelhecimento da popula\u00e7\u00e3o \u00e9 de vida de um lugar. um sinal positivo de melhora nas condi\u00e7\u00f5es de vida. Os grupos podem citar que o envelhecimento da popula\u00e7\u00e3o eviden- Com a tend\u00eancia de um aumento cada vez maior na expectativa de cia uma maior expectativa de vida para a popula\u00e7\u00e3o brasileira, o que vida, \u00e9 responsabilidade do Estado e da sociedade pensar em alterna- significa que as taxas de mortalidade est\u00e3o mais baixas e h\u00e1 melhores tivas economicamente sustent\u00e1veis para o sistema previdenci\u00e1rio e condi\u00e7\u00f5es de vida, possivelmente uma melhora do saneamento b\u00e1si- de sa\u00fade, levando em considera\u00e7\u00e3o a garantia da qualidade de vida co, do sistema m\u00e9dico-hospitalar (que, mesmo prec\u00e1rio, \u00e9 melhor do da popula\u00e7\u00e3o idosa. Se julgar adequado, promova um breve debate em que no passado), alimenta\u00e7\u00e3o de melhor qualidade, etc. sala de aula para estimular os alunos a pensar nessa quest\u00e3o, o que favorece o desenvolvimento da CECHEF2. 51MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Para saber mais Base Reserve alguns minutos para A pir\u00e2mide et\u00e1ria Homens Idade Mulheres Andr\u00e9 Ara\u00fajo\/Arquivo da editora que os alunos observem as pir\u00e2- (em anos) mides et\u00e1rias desta p\u00e1gina. Soli- Costuma-se representar a estrutura et\u00e1ria e a divis\u00e3o cite que atentem aos seus eixos por sexo de uma popula\u00e7\u00e3o por meio de um gr\u00e1fico cha- 80 ou + horizontal e vertical, apresentan- mado de pir\u2030mide et\u00e1ria. Esse gr\u00e1fico tem barras que do alguns exemplos com base representam as faixas de idade. De um lado est\u00e1 a po- 75 a 79 nas informa\u00e7\u00f5es dispon\u00edveis. pula\u00e7\u00e3o feminina, e do outro, a masculina. As informa- 70 a 74 O exerc\u00edcio de an\u00e1lise de tipos \u00e7\u00f5es contidas nessa representa\u00e7\u00e3o podem mostrar em 65 a 69 variados de gr\u00e1ficos \u00e9 parte da qual est\u00e1gio um pa\u00eds est\u00e1 (jovem, intermedi\u00e1rio ou idoso), 60 a 64 habilidade EF07GE10. de acordo com a distribui\u00e7\u00e3o de sua popula\u00e7\u00e3o pelas 55 a 59 faixas et\u00e1rias. 50 a 54 Base: Explique aos alunos que 45 a 49 os pa\u00edses cujas pir\u00e2mides pos- 40 a 44 suem bases mais largas atual- 35 a 39 mente s\u00e3o, em geral, os pa\u00edses 30 a 34 subdesenvolvidos ou em de- 25 a 29 senvolvimento, que usualmen- 20 a 24 te carecem de investimentos 15 a 19 que privilegiem os setores de 10 a 14 educa\u00e7\u00e3o, sa\u00fade, entre outros. 5a9 0a4 Corpo: Explique que nesta \u00e1rea da pir\u00e2mide encontra-se A base da pir\u00e2mide mostra a propor\u00e7\u00e3o de jovens que comp\u00f5em a a popula\u00e7\u00e3o economicamente popula\u00e7\u00e3o total do pa\u00eds. Esse \u00edndice mostra, entre outras coisas, a ativa \u2013 cujo o significado, vere- quantidade da popula\u00e7\u00e3o que ainda entrar\u00e1 no mercado de trabalho. mos mais adiante. Os pa\u00edses que possuem um corpo mais largo, Corpo \u00c1pice em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s outras \u00e1reas da pir\u00e2mide, apresentam uma ca- Andr\u00e9 Ara\u00fajo\/Arquivo da editora Homens Idade Mulheres Homens Idade Mulheres Andr\u00e9 Ara\u00fajo\/Arquivo da editora racter\u00edstica conhecida como ja- (em anos) (em anos) nela demogr\u00e1fica, que indica que h\u00e1 mais pessoas em idade 80 ou + 80 ou + para o trabalho, se comparado ao n\u00famero de jovens e idosos, 75 a 79 75 a 79 que n\u00e3o trabalham. 70 a 74 70 a 74 65 a 69 65 a 69 \u00c1pice: Ressalte que os pa\u00ed- 60 a 64 60 a 64 ses cuja pir\u00e2mide possui \u00e1pi- 55 a 59 55 a 59 ce mais largo devem priorizar 50 a 54 50 a 54 investimentos que privilegiem 45 a 49 45 a 49 os setores previdenci\u00e1rios e de 40 a 44 40 a 44 sa\u00fade, especialmente para popu- 35 a 39 35 a 39 la\u00e7\u00e3o idosa. Essa caracter\u00edstica 30 a 34 30 a 34 se d\u00e1 especialmente em pa\u00edses 25 a 29 25 a 29 desenvolvidos, onde \u00e9 comum a 20 a 24 20 a 24 imigra\u00e7\u00e3o de trabalhadores de 15 a 19 15 a 19 outros pa\u00edses para suprir a ca- 10 a 14 10 a 14 r\u00eancia de m\u00e3o de obra. 5a9 5a9 0a4 0a4 Verifique se os alunos com- preenderam as informa\u00e7\u00f5es que O corpo da pir\u00e2mide mostra a propor\u00e7\u00e3o de adultos que comp\u00f5em a O \u00e1pice da pir\u00e2mide mostra a propor\u00e7\u00e3o de idosos que comp\u00f5em a podem ser extra\u00eddas de uma pi- r\u00e2mide et\u00e1ria. popula\u00e7\u00e3o total do pa\u00eds. Esse \u00edndice mostra, entre outras coisas, a popula\u00e7\u00e3o total do pa\u00eds. Esse \u00edndice \u00e9 importante, pois mostra, entre \u00c9 importante salientar que a for\u00e7a de trabalho de um pa\u00eds. outras coisas, a quantidade da popula\u00e7\u00e3o que est\u00e1 saindo do pir\u00e2mide do Jap\u00e3o tem base es- treita, o que representa uma bai- mercado de trabalho. xa taxa de fecundidade \u2013 cerca de 1,4 filho por mulher no ano de As pir\u00e2mides et\u00e1rias fornecem ind\u00edcios sobre um pa\u00eds, como a natalidade e a longevidade da popula\u00e7\u00e3o. Observe 2017\u2013, portanto, \u00e9 poss\u00edvel que o gr\u00e1fico abaixo. os japoneses recorram \u00e0 m\u00e3o de obra imigrante para preencher Jap\u00e3o (2016) postos de trabalho, al\u00e9m de fa- zerem mais investimentos em Andr\u00e9 Ara\u00fajo\/Arquivo da editora Homens Idade Mulheres qualidade de vida para a popu- (em anos) la\u00e7\u00e3o idosa. 80 ou + 75 a 79 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 O Jap\u2039o \u00e9 considerado um pa\u00eds maduro, 30 a 34 visto que cerca de 27% da sua popula\u00e7\u00e3o 25 a 29 atual \u2014 estimada em cerca de 127 milh\u00f5es 20 a 24 de pessoas no ano de 2017 \u2014 possui 65 15 a 19 anos ou mais de idade. Nesse pa\u00eds, a 10 a 14 popula\u00e7\u00e3o tende a diminuir por causa da 5a9 baixa taxa de fecundidade. 0a4 7,2 6,0 4,8 3,6 2,4 1,2 0 0 1,2 2,4 3,6 4,8 6,0 7,2 Milh\u203aes de habitantes Fonte: elaborado com base em CIA. Dispon\u00edvel em: <www.cia.gov\/library\/publications\/the-world- factbook\/geos\/ja.html>. Acesso em: 5 jul. 2018. 52 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade 52 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Observe as pir\u00e2mides et\u00e1rias do Brasil de quatro anos diferentes, com intervalo de vinte anos entre elas, e Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas acompanhe a an\u00e1lise sobre a evolu\u00e7\u00e3o demogr\u00e1fica brasileira. Podemos visualizar a \u201ctransi\u00e7\u00e3o demogr\u00e1fica\u201d do Brasil com a progressiva diminui\u00e7\u00e3o das taxas de mortalidade (o que resulta em uma maior propor\u00e7\u00e3o de idosos) Na leitura das pir\u00e2mides et\u00e1- e de natalidade (que reduz a porcentagem de jovens). rias do Brasil, verifique se os alu- nos conseguem relacionar as Brasil (1980) Brasil (2000) taxas de natalidade, fecundidade e mortalidade, al\u00e9m da expecta- Andr\u00e9 Ara\u00fajo\/Arquivo da editora Homens Idade Mulheres Homens Idade Mulheres Andr\u00e9 Ara\u00fajo\/Arquivo da editora tiva de vida da popula\u00e7\u00e3o de ca- (em anos) (em anos) da momento. 80 ou + 80 ou + Brasil (1980): Este gr\u00e1fico 75 a 79 75 a 79 mostra que o Brasil ainda era 70 a 74 um pa\u00eds de popula\u00e7\u00e3o jovem e 65 a 69 70 a 74 apresentava caracter\u00edsticas co- 65 a 69 mo elevada taxa de mortalidade 60 a 64 60 a 64 infantil (cerca de 69 crian\u00e7as com 55 a 59 menos de 1 ano morriam a cada 50 a 54 55 a 59 mil nascidas vivas) e altas taxas 50 a 54 de fecundidade (4,12 filhos por 45 a 49 45 a 49 mulher). 40 a 44 35 a 39 40 a 44 Brasil (2000): A pir\u00e2mide 35 a 39 mostra uma redu\u00e7\u00e3o do n\u00famero 30 a 34 30 a 34 de nascimentos, com um predo- 25 a 29 25 a 29 m\u00ednio de adolescentes e adultos 20 a 24 entre 20 e 24 anos, o que carac- 15 a 19 20 a 24 teriza uma popula\u00e7\u00e3o ainda jo- 15 a 19 vem e apta a ocupar diferentes 10 a 14 10 a 14 postos de trabalho. 5a9 5a9 0a4 0a4 Brasil (2020): Explique aos alunos que as duas \u00faltimas pi- 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 r\u00e2mides apresentam uma pro- Milh\u00f5es de habitantes Milh\u00f5es de habitantes je\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o por sexo e idade para as pr\u00f3ximas d\u00e9cadas, Fonte: elaborado com base em IBGE. Censo Demogr\u00e1fico 1980. In: IBGE. Fonte: elaborado com base em IBGE. Censo Demogr\u00e1fico 2010. feita com base nas tend\u00eancias observadas nas d\u00e9cadas ante- Proje\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o por sexo e idade: Brasil 2000-2060. Dispon\u00edvel em: Dispon\u00edvel em: <https:\/\/censo2010.ibge.gov.br\/sinopse\/webservice\/ riores. Muitos fatores podem al- terar essas tend\u00eancias, mas, se <ww2.ibge.gov.br\/home\/presidencia\/noticias\/imprensa\/ppts\/0000001442560811 frm_piramide.php?ano=2000&codigo=>. Acesso em: 5 jul. 2018. as taxas demogr\u00e1ficas seguirem o padr\u00e3o atual, o perfil do pa\u00eds 2013563329137649.pdf>. Acesso em: 5 jul. 2018. ser\u00e1 similar ao apresentado nas proje\u00e7\u00f5es. Chame aten\u00e7\u00e3o dos No ano de 2000, o Brasil inicia a transi\u00e7\u00e3o demogr\u00e1fica, pois a alunos para a import\u00e2ncia de No ano de 1980, o Brasil era considerado um pa\u00eds jovem. Observe que taxa de natalidade come\u00e7a a declinar enquanto a propor\u00e7\u00e3o de a\u00e7\u00f5es que atendam \u00e0s necessi- a maior parte da popula\u00e7\u00e3o possu\u00eda menos de 25 anos. Nesse per\u00edodo pessoas nas demais faixas et\u00e1rias aumenta. Observa-se ainda dades da popula\u00e7\u00e3o idosa, como observamos altas taxas de natalidade e de mortalidade no pa\u00eds. a quest\u00e3o previdenci\u00e1ria, visto que o n\u00famero de pessoas nas faixas et\u00e1rias que correspondem que mais pessoas atingem ida- des superiores a 65 anos; al\u00e9m \u00e0 popula\u00e7\u00e3o idosa come\u00e7a a aumentar, indicando maior da necessidade de investimen- tos nos setores de sa\u00fade e lazer expectativa de vida. para essa popula\u00e7\u00e3o. Brasil (2020*) Brasil (2040*) Brasil (2040): A pir\u00e2mide pro- jetada para 2040 mostra um ex- Andr\u00e9 Ara\u00fajo\/Arquivo da editora Homens Idade Mulheres Homens Idade Mulheres Andr\u00e9 Ara\u00fajo\/Arquivo da editora pressivo aumento da popula\u00e7\u00e3o (em anos) (em anos) de idosos, bem como uma redu- \u00e7\u00e3o significativa da quantidade 80 ou + 80 ou + de crian\u00e7as e adolescentes. Des- sa forma, provavelmente haver\u00e1 75 a 79 75 a 79 uma redu\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o bra- 70 a 74 70 a 74 sileira, pois a taxas de natalidade 65 a 69 65 a 69 tendem a seguir baixas. 