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Telaris 7 ano geografia

Published by Artur Mineboy, 2023-01-03 19:48:37

Description: PNLD2020_Telaris_Geografia_7ano_PR

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["A fauna \u00e9 extremamente rica e variada. Ronaldo Francisco\/Acervo do fot\u00f3grafo Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Os insetos est\u00e3o presentes em todos os es- tratos da floresta. Os animais rastejadores, os A choquinha-estriada-da- Oriente a leitura do texto pelos anf\u00edbios e aqueles com capacidade para subir -amaz\u00f4nia \u00e9 uma ave nativa alunos e verifique a compreens\u00e3o em locais \u00edngremes, como os esquilos, convi- da Floresta Amaz\u00f4nica e deles sobre as caracter\u00edsticas da vem nos n\u00edveis baixo e m\u00e9dio. Nos locais mais pode ser encontrada nas fauna da Amaz\u00f4nia e da fauna e altos, est\u00e3o beija-flores, araras, papagaios, matas de igap\u00f3 e de v\u00e1rzea. da flora do bioma Mata Atl\u00e2ntica. periquitos e v\u00e1rios tipos de macacos, que se alimentam de frutas, brotos e castanhas. Os Se poss\u00edvel, ou\u00e7a com os alu- tucanos, voadores de curta dist\u00e2ncia, exploram nos a m\u00fasica \u201cSaga da Amaz\u00f4- as \u00e1rvores altas. O n\u00edvel intermedi\u00e1rio \u00e9 habi- nia\u201d (1984), de Geraldo Azevedo. tado por jacus, gavi\u00f5es, corujas e centenas de A can\u00e7\u00e3o descreve a Floresta pequenas aves. No estrato terrestre, encon- Amaz\u00f4nica com elementos da tram-se jabutis, cutias, pacas, antas, entre flora e da fauna, mencionando outras esp\u00e9cies. Os mam\u00edferos aproveitam a suas transforma\u00e7\u00f5es e os per- produtividade sazonal dos alimentos, como os frutos ca\u00eddos das \u00e1rvores. Esses animais, sonagens t\u00edpicos dessa regi\u00e3o. por sua vez, servem de alimento para grandes felinos e cobras de grande porte. Sobre a Mata Atl\u00e2ntica, acres- Entre as principais esp\u00e9cies amea\u00e7adas da Amaz\u00f4nia destacam-se o mogno cente que por ser um bioma que (madeira) e a on\u00e7a-pintada. ocupa uma \u00e1rea longil\u00ednea, ao longo da costa brasileira, coinci- Bioma Mata Atl\u2030ntica Produtividade sazonal: dindo com as \u00e1reas de concentra- refere-se ao que \u00e9 \u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o e das grandes Apesar da imensa devasta\u00e7\u00e3o sofrida, a riqueza das esp\u00e9cies animais e vegetais produzido em determinados aglomera\u00e7\u00f5es urbanas, o desma- que ainda se abrigam na Mata Atl\u00e2ntica \u00e9 espantosa. Em alguns trechos remanescen- per\u00edodos do ano. tamento foi intenso. Atualmente tes de floresta, os n\u00edveis de biodiversidade por hectare ainda s\u00e3o considerados os restam menos de 13% da flores- maiores do planeta. Mas mencionamos a biodiversidade por hectare e n\u00e3o total (em Vegeta\u00e7\u00e3o da Mata Atl\u00e2ntica ta original, sendo cada vez mais todo o bioma), pois neste \u00faltimo aspecto a Floresta Amaz\u00f4nica \u00e9 a de maior biodiver- no munic\u00edpio de S\u00e3o Miguel importante a sua preserva\u00e7\u00e3o. sidade do Brasil e do mundo. Arcanjo (SP), em 2017. Questione os alunos sobre o A Mata Atl\u00e2ntica, ou Floresta Latifoliada Tropical, corresponde, praticamente, tipo de clima desse bioma, as- ao dom\u00ednio do clima tropical \u00famido. Esse nome foi dado pelos colonizadores portu- sim como as massas de ar que gueses por causa da localiza\u00e7\u00e3o da mata entre o litoral e o interior do pa\u00eds. Esse tipo o influenciam. Caso necess\u00e1rio, de vegeta\u00e7\u00e3o, onde se encontravam o pau-brasil e plantas de madeira nobre, como incentive-os a observar o mapa o cedro, a peroba e o jacarand\u00e1, quase dos biomas brasileiros da p\u00e1gina n\u00e3o existe atualmente: 96% de sua \u00e1rea 165, e os mapas das p\u00e1ginas 147 original foi dizimada, restando apenas e 149 do cap\u00edtulo 7, mobilizando alguns trechos esparsos em encostas a habilidade EF07GE09. montanhosas, como na serra do Mar. Edson Grandisoli\/Pulsar Imagens Paralelamente \u00e0 riqueza vegetal, a fauna impressiona nessa forma\u00e7\u00e3o flores- tal. A maioria das esp\u00e9cies de animais bra- sileiros amea\u00e7ados de extin\u00e7\u00e3o \u00e9 origin\u00e1ria da Mata Atl\u00e2ntica, como mico-le\u00e3o, lontra, on\u00e7a-pintada, tatu-canastra e arara-azul- -pequena. Fora dessa lista, na regi\u00e3o tam- b\u00e9m vivem gamb\u00e1s, tamandu\u00e1s, pregui- \u00e7as, antas, veados, cutias, quatis, entre muitos outros animais. Hidrografia e biomas \u2022 CAP\u00cdTULO 8 167 167MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Bioma Caatinga Fabio Colombini\/Acervo do fot\u00f3grafo Ap\u00f3s a leitura do texto sobre Quando chove, em geral no in\u00edcio do ano, Cactos xiquexique em \u00e1rea de Caatinga no munic\u00edpio de Lagoa Grande (PE), Fabio Colombini\/Acervo do fot\u00f3grafo a Caatinga e observa\u00e7\u00e3o das fo- a paisagem da Caatinga muda muito rapida- em 2015. tografias, questione os alunos mente. As \u00e1rvores cobrem-se de folhas e o sobre o clima e as massas de ar solo fica forrado de pequenas plantas. Sapo-cururu no munic\u00edpio de Caracol (PI), em 2015. que predominam nesse bioma. Espera-se que eles identifiquem A caatinga \u00e9 uma vegeta\u00e7\u00e3o caracte- o clima tropical semi\u00e1rido e as r\u00edstica do clima semi\u00e1rido do Sert\u00e3o nordes- massas de ar equatorial atl\u00e2n- tino. Ela possui plantas xer\u00f3filas (adaptadas tica, tropical atl\u00e2ntica e equa- \u00e0 aridez), principalmente cact\u00e1ceas (xique- torial continental. Comente que xique, mandacaru, faveiro). Nesse bioma, apesar da a\u00e7\u00e3o de tr\u00eas massas encontramos tamb\u00e9m arbustos e pequenas de ar \u00famidas, estas j\u00e1 n\u00e3o car- \u00e1rvores, como o juazeiro, a aroeira e a bra\u00fa- regam muita umidade quando na. \u00c9 uma mata seca, que perde suas folhas chegam \u00e0 regi\u00e3o. durante a esta\u00e7\u00e3o em que h\u00e1 escassez de chuvas (a esta\u00e7\u00e3o seca). Apenas o juazeiro, A respeito do bioma Cerrado, com suas ra\u00edzes muito profundas que con- questione-os tamb\u00e9m sobre o cli- seguem captar \u00e1gua no subsolo, e algumas ma e as massas de ar que atuam palmeiras mant\u00eam as folhas durante a es- nele. Se necess\u00e1rio, pe\u00e7a a eles ta\u00e7\u00e3o seca. que consultem o mapa dos bio- mas brasileiros da p\u00e1gina 165, H\u00e1 abund\u00e2ncia de r\u00e9pteis, entre os e os mapas das p\u00e1ginas 147 e quais se destacam os lagartos e as cobras. 149 do cap\u00edtulo 7, mobilizando Existem alguns roedores e muitos insetos e a habilidade EF07GE09. aracn\u00eddeos. A dificuldade de obter \u00e1gua \u00e9 um obst\u00e1culo para a exist\u00eancia de grandes ma- m\u00edferos na regi\u00e3o, onde, mesmo assim, s\u00e3o encontrados cachorros-do-mato e outros animais que se alimentam principalmente de roedores. Da regi\u00e3o s\u00e3o tamb\u00e9m o sapo- -cururu, a asa-branca, a cutia, o gamb\u00e1, o pre\u00e1, o veado-catingueiro, o tatupeba e o sagui-do-nordeste, entre outros animais. Bioma Cerrado Costuma-se considerar o Cerrado um tipo de savana, vegeta\u00e7\u00e3o t\u00edpica de clima tropical semi\u00famido em solos relativamente pobres. As savanas s\u00e3o bastante comuns na \u00c1frica, que apresenta algumas condi\u00e7\u00f5es de clima e solo semelhantes \u00e0s do continente sul-americano. O Cerrado \u00e9 um tipo de vegeta\u00e7\u00e3o mista, com plantas de m\u00e9dio porte misturadas com gram\u00edneas, pr\u00f3prias do clima tropical t\u00edpico, ou semi\u00famido, do Brasil central. Ge- ralmente, o Cerrado t\u00edpico apresenta dois estratos de plantas: um arb\u00f3reo, com \u00e1rvo- res de pequeno porte (lixeira, pau-santo, pequi), e outro herb\u00e1ceo, de gram\u00edneas ou vegeta\u00e7\u00e3o rasteira. Cerca de 45% da vegeta\u00e7\u00e3o do Cerrado foi destru\u00edda, processo que acelerou nas \u00faltimas d\u00e9cadas em consequ\u00eancia da expans\u00e3o da agropecu\u00e1ria no Brasil central, com planta\u00e7\u00f5es de soja e outros cultivos, e a pecu\u00e1ria. 168 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana Texto complementar Como destrui\u00e7\u00e3o do Cerrado amea\u00e7a \u201cfloresta de cabe\u00e7a para baixo\u201d e de plantas e animais exclusivas ao bioma j\u00e1 foram extintas, e ao menos 137 esp\u00e9cies abastecimento de aqu\u00edferos de animais da regi\u00e3o correm o risco de desaparecer. [...] Segundo maior bioma da Am\u00e9rica do Sul, o Cerrado tem papel central na distribui- Para sobreviver \u00e0s longas secas que ocorrem na regi\u00e3o, muitas \u00e1rvores locais desen- \u00e7\u00e3o das \u00e1guas que abastecem boa parte do Brasil. \u00c9 nele que nascem v\u00e1rios dos rios volveram sistemas de ra\u00edzes extremamente profundas e ramificadas. Gra\u00e7as a essas que integram seis das principais bacias hidrogr\u00e1ficas brasileiras \u2013 Parna\u00edba, Paran\u00e1, ra\u00edzes, v\u00e1rias esp\u00e9cies do bioma jamais perdem as folhas, nem mesmo no auge da es- Paraguai, Tocantins-Araguaia, S\u00e3o Francisco e Amaz\u00f4nica \u2013, e mais de cem esp\u00e9cies tiagem. As ra\u00edzes podem ser muito mais extensas que as copas das \u00e1rvores, o que faz diferentes de frutas, das quais apenas 40 s\u00e3o exploradas comercialmente. com que o Cerrado seja conhecido como \u201cfloresta de cabe\u00e7a para baixo\u201d. [\u2026] O equil\u00edbrio desse ecossistema, contudo, est\u00e1 amea\u00e7ado pelo avan\u00e7o da agricultura BBC BRASIL. Como destrui\u00e7\u00e3o do Cerrado amea\u00e7a \u201cfloresta de cabe\u00e7a para baixo\u201d e em larga escala. Segundo o Minist\u00e9rio do Meio Ambiente, cerca de 20% das esp\u00e9cies abastecimento de aqu\u00edferos. 8 fev. 2018. Dispon\u00edvel em: <www.bbc.com\/portuguese\/ brasil-42995360>. Acesso em: 18 set. 2018. 168 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","O Cerrado tem a seu favor o fato de ser cortado por Marcos Amend\/Pulsar Imagens Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas tr\u00eas das maiores bacias hidrogr\u00e1ficas da Am\u00e9rica do Sul (Tocantins-Araguaia, S\u00e3o Francisco e Platina), o que A jaguatirica \u00e9 um mam\u00edfero Oriente a leitura do texto pe- favorece a manuten\u00e7\u00e3o de uma biodiversidade enorme. que pode ser encontrado no los alunos e a observa\u00e7\u00e3o das Estima-se que a flora da regi\u00e3o possua 10 mil esp\u00e9cies bioma Cerrado. Na foto, fotografias. Questione-os sobre de plantas diferentes, muitas das quais s\u00e3o usadas na jaguatirica em \u00e1rea de o clima e as massas de ar pre- produ\u00e7\u00e3o de corti\u00e7a, fibras, \u00f3leos, artesanato, al\u00e9m dos Cerrado em Mato Grosso, dominantes no bioma Pantanal, usos medicinal e aliment\u00edcio. em 2016. bem como a bacia hidrogr\u00e1fi- ca desse bioma. Espera-se que Cerca de 750 esp\u00e9cies de aves se reproduzem na Declividade: grau de identifiquem o clima continental regi\u00e3o, onde se encontram tamb\u00e9m 180 esp\u00e9cies de r\u00e9p- inclina\u00e7\u00e3o de uma tropical. Esse clima \u00e9 influenciado teis e 195 de mam\u00edferos, incluindo trinta tipos de morce- superf\u00edcie. pela massa de ar tropical conti- gos catalogados. O n\u00famero de insetos \u00e9 surpreendente: apenas na regi\u00e3o do Distrito Nutriente: que nutre, nental ao longo do ano e pela po- Federal h\u00e1 noventa esp\u00e9cies de cupins, mil esp\u00e9cies de borboletas e quinhentos tipos alimenta. Neste caso, lar atl\u00e2ntica no inverno. A bacia diferentes de abelhas e vespas. trata-se dos sais minerais, hidrogr\u00e1fica do Paraguai \u00e9 a que essenciais \u00e0 vida das banha o bioma. Bioma Pantanal plantas. Comente que de modo seme- Uma das principais caracter\u00edsticas do Pantanal \u00e9 a depend\u00eancia de quase todas Carand\u00e1s em \u00e1rea de lhante ao bioma Cerrado, o bioma as esp\u00e9cies de plantas (cerca de 1700) e animais com rela\u00e7\u00e3o ao fluxo das \u00e1guas. Pantanal no munic\u00edpio de Pantanal tamb\u00e9m vem sofrendo Durante os meses de outubro a abril, as chuvas aumentam o volume dos rios, que, Miranda (MS), em 2016. impactos com a expans\u00e3o da em virtude da pouca declividade do terreno, extravasam seus leitos e inundam a agropecu\u00e1ria. plan\u00edcie. Nessa \u00e9poca, muitos animais buscam ref\u00fagio nas terras \u201cfirmes\u201d, espalhan- Marcos Amend\/Pulsar Imagens do-se pelas \u00e1reas n\u00e3o inundadas. Nas \u00e1guas, peixes se reproduzem e plantas aqu\u00e1- Atividade complementar ticas entram em flora\u00e7\u00e3o. Assista com os alunos ao do- Ao final do per\u00edodo das chuvas, entre junho e setembro, as \u00e1guas baixam len- cument\u00e1rio \u201cHist\u00f3ria sem fim... o tamente e voltam ao seu curso natural, deixando nutrientes que fertilizam o solo. rio Paraguai: o relat\u00f3rio\u201d (Dire\u00e7\u00e3o As aves se aglomeram em imensos ninhais, iniciando a reprodu\u00e7\u00e3o antes da maio- de Val\u00e9ria del Cueto, Brasil, 2004. ria das esp\u00e9cies dos outros ecossistemas brasileiros. Mam\u00edferos e r\u00e9pteis migram Dispon\u00edvel em: <http:\/\/curta internamente, acompanhando as \u00e1guas. No auge da seca, a fauna se concentra em doc.tv\/curta\/infancia\/historia- torno das lagoas e pequenos cursos de \u00e1gua \u2013 os corixos \u2013, o que facilita a obser- sem-fim-do-rio-paraguai-o- va\u00e7\u00e3o dos turistas. relatorio>. Acesso em: 17 out. 2018). Em forma de di\u00e1rio de O complexo do Pantanal \u00e9 uma ve- viagem, o document\u00e1rio conta geta\u00e7\u00e3o extremamente heterog\u00eanea, que as experi\u00eancias de um profes- abrange a plan\u00edcie ou depress\u00e3o do Pan- sor que viaja pela primeira vez ao tanal Mato-Grossense, localizada a oes- Pantanal e se depara com toda te do Brasil, nas vizinhan\u00e7as do Paraguai a sua riqueza natural e cultural. e da Bol\u00edvia, em terras dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Solicite aos alunos que tomem notas sobre os elementos natu- Nesse complexo de vegeta\u00e7\u00f5es, po- rais do Pantanal, as pessoas, o demos encontrar desde plantas higr\u00f3filas modo e o ritmo de vida mostra- (nas \u00e1reas alagadas pelos rios) at\u00e9 as dos no document\u00e1rio. Ao final, xer\u00f3filas (nas \u00e1reas altas e secas), al\u00e9m possibilite o compartilhamento de diversos tipos de palmeiras (buriti, ca- das vis\u00f5es e impress\u00f5es dos alu- rand\u00e1), gram\u00edneas (como o capim-mimo- nos entre si. Essa atividade con- so) e trechos de bosques dominados pelo templa as compet\u00eancias CGEB1 quebracho, \u00e1rvore da qual se extrai o e CGEB6. tanino, utilizado na ind\u00fastria do couro. Hidrografia e biomas \u2022 CAP\u00cdTULO 8 169 Texto complementar Impactos ambientais e socioecon\u00f4micos no Pantanal ves amea\u00e7as \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o dos recursos naturais da regi\u00e3o, devendo merecer a aten\u00e7\u00e3o especial das autoridades competentes. [\u2026] A remo\u00e7\u00e3o da vegeta\u00e7\u00e3o nativa nos planaltos para implementa\u00e7\u00e3o de lavouras e de pastagens, sem considerar a aptid\u00e3o das terras, e a ado\u00e7\u00e3o de pr\u00e1ticas de manejo A pesada utiliza\u00e7\u00e3o de agroqu\u00edmicos nos planaltos adjacentes ao Pantanal \u00e9 uma e conserva\u00e7\u00e3o de solo, al\u00e9m da destrui\u00e7\u00e3o de habitats, s\u00e3o fatores que aceleraram os outra grave amea\u00e7a \u00e0 biodiversidade dos ecossistemas do bioma. O ecoturismo, em- processos erosivos nas bordas do Pantanal. A consequ\u00eancia imediata tem sido o as- bora seja uma das principais alternativas socioecon\u00f4micas para a regi\u00e3o, necessita de soreamento dos rios na plan\u00edcie, o que tem intensificado as inunda\u00e7\u00f5es \u2013 com s\u00e9rios planejamento para ser explorado em bases sustent\u00e1veis. preju\u00edzos \u00e0 fauna, flora e economia do Pantanal. EMBRAPA PANTANAL. Impactos ambientais e socioecon\u00f4micos no Pantanal. Dispon\u00edvel em: [\u2026]A ca\u00e7a e pesca clandestinas e a introdu\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies ex\u00f3ticas tamb\u00e9m s\u00e3o gra- <www.embrapa.br\/pantanal\/impactos-ambientais-e-socioeconomicos-no-pantanal>. Acesso em: 18 set. 2018. 169MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas A localiza\u00e7\u00e3o estrat\u00e9gica do Pantanal, que so- fre influ\u00eancia de diversos ecossistemas \u2013 Cerrado, Oriente os alunos a ler o tex- Chaco, Amaz\u00f4nia e Mata Atl\u00e2ntica \u2013, associada a to e a observar a fotografia. Para ciclos anuais e plurianuais de cheia e seca e tempe- melhor ilustra\u00e7\u00e3o, prepare foto- raturas elevadas, faz com que ele seja o local com grafias de animais que perten- a maior concentra\u00e7\u00e3o de fauna da Am\u00e9rica, compa- cem \u00e0 fauna do Pantanal, assim r\u00e1vel \u00e0s \u00e1reas de maior densidade da \u00c1frica. Jacar\u00e9s, como dos que habitam o bioma arara\u00fanas, papagaios, tucanos e tuiui\u00fas s\u00e3o parte Pampa, no sul do Brasil. Comente da paisagem pantaneira. Sua biodiversidade inclui com os alunos que esse bioma \u00e9 mais de 650 esp\u00e9cies diferentes de aves, 262 es- influenciado pelo clima subtropi- p\u00e9cies de peixes, 1 100 esp\u00e9cies de borboletas, 80 cal \u00famido, e pelas massas de ar esp\u00e9cies de mam\u00edferos e 50 de r\u00e9pteis. tropical atl\u00e2ntica no ver\u00e3o e polar Gerson Gerloff\/Pulsar Imagens Tuiui\u00fa em \u00e1rea de Pantanal em Mato Grosso do Sul. Foto de 2017. atl\u00e2ntica no inverno. Marcos Amend\/Pulsar Imagens Bioma Pampa Se oportuno, comente com os alunos o processo de areni- Os Pampas, ou Campos, constituem um tipo de vegeta\u00e7\u00e3o rasteira (herb\u00e1cea) za\u00e7\u00e3o dos pampas, pela retirada localizada no sul do Brasil, prolongando-se pelo Uruguai e parte da Argentina. Predo- da cobertura vegetal em solos minam nesse bioma diversos tipos de capim: barba-de-bode, gordura, mimoso, jara- arenosos onde h\u00e1 clima \u00fami- gu\u00e1, entre outros. do. Para saber mais sobre esse fen\u00f4meno, leia o texto a seguir. Descendo pelo litoral do Rio Grande do Sul, a paisagem \u00e9 marcada pelos banhados, isto \u00e9, ecossistemas alagados com densa vegeta\u00e7\u00e3o de juncos, gravat\u00e1s e aguap\u00e9s, Texto complementar que criam um habitat ideal para uma grande variedade de animais, como gar\u00e7as, mar- recos, veados, on\u00e7as-pintadas, lontras e capivaras. O banhado do Taim \u00e9 o mais im- O fen\u00f4meno da areniza\u00e7\u00e3o portante, em virtude da riqueza do solo. [\u2026] n\u00e3o depende apenas da a\u00e7\u00e3o humana, mas \u00e9 consenso Cria\u00e7\u00e3o extensiva de gado em entre os pesquisadores que a \u00e1rea de Pampa no munic\u00edpio expans\u00e3o da agricultura co- de Santa Maria (RS), em 2016. mercial ajuda a intensificar os processos erosivos. O desma- Texto e a\u00e7\u00e3o tamento da flora nativa para planta\u00e7\u00e3o de soja, por exem- 1 Em duplas, tentem explicar por que a Floresta Amaz\u00f4nica \u201cvive de si mesma\u201d. plo, leva \u00e0 extin\u00e7\u00e3o da vege- 2 Com base nas informa\u00e7\u00f5es do mapa da p\u00e1gina 165, da primeira foto da p\u00e1gina 168 e do que apren- ta\u00e7\u00e3o em regi\u00f5es espec\u00edficas do estado e contribui para deu neste cap\u00edtulo, cite algumas caracter\u00edsticas do bioma Caatinga. que o solo fique mais expos- 3 Quase todas as esp\u00e9cies de plantas e animais do Pantanal dependem do fluxo das \u00e1guas na regi\u00e3o. to ao vento e \u00e0s tempestades. Explique como e quando ocorrem esses fen\u00f4menos. Os altos \u00edndices de chuva e o solo arenoso da regi\u00e3o 170 UNIDADE 3 \u2022 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana criam sulcos no interior do solo e abrem fendas que se Atividade 2: O bioma Caatinga se caracteriza por apresentar uma Atividade 3: Durante os meses de outubro a abril, as chuvas au- expandem a cada enxurrada, vegeta\u00e7\u00e3o t\u00edpica do clima semi\u00e1rido do Sert\u00e3o nordestino: \u00e9 uma ve- mentam o volume dos rios, que, em virtude da pouca declividade do formando crateras de areia geta\u00e7\u00e3o pobre, com plantas xer\u00f3filas, isto \u00e9, adaptadas \u00e0 aridez, prin- terreno, extravasam seus leitos e inundam a plan\u00edcie. Nessa \u00e9poca, chamadas de \u201cvo\u00e7orocas\u201d. cipalmente cact\u00e1ceas. Tamb\u00e9m apresenta mata seca, com arbustos muitos animais buscam ref\u00fagio nas terras \u201cfirmes\u201d, espalhando-se Com a a\u00e7\u00e3o do vento, a areia e pequenas \u00e1rvores, a exemplo do juazeiro, da aroeira e da bra\u00fana. A pelas \u00e1reas n\u00e3o inundadas. Peixes se reproduzem e plantas aqu\u00e1ticas se espalha sobre os campos fauna \u00e9 abundante em r\u00e9pteis, entre os quais os lagartos e as cobras entram em flora\u00e7\u00e3o. Mas no final do per\u00edodo das chuvas, entre junho e e d\u00e1 origem a manchas [...]. se destacam. H\u00e1 roedores, muitos insetos e aracn\u00eddeos. Os cachorros- setembro, as \u00e1guas baixam lentamente e voltam ao seu curso natural, -do-mato e outros animais, que se alimentam dos roedores, tamb\u00e9m deixando nutrientes que fertilizam o solo. As aves se aglomeram em [\u2026] Segundo o pesquisador est\u00e3o presentes, assim como o veado-catingueiro, a asa-branca, a cutia, imensos ninhais, iniciando a reprodu\u00e7\u00e3o antes da maioria das esp\u00e9- Roberto Verdum, o problema o sagui-do-nordeste, o gamb\u00e1, etc. cies dos outros ecossistemas brasileiros. Mam\u00edferos e r\u00e9pteis migram n\u00e3o s\u00e3o apenas as monocultu- internamente, acompanhando as \u00e1guas. ras, mas o manejo inadequa- do dos terrenos. \u201cO primeiro grande momento de cresci- mento da demanda por soja foi nos anos 70, e os m\u00e9dios e grandes propriet\u00e1rios nunca tiveram a preocupa\u00e7\u00e3o de n\u00e3o expor o solo. A areia, para eles, j\u00e1 fazia parte da paisagem\u201d [...] GIOVANAZ, Daniel P. O pampa virou areia: agroneg\u00f3cio intensifica processos de eros\u00e3o no bioma ga\u00facho. Brasil de Fato, 24 jan. 2017. Dispon\u00edvel em: <www.brasildefato.com. br\/2017\/01\/24\/o-pampa-virou- areia-agronegocio-intensifica- processos-de-erosao-no-bioma- gaucho>. Acesso em: 18 set. 2018. Texto e a\u00e7\u00e3o Atividade 1: Espera-se que o aluno mencione que os solos da regi\u00e3o da floresta em geral n\u00e3o s\u00e3o f\u00e9rteis e s\u00e3o enriquecidos pela mat\u00e9ria org\u00e2nica \u2013 folhas e restos de vegetais \u2013 da pr\u00f3- pria floresta. 170 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","3 As Unidades de Conserva\u00e7\u2039o Mundo virtual Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas As Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o s\u00e3o \u00e1reas de reservas biol\u00f3gicas \u2013 florestas, parques, Conhecendo a Oriente a leitura do texto e esta\u00e7\u00f5es ecol\u00f3gicas, etc. \u2013 que foram regulamentadas pelo Sistema Nacional de Uni- biodiversidade marinha explore o mapa com os alu- dades de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza, conhecido como Lei do SNUC (no 9.985, de 2000). no Brasil. Dire\u00e7\u00e3o: nos, mobilizando as habilida- Os principais objetivos s\u00e3o garantir a preserva\u00e7\u00e3o da diversidade biol\u00f3gica, promover o Fernando Moraes e des EF07GE09 e EF07GE12. desenvolvimento sustent\u00e1vel dos recursos naturais e proteger as comunidades tradi- Mauricio Salles. Museu Para tanto, questione-os sobre cionais, seus conhecimentos e sua cultura. Existem UC federais, estaduais e municipais. Nacional UFRJ, 2015. qual regi\u00e3o ou quais estados Dispon\u00edvel em: <http:\/\/ possuem maior concentra\u00e7\u00e3o As UC podem ser de dois tipos: Unidades de Prote\u00e7\u00e3o Integral e Unidades de Uso www.museunacional.ufrj. de Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o. Sustent\u00e1vel. As primeiras, como o nome diz, s\u00e3o \u00e1reas onde n\u00e3o se permite que se br\/dir\/omuseu\/videos\/ Espera-se que os alunos rela- construa qualquer tipo de moradia e s\u00e3o destinadas apenas a pesquisas cient\u00edficas ou paradidaticos.html>. cionem a presen\u00e7a de Unidades ao turismo ecol\u00f3gico. J\u00e1 as Unidades de Uso Sustent\u00e1vel permitem a presen\u00e7a de Acesso em: 21 set. 2018. de Conserva\u00e7\u00e3o na Amaz\u00f4nia moradores e atividades econ\u00f4micas sustent\u00e1veis, isto \u00e9, que conservem ou reponham com a import\u00e2ncia de se pre- os recursos naturais que utilizam. Em 2017, j\u00e1 existiam no Brasil mais de 1700 UC de Apresenta desde algas at\u00e9 servar esse bioma. Conduza diversos tamanhos. Veja abaixo um mapa com a distribui\u00e7\u00e3o das principais UC pelo baleias cujos habitat s\u00e3o uma reflex\u00e3o sobre a presen\u00e7a territ\u00f3rio nacional. \u00e1guas brasileiras. Produzido de mais Unidades de Conserva- em diversas Unidades de \u00e7\u00e3o (UC) de Uso Sustent\u00e1vel, Brasil: divis\u00e3o das categorias de UC em Unidades Conserva\u00e7\u00e3o do Brasil, especialmente \u00c1reas de Pro- de Prote\u00e7\u00e3o Integral e de Uso Sustent\u00e1vel (2014) conta com imagens te\u00e7\u00e3o Ambiental (APA) nas re- variadas da biodiversidade gi\u00f5es Sul, Sudeste e Nordeste, 50\u00ba O marinha do pa\u00eds. do que outros tipos de Unida- des de Conserva\u00e7\u00e3o. O intuito Equador RR Portal de Mapas\/Arquivo da editora \u00e9 relacionar esse dado com a AP ocupa\u00e7\u00e3o humana, a urbani- za\u00e7\u00e3o e a propriedade privada 0\u00ba dos terrenos, mobilizando, as- sim, a CEGEF3. AM PA Atol das MA Rocas Comente que apesar dessas AC por\u00e7\u00f5es do territ\u00f3rio serem pro- TO CE tegidas, elas n\u00e3o est\u00e3o isentas RO MT RN de amea\u00e7as provenientes da a\u00e7\u00e3o humana em atividades Unidades de Conserva\u00e7\u2039o DF PI PB que provocam o desmatamento, UC Prote\u00e7\u00e3o integral PE como a instala\u00e7\u00e3o de hidrel\u00e9tri- cas e a minera\u00e7\u00e3o. Esta\u00e7\u00e3o ecol\u00f3gica AL Monumento natural SE Aproveite a oportunidade pa- OCEANO BA ra trabalhar com os alunos a PACP\u00cdFaIrCqOue Sequ\u00eancia Did\u00e1tica 2: As uni- Ref\u00fagio de vida silvestre OCEANO dades de conserva\u00e7\u00e3o do es- Reserva biol\u00f3gica ATL\u00c2NTICO tado e do munic\u00edpio, dispon\u00edvel UC Uso sustent\u00e1vel no material digital. Floresta ES Reserva de desenvolvimento GO MG sustent\u00e1vel \u00c1rea de prote\u00e7\u00e3o ambiental MS Reserva extrativista SP \u00c1rea de relevante interesse ecol\u00f3gico PR RJ Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio SC N RS OL S 0 380 760 km Fonte: elaborado com base em Sistema Nacional de Unidades de Conserva\u00e7\u2039o. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www. \ufb02orestal.gov.br\/snif\/recursos-<\ufb02orestais\/sistema-nacional-de-unidades-de-conservacao?print=1&tmpl=component>. Acesso em: 8 maio 2018. Hidrografia e biomas \u2022 CAP\u00cdTULO 8 171 Texto complementar Sistema de Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o tem avan\u00e7os e desafios gorias de unidade embaixo do mesmo guarda-chuva\u201d, disse Nurit Susan, bi\u00f3loga do Instituto Socioambiental (ISA). Para especialistas e gestores, o sistema representou um avan\u00e7o e chega \u00e0 maiorida- de com desafios, entre eles a dificuldade de gerir unidades em um pa\u00eds de dimens\u00e3o [\u2026] Para a bi\u00f3loga, outro desafio \u00e9 regularizar a situa\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria das terras das continental, garantir que as \u00e1reas n\u00e3o sejam invadidas por grileiros de terra e dimi- unidades. Sem regulariza\u00e7\u00e3o, as unidades ficam vulner\u00e1veis \u00e0 degrada\u00e7\u00e3o, redu\u00e7\u00e3o nuir o desmatamento. de limites ou at\u00e9 extin\u00e7\u00e3o. [...] \u201cA gente tinha antes uma legisla\u00e7\u00e3o que era toda espalhada, tinha resolu\u00e7\u00e3o, decre- BRITO, D\u00e9bora. Em 18 anos, Sistema de Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o tem avan\u00e7os e desafios. Ag\u00eancia to. O sistema [SNUC] trouxe de fato um avan\u00e7o no sentido de colocar todas as cate- Brasil, 19 jul. 2018. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/agenciabrasil.ebc.com.br\/geral\/noticia\/2018-07\/em-18- anos-sistema-de-unidades-de-conservacao-tem-avanco-e-desafios>. Acesso em: 18 set. 2018. 171MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Tipos de Unidades de Conserva\u00e7\u2039o Fa\u00e7a a leitura dos itens com H\u00e1 dois tipos de Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o: as de Prote\u00e7\u00e3o Integral e as de Uso as caracter\u00edsticas de cada um Sustent\u00e1vel. dos tipos de Unidades de Con- serva\u00e7\u00e3o com os alunos. Procu- Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o de Prote\u00e7\u00e3o Integral re destacar as diferen\u00e7as entre cada um deles, mobilizando a \u2022 Esta\u00e7\u00f5es Ecol\u00f3gicas \u2013 Visam \u00e0 pre- Luciano Candisani\/Minden\/Superstock\/Glow Images habilidade EF07GE12. serva\u00e7\u00e3o da natureza e \u00e0 realiza\u00e7\u00e3o Aproveite as informa\u00e7\u00f5es for- de pesquisas cient\u00edficas. \u00c9 proibida a necidas e proponha as pergun- visita\u00e7\u00e3o p\u00fablica, exceto com objetivo tas abaixo. educacional. Atividades \u2022 Reservas Biol\u00f3gicas \u2013 Objetivam a Esta\u00e7\u00e3o Ecol\u00f3gica Atol das Rocas (RN). Foto de 2014. complementares preserva\u00e7\u00e3o integral dos recursos na- 1. Dentre esses diversos tipos turais existentes em seus limites. \u00c9 ou subtipos de UC, apenas proibida a visita\u00e7\u00e3o p\u00fablica, exceto um \u00e9 privado. Mencione qual com objetivo educacional. A pesquisa \u00e9 essa UC. Na sua opini\u00e3o, cient\u00edfica depende de autoriza\u00e7\u00e3o qual \u00e9 a import\u00e2ncia de um pr\u00e9via do \u00f3rg\u00e3o respons\u00e1vel pela ad- propriet\u00e1rio particular pro- ministra\u00e7\u00e3o da unidade. curar o \u00f3rg\u00e3o ambiental para estabelecer no seu im\u00f3vel \u2022 Parques Nacionais \u2013 Visam \u00e0 preser- mikluha_maklai\/Shutterstock uma UC? va\u00e7\u00e3o de ecossistemas naturais de A import\u00e2ncia \u00e9 que se trata grande relev\u00e2ncia ecol\u00f3gica e beleza de um compromisso entre c\u00eanica, possibilitando a realiza\u00e7\u00e3o de o propriet\u00e1rio e o governo, pesquisas cient\u00edficas e o desenvolvi- assinado perante o \u00f3rg\u00e3o mento de atividades de educa\u00e7\u00e3o e ambiental, que verificar\u00e1 a interpreta\u00e7\u00e3o ambiental, de recrea\u00e7\u00e3o exist\u00eancia de interesse p\u00fa- e de turismo ecol\u00f3gico. blico. Essas s\u00e3o as Reservas Particulares do Patrim\u00f4nio \u2022 Monumentos Naturais \u2013 Visam pre- Turistas em Parque Nacional das Cataratas do Igua\u00e7u, em Foz do Igua\u00e7u (PR), Natural (RPPN), \u00e1reas priva- em 2018. das com o objetivo de conser- servar s\u00edtios naturais raros, singulares var a diversidade biol\u00f3gica. ou de grande beleza c\u00eanica. A visita- Nas RPPN s\u00f3 \u00e9 permitida a \u00e7\u00e3o p\u00fablica e a pesquisa cient\u00edfica pesquisa cient\u00edfica e a visita- est\u00e3o sujeitas a restri\u00e7\u00f5es pelo \u00f3rg\u00e3o \u00e7\u00e3o com objetivos tur\u00edsticos, respons\u00e1vel por sua administra\u00e7\u00e3o. recreativos e educacionais. O aluno poder\u00e1 relacionar \u2022 Ref\u00fagios de Vida Silvestre \u2013 Objeti- Luciano Queiroz\/Pulsar Imagens esse compromisso de pro- priet\u00e1rios particulares com vam proteger ambientes naturais a cidadania, no sentido da com vistas \u00e0 exist\u00eancia e \u00e0 reprodu- sustentabilidade e da soli- \u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies da flora local e da dariedade. fauna residente ou migrat\u00f3ria. A vi- sita\u00e7\u00e3o p\u00fablica e a pesquisa cient\u00edfi- 2. Observando o mapa da p\u00e1gi- ca est\u00e3o sujeitas a normas e restri- na anterior, qual \u00e9 o tipo de \u00e7\u00f5es pelo \u00f3rg\u00e3o respons\u00e1vel por sua UC com maior dimens\u00e3o? Em administra\u00e7\u00e3o. que regi\u00e3o do pa\u00eds h\u00e1 maior concentra\u00e7\u00e3o dessas imen- Monumento Natural O Frade sas UC? Explique por qu\u00ea. e a Freira, no munic\u00edpio de Essa discuss\u00e3o mobiliza Itapemirim (ES), 2017. as habilidades EF07GE09 e EF07GE12. 172 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana As UC com maiores dimen- s\u00f5es s\u00e3o as terras ind\u00edgenas e as florestas nacionais. Elas se concentram mais na Ama- z\u00f4nia, pois \u00e9 nessa regi\u00e3o que h\u00e1 mais UC desse tipo. 3. Quais s\u00e3o os tipos de UC que permitem apenas visita\u00e7\u00e3o com nalidade educacional? S\u00e3o as Esta\u00e7\u00f5es Ecol\u00f3gicas e as Reservas Biol\u00f3gicas. 