60 a 64 60 a 64 55 a 59 55 a 59 50 a 54 50 a 54 45 a 49 45 a 49 40 a 44 40 a 44 35 a 39 35 a 39 30 a 34 30 a 34 25 a 29 25 a 29 20 a 24 20 a 24 15 a 19 15 a 19 10 a 14 10 a 14 5a9 5a9 0a4 0a4 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0 0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 Milh\u00f5es de habitantes Milh\u00f5es de habitantes Fonte: elaborado com base em IBGE Proje\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o por sexo e idade: Fonte: elaborado com base em IBGE. Proje\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o por Brasil 2000-2060. Dispon\u00edvel em: <ww2.ibge.gov.br\/home\/presidencia\/noticias\/ sexo e idade: Brasil 2000-2060. Dispon\u00edvel em: <ww2.ibge.gov.br\/ imprensa\/ppts\/00000014425608112013563329137649.pdf>. Acesso em: 5 jul. home\/presidencia\/noticias\/imprensa\/ppts\/0000001442560811201356 2018. 3329137649.pdf>. Acesso em: 5 jul. 2018. * Estimativa. * Estimativa. O gr\u00e1fico mostra uma estimativa da situa\u00e7\u00e3o demogr\u00e1fica do Brasil O gr\u00e1fico mostra uma estimativa da situa\u00e7\u00e3o demogr\u00e1fica do no ano de 2020. Segundo essa estimativa, a janela demogr\u00e1fica, ou Brasil no ano de 2040. A partir desse momento, a popula\u00e7\u00e3o seja, o per\u00edodo em que a popula\u00e7\u00e3o que est\u00e1 no mercado de trabalho do pa\u00eds come\u00e7ar\u00e1 a diminuir, o que \u00e9 um ind\u00edcio de que a taxa \u00e9 maior que a popula\u00e7\u00e3o dependente (crian\u00e7as e idosos), j\u00e1 est\u00e1 se de mortalidade \u00e9 superior \u00e0 de natalidade. A popula\u00e7\u00e3o de fechando, o que indica s\u00e9rios problemas para os sistemas de idosos ser\u00e1 de quase 40 milh\u00f5es, 17,6% da popula\u00e7\u00e3o brasileira previd\u00eancia e de sa\u00fade. na estimativa para o per\u00edodo. Popula\u00e7\u00e3o brasileira \u2022 CAP\u00cdTULO 3 53 53MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 3 Popula\u00e7\u00e3o ativa e setores Oriente os alunos a ler o tex- de atividades to atentamente. Esclare\u00e7a as d\u00favidas sobre os conceitos de Popula\u00e7\u00e3o economicamente ativa (PEA) \u00e9 a parcela de pessoas com mais de 15 popula\u00e7\u00e3o economicamente ati- anos de idade, que trabalha ou que est\u00e1 procurando trabalho. A PEA inclui tanto a va (PEA), popula\u00e7\u00e3o ocupada, popula\u00e7\u00e3o ocupada quanto os desempregados, desde que estes estejam buscando popula\u00e7\u00e3o inativa e setores pri- emprego. Popula\u00e7\u00e3o ocupada e PEA, portanto, s\u00e3o dois conceitos distintos, embora a m\u00e1rio, secund\u00e1rio e terci\u00e1rio da popula\u00e7\u00e3o ocupada fa\u00e7a parte da PEA. economia. A parcela da popula\u00e7\u00e3o que n\u00e3o trabalha nem est\u00e1 empenhada na busca por um Ao lerem os dados da tabela, emprego \u00e9 designada inativa. Dessa forma, entre os inativos incluem-se as crian\u00e7as, verifique se os alunos compreen- os aposentados, os estudantes (desde que n\u00e3o trabalhem) e as mulheres e os homens dem as mudan\u00e7as que influencia- que exercem somente fun\u00e7\u00f5es dom\u00e9sticas n\u00e3o remuneradas. ram na diminui\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o ocupada nas atividades dos se- A popula\u00e7\u00e3o economicamente ativa costuma ser distribu\u00edda pelos tr\u00eas setores de tores prim\u00e1rio e secund\u00e1rio em atividades econ\u00f4micas: contrapartida ao aumento da popula\u00e7\u00e3o ocupada nas ativida- \u2022 prim\u00e1rio \u2013 inclui todas as pessoas que trabalham nas atividades prim\u00e1rias de des do setor terci\u00e1rio. A reflex\u00e3o dessas p\u00e1ginas fundamenta a produ\u00e7\u00e3o (agricultura, pecu\u00e1ria e extrativismo tradicional); habilidade EF07GE05. \u2022 secund\u00e1rio \u2013 abrange todos aqueles que trabalham em ind\u00fastrias, inclusive as Se julgar oportuno, fa\u00e7a uma sondagem na sala de aula. Per- extrativas e as de constru\u00e7\u00e3o; gunte em quais dos tr\u00eas setores os familiares dos alunos traba- \u2022 terci\u00e1rio \u2013 compreende o conjunto de pessoas que trabalham no com\u00e9rcio ou lham e verifique se a propor\u00e7\u00e3o \u00e9 semelhante \u00e0 do Brasil ou n\u00e3o. prestam servi\u00e7os em geral. Isso inclui bancos, setor p\u00fablico, atividades de se- guro, sa\u00fade, educa\u00e7\u00e3o, comunica\u00e7\u00f5es, advocacia, consertos em geral, etc. Como se observa nessa divis\u00e3o, o setor prim\u00e1rio est\u00e1 relacionado basicamente com o espa\u00e7o rural; e os setores secund\u00e1rio e terci\u00e1rio s\u00e3o, principalmente, urbanos. O setor prim\u00e1rio abrange uma grande porcentagem da popula\u00e7\u00e3o ativa nos pa\u00edses pouco industrializados. Mas, \u00e0 medida que um pa\u00eds se industrializa e se urbaniza, essa por- centagem tende a diminuir conforme aumentam a do setor secund\u00e1rio e, especialmen- te, a do terci\u00e1rio. Segundo dados do IBGE relativos a 2017, a PEA do Brasil era de 104,4 milh\u00f5es de pessoas, correspondendo a 50,4% da popula\u00e7\u00e3o total. Desse total, 92,1 milh\u00f5es estavam efetivamente trabalhando e 12,3 milh\u00f5es estavam desempregados. Isso significa que a taxa de desemprego naquele ano era de 11,8%, pois essa taxa mede a porcentagem da PEA (e n\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o total) que est\u00e1 desempregada. Provavelmente mais do que 50,4% da popula\u00e7\u00e3o brasileira de fato trabalha, pois \u00e9 comum no pa\u00eds o trabalho n\u00e3o registrado em carteira \u2013 caso de in\u00fameros trabalhadores rurais ou at\u00e9 de emprega- Brasil: distribui\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o dos dom\u00e9sticos, categorias que acabam ocupada por setores (1976 e 2016) n\u00e3o sendo inclu\u00eddas nas estat\u00edsticas refe- Ano Setor prim\u00e1rio Setor secund\u00e1rio Setor terci\u00e1rio rentes \u00e0 PEA. O quadro ao lado apresenta a distri- 1976 36,2% 23,2% 40,6% bui\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o ocupada (e n\u00e3o da 2016 9,9% 20,8% 69,3% popula\u00e7\u00e3o total) pelos setores de ativida- des em 1976 e em 2016, o que permite Fonte: elaborado com base em IBGE. Anu\u00e1rio estat\u00edstico do Brasil. v. 40. Rio de Janeiro: analisar a evolu\u00e7\u00e3o em cada setor duran- IBGE, 1979. p. 119. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/biblioteca.ibge.gov.br\/visualizacao\/periodicos\/20\/ te quatro d\u00e9cadas. aeb_1979.pdf>; IBGE. S\u00edntese de indicadores sociais: uma an\u00e1lise das condi\u00e7\u00f5es de vida da popula\u00e7\u00e3o brasileira: 2017. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/biblioteca. ibge.gov.br\/visualizacao\/livros\/liv101459.pdf>. Acesso em: 22 maio 2018. 54 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade 54 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","De acordo com o quadro, h\u00e1 um decl\u00ednio da popula\u00e7\u00e3o ocupada nas atividades Atividade complementar prim\u00e1rias. Isso n\u00e3o significa que esse setor venha produzindo menos, mas que h\u00e1 progressiva mecaniza\u00e7\u00e3o das atividades, principalmente na agropecu\u00e1ria, que aumen- Proponha aos alunos um tra- tou sua produ\u00e7\u00e3o mesmo com menos m\u00e3o de obra. balho de campo de entrevistas com representantes de diferentes Apesar dessa diminui\u00e7\u00e3o, a agropecu\u00e1ria brasileira ainda figura como grande setores da economia, de modo empregador e como atividade que muito contribui para as exporta\u00e7\u00f5es do pa\u00eds. a estabelecer rela\u00e7\u00f5es entre seu cotidiano e o mundo do trabalho. Tamb\u00e9m o setor secund\u00e1rio sofreu uma queda relativa nessas d\u00e9cadas, passando Desse modo, eles ser\u00e3o estimu- de 23,2% (em 1976) para 20,8% da PEA (em 2016), o que tamb\u00e9m se deve \u00e0 moderni- lados a desenvolver a CEGEF5. za\u00e7\u00e3o industrial, com mecaniza\u00e7\u00e3o (ou robotiza\u00e7\u00e3o) das tarefas, pelo menos em alguns setores (automobil\u00edstico, mec\u00e2nico, eletr\u00f4nico, etc.). Essa queda percentual dos traba- Cada aluno dever\u00e1 entrevis- lhadores na ind\u00fastria s\u00f3 n\u00e3o foi maior porque as estat\u00edsticas incluem no setor secun- tar um adulto pr\u00f3ximo, como um d\u00e1rio os empregados na constru\u00e7\u00e3o civil (pedreiros, encanadores, pintores, eletricistas, familiar, um vizinho ou um fun- arquitetos e engenheiros, etc.). cion\u00e1rio da escola, por exemplo. Tal como ocorre em quase todos os pa\u00edses do mundo, no Brasil o setor terci\u00e1rio \u00e9 Defina com os alunos, pre- o que mais se expande. Esse panorama \u00e9 esperado em um pa\u00eds que se industrializou, viamente, quais quest\u00f5es ser\u00e3o urbanizou e vem ampliando a mecaniza\u00e7\u00e3o nos setores prim\u00e1rio e secund\u00e1rio. aplicadas, montando um questio- n\u00e1rio ao entrevistado. Algumas O setor terci\u00e1rio brasileiro encontra-se em constante processo de moderniza\u00e7\u00e3o, sugest\u00f5es de perguntas: resultado das inser\u00e7\u00f5es tecnol\u00f3gicas que as empresas realizaram para dialogar com os setores prim\u00e1rio e secund\u00e1rio. No entanto, ainda h\u00e1 in\u00fameras empresas que n\u00e3o 1. Est\u00e1 atualmente emprega- se modernizaram e utilizam m\u00e3o de obra com baixa qualifica\u00e7\u00e3o (e com baixa remu- do? nera\u00e7\u00e3o). Nesses casos, nota-se uma propor\u00e7\u00e3o grande de trabalhadores no setor informal, isto \u00e9, que n\u00e3o s\u00e3o registrados, n\u00e3o est\u00e3o submetidos aos encargos pagos 2. Se sim, qual a ocupa\u00e7\u00e3o? por um trabalhador com registro em carteira e n\u00e3o possuem direitos como f\u00e9rias e Se n\u00e3o, o que fazia anterior- descanso remunerados ou licen\u00e7a-maternidade, entre outros direitos trabalhistas. mente? Essas pessoas atuam no com\u00e9rcio ambulante (nas ruas) ou como prestadores de servi\u00e7os informais (como consertos de equipamentos ou obras em resid\u00eancias). 