172 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o de Uso Sustent\u00e1vel Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas \u2022 \u00c1reas de Prote\u00e7\u00e3o Ambiental (APA) \u2013 \u00c1reas geralmente extensas, com certo Ressalte que as Reservas de Fauna s\u00e3o unidades de posse e grau de ocupa\u00e7\u00e3o humana, que t\u00eam como objetivos proteger a diversidade dom\u00ednio p\u00fablicos; assim, as \u00e1reas biol\u00f3gica, disciplinar o processo de ocupa\u00e7\u00e3o e assegurar a sustentabilidade do particulares existentes em seus uso dos recursos naturais. limites devem ser desapropria- das. A visita\u00e7\u00e3o p\u00fablica pode ser \u2022 \u00c1reas de Relevante Interesse Ecol\u00f3gico \u2013 S\u00e3o \u00e1reas geralmente de pequena permitida e a ca\u00e7a amador\u00edstica ou profissional \u00e9 proibida. extens\u00e3o, com pouca ou nenhuma ocupa\u00e7\u00e3o humana, com caracter\u00edsticas naturais extraordin\u00e1rias ou que abrigam exemplares raros da biota regional. Acrescente que, al\u00e9m das Uni- Visam manter os ecossistemas naturais de import\u00e2ncia regional ou local. dades de Conserva\u00e7\u00e3o, existem tamb\u00e9m os corredores ecol\u00f3gi- \u2022 Florestas Nacionais \u2013 S\u00e3o \u00e1reas com cobertura florestal de esp\u00e9cies predo- cos ou corredores de biodiver- sidade. minantemente nativas que t\u00eam como objetivo b\u00e1sico o uso m\u00faltiplo susten- t\u00e1vel dos recursos florestais e a pesquisa cient\u00edfica. Leia mais sobre o assunto no texto a seguir. \u2022 Reservas Extrativistas \u2013 \u00c1reas utilizadas por popula\u00e7\u00f5es extrativistas tradi- Texto complementar cionais, cuja subsist\u00eancia baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsist\u00eancia e na cria\u00e7\u00e3o de animais de pequeno porte. Visam Corredor ecol\u00f3gico ou cor- proteger os meios de vida e a cultura dessas popula\u00e7\u00f5es e assegurar o uso redor de biodiversidade s\u00e3o sustent\u00e1vel dos recursos naturais. \u00e1reas que unem os fragmen- tos florestais ou unidades de \u2022 Reservas de Fauna \u2013 \u00c1reas naturais com fauna de esp\u00e9cies nativas, terrestres conserva\u00e7\u00e3o separados por interfer\u00eancia humana, como ou aqu\u00e1ticas, residentes ou migrat\u00f3rias, que devem ser preservadas. por exemplo, estradas, agri- cultura, atividade madeireira. \u2022 Reservas de Desenvolvimento Sustent\u00e1vel \u2013 T\u00eam como objetivo preservar a O objetivo do corredor natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condi\u00e7\u00f5es e os meios necess\u00e1rios ecol\u00f3gico \u00e9 permitir o livre para a reprodu\u00e7\u00e3o e a melhoria dos modos e da qualidade de vida das popula- deslocamento de animais, a \u00e7\u00f5es tradicionais que habitam a \u00e1rea. S\u00e3o popula\u00e7\u00f5es tradicionais cuja exist\u00ean- dispers\u00e3o de sementes e o au- cia baseia-se em sistemas sustent\u00e1veis de explora\u00e7\u00e3o dos recursos naturais, mento da cobertura vegetal. desenvolvidos ao longo de gera\u00e7\u00f5es. Ele reduz os efeitos da frag- menta\u00e7\u00e3o dos ecossistemas \u2022 Reservas Particulares do Patrim\u00f4nio Natural (RPPN) \u2013 S\u00e3o \u00e1reas privadas ao promover a liga\u00e7\u00e3o entre diferentes \u00e1reas e permitir o com o objetivo de conservar a diversidade biol\u00f3gica. Um compromisso entre o fluxo g\u00eanico entre as esp\u00e9cies propriet\u00e1rio e o governo \u00e9 assinado perante o \u00f3rg\u00e3o ambiental, que verificar\u00e1 da fauna e flora. Esse tr\u00e2nsi- a exist\u00eancia de interesse p\u00fablico. Nas RPPN s\u00f3 ser\u00e3o permitidas a pesquisa to permite a recoloniza\u00e7\u00e3o cient\u00edfica e a visita\u00e7\u00e3o com objetivos tur\u00edsticos, recreativos e educacionais. de \u00e1reas degradadas, em um movimento que de uma s\u00f3 Anderson Alcantara\/Moment\/Getty Images vez concilia a conserva\u00e7\u00e3o da Tales Azzi\/Pulsar Imagens biodiversidade e o desenvol- vimento ambiental na regi\u00e3o. \u00c1rea de Relevante Interesse Ecol\u00f3gico: Mangue da Barra de Reserva Particular do Patrim\u00f4nio Natural. Na foto, turista em meio Mamanguape (PB), em 2018. a cardume de piraputangas em Bonito (MS), em 2017. O turismo Os corredores s\u00e3o criados \u00e9 a principal atividade da regi\u00e3o, que busca interfer\u00eancia m\u00ednima com base em estudos sobre o na natureza. deslocamento de esp\u00e9cies, sua \u00e1rea de vida e a distribui\u00e7\u00e3o Hidrografia e biomas \u2022 CAP\u00eaTULO 8 173 de suas popula\u00e7\u00f5es. A par- tir das informa\u00e7\u00f5es obtidas s\u00e3o estabelecidas as regras de utiliza\u00e7\u00e3o destas \u00e1reas, a fim de amenizar e ordenar os impactos ambientais das atividades humanas. Estas regras far\u00e3o parte do plano de manejo da Unidade de Conserva\u00e7\u00e3o \u00e0 qual o cor- redor estiver associado. [...] O que s\u00e3o Corredores Ecol\u00f3gicos. Dicion\u00e1rio Ambiental. ((o))eco, Rio de Janeiro, ago. 2014. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.oeco.org.br\/ dicionario-ambiental\/28538-o- que-sao-corredores-ecologicos>. Acesso em: 18 set. 2018. 173MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Geolink 2 Fa\u00e7a a leitura do texto com os As UC fazem parte do Sistema Nacional de Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza (SNUC), alunos, destacando como cada criado em 2000 pela Lei no 9.985. Essa legisla\u00e7\u00e3o, com a cria\u00e7\u00e3o de UC de diversos tipos, foi con- um dos cinco grandes proble- siderada um enorme avan\u00e7o na preserva\u00e7\u00e3o do meio ambiente no Brasil. Contudo, h\u00e1 problemas. Leia o texto abaixo. mas enfrentados nas Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o afetam a biodi- Cinco grandes problemas que as Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o enfrentam no Brasil versidade, os ecossistemas e os biomas brasileiros, mobilizando [...] Das queimadas \u00e0 ca\u00e7a e ao desmatamento, v\u00e1rios problemas assolam unidades de norte a sul do pa\u00eds, inde- a habilidade EF07GE12. pendente da sua categoria. Combat\u00ea-los n\u00e3o \u00e9 tarefa f\u00e1cil, mas a crescente conscientiza\u00e7\u00e3o das pessoas sobre a import\u00e2ncia da conserva\u00e7\u00e3o \u00e9 um dos passos fundamentais. Afinal de contas, \u00e9 a m\u00e3o humana que empunha a Acrescente que, al\u00e9m do des- motosserra, acende o f\u00f3sforo e dispara a espingarda; e \u00e9 a m\u00e3o humana quem tem o poder de par\u00e1-las. [...] matamento causado pela expan- s\u00e3o da fronteira agropecu\u00e1ria, 1. Desmatamento essa pr\u00e1tica tamb\u00e9m ocorre em fun\u00e7\u00e3o de atividades de mi- O desmatamento \u00e9 um dos maiores inimigos de uma Unidade de Conserva\u00e7\u00e3o.A fiscaliza\u00e7\u00e3o \u00e9 uma tarefa dif\u00ed- nera\u00e7\u00e3o, de extra\u00e7\u00e3o ilegal de cil, ainda mais diante das equipes reduzidas da maioria das unidades. madeira e por obras de infraes- trutura do governo, tais como Recentemente, o Imazon [Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaz\u00f4nia] produziu um relat\u00f3rio no qual abertura de estradas e cons- levanta os dados do desmatamento em UC da Amaz\u00f4nia Legal entre 2012 e 2015. O n\u00famero assusta: foram 237,3 tru\u00e7\u00e3o de hidrel\u00e9tricas. mil hectares de \u00e1reas desmatadas dentro das pr\u00f3prias unidades. Segundo o relat\u00f3rio, esse desmatamento equiva- le a aproximadamente 136 milh\u00f5es de \u00e1rvores destru\u00eddas, assim como o habitat de 4,2 milh\u00f5es de aves e 137 mil Comente que, com a Lei n. macacos. 13.668, de 28 de maio de 2018, novas defini\u00e7\u00f5es foram estabele- 2. Ca\u00e7a cidas para aplica\u00e7\u00e3o de recursos da compensa\u00e7\u00e3o ambiental, per- Ca\u00e7adores que desrespeitam as normas de prote\u00e7\u00e3o de Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o s\u00e3o um problema comum no mitindo promover melhorias na Brasil inteiro. Seja por esporte, para o tr\u00e1fico ou para consumo, a ca\u00e7a ilegal de animais silvestres representa um infraestrutura para gest\u00e3o e re- s\u00e9rio desafio. Combat\u00ea-la exige ampla e constante fiscaliza\u00e7\u00e3o [...] [e] campanhas fortes para conscientiza\u00e7\u00e3o das gulariza\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria das unida- popula\u00e7\u00f5es sobre os impactos provocados pela ca\u00e7a na fauna, dentre eles a extin\u00e7\u00e3o local de esp\u00e9cies. A ca\u00e7a de des pelo Instituto Chico Mendes animais silvestres \u00e9 proibida por lei desde 1967. de Conserva\u00e7\u00e3o da Biodiversida- de (ICMBio) e pelo Ibama. 3. Regulariza\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria O recurso de compensa\u00e7\u00e3o A regulariza\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria de uma Unidade de Conserva\u00e7\u00e3o \u00e9 o processo de identifica\u00e7\u00e3o e defini\u00e7\u00e3o da proprie- ambiental prev\u00ea que os empreen- dade ou direito de uso de terras e im\u00f3veis no seu interior, e a seguinte incorpora\u00e7\u00e3o de todas estas terras ao poder dedores custeiem o reparo dos p\u00fablico e ao \u00f3rg\u00e3o respons\u00e1vel pela gest\u00e3o da unidade. Muitas terras, por\u00e9m, n\u00e3o possuem t\u00edtulo de propriedade impactos ambientais provenien- de terra ou um documento oficial que confirme a posse. Os problemas fundi\u00e1rios no Brasil s\u00e3o antigos e muitas tes dos empreendimentos iden- unidades n\u00e3o conseguem efetivar sua implementa\u00e7\u00e3o devido \u00e0s irregularidades que emperram a consolida\u00e7\u00e3o do tificados no Estudo de Impacto territ\u00f3rio como \u00e1rea de gest\u00e3o p\u00fablica. Ambiental (EIA) ou no Relat\u00f3rio de Impacto Ambiental (RIMA) do [...] processo de licenciamento am- biental. E o ICMBio tem liberdade 5. Falta de recursos humanos e financeiros de selecionar um banco oficial para criar e gerir os fundos for- M\u00e3e de todos os problemas. Em um contexto geral, seja federal, estadual ou municipal, boa parte das Unidades mados a partir desses recursos. de Conserva\u00e7\u00e3o do Brasil sofrem ou com falta de recurso financeiro ou com falta de recurso humano, ou com os dois. Proteger \u00e1reas de relev\u00e2ncia natural com tamanhos por vezes maiores que munic\u00edpios inteiros exige dinhei- Atividade 1: Resposta pessoal. ro e, mais importante at\u00e9, exige m\u00e3o de obra. Fazer a gest\u00e3o e fiscaliza\u00e7\u00e3o sem verba e equipe proporcionais exige Pode ser mencionada a falta de verdadeiros \u201cmalabarismos\u201d de nossos herc\u00faleos gestores, gestoras e servidores. verbas e de recursos humanos, pois se existisse uma fiscaliza- Fonte: MENEGASSI, Duda. 5 grandes problemas que as Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o enfrentam no Brasil. Wikiparques, 4 abr. 2017. \u00e7\u00e3o mais efetiva, os demais pro- Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.wikiparques.org\/5-grandes-problemas-que-as-unidades-de-conservacao-enfrentam-no-brasil>. blemas seriam minimizados. Acesso em: 12 jun. 2018. Atividade 2: Cabe mencionar 1 Na sua opini\u00e3o, qual \u00e9 o problema principal que afeta as UC no Brasil? Justifique. que a regulariza\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria de uma Unidade de Conserva\u00e7\u00e3o \u00e9 2 Explique qual \u00e9 o problema da regulariza\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria nas UC. o processo de identifica\u00e7\u00e3o e de- fini\u00e7\u00e3o da propriedade ou direito 3 Voc\u00ea saberia mencionar algum outro problema que afeta as UC no Brasil? Qual(is)? Compartilhe com os de uso de terras e im\u00f3veis no seu colegas. interior. Muitas dessas unidades ainda n\u00e3o foram incorporadas ao 174 UNIDADE 3 \u00a5 Paisagens naturais e a\u2022\u2039o humana patrim\u00f4nio p\u00fablico devido \u00e0s irre- gularidades e \u00e0 m\u00e1 qualidade dos cadastros fundi\u00e1rios, al\u00e9m da falta de verbas para pagar as indeni- za\u00e7\u00f5es para os propriet\u00e1rios das terras a serem desapropriadas. Atividade 3: Resposta pes- soal. O aluno poder\u00e1 mencionar o avan\u00e7o da agropecu\u00e1ria, da minera\u00e7\u00e3o com a eventual des- coberta de alguma riqueza mi- neral dentro das UC, o turismo predat\u00f3rio, a especula\u00e7\u00e3o imo- bili\u00e1ria em UC pr\u00f3ximas a \u00e1reas bastante povoadas, etc. 174 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","CONEX\u00d5ES COM CI\u00caNCIAS E HIST\u00d3RIA Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 1 A \u00e1gua em nosso planeta \u00e9 essencial a todas as formas de vida. Sobre esse assunto, leia o texto a seguir. Atividade 1, item a: Dentre outras raz\u00f5es, os alunos pode- A \u00e1gua \u00e9 considerada pot\u00e1vel quando pode ser consumida pelo ser humano. Infelizmente, a maior parte da r\u00e3o apontar que a contamina\u00e7\u00e3o \u00e1gua dos continentes [a \u00e1gua doce] est\u00e1 contaminada e n\u00e3o pode ser ingerida diretamente. Limpar e tratar a da \u00e1gua aumentou por causa da \u00e1gua \u00e9 um processo bastante caro e complexo, destinado a eliminar da \u00e1gua os agentes de contamina\u00e7\u00e3o que intensidade de atividades eco- possam causar algum risco para a sa\u00fade, tornando-a pot\u00e1vel. n\u00f4micas variadas, que acabam por despejar elementos org\u00e2ni- Um dos principais problemas que surgiram neste s\u00e9culo \u00e9 a crescente contamina\u00e7\u00e3o da \u00e1gua, ou seja, este cos, biol\u00f3gicos e qu\u00edmicos nos recurso vem sendo polu\u00eddo de tal maneira que j\u00e1 n\u00e3o se pode consumi-lo em seu estado natural. As pessoas cursos de \u00e1gua, al\u00e9m dos des- utilizam a \u00e1gua n\u00e3o apenas para beber,mas tamb\u00e9m para se desfazer de todo tipo de material e sujeira.As \u00e1guas matamentos, da minera\u00e7\u00e3o, do contaminadas com numerosas subst\u00e2ncias recebem o nome de \u00e1guas residuais. Se as \u00e1guas residuais forem aumento nos esgotos e no lixo para os rios e mares, as subst\u00e2ncias que elas transportam ir\u00e3o se acumulando e aumentam a contamina\u00e7\u00e3o (que em grande parte v\u00e3o para geral das \u00e1guas. Isto traz graves riscos para a sobreviv\u00eancia dos organismos. os rios), etc. Existem v\u00e1rios elementos contaminadores da \u00e1gua. Alguns dos mais importantes e graves s\u00e3o: Atividade 1, item b: Espera- -se que o aluno mencione que a \u2022 Os contaminadores org\u00e2nicos:s\u00e3o biodegrad\u00e1veis e prov\u00eam da agricultura Eutrofiza\u00e7\u00e3o: fen\u00f4meno \u00e1gua deve ser fervida ou filtrada (adubos,restos de seres vivos) e das atividades dom\u00e9sticas (pl\u00e1stico,papel, causado pelo excesso de antes de ser ingerida. Acrescen- excrementos,sab\u00f5es). Se acumulados em excesso produzem a eutrofiza\u00e7\u00e3o nutrientes na \u00e1gua, te a import\u00e2ncia de lavar bem das \u00e1guas. provocando o aumento os alimentos antes de cozinhar, excessivo de algas, lavar as m\u00e3os com frequ\u00eancia, \u2022 Os contaminadores biol\u00f3gicos:s\u00e3o todos aqueles microrganismos capazes diminui\u00e7\u00e3o do oxig\u00eanio, especialmente antes de comer de provocar doen\u00e7as,tais como a hepatite,o c\u00f3lera e a gastroenterite.A \u00e1gua morte de peixes e outras e depois de ir ao banheiro. Des- \u00e9 contaminada pelos excrementos dos doentes e o cont\u00e1gio ocorre quando formas de vida aqu\u00e1tica. se modo, a atividade mobiliza essa \u00e1gua \u00e9 bebida. a CGEB8. \u2022 Os contaminadores qu\u00edmicos:os mais perigosos s\u00e3o os res\u00edduos t\u00f3xicos,como os pesticidas do tipo DDT Atividade 1, item c: Oriente a (chamados organoclorados), porque eles tendem a se acumular no corpo dos seres vivos. S\u00e3o tamb\u00e9m pesquisa dos alunos. As princi- perigosos os metais pesados (chumbo, merc\u00fario) utilizados em certos processos industriais, por se acu- pais doen\u00e7as ocasionadas pela mularem nos organismos. \u00e1gua contaminada s\u00e3o c\u00f3lera, febre tifoide, hepatite, giard\u00edase, Fonte: Webci\u00eancia.com. \u00e7gua. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.webciencia.com\/21_agua.htm>. Acesso em: 8 maio 2018. disenteria amebiana, leptospiro- se e diarreia. A OMS calcula que Agora, fa\u00e7a o que se pede: cerca de 28 mil pessoas morrem por ano no Brasil em virtude de a) Procure explicar por que a contamina\u00e7\u00e3o das \u00e1guas da superf\u00edcie terrestre vem aumentando nas \u00faltimas doen\u00e7as ocasionadas por \u00e1gua d\u00e9cadas. contaminada. b) Quais s\u00e3o os cuidados que devem ser tomados antes de beber \u00e1gua de rios ou mesmo da torneira? Atividade 2, item a: Os alunos poder\u00e3o apontar que a \u00e1gua \u00e9 c) Fa\u00e7a uma pesquisa sobre as principais doen\u00e7as transmitidas pela \u00e1gua contaminada e a incid\u00eancia de cada um patrim\u00f4nio natural do pla- uma delas na popula\u00e7\u00e3o brasileira. neta pois \u00e9 indispens\u00e1vel para a exist\u00eancia de todas as formas 2 Em 1992, a ONU redigiu um documento intitulado Declara\u00e7\u00e3o Universal dos Direitos da \u00c1gua. Veja um de seus t\u00f3picos: de vida; podem ainda afirmar que cada Estado nacional e ca- Art. 1o \u2013 A \u00e1gua faz parte do patrim\u00f4nio do planeta. Cada continente, cada povo, cada na\u00e7\u00e3o, cada regi\u00e3o, da cidad\u00e3o \u00e9 respons\u00e1vel pe- cada cidade, cada cidad\u00e3o \u00e9 plenamente respons\u00e1vel aos olhos de todos. lo consumo respons\u00e1vel e pela qualidade da \u00e1gua. Fonte: USP. Biblioteca Virtual de Direitos Humanos. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.direitoshumanos.usp.br\/index.php\/ Meio-Ambiente\/declaracao-universal-dos-direitos-da-agua.html>. Acesso em: 4 jun. 2018. Atividade 2, item b: Respostas pessoais. Esteja atento ao papel Agora, responda: de cada um, inclusive o do aluno, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 necessidade de se a) Explique a frase \u201cA \u00e1gua faz parte do patrim\u00f4nio do planeta\u201d. promoverem os direitos huma- b) Voc\u00ea concorda com a ideia de que preservar a \u00e1gua \u00e9 obriga\u00e7\u00e3o moral do ser humano para com as gera\u00e7\u00f5es nos e a consci\u00eancia ambiental do lugar onde habita. Questione: presentes e futuras? Por qu\u00ea? E se nossa gera\u00e7\u00e3o n\u00e3o preser- c) Como voc\u00ea poderia contribuir para minimizar o desperd\u00edcio e a escassez de \u00e1gua pot\u00e1vel? var a \u00e1gua, qual ser\u00e1 o futuro das gera\u00e7\u00f5es seguintes? Co- Hidrografia e biomas \u2022 CAP\u00cdTULO 8 175 mente que essa solidariedade entre gera\u00e7\u00f5es \u00e9 a base da sus- Para aprofundar tentabilidade. Atlas esgotos: despolui\u00e7\u00e3o de bacias hidrogr\u00e1ficas Atividade 2, item c: Resposta AG\u00caNCIA Nacional das \u00c1guas (BRASIL). Bras\u00edlia: ANA, 2017. 88 pessoal. Observe se os alunos p. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/atlasesgotos.ana.gov.br>. Acesso em: t\u00eam cuidado com o consumo da 18 set. 2018. \u00e1gua, evitando o desperd\u00edcio, em casa, na escola, no bairro onde Este atlas traz informa\u00e7\u00f5es detalhadas sobre a situa\u00e7\u00e3o do tra- habitam, etc. tamento de esgoto no Brasil por munic\u00edpio. 175MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas ATIVIDADES Nordeste do Brasil. Essa posi\u00e7\u00e3o \u00fanica entre os biomas brasileiros n\u00e3o foi suficiente para garantir \u00e0 Caatinga + A\u00e7\u00e3o + A\u00e7\u00e3o o destaque que merece. Ao contr\u00e1rio, esta tem sido sempre colocada em segundo plano quando se discu- Atividade 1: Resposta pessoal. 1 A energia el\u00e9trica no Brasil prov\u00e9m principalmente das tem pol\u00edticas para o estudo e a conserva\u00e7\u00e3o da biodi- usinas hidrel\u00e9tricas. Observe algumas dicas de como versidade do pa\u00eds. Atividade 2, item a: Porque al- economizar energia el\u00e9trica em casa: gumas esp\u00e9cies s\u00e3o encontradas Alguns mitos foram criados em torno da biodiver- apenas no bioma Caatinga. Tais Chuveiro el\u00e9trico sidade da Caatinga e tr\u00eas deles s\u00e3o comumente men- esp\u00e9cies s\u00e3o conhecidas como \u2013 Tomar banhos mais curtos, de at\u00e9 cinco minutos; cionados: (a) \u00e9 homog\u00eanea; (b) sua biota \u00e9 pobre em esp\u00e9cies end\u00eamicas. \u2013 Selecionar a temperatura morna no ver\u00e3o; [...] esp\u00e9cies e em endemismos; e (c) contudo, est\u00e1 ainda Ar condicionado pouco alterada. Esses tr\u00eas mitos podem agora ser con- Atividade 2, item b: Dentre os \u2013 N\u00e3o deixar portas e janelas abertas em ambientes siderados superados, pois a Caatinga n\u00e3o \u00e9 homog\u00ea- mitos, podem ser citados a homo- nea; \u00e9 sim extremamente heterog\u00eanea e inclui pelo geneidade, uma biota pobre em com ar condicionado; menos uma centena de diferentes tipos de paisagens esp\u00e9cies e em endemismos, e \u2013 Manter os filtros limpos; [...] \u00fanicas. A biota da Caatinga n\u00e3o \u00e9 pobre em esp\u00e9cies uma altera\u00e7\u00e3o reduzida ao longo \u2013 Colocar cortinas nas janelas que recebem sol direto; e em endemismos, pois, apesar de ser ainda muito mal do tempo. Na verdade, a Caatinga Geladeira conhecida, \u00e9 mais diversa que qualquer outro bioma \u00e9 heterog\u00eanea, rica em esp\u00e9cies \u2013 S\u00f3 deixar a porta da geladeira aberta o tempo que for no mundo, o qual esteja exposto \u00e0s mesmas condi\u00e7\u00f5es e endemismos, e sofre uma alte- de clima e de solo. Enfim, a Caatinga n\u00e3o \u00e9 pouco al- ra\u00e7\u00e3o muito grande desde a colo- necess\u00e1rio; terada; est\u00e1 entre os biomas brasileiros mais degrada- niza\u00e7\u00e3o. Essa atividade tamb\u00e9m \u2013 Regular a temperatura interna de acordo com o ma- dos pelo homem. [...] mobiliza a habilidade EF07GE01. nual de instru\u00e7\u00f5es; \u00c9 nesta regi\u00e3o, por exemplo, que est\u00e3o localizadas Atividade 2, item c: As causas \u2013 N\u00e3o colocar alimentos quentes dentro da geladeira; as maiores \u00e1reas brasileiras que passam hoje por pro- da degrada\u00e7\u00e3o do bioma Caatin- \u2013 Deixar espa\u00e7o para ventila\u00e7\u00e3o na parte de tr\u00e1s da ge- cesso de desertifica\u00e7\u00e3o. As causas das modifica\u00e7\u00f5es ga remontam ao per\u00edodo da colo- s\u00e3o m\u00faltiplas e complexas, variando desde a explora- niza\u00e7\u00e3o, respons\u00e1vel por fortes ladeira e n\u00e3o utiliz\u00e1-la para secar panos; \u00e7\u00e3o de madeira para combust\u00edvel at\u00e9 a substitui\u00e7\u00e3o da impactos ambientais negativos, \u2013 N\u00e3o forrar as prateleiras; vegeta\u00e7\u00e3o nativa por pr\u00e1ticas agr\u00edcolas inapropriadas. que explicam por que \u00e9 um bioma \u2013 Descongelar a geladeira e verificar as borrachas de muito degradado, com perda de [...] a cria\u00e7\u00e3o extensiva, n\u00e3o sustent\u00e1vel, de gado e recursos biol\u00f3gicos e extin\u00e7\u00e3o veda\u00e7\u00e3o regularmente; o corte de lenha para combust\u00edvel modificaram mui- de algumas esp\u00e9cies, como a Ilumina\u00e7\u00e3o to, e continuam a alterar, drasticamente, a biota ori- ararinha-azul. Causas mais re- \u2013 Utilizar ilumina\u00e7\u00e3o natural ou l\u00e2mpadas econ\u00f4micas ginal da Caatinga. centes da degrada\u00e7\u00e3o incluem a explora\u00e7\u00e3o de madeira para e apagar a luz ao sair de um c\u00f4modo. [...] Fonte: MMA. Biodiversidade brasileira. combust\u00edvel e a substitui\u00e7\u00e3o Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.biodiversidade.rs.gov.br\/arquivos\/ da vegeta\u00e7\u00e3o nativa por pr\u00e1ticas Fonte: G1 Sergipe. Confira dicas de como economizar energia agr\u00edcolas inapropriadas. Comente el\u00e9trica. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/g1.globo.com\/se\/sergipe\/noticia\/ BiodiversidadeBrasileira_MMA.pdf>. Acesso em: 8 maio 2018. com os alunos que a especula\u00e7\u00e3o imobili\u00e1ria j\u00e1 chegou no bioma confira-dicas-de-como-economizar-energia-eletrica.ghtml>. Agora, responda: Caatinga, com desmatamentos Acesso em: 19 out. 2018. para a constru\u00e7\u00e3o de conjuntos a) Por que a Caatinga \u00e9 vista como o \u201c\u00fanico bioma ex- de habita\u00e7\u00f5es. a) Em duplas, troquem ideias e escrevam no ca- clusivamente brasileiro\u201d? derno pelo menos mais tr\u00eas formas de economizar Atividade 3: Resposta pessoal. energia el\u00e9trica em casa e na escola. b) Quais os mitos criados a respeito da biodiversidade da Caatinga? Atividade 4: O aluno pode citar b) Compartilhem com a turma as dicas que ela- o aproveitamento como fonte de boraram. c) Quais as causas e consequ\u00eancias da degrada\u00e7\u00e3o que energia, com a constru\u00e7\u00e3o de hi- vem sofrendo o bioma Caatinga? drel\u00e9tricas, e o uso como meio de 2 Caatinga \u00e9 um termo tupi que significa \u201cmata branca\u201d. transporte (navega\u00e7\u00e3o). Leia a seguir um texto que mostra a necessidade de 3 Na sua opini\u00e3o, o que se destaca na hidrografia brasi- conserva\u00e7\u00e3o de sua biodiversidade. leira? Por qu\u00ea? Atividade 5, item a: O Cerrado \u00e9 um tipo de savana, de vegeta- Biodiversidade da Caatinga 4 Cite dois tipos de aproveitamento dos rios brasileiros. \u00e7\u00e3o mista, com plantas de m\u00e9dio A Caatinga ocupa uma \u00e1rea de 734.478 km2 e \u00e9 o porte misturadas com gram\u00edneas, 5 Sobre o bioma Cerrado, fa\u00e7a o que se pede: pr\u00f3prio do clima tropical semi\u00fami- \u00fanico bioma exclusivamente brasileiro. Isso significa a) Caracterize a vegeta\u00e7\u00e3o do Cerrado. do do Brasil central. Geralmente, que grande parte do patrim\u00f4nio biol\u00f3gico dessa regi\u00e3o b) Cite os principais respons\u00e1veis pelo processo de ace- o Cerrado t\u00edpico apresenta dois n\u00e3o \u00e9 encontrada em outro lugar do mundo al\u00e9m de no lera\u00e7\u00e3o da destrui\u00e7\u00e3o do Cerrado no Brasil central. estratos de plantas: um arb\u00f3reo, com \u00e1rvores de pequeno porte 176 ATIVIDADES (a lixeira, o pau-santo, o pequi), e outro herb\u00e1ceo, de gram\u00edneas e vegeta\u00e7\u00e3o rasteira. Atividade 5, item b: Cerca de 45% da vegeta\u00e7\u00e3o do Cerrado foi destru\u00edda por causa da expans\u00e3o da agropecu\u00e1ria no Brasil central, principalmente com planta\u00e7\u00f5es de soja, de outros cultivos e a cria\u00e7\u00e3o de animais. 176 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Lendo a imagem Guilherme Gaensly\/Arquivo da editora Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas \u00a5 O relevo, o clima e a hidrografia s\u00e3o os elementos naturais das paisagens que est\u00e3o sempre se relacionando uns Lendo a imagem com os outros e com as atividades da sociedade. Observe as imagens, que retratam o rio Tiet\u00ea em diferentes \u00e9pocas. Item a: Os alunos podem citar Rio Tiet\u00ea em um a diferen\u00e7a na urbaniza\u00e7\u00e3o do cart\u00e3o-postal entorno, muito mais acentuada de 1910. na foto mais recente. Tamb\u00e9m podem notar que antigamente o rio era naveg\u00e1vel, enquanto hoje n\u00e3o h\u00e1 embarca\u00e7\u00f5es em seu leito. Podem ainda obser- var que o rio era mais sinuoso. Explique que o seu curso foi de fato retificado com o prop\u00f3si- to de aumentar sua velocidade, diminuindo assim as enchentes e facilitando sua limpeza, j\u00e1 que os dejetos fluiriam com mais fa- cilidade; por\u00e9m isso causou im- pactos, como o assoreamento, e n\u00e3o diminuiu sua insalubridade. Item b: Espera-se que os alu- nos percebam que as paisagens s\u00e3o diferentes por causa do avan- \u00e7o da urbaniza\u00e7\u00e3o e da degra- da\u00e7\u00e3o do rio no transcorrer de um s\u00e9culo. Marcelo D. Sants\/FramePhoto\/Folhapress Rio Tiet\u00ea, em 2017. a) Que diferen\u00e7a voc\u00ea nota nas imagens? b) Quais as causas de a paisagem ter sido alterada? ATIVIDADES 177 177MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas PROJETO Arte No decorrer da unidade 3, os A Geografia em minutos alunos estudaram a din\u00e2micas pr\u00f3prias dos elementos da natu- Ao longo desta unidade, voc\u00ea estudou a din\u00e2mica pr\u00f3pria dos elementos da natureza que reza que atuam no Brasil. Al\u00e9m atuam no Brasil, especialmente o relevo, o clima, a vegeta\u00e7\u00e3o, a rede hidrogr\u00e1fica, al\u00e9m da disso, trabalhou-se as interven- forma como esses elementos se estruturam no territ\u00f3rio brasileiro, por meio da an\u00e1lise dos \u00e7\u00f5es dos seres humanos ao inte- biomas. ragir com a natureza, ao mesmo tempo em que as din\u00e2micas pr\u00f3- Voc\u00ea tamb\u00e9m aprendeu que a humanidade, assim como os demais seres vivos, habita prias destes elementos naturais esse espa\u00e7o. No entanto, somente os seres humanos organizam e (re)organizam seu lugar condicionam as formas de ocupa- de viv\u00eancia, realizando in\u00fameras intera\u00e7\u00f5es no espa\u00e7o geogr\u00e1fico. Nesse processo, a socie- \u00e7\u00e3o do espa\u00e7o pela humanidade. dade interv\u00e9m na din\u00e2mica dos elementos da natureza, assim como estes tamb\u00e9m condi- cionam as a\u00e7\u00f5es dos humanos no espa\u00e7o. \u2022 Concep\u00e7\u00e3o do projeto H\u00e1 diversas maneiras de registrar a intera\u00e7\u00e3o entre a sociedade e a natureza, uma delas Considerando que a Geogra- \u00e9 o registro fotogr\u00e1fico e audiovisual. O objetivo deste projeto \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de um v\u00eddeo que fia estuda o espa\u00e7o geogr\u00e1fico e retrate as diferentes intera\u00e7\u00f5es entre a sociedade e a natureza no seu lugar de viv\u00eancia. que neste espa\u00e7o ocorre a cons- tante intera\u00e7\u00e3o entre a natureza O v\u00eddeo parte do concreto, do vis\u00edvel, do imediato, pr\u00f3ximo, que toca todos os sen- e a sociedade, parte do estudo tidos. Mexe com o corpo, com a pele \u2013 nos toca e \u201ctocamos\u201d os outros, est\u00e3o ao nosso consiste em observar e regis- alcance atrav\u00e9s dos recortes visuais, do close, do som est\u00e9reo envolvente. Pelo v\u00eddeo trar as diferentes formas dessa sentimos, experienciamos sensorialmente o outro,o mundo,n\u00f3s mesmos. O v\u00eddeo ex- intera\u00e7\u00e3o, percebendo como a plora tamb\u00e9m, e basicamente, o ver, o visualizar, o ter diante de n\u00f3s as situa\u00e7\u00f5es, as superf\u00edcie dos nossos lugares pessoas, os cen\u00e1rios, as cores, as rela\u00e7\u00f5es espaciais (pr\u00f3ximo-distante, alto-baixo, di- de viv\u00eancia manifestam os resul- reita-esquerda, grande-pequeno, equil\u00edbrio-desequil\u00edbrio). tados das a\u00e7\u00f5es humanas e da din\u00e2mica da natureza. O objeti- MOR\u00c1N, Jos\u00e9 Manuel. O v\u00eddeo na sala de aula. S\u00e3o Paulo: Revista Comunica\u00e7\u2039o & Educa\u00e7\u2039o. n. 2, vo desse projeto \u00e9 a produ\u00e7\u00e3o de p. 28, 1995. Dispon\u00edvel em: <www.revistas.usp.br\/comueduc\/article\/view\/36131\/38851>. um material audiovisual (v\u00eddeo) Acesso em: 26 jul. 2018. que registre como a popula\u00e7\u00e3o do lugar de viv\u00eancia dos alunos (a Jo\u00e3o Prudente\/Pulsar Imagens pr\u00f3pria comunidade local, os tu- ristas e eles pr\u00f3prios) se relacio- Crian\u00e7as fazem autorretrato em passarela de madeira no Parque Natural Ilha da Usina, no munic\u00edpio de Salto (SP), em 2018. na com elementos das paisagens 178 PROJETO do munic\u00edpio. Desenvolvendo, desse modo, as CGEB4, 9 e 10 e a de turismo, mas h\u00e1 pessoas que moram nos arredores? Qual a re- \u2022 Vegeta\u00e7\u00e3o CEGEF1. Recomenda-se que es- la\u00e7\u00e3o delas com o rio? H\u00e1 polui\u00e7\u00e3o nele? \u00c9 uma \u00e1rea de capta\u00e7\u00e3o se projeto seja desenvolvido ao ou abastecimento? A \u00e1rea \u00e9 arborizada? Qual \u00e9 a relev\u00e2ncia dessa \u00e1rea para o muni- longo de 4 aulas. c\u00edpio? Na intera\u00e7\u00e3o com essa \u00e1rea, a comunidade respeita e pre- \u2022 Clima serva a natureza e esse espa\u00e7o? \u2022 Formas de avalia\u00e7\u00e3o O que favorece que o local escolhido para a filmagem seja consi- \u2022 Relevo Os professores e os alunos derado agrad\u00e1vel ou popular? O clima do munic\u00edpio favorece a re- determinar\u00e3o quais ser\u00e3o os cep\u00e7\u00e3o de turistas? Existe polui\u00e7\u00e3o atmosf\u00e9rica? Ou a pureza do \u00c9 uma \u00e1rea cujo relevo \u00e9 um atrativo? H\u00e1 mirantes elevados, por principais crit\u00e9rios de avalia\u00e7\u00e3o ar \u00e9 um atrativo para o lugar? exemplo? O relevo da \u00e1rea foi alterado pelo trabalho humano? Fo- utilizados. \u00c9 importante que todo ram feitas terraplanagem, constru\u00e7\u00f5es, altera\u00e7\u00f5es nas rochas que o processo seja avaliado, e n\u00e3o conferem interesse est\u00e9tico ao lugar? apenas o resultado do trabalho. Deixe claro que a participa\u00e7\u00e3o de cada um dos membros do grupo nas diferentes etapas do projeto ser\u00e1 avaliada individualmente. ETAPA 1 \u2013 Recomenda-se que essa etapa seja definida em 1 au- la. Organize as turmas em grupos. Na sequ\u00eancia, indique os temas para que cada grupo escolha um: relevo, clima, vegeta\u00e7\u00e3o ou hidro- grafia. Esses temas foram traba- lhados no decorrer desta unidade. Oriente os alunos a pensarem so- bre as diferentes intera\u00e7\u00f5es en- tre as pessoas do munic\u00edpio e os elementos da natureza, sempre observando os elementos cultu- rais, por exemplo: \u2022 Hidrografia O local \u00e9 pr\u00f3ximo a um rio? As pessoas se encantam com a correnteza, com a beleza de suas \u00e1guas ou com o barulho da queda-d\u2019\u00e1gua? \u00c9 uma \u00e1rea 178 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Etapa 1 \u2013 O que fazer Vitor Marigo\/Tyba Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Organizem-se em grupos de 3 ou 4 Turistas no Mirante do Cristo Redentor, no munic\u00edpio do Rio de Janeiro (RJ), em 2018. ETAPA 2 \u2013 Recomenda-se alunos. Conversem sobre algum lugar que essa etapa seja definida em que as pessoas do seu munic\u00edpio gostem 2 aulas. de frequentar para estar mais pr\u00f3ximas da natureza. A partir dessas perguntas, os alunos dever\u00e3o captar o mate- No caderno ou em uma folha \u00e0 par- rial que ser\u00e1 trabalhado para a te, elenquem os lugares citados pelos produ\u00e7\u00e3o do v\u00eddeo. Eles pode- colegas de grupo. Ent\u00e3o, escolham por r\u00e3o ir a campo para a produ\u00e7\u00e3o meio de consenso, vota\u00e7\u00e3o ou sorteio dos materiais, tais como fotos, um desses lugares. imagens, depoimentos dos mo- radores, v\u00eddeos, entre outros. O seu grupo dever\u00e1 filmar o lugar Eles poder\u00e3o, ainda, pesquisar escolhido, tentando mostrar como as em livros ou sites imagens so- pessoas se relacionam com ele. bre o tema escolhido. Etapa 2 \u2013 Como fazer Realizada a etapa de capta\u00e7\u00e3o das imagens envolvidas na pro- Tendo o local escolhido em mente, respondam \u00e0 pergunta: du\u00e7\u00e3o do v\u00eddeo, cada grupo de- ver\u00e1 produzir o seu, que pode ser Como as pessoas do munic\u00edpio se relacionam com esse lugar? produzido em qualquer \u201ceditor de v\u00eddeo\u201d dispon\u00edvel no celular ou no Ent\u00e3o, elaborem um roteiro de produ\u00e7\u00e3o, no qual dever\u00e1 constar: computador. Recomenda-se que a) O nome do lugar; o tempo do material audiovisual final de cada grupo seja entre 2 b) Os trechos que ser\u00e3o filmados; e 5 minutos. c) Em que momento do dia a filmagem acontecer\u00e1; Cabe lembrar que nem sempre \u00e9 poss\u00edvel, dependendo da reali- d) Se haver\u00e1 narra\u00e7\u00e3o (O grupo vai apresentar o lugar na filmagem ou ser\u00e1 apenas visual?); dade da escola, que a atividade seja realizada da forma proposta e) Outros aspectos que o grupo achar relevante. (os alunos podem n\u00e3o ter aces- so a filmadoras ou at\u00e9 mesmo a Fa\u00e7am uma primeira visita ao local e conversem sobre os pontos acima. Observem a c\u00e2meras fotogr\u00e1ficas ou celula- paisagem, a intera\u00e7\u00e3o das pessoas com o local, que elementos naturais s\u00e3o valorizados por res com c\u00e2meras). Caso poucos elas, bem como a influ\u00eancia dos elementos culturais nesse lugar. alunos tenham acesso a esse ti- po de material, podem ser forma- Nesse momento, voc\u00eas podem fazer testes com a filmagem, observar \u00e2ngulos e a luz dos grupos maiores. Al\u00e9m disso, local. Se estiverem seguros, podem realizar as filmagens. Caso necessitem, pensem mais um se achar oportuno, solicite que o pouco a respeito das imagens que querem fazer e voltem ao local em outro dia, com os pas- projeto seja entregue em outro sos j\u00e1 planejados em grupo. tipo de suporte. Interdisciplinar- mente com Arte, os grupos po- Se necess\u00e1rio, utilize um editor de v\u00eddeo, entre os dispon\u00edveis gratuitamente na internet, para dem fazer essa an\u00e1lise por meio realizar cortes no v\u00eddeo e adequ\u00e1-lo aos objetivos do grupo. de cria\u00e7\u00f5es art\u00edsticas (cartazes, telas), maquetes e at\u00e9 mesmo Etapa 3 \u2013 Apresenta\u00e7\u00e3o por meio de uma pe\u00e7a teatral, que represente a intera\u00e7\u00e3o dos Na data indicada pelo professor, apresentem para a turma o v\u00eddeo que voc\u00eas produziram. cidad\u00e3os do munic\u00edpio com o lo- Antes da apresenta\u00e7\u00e3o do material audiovisual, entreguem ao professor um texto que res- cal escolhido. ponda \u00e0s seguintes quest\u00f5es: 1. Como foi a experi\u00eancia de gravar e editar o v\u00eddeo? Quais s\u00e3o os aspectos positivos e ETAPA 3 \u2013 Recomenda-se que essa etapa seja realizada negativos dessa experi\u00eancia? em 1 aula. 2. Voc\u00eas conseguiram retratar no v\u00eddeo o que haviam pensado no roteiro? Quais foram as No t\u00e9rmino da aula, promova dificuldades? uma reflex\u00e3o sobre as diferentes Apresentem o v\u00eddeo e permitam que os colegas de turma fa\u00e7am perguntas para escla- formas de intera\u00e7\u00e3o da sociedade com a natureza apresentadas no recer eventuais d\u00favidas que surgirem. Aproveitem o momento para trocar ideias com os trabalho dos grupos e pe\u00e7a aos colegas! alunos que exponham suas opi- ni\u00f5es sobre como esse contato PROJETO 179 tem alterado o espa\u00e7o. Aproveite a oportunidade pa- ra trabalhar com os alunos a Se- qu\u00eancia Did\u00e1tica 3: Turismo e identidade local, dispon\u00edvel no material digital. Para aferir os conhecimen- tos dos alunos a partir do estu- do desta unidade, apresente a proposta de acompanhamento de aprendizagem dispon\u00edvel no material digital. 179MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 8","Objetivos da unidade Reprodu\u00e7\u00e3o\/Prefeitura de Olinda \u2022 Conhecer formas de regio- naliza\u00e7\u00e3o do Brasil e sua rela\u00e7\u00e3o com o processo de forma\u00e7\u00e3o do pa\u00eds. \u2022 Compreender a import\u00e2ncia das infraestruturas para a in- tegra\u00e7\u00e3o territorial do Brasil. \u2022 Estudar os aspectos f\u00edsicos, econ\u00f4micos e culturais dos complexos regionais Nordes- te, Centro-Sul e Amaz\u00f4nia. \u2022 Problematizar o uso de re- cursos naturais em cada complexo regional. \u2022 Desenvolver pensamento cr\u00edtico a respeito de este- re\u00f3tipos regionais. Compet\u00eancias Gerais mobilizadas na unidade: \u2022 Compet\u00eancia geral 1 \u2022 Compet\u00eancia geral 2 \u2022 Compet\u00eancia geral 3 \u2022 Compet\u00eancia geral 4 \u2022 Compet\u00eancia geral 5 \u2022 Compet\u00eancia geral 6 \u2022 Compet\u00eancia geral 7 \u2022 Compet\u00eancia geral 8 \u2022 Compet\u00eancia geral 9 \u2022 Compet\u00eancia geral 10 Espec\u00edficas de Ci\u00eancias Humanas mobilizadas na unidade: \u2022 Compet\u00eancia espec\u00edfica 1 \u2022 Compet\u00eancia espec\u00edfica 2 \u2022 Compet\u00eancia espec\u00edfica 3 \u2022 Compet\u00eancia espec\u00edfica 4 \u2022 Compet\u00eancia espec\u00edfica 5 \u2022 Compet\u00eancia espec\u00edfica 6 \u2022 Compet\u00eancia espec\u00edfica 7 Espec\u00edficas de Geografia Carnaval em Olinda (PE), em 2016. para o Ensino Fundamental 180 mobilizadas na unidade: Habilidades trabalhadas nesta unidade tes de quilombos, de povos das florestas e do cerrado, de ribeirinhos \u2022 Compet\u00eancia de Geografia 1 e cai\u00e7aras, entre outros grupos sociais do campo e da cidade, como \u2022 Compet\u00eancia de Geografia 3 EF07GE01 Avaliar, por meio de exemplos extra\u00eddos dos meios de direitos legais dessas comunidades. \u2022 Compet\u00eancia de Geografia 4 comunica\u00e7\u00e3o, ideias e estere\u00f3tipos acerca das paisagens e da for- \u2022 Compet\u00eancia de Geografia 5 ma\u00e7\u00e3o territorial do Brasil. EF07GE04 Analisar a distribui\u00e7\u00e3o territorial da popula\u00e7\u00e3o brasilei- \u2022 Compet\u00eancia de Geografia 7 ra, considerando a diversidade \u00e9tnico-cultural (ind\u00edgena, africana, EF07GE02 Analisar a influ\u00eancia dos fluxos econ\u00f4micos e popu- europeia e asi\u00e1tica), assim como aspectos de renda, sexo e idade lacionais na forma\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica e territorial do Brasil, com- nas regi\u00f5es brasileiras. preendendo os conflitos e as tens\u00f5es hist\u00f3ricas e contempor\u00e2neas. EF07GE03 Selecionar argumentos que reconhe\u00e7am as territorialida- des dos povos ind\u00edgenas origin\u00e1rios, das comunidades remanescen- 180 MANUAL DO PROFESSOR - UNIDADE 4","UNIDADE Brasil: Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas diversidades 4 regionais Imagem de abertura: Oriente o aluno a observar atentamente O Brasil apresenta dimens\u00f5es a imagem de abertura, as cores, continentais. \u00c9 um territ\u00f3rio de muita os bonecos, a express\u00e3o no ros- diversidade econ\u00f4mica, social, cultural to das pessoas, etc. e f\u00edsica. Nesta unidade, vamos estudar as formas de regionaliza\u00e7\u00e3o de nosso Atividade 1: Os alunos podem pa\u00eds e as caracter\u00edsticas geogr\u00e1ficas de citar a decora\u00e7\u00e3o de Carnaval, os cada regi\u00e3o e de seus estados. bonecos de Olinda (bonecos gi- gantes que s\u00e3o usados em dias festivos, como o Carnaval, no es- tado de Pernambuco) e o pr\u00f3prio fato de as pessoas estarem re- unidas para festejar o Carnaval. Atividade 2: Essa quest\u00e3o serve para verificar o conheci- mento pr\u00e9vio do aluno a respei- to do tema. Aproveite a oportunidade para consultar o plano de desenvol- vimento do bimestre dispon\u00edvel no material digital. Com base na imagem, responda as quest\u00f5es a seguir: 1 Quais s\u00e3o os elementos culturais que voc\u00ea consegue observar na imagem? 2 Em sua opini\u00e3o, essa imagem representa um exemplo da diversidade que h\u00e1 no pa\u00eds? Por qu\u00ea? 181 EF07GE05 Analisar fatos e situa\u00e7\u00f5es representativas EF07GE08 Estabelecer rela\u00e7\u00f5es entre os processos de EF07GE10 Elaborar e interpretar gr\u00e1ficos de barras, das altera\u00e7\u00f5es ocorridas entre o per\u00edodo mercantilista e industrializa\u00e7\u00e3o e inova\u00e7\u00e3o tecnol\u00f3gica com as transfor- gr\u00e1ficos de setores e histogramas, com base em dados o advento do capitalismo. ma\u00e7\u00f5es socioecon\u00f4micas do territ\u00f3rio brasileiro. socioecon\u00f4micos das regi\u00f5es brasileiras. EF07GE06 Discutir em que medida a produ\u00e7\u00e3o, a cir- EF07GE09 Interpretar e elaborar mapas tem\u00e1ticos e EF07GE11 Caracterizar din\u00e2micas dos componentes cula\u00e7\u00e3o e o consumo de mercadorias provocam impac- hist\u00f3ricos, inclusive utilizando tecnologias digitais, com f\u00edsico-naturais no territ\u00f3rio nacional, bem como sua tos ambientais, assim como influem na distribui\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es demogr\u00e1ficas e econ\u00f4micas do Brasil (car- distribui\u00e7\u00e3o e biodiversidade (Florestas Tropicais, Cer- riquezas, em diferentes lugares. togramas), identificando padr\u00f5es espaciais, regionaliza- rados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Arauc\u00e1ria). \u00e7\u00f5es e analogias espaciais. EF07GE07 Analisar a influ\u00eancia e o papel das redes de trans- porte e comunica\u00e7\u00e3o na configura\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio brasileiro. 181MANUAL DO PROFESSOR - UNIDADE 4","Habilidades CAP\u00cdTULO Regi\u00f5es brasileiras trabalhadas neste cap\u00edtulo 9 RR AP Planet Observer\/SPL\/Latinstock EF07GE01 EF07GE07 AM PA MA CE PI RN EF07GE02 EF07GE08 AC TO PB RO BA EF07GE05 EF07GE09 MT PE DF EF07GE06 AL GO SE Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas MS MG Para come\u00e7ar SP ES PR Inicie o cap\u00edtulo retomando RJ as defini\u00e7\u00f5es de regi\u00e3o. Verifi- que se os alunos se recordam SC Para come\u2022ar do conceito. Em seguida, avalie os conhecimentos pr\u00e9vios deles RS Observe a imagem de por meio das atividades da se\u00e7\u00e3o. sat\u00e9lite e responda: A imagem de sat\u00e9lite mostra os estados e o Distrito Federal, unidades Atividade 1: \u00c9 importante que federativas que formam o territ\u00f3rio do Brasil. Sobreposta \u00e0 imagem, observa-se 1. Voc\u00ea conhece essa os alunos tenham acesso ao ma- a proposta de regionaliza\u00e7\u00e3o feita a partir das regi\u00f5es geoecon\u00f4micas. divis\u00e3o regional do pa que disponibiliza a divis\u00e3o Brasil? administrativa do territ\u00f3rio bra- Neste cap\u00edtulo, voc\u00ea vai estudar o que significa regionaliza\u00e7\u00e3o, o que \u00e9 uma regi\u00e3o sileiro feita pelo IBGE. Recomen- e conhecer as duas principais formas de regionalizar o territ\u00f3rio brasileiro: a divis\u00e3o 2.Em que regi\u00e3o fica o da-se, ainda, que seja exposto regional do IBGE e a divis\u00e3o em tr\u00eas grandes regi\u00f5es geoecon\u00f4micas, ou complexos munic\u00edpio onde voc\u00ea um mapa do Brasil que mostre regionais. Vamos entender ainda como a forma\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica do pa\u00eds explica a sua atual mora? a divis\u00e3o territorial do IBGE. Des- regionaliza\u00e7\u00e3o e como os meios de transporte e de comunica\u00e7\u00e3o integraram o imenso sa forma, os alunos podem fazer territ\u00f3rio nacional e propiciaram o fluxo entre as regi\u00f5es do pa\u00eds. 3. Voc\u00ea acha que h\u00e1 as compara\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias. uma, duas ou Caso n\u00e3o exista a possibilidade variadas formas de expor esse mapa, oriente os corretas de se alunos a observar o mapa que regionalizar o Brasil? mostra a divis\u00e3o territorial do Brasil por regi\u00f5es do IBGE, na se\u00e7\u00e3o Para saber mais das p\u00e1- ginas 186 e 187. Atividade 2: Resposta pessoal. Atividade 3: Resposta pes- soal. Relembre aos alunos que regionalizar um espa\u00e7o \u00e9 dividir esse local de acordo com um ou mais crit\u00e9rio(s). A resposta mais adequada \u00e0 quest\u00e3o \u00e9 que as di- versas formas de regionalizar atendem a crit\u00e9rios diferentes; logo, a forma mais adequada de se regionalizar um espa\u00e7o varia de acordo com os crit\u00e9rios ado- tados para tal a\u00e7\u00e3o. 182 UNIDADE 4 \u00a5 Brasil: diversidades regionais Texto complementar O conceito de regi\u00e3o e sua discuss\u00e3o em um local e a extens\u00e3o dele sobre uma \u00e1rea de grande diversidade social, cultural e espacial. A contribuir com esta interpreta\u00e7\u00e3o existe tamb\u00e9m o fato de que outros A palavra regi\u00e3o deriva do latim regere, palavra composta pelo radical reg, que deu conceitos de natureza espacial tenham sido enunciados (spatium), visto como \u201ccont\u00ed- origem a outras palavras como regente, reg\u00eancia, regra etc. Regione nos tempos do nuo\u201d, ou como intervalo, no qual est\u00e3o dispostos os corpos seguindo uma certa ordem Imp\u00e9rio Romano era a denomina\u00e7\u00e3o utilizada para designar \u00e1reas que, ainda que neste vazio, e ainda o conceito de prov\u00edncia (provincere), \u00e1reas atribu\u00eddas ao controle dispusessem de uma administra\u00e7\u00e3o local, estavam subordinadas \u00e0s regras gerais e daqueles que haviam submetido \u00e0 ordem hegem\u00f4nica. Desta forma, os mapas que re- hegem\u00f4nicas das magistraturas sediadas em Roma. Alguns fil\u00f3sofos interpretam a presentam o Imp\u00e9rio Romano s\u00e3o preenchidos pela nomenclatura destas regi\u00f5es que emerg\u00eancia deste conceito como uma necessidade de um momento hist\u00f3rico em que, representam a extens\u00e3o espacial do poder central hegem\u00f4nico, onde os governadores pela primeira vez, surge, de forma ampla, a rela\u00e7\u00e3o entre a centraliza\u00e7\u00e3o do poder 182 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","1 O que \u00e9 regi\u00e3o? Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Voc\u00ea provavelmente j\u00e1 sabe o que \u00e9 uma regi\u00e3o e o que significa fazer uma regio- Oriente os alunos a ler o texto e a observar o mapa. Verifique se naliza\u00e7\u00e3o. Neste cap\u00edtulo, vamos retomar esse assunto, destacando a regionaliza\u00e7\u00e3o eles entenderam que a regiona- liza\u00e7\u00e3o pode seguir diferentes do territ\u00f3rio brasileiro. crit\u00e9rios. Para facilitar o entendimento do que \u00e9 a regionaliza\u00e7\u00e3o de um espa\u00e7o, pense em Explique que determinado es- pa\u00e7o pode ser regionalizado de duas maneiras diferentes de dividir o espa\u00e7o da sua cidade ou do seu bairro, caso viva acordo com crit\u00e9rios de fen\u00f4me- nos f\u00edsicos, sociais, pol\u00edticos, cul- em uma cidade muito grande e que voc\u00ea conhe\u00e7a pouco. turais e econ\u00f4micos. No entanto, destaque que os crit\u00e9rios adota- Voc\u00ea poder\u00e1, por exemplo, dividir a cidade em zonas central, norte, sul, leste e Este mapa do munic\u00edpio de dos v\u00e3o influenciar a extens\u00e3o do Cuiab\u00e1 mostra a espa\u00e7o a ser considerado. oeste, um tipo de divis\u00e3o muito comum em cidades brasileiras m\u00e9dias e grandes. regionaliza\u00e7\u00e3o com base em crit\u00e9rios administrativos: a Por exemplo, aplicar o crit\u00e9rio Essa regionaliza\u00e7\u00e3o usa o crit\u00e9rio da localiza\u00e7\u00e3o de cada parte do espa\u00e7o. Mas voc\u00ea divis\u00e3o do espa\u00e7o por de tipo de vegeta\u00e7\u00e3o e clima no administra\u00e7\u00f5es regionais. recorte da regi\u00e3o amaz\u00f4nica re- poderia tamb\u00e9m dividir esse espa\u00e7o (seja a cidade, seja o bairro) em \u00e1reas mais Como se observa, existem sultar\u00e1 em um \u00fanico bloco, sem quatro regi\u00f5es: Norte, Oeste, diferencia\u00e7\u00e3o de regi\u00f5es para antigas e mais recentes, em \u00e1reas com maior adensamento populacional e outras Leste e Sul. essa \u00e1rea. No entanto, se con- sideramos o recorte do territ\u00f3rio com mais verde e pouca ocupa\u00e7\u00e3o. Poderia, ainda, dividi-lo em \u00e1reas com moradias 55\u00ba O sul-americano, haver\u00e1 diferen- tes regi\u00f5es devido \u00e0 presen\u00e7a mais luxuosas, \u00e1reas com moradias po- Regi\u00f5es administrativas N de diferentes tipos de vegeta- pulares, \u00e1reas mais comerciais, mais da cidade de Cuiab\u00e1 (2013) OL \u00e7\u00e3o e clima. industriais, etc. S Se julgar oportuno, promova Dependendo do seu objetivo, voc\u00ea Portal de Mapas\/Arquivo da editora uma reflex\u00e3o sobre crit\u00e9rios de regionaliza\u00e7\u00e3o com base em fe- poderia usar ainda outros crit\u00e9rios. Por n\u00f4menos culturais. \u00c9 desej\u00e1vel que os alunos citem ao menos a exemplo, se voc\u00ea quisesse visualizar as l\u00edngua e a religi\u00e3o. Acrescente o tipo de escrita e alimento-base. \u00e1reas com maior e menor adensamen- Caso necess\u00e1rio, explique a exis- t\u00eancia de diferentes tipos de es- to populacional, poderia agrupar os REGI\u00c3O crita e alfabeto, e que h\u00e1 culturas bairros de acordo com sua popula\u00e7\u00e3o NORTE em que a batata e o milho s\u00e3o a relativa, ou seja, habitantes por km2. base da alimenta\u00e7\u00e3o. REGI\u00c3O OESTE Texto e a\u00e7\u00e3o Portanto, h\u00e1 v\u00e1rias formas de se regio- Se julgar interessante, pro- ponha aos alunos uma reflex\u00e3o nalizar um espa\u00e7o: tudo depende do seu REGI\u00c3O sobre as diferentes formas de objetivo e dos crit\u00e9rios que adotar. LESTE regionalizar o bairro. Depois, compare as representa\u00e7\u00f5es dos Rio alunos e pe\u00e7a a eles que apre- Cuiab\u00e1 sentem e justifiquem os crit\u00e9- rios utilizados. 15\u00ba S REGI\u00c3O SUL Se poss\u00edvel, disponibilize a Fonte: elaborado com base em PREFEITURA carta dos bairros onde os alu- DE CUIAB\u00c1. Composi\u00e7\u00e3o dos bairros de 0 30 6 0 km nos moram. Outra forma de exe- cutar essa atividade \u00e9 orientar o Cuiab\u00e1: loteamentos; desmembramentos; uso de ferramentas na internet n\u00facleos ou conjuntos habitacionais; com mapas, como forma de ob- ter o mapa do bairro. condom\u00ednios; assentamentos informais e outros. Cuiab\u00e1: Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano-IPDU. Diretoria de Urbanismo e Pesquisa-DUP, 2013. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.cuiaba.mt.gov.br\/upload\/ arquivo\/organizacao_geopolitica.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2018. Texto e a\u00e7\u00e3o \u00a5 Em duplas, elaborem uma regionaliza\u00e7\u00e3o do bairro onde fica a escola. N\u00e3o se esque\u00e7am de compor uma legenda para que as pessoas compreen- dam as regi\u00f5es de seu mapa; escrever um t\u00edtulo para a sua representa\u00e7\u00e3o; indicar qual crit\u00e9rio foi adotado para elaborar a regionaliza\u00e7\u00e3o. Regi\u00f5es brasileiras \u2022 CAP\u00cdTULO 9 183 locais dispunham de alguma autonomia, em fun\u00e7\u00e3o mesmo da di- versidade de situa\u00e7\u00f5es sociais e culturais, mas deviam obedi\u00eancia e impostos \u00e0 cidade de Roma. GOMES, Paulo C. da C. O conceito de regi\u00e3o e sua discuss\u00e3o. In: CASTRO, In\u00e1 E. de; GOMES, Paulo da C.; CORR\u00caA, Roberto L. Geografia: conceitos e temas. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000, p. 50-51. 183MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Dividindo um espa\u00e7o em regi\u00f5es Fa\u00e7a a leitura do texto com os Podemos utilizar v\u00e1rias formas de regionalizar um espa\u00e7o. Cada uma \u00e9 mais apro- alunos, bem como a an\u00e1lise do priada ou adequada para determinada finalidade. Em s\u00edntese, a regionaliza\u00e7\u00e3o consis- mapa, mobilizando a habilidade te na divis\u00e3o de um espa\u00e7o em regi\u00f5es ou \u00e1reas que apresentam algumas caracter\u00eds- EF07GE09. ticas comuns. \u00c9 importante que os alunos Assim, podemos definir regi\u00e3o como uma parte de um determinado espa\u00e7o com tenham compreendido as in\u00fa- caracter\u00edsticas comuns e relativamente diferente das demais \u00e1reas desse mesmo meras poss\u00edveis formas de se espa\u00e7o. \u00c9 poss\u00edvel, assim, regionalizar uma cidade, um estado, um pa\u00eds, um continente regionalizar um espa\u00e7o. Tamb\u00e9m ou mesmo todo o espa\u00e7o mundial. A regi\u00e3o Nordeste, por exemplo, considerada em devem ter percebido que isso de- conjunto com as demais regi\u00f5es brasileiras, forma um todo (o territ\u00f3rio nacional) e, pende da finalidade da regiona- quando vista isoladamente, apresenta caracter\u00edsticas peculiares, que seriam a sua liza\u00e7\u00e3o. Certifique-se de que os identidade regional. A essa identifica\u00e7\u00e3o no espa\u00e7o de regi\u00f5es ou partes com caracte- conceitos de regi\u00e3o e regionali- r\u00edsticas comuns chamamos de regionaliza\u2022\u2039o. za\u00e7\u00e3o ficaram claros, e reforce que, dependendo da proposta de A regionaliza\u00e7\u00e3o de um espa\u00e7o sempre depender\u00e1 da sua forma de ocupa\u00e7\u00e3o regionaliza\u00e7\u00e3o, esta vai definir a pelos seres humanos, de suas dimens\u00f5es e seus tra\u00e7os f\u00edsicos e principalmente huma- escala a ser utilizada. nos (economia, cultura, etc.). Texto complementar S\u00f3 \u00e9 poss\u00edvel dividir o espa\u00e7o em partes semelhantes quando se o conhece bem. S\u00e3o in\u00fameras as formas de regionalizar ou dividir um espa\u00e7o em regi\u00f5es. Por exemplo: Segundo Rog\u00e9rio Haes- a divis\u00e3o de uma cidade em \u00e1reas centrais e perif\u00e9ricas utiliza o crit\u00e9rio de centro e baert: periferias; a divis\u00e3o em \u00e1reas mais recentes e antigas, o crit\u00e9rio de tempo das edifica- \u00e7\u00f5es; e assim sucessivamente. [...] a regi\u00e3o pode ser vista como um \u201cespa\u00e7o-momen- Observe no mapa abaixo uma regionaliza\u00e7\u00e3o que dividiu o territ\u00f3rio brasileiro en- to\u201d cuja diferencia\u00e7\u00e3o resulta tre os estados que possuem faixa litor\u00e2nea em seu territ\u00f3rio e aqueles que n\u00e3o possuem muito mais da efetiva articu- mar dentro de seus limites. la\u00e7\u00e3o espacial em rede, com- plexa, amplamente aberta \u00e0 Portal de Mapas\/Arquivo da editora Brasil: estados com acesso ao mar (2018) Note que a maioria dos transforma\u00e7\u00e3o, cuja domi- estados brasileiros possui n\u00e2ncia em termos de densi- 50\u00b0 O \u00e1rea litor\u00e2nea. dade, disposi\u00e7\u00e3o e dimens\u00e3o espaciais (econ\u00f4mica, pol\u00edti- Equador RR 0\u00b0 ca, cultural ou \u201cnatural\u201d) de- AP pender\u00e1 dos grupos sociais e do contexto geo-hist\u00f3rico em AC AM PA MA CE que estiver inserida. Enquan- RO MT RN to espa\u00e7o-momento, ela pode OCEANO manifestar-se como um con- PAC\u00cdFICO PB junto mais articulado ou inte- PI grado na leitura e\/ou viv\u00eancia de um grupo e n\u00e3o na de ou- PE tro, colocando-se os sujeitos sociais, portanto, no centro AL da regionaliza\u00e7\u00e3o enquan- TO SE to a\u00e7\u00e3o (tamb\u00e9m) concreta de diferencia\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o. BA HAESBAERT, Rog\u00e9rio. DF MG OCEANO Regional-global: dilemas da GO ES ATL\u00c2NTICO regi\u00e3o e da regionaliza\u00e7\u00e3o na geografia contempor\u00e2nea. Rio MS RJ Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio de Janeiro: Bertrand Brasil, SP N 2010. p. 208. PR OL Aproveite a oportunidade S SC para trabalhar o material RS audiovisual que aborda a hidro- 0 435 870 km grafia e os biomas brasileiros. Estados com acesso ao mar Fonte: elaborado com base em Estados sem acesso ao mar IBGE. Atlas geogr\u00e1\ufb01co escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. 184 UNIDADE 4 \u2022 Brasil: diversidades regionais Para aprofundar Regi\u00e3o e regionaliza\u00e7\u00e3o no Brasil: uma an\u00e1lise segundo os resultados do \u00cdndice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) BOSCARIOL, Renan A. In: MARGUTI, B\u00e1rbara O.; COSTA, Marco A.; PINTO, Carlos V. da S. Territ\u00f3rios em n\u00fameros: insumos para pol\u00edticas p\u00fabli- cas a partir da an\u00e1lise do IDHM e do IVS de munic\u00edpios e Unidades da Federa\u00e7\u00e3o brasileira. Bras\u00edlia: IPEA, INCT, 2017. p. 185-208. Dispon\u00edvel em: <www.ipea.gov.br\/agencia\/images\/stories\/PDFs\/livros\/livros\/170828_territorios_em_numeros_1_cap06.pdf>. Acesso em: 20 set. 2018. O autor resgata os conceitos de regi\u00e3o e regionaliza\u00e7\u00e3o do Brasil e prop\u00f5e uma regionaliza\u00e7\u00e3o conforme o IDHM dos munic\u00edpios. 184 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","2 Regionaliza\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas brasileiro Oriente os alunos a ler o tex- to. Nesse momento \u00e9 importante Sabemos que o territ\u00f3rio brasileiro \u00e9 muito extenso, com predomin\u00e2ncia de climas que assimilem as duas raz\u00f5es tropicais, em geral quentes e \u00famidos, e maior ocupa\u00e7\u00e3o humana na faixa litor\u00e2nea. pelas quais o Brasil pode ser re- Sabemos tamb\u00e9m que ele \u00e9 dividido em 27 unidades da Federa\u00e7\u00e3o, que formam o gionalizado de diferentes formas Estado nacional brasileiro: um Distrito Federal e 26 estados. H\u00e1 unidades com imensos apresentadas pelos autores. territ\u00f3rios (Amazonas, Par\u00e1) e outras com uma \u00e1rea bem menor (Distrito Federal, Sergipe, Alagoas); h\u00e1 unidades mais populosas (S\u00e3o Paulo, Minas Gerais e Rio de Ja- Se julgar oportuno, comente neiro) e outras menos populosas (Roraima, Acre e Amap\u00e1), assim como h\u00e1 estados que existem pa\u00edses com terri- mais industrializados e outros menos industrializados. t\u00f3rios menores do que muitos munic\u00edpios brasileiros, como \u00c9 poss\u00edvel regionalizar o territ\u00f3rio do Brasil de v\u00e1rias maneiras, principalmente Liechtenstein, M\u00f4naco e peque- por estes dois motivos: nas ilhas. \u00c9 poss\u00edvel regionalizar esses territ\u00f3rios diminutos; no \u2022 o territ\u00f3rio brasileiro \u00e9 imenso e diversificado, um dos maiores do mundo entanto, as possibilidades s\u00e3o menores do que em territ\u00f3rios (maior que todos os pa\u00edses da Europa, com exce\u00e7\u00e3o da R\u00fassia); extensos e com mais habitantes, uma vez que a regionaliza\u00e7\u00e3o \u2022 as mudan\u00e7as espaciais foram e continuam sendo intensas, e nesse espa\u00e7o tamb\u00e9m \u00e9 feita a partir de fen\u00f4- menos que resultam da intera\u00e7\u00e3o ocorre um intenso fluxo migrat\u00f3rio de pessoas que se deslocam de uma \u00e1rea da sociedade com o seu meio. para outra. Al\u00e9m disso, muitos lugares do pa\u00eds ainda passam por transfor- ma\u00e7\u00f5es profundas, como a chegada de ind\u00fastrias, a moderniza\u00e7\u00e3o da agri- Texto e a\u00e7\u00e3o cultura, o desmatamento, o recebimento de muitos migrantes com a expan- s\u00e3o do povoamento, etc. A alternativa b (a divis\u00e3o em bairros pela sua renda per ca- Muitas pessoas consideram que a melhor forma de regionalizar o Brasil \u00e9 divi- pita) e a d (em \u00e1reas por taxa di-lo em unidades da Federa\u00e7\u00e3o (26 estados e o Distrito Federal). Entretanto, h\u00e1 de mortalidade infantil) seriam estados que se assemelham mais a outro vizinho do que ao restante desse mesmo v\u00e1lidas. A renda per capita, que \u00e9 estado. O que fazer, ent\u00e3o, para dividir o espa\u00e7o brasileiro em unidades ou regi\u00f5es um dos crit\u00e9rios mais utilizados de modo a compreender cada uma de suas partes? para se medir o desenvolvimento econ\u00f4mico de um pa\u00eds, de uma Observe nas p\u00e1ginas 186 e 187 quais foram os crit\u00e9rios estabelecidos para regi\u00e3o ou de uma cidade, revela elabora\u00e7\u00e3o de duas regionaliza\u00e7\u00f5es utilizadas atualmente e como as diversas uni- as diferen\u00e7as socioecon\u00f4micas dades da Federa\u00e7\u00e3o foram \u201cagrupadas\u201d para formar cada uma das regi\u00f5es em am- existentes em determinado es- bas as classifica\u00e7\u00f5es. pa\u00e7o geogr\u00e1fico; nesse caso, a cidade onde o aluno vive. A taxa Texto e a\u00e7\u00e3o de mortalidade infantil revela o padr\u00e3o de vida de uma popula- \u2022 Imagine que voc\u00ea quer dividir o espa\u00e7o do seu munic\u00edpio pelo crit\u00e9rio socioecon\u00f4mico. Qual ou quais dos \u00e7\u00e3o, isto \u00e9, a qualidade de ser- vi\u00e7os e produtos a que se tem crit\u00e9rios abaixo seriam v\u00e1lidos para essa regionaliza\u00e7\u00e3o? acesso (a exemplo da alimen- ta\u00e7\u00e3o, do atendimento m\u00e9dico- a) A divis\u00e3o em \u00e1reas mais adensadas e com menos ocupa\u00e7\u00e3o humana; -hospitalar, da sa\u00fade). Quanto b) A divis\u00e3o em bairros pela sua renda per capita; maior o acesso a servi\u00e7os e \u00e0 c) A divis\u00e3o em zonas central, norte, sul, leste e oeste; alimenta\u00e7\u00e3o de qualidade, me- d) A divis\u00e3o em \u00e1reas por taxa de mortalidade infantil. nor a taxa de mortalidade infantil. Ap\u00f3s escolher uma ou mais alternativas, explique por que essa regionaliza\u00e7\u00e3o atende ao crit\u00e9rio de Se julgar pertinente, promova diferen\u00e7as socioecon\u00f4micas. um debate no qual os alunos se expressem sobre atitudes que Regi\u00f5es brasileiras \u2022 CAP\u00eaTULO 9 185 podem ser tomadas pelo poder p\u00fablico para melhorar a qualida- de de vida da popula\u00e7\u00e3o. Essa atividade dialoga parcialmente com a CGEB10. 185MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Para saber mais Antes de analisar as regiona- Regionalizando o espa\u00e7o brasileiro liza\u00e7\u00f5es apresentadas na se\u00e7\u00e3o, prepare mapas com a divis\u00e3o re- Quantas vezes voc\u00ea j\u00e1 observou um mapa do Brasil que mostra as cinco regi\u00f5es gional de 1913, 1942, 1945 e de administrativas do pa\u00eds? Talvez j\u00e1 tenha pensado: por que o pa\u00eds foi dividido dessa 1962 para mostrar aos alunos as mudan\u00e7as e fazer um breve maneira? Por que h\u00e1 regi\u00f5es com muitos estados enquanto outras possuem apanhado sobre o processo de poucos? forma\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio brasileiro Para entender essas quest\u00f5es \u00e9 necess\u00e1rio compreender no s\u00e9culo XX. o processo de regionaliza\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o, identificando as regi\u00f5es que configuram o territ\u00f3rio brasileiro. Para isso, observe duas \u00c9 interessante que o aluno perceba a diferen\u00e7a nas termi- formas de regionaliza\u00e7\u00e3o utilizadas atualmente: a do IBGE e a dos nologias das regi\u00f5es e tamb\u00e9m tr\u00eas complexos regionais. a mudan\u00e7a dos estados. Na di- vis\u00e3o regional de 1913, existiam Toda proposta de regionaliza\u00e7\u00e3o necessita as regi\u00f5es Setentrional, Central, da defini\u00e7\u00e3o de alguns crit\u00e9rios. Norte Oriental, Oriental e Meridio- Milton Rodrigues\/ nal. Esta regionaliza\u00e7\u00e3o se basea- Arquivo da editoraA Divis\u00e3o regional do IBGE va em elementos f\u00edsicos (clima, Portal de Mapas\/Arquivo da editora relevo e vegeta\u00e7\u00e3o). Em 1969, o IBGE dividiu o Brasil em cinco macrorregi\u00f5es levando em considera\u00e7\u00e3o os seguintes crit\u00e9rios: Na proposta de 1942, a pri- \u2022 semelhan\u00e7as hist\u00f3ricas \u2022 semelhan\u00e7as naturais meira do IBGE, os estados Acre, Amap\u00e1, Roraima, Rond\u00f4nia, Mato \u2022 semelhan\u00e7as sociais \u2022 respeito aos limites pol\u00edtico-administrativos Grosso do Sul e Tocantins ainda n\u00e3o estavam formados, e, apesar \u2022 semelhan\u00e7as econ\u00f4micas de as denomina\u00e7\u00f5es de algumas regi\u00f5es serem semelhantes \u00e0s Com base nesses crit\u00e9rios surgiu a regionaliza\u00e7\u00e3o em cinco macrorregi\u00f5es, conforme mostra o mapa abaixo. utilizadas atualmente, a compo- si\u00e7\u00e3o dos estados era distinta. Brasil: divis\u2039o regional segundo o IBGE OCEANO Nesta, o estado de Minas Ge- ATL\u00c2NTICO rais faz parte do Centro, Rio de 50\u00ba O Janeiro e S\u00e3o Paulo pertencem Equador \u00e0 regi\u00e3o Sul, e Sergipe, Bahia e RR Esp\u00edrito Santo formam a regi\u00e3o AP Leste. Essa divis\u00e3o considerava n\u00e3o somente aspectos f\u00edsicos co- 0\u00ba mo tamb\u00e9m socioecon\u00f4micos. AM PA MA CE A divis\u00e3o de 1945, por sua vez, MT RN apresenta sete regi\u00f5es: Norte, AC Nordeste Ocidental, Nordeste RO PI PB Oriental, Centro-Oeste, Leste Se- PE tentrional, Leste Meridional e Sul. OCEANO Ao mostrar essa divis\u00e3o, desta- PAC\u00cdFICO TO AL que os territ\u00f3rios federais que SE foram separados (do Acre, do Norte Guapor\u00e9, do Rio Branco, do Ama- Nordeste BA p\u00e1, de Ponta Por\u00e3 e do Igua\u00e7u) e Centro-Oeste ressalte a exist\u00eancia de hierar- Sudeste DF quia das regi\u00f5es nessa divis\u00e3o. Sul GO MG O mapa regional de 1962 apre- ES senta cinco regi\u00f5es, com a jun\u00e7\u00e3o MS do Nordeste Ocidental e Orien- SP RJ Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio tal, e do Leste Setentrional com o Meridional. Os territ\u00f3rios de PR Ponta Por\u00e3 e do Igua\u00e7u s\u00e3o in- corporados, respectivamente, SC Fonte: elaborado com aos territ\u00f3rios do Mato Grosso RS base em: IBGE. Atlas e do Paran\u00e1. O territ\u00f3rio federal geogr\u00e1\ufb01co escolar. do Acre j\u00e1 \u00e9 estado, e o Distrito 0 470 940 km 7. ed. Rio de Janeiro, Federal aparece transferido para o Centro-Oeste. 2016. p. 94. Em seguida, analise com os 186 UNIDADE 4 \u2022 Brasil: diversidades regionais alunos a divis\u00e3o regional do IBGE, assim como os crit\u00e9rios utiliza- Se julgar oportuno, comente que, quando essa divis\u00e3o foi proposta, dos para a divis\u00e3o e as caracte- em 1969, os estados do Tocantins e de Mato Grosso ainda n\u00e3o exis- r\u00edsticas de cada uma das regi\u00f5es. tiam, e havia os territ\u00f3rios federais de Fernando de Noronha, Rorai- Observe se os alunos percebem ma, Amap\u00e1 e Rond\u00f4nia. O Mato Grosso do Sul, desmembrado do Mato que S\u00e3o Paulo j\u00e1 n\u00e3o faz mais Grosso em 1977, permaneceu na regi\u00e3o Centro-Oeste do pa\u00eds. Por\u00e9m, parte da regi\u00e3o Sul e chame a o Tocantins foi separado do territ\u00f3rio de Goi\u00e1s em 1988 e incorpora- aten\u00e7\u00e3o deles para as cr\u00edticas do \u00e0 regi\u00e3o Norte. Em 1981, o territ\u00f3rio federal de Rond\u00f4nia se tornou feitas a essa regionaliza\u00e7\u00e3o. estado de Rond\u00f4nia. Em 1988, os territ\u00f3rios federais do Roraima e do Amap\u00e1 se tornaram estados, e o territ\u00f3rio federal de Fernando de No- ronha foi integrado a Pernambuco. 186 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Como essa regionaliza\u00e7\u00e3o foi oficializada em 1970, e pensada com base em informa\u00e7\u00f5es dos anos 1960, em boa Atividade complementar parte ela j\u00e1 n\u00e3o corresponde mais \u00e0s diferen\u00e7as territoriais do pa\u00eds, pois muitas mudan\u00e7as ocorreram neste per\u00edodo de mais de meio s\u00e9culo. Entre elas, podem-se mencionar a ocupa\u00e7\u00e3o de grande parte do Brasil central, com a expans\u00e3o 1)Divida a turma em tr\u00eas gru- da soja e da pecu\u00e1ria, como tamb\u00e9m a industrializa\u00e7\u00e3o no sul de Goi\u00e1s e do Mato Grosso, do Distrito Federal e de Mato pos e proponha a cada um Grosso do Sul. que pesquise sobre uma regi\u00e3o geoecon\u00f4mica. Os Tr\u00eas complexos regionais grupos dever\u00e3o levantar in- forma\u00e7\u00f5es a respeito dos Outra divis\u00e3o regional bastante conhecida, e cada vez mais utilizada, \u00e9 a estabelecida pelo ge\u00f3grafo Pedro Pinchas aspectos f\u00edsicos, hist\u00f3ricos, Geiger, no final da d\u00e9cada de 1960, que divide o Brasil em tr\u00eas complexos regionais ou regi\u00f5es geoecon\u00f4micas. Obser- socioecon\u00f4micos e culturais ve os crit\u00e9rios que essa regionaliza\u00e7\u00e3o levou em conta: de cada complexo, dando aten\u00e7\u00e3o especial \u00e0s zonas \u2022 o processo hist\u00f3rico de forma\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio brasileiro e a integra\u00e7\u00e3o nacional a partir da industrializa\u00e7\u00e3o, buscan- lim\u00edtrofes de cada regi\u00e3o. do as inter-rela\u00e7\u00f5es regionais resultantes da articula\u00e7\u00e3o do pa\u00eds com seu centro econ\u00f4mico; 2)As informa\u00e7\u00f5es poder\u00e3o ser obtidas em materiais encon- \u2022 tra\u00e7os hist\u00f3ricos, sociais, culturais e naturais que caracterizam essas regi\u00f5es; trados em bibliotecas, jor- nais, revistas e na internet. \u2022 uma delimita\u00e7\u00e3o mais precisa das regi\u00f5es, procurando uma identidade regional que independe dos limites das Uni- No entanto, destaque a im- port\u00e2ncia de se verificar a dades da Federa\u00e7\u00e3o. fonte para n\u00e3o basear a pes- quisa em fatos falsos ou ma- Com base nesses crit\u00e9rios surgiu a regionaliza\u00e7\u00e3o em tr\u00eas regi\u00f5es, conforme mostra o mapa a seguir. nipulados. Oriente os grupos a explorar o portal do IBGE Brasil: os tr\u00eas complexos regionais (1972) Equador Portal de Mapas\/Arquivo da editora <www.ibge.gov.br> e a orga- nizar e a sistematizar todo o 55\u00ba O material. \u00c9 interessante que os alunos elaborem gr\u00e1ficos RR AP para alguns dados obtidos. 0\u00ba Em uma data combinada, os grupos dever\u00e3o apresentar AM PA MA CE os resultados da pesquisa. MT TO RN Se poss\u00edvel, incentive-os a AC utilizar recursos multim\u00eddia RO PI PB para a apresenta\u00e7\u00e3o. Essa PE atividade contempla as CGEB OCEANO AL 2, 4, 5, 9 e 10, a CECHEF7 e PAC\u00cdFICO SE as CEGEF 1, 5 e 7. Amaz\u00f4nia BA Para aprofundar Nordeste Centro-Sul DF OCEANO As divis\u00f5es regionais do IBGE GO ATL\u00c2NTICO no s\u00e9culo XX (1942, 1970 ES e 1990) MG MS CONTEL, Fabio B.Terra Bra- silis (Nova S\u00e9rie) [Online], SP RJ Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio n. 3, ago. 2014. Dispon\u00edvel PR em: <http:\/\/terrabrasilis. revues.org\/990>. Acesso em: SC N 20 set. 2018. RS OL Nesse artigo, o autor anali- 0 sa as propostas de regionali- 460 920 km S za\u00e7\u00e3o de 1942, 1970 e 1990 do IBGE, em raz\u00e3o do seu con- Fonte: elaborado com base em: BECKER, Berta. Brasil: os tr\u00eas complexos regionais. texto hist\u00f3rico. Revista Brasileira de Geogra\ufb01a, n. 4, ano 34. Essa regionaliza\u00e7\u00e3o passou a ser empregada tanto nos meios acad\u00eamicos (universidades) como em alguns textos ou documentos do IBGE e de outros \u00f3rg\u00e3os do governo, como o Instituto de Pesquisas Econ\u00f4micas Aplicadas (Ipea) e o Minist\u00e9rio do Meio Ambiente. Regi\u00f5es brasileiras \u2022 CAP\u00eaTULO 9 187 Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas regional Nordeste n\u00e3o corresponde \u00e0 regi\u00e3o Nordeste do IBGE, e que este apresenta menor extens\u00e3o territorial e n\u00e3o \u00e9 t\u00e3o populo- Analise com os alunos a proposta de regi\u00f5es geoecon\u00f4micas so como o Centro-Sul. de Pedro Geiger. Pe\u00e7a a eles que observem e comparem os da- dos de \u00e1rea e popula\u00e7\u00e3o apresentados, bem como sua configu- Comente sobre os crit\u00e9rios que foram considerados nessa regio- ra\u00e7\u00e3o territorial. naliza\u00e7\u00e3o, assim como as caracter\u00edsticas de cada complexo regional. Observe se os alunos percebem que o complexo regional da Ama- z\u00f4nia \u00e9 o que possui a maior extens\u00e3o, mas \u00e9 o menos populoso, e se espontaneamente associam essa configura\u00e7\u00e3o \u00e0 exist\u00eancia da floresta Amaz\u00f4nica. Verifique se os alunos notam que o complexo 187MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Comparando as duas regionaliza\u00e7\u00f5es Minha biblioteca Cole\u00e7\u00e3o Brasil Regi\u00f5es Oriente os alunos a ler o texto Ao observar as duas regionaliza\u00e7\u00f5es apresentadas no infogr\u00e1fico das p\u00e1ginas V\u00e1rios autores. e a observar a fotografia. Nesse anteriores, percebe-se que a divis\u00e3o do IBGE respeita os limites entre os estados S\u00e3o Paulo: DLC, 2007, momento, \u00e9 desej\u00e1vel que eles brasileiros. J\u00e1 a divis\u00e3o em complexos regionais chega a incluir parte de um estado em cinco fasc\u00edculos. tenham a compreens\u00e3o das di- uma regi\u00e3o e a parte restante em outra. A realidade \u2013 seja dos elementos naturais do A cole\u00e7\u00e3o apresenta feren\u00e7as entre as duas regio- espa\u00e7o (clima, relevo, etc.), seja socioecon\u00f4mica \u2013 tem uma din\u00e2mica que pouco de- informa\u00e7\u00f5es variadas naliza\u00e7\u00f5es apresentadas nas pende dos limites ou fronteiras entre unidades administrativas. O Instituto Brasileiro sobre as regi\u00f5es p\u00e1ginas anteriores. de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), por ser um \u00f3rg\u00e3o governamental que coleta estat\u00eds- brasileiras propostas ticas variadas, obedece rigorosamente aos limites das unidades da Federa\u00e7\u00e3o. pelo IBGE. Cada Comente que as fronteiras das fasc\u00edculo \u00e9 destinado a unidades administrativas s\u00e3o Entretanto, a divis\u00e3o em tr\u00eas complexos regionais \u00e9 mais interessante para a uma regi\u00e3o: Sul, resultado de um processo his- compreens\u00e3o das diversidades do Brasil, porque nem sempre o territ\u00f3rio inteiro de um Sudeste, Nordeste, t\u00f3rico, por\u00e9m, de certo modo, estado tem as mesmas caracter\u00edsticas. Por exemplo, o norte de Minas Gerais, sem Centro-Oeste e Norte. arbitr\u00e1rio. Seu peso recai sobre d\u00favida, apresenta tra\u00e7os semelhantes aos do interior da Bahia, como as secas peri\u00f3- Todos s\u00e3o ilustrados e a jurisdi\u00e7\u00e3o, ou seja, o poder de dicas que ocorrem no Sert\u00e3o nordestino, ao passo que as demais \u00e1reas desse estado repletos de informa\u00e7\u00f5es aplicar as leis em determinado se assemelham mais ao estado de S\u00e3o Paulo. geogr\u00e1ficas sobre os territ\u00f3rio. No entanto, as din\u00e2- lugares. micas territoriais s\u00e3o regidas por Quando viajamos pela por\u00e7\u00e3o norte de Minas Gerais, logo percebemos as paisagens fatores f\u00edsicos e pela presen\u00e7a de t\u00edpicas do Sert\u00e3o nordestino, como a vegeta\u00e7\u00e3o de Caatinga (veja a foto abaixo). Paisagem com mandacarus infraestruturas e atividades so- em estrada pr\u00f3xima ao cioecon\u00f4micas. Como esses fa- Outro exemplo: a por\u00e7\u00e3o oeste do Maranh\u00e3o, que de fato \u00e9 parte da Amaz\u00f4nia munic\u00edpio de Coronel Murta tores n\u00e3o ocorrem apenas dentro brasileira (a parte leste do imenso bioma amaz\u00f4nico), \u00e9 muito diferente das paisagens (MG), em 2018. dos limites estaduais, na regio- naturais t\u00edpicas do Nordeste do Brasil. Mato Grosso do Sul, Goi\u00e1s e o sul de Mato naliza\u00e7\u00e3o por complexos regio- Grosso s\u00e3o \u00e1reas com expans\u00e3o da agropecu\u00e1ria moderna oriunda de S\u00e3o Paulo, do nais, o Maranh\u00e3o, Minas Gerais, Paran\u00e1 ou do Rio Grande do Sul, com paisagens que cada vez mais se parecem com Mato Grosso e o Tocantins t\u00eam as do interior desses estados. O sul do pa\u00eds tamb\u00e9m apresenta \u00e1reas industrializadas seus territ\u00f3rios divididos. e com agropecu\u00e1ria moderna, bastante parecidas com as de S\u00e3o Paulo e de grande parte de Minas Gerais. Acrescente que \u00e9 poss\u00edvel subdividir as cinco macrorre- Luciana Whitaker\/Pulsar Imagens gi\u00f5es do IBGE, assim como as tr\u00eas regi\u00f5es geoecon\u00f4micas. Para tanto, \u00e9 necess\u00e1rio estudar as caracter\u00edsticas espec\u00edficas de cada regi\u00e3o, escolher os crit\u00e9rios que atendem \u00e0 finalidade e apli- c\u00e1-los aos territ\u00f3rios. 188 UNIDADE 4 \u00a5 Brasil: diversidades regionais 188 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","V\u00e1rios \u00f3rg\u00e3os do governo utilizam a regionaliza\u00e7\u00e3o em tr\u00eas regi\u00f5es geoecon\u00f4mi- Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas cas: quando h\u00e1 combate \u00e0s secas no Sert\u00e3o nordestino, os munic\u00edpios do norte de Minas Gerais sempre est\u00e3o inclu\u00eddos na regi\u00e3o a ser favorecida com verbas ou a\u00e7\u00f5es Oriente os alunos a ler o tex- de combate. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que realiza um moni- to e a observar a fotografia. Per- toramento das queimadas na Floresta Amaz\u00f4nica utilizando imagens de sat\u00e9lites, gunte a eles como seria se, nas tamb\u00e9m inclui o oeste do Maranh\u00e3o e o norte de Mato Grosso e de Tocantins na regi\u00e3o pol\u00edticas de combate \u00e0 seca, o da Amaz\u00f4nia quando coleta dados sobre queimadas e desmatamentos. O Minist\u00e9rio norte de Minas Gerais n\u00e3o fosse do Meio Ambiente inclui essas \u00e1reas na regi\u00e3o amaz\u00f4nica. inclu\u00eddo, e se no monitoramento de queimadas e desmatamento Enrico Marone\/Pulsar Imagens n\u00e3o se considerasse a Floresta Amaz\u00f4nica do Maranh\u00e3o e do Guar\u00e1s-vermelhos na ba\u00eda do Imirim, na fronteira entre Maranh\u00e3o e Par\u00e1. Foto de 2016. 1. b) A regi\u00e3o Sudeste \u00e9 a mais Mato Grosso. Situa\u00e7\u00f5es hipot\u00e9ti- populosa e a regi\u00e3o Norte \u00e9 a menos cas visam ampliar os horizontes populosa. Espera-se que os alunos dos alunos sobre a import\u00e2ncia concluam que tal discrep\u00e2ncia decorre de se pensar nas din\u00e2micas ter- da forma\u00e7\u00e3o territorial do Brasil, que ritoriais e em seu manejo a partir remonta ao per\u00edodo da coloniza\u00e7\u00e3o. da realidade, e n\u00e3o apenas com Desde o s\u00e9culo XVI, a fachada atl\u00e2ntica base nos limites dos estados. foi a \u00e1rea mais ocupada, inicialmente o Nordeste (especialmente com a lavoura Se julgar pertinente, acrescen- da cana-de-a\u00e7\u00facar), e, a partir do s\u00e9culo te que, no Brasil, historicamen- XVIII, o Sudeste foi se tornando cada te, a regionaliza\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio vez mais povoado, inicialmente com se tornou importante a partir do a minera\u00e7\u00e3o, depois com o caf\u00e9 (no in\u00edcio do s\u00e9culo XX, atrelada aos s\u00e9culo XIX) e a ind\u00fastria (no s\u00e9culo XX). primeiros esfor\u00e7os de realizar o A regi\u00e3o Norte foi praticamente deixada planejamento regional. Este ga- de lado at\u00e9 pelos menos os anos 1970. nhou for\u00e7a na d\u00e9cada de 1950, com o objetivo de tra\u00e7ar planos Texto e a\u00e7\u00e3o de desenvolvimento econ\u00f4mico e social de forma diferenciada 1 Sobre as regi\u00f5es estabelecidas pelo IBGE, responda: para cada regi\u00e3o. Foram criadas as seguintes Superintend\u00eancias a) Em que regi\u00e3o se localiza o estado onde voc\u00ea mora? Voc\u00ea conhece outras regi\u00f5es brasileiras? Quais? Regionais: 1. a) Resposta pessoal. \u2022 Superintend\u00eancia do Desen- volvimento do Nordeste (Su- b) Qual \u00e9 a regi\u00e3o mais populosa? E a menos populosa? Procure explicar por que ocorre essa discre- dene) em 1959; p\u00e2ncia de povoamento. 1. c) Espera-se que os alunos fa\u00e7am alguns c\u00e1lculos \u2022 Superintend\u00eancia do Desen- (popula\u00e7\u00e3o dividida pelo territ\u00f3rio) e concluam que volvimento da Amaz\u00f4nia (Su- dam) em 1966; c) Qual \u00e9 a regi\u00e3o com maior densidade demogr\u00e1fica? a maior densidade demogr\u00e1fica est\u00e1 no Sudeste, \u2022 Superintend\u00eancia do Desen- com 86,9 hab.\/km2. volvimento do Sul (Sudesul) em 1967; d) Qual \u00e9 a regi\u00e3o mais industrializada? Voc\u00ea sabe explicar por que a industrializa\u00e7\u00e3o se concentrou \u2022 Superintend\u00eancia de Desen- nessa regi\u00e3o? volvimento do Centro-Oeste (Sudeco) em 1968. e) Voc\u00ea j\u00e1 viu algum mapa das regi\u00f5es do IBGE em jornais, revistas, reportagens na televis\u00e3o, internet Comente que esses \u00f3rg\u00e3os ou em algum outro meio de comunica\u00e7\u00e3o? Qual era o contexto ao qual o mapa estava relacionado? foram extintos ou substitu\u00eddos entre a d\u00e9cada de 1990 e o in\u00edcio Explique. 1. e) Resposta pessoal. \u00c9 prov\u00e1vel que os alunos j\u00e1 tenham visto esse mapa com a previs\u00e3o do dos anos 2000 e, posteriormen- tempo ou alguma outra informa\u00e7\u00e3o em reportagens televisivas ou na internet. te, foram recriados. Com exce\u00e7\u00e3o da Sudesul, a \u00e1rea de atua\u00e7\u00e3o 2 Diferencie da regi\u00e3o Norte do IBGE o complexo regional Amaz\u00f4nia. dessas superintend\u00eancias n\u00e3o se limita \u00e0s fronteiras estaduais. 3 Sobre as duas formas de regionalizar o Brasil, responda: a) Que semelhan\u00e7as e diferen\u00e7as voc\u00ea notou entre as duas formas? b) Na divis\u00e3o do ge\u00f3grafo Pedro Pinchas Geiger, o que justifica o norte de Minas Gerais fazer parte do complexo regional do Nordeste? 1. d) A regi\u00e3o Sudeste \u00e9 a mais industrializada. Os alunos podem apontar a acumula\u00e7\u00e3o do capital, decorrente da exporta\u00e7\u00e3o do caf\u00e9, cujo cultivo e comercializa\u00e7\u00e3o se concentraram em S\u00e3o Paulo; a substitui\u00e7\u00e3o do trabalho dos escravizados pelo trabalho assalariado (com a chegada dos imigrantes estrangeiros a partir de 1870), tamb\u00e9m concentrada em S\u00e3o Paulo, e, por conseguinte, o crescimento de um mercado consumidor interno. Vale acrescentar que o Rio de Janeiro, capital do Brasil na \u00e9poca, se localiza nessa regi\u00e3o. Regi\u00f5es brasileiras \u2022 CAP\u00cdTULO 9 189 Telaris_Geo7_PNTLeD2x0t2o0_e18a0\u00e7_\u00e320o1_Cap09.indd 189 Norte. No entanto, h\u00e1 diferen\u00e7as entre as regionaliza\u00e7\u00f5e1s0\/:2e1m\/18u3m:3a4 PdMe- Atividade 2: O complexo regional Amaz\u00f4nia engloba estados sob las h\u00e1 cinco regi\u00f5es e, na outra, apenas tr\u00eas. A divis\u00e3o do IBGE respei- tou fielmente os limites entre os estados, enquanto a divis\u00e3o em tr\u00eas influ\u00eancia da Floresta Amaz\u00f4nica. Nessa regionaliza\u00e7\u00e3o, um estado grandes complexos regionais priorizou as rela\u00e7\u00f5es e as caracter\u00edsticas pode estar em mais de uma regi\u00e3o, como o Maranh\u00e3o, que, por esse (especialmente econ\u00f4micas, mas tamb\u00e9m culturais) entre as \u00e1reas, crit\u00e9rio, encontra-se na Amaz\u00f4nia e no Nordeste. A regi\u00e3o Norte do independentemente das fronteiras entre os estados. IBGE agrega sete estados. Pelo crit\u00e9rio de regionaliza\u00e7\u00e3o do IBGE, um estado s\u00f3 pode pertencer a uma \u00fanica regi\u00e3o. Atividade 3, item b: O norte de Minas Gerais apresenta caracter\u00eds- ticas socioecon\u00f4micas e naturais muito parecidas com as do Nor- Atividade 3, item a: Espera-se que o aluno aponte que h\u00e1 algumas deste brasileiro. semelhan\u00e7as, especialmente na regi\u00e3o Nordeste e em parte na regi\u00e3o 189MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 3 Regionaliza\u00e7\u00e3o e forma\u00e7\u00e3o Certifique-se de que os alunos hist\u00f3rico-territorial do Brasil compreendem que a divis\u00e3o em tr\u00eas complexos regionais \u00e9 uma A regionaliza\u00e7\u00e3o em tr\u00eas complexos regionais leva em conta a forma\u00e7\u00e3o hist\u00f3rico- Rubens Chaves\/Pulsar Imagens express\u00e3o do processo de forma- -territorial do Brasil. As diversidades regionais de cada territ\u00f3rio nacional sempre re- \u00e7\u00e3o hist\u00f3rico-territorial do Brasil. sultam da sua forma\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica, em especial a forma de ocupa\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio em Planta\u00e7\u00e3o de cana-de-a\u00e7\u00facar Essa discuss\u00e3o mobiliza a habi- suas diferentes fases, por diversas atividades econ\u00f4micas que produzem intensas em solo de massap\u00ea na Zona lidade EF07GE02. modifica\u00e7\u00f5es nesse espa\u00e7o. De fato, os grandes contrastes territoriais \u2013 principalmen- da Mata, no munic\u00edpio de te aqueles de ordem econ\u00f4mica, cultural e pol\u00edtica \u2013 s\u00e3o em geral condicionados pela Itamb\u00e9 (PE), em 2015. Texto complementar hist\u00f3ria de cada pa\u00eds. Regionaliza\u00e7\u00e3o O Nordeste representa a por\u00e7\u00e3o territo- rial de ocupa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica mais antiga do A Amaz\u00f4nia [\u2026] \u00e9 imen- Brasil. Foi a\u00ed que se iniciou a intensa explora- so espa\u00e7o, [\u2026] onde pontos \u00e7\u00e3o do Brasil col\u00f4nia pelos portugueses, com isolados de ocupa\u00e7\u00e3o humana planta\u00e7\u00f5es de cana-de-a\u00e7\u00facar na Zona da mant\u00e9m liga\u00e7\u00f5es t\u00eanues, tra- Mata, onde existem os f\u00e9rteis solos de mas- duzidas principalmente nos sap\u00ea. No passado, o Nordeste do Brasil teve fluxos de pequenos volumes a maior popula\u00e7\u00e3o e a primeira capital do pa\u00eds, de mercadorias. A extrema Salvador, que tamb\u00e9m j\u00e1 foi a maior cidade macrocefalia \u00e9 representada brasileira. Contudo, a partir do s\u00e9culo XIX, pela concentra\u00e7\u00e3o de popu- ocorreu uma retra\u00e7\u00e3o da economia e da po- la\u00e7\u00e3o em Bel\u00e9m e Manaus. pula\u00e7\u00e3o nordestina e, at\u00e9 recentemente, o Nordeste forneceu grande n\u00famero de mi- O Nordeste concentra um grantes para as demais regi\u00f5es. ter\u00e7o da popula\u00e7\u00e3o brasileira, numa coes\u00e3o hist\u00f3rica e eco- O Centro-Sul foi a regi\u00e3o que mais se desenvolveu, sobretudo no s\u00e9culo XIX, ap\u00f3s n\u00f4mica. [\u2026] O Nordeste se a aboli\u00e7\u00e3o da escravatura, a expans\u00e3o da lavoura cafeeira e a industrializa\u00e7\u00e3o do pa\u00eds. comp\u00f5e de regi\u00f5es antigas, Foi tamb\u00e9m a que mais recebeu migrantes (principalmente vindos do Nordeste) e [Zona da Mata pernambuca- imigrantes europeus e asi\u00e1ticos. Atualmente, \u00e9 a regi\u00e3o mais industrializada e urba- na, Rec\u00f4ncavo], e mais novas, nizada do Brasil. como a regi\u00e3o cacaueira ou o agreste, que mant\u00e9m especia- A Amaz\u00f4nia foi uma regi\u00e3o pouco explorada durante s\u00e9culos. Por\u00e9m, ela vem liza\u00e7\u00f5es tradicionais. A elas se sendo intensamente ocupada num cont\u00ednuo processo de destrui\u00e7\u00e3o de suas matas, juntam espa\u00e7os menos habita- que tamb\u00e9m degrada suas \u00e1guas e diminui a extraordin\u00e1ria biodiversidade local. \u00c9 a dos e menos estruturados. As regi\u00e3o que hoje recebe maior n\u00famero de migrantes, tanto do Nordeste como do Cen- grandes cidades apresentavam tro-Sul. [\u2026] seu papel de centros de drenagem [\u2026] de suas \u00e1reas Na realidade, nenhuma regi\u00e3o \u00e9 homog\u00eanea, mas \u00e9 poss\u00edvel observar caracter\u00eds- de influ\u00eancia. Estas dividem ticas comuns entre as diversas \u00e1reas de uma mesma regi\u00e3o. Embora o Brasil apresen- o Nordeste segundo as pola- te grandes diversidades sociais (entre pessoas) e espaciais (entre \u00e1reas e regi\u00f5es), as riza\u00e7\u00f5es de Recife, Salvador e tr\u00eas regi\u00f5es geoecon\u00f4micas formam um todo e dependem umas das outras. Fortaleza, [\u2026] sem que estas \u00e1reas de influ\u00eancia cheguem Texto e a\u00e7\u00e3o a modificar substancialmen- te as estruturas tradicionais. 1 Em qual das regi\u00f5es geoecon\u00f4micas est\u00e1 localizado o munic\u00edpio onde voc\u00ea vive? 2 De acordo com o que voc\u00ea estudou sobre as regi\u00f5es geoecon\u00f4micas, voc\u00ea acha que o seu munic\u00edpio O Centro-Sul n\u00e3o corres- ponde a uma unidade geogr\u00e1- est\u00e1 na regi\u00e3o adequada? Justifique sua resposta. 1 e 2. Respostas pessoais. fica ou hist\u00f3rica, mas re\u00fane o grupo de regi\u00f5es e espa\u00e7os 190 UNIDADE 4 \u00a5 Brasil: diversidades regionais mais diretamente subordi- nados aos polos nacionais c) O Centro-Oeste \u00e9 esp\u00e9cie de periferia, por onde transbordam Texto e a\u00e7\u00e3o do Rio de Janeiro e S\u00e3o Pau- atualmente popula\u00e7\u00f5es e empreendimentos agr\u00edcolas e urbanos lo. Ele \u00e9 formado por outros desde o Sudeste e o Sul. Atrav\u00e9s do Centro-Oeste se estendem Atividade 2: Espera-se que o aluno observe as caracter\u00edsticas princi- grandes espa\u00e7os econ\u00f4micos: as linhas de penetra\u00e7\u00e3o terrestre para a Amaz\u00f4nia desde o Cen- pais das regi\u00f5es geoecon\u00f4micas e perceba se o seu munic\u00edpio possui tro-Sul, mais din\u00e2micas que as desenvolvidas desde o Nordeste. algumas dessas caracter\u00edsticas. Essa quest\u00e3o \u00e9 importante para que a) O Sudeste [\u2026] re\u00fane as o aluno consolide o racioc\u00ednio de que a regionaliza\u00e7\u00e3o segue crit\u00e9rios \u00e1reas de industrializa\u00e7\u00e3o e GEIGER, Pedro P. Regionaliza\u00e7\u00e3o. Revista Brasileira de Geografia. Rio de que podem n\u00e3o ser vistos em todos os territ\u00f3rios da regi\u00e3o. polariza\u00e7\u00e3o mais intensas do Janeiro, v. 31, n. 1, 1969. p. 3-25. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/biblioteca.ibge.gov.br\/ pa\u00eds. \u00c9 a partir dos n\u00facleos visualizacao\/periodicos\/115\/rbg_1969_v31_n1.pdf>. Acesso em: 21 set. 2018. metropolitanos do Sudeste que se realiza a integra\u00e7\u00e3o [\u2026] de todo o conjunto na- cional, apoiada na industriali- za\u00e7\u00e3o e na extens\u00e3o da rede de transportes rodovi\u00e1rios. [\u2026] b) O Sul \u00e9 [\u2026] a macro- -regi\u00e3o caracterizada pela \u201csubtropicalidade natural e cultural\u201d com diversas re- gi\u00f5es originadas de moderna coloniza\u00e7\u00e3o europeia ou de descendentes destes colonos. [\u2026] [\u00c9 onde] crescem for\u00e7as polarizadoras das metr\u00f3poles regionais de Curitiba e Por- to Alegre, numa integra\u00e7\u00e3o superior a das metr\u00f3poles regionais nordestinas; 190 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","4 As estreitas liga\u00e7\u00f5es entre as Texto complementar tr\u00eas regi\u00f5es Algumas tend\u00eancias recentes da produ\u00e7\u00e3o Como vimos, as tr\u00eas regi\u00f5es geoecon\u00f4micas do pa\u00eds refletem a condi\u00e7\u00e3o econ\u00f4- Em muitos casos, a atividade agr\u00edcola de exporta\u00e7\u00e3o mica, cultural e pol\u00edtica do Brasil. Elas s\u00e3o integradas e dependem umas das outras. da pecu\u00e1ria est\u00e1 relacionada Observe, por exemplo, que o decl\u00ednio econ\u00f4mico do Nordeste e o desenvolvimento do ao desmatamento da O agroneg\u00f3cio de expor- Centro-Sul, que ocorreram especialmente a partir do fim do s\u00e9culo XIX, n\u00e3o foram floresta. Na foto, cria\u00e7\u00e3o de ta\u00e7\u00e3o, da forma como \u00e9 hoje fatos isolados: um est\u00e1 intimamente ligado ao outro. gado bovino em Itapu\u00e3 do praticado no Brasil, exempli- Oeste (RO), em 2017. fica o car\u00e1ter subordinado da As migra\u00e7\u00f5es que ocorrem dentro do territ\u00f3rio brasileiro tamb\u00e9m refletem a participa\u00e7\u00e3o do pa\u00eds na divi- maneira como essas regi\u00f5es geoecon\u00f4micas se integram. Com a emerg\u00eancia do Mario Tama\/Getty Images s\u00e3o internacional do trabalho. Centro-Sul aliada \u00e0 concentra\u00e7\u00e3o da propriedade das terras nas m\u00e3os de poucas Ainda que em termos de gera- fam\u00edlias nordestinas, muitas pessoas migraram para o Centro-Sul. Nos s\u00e9culos XVI e \u00e7\u00e3o de divisas a exporta\u00e7\u00e3o da XVII, mais da metade da popula\u00e7\u00e3o nacional era constitu\u00edda por habitantes de estados produ\u00e7\u00e3o industrial ultrapasse nordestinos; no fim do s\u00e9culo XIX, o a agr\u00edcola, as exporta\u00e7\u00f5es do Nordeste possu\u00eda pouco mais de 40% campo brasileiro comp\u00f5em da popula\u00e7\u00e3o brasileira; essa porcen- neste in\u00edcio de s\u00e9culo parte tagem caiu para 35% em 1940 e para importante de nossa partici- 27,8% em 2010. pa\u00e7\u00e3o no mercado externo. A Amaz\u00f4nia vem sendo intensa- A crescente demanda mun- mente ocupada desde os anos 1970. dial por produtos como a soja, Trechos enormes da Floresta Amaz\u00f4- milho, derivados de cana-de- nica foram derrubados, dando lugar a -a\u00e7\u00facar e outras commodities pastos para a pecu\u00e1ria. Outros trechos t\u00eam transformado por com- foram reservados para a agricultura, a pleto o uso agr\u00edcola do terri- minera\u00e7\u00e3o ou a edifica\u00e7\u00e3o de cidades t\u00f3rio brasileiro nas \u00faltimas e povoados, para onde afluem grandes d\u00e9cadas. Uma forte pol\u00edtica levas de migrantes provenientes do agr\u00edcola voltada para pro- Centro-Sul e do Nordeste. du\u00e7\u00e3o das commodities mais valorizadas no mercado exter- Influ\u00eancia do mercado internacional no de certo modo reafirma a posi\u00e7\u00e3o do Brasil como pa\u00eds O mercado internacional contribui muito para essas transforma\u00e7\u00f5es. Observe o agroexportador na atual divi- caso do a\u00e7\u00facar brasileiro: com a diminui\u00e7\u00e3o das compras desse produto \u2013 que era s\u00e3o internacional do trabalho. produzido sobretudo no Nordeste \u2013 pelo mercado internacional, a partir do fim do s\u00e9culo XIX come\u00e7aram a se desenvolver as exporta\u00e7\u00f5es de caf\u00e9. Como nesse per\u00edodo A a\u00e7\u00e3o de grupos econ\u00f4- o caf\u00e9 era cultivado principalmente em S\u00e3o Paulo, grandes contingentes populacionais micos estrangeiros na ativi- vindos de estados nordestinos foram para o Centro-Sul. dade agr\u00edcola moderna (no mais das vezes com amplo Atualmente, isso vem ocorrendo em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 Amaz\u00f4nia devido \u00e0 procura inter- apoio do poder p\u00fablico) im- nacional por soja, carnes ou min\u00e9rios. pulsionou a produ\u00e7\u00e3o de gr\u00e3os e derivados, tornando Texto e a\u00e7\u2039o o Brasil um dos principais produtores mundiais destes \u00a5 Como voc\u00ea p\u00f4de observar, o crescimento de uma regi\u00e3o esteve relacionado a algum g\u00eanero agr\u00edcola g\u00eaneros. No entanto, os circui- tos produtivos das principais nas diferentes \u00e9pocas da hist\u00f3ria do Brasil. Descreva qual foi o g\u00eanero agr\u00edcola e em qual \u00e9poca hou- commodities agr\u00edcolas est\u00e3o ve ascens\u00e3o de cada uma das regi\u00f5es geoecon\u00f4micas. sob o comando exclusivo de grupos econ\u00f4micos inter- Espera-se que os alunos apontem: a cana-de-a\u00e7\u00facar como g\u00eanero agr\u00edcola que auxiliou na emers\u00e3o da regi\u00e3o Nordeste no s\u00e9culo nacionais [...] ou de alguns poucos grupos nacionais que XVI; a presen\u00e7a do caf\u00e9 nos s\u00e9culos XIX como g\u00eanero agr\u00edcola que contribuiu para ascens\u00e3o do Centro-Sul; e a soja, que desde praticam as mesmas l\u00f3gicas globais de produ\u00e7\u00e3o [...]. A 1970 tem se expandido e feito a regi\u00e3o geoecon\u00f4mica da Amaz\u00f4nia emergir. Regi\u00f5es brasileiras \u2022 CAP\u00cdTULO 9 191 a\u00e7\u00e3o destes grupos hegem\u00f4ni- cos no Brasil tem ocasionado Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Procure relacionar as culturas agr\u00edcolas com o mercado internacio- importante reordena\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio no interior do pa\u00eds, Verifique se os alunos entenderam a rela\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica entre o de- nal, enfatizando a caracter\u00edstica do Brasil como produtor e exportador com o surgimento de novos senvolvimento e a ocupa\u00e7\u00e3o das regi\u00f5es geoecon\u00f4micas. de commodities. Essa discuss\u00e3o mobiliza as habilidades EF07GE02, fronts agr\u00edcolas nos cerrados EF07GE05 e EF07GE06. de Mato Grosso, Bahia, Piau\u00ed, Para fins did\u00e1ticos, desenhe na lousa uma linha do tempo indicando Maranh\u00e3o e mesmo na Ama- os diferentes s\u00e9culos, com informa\u00e7\u00f5es sobre a atividade econ\u00f4mica z\u00f4nia, ou ainda, ocasionado o predominante e a regi\u00e3o ocupada. Ou utilize o mapa dos complexos re- surgimento das modernas \u201cci- gionais, assinalando o per\u00edodo e a atividade econ\u00f4mica predominante. dades do campo\u201d (SANTOS, 1988, 2000). PEREIRA, Mirlei F. V.. A inser\u00e7\u00e3o subordinada do Brasil na divis\u00e3o internacional do trabalho: consequ\u00eancias territoriais e perspectivas em tempos de globaliza\u00e7\u00e3o. Revista Sociedade & Natureza, Uberl\u00e2ndia. v. 22, n. 2, ago. 2010. p. 351-352. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/www.seer.ufu.br\/ index.php\/sociedadenatureza\/ article\/view\/9842\/5905>. Acesso em: 21 set. 2018. 191MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Geolink 1 Fa\u00e7a a leitura do texto com os Leia o texto a seguir. alunos e analise o mapa, contem- plando a habilidade EF07GE09. Regi\u2039o e regionaliza\u00e7\u2039o no Brasil Perceba se os alunos compreen- deram as cr\u00edticas feitas \u00e0 propos- No ano de 1941, o IBGE elaborou proposta de regionaliza\u00e7\u00e3o baseada nas caracter\u00edsticas fisiogr\u00e1ficas do ta do IBGE e os crit\u00e9rios utilizados territ\u00f3rio nacional e respeitando as fronteiras administrativas estaduais. [...] J\u00e1 em 1969, h\u00e1 revis\u00e3o dessa pro- na proposta elaborada por Milton posta, resultando na atual regionaliza\u00e7\u00e3o do Brasil (atualizada posteriormente devido \u00e0 cria\u00e7\u00e3o de novos es- Santos e Maria Laura Silveira. tados). [...] Se julgar necess\u00e1rio, explique Duras cr\u00edticas surgiram sobre a proposta de regionaliza\u00e7\u00e3o oficial. [...]A cr\u00edtica mais dura [...] diz respeito ao seu o conceito de meio t\u00e9cnico-cien- descolamento da realidade, pois, al\u00e9m de n\u00e3o considerar as rela\u00e7\u00f5es de articula\u00e7\u00e3o inter-regionais, tamb\u00e9m n\u00e3o t\u00edfico-informacional de Milton considerava suficientemente a forma\u00e7\u00e3o social destas regi\u00f5es [...]