3. H\u00e1 quanto tempo trabalha? O trabalho informal \u00e9 mais comum no setor terci\u00e1rio. 4. Sempre trabalhou no mesmo emprego ou em \u00e1rea similar? lazyllama\/Shutterstock Se n\u00e3o, qual tipo de emprego teve anteriormente? Caso a pessoa j\u00e1 seja aposen- tada, algumas outras perguntas podem ser adicionadas: 5. Por quantos anos trabalhou? 6. H\u00e1 quanto tempo est\u00e1 apo- sentado? 7. Exerce ainda alguma forma de trabalho remunerado? Qual? Ap\u00f3s a entrevista, pe\u00e7a aos alunos que fa\u00e7am um trabalho final. Esse trabalho pode ser em forma de um perfil, escrito com base nas respostas do entrevis- tado, ou um relat\u00f3rio final, com informa\u00e7\u00f5es do entrevistado e suas respostas, al\u00e9m de indicar a metodologia empregada e jus- tificar a import\u00e2ncia do trabalho realizado. Vendedor ambulante de coco no munic\u00edpio do Rio de Janeiro (RJ), em 2016. Popula\u00e7\u00e3o brasileira \u2022 CAP\u00cdTULO 3 55 Para aprofundar O emprego formal desaparece, a pobreza e a desigualdade avan\u00e7am. MARTINS, Rodrigo. Carta Capital, 17 jan. 2018. Dispon\u00edvel em: <www.cartacapital.com.br\/politica\/o-emprego-formal-desaparece-a-pobreza- e-a-desigualdade-avancam>. Acesso em: 4 set. 2018. O artigo traz um panorama da crise econ\u00f4mica no pa\u00eds, que provocou o desaparecimento de muitos postos de trabalho com carteira as- sinada, aprofundando desigualdades e injusti\u00e7as sociais. Analise tamb\u00e9m o processo de precariza\u00e7\u00e3o do trabalho e os riscos implicados na desindustrializa\u00e7\u00e3o e no avan\u00e7o da mecaniza\u00e7\u00e3o da agricultura no Brasil. 55MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Rog\u00e9rio Reis\/Pulsar ImagensDesemprego e setor informal Ap\u00f3s a leitura do texto, co- Os \u00edndices de desemprego v\u00eam aumentando no Brasil desde 1990. Para se ter mente com os alunos algumas uma ideia, nos anos 1980, a taxa de desempregados na popula\u00e7\u00e3o economicamente das raz\u00f5es para o crescimento ativa do Brasil era de cerca de 5%; em 2010 era de 7,1%; em 2015 era pouco superior do desemprego e da informali- a 8%; e em 2017 atingiu o patamar de 11,8%. dade nas rela\u00e7\u00f5es de trabalho. Com a crescente mecaniza\u00e7\u00e3o Uma das consequ\u00eancias do crescimento das taxas de desemprego no Brasil foi a do trabalho, alguns profissionais expans\u00e3o do setor informal da economia. A mecaniza\u00e7\u00e3o, a informatiza\u00e7\u00e3o e a robo- t\u00eam seu emprego amea\u00e7ado e tiza\u00e7\u00e3o de v\u00e1rias tarefas, al\u00e9m das migra\u00e7\u00f5es rural-urbanas, tamb\u00e9m contribu\u00edram seu posto substitu\u00eddo pelo uso para essa expans\u00e3o, que se concentra basicamente nas grandes e m\u00e9dias cidades. de m\u00e1quinas, por exemplo. Em \u00e9pocas de crise econ\u00f4mica, as No setor informal, encontram-se pessoas que se dedicam \u00e0s atividades sem empresas tendem a reduzir o registro em carteira ou qualquer outra forma de vincula\u00e7\u00e3o com uma empresa ou com quadro de funcion\u00e1rios que, de- o Estado. Geralmente, elas est\u00e3o desempregadas e n\u00e3o conseguem (ou n\u00e3o querem) sempregados, muitas vezes se atividades ou empregos formais devido \u00e0 falta de qualifica\u00e7\u00e3o ou ao excesso de buro- voltam para a atividade informal cracia e de impostos. S\u00e3o exemplos de ocupa\u00e7\u00f5es que podem ser exercidas informal- como uma alternativa de comple- mente: vendedores de sandu\u00edches ou doces em carros utilit\u00e1rios, motoristas de apli- mentar a renda. cativos, vendedores de com\u00e9rcio nas ruas, prestadores de servi\u00e7os el\u00e9tricos, hidr\u00e1uli- cos e de constru\u00e7\u00e3o, professores de idiomas e tradutores aut\u00f4nomos, empregados Ao abordar a terceiriza\u00e7\u00e3o, ex- dom\u00e9sticos n\u00e3o registrados, etc. plique que essa rela\u00e7\u00e3o de traba- lho pode ser estabelecida tanto O INSS foi criado em 1988 e \u00e9 para as atividades-meio quanto um \u00f3rg\u00e3o do Minist\u00e9rio da para atividades-fim. A primeira Previd\u00eancia Social, respons\u00e1vel n\u00e3o tem vincula\u00e7\u00e3o com o pro- por receber as contribui\u00e7\u00f5es duto ou servi\u00e7o principal da em- feitas pelos trabalhadores e presa ou institui\u00e7\u00e3o, enquanto a fazer o pagamento de segunda est\u00e1 diretamente en- aposentadorias, pens\u00f5es por volvida na gera\u00e7\u00e3o do produto morte, aux\u00edlios-doen\u00e7a, entre ou servi\u00e7o principal da empresa outros benef\u00edcios. Na foto, ou institui\u00e7\u00e3o. ag\u00eancia do INSS no munic\u00edpio de An\u00e1polis (GO), em 2015. Por exemplo, \u00e9 permitido que a escola n\u00e3o somente contrate Outro fator que contribui para expandir o setor informal da economia \u00e9 a terceiri- uma empresa terceirizada para za\u00e7\u2039o, que consiste em uma forma de as empresas reduzirem gastos com funcion\u00e1rios os servi\u00e7os de limpeza e segu- registrados. Por exemplo: imagine que uma escola, em vez de ter um departamento ran\u00e7a (atividade-meio) como pr\u00f3prio com funcion\u00e1rios registrados como faxineiros para fazer a limpeza das salas de tamb\u00e9m contrate uma empre- aula, contrate os servi\u00e7os de uma empresa que preste esse servi\u00e7o. A redu\u00e7\u00e3o de cus- sa terceirizada de professores tos se d\u00e1 porque os gastos efetivos com os funcion\u00e1rios registrados em carteira incluem para lecionar aos alunos (ativi- v\u00e1rios impostos, enquanto o valor pago \u00e0 empresa prestadora do servi\u00e7o \u00e9 menor. dade-fim). Em ambos os casos, existem dois contratos sobrepos- De fato, a porcentagem da economia nacional (o PIB) que o poder p\u00fablico arreca- tos. O primeiro entre a escola e a da sob a forma de impostos aumentou nas \u00faltimas d\u00e9cadas: era de 17,4% em 1960, empresa terceirizada (seja para 28% em 1990 e, em 2017, j\u00e1 atingia os 34%. O Brasil virou, nesse per\u00edodo, um dos a limpeza, seja para o ensino), campe\u00f5es mundiais em impostos. Por\u00e9m, ao contr\u00e1rio de outros pa\u00edses com uma sendo um contrato entre pessoas excessiva carga tribut\u00e1ria (como Dinamarca, Su\u00e9cia ou Alemanha), todo esse or\u00e7amen- jur\u00eddicas. J\u00e1 o segundo, entre a to p\u00fablico em geral n\u00e3o se reflete em obras ou servi\u00e7os que beneficiam a popula\u00e7\u00e3o empresa terceirizada e o profis- ou que geram melhor qualidade de vida. sional da limpeza, seguran\u00e7a ou professor, entre pessoa jur\u00eddica 56 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade e pessoa f\u00edsica, que dever\u00e1 res- peitar a CLT (Consolida\u00e7\u00e3o das Leis do Trabalho). Texto complementar O funcion\u00e1rio terceirizado tem menos direitos trabalhistas? existam diferen\u00e7as salariais entre os terceirizados e os empregados da tomadora. [...] [...] \u00c9 importante observar, por\u00e9m, que o trabalhador terceirizado n\u00e3o \u00e9 empregado Resumindo: embora a legisla\u00e7\u00e3o preveja o mesmo rol de direitos para os trabalha- da empresa que se beneficia de seu servi\u00e7o. Ele \u00e9 funcion\u00e1rio de uma empresa, deno- dores terceirizados e os demais empregados, considerando que eles s\u00e3o empregados minada contratada ou prestadora de servi\u00e7o, que ir\u00e1 disponibilizar seu empregado para de empresas diferentes e s\u00e3o representados por sindicatos distintos, na pr\u00e1tica, podem prestar servi\u00e7o a outra empresa, denominada contratante ou tomadora do servi\u00e7o. [...] ocorrer diferen\u00e7as de tratamento, como sal\u00e1rios e benef\u00edcios diferentes. Em raz\u00e3o dessa caracter\u00edstica do trabalho terceirizado, embora a lei preveja os mesmos NASCIMENTO, Marcelo Mascaro. O funcion\u00e1rio terceirizado tem menos direitos trabalhistas? tipos de direitos ao trabalhador terceirizado e aos demais, na pr\u00e1tica, podem ocorrer Exame, 15 jun. 2017. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/exame.abril.com.br\/carreira\/o-funcionario- diferen\u00e7as significativas. Nesse sentido, por exemplo, pode ocorrer que, na realidade, terceirizado-tem-menos-direitos-trabalhistas>. Acesso em: 5 set. 2018. 56 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","2. a) A popula\u00e7\u00e3o economicamente ativa corresponde ao somat\u00f3rio das pessoas que trabalham em um dos tr\u00eas setores (popula\u00e7\u00e3o ocupada) e das pessoas que est\u00e3o desempregadas, desde que estejam procurando emprego. Como o intuito do quadro \u00e9 mostrar a evolu\u00e7\u00e3o dos setores, essa an\u00e1lise s\u00f3 \u00e9 poss\u00edvel a partir da observa\u00e7\u00e3o das pessoas empregadas nesse per\u00edodo, da\u00ed a necessidade Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Como a economia brasileira cresceu pouco desde os anos 1980 at\u00e9 aproximada- de utilizar os dados sobre Texto e a\u00e7\u00e3o popula\u00e7\u00e3o ocupada. Atividade 1: Se julgar adequa- mente o in\u00edcio deste s\u00e9culo e passou por uma recess\u00e3o (crescimento negativo) duran- 2. b) Sim. Pelo quadro \u00e9 do, pe\u00e7a aos alunos que recor- ram a exemplos apresentados te alguns anos (2009, 2014, 2015 e 2016), ela n\u00e3o gerou empregos numa propor\u00e7\u00e3o poss\u00edvel ver que a popula\u00e7\u00e3o nas aulas anteriores e identifi- ocupada nesse setor caiu quem algumas semelhan\u00e7as entre as atividades de cada um suficiente para ocupar as gera\u00e7\u00f5es que ingressam no mercado de trabalho. Mas n\u00e3o para menos de um ter\u00e7o dos tr\u00eas setores. entre 1976 e 2016, por\u00e9m s\u00e3o apenas os jovens que ficaram desempregados: muitas empresas come\u00e7aram a n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel dizer que Atividade 2, item a: Espera-se que os alunos compreendam a demitir funcion\u00e1rios mais experientes e com mais idade, que ganhavam mais, para a produtividade diminuiu, diferen\u00e7a entre a popula\u00e7\u00e3o ocu- pada e a popula\u00e7\u00e3o economica- j\u00e1 que a mecaniza\u00e7\u00e3o e a mente ativa. Se julgar necess\u00e1rio, retome esses conceitos. contratar funcion\u00e1rios mais jovens, com menos experi\u00eancia, que ganham menos. Isso moderniza\u00e7\u00e3o do trabalho Atividade 2, item b: Espera- gerou um fato perverso: as pessoas desempregadas com mais de 45 anos de idade no campo tendem a -se que os alunos associem o aumentar a produtividade, aumento de produtividade do setor prim\u00e1rio ao aumento da passaram a ter grande dificuldade de encontrar um novo emprego, e h\u00e1 um n\u00famero mesmo com menos m\u00e3o mecaniza\u00e7\u00e3o das atividades de obra. agropecu\u00e1rias. bem maior de menores de idade trabalhando. Atividade 3: Se poss\u00edvel, soli- A expans\u00e3o de trabalhadores brasileiros no setor informal decorre de v\u00e1rias cau- cite aos alunos que deem exem- plos de profiss\u00f5es que tendem a sas. Uma delas \u00e9, como j\u00e1 vimos, a elimina\u00e7\u00e3o de empregos formais por conta da ro- crescer com o aumento do traba- lho informal e promova uma ava- botiza\u00e7\u00e3o, da informatiza\u00e7\u00e3o e da terceiriza\u00e7\u00e3o. Outra causa \u00e9 o pequeno desempenho A imagem mostra uma lia\u00e7\u00e3o coletiva sobre as poss\u00edveis da economia formal, que, pelo menos desde os anos 1990, n\u00e3o vem gerando empre- grande fila de pessoas consequ\u00eancias desse aumento. gos suficientes. Tamb\u00e9m deve-se levar em conta que grande parte dos trabalhos aguardando a oportunidade formais exige que os funcion\u00e1rios estejam cada vez mais qualificados, o que \u00e9 um de se inscrever em um problema no Brasil: grande parte da popula\u00e7\u00e3o n\u00e3o tem acesso \u00e0 universidade e aca- mutir\u00e3o de empregos no ba n\u00e3o se qualificando para grande n\u00famero de vagas de emprego. munic\u00edpio de S\u00e3o Paulo (SP), no ano de 2018. Aloisio Mauricio\/Fotoarena Texto e a\u00e7\u00e3o 1. Resposta pessoal. Os alunos podem citar um emprego rural para setor prim\u00e1rio, como agricultor ou vaqueiro; um emprego da ind\u00fastria ou da constru\u00e7\u00e3o civil para o setor secund\u00e1rio; e um emprego de prestador de servi\u00e7o, como m\u00e9dico ou professor, para o setor terci\u00e1rio. 1 Cite um tipo de atividade do setor prim\u00e1rio, um do secund\u00e1rio e outro do terci\u00e1rio. 2 Sobre o quadro Brasil: distribui\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o ocupada por setores (1976 e 2016), na p\u00e1gina 54, responda: a) Por que o quadro se refere \u00e0 popula\u00e7\u00e3o ocupada e n\u00e3o \u00e0 popula\u00e7\u00e3o economicamente ativa? b) Em duplas, reflitam: Por que ocorreu um aumento na produtividade do trabalho no setor pri- m\u00e1rio no per\u00edodo de 1976 a 2016? 3 Quais s\u00e3o os motivos que levam pessoas e empresas a atuar no mercado de trabalho informal? 3. Em geral, os motivos que levam ao trabalho informal s\u00e3o o desemprego, ou seja, a falta de empregos com carteira assinada, o excesso de burocracia para conseguir a regulariza\u00e7\u00e3o de algumas atividades e os altos impostos que incidem sobre estas. Al\u00e9m disso, a falta de qualifica\u00e7\u00e3o profissional leva muitas pessoas \u00e0 informalidade. Popula\u00e7\u00e3o brasileira \u2022 CAP\u00cdTULO 3 57 57MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Jo\u00e3o Prudente\/Pulsar ImagensGeolink Fa\u00e7a a leitura do texto junto Leia o texto a seguir. com os alunos e converse sobre as quest\u00f5es ao final da se\u00e7\u00e3o, de Os mecanismos do envelhecimento modo a promover uma reflex\u00e3o coletiva e esclarecer eventuais Nunca um n\u00famero t\u00e3o grande de pessoas viveu tanto. Dos beb\u00eas que nascem hoje,mais da metade deve comple- d\u00favidas. tar 65 anos e viver quase duas d\u00e9cadas a mais do que as pessoas nascidas em meados do s\u00e9culo passado. O aumento da longevidade da popula\u00e7\u00e3o mundial e a redu\u00e7\u00e3o da fertilidade est\u00e3o fazendo o mundo envelhecer rapidamente. Se julgar oportuno, converse Proje\u00e7\u00f5es do documento Development in an ageing world [Desenvolvimento num mundo que est\u00e1 envelhecendo], com os alunos sobre os tipos de publicado em 2007 pela Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas (ONU), indicam que em 2050 haver\u00e1 cerca de 2 bilh\u00f5es de pol\u00edticas p\u00fablicas que poderiam pessoas com 60 anos ou mais no planeta (22% do total) \u2013 em 2005 eram 670 milh\u00f5es, ou 10% da popula\u00e7\u00e3o. ser implementadas, tendo em vista o fen\u00f4meno de envelheci- O aumento do n\u00famero e da mento da popula\u00e7\u00e3o. A atividade propor\u00e7\u00e3o de idosos na popula\u00e7\u00e3o contribui para o desenvolvimento brasileira tem sido r\u00e1pido: segundo da CEGEF7. pesquisa do IBGE, o n\u00famero total de pessoas com 60 anos ou mais subiu Para aprofundar de 2 milh\u00f5es em 1950 para 29,5 milh\u00f5es em 2016. Em 2025, dever\u00e1 Envelhecimento popula- chegar aos 31,8 milh\u00f5es. Com o cional e pol\u00edticas p\u00fablicas: aumento da expectativa de vida, as desafios para o Brasil no s\u00e9- empresas e o pr\u00f3prio Estado culo XXI precisar\u00e3o se adaptar para receber ou reintegrar essa parte da OLIVEIRA, Ant\u00f4nio Tadeu popula\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho. Ribeiro de. Espa\u00e7o e Eco- Na foto, comerciante em loja de nomia [On-line], ano IV, tecidos no munic\u00edpio de Botelhos n. 8, 2016. Dispon\u00edvel em: (MG), em 2016. <http:\/\/espacoeconomia. revues.org\/2140>. Acesso O aumento da expectativa de vida tamb\u00e9m traz problemas. Um deles \u00e9 o aumento r\u00e1pido da propor\u00e7\u00e3o de idosos em: 3 set. 2018. em muitos pa\u00edses \u2013 entre eles, o Brasil. Na Fran\u00e7a, passaram-se quase 150 anos para que o n\u00famero relativo de ido- sos subisse de 10% para 20% da popula\u00e7\u00e3o. Nesse tempo, o pa\u00eds enriqueceu e melhorou as condi\u00e7\u00f5es de vida das Neste artigo o autor discu- pessoas. China, Brasil e \u00cdndia passar\u00e3o por algo semelhante em 25 anos [...]. te a tend\u00eancia de envelheci- mento da popula\u00e7\u00e3o em seu Hoje h\u00e1 26 milh\u00f5es de idosos (12,5% da popula\u00e7\u00e3o) no Brasil. Segundo proje\u00e7\u00f5es do Instituto Brasileiro de Geo- aspecto estrutural, fazendo grafia e Estat\u00edstica (IBGE), os idosos ser\u00e3o 29% em 2050, quando esse grupo somar\u00e1 66 milh\u00f5es de indiv\u00edduos. \u201cO men\u00e7\u00e3o aos gargalos da edu- Brasil est\u00e1 envelhecendo na contram\u00e3o\u201d,afirma o m\u00e9dico e epidemiologista cariocaAlexandre Kalache,que dirigiu ca\u00e7\u00e3o. Nesse contexto, apre- por 13 anos o Programa Global de Envelhecimento e Sa\u00fade da Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS) [...].\u201cJ\u00e1 temos senta considera\u00e7\u00f5es sobre problemas de sa\u00fade,emprego,educa\u00e7\u00e3o,saneamento e tamb\u00e9m teremos de lidar com uma popula\u00e7\u00e3o formada por pol\u00edticas populacionais co- um grande n\u00famero de idosos.\u201d mo o incentivo \u00e0 natalidade e a atra\u00e7\u00e3o migrat\u00f3ria. As doen\u00e7as associadas ao envelhecimento devem se tornar mais comuns, ao mesmo tempo que mais gente vi- ver\u00e1 com sa\u00fade por mais tempo, mudando o panorama laboral, que exigir\u00e1 mais flexibilidade e capacidade de adapta\u00e7\u00e3o de pessoas, empresas e Estado.\u201cAs cidades ter\u00e3o de se preparar para esse novo cen\u00e1rio, criando pol\u00edti- cas de moradia, transporte, participa\u00e7\u00e3o social, trabalho e educa\u00e7\u00e3o que levem em considera\u00e7\u00e3o o idoso\u201d, alerta o epidemiologista. [...] PIVETTA, Marcos; ZORZETTO, Ricardo. Os mecanismos do envelhecimento. Revista FAPESP. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/revistapesquisa.fapesp.br\/2017\/04\/18\/os-mecanismos-do-envelhecimento>. Acesso em: 23 maio 2018. 1. Resposta pessoal. O autor da frase quis dizer que o Brasil est\u00e1 envelhecendo rapidamente sem antes ter Agora, responda: resolvido problemas de uma popula\u00e7\u00e3o jovem, tais como sistema de sa\u00fade (que continua prec\u00e1rio), educa\u00e7\u00e3o, saneamento (que ainda falta em muitos munic\u00edpios), emprego, etc. A maioria dos pa\u00edses desenvolvidos resolveu 1 Voc\u00ea concorda com a afirma\u00e7\u00e3o \u201cO Brasil est\u00e1 envelhecendo na contram\u00e3o\u201d? Justifique. esses problemas antes de envelhecer. 