. Santos. Para tanto, esclare\u00e7a que este \u00e9 um est\u00e1gio poste- Dadas estas cr\u00edticas,duas outras propostas de regionaliza\u00e7\u00e3o visaram corrigir estas distor\u00e7\u00f5es [da realidade].A rior ao meio natural e ao meio primeira \u00e9 a divis\u00e3o do Brasil em\u201ccomplexos regionais\u201dou\u201cregi\u00f5es geoecon\u00f4micas\u201d,de Pedro Geiger,proposta no t\u00e9cnico, sendo o meio a expres- final da d\u00e9cada de 1960. [...] s\u00e3o geogr\u00e1fica do per\u00edodo vigen- te caracterizado pela forma de A segunda proposta de regionaliza\u00e7\u00e3o que visa corrigir distor\u00e7\u00f5es e simplifica\u00e7\u00f5es das anteriores \u00e9 aquela apropria\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o. elaborada por Milton Santos e Maria Laura Silveira, em 2001. Os autores prop\u00f5em a divis\u00e3o do pa\u00eds em \u201cquatro brasis\u201d. No meio natural, as formas de apropria\u00e7\u00e3o dependiam direta- No est\u00e1gio atual de desenvolvimento, predomina o meio t\u00e9cnico-cient\u00edfico-informacional, caracterizado mente da natureza, j\u00e1 no meio t\u00e9cnico (ap\u00f3s a Primeira Revo- pela grande presen\u00e7a de objetos t\u00e9cnico-cient\u00edficos e da informa\u00e7\u00e3o no territ\u00f3rio. \u00c9 a partir deste conceito lu\u00e7\u00e3o Industrial), essas formas de apropria\u00e7\u00e3o passaram a ser que Milton Santos aborda o territ\u00f3rio nacional. Assim, a regi\u00e3o concentrada (Sul-Sudeste) seria aquela com mecanizadas. O meio t\u00e9cnico- -cient\u00edfico-informacional, por seu maior densidade de popula\u00e7\u00e3o, capital e t\u00e9cnica, sendo altamente fluida e din\u00e2mica e com grande presen\u00e7a turno, \u00e9 marcado por formas de apropria\u00e7\u00e3o que unem conte\u00fa- do meio t\u00e9cnico-cient\u00edfico-informacional, centralizando o controle do capitalismo nacional. Por sua vez, a re- dos cient\u00edficos, t\u00e9cnicos e in- formacionais. gi\u00e3o Centro-Oeste (que inclui Tocantins) apresenta uma agroind\u00fastria moderna, mecanizada e competitiva, Atividade 1: Espera-se que o de ocupa\u00e7\u00e3o perif\u00e9rica e subordinada aos interesses das firmas da regi\u00e3o concentrada. A regi\u00e3o Nordeste \u00e9 aluno identifique os crit\u00e9rios uti- lizados por cada autor, conforme definida como um espa\u00e7o de\u201crugosidades\u201d, ou marcas Proposta de divis\u00e3o do Brasil de apresentado no texto, e as delimi- de heran\u00e7a do passado no espa\u00e7o geogr\u00e1fico, oferecen- acordo com a concentra\u00e7\u00e3o do ta\u00e7\u00f5es dos estados nacionais em do resist\u00eancias \u00e0 difus\u00e3o do meio t\u00e9cnico-cient\u00edfico- meio t\u00e9cnico-cient\u00edfico-informacional cada proposta de regionaliza\u00e7\u00e3o. -informacional, que se faz presente de maneira pontual Por exemplo, nas propostas do atrav\u00e9s de infraestruturas e de redes informacionais.A 55\u00ba O OCEANO Portal de Mapas\/Arquivo da editora IBGE e de Milton Santos e Maria regi\u00e3o amaz\u00f4nica, por sua vez, \u00e9 caracterizada pela ra- RR AP ATL\u00c2NTICO Laura Silveira, os limites dos ter- refa\u00e7\u00e3o, tanto de popula\u00e7\u00e3o quanto de t\u00e9cnicas, sendo rit\u00f3rios estaduais s\u00e3o mantidos; Equador 0\u00ba j\u00e1 na proposta de Pedro Geiger, esses limites n\u00e3o s\u00e3o mantidos. uma regi\u00e3o de tempo lento, com enclaves modernos AM PA MA CE RN (megaprojetos econ\u00f4micos), em um meio pr\u00e9-t\u00e9cnico, MT PI Atividade 2: A regionaliza\u00e7\u00e3o vinculada a um sistema informacional que se configura PB proposta por Milton Santos asse- externo a esta. PE melha-se mais \u00e0 proposta de re- gionaliza\u00e7\u00e3o do IBGE, pois esta BOSCARIOL, Renan Amabile. Regi\u00e3o e regionaliza\u00e7\u00e3o AC RO TO AL preserva os limites administra- no Brasil: uma an\u00e1lise segundo os resultados do SE tivos dos estados, enquanto a BA regionaliza\u00e7\u00e3o por complexos \u00cdndice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). regionais organiza as regi\u00f5es In: MARGUTI, B\u00e1rbara Oliveira; COSTA, N DF sem necessariamente respeitar esses limites. Marco Aur\u00e9lio Carlos; PINTO, Vin\u00edcius da Silva. OL GO MG Territ\u2014rios em n\u0153meros. Bras\u00edlia: Ipea, 2017. p. 189-194. ES OCEANO S MS Agora, responda: PAC\u00cdFICO SP RJ 1 Quais as principais diferen\u00e7as entre as tr\u00eas formas de Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio PR regionaliza\u00e7\u00e3o do Brasil? Regi\u00e3o Amaz\u00f4nia SC 2 Na sua opini\u00e3o, qual das duas propostas de regiona- Regi\u00e3o Nordeste liza\u00e7\u00e3o alternativas \u00e0 do IBGE mais se aproxima da Regi\u00e3o Centro-Oeste RS proposta desse instituto? Justifique sua resposta. Regi\u00e3o Concentrada 0 610 1 220 km Fonte: elaborado com base em SANTOS e SILVEIRA, 2001. In: BOSCARIOL, Renan Amabile. Regi\u00e3o e regionaliza\u00e7\u00e3o no Brasil: uma an\u00e1lise segundo os resultados do \u00cdndice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). In: MARGUTI, B\u00e1rbara Oliveira; COSTA, Marco Aur\u00e9lio Carlos; PINTO, Vin\u00edcius da Silva. Territ\u2014rios em n\u0153meros. Bras\u00edlia: Ipea, 2017. p. 189-194. 192 UNIDADE 4 \u00a5 Brasil: diversidades regionais Sobre a regionaliza\u00e7\u00e3o em quatro brasis, acrescente que, pos- \u00e7\u00e3o, fundamentado nas vari\u00e1veis escolhidas para a an\u00e1lise; a regio- teriormente \u00e0 publica\u00e7\u00e3o da proposta, Maria Laura Silveira co- naliza\u00e7\u00e3o ela pr\u00f3pria \u00e9 um momento provis\u00f3rio desse movimento mentou que: desigual e combinado [\u2026]\u201d \u201c[\u2026] o mais aconselh\u00e1vel seria ver tal regionaliza\u00e7\u00e3o n\u00e3o como SILVEIRA, M. L. Territ\u00f3rio e sociedade no in\u00edcio do s\u00e9culo XXI: a hist\u00f3ria alguma coisa cristalizada e universal ou apenas como um ponto de de um livro. Revista Acta Geogr\u00e1fica, edi\u00e7\u00e3o especial, Rio de Janeiro, 2011. chegada sen\u00e3o como um esquema de m\u00e9todo e um produto hist\u00f3rico. Na realidade, o que buscamos propor foi um crit\u00e9rio de regionaliza- p. 151-163. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/revista.ufrr.br\/actageo\/ article\/view\/556>. Acesso em: 21 set. 2018. 192 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","5 Transportes, comunica\u00e7\u00f5es Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas e integra\u00e7\u00e3o regional O conte\u00fado desta p\u00e1gina mo- biliza as habilidades EF07GE05, Os meios de transporte e de comunica\u00e7\u00e3o s\u00e3o indispens\u00e1veis para a integra\u00e7\u00e3o EF07GE06, EF07GE07 e entre locais, regi\u00f5es e pa\u00edses. Os meios de transporte \u2013 rodovi\u00e1rio, ferrovi\u00e1rio, a\u00e9reo e EF07GE08. hidrovi\u00e1rio \u2013 levam pessoas e cargas para outras \u00e1reas, e os meios de comunica\u00e7\u00e3o Se julgar oportuno, comente \u2013 jornais, revistas, internet e telecomunica\u00e7\u00f5es (que s\u00e3o todos os processos de loca- que hoje existem algumas em- presas no mundo desenvolven- liza\u00e7\u00e3o e transmiss\u00e3o a dist\u00e2ncia: r\u00e1dio, fax, telefones, televis\u00e3o, etc.) \u2013 permitem a do o ve\u00edculo aut\u00f4nomo, ou seja, que n\u00e3o precisa de um condutor comunica\u00e7\u00e3o entre pessoas e empresas, algo que favorece a troca de informa\u00e7\u00f5es, humano para se movimentar. Ele \u00e9 equipado com um conjunto de ideias e costumes, al\u00e9m de promover o com\u00e9rcio e os servi\u00e7os entre \u00e1reas pr\u00f3ximas tecnologias (sensores, c\u00e2meras, controles e atuadores) que indi- ou distantes. cam as op\u00e7\u00f5es para o computa- dor embutido no ve\u00edculo. Esse At\u00e9 o in\u00edcio do s\u00e9culo XIX, os Benedito Calixto\/Pinacoteca Benedito Calixto, Santos, SP computador, por meio de tecno- logias de intelig\u00eancia artificial, meios de transporte e de comuni- \u00e9 capaz de processar, decidir e executar uma a\u00e7\u00e3o ou um movi- ca\u00e7\u00e3o eram pouco desenvolvidos, mento com menos falhas, mais seguran\u00e7a e mais r\u00e1pido do que pois existiam apenas estradas para o c\u00e9rebro humano. carro\u00e7as, carruagens e cavalos. A Em seguida, explore a imagem perguntando aos alunos sobre primeira estrada de ferro com loco- o tipo de transporte retratado e a qual per\u00edodo ele corresponde. motiva a vapor s\u00f3 foi constru\u00edda em Observe se eles associam as da- tas da legenda. Fa\u00e7a a leitura do 1804, no Reino Unido. A Revolu\u00e7\u00e3o \u00faltimo par\u00e1grafo. Industrial promoveu no s\u00e9culo XIX Chame a aten\u00e7\u00e3o dos alunos para o fato de que a primeira lo- uma moderniza\u00e7\u00e3o nos transportes comotiva foi constru\u00edda em 1804 no Reino Unido. No Brasil, a inau- e nas comunica\u00e7\u00f5es, com a cria\u00e7\u00e3o gura\u00e7\u00e3o da primeira ferrovia ocor- reu 50 anos depois. Contraste das ferrovias e a inven\u00e7\u00e3o do tel\u00e9- esse fato com os lan\u00e7amentos de produtos no mercado mun- grafo, al\u00e9m dos navios movidos a dial que ocorrem na atualidade, a exemplo dos telefones celula- vapor. res e filmes. O intuito \u00e9 que os alunos percebam a diferen\u00e7a na A Segunda Revolu\u00e7\u00e3o Indus- instantaneidade proveniente do desenvolvimento tecnol\u00f3gico ao trial, do final do s\u00e9culo XIX at\u00e9 os Rancho Grande (dos Tropeiros), \u00f3leo sobre tela de Benedito Calixto, sem data (40 cm 3 60 cm). longo da hist\u00f3ria. anos 1970, expandiu os meios de Essa imagem mostra um rancho e, ao fundo, o Hospital da Miseric\u00f3rdia de Santos (SP), de 1836, transporte com o advento dos ve\u00ed- al\u00e9m da Capela de Santa Isabel e S\u00e3o Francisco de Paula (1775). Os tropeiros faziam paradas culos automotivos e das rodovias. para descansar das longas viagens e alimentar seus cavalos e mulas. Houve, ainda, a inven\u00e7\u00e3o e expans\u00e3o do transporte a\u00e9reo, a moderniza\u00e7\u00e3o dos navios e dos portos, etc. Foi nesse per\u00edodo que ocorreu a revolu\u00e7\u00e3o dos meios de comunica- \u00e7\u00e3o, com o advento e a populariza\u00e7\u00e3o do telefone, do r\u00e1dio e da televis\u00e3o. A Terceira Revolu\u00e7\u00e3o Industrial, iniciada nos anos 1970, \u00e9 a da inform\u00e1tica, dos computadores e suas redes, dos telefones celulares, da robotiza\u00e7\u00e3o. Ela vem promo- vendo uma nova etapa, em especial nas comunica\u00e7\u00f5es (com as pessoas e empresas conectadas em rede). Os meios de transporte tamb\u00e9m foram bastante transformados (com a informatiza\u00e7\u00e3o e maior racionaliza\u00e7\u00e3o dos portos, aeroportos e transportes terrestres, com o advento de novos materiais e novas fontes de energia \u2013 veja-se hoje o in\u00edcio da expans\u00e3o dos ve\u00edculos a eletricidade e a hidrog\u00eanio \u2013, com novas tecnologias, como os supercondutores, que permitem que trens trafeguem a mais de 400 km\/h). No Brasil, foi com a lavoura cafeeira que surgiu o primeiro meio de transporte considerado moderno: o ferrovi\u00e1rio. At\u00e9 1854, quando foi inaugurada a primeira fer- rovia do Brasil, o transporte de carga era feito principalmente por tropas de mulas, e o de pessoas, por cavalos e carruagens. Regi\u00f5es brasileiras \u2022 CAP\u00cdTULO 9 193 193MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Em meados do s\u00e9culo XIX tamb\u00e9m havia a navega\u00e7\u00e3o de cabotagem, isto \u00e9, navios Minha biblioteca que transportavam carga e passageiros entre os portos do pa\u00eds. Mas esse modal de O conte\u00fado desta p\u00e1gina mo- transporte unia apenas as cidades portu\u00e1rias, inclusive com pouca frequ\u00eancia, pois a As ferrovias do Brasil, biliza a habilidade EF07GE07. maior parte da navega\u00e7\u00e3o mar\u00edtima do Brasil era e ainda \u00e9 destinada aos mercados de Carlos Cornejo e Jo\u00e3o Oriente os alunos a ler o texto e internacionais de exporta\u00e7\u00e3o e importa\u00e7\u00e3o. Em\u00edlio Gerodetti. S\u00e3o a observar a fotografia. Paulo: Sol\u00e1ris, 2005. O cultivo do caf\u00e9 originou uma expans\u00e3o da malha ferrovi\u00e1ria brasileira, embora Explique que, a partir da d\u00e9ca- concentrada em S\u00e3o Paulo, Rio de Janeiro e no sudeste de Minas Gerais. Por volta de Com in\u00fameras imagens da de 1950, a malha ferrovi\u00e1ria no 1950, o pa\u00eds j\u00e1 tinha pouco mais de 37 mil quil\u00f4metros de vias f\u00e9rreas, com grande de ferrovias brasileiras, o Brasil come\u00e7ou a ser estatizada concentra\u00e7\u00e3o no Centro-Sul. Havia ferrovias no Nordeste \u2013 especialmente na Bahia e livro resgata a hist\u00f3ria pelo governo, pois apresentava em Pernambuco \u2013, mas elas iam do interior (de \u00e1reas de cultivo de cana-de-a\u00e7\u00facar ou das estradas de ferro do problemas de deficit tribut\u00e1rio. cacau) at\u00e9 os portos de exporta\u00e7\u00e3o, e nunca para as outras regi\u00f5es. Brasil e seu papel no Em 1957, foi criada a empresa desenvolvimento do pa\u00eds. estatal Rede Ferrovi\u00e1ria Fede- ral S\/A (RFFSA), com sede no Reprodu\u00e7\u00e3o\/Foto Giaxa Rio de Janeiro, que passou a ser respons\u00e1vel por boa parte da Foi o transporte rodovi\u00e1rio que integrou as regi\u00f5es do Brasil, inicialmente o Centro- Estradas de ferro nos malha ferrovi\u00e1ria do pa\u00eds. Essa -Sul com o Nordeste e mais tarde com a Amaz\u00f4nia. A partir dos anos 1950 ocorreu arredores do munic\u00edpio de empresa tinha como responsa- uma grande expans\u00e3o das rodovias no pa\u00eds, ao lado da ind\u00fastria automobil\u00edstica, que Bauru (SP), em 1921. bilidade administrar, modernizar integrou as \u00e1reas interioranas, inclusive no Centro-Oeste e mais recentemente na e manter em tr\u00e1fego as estradas Amaz\u00f4nia, ajudando a expandir as atividades econ\u00f4micas (em especial a agropecu\u00e1ria) de ferro, fiscalizar a administra- nessas \u00e1reas. \u00e7\u00e3o das estradas de ferro nos \u00e2mbitos de recursos humanos, Os primeiros investimentos na malha rodovi\u00e1ria ocorreram na d\u00e9cada de 1920, financeiro, tribut\u00e1rio e cont\u00e1bil, no governo de Washington Lu\u00eds, quando foi constru\u00edda, entre outras, a rodovia Rio-S\u00e3o padronizar o sistema de tarifas, Paulo. Nesse per\u00edodo, o governo tinha como lema \u201cgovernar \u00e9 construir estradas\u201d. Os avaliar o sistema ferrovi\u00e1rio, en- governos posteriores ao de Washington Lu\u00eds deram continuidade a essa expans\u00e3o das tre outros. rodovias, com especial destaque para o presidente Juscelino Kubitschek, que governou de 1956 a 1961. Com a constru\u00e7\u00e3o de Bras\u00edlia, ele abriu v\u00e1rias rodovias ligando a nova Essa situa\u00e7\u00e3o levou o governo capital federal at\u00e9 S\u00e3o Paulo, Bel\u00e9m, Fortaleza, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. a incorporar a RFFSA ao Progra- ma Nacional de Desestatiza\u00e7\u00e3o (PND) em 1992. Atrav\u00e9s deste, a RFFSA foi dividida em seis malhas regionais (Sudeste, Centro-Leste, Sul, Oeste, Nordeste e a Ferrovia Tereza Cristina), que foram arren- dadas \u00e0 administra\u00e7\u00e3o privada. Esta, por sua vez, foi obrigada a apresentar resultados das metas estabelecidas pelo governo. Al\u00e9m disso, houve uma pol\u00edtica de con- cess\u00f5es permitindo a importa\u00e7\u00e3o de equipamentos para a reforma e a reativa\u00e7\u00e3o das ferrovias com o intuito de assegurar a moder- niza\u00e7\u00e3o da malha. No entanto, as metas n\u00e3o foram atingidas e, com as mudan\u00e7as na pol\u00edtica econ\u00f4mica do pa\u00eds, iniciou-se o processo de privatiza\u00e7\u00e3o. Comente com os alunos que, atualmente, o Brasil n\u00e3o possui uma malha ferrovi\u00e1ria integran- do o seu territ\u00f3rio como um todo, apenas trechos regionais utiliza- dos majoritariamente para a ex- porta\u00e7\u00e3o de commodities. 194 UNIDADE 4 \u00a5 Brasil: diversidades regionais 194 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Durante o governo Kubitschek ocorreu a instala\u00e7\u00e3o no Brasil de grandes fabricantes Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas internacionais de autom\u00f3veis, empresas multinacionais que se expandiam por v\u00e1rios Fa\u00e7a a leitura do texto com os alunos, analisando atentamente continentes. Elas foram atra\u00eddas pelo potencial mercado consumidor (o maior da Am\u00e9- o mapa e mobilizando a habilida- de EF07GE09. rica Latina) e pelas facilidades concedidas pelo governo federal, inclusive a constru\u00e7\u00e3o Explique que o processo de de v\u00e1rias rodovias pavimentadas. A partir dessa \u00e9poca, criou-se no pa\u00eds a ideia equivo- industrializa\u00e7\u00e3o a partir da d\u00e9- cada de 1930 evidenciou a ne- cada de que as rodovias e o transporte automotivo seriam sin\u00f4nimos de modernidade. cessidade de integrar o territ\u00f3rio (conectar o Brasil \u00e0 regi\u00e3o indus- O problema \u00e9 que o modal rodovi\u00e1rio \u2013 que hoje movimenta quase 63% do trans- trializada do sudeste brasileiro), ou seja, viabilizar a distribui\u00e7\u00e3o porte de carga no pa\u00eds \u2013 \u00e9 menos econ\u00f4mico que o ferrovi\u00e1rio e, principalmente, que de produtos industrializados no mercado interno. Essa discuss\u00e3o o hidrovi\u00e1rio (ou aquavi\u00e1rio). Em m\u00e9dia, com um litro de \u00f3leo diesel, um caminh\u00e3o mobiliza a habilidade EF07GE07. transporta 30 toneladas por quil\u00f4metro, enquanto um trem transporta 125 toneladas \u00c9 importante que os alunos compreendam a rela\u00e7\u00e3o entre e um navio, 575 toneladas. Ou seja, o modal ferrovi\u00e1rio \u00e9 quatro vezes mais econ\u00f4mi- a instala\u00e7\u00e3o das ind\u00fastrias au- tomobil\u00edsticas no pa\u00eds e a op\u00e7\u00e3o co que o rodovi\u00e1rio, e o transporte hidrovi\u00e1rio \u00e9 19 vezes mais econ\u00f4mico. pelo transporte rodovi\u00e1rio a partir da d\u00e9cada de 1950. Nessa \u00e9poca, Como se observa pelo mapa, as chamadas rodovias de integra\u00e7\u00e3o, que unem as esse modal se consolidou como a principal op\u00e7\u00e3o em diversos regi\u00f5es brasileiras, partem principalmente do Centro-Sul em dire\u00e7\u00e3o ao Nordeste e \u00e0 outros pa\u00edses, incentivado pe- lo baixo pre\u00e7o dos derivados de Amaz\u00f4nia. A densidade da rede de transportes rodovi\u00e1rio e ferrovi\u00e1rio \u00e9 bem maior petr\u00f3leo (combust\u00edvel e asfalto). Destaque ainda que no governo no Centro-Sul, depois no Nordeste e pequena na Amaz\u00f4nia. Quanto ao transporte de Kubitschek, ao construir Bra- s\u00edlia, foram abertas rodovias que fluvial, \u00e9 poss\u00edvel observar sua relev\u00e2ncia na Amaz\u00f4nia, onde se destacam as hidrovias ligavam diversos centros urba- nos ao interior do pa\u00eds. do rio Madeira, do Amazonas-Solim\u00f5es e do Tocantins-Araguaia. Por\u00e9m, o maior O Programa de Integra\u00e7\u00e3o Na- volume de transporte de carga por hidrovias ocorre no Centro-Sul, destacando-se as cional (PIN) do governo militar, que visava promover maior ocupa- hidrovias dos rios Tiet\u00ea-Paran\u00e1 \u00e7\u00e3o do Centro-Oeste e da Amaz\u00f4- nia, seguiu priorizando este modal e Paraguai. No Nordeste, a hi- Brasil: rodovias de integra\u00e7\u00e3o e ao construir as rodovias Cuiab\u00e1- drovia do rio S\u00e3o Francisco tem principais ferrovias e hidrovias (2014) -Santar\u00e9m, Transamaz\u00f4nica e Perimetral Norte (em Roraima). grande import\u00e2ncia e \u00e9 a maior 50\u00b0 O Portal de Mapas\/Arquivo da editora Utilize o mapa para indicar o tra- cejado dessas rodovias, contem- do pa\u00eds em extens\u00e3o, com plando a habilidade EF07GE09. 2 354 quil\u00f4metros. Boa AP Equador Comente que, com a crise do A partir dos anos 1950 at\u00e9 Vista Macap\u00e1 petr\u00f3leo, o sistema rodovi\u00e1rio, na d\u00e9cada de 1970, foi atingido por volta do in\u00edcio deste s\u00e9culo, RR diretamente. Como n\u00e3o houve in- vestimentos nos outros modais, 0\u00b0 ficou evidente a depend\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao transporte rodovi\u00e1- as ferrovias pouco se desen- Bel\u00e9m S\u00e3o Lu\u00eds rio. A partir da d\u00e9cada de 1990, ao adotar pol\u00edticas neoliberais, volveram no pa\u00eds e algumas Manaus Fortaleza muitas estradas passaram a ser at\u00e9 foram desativadas. Tam- AM administradas por empresas pri- b\u00e9m o transporte pelos rios PA CE vadas atrav\u00e9s de concess\u00f5es. recebeu poucos recursos, em- Porto Velho bora tenha sido e continue a AC RO MT MA Teresina RN Natal ser importante na Amaz\u00f4nia, Cuiab\u00e1 PI PB onde grande parte dos rios \u00e9 Rio Palmas Jo\u00e3o Branco TO PE Pessoa Recife AL SE Macei\u00f3 Aracaju BA Salvador Bras\u00edlia DF naturalmente naveg\u00e1vel. So- Goi\u00e2nia MG OCEANO mente ap\u00f3s a cria\u00e7\u00e3o do Mer- Belo ATL\u00c2NTICO cado Comum do Sul, o Merco- GO Horizonte ES sul, em 1991, \u00e9 que se come- Campo \u00e7ou a investir nas hidrovias. Na Grande mesma \u00e9poca, as ferrovias passaram a ser novamente ex- OCEANO MS Vit\u00f3ria pandidas, embora a um ritmo PAC\u00cdFICO fraco, devido principalmente \u00e0s RJ exporta\u00e7\u00f5es de min\u00e9rios. A Densidade da rede de transporte malha ferrovi\u00e1ria nacional em baixa PR SP Rio de Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio m\u00e9dia S\u00e3o Janeiro alta Paulo Principais rodovias Curitiba Hidrovia Ferrovia SC Capital de pa\u00eds Florian\u00f3polis Capital de estado RS N Porto Alegre OL 0 420 840 km S 2016 era de pouco mais de Fonte: elaborado com base em IBGE. Log\u00edstica dos transportes, 2014. Dispon\u00edvel em: <ftp:\/\/geoftp. 30 mil quil\u00f4metros. ibge.gov.br\/organizacao_do_territorio\/redes_e_\ufb02uxos_geograficos\/logistica_dos_transportes\/mapa_ LogTransportes_5mi.pdf>. Acesso em: 17 maio 2018. Regi\u00f5es brasileiras \u2022 CAP\u00cdTULO 9 195 Atividades complementares 2)Proponha uma atividade de pesquisa em jornais, revistas ou na internet sobre a greve dos caminhoneiros em maio de 2018. O 1) Se julgar oportuno, compartilhe com os alunos o artigo \u201cNovas linhas objetivo \u00e9 compreender as causas, a dura\u00e7\u00e3o da crise e as con- f\u00e9rreas reduzir\u00e3o entrave no transporte de cargas\u201d, de Paula Pacheco, sequ\u00eancias. Se pertinente, solicite aos alunos que perguntem publicado em 29 de novembro de 2017, na Folha de S.Paulo. Dispo- aos seus pais ou respons\u00e1veis se recordam como foi o dia a dia n\u00edvel em: <www1.folha.uol.com.br\/mercado\/2017\/11\/1938135-no deles durante a greve. Em data combinada, permita que com- vas-linhas-ferreas-reduzirao-entrave-no-transporte-de-cargas. partilhem o conte\u00fado pesquisado e promova um debate a res- shtml>. Acesso em: 21 set. 2018. Ele traz informa\u00e7\u00f5es sobre os peito da depend\u00eancia do transporte rodovi\u00e1rio no Brasil. investimentos no setor, um mapa mostrando as linhas que ser\u00e3o bene ciadas ou criadas e uma linha do tempo com a evolu\u00e7\u00e3o da malha da ferrovi\u00e1ria brasileira. 195MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Geolink 2 Oriente os alunos a ler o texto Leia o texto e observe a charge a seguir. e a analisar a charge. Questio- ne-os sobre as vantagens e as Por que o Brasil abriu m\u00e3o do trem e ficou t\u00e3o dependente do caminh\u00e3o desvantagens dos transportes ferrovi\u00e1rio e rodovi\u00e1rio. Elabore O setor [rodovi\u00e1rio] \u00e9 respons\u00e1vel por 60% do que \u00e9 transportado no pa\u00eds, de alimentos a combust\u00edveis e auto- com a turma um quadro com- m\u00f3veis.A malha rodovi\u00e1ria \u00e9 usada para o escoamento de 75% da produ\u00e7\u00e3o no pa\u00eds,segundo o levantamento Cus- parativo. tos Log\u00edsticos no Brasil, da Funda\u00e7\u00e3o Dom Cabral, de 2018. Entre as vantagens do trans- Os motivos para esta depend\u00eancia s\u00e3o hist\u00f3ricos e pr\u00e1ticos. Para especialistas, entretanto, esse tipo de cen\u00e1rio porte ferrovi\u00e1rio podemos citar: tem desvantagens econ\u00f4micas e foge do padr\u00e3o mundial. Em muitos outros pa\u00edses de extens\u00f5es territoriais grandes, menor custo em grandes dist\u00e2n- incluindo os\u201crodoviaristas\u201d Estados Unidos, h\u00e1 uma participa\u00e7\u00e3o bem maior das ferrovias no leva e traz de cargas. cias; aus\u00eancia de congestiona- mentos; capacidade de carregar Quando se olha para o ranking mundial de volume de carga transportada sobre trilhos, o Brasil est\u00e1 em posi\u00e7\u00e3o grandes volumes; efici\u00eancia ener- de destaque, com 460 milh\u00f5es de toneladas anuais. \u00c9 o quinto maior do mundo. g\u00e9tica. Entre as desvantagens: falta de flexibilidade no percur- Entretanto, cerca de 80% dessa carga \u00e9 de min\u00e9rio de ferro, segundo dados daANTF (Associa\u00e7\u00e3o Nacional dos so e no hor\u00e1rio; depend\u00eancia de Transportes Ferrovi\u00e1rios). As mineradoras s\u00e3o tamb\u00e9m as principais concession\u00e1rias das linhas de trem do pa\u00eds outros modais para completar o [...]. \u00c9 um sistema em que propriet\u00e1rios tamb\u00e9m s\u00e3o clientes. [...] transporte do produto; maiores riscos de avaria dos produtos e Vantagens e desvantagens elevados custos de manuten\u00e7\u00e3o e moderniza\u00e7\u00e3o. \u201cO transporte ferrovi\u00e1rio \u00e9 a melhor solu\u00e7\u00e3o para Iotti\/Acervo do cartunista O transporte rodovi\u00e1rio, por transportar mercadorias a granel em longas dist\u00e2n- sua vez, \u00e9 vantajoso pela agili- dade em dist\u00e2ncias menores e cias\u201d,explicou [o professor de Economia da Univer- possibilidade de carregamento porta a porta. J\u00e1 as desvantagens sidade de S\u00e3o Paulo \u2013 Guilherme Grandi]. Grosso s\u00e3o: custo diretamente relacio- nado ao valor do combust\u00edvel e modo, um vag\u00e3o-cont\u00eainer pode levar a mesma dos ped\u00e1gios; suscetibilidade a congestionamentos; baixa capa- quantidade de gr\u00e3os ou mercadorias que um cami- cidade de carga; menor efici\u00eancia energ\u00e9tica. nh\u00e3o. Segundo relat\u00f3rio da CNT (Confedera\u00e7\u00e3o Na- Atividade 4: Avalie a pertin\u00ean- cional dos Transportes) de 2016 para cargas acima cia da argumenta\u00e7\u00e3o dos alunos. \u00c9 esperado que os favor\u00e1veis ao de 40 toneladas, o modal ferrovi\u00e1rio \u201c\u00e9 o mais van- transporte rodovi\u00e1rio sinalizem que esse modal \u00e9 mais confor- tajoso\u201d,independentemente da dist\u00e2ncia percorri- t\u00e1vel e que existem mais rodo- vias ou estradas para realizar da. Se a carga fica entre 27 e 40 toneladas, os trens viagens. Dentro das cidades, o espa\u00e7o tamb\u00e9m \u00e9 organizado levam vantagem quanto maior for o caminho a ser basicamente para que o carro tenha condi\u00e7\u00f5es de circular. J\u00e1 percorrido. Na charge, \u00e9 poss\u00edvel observar como as ferrovias eram mais utilizadas os alunos favor\u00e1veis \u00e0 ferrovia no estado sul-rio-grandense. podem sinalizar que esse modal Entretanto, na chamada entrega de porta a por- \u00e9 mais econ\u00f4mico, r\u00e1pido e me- ta [entregas em determinados pontos do pa\u00eds], o nos poluente. Se julgar pertinen- te, promova um debate para que [transporte] rodovi\u00e1rio traz muito mais flexibilidade. No transporte de combust\u00edveis, ferrovias s\u00f3 conseguem cum- os alunos reflitam sobre opini\u00f5es contr\u00e1rias \u00e0s suas. Essa ativi- prir uma etapa do caminho. A distribui\u00e7\u00e3o em postos individuais tem de ser feita por caminh\u00f5es. dade pode mobilizar a CGEB7 e a CEGEF6. O relat\u00f3rio da CNT destaca ainda que as ferrovias t\u00eam menores custos ambientais, pois as locomotivas emitem menos poluentes.Trens movidos a diesel apresentam \u00edndice de emiss\u00f5es 15 vezes menor que ve\u00edculos automoto- res em m\u00e9dia para o mesmo percurso. ROCHA, Camilo. Por que o Brasil abriu m\u00e3o do trem e ficou t\u00e3o dependente do caminh\u00e3o. S\u00e3o Paulo, Nexo, 25 maio 2018. Dispon\u00edvel em: <www.nexojornal.com.br\/expresso\/2018\/05\/25\/ Por-que-o-Brasil-abriu-m\u00e3o-do-trem-e-ficou-dependente-do-caminh\u00e3o>. Acesso em: 20 jul. 2018. Agora, responda: 1 Por que, segundo o texto, as ferrovias s\u00e3o a melhor solu\u00e7\u00e3o para o transporte de mercadorias a granel em longa dist\u00e2ncia? Porque os trens conseguem levar a mesma quantidade de mercadoria por um pre\u00e7o menor. 2 Qual dos meios de transporte t\u00eam menores custos ambientais: o rodovi\u00e1rio ou o ferrovi\u00e1rio? Por qu\u00ea? 3 Qual a rela\u00e7\u00e3o entre a charge e o texto? 2. As ferrovias impactam menos o meio ambiente em raz\u00e3o de emitirem menos poluentes do que os ve\u00edculos automotivos. 4 Entre as formas de transporte expostas, na sua opini\u00e3o qual \u00e9 a mais vantajosa para transportar pessoas? In- dique argumentos que justifiquem a sua resposta. Resposta pessoal. 3. Espera-se que o aluno responda que o texto e a charge apontam a import\u00e2ncia do transporte ferrovi\u00e1rio no in\u00edcio do s\u00e9culo XX. 196 UNIDADE 4 \u00a5 Brasil: diversidades regionais 196 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Os meios de comunica\u00e7\u2039o Rinc\u2039o: lugar, Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas canto, recanto. Outro elemento importante para a integra\u00e7\u00e3o territorial do Brasil foram os meios Fa\u00e7a a leitura do texto com de comunica\u00e7\u00e3o de massa: inicialmente o r\u00e1dio e depois a televis\u00e3o. Antes desses os alunos. O conte\u00fado colo- meios, existiam os correios e o tel\u00e9grafo. Com o tempo, vieram o fax, o telefone fixo, ca em evid\u00eancia a habilidade os jornais e revistas, etc. Mas esses instrumentos de comunica\u00e7\u00e3o n\u00e3o unificam EF07GE01. Se julgar convenien- imensos territ\u00f3rios como o brasileiro. Os jornais, por exemplo, eram lidos apenas por te, prepare imagens do tel\u00e9grafo uma minoria da popula\u00e7\u00e3o, pois, at\u00e9 meados do s\u00e9culo passado, grande parte da e do c\u00f3digo Morse, indicando os popula\u00e7\u00e3o brasileira era analfabeta funcional, ou seja, n\u00e3o conseguia entender um tracejados correspondentes a le- conte\u00fado escrito. tras, n\u00fameros, sinais e pontua- \u00e7\u00f5es. Esclare\u00e7a que o tel\u00e9grafo O primeiro meio de comunica\u00e7\u00e3o em massa que se propagou por todo o Brasil, funcionava pela transmiss\u00e3o atingindo a maioria da popula\u00e7\u00e3o em todas as regi\u00f5es, foi o r\u00e1dio, especialmente a de pulsos el\u00e9tricos, utilizando partir dos anos 1930. Inicialmente ele divulgava g\u00eaneros musicais, novelas, jogos de o c\u00f3digo Morse, enviados atra- futebol e programas de humor. O primeiro programa de radiojornalismo no Brasil v\u00e9s de uma rede telegr\u00e1fica. Os surgiu em 1941. operadores telegr\u00e1ficos transfor- mavam mensagens em c\u00f3digo Nos anos 1960, a televis\u00e3o se popularizou e se tornou o maior meio de comuni- e decodificavam os pulsos em ca\u00e7\u00e3o de massa, com suas novelas, programas de audit\u00f3rio e telejornais, represen- mensagens intelig\u00edveis. tando um desafio para as r\u00e1dios, que tiveram que mudar seu estilo. Os telejornais passaram a divulgar not\u00edcias de todo o pa\u00eds e a atingir praticamente todos os rinc\u00f5es Essa comunica\u00e7\u00e3o foi viabi- do territ\u00f3rio nacional. lizada com instala\u00e7\u00e3o de cabos terrestres e submarinos. Poste- Se os meios de transporte, especialmente as rodovias, criaram um mercado ter- riormente, esses cabos passa- ritorial interno integrado, as r\u00e1dios e as redes de televis\u00e3o ajudaram a criar uma imagem ram a ser utilizados na telefonia de na\u00e7\u00e3o integrada culturalmente pelas suas m\u00fasicas, pelas novelas (que propagam fixa e na transmiss\u00e3o de dados um determinado estilo de vida), pelos telejornais e programas de audit\u00f3rio e de humor. da internet. Os cabos modernos Desde os anos 1980, h\u00e1 pelo menos um televisor em praticamente toda resid\u00eancia no usam a fibra \u00f3ptica. A comunica- Brasil, inclusive nas camadas da popula\u00e7\u00e3o com menores rendimentos. \u00e7\u00e3o via r\u00e1dio e televis\u00e3o era feita por transmiss\u00e3o de ondas eletro- Arquivo O Cruzeiro\/EM\/D.A Press magn\u00e9ticas a partir de torres de Arquivo\/JCom\/D.A Press esta\u00e7\u00f5es e emissoras. Atualmente a tecnologia ana- l\u00f3gica est\u00e1 sendo substitu\u00edda pela digital em escala mundial. A TV Tupi foi o primeiro canal brasileiro e latino-americano a entrar no ar. Foi fundada em 1950, por Assis Chateaubriand. Na foto \u00e0 esquerda, Texto complementar funcion\u00e1rio controla a c\u00e2mera filmadora; \u00e0 direita, est\u00fadio de um programa da TV Tupi (fotos de 1966). Em 1937, mais da metade das Regi\u00f5es brasileiras \u2022 CAP\u00cdTULO 9 197 63 esta\u00e7\u00f5es de r\u00e1dio havia sido instalada nos tr\u00eas anos prece- dentes. A expans\u00e3o acelerada persiste nas d\u00e9cadas seguintes, alcan\u00e7ando 11 esta\u00e7\u00f5es, sendo que 58% das novas emissoras foram criadas entre 1936 e 1945. A capital paulista e outras cida- des do interior de S\u00e3o Paulo abrigavam 45% das esta\u00e7\u00f5es brasileiras. O Rio de Janeiro tinha 13 emissoras, incluindo a R\u00e1dio Nacional, l\u00edder de au- di\u00eancia. [...] Em 1960, o Pa\u00eds j\u00e1 possu\u00eda 735 emissoras de r\u00e1dio, incluindo as primeiras 10 esta- \u00e7\u00f5es de frequ\u00eancia modulada, e 15 emissoras de televis\u00e3o. Dez anos depois, o n\u00famero de esta- \u00e7\u00f5es de r\u00e1dio pulou para 1004 e a cobertura televisiva estava a cargo de 63 emissoras. IBGE. Estat\u00edsticas do S\u00e9culo XX. Dispon\u00edvel em: <ww2. ibge.gov.br\/home\/presidencia\/ noticias\/29092003 estatisticasecxxhtml.shtm>. Acesso em: 21 set. 2018. Texto complementar O Tel\u00e9grafo de Mau\u00e1. Os esfor\u00e7os tiveram in\u00edcio dois anos antes, com o Decreto no 5.058, de 16 de agosto de 1872, que \u201cAutoriza o bar\u00e3o de Mau\u00e1 a estabelecer e explorar um cabo tele- A primeira linha telegr\u00e1fica brasileira possu\u00eda 50 km de extens\u00e3o e ligou o Rio de graphico submarino entre o Imp\u00e9rio do Brasil e o reino de Portugal e suas possess\u00f5es\u201d. Janeiro a Petr\u00f3polis a partir de 1857. Em 23 de dezembro de 1873, foi realizada a li- ga\u00e7\u00e3o entre o Rio de Janeiro e as cidades de Bel\u00e9m (PA), Recife (PE) e Salvador (BA). A linha ligou as esta\u00e7\u00f5es de Recife e de Carcavelos (Portugal), via Cabo Verde e D. Pedro II estava presente na praia de Copacabana e assistiu \u00e0 chegada do cabo e \u00e0 Ilha da Madeira. Na ocasi\u00e3o, o imperador mandou passar cabogramas ao presidente finaliza\u00e7\u00e3o da sua liga\u00e7\u00e3o. [...]. da Brazilian Submarine Telegraph Company (depois Western Telegraph Co. Ltd.) e aos monarcas de Portugal, da Inglaterra e da \u00c1ustria. A primeira liga\u00e7\u00e3o por tel\u00e9grafo entre o Brasil e outro pa\u00eds se deu em 22 de junho de 1874, com Portugal, gra\u00e7as \u00e0 iniciativa de Irineu Evangelista de Souza, ent\u00e3o visconde MUSEU IMPERIAL. O Tel\u00e9grafo. Dispon\u00edvel em: <www.museuimperial.gov.br\/informacoes- importantes.html?id=3025>. Acesso em: 21 set. 2018. 197MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Desde o final do s\u00e9culo passado, Brasil: telefones celulares (2013) Portal de Mapas\/Arquivo da editora outros meios de comunica\u00e7\u00e3o se ex- Oriente a leitura do texto e res- pandiram, como a internet, as intra- 55\u00ba O salte o que caracteriza um meio nets e os telefones celulares. Nos de comunica\u00e7\u00e3o em massa, bem meios de comunica\u00e7\u00e3o da internet, RR AP OCEANO como os aspectos positivos e ne- ATL\u00c2NTICO gativos dos diferentes meios de comunica\u00e7\u00e3o. Equador 0\u00ba Analise os mapas com a tur- diferentemente do que acontece ma, destacando a populariza\u00e7\u00e3o do aparelho celular e o uso da in- com jornais ou revistas impressas, o AM PA MA CE ternet, mobilizando a habilidade leitor pode participar ativamente, RO PI RN EF07GE09. Comente que uma n\u00e3o somente lendo as not\u00edcias, mas PB \u00fanica pessoa pode portar mais postando coment\u00e1rios, comparti- de um telefone celular; portanto, lhando informa\u00e7\u00f5es e publicando PE apesar de haver mais aparelhos suas opini\u00f5es. Na internet h\u00e1 maior do que pessoas, n\u00e3o quer dizer integra\u00e7\u00e3o, n\u00e3o apenas nacional, AC MT TO AL que todo brasileiro possui um mas internacional ou global. MS SE telefone celular. OCEANO DF BA Apesar de propiciar integra\u00e7\u00e3o PAC\u00cdFICO GO Texto complementar entre pessoas, regi\u00f5es e at\u00e9 pa\u00edses, MG SP ES [\u2026] o Brasil tem 116 mi- lh\u00f5es de pessoas conectadas RJ \u00e0 internet, valor que corres- ponde a 64,7% da popula\u00e7\u00e3o. h\u00e1 aspectos negativos nesses meios Domic\u00edlios com servi\u00e7o PR Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio Al\u00e9m disso, outro dado inte- de comunica\u00e7\u00e3o. Com a internet e as de telefonia m\u00f3vel (%) ressante \u00e9 o de que o celular redes sociais, multiplicaram-se as SC N foi o equipamento de acesso fake news, ou seja, as not\u00edcias falsas 73,97 RS \u00e0 internet mais usado, estan- que beneficiam alguns e prejudicam 73,98 a 85,00 OL do presente em 97,2% dos 85,01 a 90,00 0 domic\u00edlios com acesso \u00e0 re- 90,01 a 95,00 430 860 km de, sendo que em 38,6% das 95,01 a 97,67 resid\u00eancias o equipamento S m\u00f3vel era o \u00fanico utilizado. muitas pessoas, ou que buscam ma- Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas geogr\u00e1\ufb01co escolar. 7. ed. LUCENA, Vinicius. Pesquisa nipular a opini\u00e3o delas, a ponto de Rio de Janeiro: 2016. p. 144. revela rela\u00e7\u00e3o do brasileiro com a internet. Jornal da USP. 19 mar. influenciar at\u00e9 a tomada de decis\u00f5es, 2018. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/ como a escolha de um candidato em jornal.usp.br\/atualidades\/ \u00e9poca de elei\u00e7\u00f5es. Brasil: acesso \u02c6 internet (2013) Portal de Mapas\/Arquivo da editora pesquisa-revela-relacao-do- Como se observa pelos mapas, brasileiro-com-a-internet>. 55\u00ba O a telefonia m\u00f3vel se disseminou am- Acesso em: 21 set. 2018. plamente pelo pa\u00eds (o que tamb\u00e9m RR AP OCEANO ocorreu em todo o mundo). Atual- ATL\u00c2NTICO Atividade complementar Equador 0\u00ba Compartilhe com os alunos o mapa dos cabos submarinos mente h\u00e1 mais telefones celulares da TeleGeography, dispon\u00edvel em: <www.submarinecablemap. do que pessoas no Brasil: 235 mi- AM PA MA CE com>. Acesso em: 21 set. 2018. lh\u00f5es de celulares no in\u00edcio de 2018, RN \u00c9 poss\u00edvel visualizar os cabos ocasi\u00e3o em que o IBGE calculava a que ligam o Brasil ao restante popula\u00e7\u00e3o brasileira em 208 milh\u00f5es. PI PB do mundo, e os cabos que ligam PE algumas cidades litor\u00e2neas. Ex- Tamb\u00e9m o acesso \u00e0 internet se plique que as cidades litor\u00e2neas disseminou, embora mais concen- AC 04_09_M017_7PTGg20At \u2013 MaTpOa novo, AL que n\u00e3o possuem liga\u00e7\u00e3o por trado no Centro-Sul do pa\u00eds, onde em inRtOernet no Brasil. Compor de acordo com SE cabos subterr\u00e2neos possuem m\u00e9dia 60% das resid\u00eancias possuem padr\u00e3o iconogrM\u00e1Tfico da obra. Inserir o BrasBiAl no acesso \u00e0 internet via cabos ter- acesso a ela. continente. Compor oceano atl\u00e2ntico. Compor restres internos. rosa dos ventos, pelo menos umDFmeridiano e Aproveite a oportunidade pa- um paralelo. GO ra trabalhar com os alunos a Sequ\u00eancia Did\u00e1tica 1: Meios OCEANO MS MG de comunica\u00e7\u00e3o e integra\u00e7\u00e3o PAC\u00cdFICO SP ES nacional, dispon\u00edvel no mate- rial digital. Domic\u00edlios com acesso PR RJ \u00e0 internet (%) Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio 198 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9 19,63 a 30,00 SC N 30,01 a 40,00 RS 40,01 a 50,00 OL 50,01 a 62,00 0 Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas 62,01 a 71,37 430 860 km S geogr\u00e1\ufb01co escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: 2016. p. 144. 198 UNIDADE 4 \u2022 Brasil: diversidades regionais Texto complementar O Telefone historiadores afirmam, d. Pedro II teria ficado t\u00e3o impressionado que teria exclamado: \u201cC\u00e9us, isto fala!\u201d. O interesse do imperador do Em 25 de junho de 1876, nos Estados Unidos, d. Pedro II visitou Brasil despertou a curiosidade de outros participantes da exposi\u00e7\u00e3o a Exposi\u00e7\u00e3o Universal da Filad\u00e9lfia, que comemorava o centen\u00e1rio e contribuiu para o sucesso e a dissemina\u00e7\u00e3o do invento. da independ\u00eancia do pa\u00eds. Entre in\u00fameros pavilh\u00f5es (inclusive um do Brasil) e expositores, ele se dirigiu a um inventor que, at\u00e9 ent\u00e3o, Esse interesse de d. Pedro II fez com que o Brasil fosse o segundo n\u00e3o vinha recebendo aten\u00e7\u00e3o do p\u00fablico: Alexander Graham Bell. pa\u00eds a ter telefone. [\u2026] O imperador j\u00e1 mantinha contato com Bell e resolveu experimentar MUSEU IMPERIAL. O Telefone. Dispon\u00edvel em: <www.museuimperial.gov. o invento que ele apresentava na mostra: o telefone. Segundo alguns br\/informacoes-importantes.html?id=3026>. Acesso em: 21 set. 2018.","CONEX\u00cdES COM ARTE E L\u00cdNGUA PORTUGUESA Texto complementar \u00a5 O cordel \u00e9 uma literatura popular t\u00edpi- Reprodu\u00e7\u00e3o\/J. Borges Aboio ca do Nordeste brasileiro. Geralmente O aboio t\u00edpico no Nordes- \u00e9 acompanhado por xilografia (ou xilo- te do Brasil \u00e9 um canto sem gravura), uma forma de ilustra\u00e7\u00e3o que palavras, entoado pelos va- se utiliza de uma matriz de madeira. A queiros quando conduzem matriz \u00e9 entalhada \u00e0 m\u00e3o com um bu- o gado para os currais ou no ril ou outro instrumento cortante. As trabalho de guiar a boiada partes altas que receber\u00e3o a tinta \u00e9 para a pastagem. que imprimem a imagem no papel. Veja a xilografia ao lado, do artista \u00c9 um canto ou toada um J. Borges, e, abaixo, alguns versos do tanto dolente, uma melodia cordel \u201cAboios e vaqueiros\u201d, de Dalinha lenta, bem adaptada ao an- Catunda. dar vagaroso dos animais, finalizado sempre por uma Os boiadeiros, xilogravura do artista frase de incitamento \u00e0 boia- J. Borges, sem data. da: ei boi! boi surubim!, ei l\u00e1, boizinho! [...] Aboios e vaqueiros Ai como ainda me lembro Da lembran\u00e7a n\u00e3o me sai, Dos encantos de outrora, O velho Chico Carmina. No sert\u00e3o do Brasil \u00e9 sem- No sert\u00e3o eu me criei, Eu, debru\u00e7ada na janela. Vaqueiro de seu Esmeraldo, pre um canto individual, en- Vendo a boiada passar. A boiada passando l\u00e1 fora. O esposo de dona Joelina. toado livremente, sem letras, Os aboios dos vaqueiros D\u00f3i demais meu cora\u00e7\u00e3o Por minha rua ele passava, frases ou versos a n\u00e3o ser o Sempre gostei de escutar. Boas lembran\u00e7as do sert\u00e3o, E tangendo o gado aboiava incitamento final que \u00e9 fala- A boiada seguia em frente Que na alma saudosa aflora. Cumprindo a sagrada rotina. do e n\u00e3o cantado. Os que se Seguindo o canto dolente destacam na sua execu\u00e7\u00e3o Do vaqueiro a aboiar. s\u00e3o apontados como bons no aboio. Meu cora\u00e7\u00e3o sertanejo Vaqueiro trajando couro, Eita tempo velho malvado, Existe tamb\u00e9m o aboio can- Transborda de emo\u00e7\u00e3o, Com perneiras e gib\u00e3o, Que abusa da judia\u00e7\u00e3o. tado ou aboio em versos que s\u00e3o poemas de temas agro- Quando vejo uma boiada Esporas e botas nos p\u00e9s Maltrata essa nordestina, pastoris, de origem moura e que chegou ao Brasil, pos- Tirando poeira do ch\u00e3o. Como manda a tradi\u00e7\u00e3o. Que deixou o seu sert\u00e3o. sivelmente, atrav\u00e9s dos es- cravos mouros da ilha da O som firme do berrante Assim eu via os vaqueiros, E feito um bezerro apartado Madeira, em Portugal, pa\u00eds onde existe esse tipo de Sai do boiadeiro amante Passando em meu terreiro, Bem longe do seu estado aboio. [...] Que gosta da profiss\u00e3o. E me acenando com a m\u00e3o. Chora querendo seu ch\u00e3o. O aboio n\u00e3o \u00e9 divertimen- to, \u00e9 uma coisa s\u00e9ria, muito CATUNDA, Dalinha. Aboios e vaqueiros. Dispon\u00edvel em: antiga e respeitada pelo ho- <http:\/\/cordeldesaia.blogspot.com\/2010\/03\/aboios-e-vaqueiros.html>. Acesso em: 11 out. 2018. mem do sert\u00e3o. [...] Agora responda: O escritor Jos\u00e9 de Alencar, no seu livro O sertanejo, diz a) O que a xilografia representa? do ritual do aboio: N\u00e3o se dis- tinguem palavras na can\u00e7\u00e3o b) Em que bioma e regi\u00e3o brasileira essa cena ocorre? Por qu\u00ea? do boiadeiro; nem ele as ar- ticula, pois fala do seu gado, c) Voc\u00ea acha que a cena retratada na xilogravura ainda \u00e9 algo comum na pecu\u00e1ria brasileira? Explique sua resposta. com essa linguagem do cora- \u00e7\u00e3o que enternece os animais d) Qual \u00e9 a regi\u00e3o citada no cordel? O que a autora expressa em rela\u00e7\u00e3o a essa regi\u00e3o? e os cativa. e) Em duplas, troquem ideias: O que \u00e9 um aboio? GASPAR, L\u00facia. Aboio. Funda\u00e7\u00e3o Joaquim Nabuco, Recife. 13 jun. 2003. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/basilio.fundaj. gov.br\/pesquisaescolar.\/index. php?option=com_content&vie w=article&id=89%3Aaboio&ca tid=35%3Aletra-a&Itemid=1>. Acesso em: 20 jul. 2018. Regi\u00f5es brasileiras \u2022 CAP\u00cdTULO 9 199 Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas apesar do retrato local, em \u00e2mbito nacional essa imagem Item e: Espera-se que os alunos criem suposi\u00e7\u00f5es n\u00e3o corresponde mais \u00e0 realidade. Atualmente, \u00e9 bastan- do que seja o aboio com base no contexto. O aboio \u00e9 um Item a: A xilografia representa boiadeiros fazendo uso te comum o transporte de gado em caminh\u00f5es por meio canto sem palavras ou cantado em versos, entoado pe- do berrante para conduzir o gado. de rodovias e outras estradas. los vaqueiros quando conduzem o gado para os currais ou para a pastagem. Esse canto \u00e9 caracter\u00edstico da regi\u00e3o Item b: Essa cena ocorre no bioma Caatinga, no Sert\u00e3o Item d: A regi\u00e3o citada no cordel \u00e9 a Nordeste. \u00c9 poss\u00edvel Nordeste; no entanto, pode ser observado nos estados do do Nordeste. A xilografia exibe a presen\u00e7a de cact\u00e1ceas, perceber a saudade da autora em rela\u00e7\u00e3o ao seu local de Centro-Oeste e no interior de Minas Gerais. plantas adaptadas \u00e0 aridez desse bioma. nascimento; um sentimento de pertencimento ao lugar. Item c: O aluno pode afirmar que acha comum a cena retratada na xilogravura, pois pode ser recorrente no lugar onde vive. Caso isso ocorra, \u00e9 importante ele perceber que, 199MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas ATIVIDADES + A\u00e7\u00e3o + A\u00e7\u00e3o dessas vozes os ouvintes pudessem atribuir rostos. [...] Em fevereiro de 1948,surgiu uma revista para mostrar n\u00e3o ape- Atividade 1: Os meios de trans- 1 Explique de que forma os meios de transporte e os nas como eram, fisicamente, os donos das vozes, mas tam- portes interligam lugares e re- meios de comunica\u00e7\u00e3o interligam lugares e regi\u00f5es. b\u00e9m o que sentiam, pensavam e faziam fora do microfone, gi\u00f5es na medida em que levam [...], quanto ganhavam, qual era a marca do seu carro ou da pessoas e cargas para outras 2 Por que as ferrovias, que se expandiram desde o final pasta de dente e se ainda moravam ou n\u00e3o com a m\u00e3e. Era \u00e1reas. Os meios de comunica\u00e7\u00e3o do s\u00e9culo XIX e chegaram a ter mais de 37 mil quil\u00f4- a Revista do R\u00e1dio [...] permitem a comunica\u00e7\u00e3o entre metros de extens\u00e3o em 1950, n\u00e3o integraram as pessoas, empresas e favorecem regi\u00f5es brasileiras? Pelos 22 anos seguintes, at\u00e9 1970, seus mais de mil n\u00fa- a troca de informa\u00e7\u00f5es, ideias meros foram de leitura obrigat\u00f3ria para os f\u00e3s sedentos de e costumes, al\u00e9m de promover 3 Na sua opini\u00e3o, a prioridade que o governo federal fofocas. Hoje, folhear sua cole\u00e7\u00e3o pode oferecer subs\u00eddios o com\u00e9rcio e os servi\u00e7os entre concedeu ao transporte rodovi\u00e1rio \u00e9 algo positivo ou para a Hist\u00f3ria, porque a Revista do R\u00e1dio documentou a \u00e1reas pr\u00f3ximas ou distantes. negativo (ou ambos)? Justifique. evolu\u00e7\u00e3o do maior ve\u00edculo de comunica\u00e7\u00e3o no Brasil e tes- temunhou o seu progressivo destronamento pela televis\u00e3o Atividade 2: Porque estavam 4 Em dezembro de 2017, a Comiss\u00e3o de Direitos Huma- (e,por isto,teve tamb\u00e9m de adaptar-se,passando a chamar- voltadas para atender aos inte- nos e Legisla\u00e7\u00e3o Participativa (CDH) aprovou um pare- -se Revista do R\u00e1dio e TV a partir de 1960). resses dos exportadores de pro- cer que tipifica o preconceito regional como crime de dutos agr\u00edcolas \u2013 cacau, a\u00e7\u00facar e discrimina\u00e7\u00e3o. Preconceito \u00e9 uma opini\u00e3o leviana e Fonte: CASTRO, Ruy. Era do R\u00e1dio. Observat\u00f3rio da imprensa, principalmente caf\u00e9 \u2013, em geral superficial, um ju\u00edzo preconcebido sobre pessoas ou at\u00e9 16 nov. 2002. Dispon\u00edvel em: <www.observatoriodaimprensa.com.br\/ indo de \u00e1reas produtoras at\u00e9 os lugares. O preconceito regional acarreta atitudes dis- portos de exporta\u00e7\u00e3o e n\u00e3o para criminat\u00f3rias e consiste em opini\u00f5es depreciativas so- artigos\/asp201120029.htm>. Acesso em: 4 maio 2018. as demais regi\u00f5es do pa\u00eds. bre as diferen\u00e7as presentes nas falas, nos costumes e nas tradi\u00e7\u00f5es das regi\u00f5es. Com base nisso, responda: a) Como voc\u00ea definiria a \u201cera do r\u00e1dio\u201d no Brasil? Jus- Atividade 3: Avalie a pertin\u00ean- tifique. cia dos argumentos favor\u00e1veis ou a) Voc\u00ea acha que esse tipo de preconceito existe no contr\u00e1rios (ou ambos) utilizados Brasil? Por qu\u00ea? b) A Revista do R\u00e1dio, surgida em 1948, foi a pri- na justificativa dos alunos. Essa meira revista de fofocas sobre as hoje chamadas atividade visa trabalhar a CGEB7, b) Voc\u00ea j\u00e1 vivenciou ou presenciou algum exemplo de \u201ccelebridades\u201d. Ela serviu de modelo para as cente- CECHEF6 e a CEGEF3. preconceito regional? nas de revistas e at\u00e9 sites desse tipo, que surgiram nas \u00faltimas d\u00e9cadas e anos. O que voc\u00ea acha des- Atividade 4, item a: Avalie se c) \u00c9 poss\u00edvel combater os preconceitos regionais? se tipo de conte\u00fado? Compartilhe com os colegas os alunos compreendem o pre- De que forma? Compartilhe com os colegas. a sua opini\u00e3o. conceito regional como algo que deprecia e discrimina pessoas 5 Voc\u00ea sabia que o r\u00e1dio criou os primeiros \u00eddolos popu- c) Ao perceber a popularidade e a import\u00e2ncia da r\u00e1dio devido \u00e0 sua maneira de falar e lares nacionais? Foi nos anos 1930, 1940 e 1950, na como unifica\u00e7\u00e3o cultural do pa\u00eds, o governo federal na de outros tra\u00e7os culturais de seu chamada \u201cera do r\u00e1dio\u201d, quando havia concursos para chamada Era Vargas (1930-1946) logo procurou con- estado ou regi\u00e3o. \u00c9 importante o \u201crei\u201d e a \u201crainha\u201d do r\u00e1dio. Al\u00e9m disso, as radionove- trolar esse meio de comunica\u00e7\u00e3o. Ele estatizou a prin- ouvir o que pensam a respeito las e os programas musicais popularizaram em todo cipal r\u00e1dio da \u00e9poca, a Nacional, e criou o programa dessa quest\u00e3o no Brasil atual. o pa\u00eds pessoas como Carmem Miranda, Francisco Al- \u201cA Voz do Brasil\u201d, que passou a ser obrigat\u00f3rio para ves, Dalva de Oliveira e Orlando Silva. Leia um peque- todas as r\u00e1dios. Pol\u00edticos tamb\u00e9m passaram a se Atividade 4, itens b e c: Caso o no texto sobre esse tema e responda \u00e0s quest\u00f5es. apropriar de esta\u00e7\u00f5es de r\u00e1dio (e depois das de tele- aluno tenha sido alvo de tal pre- vis\u00e3o). conceito, ou tenha presenciado O Brasil j\u00e1 teve uma era do r\u00e1dio, sabia? [...] Os formatos essa situa\u00e7\u00e3o, discuta seu relato eram parecidos:musicais de in\u00fameros g\u00eaneros,novelas,no- Sobre isso, responda: no debate e motive os alunos a tici\u00e1rios,programas de humor,seriados de aventuras,trans- pensar formas de combater es- miss\u00f5es esportivas, hora certa, jingles deliciosos (jingles \u2022 Em sua opini\u00e3o, os meios de comunica\u00e7\u00e3o de se preconceito, mostrando em- eram os comerciais cantados). Durante 20 anos,o brasileiro patia e colocando-se no lugar do viveu ao p\u00e9 do r\u00e1dio, sua principal fonte de informa\u00e7\u00e3o e massa (r\u00e1dio e televis\u00e3o) exercem grande influ\u00ean- outro. Afirme a import\u00e2ncia do deleite. As vozes dos \u00eddolos penetravam em todas as casas cia sobre a opini\u00e3o das pessoas? respeito aos direitos humanos, de fam\u00edlia [...] e despertavam paix\u00f5es e iras,embora a poucas pois, ainda que todos sejam di- \u2022 Por que voc\u00ea acha que o governo escolheu o pe- ferentes entre si, \u201cTodas as pes- soas nascem livres e iguais em r\u00edodo entre as 19 horas e as 21 horas para divul- dignidade e direitos\u201d, conforme gar a sua vers\u00e3o dos acontecimentos? o Artigo 1o da Declara\u00e7\u00e3o Univer- sal dos Direitos Humanos. Essa 200 ATIVIDADES atividade desenvolve a CGEB 1 e 8, as CECHEF 1, 2 e 4. Atividade 5, item b: Resposta pessoal. Os alunos podem dizer que Atividade 5, item c: Esse hor\u00e1rio foi escolhido por ter maior audi\u00ean- se interessam e consomem esse tipo de conte\u00fado, ao acompanhar cia, pois, de modo geral, as pessoas j\u00e1 terminaram a jornada de traba- Atividade 5, item a: Espera-se not\u00edcias sobre atores, jogadores de futebol, etc. Ou, por exemplo, que lho e podem usufruir dos meios de comunica\u00e7\u00e3o em suas casas. \u00c9 o que os alunos entendam que da o conte\u00fado n\u00e3o \u00e9 relevante para eles, entre outros. chamado \u201chor\u00e1rio nobre\u201d da televis\u00e3o. Esses exerc\u00edcios sobre os meios mesma forma como a TV \u2013 ou de comunica\u00e7\u00e3o mobilizam a habilidade EF07GE01. at\u00e9 mesmo a internet \u2013 \u00e9 hoje o Atividade 5, item c: Resposta pessoal. Espera-se que os alunos meio de comunica\u00e7\u00e3o de maior percebam que os meios de comunica\u00e7\u00e3o s\u00e3o grandes formadores de prest\u00edgio e audi\u00eancia, dos anos opini\u00e3o, pois s\u00e3o fontes de informa\u00e7\u00e3o, not\u00edcias, ideias e costumes. 1930 aos anos 1950, quando esses recursos tecnol\u00f3gicos ainda n\u00e3o haviam sido desen- volvidos, o r\u00e1dio era o principal meio de comunica\u00e7\u00e3o de massa. Posteriormente, esse per\u00edodo de notabilidade do radialismo foi chamado de \u201cera do r\u00e1dio\u201d. 200 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Lendo a imagem Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 1 Neste cap\u00edtulo, voc\u00ea estudou a atual divis\u00e3o regional do IBGE. Mas nem sempre essa divis\u00e3o foi assim. Observe o Lendo a imagem mapa a seguir: Atividade 1, item a: A classifi- Brasil: divis\u00e3o regional (1970) 55\u00ba\u00a0O Portal de Mapas\/Arquivo da editora ca\u00e7\u00e3o das cinco regi\u00f5es perma- nece a mesma (Norte, Nordeste, Territ\u00f3rio de Territ\u00f3rio do Centro-Oeste, Sudeste e Sul). As Roraima Amap\u00e1 modifica\u00e7\u00f5es s\u00e3o: na atual divi- s\u00e3o do IBGE, o estado de Tocan- 0\u00ba Equador tins est\u00e1 na regi\u00e3o Norte \u2013 antes de sua cria\u00e7\u00e3o, a \u00e1rea que ele AM Territ\u00f3rio de ocupava no norte do estado de Fernando Goi\u00e1s pertencia \u00e0 regi\u00e3o Centro- AC de Noronha -Oeste. Parte do estado de Mato Territ\u00f3rio de Grosso originou o estado de Ma- PA MA CE RN to Grosso do Sul. Na divis\u00e3o de Rond\u00f4nia MT 1970, Amap\u00e1, Rond\u00f4nia e Ro- PI PB raima eram territ\u00f3rios; na divi- OCEANO PR PE s\u00e3o atual, s\u00e3o estados; o estado PAC\u00cdFICO da Guanabara ainda existia (em AL 1975, transformou-se no muni- GO SE c\u00edpio do Rio de Janeiro). BA Atividade 1, item b: Explicite que a exist\u00eancia de uma maior DF similitude entre popula\u00e7\u00e3o e pai- OCEANO sagens naturais do norte de Goi\u00e1s com a regi\u00e3o Norte contribuiu ATL\u00c2NTICO para a cria\u00e7\u00e3o e a inclus\u00e3o do Tocantins na atual regi\u00e3o Norte MG Tr\u00f3pico de Capric\u00f3rnio do IBGE, e que os maiores la\u00e7os ES econ\u00f4micos do Mato Grosso do Sul com S\u00e3o Paulo explicam a SP RJ cria\u00e7\u00e3o do primeiro entre 1977 GB e 1979; o contexto pol\u00edtico in- ternacional, que definiu a cria- Regi\u00e3o Norte SC N \u00e7\u00e3o de territ\u00f3rios nacionais nas Regi\u00e3o Nordeste RS fronteiras durante a Segunda Regi\u00e3o Sudeste Guerra Mundial (1939-1945) por Regi\u00e3o Sul OL raz\u00f5es de seguran\u00e7a nacional, Regi\u00e3o Centro-Oeste havia mudado, de maneira que 0 430 860 km n\u00e3o se justificava mais a admi- nistra\u00e7\u00e3o de Amap\u00e1, Rond\u00f4nia S e Roraima pelo governo federal. Fonte: elaborado com base em: CAMPOS, Fl\u00e1vio; DOLHNIKOFF, Miriam. Atlas Hist\u2014ria do Brasil. S\u00e3o Paulo: Scipione, 2011. Compare o mapa acima com o mapa Brasil: divis\u00e3o regional segundo o IBGE, da p\u00e1gina 186, e responda: a) O que permanece igual nos dois mapas? O que mudou? b) Por que voc\u00ea acha que essas mudan\u00e7as ocorreram? 2 Observe a tira abaixo e responda as quest\u00f5es: Quino\/Fotoarena a) Qual \u00e9 a ironia que a tira apresenta? b) Quais recursos uma pessoa que pretende compreender melhor o mundo deve consultar? Justifique sua resposta. ATIVIDADES 201 Atividade 2, item a: Caso os alunos n\u00e3o compreendam a ironia, aju- Pergunte aos alunos sobre informa\u00e7\u00f5es falsas (fake news) ou de-os na leitura, esclarecendo que a tirinha remete \u00e0 ideia de que o sensacionalistas \u00e0s quais j\u00e1 tiveram acesso. Ressalte que a busca que \u00e9 veiculado nos meios de comunica\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 um conte\u00fado p\u00fabli- por compreender melhor nossa realidade se d\u00e1 por meio da leitura, do co, de que os acontecimentos veiculados na m\u00eddia s\u00e3o filtrados, mos- estudo, e do acesso a diversos conhecimentos, por meio de di\u00e1logos trando apenas parte dos acontecimentos e vis\u00f5es parciais de mundo. com as pessoas, e pelos meios de comunica\u00e7\u00e3o (TV, r\u00e1dio, internet). Atividade 2, item b: O aluno pode mencionar a internet, os jornais, entre outras formas de m\u00eddia. Caso isso aconte\u00e7a, \u00e9 importante dizer que todas as formas de m\u00eddia e as informa\u00e7\u00f5es que elas fornecem devem ser analisadas com olhar cr\u00edtico. 201MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 9","Habilidades CAP\u00cdTULO Nordeste trabalhadas neste cap\u00edtulo 10 EF07GE01 EF07GE07 Rubens Chaves\/Pulsar Imagens Para come\u00e7ar EF07GE02 EF07GE08 Vista do polo industrial no munic\u00edpio de Cama\u00e7ari (BA), em 2017. 1. Como ocorre em todo o Brasil, a regi\u00e3o EF07GE03 EF07GE09 Voc\u00ea provavelmente sabe que o Nordeste brasileiro tem belas praias e lugares Nordeste tamb\u00e9m \u00e9 apraz\u00edveis. Voc\u00ea j\u00e1 deve ter ouvido falar das secas nessa regi\u00e3o, fen\u00f4meno muito uma \u00e1rea com EF07GE06 EF07GE11 explorado pela literatura, em romances, e pela m\u00eddia, em filmes, can\u00e7\u00f5es ou notici- grandes contrastes. \u00e1rios. Muitas vezes, as imagens transmitidas pelos meios de comunica\u00e7\u00e3o s\u00e3o exa- Voc\u00ea j\u00e1 ouviu falar Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas geradas e originam mitos ou explica\u00e7\u00f5es equivocadas. sobre algum contraste dessa Para come\u00e7ar Neste cap\u00edtulo, voc\u00ea vai conhecer n\u00e3o apenas o Nordeste onde ocorrem as secas, regi\u00e3o? mas tamb\u00e9m a regi\u00e3o moderna, que possui entre suas paisagens metr\u00f3poles e cidades Esclare\u00e7a aos alunos que com \u00e1reas industriais, com\u00e9rcio intenso, esta\u00e7\u00f5es de metr\u00f4 e agricultura de ponta. 2.Voc\u00ea conhece \u00e1reas o conte\u00fado deste cap\u00edtulo se- modernas no atual r\u00e1 tratado de acordo com a re- 202 UNIDADE 4 \u00a5 Brasil: diversidades regionais Nordeste brasileiro, gionaliza\u00e7\u00e3o dos \u201ccomplexos como mostra a foto geoecon\u00f4micos\u201d, iniciando pelo desta p\u00e1gina? Cite Nordeste, que apresenta diferen- pelo menos tr\u00eas. \u00e7as em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 regi\u00e3o Nordeste definida pelo IBGE. Atividade 1: Espera-se que o aluno perceba que a regi\u00e3o Nor- deste foi apontada historicamen- te como uma \u00e1rea afetada pela seca e pela extrema pobreza. No entanto, essa regi\u00e3o vem mu- dando. Hoje apresenta uma \u00e1rea industrial moderna, al\u00e9m do de- senvolvimento da agricultura por irriga\u00e7\u00e3o. Oriente-os a pesquisar em jornais, revistas e na internet argumentos que reforcem esses contrastes. Atividade 2: Oriente os alunos a procurar as informa\u00e7\u00f5es soli- citadas na internet, em jornais ou revistas. Nessa perspectiva, eles poder\u00e3o perceber como os principais ve\u00edculos de comunica- \u00e7\u00e3o retratam a regi\u00e3o Nordeste, destacando especialmente como se referem \u00e0s paisagens, \u00e0 eco- nomia, etc. Dessa forma, mobili- za-se a habilidade EF07GE01. O aluno poder\u00e1 citar, por exemplo, a moderna agricultura de gr\u00e3os, como a soja, no oeste da Bahia; a associa\u00e7\u00e3o da irriga\u00e7\u00e3o com a agroind\u00fastria, a exemplo da vinicultura em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE); o polo t\u00eaxtil e de confec\u00e7\u00f5es em Fortaleza e no interior do Cear\u00e1. Esses exerc\u00edcios tamb\u00e9m po- dem ser utilizados para constatar os conhecimentos pr\u00e9vios dos alunos sobre as tem\u00e1ticas que ser\u00e3o desenvolvidas no decorrer do cap\u00edtulo. Para aprofundar TEIXEIRA, Carlos S.; SOUZA, Jess\u00e9. O Nordeste em transforma\u2022\u2039o. Rio de Janeiro: Editora Bicicleta, 2018. Esse livro traz uma an\u00e1lise das mudan\u00e7as e do crescimento vividos pelo Nordeste contempor\u00e2neo, abordando a quest\u00e3o da vida social pelo vi\u00e9s sociol\u00f3gico e, tamb\u00e9m, um outro olhar sobre as alternativas para a reorganiza\u00e7\u00e3o da economia e da educa\u00e7\u00e3o no \u00e2mbito pol\u00edtico, desconstruindo os estere\u00f3tipos a respeito da regi\u00e3o e sua popula\u00e7\u00e3o. 202 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","1 Breve hist\u2014rico Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas O Nordeste do Brasil \u00e9 a regi\u00e3o brasi- Nereu Jr.\/Pulsar Imagens A proposta desta p\u00e1gina mo- leira onde mais se percebem os tra\u00e7os da biliza as habilidades EF07GE02, coloniza\u00e7\u00e3o. Foi a primeira \u00e1rea de povoa- Fachada da Igreja Madre de EF07GE06, EF07GE07, mento europeu e, durante tr\u00eas s\u00e9culos, Deus, em Recife (PE), EF07GE08. aproximadamente, a principal regi\u00e3o eco- constru\u00edda no per\u00edodo do n\u00f4mica do Brasil colonial. Em algumas Brasil colonial. Foto de 2017. Oriente os alunos a ler o texto capitais nordestinas, como Salvador (BA), e a observar as fotografias. Uti- Recife (PE) e S\u00e3o Lu\u00eds (MA), ainda existem lize este conte\u00fado para conso- igrejas e sobrados constru\u00eddos naquela lidar conhecimentos pr\u00e9vios a \u00e9poca. Ao longo de todo o per\u00edodo colonial respeito da hist\u00f3ria do Nordeste (meados do s\u00e9culo XVI at\u00e9 o in\u00edcio do s\u00e9- brasileiro. Comente que a coloni- culo XIX), essas cidades foram mais rele- za\u00e7\u00e3o se deu inicialmente pela vantes do que outras, como S\u00e3o Paulo (SP), ocupa\u00e7\u00e3o e pelo povoamento das Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Porto \u00e1reas litor\u00e2neas da regi\u00e3o, onde Alegre (RS). as condi\u00e7\u00f5es naturais eram mais favor\u00e1veis: relevo plano, clima A coloniza\u00e7\u00e3o do Nordeste teve como base, principalmente, a cana-de-a\u00e7\u00facar, tropical \u00famido, solo que permi- que era cultivada em grandes propriedades monocultoras e com a utiliza\u00e7\u00e3o do tra- tiu a cultura da cana-de-a\u00e7\u00facar balho dos africanos que foram escravizados. Al\u00e9m da cana, foram explorados outros e litoral recortado que facilita a produtos, como o algod\u00e3o, especialmente no Maranh\u00e3o, e a pecu\u00e1ria no Sert\u00e3o nor- navega\u00e7\u00e3o de cabotagem entre destino. At\u00e9 hoje, encontram-se canaviais nos melhores solos nordestinos, desde o as vilas que se formaram. Rio Grande do Norte at\u00e9 o norte da Bahia. Explique que a pecu\u00e1ria inicial- A ocupa\u00e7\u00e3o colonial, voltada exclusivamente para o enriquecimento de Portugal, mente se desenvolveu pr\u00f3ximo deixou no Nordeste caracter\u00edsticas marcantes, como a pouca vegeta\u00e7\u00e3o original \u2013 a aos engenhos de cana-de-a\u00e7\u00fa- mata Atl\u00e2ntica \u2013 que existia na faixa litor\u00e2nea. Desde o s\u00e9culo XVI, grande parte des- car. Por\u00e9m, ao longo do tempo, foi se bioma foi destru\u00eddo. adentrando e ocupando o Agres- te e o Sert\u00e3o. Os rebanhos de A ideia que temos do Nordeste como uma grande regi\u00e3o homog\u00eanea do espa\u00e7o bovinos e muares eram utiliza- brasileiro \u00e9 recente: data do final do s\u00e9culo XIX e in\u00edcio do s\u00e9culo XX. Nos per\u00edodos dos na alimenta\u00e7\u00e3o, na produ- anteriores havia v\u00e1rios \u201cNordestes\u201d, \u00e1reas muito diferentes e com economias regionais \u00e7\u00e3o de utens\u00edlios de couro, no relativamente isoladas umas das outras: a regi\u00e3o a\u00e7ucareira da Zona da Mata, centra- transporte e na tra\u00e7\u00e3o animal lizada em Recife e Olinda; o Sert\u00e3o pecu\u00e1rio, servindo de complemento da Zona da nos engenhos. Essa interioriza- Mata; a regi\u00e3o do Maranh\u00e3o e arredores, onde durante muito tempo houve uma ad- \u00e7\u00e3o, promovida pelos vaqueiros, ministra\u00e7\u00e3o colonial diferente; e a \u00e1rea hoje correspondente aos estados do Cear\u00e1 e iniciou margeando o rio S\u00e3o Fran- do Piau\u00ed, que, por s\u00e9culos, manteve pouca liga\u00e7\u00e3o com o restante da regi\u00e3o. cisco e espalhou-se para \u00e1reas ao norte e ao centro-sul. Com o processo de integra\u00e7\u00e3o nacional, ocorrido em decorr\u00eancia da industrializa- \u00e7\u00e3o do pa\u00eds concentrada em S\u00e3o Paulo, o Nordeste come\u00e7ou a ser visto como uma Se julgar pertinente, converse grande regi\u00e3o com tra\u00e7os comuns entre seus estados. Os recursos gerados pelo caf\u00e9 sobre a relev\u00e2ncia do cultivo de e principalmente pela ind\u00fastria no s\u00e9culo XX permitiram a constru\u00e7\u00e3o de uma rede de tabaco na Zona da Mata, uma vez transportes \u2013 sobretudo rodovias \u2013 que efetivamente integraram o territ\u00f3rio nacional, que esse produto era largamente que antes era constitu\u00eddo por \u00e1reas ou regi\u00f5es que, muitas vezes, tinham maior con- empregado no com\u00e9rcio de es- tato com o exterior do que com o restante do pa\u00eds. cravos com a \u00c1frica durante os s\u00e9culos XVI e XIX como forma de Entretanto, a industrializa\u00e7\u00e3o do Brasil, concentrada no Centro-Sul, coincidiu com pagamento. \u00c9 interessante que o a decad\u00eancia econ\u00f4mica das \u00e1reas canavieira e algodoeira nordestinas, fato que ori- aluno perceba que havia l\u00edderes ginou um fluxo emigrat\u00f3rio da regi\u00e3o. O Nordeste, ent\u00e3o, se tornou fornecedor de m\u00e3o africanos que participavam do de obra para as demais regi\u00f5es. processo de captura de negros para serem vendidos como es- Nordeste \u2022 CAP\u00cdTULO 10 203 cravos para as Am\u00e9ricas. Para aprofundar Comente que, devido \u00e0 impor- t\u00e2ncia da cultura canavieira e al- ANDRADE, Manuel Correia de. A terra e o homem no Nordeste. 