2 \u00c9 preciso definir pol\u00edticas p\u00fablicas considerando o envelhecimento da popula\u00e7\u00e3o brasileira? Por qu\u00ea? 2. Espera-se que o aluno conclua que o Estado dever\u00e1 criar pol\u00edticas p\u00fablicas considerando a participa\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o idosa nas \u00e1reas do trabalho, da educa\u00e7\u00e3o, da sa\u00fade, do lazer, da cultura e do acesso \u00e0s novas tecnologias; dever\u00e1 facilitar seu deslocamento, adaptando os meios de transporte; dever\u00e1 propor moradias que favore\u00e7am a sua autonomia; etc. 58 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade 58 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Mulheres e homens no mundo Trabalho remunerado: Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas do trabalho trabalho retribu\u00eddo financeiramente por Oriente os alunos a ler o texto Nos dias atuais, situa\u00e7\u00f5es de desigualdade entre homens e mulheres no merca- sal\u00e1rio ou remunera\u00e7\u00e3o e observar o quadro com aten\u00e7\u00e3o. do de trabalho ocorrem em diversos pa\u00edses do mundo. No Brasil, quanto ao trabalho em dinheiro. \u00c9 importante que eles reconhe- remunerado, as mulheres ainda est\u00e3o em desvantagem em rela\u00e7\u00e3o aos homens. Em \u00e7am o aumento da participa\u00e7\u00e3o 2010, cerca de 39 milh\u00f5es de mulheres trabalhavam exercendo atividades remune- feminina na for\u00e7a de trabalho co- radas (em 2016, esse \u00edndice foi de 45 milh\u00f5es); o n\u00famero de homens que exerciam mo uma forma de paridade social atividades remuneradas era de 53 milh\u00f5es em 2010 (em 2016 o \u00edndice foi de 57 mi- e reconhecimento da capacida- lh\u00f5es). Contudo, o n\u00famero de mulheres que exercem atividades remuneradas vem de e autonomia das mulheres. aumentando bastante nas \u00faltimas d\u00e9cadas, e na d\u00e9cada de 2020 ou de 2030 prova- A abordagem desse tema con- velmente j\u00e1 estar\u00e1 equiparado ao dos homens. tribui para o desenvolvimento da CGEB9. Brasil: participa\u00e7\u00e3o de homens e mulheres na for\u00e7a de trabalho O texto a seguir trata de um Ano 1940 1960 1980 2010 relat\u00f3rio da Organiza\u00e7\u00e3o Inter- nacional do Trabalho (OIT), que Homens 81% 82,5% 73% 56,5% demonstra os impactos positivos da redu\u00e7\u00e3o da desigualdade de Mulheres 19% 17,5% 27% 43,5% g\u00eanero no mercado de trabalho para a economia e, consequen- Fonte: IBGE. Recenseamentos gerais. Dispon\u00edvel em: <www.ibge.gov.br\/estatisticas-novoportal\/sociais\/ temente, para sociedade como populacao\/9662-censo-demografico-2010.html?=&t=downloads>. Acesso em: 28 maio 2018. um todo. Observe no quadro acima que na d\u00e9cada de 1940 apenas 19% da for\u00e7a de trabalho Cassandra Cury\/Pulsar Imagens Texto complementar no Brasil era de mulheres. Com o passar do tempo, as mulheres foram conquistando seu espa\u00e7o no mercado de trabalho. Atualmente, em grande parte das fam\u00edlias brasileiras, a OIT: Reduzir a mulher e o homem s\u00e3o igualmente respons\u00e1veis pela renda familiar; muitas mulheres desigualdade de g\u00eanero encabe\u00e7am o sustento da fam\u00edlia. beneficiaria as mulheres, a sociedade e O fato de a participa\u00e7\u00e3o feminina no mercado de trabalho ser ainda relativamen- a economia te pequena (tendo em vista que elas constituem aproximadamente 51% da popula\u00e7\u00e3o nacional) n\u00e3o quer dizer que as mulheres trabalham menos que os homens. Na reali- [...] No Brasil, a OIT esti- dade a mulher comumente realiza a maior parte das atividades dom\u00e9sticas, e essa ma que a taxa de participa\u00e7\u00e3o fun\u00e7\u00e3o de dona de casa feminina no mercado de tra- n\u00e3o \u00e9 computada nas es- balho em 2017 seja de 56% \u2013 tat\u00edsticas relativas \u00e0 popu- uma diferen\u00e7a de 22,1 pontos la\u00e7\u00e3o ocupada ou com ati- percentuais em compara\u00e7\u00e3o vidades remuneradas. E com a participa\u00e7\u00e3o masculi- mesmo quando a mulher na, estimada em 78,2%. [...] trabalha fora do lar, ela continua a exercer boa par- Em 2014, os l\u00edderes do G20 te das atividades dom\u00e9sti- se comprometeram a reduzir cas, um trabalho dobrado, em 25% a diferen\u00e7a nas taxas que \u00e9 denominado dupla de participa\u00e7\u00e3o entre homens jornada de trabalho. e mulheres at\u00e9 2025. [...] Farmac\u00eautica trabalha em No Brasil, o efeito seria um laborat\u00f3rio no munic\u00edpio de aumento de at\u00e9 382 bilh\u00f5es Ribeir\u00e3o Preto (SP), em 2014. de reais ou 3,3% no PIB e um acr\u00e9scimo de at\u00e9 131 bilh\u00f5es Popula\u00e7\u00e3o brasileira \u2022 CAP\u00cdTULO 3 59 de reais em receita tribut\u00e1ria. O relat\u00f3rio recomenda me- didas abrangentes para melho- rar a igualdade das condi\u00e7\u00f5es de trabalho e reformular os pap\u00e9is de g\u00eanero, incluindo: promover a igualdade de re- munera\u00e7\u00e3o por trabalho de igual valor; abordar as cau- sas profundas da segrega\u00e7\u00e3o ocupacional e setorial; reco- nhecer, reduzir e redistribuir as tarefas de cuidado n\u00e3o re- muneradas; e transformar as institui\u00e7\u00f5es para prevenir e eliminar a discrimina\u00e7\u00e3o, a viol\u00eancia e o ass\u00e9dio contra mulheres e homens no mun- do do trabalho. [\u2026] DUTRA, Fernanda. OIT: Reduzir a desigualdade de g\u00eanero beneficiaria as mulheres, a sociedade e a economia. Na\u00e7\u00f5es Unidas do Brasil, 14 jun. 2017. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/ nacoesunidas.org\/oit-reduzir- a-desigualdade-de-genero- beneficiaria-as-mulheres-a- sociedade-e-a-economia>. Acesso em: 3 set. 2018. 59MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Nos \u00faltimos anos, muitas empresas passaram a preferir o trabalho feminino em Fernando Favoretto\/Criar Imagem algumas atividades, seja porque a mulher se adapta melhor \u00e0 vaga fornecida pela com- Oriente a leitura do texto. Se Lute\/Acervo do cartunistapanhia, seja porque, em muitos casos, muitas empresas pagam menos \u00e0s mulheres. oportuno, pergunte aos alunos sobre os tipos de trabalho que Os sal\u00e1rios das mulheres ainda s\u00e3o, em geral, menores que os dos homens, apesar 7\/4\/19 16:20 s\u00e3o exercidos mais por mulhe- de essa diferen\u00e7a ter diminu\u00eddo sensivelmente nas \u00faltimas d\u00e9cadas. Entre as pessoas res do que por homens. O intuito que trabalhavam em 2010, por exemplo, 75% das mulheres e 61% dos homens recebiam \u00e9 que percebam que, apesar do at\u00e9 dois sal\u00e1rios m\u00ednimos por m\u00eas. No outro extremo, entre os trabalhadores que rece- aumento da inser\u00e7\u00e3o das mu- biam mais de vinte sal\u00e1rios m\u00ednimos por m\u00eas, incluem-se 1,3% dos trabalhadores do lheres no mercado de trabalho, sexo masculino e apenas 0,4% dos do sexo feminino. n\u00e3o somente a remunera\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 igual, como tamb\u00e9m h\u00e1 Dos cargos administrativos ou execu- ocupa\u00e7\u00f5es onde h\u00e1 predom\u00ednio tivos (diretores, gerentes, presidentes de de um sexo em rela\u00e7\u00e3o ao outro. empresas), que geralmente s\u00e3o bem remu- Incentive-os a refletir sobre os nerados, as mulheres ocupam apenas cer- motivos dessas diferen\u00e7as de ca de 20% do total. Essa propor\u00e7\u00e3o j\u00e1 \u00e9 bem maneira cr\u00edtica. maior que no passado e demonstra um avan\u00e7o, mas ainda \u00e9 pequena e distante da Texto e a\u00e7\u00e3o igualdade profissional entre os g\u00eaneros. Atividade 1, item a: Com base A igualdade entre os g\u00eaneros \u00e9 apontada pelas no que foi discutido no cap\u00edtulo, organiza\u00e7\u00f5es internacionais como um \u00e9 desej\u00e1vel que os alunos perce- bam que a charge retrata a dupla importante indicador do avan\u00e7o da democracia e jornada de uma mulher, pois ao do desenvolvimento social. Na foto, m\u00e9dica mesmo tempo que ela se dedica \u00e0s tarefas dom\u00e9sticas, tamb\u00e9m atende paciente em consult\u00f3rio no munic\u00edpio realiza atribui\u00e7\u00f5es de um traba- de S\u00e3o Paulo (SP), em 2015. lho de escrit\u00f3rio. Texto e a\u00e7\u00e3o Atividade 1, item b: A insti- tui\u00e7\u00e3o mencionada na charge, 1 Observe a charge abaixo e responda \u00e0s quest\u00f5es: a Organiza\u00e7\u00e3o Internacional do Trabalho (OIT), \u00e9 uma ag\u00eancia das a) O que a charge retrata? Na\u00e7\u00f5es Unidas. A OIT \u00e9 respons\u00e1- b) Voc\u00ea conhece a organiza\u00e7\u00e3o citada na charge? Por que ela foi criada? vel pela formula\u00e7\u00e3o e aplica\u00e7\u00e3o 2 Explique o que significa a afirma\u00e7\u00e3o: \u201cMuitas mulheres hoje em dia exercem dupla jornada de trabalho\u201d. das normas internacionais do 3 Em sua opini\u00e3o, \u00e9 justo que os homens ganhem mais do que as mulheres? Converse com os colegas. trabalho (Conven\u00e7\u00f5es e Reco- menda\u00e7\u00f5es), que regulam as 60 UNIDADE 1 \u2022 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade rela\u00e7\u00f5es de trabalho e garantem a observ\u00e2ncia de direitos traba- TEeslapries_raG-esoe7_qPuNLeDe2l0e2s0_e04n4t_e0n73d_aCmap0q3u.ineded m60hip\u00f3tese alguma \u00e9 justo que lhistas no mundo todo. duas pessoas recebam remunera\u00e7\u00e3o desigual se cumprem as mes- mas fun\u00e7\u00f5es. A atividade visa contribuir para o desenvolvimento da Atividade 2: A express\u00e3o \u201cdu- CGEB7, CECHEF6, CEGEF. pla jornada de trabalho\u201d se refere \u00e0 situa\u00e7\u00e3o de pessoas (geral- mente mulheres) que, al\u00e9m de se dedicarem ao trabalho for- mal remunerado, tamb\u00e9m s\u00e3o respons\u00e1veis por dar conta de extensas tarefas dom\u00e9sticas no dia a dia, que ocupam seu tempo livre como uma \u201csegunda jorna- da de trabalho\u201d. Atividade 3: Resposta pessoal. Se considerar oportuno, abra uma conversa sobre o tema. Explique aos alunos que, embora a parti- cipa\u00e7\u00e3o feminina no mercado de trabalho esteja em expans\u00e3o, ainda n\u00e3o h\u00e1 paridade salarial entre homens e mulheres. Ou seja, estas comumente recebem menos do que seus colegas ho- mens mesmo no exerc\u00edcio do mesmo cargo. Se considerar pertinente, diga aos alunos que o texto de 1953 do Artigo 461 da Consolida\u00e7\u00e3o das Leis Trabalhistas estabelece que: \u201cSendo id\u00eantica a fun\u00e7\u00e3o, a todo trabalho de igual valor pres- tado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponde- r\u00e1 igual sal\u00e1rio, sem distin\u00e7\u00e3o de sexo, nacionalidade ou idade\u201d. 60 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","4 Migra\u00e7\u00f5es Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Na hist\u00f3ria das migra\u00e7\u00f5es internas ou inter-regionais do Brasil, destacam-se as Oriente os alunos ler o texto e migra\u00e7\u00f5es nordestinas, que ocorreram do Nordeste para o Centro-Sul do pa\u00eds, es- a observar a fotografia. \u00c9 impor- pecialmente para as grandes metr\u00f3poles industrializadas, a partir dos anos 1930. tante que tenham compreendido Esse processo migrat\u00f3rio intensificou-se nos anos 1950 e 1960 em raz\u00e3o da me- a rela\u00e7\u00e3o entre as diferentes fa- lhoria dos meios de transporte e, sobretudo, da intensa industrializa\u00e7\u00e3o que ocorria ses de desenvolvimento econ\u00f4- no Centro-Sul, principalmente em S\u00e3o Paulo. mico e a expans\u00e3o de atividades agr\u00edcolas com os movimentos Evandro Teixeira\/Tyba migrat\u00f3rios. O conte\u00fado desta p\u00e1gina \u00e9 importante para a mobiliza\u00e7\u00e3o das habilidades EF07GE02 e EF07GE04. Ao final, verifique se os alu- nos entenderam o conceito de migra\u00e7\u00e3o \u201cpolinucleada\u201d. Aproveite a oportunidade para trabalhar o material audiovisual que aborda a forma- \u00e7\u00e3o do povo brasileiro. Na imagem, migrantes que sa\u00edram do Nordeste rumo ao estado de S\u00e3o Paulo em 1960. Essas migra\u00e7\u00f5es do Nordeste decorreram de v\u00e1rias causas, embora sempre liga- das \u00e0 busca de melhores oportunidades de trabalho e de vida. Uma delas foi a deca- d\u00eancia das lavouras tradicionais e importantes no Nordeste \u2013 a do algod\u00e3o no Maranh\u00e3o (devido \u00e0 concorr\u00eancia de outros centros internacionais exportadores) e especialmen- te a da cana-de-a\u00e7\u00facar na Zona da Mata nordestina (devido ao decl\u00ednio das exporta\u00e7\u00f5es e \u00e0 maior produ\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Paulo). Outro motivo foi a industrializa\u00e7\u00e3o no Centro-Sul do pa\u00eds, principalmente em S\u00e3o Paulo, que durante algumas d\u00e9cadas atraiu muita m\u00e3o de obra n\u00e3o apenas do Nordeste, mas tamb\u00e9m de Minas Gerais, Goi\u00e1s, Paran\u00e1, entre outros estados. A partir da d\u00e9cada de 1980, com o crescimento de outras regi\u00f5es do Brasil, soma- do a problemas ocasionados pela elevada densidade da popula\u00e7\u00e3o nas grandes cidades \u2013 Rio de Janeiro e S\u00e3o Paulo, principalmente \u2013, a migra\u00e7\u00e3o nordestina para o Sul e o Sudeste do pa\u00eds diminuiu sensivelmente. Dessa d\u00e9cada em diante, pessoas que sa\u00edam dos estados da regi\u00e3o Nordeste come\u00e7aram a migrar para a \u00e1rea central do pa\u00eds e para a Amaz\u00f4nia. Nesse per\u00edodo, houve um grande desenvolvimento agr\u00edcola e em parte industrial na \u00e1rea central, especialmente em Goi\u00e1s, onde foram constru\u00eddas a cidade de Bras\u00edlia e muitas rodovias. Na Amaz\u00f4nia, tamb\u00e9m foram constru\u00eddas estradas, o que abriu caminho para os desmatamentos da floresta, cujos espa\u00e7os foram ocupados pela agropecu\u00e1ria, pela minera\u00e7\u00e3o e, algumas vezes, utilizados para o crescimento urbano com base no com\u00e9rcio e numa pequena industrializa\u00e7\u00e3o. Atualmente, observamos uma migra\u00e7\u00e3o \u201cpolinucleada\u201d, ou seja, em v\u00e1rias dire\u00e7\u00f5es, para polos diferentes. Popula\u00e7\u00e3o brasileira \u2022 CAP\u00cdTULO 3 61 61MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Nos dias de hoje, as migra\u00e7\u00f5es ainda ocorrem, embora em ritmo bem mais len- to \u2013 e agora mais para a Amaz\u00f4nia ou para o Brasil central (Mato Grosso, Mato Oriente os alunos a ler o texto Grosso do Sul, Goi\u00e1s e Distrito Federal) do que para o Rio de Janeiro, S\u00e3o Paulo ou os e observar os mapas com aten- estados sulinos. Existem tamb\u00e9m os casos, que v\u00eam crescendo nos \u00faltimos anos, de \u00e7\u00e3o. Verifique se compreende- pessoas que vieram de estados nordestinos e que est\u00e3o retornando aos seus estados ram que as migra\u00e7\u00f5es internas de origem por causa de problemas nas metr\u00f3poles para as quais migraram, como foram impulsionadas por fatores S\u00e3o Paulo ou Rio de Janeiro (alto pre\u00e7o dos im\u00f3veis, congestionamentos no tr\u00e2nsito, econ\u00f4micos diferentes nas d\u00e9ca- desemprego, etc.). Outro motivo para esse retorno \u00e9 a maior gera\u00e7\u00e3o de empregos das anteriores. Conhecer esses no Nordeste em virtude do crescimento econ\u00f4mico da regi\u00e3o. dados contempla as habilidades EF07GE02 e EF07GE04. O exerc\u00ed- Texto e a\u00e7\u00e3o cio de leitura e an\u00e1lise de mapas contempla a EF07GE09. 1 Qual foi o per\u00edodo mais intenso da migra\u00e7\u00e3o interna ou inter-regional no Brasil? 2 Explique por que a intensa migra\u00e7\u00e3o do Nordeste para Rio de Janeiro e S\u00e3o Paulo praticamente se Texto e a\u00e7\u00e3o encerrou. Atividade 1: Foi o dos anos 3 Explique o que \u00e9 a migra\u00e7\u00e3o polinucleada que predomina hoje em dia no Brasil. 1950, e ocorreu at\u00e9 por volta de 4 Compare os mapas abaixo e responda \u00e0s quest\u00f5es. 1980. Grandes contingentes da popula\u00e7\u00e3o nordestina migraram Brasil: migra\u00e7\u00f5es (1950-1970) Brasil: migra\u00e7\u00f5es (d\u00e9cada de 2000) Mapas: Portal de Mapas\/Arquivo da editora para o Rio de Janeiro, S\u00e3o Paulo e os estados sulinos. \u00c9 importan- 55\u00ba\u00a0O 55\u00ba\u00a0O te que os alunos compreendam que esse movimento migrat\u00f3rio OCEANO OCEANO ocorreu em um per\u00edodo de pouca ATL\u00c2NTICO ATL\u00c2NTICO oferta de emprego em algumas regi\u00f5es, sobretudo no Nordeste, RR AP RR AP ao mesmo tempo que houve um 0\u00ba aumento da oferta de trabalho Equador 0\u00ba Equador com a urbaniza\u00e7\u00e3o de cidades como S\u00e3o Paulo e Rio de Janeiro. AM CE AM PA CE RN AC RO AC MT PB Atividade 2: Assim como em PA MA RN MA meados da d\u00e9cada de 1950 a PI PB RO PI PE conjuntura favoreceu a migra- \u00e7\u00e3o do norte para o sul do Brasil, PE Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio TO AL nas \u00faltimas d\u00e9cadas, a expans\u00e3o N SE da oferta de m\u00e3o de obra no nor- AL te do pa\u00eds contribuiu para que TO SE OL houvesse uma grande redu\u00e7\u00e3o S dos fluxos migrat\u00f3rios em dire- MT BA BA \u00e7\u00e3o ao sul. DF 0 590 1 180 km DF Atividade 3: S\u00e3o migra\u00e7\u00f5es GO MG GO MG de v\u00e1rias origens e para v\u00e1rios destinos: do Sul do pa\u00eds, espe- Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio MS SP ES MS ES cialmente Rio Grande do Sul, pa- N PR RJ SP RJ ra o Brasil central e a Amaz\u00f4nia, de nordestinos retornando para OL SC Principais fluxos PR Principais fluxos o Nordeste, de nordestinos indo S RS migrat\u00f3rios no SC migrat\u00f3rios na para a Amaz\u00f4nia ou tamb\u00e9m pa- per\u00edodo (1950-1970) d\u00e9cada de 2000 ra o Sudeste, etc. 0 590 1 180 km Limites atuais RS Atividade 4, item a: Era o fluxo Limites atuais migrat\u00f3rio dos estados da regi\u00e3o Nordeste para o Rio de Janeiro, Fonte: elaborado com base em SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. Fonte: elaborado com base em SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. estados sulinos e principalmente S\u00e3o Paulo: \u00c1tica, 2012. p.135. S\u00e3o Paulo: \u00c1tica, 2012. p.135. S\u00e3o Paulo. Se poss\u00edvel, projete o mapa em tamanho ampliado para a) Qual era o grande movimento migrat\u00f3rio nas d\u00e9cadas de 1950 a 1970? que seja feita uma an\u00e1lise cole- b) Comente sobre os principais tipos de migra\u00e7\u00e3o interna na d\u00e9cada de 2000. tiva e simult\u00e2nea dele. 62 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade Atividade 4, item b: De acordo com o mapa da d\u00e9cada de 2000, Par\u00e1 para o Nordeste. Estimule os alunos a pensar nas raz\u00f5es que le- Texto complementar h\u00e1 um fluxo do Nordeste para o vam as pessoas a migrar. Explique que, em grande parte das vezes, Sudeste, mas tamb\u00e9m do Sudes- as migra\u00e7\u00f5es ocorrem por raz\u00f5es econ\u00f4micas. Nordeste \u00e9 regi\u00e3o com maior retorno de migrantes, te para o Nordeste. Da mesma segundo IBGE forma, existe um fluxo de m\u00e3o dupla (nos dois sentidos) de S\u00e3o [\u2026] Al\u00e9m de apresentar menor migra\u00e7\u00e3o, diminuindo o n\u00famero Paulo para Minas Gerais, do Rio de pessoas que saem, o Nordeste come\u00e7a a atrair popula\u00e7\u00e3o, com Grande do Sul para o Paran\u00e1, do uma rede social melhor. Enquanto isso, o Sudeste, que j\u00e1 n\u00e3o re- Mato Grosso do Sul para o Mato cebia mais tantas pessoas, passa a ser tamb\u00e9m emissor, n\u00e3o s\u00f3 de Grosso, entre os estados nordes- migrantes, como tamb\u00e9m de quem \u00e9 origin\u00e1rio e est\u00e1 deixando es- tinos, entre os estados do Norte sa regi\u00e3o\u201d, afirma Ant\u00f4nio Tadeu Ribeiro de Oliveira, um dos pes- (especialmente Amazonas e Pa- quisadores do instituto. r\u00e1), do Nordeste para a Amaz\u00f4nia, de S\u00e3o Paulo para o Paran\u00e1 e do 62 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","5 Etnias Edson Grandisoli\/Pulsar Imagens Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Considera-se que a popula\u00e7\u00e3o brasileira foi constitu\u00edda, ao Oriente os alunos a ler o texto longo de cinco s\u00e9culos, por diversos grupos \u00e9tnicos dos povos e interpretar os dados do quadro. ind\u00edgenas, dos negros africanos e dos brancos europeus. \u00c9 importante que verifiquem que o IBGE classifica a popula\u00e7\u00e3o em A miscigena\u00e7\u00e3o entre os grupos \u00e9tnicos foi bastante diferentes grupos \u00e9tnicos (ind\u00ed- intensa no Brasil. De acordo com a denomina\u00e7\u00e3o nas esta- genas, negros, pardos, brancos e t\u00edsticas oficiais, da miscigena\u00e7\u00e3o originaram-se os mesti\u00e7os amarelos), e que o grau de mis- ou pardos: o mulato (branco + negro); o caboclo ou mame- cigena\u00e7\u00e3o \u00e9 relativamente alto, luco (branco + ind\u00edgena); e o cafuzo (ind\u00edgena + negro). dado que entre 1950 e 2010, a popula\u00e7\u00e3o parda aumentou de Observe os dados oficiais a respeito dos diversos grupos 26,5% para 43,1%. Esse con- \u00e9tnicos na popula\u00e7\u00e3o brasileira. te\u00fado contempla a habilidade EF07GE04. Ind\u00edgenas da etnia Desano em \u00e1rea ind\u00edgena pr\u00f3xima ao rio Negro, no munic\u00edpio de Manaus Comente com os alunos que \u00e9 muito comum que um brasileiro (AM), em 2015. tenha poucas informa\u00e7\u00f5es sobre sua ascend\u00eancia, n\u00e3o somente Brasil: grupos \u00e9tnicos na popula\u00e7\u00e3o total por conta da miscigena\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m pela falta de documen- Etnias % da popula\u00e7\u00e3o em 1950 % da popula\u00e7\u00e3o em 1980 % da popula\u00e7\u00e3o em 2010 tos oficiais, sobretudo da popula- \u00e7\u00e3o negra, que originalmente foi Brancos 61,7 54,7 47,7 trazida de maneira for\u00e7ada para o Brasil. Informe que, apesar de sa- Negros 11,0 5,9 7,6 bermos de quais regi\u00f5es da \u00c1fri- ca veio a maior parte dos negros, Pardos 26,5 38,5 43,1 \u00e9 dif\u00edcil para seus descendentes saber exatamente a hist\u00f3ria de Amarelos e ind\u00edgenas* 0,6 0,6 1,5 sua genealogia, diferentemente de muitos dos descendentes de N\u00e3o declarados 0,2 0,3 0,1 europeus e asi\u00e1ticos do in\u00edcio do s\u00e9culo XX. Total 100,0 100,0 100,0 Aproveite a oportunidade pa- * Na etnia amarela s\u00e3o inclu\u00eddos os asi\u00e1ticos (japoneses, chineses, coreanos, etc.). Antes do Censo de 2010, os ind\u00edgenas tamb\u00e9m eram inclu\u00eddos nessa ra trabalhar com os alunos a Se- categoria, mas, no \u00faltimo recenseamento (2010), o IBGE dividiu essa popula\u00e7\u00e3o entre amarelos ou orientais (2,1 milh\u00f5es de pessoas naquele ano) e qu\u00eancia Did\u00e1tica 2: Popula\u00e7\u00e3o ind\u00edgenas (821 mil). brasileira, dispon\u00edvel no mate- rial digital. Fonte: IBGE. Recenseamentos gerais de 1950, 1980 e 2010. Dispon\u00edvel em: <www.ibge.gov.br\/estatisticas-novoportal\/sociais\/populacao\/9662-censo- demografico-2010.html?=&t=downloads>. Acesso em: 28 maio 2018. Esses dados demonstram que o Brasil n\u00e3o \u00e9 um pa\u00eds de maioria branca, de origem Minha biblioteca europeia. Doze lendas brasileiras: Os afrodescendentes como nasceram as estrelas, de Clarice Por s\u00e9culos, milhares de africanos foram escravizados e trazidos para o Brasil Lispector e ilustra\u00e7\u00e3o de para trabalhar como m\u00e3o de obra, acabando por ter papel relevante na forma\u00e7\u00e3o da Suyuara. Rio de Janeiro: sociedade brasileira. Rocco, 2016. A autora reconta lendas Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic\u00edlio (PNAD) de 2017 mostram brasileiras, uma para desigualdades entre brancos e negros quanto \u00e0 taxa de alfabetiza\u00e7\u00e3o: a taxa de cada m\u00eas do ano, com analfabetismo dos brancos com 15 anos ou mais de idade corresponde a 4%, sendo representa\u00e7\u00f5es do 9% entre os negros. Esses \u00edndices variam de acordo com as regi\u00f5es do Brasil; no folclore brasileiro, entanto, em todas as regi\u00f5es se observa maior taxa de analfabetismo entre os negros. apresentando aspectos Quanto aos anos de estudo, os adultos brancos apresentam, em m\u00e9dia, 10,3 anos culturais da forma\u00e7\u00e3o e os negros, 8,7. da na\u00e7\u00e3o brasileira. Popula\u00e7\u00e3o brasileira \u2022 CAP\u00cdTULO 3 63 Enquanto S\u00e3o Paulo e Rio de Janeiro come\u00e7aram a receber menos imigrantes na \u00fal- Minas Gerais tamb\u00e9m aparece entre os que mais receberam migrantes de volta. tima d\u00e9cada, estados antes considerados de grande evas\u00e3o come\u00e7aram a perder menos \u201cEm Minas, houve uma invers\u00e3o na corrente migrat\u00f3ria, que antes sa\u00eda com dire\u00e7\u00e3o popula\u00e7\u00e3o, como Piau\u00ed e Alagoas. J\u00e1 Bahia e Maranh\u00e3o continuaram a ser classifica- ao Rio de Janeiro, e agora retorna, muito por conta da crise no RJ e do crescimento dos como regi\u00f5es \u201cexpulsoras\u201d, mas tamb\u00e9m diminu\u00edram o fluxo. mineiro\u201d, avalia Oliveira. Rio Grande do Sul foi o estado que apresentou maior n\u00famero de migrantes de re- Segundo o estudo, o fen\u00f4meno de retorno no pa\u00eds ocorre devido \u201c\u00e0 satura\u00e7\u00e3o dos torno do pa\u00eds, mas a taxa diminuiu em rela\u00e7\u00e3o a 2004. Na Regi\u00e3o Sul, o Paran\u00e1 foi espa\u00e7os do in\u00edcio da industrializa\u00e7\u00e3o no centro-sul\u201d, que \u201creduz a capacidade de ge- o estado que passou a receber mais migrantes. \u201cEsse fen\u00f4meno de retorno tamb\u00e9m ra\u00e7\u00e3o de emprego e de novas oportunidades ocupacionais, o que coloca o movimen- acontece em dire\u00e7\u00e3o ao Paran\u00e1, mas em menor intensidade. S\u00e3o aqueles que haviam to de retorno na pauta das estrat\u00e9gias de reprodu\u00e7\u00e3o e circula\u00e7\u00e3o dos migrantes. [\u2026] deixado o estado rumo ao Mato Grosso do Sul e ao Norte, em raz\u00e3o da expans\u00e3o de fronteira agr\u00edcola, mas que come\u00e7aram a retornar\u201d, afirma o pesquisador. PORTAL G1. Nordeste \u00e9 regi\u00e3o com maior retorno de migrantes, segundo IBGE. 15 jul. 2011. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/g1.globo.com\/brasil\/noticia\/2011\/07\/nordeste-e-regiao-com-maior- retorno-de-migrantes-segundo-ibge.html>. Acesso em: 5 set. 2018. 63 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Brasil: analfabetos de 15 anos ou mais de idade, por cor ou ra\u00e7a* segundo as Grandes Regi\u00f5es (2010) Oriente os alunos ler o texto e a interpretar o gr\u00e1fico. \u00c9 importante Sergio Pedreira\/Pulsar Imagens%Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste que eles compreendam com cla- Luiz Fernando Rubio\/Arquivo da editora35,0Brancos PretosAmarelosInd\u2019genas reza a desvantagem vivida pela 30,0 popula\u00e7\u00e3o afrodescendente no 25,0 Brasil e que essa situa\u00e7\u00e3o adv\u00e9m 20,0 de fatores hist\u00f3ricos diversos, 15,0 pautados no passado escravo- 10,0 crata. Desse modo, ser\u00e3o esti- 5,0 mulados o desenvolvimento da 0,0 CGEB1 e da CECHEF7. Norte Texto complementar Educa\u00e7\u00e3o refor\u00e7a Pardos desigualdades entre brancos e negros, diz * De acordo com o IBGE, os \u00edndices da popula\u00e7\u00e3o preta e parda correspondem \u00e0 popula\u00e7\u00e3o negra. O acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o, uma estudo das formas de possibilitar a Fonte: IBGE. Atlas do Censo Demogr\u00e1fico 2010. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/censo2010.ibge.gov.br\/apps\/atlas>. Acesso ascens\u00e3o social (empregos A educa\u00e7\u00e3o para brancos e em: 18 mar. 2018. com melhores negros \u00e9 desigual no Brasil, remunera\u00e7\u00f5es), foi segundo dados educacionais Essa restri\u00e7\u00e3o \u00e0 educa\u00e7\u00e3o resulta em um cen\u00e1rio no qual os afrodescendentes \u2013 historicamente oferecido de organizados pelo movimen- incluindo negros e grande parte dos denominados pardos (que tamb\u00e9m podem ser maneira desigual entre as to Todos pela Educa\u00e7\u00e3o. Os descendentes de ind\u00edgenas ou de africanos e ind\u00edgenas) \u2013 constituem cerca de 63% dos popula\u00e7\u00f5es brancas e de brancos concentram os me- pobres e 69% dos indigentes do Brasil. outras etnias no Brasil. Na lhores indicadores e \u00e9 a po- foto, alunos estudando em pula\u00e7\u00e3o que mais vai \u00e0 escola, A taxa de desemprego entre a popula\u00e7\u00e3o negra \u00e9 duas vezes maior do que biblioteca do Col\u00e9gio conclui o estudo. [...] Para o entre a popula\u00e7\u00e3o branca. Em 2003 os negros recebiam apenas 48% dos sal\u00e1rios Estadual Senhor do Bonfim, movimento, a falta de ofer- recebidos pelos brancos, \u00edndice que foi reduzido em 2015, quando constatou-se que no munic\u00edpio de Salvador ta de uma educa\u00e7\u00e3o de qua- os trabalhadores negros ganhavam, em m\u00e9dia, 59% do sal\u00e1rio recebido pelos bran- (BA), em 2018. lidade \u00e9 o que aumenta essa cos. Apesar desse pequeno avan\u00e7o, a desigualdade social \u00e9 muito forte no Brasil. desigualdade. [...] 64 UNIDADE 1 \u00a5 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade Os negros, soma daqueles que se declaram pretos e par- As desigualdades sociais s\u00e3o refor\u00e7adas na educa\u00e7\u00e3o. A taxa de Pela Educa\u00e7\u00e3o, Priscila Cruz, diz que os indicadores s\u00e3o resultado dos, pelos crit\u00e9rios do Insti- analfabetismo \u00e9 11,2% entre os pretos; 11,1% entre os pardos; e, 5% de uma educa\u00e7\u00e3o de baixa qualidade que n\u00e3o \u00e9 capaz de fazer com tuto Brasileiro de Geografia e entre os brancos. At\u00e9 os 14 anos, as taxas de frequ\u00eancia escolar t\u00eam que os estudantes superem as diferen\u00e7as sociais. Segundo ela, os Estat\u00edstica (IBGE), s\u00e3o maio- pequenas varia\u00e7\u00f5es entre as popula\u00e7\u00f5es, o acesso \u00e9 semelhante \u00e0 es- estudantes mais vulner\u00e1veis t\u00eam tamb\u00e9m acesso a escolas com as ria da popula\u00e7\u00e3o brasileira, cola. No entanto, a partir dos 15 anos, as diferen\u00e7as ficam maiores. piores infraestruturas e ensino. 52,9%. Essa popula\u00e7\u00e3o, no Enquanto, entre os brancos, 70,7% dos adolescentes de 15 a 17 anos entanto, ganha menos da m\u00e9- est\u00e3o no ensino m\u00e9dio, etapa adequada \u00e0 idade, entre os pretos esse TOKARNIA, Mariana. Educa\u00e7\u00e3o refor\u00e7a desigualdade entre brancos e dia do pa\u00eds, que \u00e9 R$ 1 012,25, \u00edndice cai para 55,5% e entre os pardos, 55,3%. [...] negros, diz estudo. Bras\u00edlia: Ag\u00eancia Brasil, 18 nov. 2016. Dispon\u00edvel em: segundo dados do IBGE de 2014. Entre os negros, a m\u00e9- Em entrevista [...], a presidente executiva do movimento Todos <http:\/\/agenciabrasil.ebc.com.br\/educacao\/noticia\/2016-11\/educacao- dia de renda familiar per ca- reforca-desigualdades-entre-brancos-e-negros-diz-estudo>. Acesso em: pita \u00e9 753,69 entre os pretos e R$ 729,50, entre os pardos. 8 jul. 2018. Os brancos t\u00eam renda m\u00e9dia de R$ 1 334,30. [...] Os dados seguem apontan- do a desigualdade, o desem- prego \u00e9 maior entre os pretos (7,5%) e pardos (6,8%) que entre os brancos (5,1%). O trabalho infantil, maior entre pardos (7,6%) e pretos (6,5%), que entre brancos (5,4%). 64 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Um outro dado que retrata a diferen\u00e7a social por etnia \u00e9 o fato de haver mais mu- Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas lheres negras (18%) do que mulheres brancas (11%) trabalhando em atividades como diarista e empregada dom\u00e9stica. Ali\u00e1s, o Brasil \u00e9 o pa\u00eds onde h\u00e1 mais trabalhadores Verifique se os alunos com- dom\u00e9sticos. preendem que apesar da aboli\u00e7\u00e3o da escravid\u00e3o, poucas mudan\u00e7as A atividade de empregada dom\u00e9stica surgiu ap\u00f3s a aboli\u00e7\u00e3o da escravatura como ocorreram estruturalmente, visto uma forma de continuar a contar com os servi\u00e7os dos africanos que haviam sido liber- que diversos servi\u00e7os \u2013 como o tos e remuner\u00e1-los com baixos sal\u00e1rios. Em 2013 foi aprovada a Proposta de Emenda de empregada dom\u00e9stica \u2013, an- \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o (PEC), conhecida como \u201cPEC das Dom\u00e9sticas\u201d, que estendeu a essa tes exercidos por escravizados, categoria profissional os direitos que a Constitui\u00e7\u00e3o de 1988 estabelece para os tra- hoje s\u00e3o exercidos, majoritaria- balhadores de outros setores: registro em carteira profissional, jornada di\u00e1ria de mente, por afrodescendentes. 8 horas, jornada semanal de 44 horas, Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o, pa- gamento de horas extras, adicional noturno, etc. Lembre aos alunos que mui- tas casas foram constru\u00eddas com Texto e a\u00e7\u00e3o pequenos quartos de emprega- da, geralmente ao lado da \u00e1rea \u00a5 Observe os dois gr\u00e1ficos e responda \u00e0s quest\u00f5es a seguir. de servi\u00e7o e com banheiro pr\u00f3- prio, pois elas dormiam sob o Luiz Fernando Rubio\/Arquivo da editora Brasil: rendimento m\u00e9dio a) No Brasil h\u00e1 desigualdades nos mesmo teto das fam\u00edlias que as mensal por etnia (2012-2017) rendimentos de acordo com a et- contratavam. Valor mensal (R |$) nia? Justifique com base nos da- 3 000 2 736 dos do gr\u00e1fico. Texto e a\u00e7\u00e3o Luiz Fernando Rubio\/Arquivo da editora 2 250 2 104 1 537 b) A taxa de desemprego no Brasil, Item a: Segundo os dados do Taxa de desemprego (em %) 1 529 no final de 2017, era bastante ele- gr\u00e1fico, durante o per\u00edodo de vada: 13% da popula\u00e7\u00e3o economi- 2012 a 2017, o valor mensal da 1 500 camente ativa. H\u00e1 desigualdades etnia branca sempre foi superior por etnia nessa taxa? Justifique ao das demais etnias. Espera-se 750 com base nos dados do gr\u00e1fico. que os alunos comparem os da- dos apresentados e reconhe\u00e7am 0 2o\/tri 2o\/tri 2o\/tri 2o\/tri 2o\/tri 2o\/tri c) Qual era o rendimento m\u00e9dio que as desigualdades entre ne- 2012 2013 2014 2015 2016 2017 mensal dos trabalhadores brasi- gros e brancos possuem raz\u00f5es Total Branca Preta Parda leiros no 2o trimestre de 2017? hist\u00f3ricas diversas, oriundas so- Em sua opini\u00e3o, esse rendimento bretudo da escravid\u00e3o. Fonte: ESTAD\u00c3O. Economia e Neg\u00f3cios, 22 set. 2017. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/economia. \u00e9 razo\u00e1vel, baixo ou elevado? Con- estadao.com.br\/blogs\/nos-eixos\/como-raca-e-genero-ainda-afetam-as-suas-chances-de- verse com os colegas. Item b: Sim. No final de 2017, conseguir-emprego-e-bons-salarios>. Acesso em: 22 abr. 2018. enquanto a etnia branca apre- d) De 2012 a 2017, houve alguma sentou uma taxa de desempre- Brasil: taxa de desemprego por etnia (2012-2017) mudan\u00e7a significativa das desi- go de 10,3%, a popula\u00e7\u00e3o preta gualdades de etnia, nos quesitos teve um percentual de 15,8%, 17,5 rendimentos e taxa de desempre- enquanto a parda apresentou 15,8% go? Justifique. 15,1% de desemprego. 15,0 15,1% Item c: O rendimento mensal 12,5 13% dos trabalhadores brasileiros no 10,0 10,3% segundo trimestre de 2017 era de R$ 2104,00. Resposta pessoal 7,5 do aluno a respeito desse valor. 5,0 Fonte: ESTAD\u00c3O. Economia e Neg\u00f3cios, 22 set. Item d: N\u00e3o houve mudan\u00e7as 2012 2017. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/economia.estadao.com. significativas nesse per\u00edodo de br\/blogs\/nos-eixos\/como-raca-e-genero-ainda-afetam- 2012 a 2017. Apenas na taxa de as-suas-chances-de-conseguir-emprego-e-bons- desemprego, uma mudan\u00e7a que salarios>. Acesso em: 22 abr. 2018. pode ser apontada como signi- ficativa foi a amplia\u00e7\u00e3o das de- sigualdades entre a popula\u00e7\u00e3o branca e as popula\u00e7\u00f5es preta e parda. 2014 2016 2018 Preta Parda Total Branca Popula\u00e7\u00e3o brasileira \u2022 CAP\u00cdTULO 3 65 65MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Os ind\u00edgenas Oriente os alunos a ler o texto Segundo o Censo de 2010, havia aproximadamente 817 mil ind\u00edgenas no Brasil, e observar o mapa, mobilizando a habilidade EF07GE09. \u00c9 impor- o que representa quase 0,5% da popula\u00e7\u00e3o brasileira. Boa parte deles est\u00e1 concen- tante que tenham assimilado os distintos n\u00edveis de integra\u00e7\u00e3o trada na Amaz\u00f4nia \u2013 cerca de 350 mil, especialmente no estado do Amazonas \u2013, das popula\u00e7\u00f5es ind\u00edgenas com o restante da sociedade brasi- embora existam in\u00fameros grupos ind\u00edgenas no Nordeste e no Centro-Sul do pa\u00eds. leira. Ao retomar um breve his- t\u00f3rico da quest\u00e3o ind\u00edgena no Os variados povos ind\u00edgenas t\u00eam culturas muito diferentes entre si (idiomas, Brasil, a habilidade EF07GE05 \u00e9 mobilizada. valores, mitos, regras para os casamentos, arquitetura das resid\u00eancias, etc.). O Ressalte a import\u00e2ncia da de- governo federal, em 2016, reconheceu 315 diferentes etnias ind\u00edgenas no pa\u00eds, com marca\u00e7\u00e3o das Terras Ind\u00edgenas para a preserva\u00e7\u00e3o da cultura 274 idiomas ou dialetos distintos. H\u00e1 certa variedade tamb\u00e9m no que se refere ao desses povos, e chame a aten- \u00e7\u00e3o de qu\u00e3o recente \u00e9 o Estatu- grau de contato com os n\u00e3o ind\u00edgenas: h\u00e1 grupos ind\u00edgenas isolados (contatos to do \u00cdndio, se considerarmos h\u00e1 quanto tempo esses povos habi- raros e acidentais); os integrados (que falam o portugu\u00eas; muitos deles trabalham tam estas terras. O entendimento da import\u00e2ncia da demarca\u00e7\u00e3o em cidades); bem como grupos intermedi\u00e1rios. das terras ind\u00edgenas contempla a habilidade EF07GE03. O grande problema dos povos ind\u00edgenas no Brasil \u00e9 o acesso \u00e0 terra e o reco- nhecimento de seu direito \u00e0 posse da terra. Depois de habitar, desde tempos ances- trais, todo o atual territ\u00f3rio brasileiro at\u00e9 a chegada dos colonizadores portugueses, ao longo do tempo eles foram perdendo grande parte de suas terras, sendo dizima- dos ou expulsos. Isso ocorre at\u00e9 hoje, embora de forma menos intensa. Em 1973, o governo brasileiro criou o Estatuto do \u00cdndio e se comprometeu a demarcar todas as terras ind\u00edgenas \u2013 estabelecer limites, reconhec\u00ea-los legalmente e garantir sua prote\u00e7\u00e3o \u2013 em um prazo de cinco anos. At\u00e9 hoje, pouco foi feito: apenas 10% dos grupos ind\u00edgenas, aproximadamente, t\u00eam suas terras demarcadas ou legalmente asseguradas. Observe o mapa ao lado que mostra a situa\u00e7\u00e3o de re- Brasil: Terras Ind\u2019genas (2018) conhecimento por parte do go- Portal de Mapas\/Arquivo da editora verno brasileiro das diversas Ter- ras Ind\u00edgenas. Equador RR AP Em 2018, havia 713 \u00e1reas 0\u00ba ind\u00edgenas no pa\u00eds, que, juntas, correspondiam a cerca de 14% do AM MA CE territ\u00f3rio nacional. Contudo, so- PA PI RN BA mente pouco mais da metade PB PE delas foi demarcada e regulariza- AC RO da. Segundo levantamentos rea- AL lizados pela Funda\u00e7\u00e3o Nacional TO SE do \u00cdndio (Funai), um \u00f3rg\u00e3o do Es- MT tado brasileiro, cerca de 70% des- DF sas terras estavam parcialmente GO invadidas por grupos de madei- OCEANO MS MG ES reiros, fazendeiros, posseiros, PAC\u00cdFICO PR RJ OCEANO garimpeiros, etc. Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio ATL\u00c2NTICO SP Fonte: elaborado com base em INSTITUTO Situa\u00e7\u2039o jur\u2019dica SC N SOCIOAMBIENTAL. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/ Em identi ca\u00e7\u00e3o\/com restri\u00e7\u00e3o RS OL de uso a n\u00e3o ind\u00edgenas acervo.socioambiental.org\/acervo\/mapas-e- 50\u00ba O S cartas-topograficas\/brasil\/terras-indigenas-do- Identi cada 0 405 810 km brasil-marco-2018>. Acesso em: 13 jun. 2018. (aprovada pela Funai) Declarada Homologada\/Reservada 66 UNIDADE 1 \u2022 Brasil: territ\u00f3rio e sociedade Para aprofundar O Supremo e a (n\u00e3o) demarca\u00e7\u00e3o de Terras Ind\u00edgenas YAMADA, Erika; BURITY, Val\u00e9ria. Carta Capital, 28 jun. 2017. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/justificando.cartacapital.com.br\/2017\/06\/28\/o-supremo- e-nao-demarcacao-de-terras-indigenas>. Acesso em: 4 set. 2018. O artigo explicita a situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade em que diversas popula\u00e7\u00f5es ind\u00edgenas se encontram e levanta os problemas jur\u00ed- dicos enfrentados pelos povos ind\u00edgenas quanto ao processo de demarca\u00e7\u00e3o de seus territ\u00f3rios. 66 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 3"]
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