6. ed. godoeira, entre os s\u00e9culos XVI e S\u00e3o Paulo: Editora Atlas, 1986. p. 304. XVIII, a maior parte da popula\u00e7\u00e3o se concentrava na regi\u00e3o Nordes- Nesse livro, o autor caracteriza e analisa a Zona da Mata, o te. No entanto, com o ciclo do ou- Agreste e o Sert\u00e3o do Nordeste, esmiu\u00e7ando a economia agr\u00e1ria ro e a economia cafeeira, a partir dessas \u00e1reas e as rela\u00e7\u00f5es de trabalho. Destaca ainda as conse- do s\u00e9culo XIX, o centro do dina- qu\u00eancias sociais, relacionando-as com as formas de ocupa\u00e7\u00e3o da mismo econ\u00f4mico passou para terra, evidenciando a necessidade de promover a reforma agr\u00e1ria. a regi\u00e3o Sudeste, sendo refor\u00e7a- do pela industrializa\u00e7\u00e3o no in\u00edcio do s\u00e9culo XX. Nesse momento, o Nordeste passou a ser uma \u00e1rea de emigra\u00e7\u00e3o, presenciando a di- minui\u00e7\u00e3o de sua popula\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o ao Centro-Sul. 203MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas As migra\u00e7\u00f5es nordestinas Comente com os alunos que Como vimos no cap\u00edtulo 3, no Brasil, as Arquivo\/Ag\u00eancia Estado a emigra\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o do migra\u00e7\u00f5es internas mais importantes foram as Nordeste para outras regi\u00f5es do Nordeste para o Centro-Sul do pa\u00eds. Nos Migrantes nordestinos rumo do pa\u00eds teve in\u00edcio ainda no s\u00e9- anos 1950 e 1960, a industrializa\u00e7\u00e3o e a me- a S\u00e3o Paulo (SP), em 1960. culo XIX, com o ciclo da borracha lhoria nos meios de transporte intensificaram A carroceria do caminh\u00e3o, na Amaz\u00f4nia. \u00c9 importante que esse processo migrat\u00f3rio, principalmente para conhecido como eles identifiquem os principais S\u00e3o Paulo, que era vista como \\\"uma terra de pau-de-arara, foi adaptada motivos das migra\u00e7\u00f5es nordes- oportunidades\\\". para transportar tinas \u00e0 regi\u00e3o Sudeste at\u00e9 a d\u00e9- passageiros. Atualmente, cada de 1980. O tema mobiliza A partir da d\u00e9cada de 1980, as migra\u00e7\u00f5es esse tipo de transporte \u00e9 a habilidade EF07GE02. para S\u00e3o Paulo, Rio de Janeiro e para o Sul do considerado irregular, por pa\u00eds, diminu\u00edram. Dessa d\u00e9cada em diante, n\u00e3o oferecer condi\u00e7\u00f5es Explique que a diminui\u00e7\u00e3o do houve migra\u00e7\u00e3o de nordestinos para a \u00e1rea m\u00ednimas de seguran\u00e7a para fluxo migrat\u00f3rio tamb\u00e9m tem ori- central do pa\u00eds, especialmente para Goi\u00e1s, onde os passageiros. gem no fato de a regi\u00e3o Sudes- foi constru\u00edda a cidade de Bras\u00edlia. te n\u00e3o prover, em muitos casos, boas condi\u00e7\u00f5es de vida e oportu- A migra\u00e7\u00e3o nordestina para as regi\u00f5es Sul e Sudeste do pa\u00eds diminuiu bastan- nidades. Apesar do crescimento te em fun\u00e7\u00e3o do crescimento econ\u00f4mico (e oferta de empregos) em outras regi\u00f5es econ\u00f4mico recente, quest\u00f5es de do Brasil, especialmente no Centro-Oeste, no Norte e tamb\u00e9m no Nordeste. Os infraestrutura, educa\u00e7\u00e3o e sa\u00fade problemas ocasionados pelo aumento do desemprego nas grandes cidades do no Nordeste continuam prec\u00e1rias Centro-Sul, principalmente no Rio de Janeiro e em S\u00e3o Paulo, e a elevada concen- para boa parte da popula\u00e7\u00e3o. tra\u00e7\u00e3o populacional nessas cidades tamb\u00e9m contribu\u00edram para a diminui\u00e7\u00e3o da migra\u00e7\u00e3o de trabalhadores do Nordeste para o Centro-Sul. O processo atual de Texto e a\u00e7\u00e3o migra\u00e7\u00e3o \u00e9 \u201cpolinucleado\u201d, ou seja, para diferentes polos. Ocorre tamb\u00e9m uma \u201cmigra\u00e7\u00e3o de retorno\u201d, ou seja, de nordestinos retornando \u00e0 sua regi\u00e3o em virtude Atividade: Espera-se que os do crescimento econ\u00f4mico e maior gera\u00e7\u00e3o de empregos no Nordeste. alunos respondam que sim, pois o \u00eaxodo diminuiu de modo signi- Motivo das migra\u00e7\u00f5es ficativo ap\u00f3s a d\u00e9cada de 1990, quando houve melhora nas con- Muitas pessoas atribuem a sa\u00edda de nordestinos para outras regi\u00f5es do Brasil di\u00e7\u00f5es econ\u00f4micas. Chame a ao problema da seca. Mas, na realidade, essa nunca foi a principal causa da sa\u00edda da aten\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m para o fato de popula\u00e7\u00e3o dessa regi\u00e3o. Pesquisas realizadas com pessoas que migraram dos es- que os momentos retratados tados do Nordeste para morar no Centro-Sul do pa\u00eds revelaram que a maioria delas pela Hist\u00f3ria ocorrem em um vieram da Zona da Mata, \u00e1rea litor\u00e2nea onde n\u00e3o ocorrem secas. determinado espa\u00e7o geogr\u00e1fico, produzido pelos grupos sociais O principal motivo dessas migra\u00e7\u00f5es quase sempre foi a busca de melhores existentes ali. Nesse sentido, po- condi\u00e7\u00f5es de vida. O desemprego na regi\u00e3o se devia \u00e0 estrutura fundi\u00e1ria na qual h\u00e1 de ser interessante reconhecer grande concentra\u00e7\u00e3o das terras rurais e falta de apoio \u00e0 pequena produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola. os grupos sociais presentes nos \u00c9 por isso que, a partir dos anos 1990, com uma relativa melhora nas condi\u00e7\u00f5es s\u00e9culos XVI a XVIII, per\u00edodo em econ\u00f4micas do Nordeste, esse \u00eaxodo diminuiu sensivelmente. que se consolidou a estrutura fundi\u00e1ria da regi\u00e3o. \u00c9 importan- Texto e a\u00e7\u00e3o te a participa\u00e7\u00e3o do professor de Hist\u00f3ria para contextualizar o per\u00edodo de maneira mais ampla. \u00a5 Converse com os colegas: Se a estrutura fundi\u00e1ria no Nordeste n\u00e3o fosse t\u00e3o concentrada e se houvesse um apoio governamental \u00e0 pequena produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola na regi\u00e3o, o \u00eaxodo de nordestinos para o Centro-Sul teria ocorrido com a mesma intensidade? Justifique. Resposta pessoal. 204 UNIDADE 4 \u2022 Brasil: diversidades regionais 204 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","2 Meio f\u00edsico Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas O relevo do Nordeste \u00e9 marcado pela exist\u00eancia de dois antigos e extensos planal- Minha biblioteca Leia os tr\u00eas primeiros par\u00e1- tos \u2013 o planalto Nordestino e o planalto da Borborema \u2013, al\u00e9m de algumas \u00e1reas altas grafos com os alunos e oriente a e planas que formam as chapadas Diamantina e do Araripe. Entre essas regi\u00f5es, encon- Guia da mochila \u2013 abserva\u00e7\u00e3o do mapa, de modo a tram-se depress\u00f5es onde est\u00e1 localizado o Sert\u00e3o, de clima semi\u00e1rido. Nordeste, de Maria do mobilizar a habilidade EF07GE09. Carmo Vaz de Melo. Retome o conte\u00fado estudado O clima regional em geral \u00e9 quente e apresenta temperaturas elevadas, cuja Belo Horizonte: nos cap\u00edtulos 7 e 8. Se conside- m\u00e9dia anual varia de 20 \u00b0C a 28 \u00b0C. Nas \u00e1reas situadas acima de 200 metros e no Dimens\u00e3o, 2006. rar pertinente, ressalte que as litoral oriental, as temperaturas variam de 24 \u00b0C a 26 \u00b0C. As m\u00e9dias anuais inferiores m\u00e9dias representam um c\u00e1lculo a 20 \u00b0C concentram-se nas \u00e1reas mais elevadas da chapada Diamantina e no pla- Motociclistas combinam aritm\u00e9tico, portanto, ao longo do nalto da Borborema. de se encontrar na ano podem apresentar tempera- cidade de Natal para turas menores e maiores do que No Nordeste, podem ser encontrados os climas tropical \u00famido \u2013 do litoral da Bahia viajar pelo Nordeste. as indicadas no livro. Questione ao litoral do Rio Grande do Norte \u2013 e semi\u00e1rido \u2013 presente no Sert\u00e3o, incluindo o norte Durante a viagem, os alunos sobre as massas de de Minas Gerais. O \u00edndice de precipita\u00e7\u00e3o anual varia de 300 mil\u00edmetros (no Sert\u00e3o) at\u00e9 retratam-se paisagens ar que atuam na regi\u00e3o como cerca de 2 mil mil\u00edmetros (no litoral). do Sert\u00e3o, do Agreste forma de verificar se o conhe- e do litoral nordestino. cimento foi consolidado, e pe\u00e7a Enquanto no Sert\u00e3o interiorano ocorrem per\u00edodos de secas, em outras \u00e1reas, es- a eles que as relacionem com o pecialmente no litoral, chuvas abundantes podem ocasionar inunda\u00e7\u00f5es. regime de chuvas das diferentes \u00e1reas do Nordeste. Hidrografia Em seguida fa\u00e7a a leitura do A hidrografia do Nordeste \u00e9 a menos rica do Brasil, tanto em \u00e1guas superficiais (rios restante do texto, observando e lagos) quanto em \u00e1guas subterr\u00e2neas. Entretanto, em compara\u00e7\u00e3o com as demais a localiza\u00e7\u00e3o e capilaridade das regi\u00f5es do Brasil, existem a\u00ed len\u00e7\u00f3is subterr\u00e2neos de \u00e1gua e algumas bacias ou regi\u00f5es bacias hidrogr\u00e1ficas. Aponte pa- hidrogr\u00e1ficas importantes, como a do S\u00e3o Francisco e a do Parna\u00edba. Observe o mapa. ra a localiza\u00e7\u00e3o aproximada dos aqu\u00edferos da Bacia Tucana, da Chapada do Araripe, do Urucaia e do Irec\u00ea. Principais aqu\u00edferos Aqu\u00edfero, como vimos no cap\u00edtulo 8, \u00e9 uma importante reserva de \u00e1gua subterr\u00e2- nea. No Nordeste, os principais aqu\u00edferos conheci- Nordeste: relevo e hidrografia dos s\u00e3o: N 40\u00ba O Portal de Mapas\/Arquivo da editora \u2022 o da bacia Tucana (Tucano-Jatob\u00e1), na fron- O L PLCAONS\u00cdTE IRACIE OCEANO Arq. de Fernando teira da Bahia com Pernambuco; S 1R io Parna\u00edba gua ATL\u00c2NTICO de Noronha \u2022 o da chapada do Araripe, entre Cear\u00e1, Per- 2 e Atol das Rocas nambuco e Piau\u00ed; BPLOARNBAOLRTEOMDAA rib 5\u00ba\u00a0S Rio Ja 3 \u2022 o da chapada do Urucuia, na fronteira da PLANALTO NORDESTINO Bahia com Minas Gerais; Espig\u00e3o Mestre Chapada Diama ntina Rio S\u00e3o Francisco Altitudes (em metros) \u2022 o da chapada do Irec\u00ea, na Bahia. O uso da \u00e1gua subterr\u00e2nea por meio de po\u00e7os 4 Mais de 800 A 200 a 800 PLAN\u00cdCIE COSTEIR artesianos \u00e9 important\u00edssimo no Nordeste. Cidades 5 100 a 200 inteiras, como Macei\u00f3 e Natal, s\u00e3o abastecidas des- Rio de Con t as 0 a 100 sa forma. No Piau\u00ed e no Maranh\u00e3o, o percentual de APTLLA\u00c2NNATILCTOO Limite do Nordeste Limite das bacias hidrogr\u00e1ficas 1 Bacias do Nordeste Ocidental aproveitamento de \u00e1gua subterr\u00e2nea ultrapassa os Arq. dos 2 Bacia do Parna\u00edba Abrolhos 3 Bacias do Nordeste Oriental 80%. O seu uso na agricultura, na irriga\u00e7\u00e3o dos culti- 4 Bacia do S\u00e3o Francisco 0 260 520 km 5 Bacias do Atl\u00e2ntico Leste vos, h\u00e1 tempos \u00e9 significativo e vem se expandindo cada vez mais em diversas \u00e1reas da regi\u00e3o, com Fontes: elaborado com base em IBGE. Atlas nacional do Brasil. Rio de Janeiro, destaque para Rio Grande do Norte, Piau\u00ed, Pernam- 2000; BRASIL. Minist\u00e9rio do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos H\u00eddricos, buco e Bahia. 2007. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/arquivos.ana.gov.br\/institucional\/spr\/conjuntura\/ ANA_Conjuntura_Recursos_Hidricos_Brasil\/ANA_Conjuntura_Recursos_ Hidricos_Brasil_2013_Final.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2018. Nordeste \u2022 CAP\u00eaTULO 10 205 205MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Bacia hidrogr\u00e1fica do S\u00e3o Francisco Oriente a leitura do texto e, se \u00c9 constitu\u00edda pelo rio S\u00e3o Francisco (rio principal) e um grande n\u00famero de afluen- julgar necess\u00e1rio, esclare\u00e7a que tes e subafluentes, muitos deles tempor\u00e1rios. Essa bacia compreende 8% do territ\u00f3rio o rio S\u00e3o Francisco nasce na ser- brasileiro e mais de 40% da \u00e1rea total do Nordeste. Al\u00e9m da produ\u00e7\u00e3o de energia el\u00e9- ra da Canastra (MG), passa por trica realizada pelas hidrel\u00e9tricas de Tr\u00eas Marias, Sobradinho, Paulo Afonso e Xing\u00f3, diversos estados nordestinos e nessa bacia s\u00e3o praticadas atividades de pesca e navega\u00e7\u00e3o. des\u00e1gua no oceano Atl\u00e2ntico. Ao longo do seu percurso passa A bacia \u00e9 fundamental para a agricultura irrigada nas suas margens, e parte das pelos biomas da Mata Atl\u00e2ntica, \u00e1guas do rio S\u00e3o Francisco est\u00e1 sendo desviada para abastecer \u00e1reas carentes no Cerrado e Caatinga, mantendo- Sert\u00e3o situadas ao norte desse rio. \u00c9 a chamada transposi\u00e7\u00e3o das \u00e1guas do S\u00e3o Fran- -se perene. Dessa forma, pre- cisco, um projeto de 700 quil\u00f4metros de canais de concreto conduzido pelo governo tende-se tangenciar a habilidade federal desde o final dos anos 1990 e que em 2017 iniciou suas opera\u00e7\u00f5es. O projeto EF07GE11. da transposi\u00e7\u00e3o \u00e9 composto de dois eixos principais, o norte e o leste, conforme mos- tra o mapa a seguir. O projeto atual prev\u00ea o desvio de 1% a 3% das \u00e1guas do rio S\u00e3o Transposi\u00e7\u00e3o do rio S\u00e3o Francisco N Portal de Mapas\/Arquivo da editora Francisco para os rios e a\u00e7udes OL intermitentes por meio dos dois 40\u00ba O eixos. Mostre no mapa (mobili- S zando a habilidade EF07GE09) Jaguaribe OCEANO que o Eixo Norte captar\u00e1 as \u00e1guas ATL\u00c2NTICO em Cabrob\u00f3 (PE) para lev\u00e1-las ao Rio sert\u00e3o de Pernambuco, Para\u00edba, odi Cear\u00e1 e Rio Grande do Norte. J\u00e1 A\u00e7ude Rio Ap RN o Eixo Leste captar\u00e1 as \u00e1guas Castanh\u00e3o em Floresta (PE) para abaste- cer outras \u00e1reas de Pernambuco e da Para\u00edba. CE Piranhas Rio EIXO algado Campina PB PI NORTE Rio S EIXO Grande Para\u00edba LESTE A\u00e7ude Rio Boqueir\u00e3o 8\u00ba S Monteiro Rio Cara\u00edb Cabrob\u00f3 Floresta PE Rios receptores as Po\u00e7o Influ\u00eancia direta da Cruz In\u00eau\u00eancia indireta ncisco A\u00e7udes Rio S\u00e3o Fra AL Capta\u00e7\u00e3o BA Cidade 0 60 120 km Mundo virtual Fonte: elaborado com base em Folha de S.Paulo, 11 mar. 2018. Dispon\u00edvel em: <www1.folha.uol.com.br\/cotidiano\/2018\/03\/ Minist\u00e9rio da Integra\u00e7\u00e3o apos-1-ano-transposicao-do-sao-francisco-ja-retira-1-milhao-do-colapso.shtml>. Acesso em: 20 jun. 2018. Nacional. Dispon\u00edvel em: <www. \u00c9 um projeto pol\u00eamico que divide a opini\u00e3o de cientistas, engenheiros, pol\u00edticos e integracao.gov.br>. da pr\u00f3pria popula\u00e7\u00e3o. Para os cr\u00edticos do projeto, ele pode representar uma cat\u00e1strofe, Acesso em: 3 jun. 2018. pois vai diminuir a j\u00e1 carente vaz\u00e3o do rio, prejudicando as popula\u00e7\u00f5es ribeirinhas. Para os defensores, o projeto vai beneficiar muita gente nas \u00e1reas que v\u00e3o receber essas O site apresenta \u00e1guas. Como em praticamente toda grande obra, haver\u00e1 impactos ambientais e sociais informa\u00e7\u00f5es sobre positivos e negativos. A quest\u00e3o \u00e9: quem vai ganhar e quem vai perder com essa programas de transposi\u00e7\u00e3o? Os que v\u00e3o ganhar s\u00e3o maioria ou minoria em rela\u00e7\u00e3o aos que ser\u00e3o desenvolvimento regional prejudicados? e nacional, obras contra a seca e de infraestrutura h\u00eddrica. 206 UNIDADE 4 \u2022 Brasil: diversidades regionais Texto complementar Sobre os impactos positivos, segundo o Relat\u00f3rio de Impacto Ambiental (Rima), \u00e9 ciocomunit\u00e1rias durante a fase de obra. Sobre impactos sociais \u00e9 interessante ressaltar poss\u00edvel citar aumento da oferta e da garantia h\u00eddrica; gera\u00e7\u00e3o de empregos e renda que muitas fam\u00edlias rurais e, aproximadamente, de 33 tribos ind\u00edgenas, sobretudo das durante a implanta\u00e7\u00e3o, dinamiza\u00e7\u00e3o da economia regional; aumento da oferta de \u00e1gua etnias Truk\u00e1 e Pipip\u00e3, precisaram deixar suas terras. Cerca de 8 mil \u00edndios ser\u00e3o impac- para abastecimento urbano, abastecimento de \u00e1gua das popula\u00e7\u00f5es rurais. Sobre os tados diretamente pela transposi\u00e7\u00e3o. Para agravar a problem\u00e1tica, \u00e9 preciso ressaltar aspectos negativos apresentados no documento \u00e9 poss\u00edvel destacar perda tempor\u00e1ria tamb\u00e9m o aspecto econ\u00f4mico, uma vez que a obra \u00e9 extremamente onerosa, chegando de empregos e renda por efeito das desapropria\u00e7\u00f5es, modifica\u00e7\u00e3o da composi\u00e7\u00e3o das ao ponto de ser contra produtiva energeticamente. Para esta obra foram destinados comunidades biol\u00f3gicas aqu\u00e1ticas nativas das bacias receptoras, risco de redu\u00e7\u00e3o da R$ 8,5 bilh\u00f5es, e esse investimento certamente ser\u00e1 refletido na conta final do consumidor. biodiversidade das comunidades, biol\u00f3gicas aqu\u00e1ticas nativas nas bacias receptoras, SECRETARIA DE COMUNICA\u00c7\u00c3O SOCIAL\/CEFET-MG. Olhares sobre a transposi\u00e7\u00e3o do rio introdu\u00e7\u00e3o de tens\u00f5es e riscos sociais durante a fase de obra, ruptura de rela\u00e7\u00f5es so- S\u00e3o Francisco; pontos positivos e negativos da obra. 3 abr. 2017. Dispon\u00edvel em: <www.cefetmg. br\/noticias\/arquivos\/2017\/04\/noticia002.html>. Acesso em: 26 set. 2018. 206 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","Bacia do Parna\u00edba Delfim Martins\/Pulsar Imagens Texto e a\u00e7\u00e3o Atividade 1, item a: Alguns es- Formada pelo rio Parna\u00edba e afluentes, essa bacia abrange quase 4% do territ\u00f3rio tudiosos atribuem a forma\u00e7\u00e3o do brasileiro e 21,5% da \u00e1rea territorial do Nor- planalto da Borborema ao clima, deste, ocupando boa parte dos estados do isto \u00e9, as intemp\u00e9ries durante mi- Maranh\u00e3o e do Piau\u00ed e uma pequena parte lhares de anos teriam formado do Cear\u00e1. O maior adensamento humano suas terras altas. Outros consi- nessa bacia fica na cidade de Teresina, capi- deram que, quando a Am\u00e9rica tal do Piau\u00ed, onde o Parna\u00edba recebe as \u00e1guas do Sul e a \u00c1frica se separaram e do rio Poti. surgiu o oceano Atl\u00e2ntico, ocor- reu um estiramento na crosta Outras bacias Rio Poti em trecho no terrestre em algumas \u00e1reas do munic\u00edpio de Teresina (PI), atual Nordeste. Tal estiramento As regi\u00f5es hidrogr\u00e1ficas do Nordeste em 2015. permitiu a forma\u00e7\u00e3o do planalto Ocidental, do Nordeste Oriental e do Atl\u00e2n- da Borborema. tico Leste abrangem conjuntos de bacias formadas por v\u00e1rios rios: Pindar\u00e9, Itapicuru, Jaguaribe, Capibaribe, Jequitinhonha, Doce, Atividade 1, item b: Cidades Para\u00edba do Sul e outros. Todos t\u00eam import\u00e2ncia para o abastecimento urbano de al- importantes resultaram da ocu- gumas cidades e principalmente para a agricultura e pecu\u00e1ria. Contudo, muitos desses pa\u00e7\u00e3o humana no planalto da rios s\u00e3o tempor\u00e1rios ou intermitentes. Borborema, especialmente Cam- pina Grande (PB) e Caruaru (PE). Texto e a\u00e7\u00e3o Atividade 1, item c: Resposta 1 A respeito das rela\u00e7\u00f5es entre o clima e o relevo do Nordeste, leia o texto abaixo: pessoal. Cabe destacar que o geo- f\u00edsico realiza pesquisas cient\u00edfi- Alguns estudos atribuem as origens do planalto ou serra da Borborema aos efeitos do clima. Ao longo de cas sobre estrutura, composi\u00e7\u00e3o, milh\u00f5es de anos, as intemp\u00e9ries teriam moldado o relevo acidentado dessa regi\u00e3o, formada pelas terras altas propriedades f\u00edsicas e processos que d\u00e3o um ar montanhoso a por\u00e7\u00f5es do interior de Pernambuco, Para\u00edba,Alagoas e Rio Grande do Norte. Ou- din\u00e2micos da Terra, utilizando tros trabalhos debitam as origens do plat\u00f4 na conta de processos geol\u00f3gicos que ocorreram no per\u00edodo Cret\u00e1- medidas de grandezas, ondas ceo, entre 136 e 65 milh\u00f5es de anos atr\u00e1s. A separa\u00e7\u00e3o da Am\u00e9rica do Sul e da \u00c1frica, que at\u00e9 ent\u00e3o formavam s\u00edsmicas, fluxo de calor, campo um \u00fanico bloco no antigo supercontinente Gondwana, fez nascer o oceanoAtl\u00e2ntico e, segundo a teoria mais gravitacional, entre outras. Ela- aceita, provocou um estiramento da crosta terrestre em trechos do Nordeste brasileiro.A camada mais exter- bora mapas e relat\u00f3rios t\u00e9cnicos. na da Terra se tornou mais fina na regi\u00e3o e uma das consequ\u00eancias desse estir\u00e3o seria o aparecimento de ele- va\u00e7\u00f5es em certos pontos, como o planalto da Borborema. [...] Atividade 2: Avalie a pertin\u00ean- cia dos argumentos positivos e Com altitude m\u00e9dia de 500 metros e picos extremos que chegam a 1 200 metros, o planalto da Borborema negativos apresentados pelos \u00e9 uma das forma\u00e7\u00f5es naturais mais interessantes e desafiadoras para os geof\u00edsicos brasileiros. Seus dom\u00ednios alunos a respeito da transposi- englobam cidades conhecidas, como a paraibana Campina Grande e a pernambucana Caruaru. [...] \u00e7\u00e3o do S\u00e3o Francisco. Apresente alguns argumentos positivos da Fonte: PIVETTA, Marcos. A origem da montanha. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/revistapesquisa.fapesp. transposi\u00e7\u00e3o como: eleva\u00e7\u00e3o da br\/2012\/07\/16\/a-origem-da-montanha>. Acesso em: 26 jun. 2018. produ\u00e7\u00e3o de alimentos, queda da mortalidade de rebanhos, favore- Agora, responda \u00e0s quest\u00f5es. cimento direto da produtividade e vida no campo, entre outros. Al\u00e9m a) Quais fen\u00f4menos do meio f\u00edsico teriam formado o planalto da Borborema? Comente. disso, mostre os aspectos nega- b) Do ponto de vista da ocupa\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o, o que se pode afirmar sobre o planalto da Borborema? tivos dessa transposi\u00e7\u00e3o: as no- c) Que tipo de trabalho realiza um geof\u00edsico? Se necess\u00e1rio, pesquise e converse com os colegas. vas intera\u00e7\u00f5es geram impactos 2 Quais s\u00e3o os argumentos favor\u00e1veis e contr\u00e1rios \u00e0 transposi\u00e7\u00e3o das \u00e1guas do rio S\u00e3o Francisco? ambientais que poderiam alterar Em duplas, pesquisem sobre qual \u00e9 a situa\u00e7\u00e3o atual dessa transposi\u00e7\u00e3o, que aspectos positivos e a din\u00e2mica do ecossistema da re- negativos ela acarreta. Por fim, responda: qual \u00e9 a sua opini\u00e3o sobre o projeto? gi\u00e3o ao intervir no habitat natural de muitas esp\u00e9cies. Al\u00e9m disso, a transposi\u00e7\u00e3o serviria para ex- pandir as fronteiras do agrone- g\u00f3cio, beneficiando, sobretudo, latifundi\u00e1rios, pois grande parte dos canais passa por fazendas, e apenas 4% da \u00e1gua ser\u00e1 des- tinada \u00e0 popula\u00e7\u00e3o local. Nordeste \u2022 CAP\u00cdTULO 10 207 Telaris_Geo7_PNLD2020_202_219_Cap10.indd 207 Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 10\/21\/18 3:33 PM Caso julgue pertinente, comente que a bacia do Nordeste ocidental abrange aproximadamente 3% do territ\u00f3rio brasileiro e, majoritariamente, o estado do Maranh\u00e3o e uma parte do Par\u00e1. A bacia do Nordeste oriental tamb\u00e9m compreende uma \u00e1rea de 3% do territ\u00f3rio do pa\u00eds entre os es- tados do Piau\u00ed, do Cear\u00e1, da Para\u00edba, do Rio Grande do Norte, de Alagoas e Pernambuco. J\u00e1 a bacia do Atl\u00e2ntico leste compreende uma extens\u00e3o de 4% do pa\u00eds entre os estados de Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Esp\u00ed- rito Santo. Se oportuno, pergunte aos alunos quais os biomas e climas predominantes em cada uma dessas tr\u00eas regi\u00f5es hidrogr\u00e1ficas. Dessa forma, pretende-se contemplar a habilidade EF07GE11. 207MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas 3 Sub-regi\u00f5es do Nordeste Fa\u00e7a a leitura do texto junto Costumam-se reconhecer qua- Sub-regi\u00f5es do Nordeste Arq. de Fernando Portal de Mapas\/Arquivo da editora com os alunos, observando o ma- tro unidades ou sub-regi\u00f5es princi- de Noronha pa e a fotografia, contemplando pais no Nordeste brasileiro: Meio- 40\u00ba O a habilidade EF07GE09. Comen- -Norte, Sert\u00e3o, Zona da Mata e Atol das Rocas te que essa subdivis\u00e3o se ba- Agreste (veja o mapa ao lado). Va- PA seia nas caracter\u00edsticas f\u00edsicas, mos conhecer cada uma delas. 5\u00ba\u00a0S especialmente da vegeta\u00e7\u00e3o. \u00c9 CE importante que a turma enten- MA RN da que o Meio Norte \u00e9 uma \u00e1rea de transi\u00e7\u00e3o, entre a Amaz\u00f4nia Meio-Norte ou PB e a Caatinga, sendo que a umida- Nordeste PI de da regi\u00e3o diminui na mesma dire\u00e7\u00e3o, do leste para o oeste. PE Sobre a Mata dos Cocais, Ocidental TO AL OCEANO acrescente que o extrativismo SE ATL\u00c2NTICO das palmeiras visa obter, prin- \u00c9 uma \u00e1rea de transi\u00e7\u00e3o entre cipalmente, o \u00f3leo do baba\u00e7u o Norte (Amaz\u00f4nia) e o Nordeste, BA N (extra\u00eddo das am\u00eandoas que especialmente o Sert\u00e3o. Apesar de est\u00e3o dentro do coco) e da cera da carna\u00faba (extra\u00edda da folha). tradicionalmente se considerar GO OL Zona da Mata Meio-Norte todo o Maranh\u00e3o e todo DF S Agreste A rizicultura se localiza nas o Piau\u00ed, na verdade somente uma Sert\u00e3o \u00e1reas \u00famidas do norte do Mara- \u00e1rea que vai da bacia do rio Graja\u00fa, a MG Arq. dos Meio-Norte t\u00edpico nh\u00e3o, pr\u00f3ximo da Amaz\u00f4nia, on- oeste, at\u00e9 a bacia do rio Parna\u00edba, a Abrolhos (Zona dos Cocais) de h\u00e1 maior presen\u00e7a de chuvas leste, pode de fato ser considerada 0 200 400 km e \u00e1reas alagadas. No entanto, a Meio-Norte, ou \u00e1rea de transi\u00e7\u00e3o agricultura da soja tem avan\u00e7a- entre o Sert\u00e3o semi\u00e1rido e a Ama- ES do pelo sul do Maranh\u00e3o, regi\u00e3o que faz parte da \u00faltima fronteira Fonte: elaborado com base em IBGE. Atlas nacional do Brasil. Rio de Janeiro, 1993; IBGE. Regi\u00e3o agr\u00edcola, conhecida como Matopi- Nordeste. Rio de Janeiro, [s.d.]. ba. J\u00e1 o sul e o centro do Piau\u00ed, devido \u00e0s caracter\u00edsticas f\u00edsicas z\u00f4nia \u00famida. Baba\u2022ual: vegeta\u00e7\u00e3o onde da Caatinga, s\u00e3o ocupados pela Nessa faixa de terra encontra-se a Mata dos Cocais, paisagem t\u00edpica do Meio- predominam baba\u00e7us, atividade pecu\u00e1ria. palmeiras cujos frutos, -Norte, que \u00e9 uma vegeta\u00e7\u00e3o de transi\u00e7\u00e3o entre a Caatinga e a Floresta Amaz\u00f4nica. sementes, casca e folhas Atividade complementar \u00c9 constitu\u00edda por palmeiras, como a carna\u00faba e, principalmente, o baba\u00e7u. Os \u00edndices s\u00e3o aproveitados para a de pluviosidade s\u00e3o elevados na por\u00e7\u00e3o oeste e diminuem para o leste e para o sul. produ\u00e7\u00e3o de \u00f3leo, leite de Incentive os alunos a pesquisar Tamb\u00e9m conhecida como Zona dos Cocais, \u00e9 uma \u00e1rea de vegeta\u00e7\u00e3o peculiar carac- coco, sab\u00e3o, na elabora\u00e7\u00e3o na internet, em jornais e revistas terizada por extensos baba\u00e7uais. de artefatos de palha, como \u00e9 o processo de obten\u00e7\u00e3o entre outros. do \u00f3leo de baba\u00e7u e da cera da carna\u00faba, a m\u00e3o de obra envol- Nessa unidade econ\u00f4mica, predominam o ex- C\u00e2ndido Neto\/Op\u00e7\u00e3o Brasil Imagens vida e quais as suas principais finalidades (incluindo as indus- trativismo vegetal (baba\u00e7u) e a agricultura tradicio- triais). Em uma data combinada, permita que eles compartilhem nal de algod\u00e3o, cana-de-a\u00e7\u00facar e arroz. A palmeira com os colegas as informa\u00e7\u00f5es resultantes da pesquisa. Conver- baba\u00e7u \u00e9 explorada pelas mulheres, conhecidas se sobre os aspectos manuais do trabalho envolvido na produ- como \u201cquebradeiras de coco-baba\u00e7u\u201d. Depois de \u00e7\u00e3o. Essa atividade desenvolve a CGEB1 e a CGEB6. muita luta, elas conquistaram o direito de acesso livre e de uso comum dessas palmeiras (Lei do Ba- ba\u00e7u Livre, 1997). Ao impedir a derrubada indiscri- minada dos baba\u00e7uais, at\u00e9 ent\u00e3o praticada pelos pecuaristas, a lei tamb\u00e9m contribui para a susten- tabilidade ambiental da Mata dos Cocais. A vegeta\u00e7\u00e3o na transi\u00e7\u00e3o entre a Caatinga e a Floresta Amaz\u00f4nica \u2013 a Mata dos Cocais \u2013 \u00e9 caracterizada pelos baba\u00e7us, palmeiras que podem chegar a 20 metros de altura. Na foto, baba\u00e7ual no munic\u00edpio de Timon (MA), em 2015. 208 UNIDADE 4 \u2022 Brasil: diversidades regionais 208 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","Geolink 1 Carolina Motoki\/Rep\u2014rter Brasil Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Leia o texto a seguir. Oriente os alunos a ler o texto e a observar a fotografia. Antes Quebradeiras de coco-baba\u00e7u de seguir para as atividades, pro- Do baba\u00e7u,nada se perde. Da palha,cestos. mova um debate sobre a luta pela territorialidade e enfatize o papel Das folhas, o teto das casas. Da casca, carv\u00e3o. da mulher nesse processo. Essa Do caule, adubo. Das am\u00eandoas, \u00f3leo, sab\u00e3o e discuss\u00e3o mobiliza a habilidade leite de coco. Do mesocarpo,uma farinha alta- EF07GE03. mente nutritiva. \u201cA gente diz que a palmeira \u00e9 nossa m\u00e3e\u201d, resume Francisca Nascimento, Atividade 1: O aluno poder\u00e1 coordenadora-geral do Movimento Interesta- apontar que a palha \u00e9 utilizada dual das Quebradeiras de Coco Baba\u00e7u. O tem- para fazer cestos, as folhas s\u00e3o po que o cacho com os cocos leva para cair \u00e9 usadas no teto das casas, a cas- de exatos 9 meses. E \u00e9 quando caem que en- ca \u00e9 aproveitada como carv\u00e3o, o tram em a\u00e7\u00e3o as quebradeiras de coco-baba\u00e7u, caule fornece adubo, suas am\u00ean- grupo de cerca de 300 mil mulheres espalhadas doas s\u00e3o transformadas em leite em comunidades camponesas do Maranh\u00e3o, Quebradeiras de coco-baba\u00e7u no munic\u00edpio de Dom Pedro (MA), em 2018. de coco, \u00f3leo e sab\u00e3o, e o meso- Piau\u00ed,Tocantins e Par\u00e1, em uma \u00e1rea de con- carpo permite o preparo de uma verg\u00eancia entre o Cerrado,a Caatinga e a FlorestaAmaz\u00f4nica,especialmente rica em baba\u00e7uais. H\u00e1 gera\u00e7\u00f5es essa farinha rica em nutrientes. tem sido a rotina dessas trabalhadoras:passar o dia coletando os cocos e quebrando-os ao meio para extrair sobre- tudo suas am\u00eandoas, das quais se produz um dos \u00f3leos mais vers\u00e1teis da natureza. Se for pertinente, estimule os alunos a compartilhar a pr\u00f3pria No entanto, a maior parte dos baba\u00e7uais est\u00e1 em grandes fazendas. As quebradeiras est\u00e3o dispostas a mudar experi\u00eancia (e de sua fam\u00edlia) esse quadro. De viol\u00eancias sofridas durante d\u00e9cadas por essas mulheres,e resultado da sua ampla organiza\u00e7\u00e3o,foi em rela\u00e7\u00e3o ao aproveitamento criada a Lei Baba\u00e7u Livre, implantada pela primeira vez em 1997 no munic\u00edpio maranhense de Lago do Junco. Ou- do baba\u00e7u. tros munic\u00edpios seguiram o exemplo e o Tocantins aprovou a lei em n\u00edvel estadual. Basicamente, ela pro\u00edbe a der- rubada de palmeiras e garante o acesso e o uso comunit\u00e1rio dos baba\u00e7uais por parte das quebradeiras, mesmo se Atividade 2: As quebradeiras estiverem em terras privadas. S\u00e3o raros, por\u00e9m, os munic\u00edpios nos quais a lei \u00e9 cumprida. [...] de coco se organizaram para po- der exercer esse trabalho, pois A luta \u00e9 antiga.As dificuldades impostas levaram as quebradeiras a se organizar:o MIQCB [Movimento Interes- a maior parte dos baba\u00e7uais \u00e9 tadual das Quebradeiras de Coco Baba\u00e7u], rede de cooperativas, associa\u00e7\u00f5es e comiss\u00f5es dedicada \u00e0 luta pelo encontrada nas grandes proprie- direito das comunidades que extraem o baba\u00e7u, tem mais de 20 anos. Desde ent\u00e3o, a Lei Baba\u00e7u Livre tem sido a dades de terra, e os fazendeiros principal bandeira das quebradeiras. usavam da viol\u00eancia para im- pedir o acesso delas aos baba- De poucos anos pra c\u00e1, no entanto, a reivindica\u00e7\u00e3o come\u00e7ou a ser outra. Mulheres do Maranh\u00e3o passaram a \u00e7uais, inclusive cercando a \u00e1rea. participar de uma articula\u00e7\u00e3o estadual que re\u00fane ind\u00edgenas, quilombolas e outros tipos de comunidades campo- A partir da organiza\u00e7\u00e3o das mu- nesas, na Teia de Povos e Comunidades Tradicionais. No aprendizado com os outros grupos, perceberam que seu lheres, foi aprovada a Lei Baba- modo de vida, sem um territ\u00f3rio garantido, permanecer\u00e1 amea\u00e7ado e violentado. Suas vidas submissas aos des- \u00e7u Livre, inicialmente colocada mandos de fazendeiros. [...] em pr\u00e1tica no munic\u00edpio de Lago do Junco (MA), em 1997. Como \u201cA implanta\u00e7\u00e3o de grandes projetos est\u00e1 matando as nossas \u00e1guas e a nossa terra,e assim a gente morre junto,mata nem sempre essa lei \u00e9 respeita- a nossa cultura e a nossa hist\u00f3ria. N\u00f3s somos comunidades tradicionais, sim. N\u00e3o \u00e9 s\u00f3 um trabalho ser quebradeira, da, posteriormente elas criaram temos um jeito de nos relacionar com os baba\u00e7uais\u201d, disse Rosa, no \u00faltimo encontro daTeia, em dezembro de 2017. o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Baba\u00e7u Fonte: BARTABURU, Xavier. Quebradeiras de coco-baba\u00e7u. Rep\u00f3rter Brasil, 27 jan. 2018. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/reporterbrasil.org.br\/ (MIQCB), que agrupa associa- comunidadestradicionais\/quebradeiras-de-coco-babacu>. Acesso em: 26 jun. 2018. \u00e7\u00f5es e cooperativas que lutam pelo direito das comunidades \u00e0 Agora, responda: extra\u00e7\u00e3o dessa palmeira. Um de seus objetivos \u00e9 o respeito de to- 1 Por que o autor afirma que \u201cdo baba\u00e7u, nada se perde\u201d? Voc\u00ea conhece ou utiliza algum derivado do baba\u00e7u? Qual? dos \u00e0 Lei Baba\u00e7u Livre, em todos 2 Quais os problemas que as mulheres quebradeiras de coco enfrentam para poder exercer esse trabalho? os munic\u00edpios onde as mulheres 3 Por que as quebradeiras de coco, mais recentemente, se aproximaram de outros grupos sociais? Essa aproxi- exercem essa atividade. ma\u00e7\u00e3o \u00e9 importante? Explique. Atividade 3: As quebradeiras 4 Localize o espa\u00e7o geogr\u00e1fico brasileiro onde os baba\u00e7uais se desenvolvem e o descreva brevemente. de coco do Maranh\u00e3o integra- ram um movimento desse es- Nordeste \u2022 CAP\u00cdTULO 10 209 tado, que se denomina Teia de Povos e Comunidades Tradicio- nais, composto de ind\u00edgenas, quilombolas, comunidades cam- ponesas, etc., pois chegaram \u00e0 conclus\u00e3o de que \u00e9 necess\u00e1ria a demarca\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio das reservas extrativistas. Atividade 4: Os baba\u00e7uais se localizam nos estados do Mara- nh\u00e3o, Piau\u00ed, Tocantins e Par\u00e1. Do ponto de vista do quadro natu- ral, trata-se de uma \u00e1rea onde a Caatinga, o Cerrado e a Floresta Amaz\u00f4nica se encontram, cha- mada de zona dos Cocais. Aproveite a oportunidade para trabalhar com os alunos a Sequ\u00eancia Did\u00e1tica 2: Comuni- dades tradicionais e extrativis- tas, dispon\u00edvel no material digital. 209MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Sert\u2039o Fa\u00e7a a leitura dos dois primei- O Sert\u00e3o nordestino, imensa \u00e1rea interior, apresenta clima semi\u00e1rido e vegeta- ros par\u00e1grafos e oriente a obser- va\u00e7\u00e3o do mapa, mobilizando a \u00e7\u00e3o de Caatinga. Caracterizado por \u00edndices de pluviosidade baixos e irregulares e pela habilidade EF07GE09. \u00c9 impor- tante evidenciar a abrang\u00eancia do ocorr\u00eancia peri\u00f3dica de secas, \u00e9 tamb\u00e9m conhecido como Pol\u00edgono das Secas. Sert\u00e3o e suas caracter\u00edsticas f\u00edsi- cas. Se necess\u00e1rio, explique que Abrange a maior parte da \u00e1rea do Nordeste, incluindo o norte de Minas Gerais, a desertifica\u00e7\u00e3o ocorre em solos arenosos que perdem umidade. mas abriga apenas uma pequena parcela da popula\u00e7\u00e3o nordestina: os \u00edndices de Ao abordar o conte\u00fado do ter- densidade demogr\u00e1fica s\u00e3o os mais baixos de toda a regi\u00e3o, embora ela seja con- ceiro par\u00e1grafo, verifique se os alunos compreenderam a diversi- siderada como uma das \u00e1reas semi\u00e1ridas mais habitadas do mundo. dade das atividades econ\u00f4micas presentes nessa regi\u00e3o. A habili- A principal atividade econ\u00f4mica do Sert\u00e3o \u00e9 a pecu\u00e1ria extensiva e de corte. Os dade EF07GE02 \u00e9 contemplada aqui. \u00c9 interessante pontuar a brejos, locais mais \u00famidos por se situarem em encostas e vales fluviais, s\u00e3o as prin- localiza\u00e7\u00e3o do vale do Cariri e dos portos citados. cipais \u00e1reas agr\u00edcolas. Neles, cultivam-se milho, feij\u00e3o e cana-de-a\u00e7\u00facar. Em algumas \u00c9 importante que eles enten- \u00e1reas, como no vale do Cariri cearense, cultiva-se o algod\u00e3o de fibra longa, de alt\u00eds- dam que a \u00e1rea atingida pelos efeitos da seca expandiu entre sima qualidade, denominado serid\u00f3. Nas \u00e1reas litor\u00e2neas do Cear\u00e1 e do Rio Grande 1979 e 1984 e que a preocupa\u00e7\u00e3o com o abastecimento de \u00e1gua na do Norte, pratica-se a extra\u00e7\u00e3o do sal, exportado principalmente pelos portos de regi\u00e3o \u00e9 antiga. Ressalte que a seca e o clima n\u00e3o s\u00e3o os mo- Areia Branca e de Macau, no Rio Grande do Norte. tivos para a falta de \u00e1gua nessa regi\u00e3o, mas, sim, a falta de pol\u00ed- Desde o s\u00e9culo XVI at\u00e9 o ano de 2018, registraram-se aproximadamente 50 secas ticas p\u00fablicas. Comente que a transposi\u00e7\u00e3o do rio S\u00e3o Francisco no Sert\u00e3o nordestino; treze ocorreram no s\u00e9culo XX. De 1877 a 1879, ocorreu a seca que visa amenizar esses problemas. mais vitimou pessoas e gado: calcula-se que morreram cerca de 500 mil pessoas em raz\u00e3o da escassez de \u00e1gua. Entretanto, esse n\u00famero talvez seja exagerado, pois n\u00e3o foi calculado com rigor, mas divulgado por al- Nordeste: \u00e1reas semi\u00e1ridas gumas autoridades regionais, que pleitea- e sujeitas \u00e0 desertifica\u00e7\u00e3o vam mais ajuda do governo imperial (o Brasil era uma monarquia). De 1979 a S\u00e3o Lu\u00eds 40\u00b0 O Portal de Mapas\/Arquivo da editora 1984, ocorreu outra grave seca, que havia Fortaleza sido prevista em meados da d\u00e9cada de OCEANO 1970 por um estudo realizado pelo Centro ATL\u00c2NTICO Tecnol\u00f3gico da Aeron\u00e1utica, localizado em Teresina MA CE RN Natal S\u00e3o Jos\u00e9 dos Campos (SP). Jo\u00e3o Desde a \u00e9poca do Imp\u00e9rio no Brasil PB Pessoa (1822-1889), o governo federal adota PI Recife PE uma pol\u00edtica de combate aos efeitos da AL 10\u00b0 S seca, construindo a\u00e7udes para represar Macei\u00f3 os rios locais e conseguir reservat\u00f3rios Aracaju de \u00e1gua para tornar perenes os rios tem- TO SE BA por\u00e1rios. Em 1909, foi criada a Inspetoria de Obras contra as Secas (Iocs), mais Salvador tarde transformada em Departamento GO Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), o qual foi incorporado \u00e0 Superin- N tend\u00eancia do Desenvolvimento do Nor- deste (Sudene) em 1959. OL Capital de estado Limites estaduais A\u00e7ude: reservat\u00f3rio destinado a MG ES S Limites das \u00c1reas armazenar \u00e1gua para ser utilizada, em 180 360 km Suscet\u00edveis \u00e0 geral, na irriga\u00e7\u00e3o de lavouras e no Belo 0 Desertifica\u00e7\u00e3o (ASD) abastecimento da popula\u00e7\u00e3o. Horizonte \u00c1reas semi\u00e1ridas Fonte: elaborado com base em Atlas de \u00e1reas suscet\u00edveis \u00c1reas sub\u00famidas secas \u00e0 deserti\ufb01ca\u00e7\u00e3o no Brasil. Dispon\u00edvel em: <www.mma.gov. \u00c1reas do entorno br\/estruturas\/sedr_desertif\/_arquivos\/129_08122008042625. Nova delimita\u00e7\u00e3o do pdf>. Acesso em: 26 jun. 2018. semi\u00e1rido \u2212 NSA Limites da NSA 210 UNIDADE 4 \u2022 Brasil: diversidades regionais Texto complementar Por que chove tanto no Nordeste, mas o sert\u00e3o continua seco? baixa de press\u00e3o\u201d, explica Maicon Veber, meteorologista do CPTEC (Centro de Pre- vis\u00e3o de Tempo e Estudos Clim\u00e1ticos). Com a \u00e1rea de baixa press\u00e3o no continente, o A ocorr\u00eancia de chuvas durante a \u00e9poca pr\u00f3xima ao inverno no litoral do Nordeste ar \u00famido do oceano se desloca e leva chuvas para o Sudeste e Centro-Oeste. deve-se ao comportamento da massa de ar \u00famido do Atl\u00e2ntico. Para entender o ra- cioc\u00ednio, \u00e9 preciso saber que regi\u00f5es de alta press\u00e3o atmosf\u00e9rica s\u00e3o aquelas que dis- \u201cNo inverno, acontece o contr\u00e1rio, a baixa press\u00e3o fica no oceano, a massa de ar se persam umidade, deixam o ar seco e reduzem chances de chuva. E regi\u00f5es de baixa desloca saindo do continente, e a borda dela pega o litoral do Nordeste\u201d, completa o press\u00e3o atmosf\u00e9rica s\u00e3o aquelas que concentram umidade, ajudam a formar nuvens meteorologista. [...] e favorecem chuvas. O sert\u00e3o nordestino possui uma caracter\u00edstica que dificulta muito a chegada de mas- \u201cNo ver\u00e3o, a superf\u00edcie continental aquece mais que o oceano e forma uma \u00e1rea de sas \u00famidas que provocam chuvas: a alta press\u00e3o atmosf\u00e9rica. \u201cZonas de alta press\u00e3o 210 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","Rog\u00e9rio Reis\/TybaEssas medidas n\u00e3o resolveram o Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Candido Neto\/Olhar Imagemproblema, apenas o mitigaram. Ainda be- neficiaram grandes propriet\u00e1rios de ter- A respeito da Zona da Mata, ras, os chamados \u201ccoron\u00e9is\u201d, e pol\u00edticos destaque as caracter\u00edsticas f\u00ed- ligados a partidos no poder. Geralmente sicas e populacionais, bem co- constru\u00eddos com recursos p\u00fablicos em mo a sua rela\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica com grandes propriedades particulares, os o cultivo da cana-de-a\u00e7\u00facar, a a\u00e7udes acabam sendo controlados pelo concentra\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria e a mi- fazendeiro, que os utiliza em proveito pr\u00f3- gra\u00e7\u00e3o na primeira metade do prio. As verbas federais destinadas ao s\u00e9culo XX. combate dos efeitos das secas s\u00e3o dis- tribu\u00eddas a pol\u00edticos ligados a partidos no A\u00e7ude no munic\u00edpio de S\u00e3o poder, que as empregam, muitas vezes, Jo\u00e3o do Piau\u00ed (PI), em 2016. apenas para garantir votos. \u00c9 por isso que se utiliza a express\u00e3o \u201cind\u00fastria da seca\u201d para denominar os inte- resses econ\u00f4micos e pol\u00edticos de grupos que lucram com esse fen\u00f4meno. Esses gru- pos procuram divulgar exageradamente a imagem da seca, que exigiria constantes recursos financeiros do restante do pa\u00eds para ajudar as v\u00edtimas desse fen\u00f4meno. Por\u00e9m, as v\u00edtimas da seca s\u00e3o quem menos se beneficia desses recursos. Zona da Mata A Zona da Mata nordestina, ou Litoral oriental, \u00e9 uma \u00e1rea de clima tropical \u00famido, que se estende do Rio Grande do Norte at\u00e9 a Bahia e concentra a maioria dos habitantes da grande regi\u00e3o Nordeste. Nela s\u00e3o registradas elevadas densidades demogr\u00e1ficas e se encontram cidades populosas. Compreende as seguintes subunidades: Zona da Mata a\u00e7ucareira: Estende-se do Rio Grande do Norte at\u00e9 a parte seten- trional da Bahia, onde predominam as grandes propriedades agr\u00edcolas que praticam a monocultura canavieira voltada para a exporta\u00e7\u00e3o do a\u00e7\u00facar. Os maiores problemas nordestinos est\u00e3o concentrados nessa \u00e1rea: a\u00ed existe uma estrutura fundi\u00e1ria com grande concentra\u00e7\u00e3o da terra rural, h\u00e1 bols\u00f5es de pobreza e boa parte dos trabalha- dores rurais recebe menos de um sal\u00e1rio m\u00ednimo por m\u00eas. Foi dessa \u00e1rea, e n\u00e3o do Sert\u00e3o, que saiu grande parte dos migrantes nordestinos. Planta\u00e7\u00e3o de cana-de-a\u00e7\u00facar no munic\u00edpio de Jaboat\u00e3o dos Guararapes (PE), em 2015. Nordeste \u2022 CAP\u00cdTULO 10 211 atmosf\u00e9rica s\u00e3o dispersoras de vento\u201d, explica o ge\u00f3grafo M\u00e1rcio nosso inverno, essa zona de converg\u00eancia se desloca para o Hemis- Castelan. \u201cA massa de ar que vem do oceano n\u00e3o consegue entrar, f\u00e9rio Norte. E no ver\u00e3o, se desloca para o Sul e causa chuva na parte encontra um bloqueio no semi\u00e1rido\u201d, completa. central do Brasil\u201d, explica Castelan. H\u00e1, contudo, uma \u00e9poca do ano em que pode ocorrer chuvas nas \u00c9 por esse motivo que as chuvas costumam ocorrer no semi\u00e1rido regi\u00f5es de clima semi\u00e1rido do Brasil. no in\u00edcio do ano, nos meses de mar\u00e7o e abril. [...] \u201cNo Equador [nas \u00e1reas pr\u00f3ximas \u00e0 linha do equador], o ar esquen- CYMBALUK, Fernando. Por que chove tanto no Nordeste, mas o sert\u00e3o ta e sobe. Ao ganhar altitude, esfria, desce na regi\u00e3o dos tr\u00f3picos e continua seco? UOL not\u00edcias, 1o jun. 2017. Dispon\u00edvel em: <https:\/\/noticias. se espalha. Forma assim os ventos al\u00edsios, que v\u00e3o do tr\u00f3pico para o uol.com.br\/ciencia\/ultimas-noticias\/redacao\/2017\/06\/01\/seca-e-chuva-ao- Equador\u201d. O ponto de encontro entre esses ventos, a chamada zona de converg\u00eancia intertropical, provoca chuvas, diz o professor. \u201cNo mesmo-tempo-entenda-os-climas-diferentes-do-nordeste.htm>. Acesso em: 20 maio 2018. 211MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Rec\u00f4ncavo baiano: \u00c1rea ao redor de Salvador de onde se extrai boa parte do petr\u00f3leo nacional. J\u00e1 foi a principal \u00e1rea petrol\u00edfera do pa\u00eds, mas foi ultrapassada pela Oriente os alunos a ler o tex- expans\u00e3o dessa atividade na Baixada Fluminense (RJ). No Rec\u00f4ncavo h\u00e1 significativa to sobre o Rec\u00f4ncavo Baiano. industrializa\u00e7\u00e3o, que vem crescendo desde os anos 1970, embora a\u00ed tamb\u00e9m se re- Lembre-os de que essa regi\u00e3o, gistrem problemas de submoradias, pobreza e m\u00e3o de obra com remunera\u00e7\u00e3o muito historicamente, era local de co- baixa. Mas \u00e9 uma \u00e1rea que vem se modernizando, inclusive com a implanta\u00e7\u00e3o da mercializa\u00e7\u00e3o de a\u00e7\u00facar e tabaco. ind\u00fastria automobil\u00edstica. O centro industrial de Aratu e o polo petroqu\u00edmico de Cama- \u00e7ari, ambos na regi\u00e3o metropolitana de Salvador, hoje s\u00e3o modernas \u00e1reas industriais, Comente que o Centro Indus- com ind\u00fastrias petroqu\u00edmicas, mec\u00e2nicas, qu\u00edmicas e automobil\u00edsticas. trial de Aratu foi fundado em 1967 para ser um complexo mul- Sul da Bahia ou Zona do Cacau: Engloba as cidades de Ilh\u00e9us e Itabuna. Nessa tissetorial. J\u00e1 o Polo Industrial \u00e1rea, durante muito tempo, predominou a monocultura cacaueira voltada para a ex- de Cama\u00e7ari foi o primeiro com- porta\u00e7\u00e3o. O cultivo do cacau \u00e9 feito de forma sombreada, pois o cacaueiro \u00e9 uma plexo petroqu\u00edmico planejado do planta que se desenvolve bem \u00e0 sombra de \u00e1rvores de maior porte. O \u201cciclo do cacau\u201d Brasil, cujas opera\u00e7\u00f5es tiveram (no final do s\u00e9culo XIX e parte do XX, quando o Brasil era o maior produtor e exportador in\u00edcio em 1978. O objetivo prim\u00e1- mundial desse produto), como \u00e9 chamado por alguns historiadores, transformou a rio era desenvolver a ind\u00fastria paisagem local: surgiram cidades e portos movimentados e uma vida cultural intensa. petroqu\u00edmica na regi\u00e3o, por\u00e9m, atualmente, conta com mais Todavia, desde os anos 1990, a produ\u00e7\u00e3o cacaueira no sul da Bahia est\u00e1 em de- de 90 empresas de diversos cad\u00eancia. Foi o fim do \u201cciclo do cacau\u201d na regi\u00e3o, que agora busca novas alternativas segmentos. para se reconstruir: o turismo, principalmente, al\u00e9m de planta\u00e7\u00f5es de eucalipto para a produ\u00e7\u00e3o de celulose, cultivos de caf\u00e9 e frutas, etc. Por\u00e9m, o cacau ainda persiste. A Em seguida, oriente a leitura decad\u00eancia dessa \u00e1rea cacaueira ocorreu devido aos seguintes fatores: do texto sobre a Zona do Cacau, bem como a observa\u00e7\u00e3o da fo- \u2022 baixa dos pre\u00e7os do cacau no mercado internacional desde o final dos anos 1980; tografia. \u00c9 importante ressaltar \u2022 concorr\u00eancia com pa\u00edses africanos e asi\u00e1ticos, que passaram a ser os principais as particularidades desse culti- vo. Acrescente que esse produto produtores e exportadores do produto (Costa do Marfim, Gana, Indon\u00e9sia, agr\u00edcola sofre impactos da falta Nig\u00e9ria e outros); de chuva, o que pode levar \u00e0 im- porta\u00e7\u00e3o do produto devido \u00e0 m\u00e1 \u2022 fim da possibilidade de expans\u00e3o das terras cultiv\u00e1veis na regi\u00e3o; colheita. Destaque que h\u00e1 uma \u2022 falta de investimentos em t\u00e9cnicas modernas de plantio; preocupa\u00e7\u00e3o cada vez maior dos \u2022 infesta\u00e7\u00e3o da praga vassoura-de-bruxa, que devastou grande parte das produtores de cacau em colher produtos de melhor qualidade, planta\u00e7\u00f5es baianas. visando atingir um mercado di- ferenciado. Al\u00e9m disso, o circuito Tales Azzi\/Pulsar Imagens tur\u00edstico das fazendas de cacau em Ilh\u00e9us tem explorado outras formas de sustentar essa ativi- dade econ\u00f4mica. Planta\u00e7\u00e3o de cacau no munic\u00edpio de Ilh\u00e9us (BA), em 2016. A produ\u00e7\u00e3o cacaueira ainda subsiste no sul da Bahia nos dias atuais. 212 UNIDADE 4 \u00a5 Brasil: diversidades regionais 212 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","Agreste Policultura: cultivo de Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas v\u00e1rios produtos em uma \u00c9 uma \u00e1rea de transi\u00e7\u00e3o entre o Sert\u00e3o e a Zona da Mata. Corresponde, de forma mesma \u00e1rea. Oriente os alunos a ler o tex- geral, ao planalto da Borborema. O que caracteriza essa unidade \u00e9 o fato de possuir, ao to sobre o Agreste e a observar lado de \u00e1reas mais \u00famidas na parte leste, outras \u00e1reas de clima semi\u00e1rido e a Caatinga as fotografias. \u00c9 importante que na parte ocidental. No Agreste, predominam as pequenas e m\u00e9dias propriedades e eles compreendam as particula- pratica-se uma policultura com o cultivo de algod\u00e3o, caf\u00e9 e agave ou sisal (planta da ridades dessa regi\u00e3o, marcada- qual se extrai uma fibra utilizada para fabricar tapetes, bolsas e cordas, entre outros mente transit\u00f3ria entre a Zona artefatos). Tamb\u00e9m se pratica a pecu\u00e1ria voltada para a produ\u00e7\u00e3o de leite. da Mata e o Sert\u00e3o. Ressalte as diferen\u00e7as nos aspectos f\u00edsicos, A estrutura fundi\u00e1ria do Agreste, em compara\u00e7\u00e3o com a monocultura em grandes nas atividades agr\u00edcolas, na es- propriedades da Zona da Mata, \u00e9 mais constitu\u00edda por propriedades familiares. A pre- trutura fundi\u00e1ria e na din\u00e2mica sen\u00e7a significativa de minif\u00fandios, aliada a uma densidade demogr\u00e1fica de 95 hab.\/km2, da popula\u00e7\u00e3o. Dessa forma, se- produz forte press\u00e3o sobre a terra, o que leva a constantes migra\u00e7\u00f5es para outras r\u00e3o exploradas as habilidades \u00e1reas ou regi\u00f5es do pa\u00eds. EF07GE02 e EF07GE11. Localizam-se nessa regi\u00e3o algumas cidades que desempenham o papel de capi- Se julgar oportuno, comente tais regionais, como Campina Grande, na Para\u00edba, Caruaru e Garanhuns, em Pernam- que, al\u00e9m do turismo em fun- buco, e Arapiraca, em Alagoas. Essas cidades, que j\u00e1 viveram basicamente do com\u00e9r- \u00e7\u00e3o das festividades, existem cio, tirando proveito de sua localiza\u00e7\u00e3o estrat\u00e9gica entre a Zona da Mata e o Sert\u00e3o, circuitos alternativos de turismo hoje possuem economias cada vez mais alicer\u00e7adas no turismo, com festas que atraem no Agreste, como o espet\u00e1culo multid\u00f5es, como, por exemplo, os carnavais fora de \u00e9poca e as festas juninas. Paix\u00e3o de Cristo na Cidade-Teatro de Nova Jerusal\u00e9m (PE), os Par- Emanuel Tadeu\/Futura Press ques Arqueol\u00f3gicos, as ativida- des de ecoturismo em Parques Emanuel Tadeu\/Futura Press Nacionais, o maior Centro de Ar- tes Figurativas das Am\u00e9ricas em Alto do Moura (PE), entre outros. Texto e a\u00e7\u00e3o Item a: De acordo com o ma- pa, podemos considerar como o Nordeste brasileiro a \u00e1rea perten- cente aos seguintes estados: a por\u00e7\u00e3o leste do Maranh\u00e3o, Piau\u00ed, Cear\u00e1, Rio Grande do Norte, Para\u00ed- ba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e o norte de Minas Gerais. Item b: O menor estado do Nordeste \u00e9 Sergipe, e o maior \u00e9 a Bahia. Todos os anos, a festa junina de Campina Grande (PB) recebe uma multid\u00e3o de turistas do Nordeste e de outras regi\u00f5es do Brasil. Nas fotos, \u00e0 esquerda, p\u00fablico assiste a show; \u00e0 direita, apresenta\u00e7\u00e3o de quadrilha em Campina Grande (PB), em 2018. Texto e a\u00e7\u00e3o \u00a5 Com base no mapa da p\u00e1gina 208, responda: a) Que \u00e1reas podemos considerar como o Nordeste brasileiro? b) Qual \u00e9 o menor estado do Nordeste? E o maior? Nordeste \u2022 CAP\u00cdTULO 10 213 213MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Geolink 2 Antes de realizar as ativida- Leia o texto a seguir. des, procure resgatar os aspec- tos f\u00edsicos e pol\u00edticos da seca no Seca no Nordeste brasileiro Candido Neto\/Olhar Imagem Semi\u00e1rido do Nordeste j\u00e1 aborda- dos neste cap\u00edtulo. A seca \u00e9 o resultado da intera\u00e7\u00e3o de v\u00e1rios fatores,alguns externos \u00e0 regi\u00e3o (como o processo de circula\u00e7\u00e3o dos ventos Atividade 1: Espera-se que os e as correntes marinhas,que se relacionam com o movimen- alunos percebam que, enquanto to atmosf\u00e9rico, impedindo a forma\u00e7\u00e3o de chuvas em deter- fen\u00f4meno natural, a seca nessa minados locais),e de outros internos (como a vegeta\u00e7\u00e3o pou- regi\u00e3o independe da a\u00e7\u00e3o huma- co robusta, a topografia e a alta refletividade do solo). na. Contudo, aliada ao fen\u00f4meno natural, a interven\u00e7\u00e3o humana Muitas t\u00eam sido as causas apontadas,tais como o desflores- Vegeta\u00e7\u00e3o seca no munic\u00edpio de S\u00e3o Raimundo Nonato (PI), (por meio da ocupa\u00e7\u00e3o inade- tamento,temperatura da regi\u00e3o,quantidade de chuvas,relevo em 2016. quada, como os desmatamen- topogr\u00e1fico [...] e o fen\u00f4meno\u201cEl Ni\u00f1o\u201d,que consiste no aumen- tos, as queimadas e a introdu\u00e7\u00e3o to da temperatura das \u00e1guas do Oceano Pac\u00edfico, ao largo do de culturas que n\u00e3o se adaptam litoral do Peru e do Equador. \u00e0s condi\u00e7\u00f5es naturais) tamb\u00e9m agrava as secas e expande a sua A a\u00e7\u00e3o do homem tamb\u00e9m tem contribu\u00eddo para agravar a quest\u00e3o,pois a constante destrui\u00e7\u00e3o da vegeta\u00e7\u00e3o natu- \u00e1rea de ocorr\u00eancia. ral por meio de queimadas acarreta a expans\u00e3o do clima semi\u00e1rido para \u00e1reas onde anteriormente ele n\u00e3o existia. [...] Atividade 2: A seca do Ser- As consequ\u00eancias mais evidentes das grandes secas s\u00e3o a fome, a desnutri\u00e7\u00e3o, a mis\u00e9ria e a migra\u00e7\u00e3o para os t\u00e3o nordestino \u00e9 um processo centros urbanos (\u00eaxodo rural). complexo, pois decorre da inte- ra\u00e7\u00e3o de v\u00e1rios fatores da natu- Os problemas que sucedem as secas resultam de falhas no processo de ocupa\u00e7\u00e3o e de utiliza\u00e7\u00e3o dos solos e da reza e da sociedade, internos e manuten\u00e7\u00e3o de uma estrutura social profundamente concentradora e injusta. O primeiro fato se manifesta na in- externos \u00e0 regi\u00e3o, tais como as trodu\u00e7\u00e3o de culturas de dif\u00edcil adapta\u00e7\u00e3o \u00e0s condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas existentes e do uso de t\u00e9cnicas de utiliza\u00e7\u00e3o dos elevadas temperaturas, a baixa solos n\u00e3o compat\u00edveis com as condi\u00e7\u00f5es ecol\u00f3gicas da regi\u00e3o. O segundo ocasiona o controle da propriedade da pluviosidade, a elevada press\u00e3o terra e do processo pol\u00edtico pelas oligarquias locais. atmosf\u00e9rica, os desmatamentos, o uso inadequado do solo, etc. Esses aspectos agravam os resultados das secas e provocam a destrui\u00e7\u00e3o da natureza [...]. Atividade 3: Os alunos podem Os problemas das secas somente ser\u00e3o superados por profundas transforma\u00e7\u00f5es socioecon\u00f4micas de \u00e2mbito citar: as queimadas e os desma- nacional. V\u00e1rias t\u00eam sido as proposi\u00e7\u00f5es formuladas: tamentos; o uso inadequado do solo, por meio do cultivo de cultu- \u2022 Transformar a atual estrutura agr\u00e1ria,concentradora de terra e renda,por meio de uma ReformaAgr\u00e1ria que fa\u00e7a ras que n\u00e3o se adaptam efetiva- mente ao clima; e uma ocupa\u00e7\u00e3o justi\u00e7a social ao trabalhador rural. [...] humana caracterizada pela con- centra\u00e7\u00e3o da terra nas m\u00e3os das \u2022 Implantar o Projeto de Transposi\u00e7\u00e3o das \u00c1guas do Rio S\u00e3o Francisco para outras bacias hidrogr\u00e1ficas do semi- oligarquias locais. \u00e1rido regional. Atividade 4: Os alunos pode- r\u00e3o citar a realiza\u00e7\u00e3o de uma re- N\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel eliminar um fen\u00f4meno natural.As secas v\u00e3o continuar existindo. Mas \u00e9 poss\u00edvel conviver com o forma agr\u00e1ria \u201cque fa\u00e7a justi\u00e7a ao problema. O Nordeste \u00e9 vi\u00e1vel. Seus maiores problemas s\u00e3o provenientes mais da a\u00e7\u00e3o ou omiss\u00e3o dos homens e trabalhador rural\u201d e o projeto de da concep\u00e7\u00e3o da sociedade que foi implantada, do que propriamente das secas de que \u00e9 v\u00edtima. transposi\u00e7\u00e3o das \u00e1guas do rio S\u00e3o Francisco, iniciado em 2017. Fonte: GASPAR, L\u00facia. Seca no Nordeste brasileiro. Funda\u00e7\u00e3o Joaquim Nabuco. Dispon\u00edvel em: <http:\/\/basilio.fundaj.gov.br\/ pesquisaescolar\/index.php?option=com_content&view=article&id=418%3Aseca-no-nordeste-brasileiro&catid= Comente que existem \u00e1reas 53%3Aletra-s&Itemid=1>. Acesso em: 20 maio 2018. muito mais secas que o Sert\u00e3o, por exemplo, o deserto do Negev, Agora, responda: em Israel. Explique que existem v\u00e1rias propostas para ajudar a 1 Comente o seguinte trecho do texto: \u201cN\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel eliminar um fen\u00f4meno natural. [...] Mas \u00e9 poss\u00edvel conviver popula\u00e7\u00e3o a conviver com as com o problema\u201d. secas e os baixos \u00edndices pluvio- m\u00e9tricos do Sert\u00e3o nordestino. 2 Em sua opini\u00e3o, as causas das secas no Sert\u00e3o nordestino podem ser consideradas simples ou complexas (uma intera\u00e7\u00e3o de v\u00e1rios fatores)? Justifique. Uma delas seria o governo in- centivar, atrav\u00e9s de assist\u00eancia 3 Como a a\u00e7\u00e3o antr\u00f3pica acaba agravando as secas? t\u00e9cnica e subs\u00eddios, a constru\u00e7\u00e3o de cisternas, em todas as habita- 4 Quais foram as propostas apontadas para conviver com as secas? Troque ideias com os colegas: Em sua \u00e7\u00f5es, para armazenar a \u00e1gua da opini\u00e3o, essas propostas s\u00e3o vi\u00e1veis? chuva, que seria utilizada nos pe- r\u00edodos de estiagem. Outra seria a 214 UNIDADE 4 \u00a5 Brasil: diversidades regionais introdu\u00e7\u00e3o de sistemas agr\u00e1rios dry farm, ou seja, cultivos adap- inventado em Israel, para uma policultura em pequenas propriedades, tados a climas semi\u00e1ridos, com o que implicaria uma reforma agr\u00e1ria para dividir as grandes proprie- plantas de ciclo vegetativo curto, dades, que predominam e em geral praticam a pecu\u00e1ria extensiva, que aproveitam o breve per\u00edodo a qual n\u00e3o \u00e9 adequada \u00e0s condi\u00e7\u00f5es naturais da regi\u00e3o. Cabe ainda de chuvas, tais como o sorgo ou lembrar que a popula\u00e7\u00e3o deveria ter livre acesso \u00e0 \u00e1gua dos a\u00e7udes o amendoim. Outra op\u00e7\u00e3o seria e n\u00e3o depender do propriet\u00e1rio da terra nem dos carros-pipa dos go- utilizar o sistema de gotejamento, vernos municipais. 214 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","4 O \u201cnovo\u201d Nordeste Minha biblioteca Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas Cordel adolescente, \u00f3 A regi\u00e3o Nordeste apresenta \u00e1reas industrializadas, bem como zonas de agrope- xente!, de Sylvia Orthof. Oriente a leitura do texto e a cu\u00e1ria moderna, que v\u00eam se expandindo. Um dado que mostra a prosperidade do Nor- S\u00e3o Paulo: FTD, 2013. observa\u00e7\u00e3o da fotografia. Espera- deste pode ser a renda per capita da regi\u00e3o, que de 2002 a 2015 cresceu 33,6%, enquan- O livro conta as -se que os alunos compreendam to a m\u00e9dia do Brasil cresceu 25,4%. aventuras da o processo de industrializa\u00e7\u00e3o, adolescente Doralice, urbaniza\u00e7\u00e3o e desenvolvimento Constitu\u00edda por algumas metr\u00f3poles e \u00e1reas modernas, por uma crescente classe que exp\u00f5e hist\u00f3rias em econ\u00f4mico recente do Nordeste. m\u00e9dia (concentrada nas cidades), por uma m\u00fasica rica, dan\u00e7as variadas e belas paisagens, cord\u00e9is nas feiras do o Nordeste brasileiro cresce e continua apresentando um enorme potencial tur\u00edstico. Nordeste. Aproveite para retomar o de- senvolvimento do agroneg\u00f3cio Nos \u00faltimos anos, algumas \u00e1reas do Sert\u00e3o nordestino passaram por um proces- Parque tecnol\u00f3gico: \u00e1rea em Matopiba e conversar sobre so de moderniza\u00e7\u00e3o, sobretudo ao redor do rio S\u00e3o Francisco e na por\u00e7\u00e3o oeste da que concentra empresas outros polos econ\u00f4micos da re- Bahia. Na primeira \u00e1rea, onde grandes projetos de irriga\u00e7\u00e3o criaram uma agroind\u00fastria de tecnologia, institui\u00e7\u00f5es gi\u00e3o, como: (produ\u00e7\u00e3o de frutas, vinicultura, entre outras), as cidades que mais se destacam s\u00e3o de ensino e pesquisa Juazeiro (na Bahia) e Petrolina (em Pernambuco), na realidade interligadas, dado que tecnol\u00f3gicos, incubadoras \u2022 O Complexo Agroindustrial de est\u00e3o em margens opostas do S\u00e3o Francisco. A parte oeste da Bahia \u2013 onde existe o de neg\u00f3cios (institui\u00e7\u00f5es Petrolina-Juazeiro, localizado Cerrado no lugar da Caatinga \u2013 desenvolveu uma moderna agricultura de gr\u00e3os (prin- que assessoram a cria\u00e7\u00e3o \u00e0s margens do rio S\u00e3o Fran- cipalmente soja), que se prolonga at\u00e9 o sul do Piau\u00ed e do Maranh\u00e3o. de novas empresas, cisco, abrangendo os muni- especialmente as c\u00edpios de Petrolina, Lagoa A cidade de Fortaleza, de crescimento r\u00e1pido e recente, com alguma industriali- inovadoras), que Grande, Santa Maria da Boa za\u00e7\u00e3o e intensa atividade tur\u00edstica, destaca-se como receptora de grandes contingen- compartilham o mesmo Vista e Oroc\u00f3 (em Pernambu- tes de migrantes oriundos do interior. A\u00ed existe uma \u00e1rea de expans\u00e3o industrial: o polo ambiente. co) e os munic\u00edpio de Juazei- t\u00eaxtil e de confec\u00e7\u00f5es de Fortaleza e do interior do Cear\u00e1, que cresceu significativa- ro, Sobradinho, Casa Nova e mente nas \u00faltimas d\u00e9cadas. H\u00e1 no Cear\u00e1 dois importantes polos cal\u00e7adistas: em Sobral Cura\u00e7\u00e1 (na Bahia). Famoso e no Vale do Cariri, onde se formou a regi\u00e3o metropolitana do Cariri (RMC), a partir da pela fruticultura irrigada pa- proximidade geogr\u00e1fica entre os munic\u00edpios de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha. ra a exporta\u00e7\u00e3o, passou por processo de diversifica\u00e7\u00e3o, Recife, capital de Pernambuco, se destaca pelo setor de inform\u00e1tica, com o Porto produzindo outros produtos Digital, o maior parque tecnol\u00f3gico do Brasil, e pelo setor industrial ao redor do porto agr\u00edcolas (hortali\u00e7as, tub\u00e9r- de Suape. \u00c9 uma regi\u00e3o industrial e tecnol\u00f3gica que vem crescendo a um ritmo supe- culos e leguminosas). Al\u00e9m rior em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 m\u00e9dia do Nordeste e at\u00e9 mesmo do pa\u00eds. disso, desenvolveu ativida- des de processamento dessa O polo petroqu\u00edmico de Cama\u00e7ari, ao norte de Salvador, \u00e9 hoje uma moderna \u00e1rea produ\u00e7\u00e3o e de produtos pe- industrial. A Bahia \u00e9 o estado com a economia mais forte do Nordeste, com um PIB de cu\u00e1rios, como o leite e a car- cerca de 201 bilh\u00f5es de d\u00f3lares em 2015 (7o lugar do pa\u00eds), o que equivale a 3,9% do ne bovina, ao atrair ind\u00fastrias PIB nacional e 26% do PIB da regi\u00e3o. Em seguida, v\u00eam Pernambuco, com um PIB de como as de embalagens, de 139 bilh\u00f5es de d\u00f3lares (2,7% do PIB nacional e 17% do PIB do Nordeste), e Cear\u00e1, com equipamentos agr\u00edcolas, 109 bilh\u00f5es de reais (2,2% do PIB nacional e 13,5% do PIB do Nordeste). de materiais de constru\u00e7\u00e3o, de fertilizantes, entre outras. Delfim Martins\/Pulsar Imagens \u2022 O Complexo Minerometal\u00far- O Porto Digital de Recife gico do Maranh\u00e3o, destinado (PE) est\u00e1 na zona portu\u00e1ria \u00e0 extra\u00e7\u00e3o e \u00e0 exporta\u00e7\u00e3o da cidade. \u00c9 considerado o de min\u00e9rio de ferro, \u00e9 resul- mais importante parque tado do Programa Grande tecnol\u00f3gico do pa\u00eds. Foto Caraj\u00e1s (PGC). A Estrada de de 2018. Ferro Caraj\u00e1s constru\u00edda pa- ra o escoamento do min\u00e9rio Nordeste \u2022 CAP\u00cdTULO 10 215 de Caraj\u00e1s (PA) para o porto de Ponta da Madeira, em S\u00e3o Lu\u00eds (MA), acabou por viabi- lizar a circula\u00e7\u00e3o de produ- tos agr\u00edcolas origin\u00e1rios de Matopiba, a \u00faltima fronteira agr\u00edcola. Devido a essa es- trutura, outras ind\u00fastrias se instalaram na regi\u00e3o e ao longo da estrada. \u2022 O Polo T\u00eaxtil e de Confec\u00e7\u00f5es de Fortaleza foi constru\u00eddo atrav\u00e9s de benef\u00edcios fiscais e incentivos financeiros do governo federal visando \u00e0 desconcentra\u00e7\u00e3o industrial no Sudeste do pa\u00eds. Ressalte que esse desenvolvi- mento foi amplamente coordena- do e incentivado pelos governos (federal e estaduais) atrav\u00e9s da Pol\u00edtica Nacional de Desenvolvi- mento Regional, utilizando as parcerias p\u00fablico-privadas. 215MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10","Orienta\u00e7\u00f5es did\u00e1ticas O grande n\u00famero de cidades litor\u00e2neas com belas praias contribui para o desen- volvimento do turismo. Muitos estados investem na constru\u00e7\u00e3o de parques aqu\u00e1ticos, Fa\u00e7a a leitura do texto com os complexos hoteleiros e polos de ecoturismo. alunos, observando a fotografia. O Nordeste \u00e9 a regi\u00e3o brasileira que abriga o maior n\u00famero de Patrim\u00f4nios Cul- Se oportuno, comente com os turais da Humanidade, como a cidade de Olinda (Pernambuco), S\u00e3o Lu\u00eds (Maranh\u00e3o) e alunos que o Brasil possui 14 Pa- o centro hist\u00f3rico do Pelourinho, em Salvador (Bahia). H\u00e1 ainda o Parque Nacional da trim\u00f4nios Culturais da Humani- Serra da Capivara, no Piau\u00ed, um dos mais dade tombados pela Organiza\u00e7\u00e3o importantes s\u00edtios arqueol\u00f3gicos do pa\u00eds. das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a Educa- Outro grande destaque mundial \u00e9 Fer- \u00e7\u00e3o, a Ci\u00eancia e a Cultura (Unes- nando de Noronha, pertencente a Per- co). Destes, cinco se encontram nambuco, com suas paisagens naturais no Nordeste. S\u00e3o eles: Centro e mar cristalino, que abriga golfinhos Hist\u00f3rico de Olinda (PE), Centro saltadores conhecidos em todo o mundo. Hist\u00f3rico de Salvador (BA), Par- Gr\u00e1ficos: Luiz Fernando Rubio\/Arquivo da editora que Nacional Serra da Capivara lazyllama\/ShutterstockO centro hist\u00f3rico do Pelourinho, bairro (PI), Centro Hist\u00f3rico de S\u00e3o Lu\u00eds de Salvador (BA), \u00e9 um Patrim\u00f4nio (MA) e Pra\u00e7a S\u00e3o Francisco em S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o (SE). Al\u00e9m disso, a Cultural da Humanidade, considerado Costa do Descobrimento: Reser- um centro de convers\u00e3o entre as vas de Mata Atl\u00e2ntica, na Bahia e no Esp\u00edrito Santo, \u00e9 considerada culturas europeia, africana e ind\u00edgena Patrim\u00f4nio Natural Mundial re- no Brasil. Foto de 2017. conhecido pelo mesmo \u00f3rg\u00e3o. Texto e a\u00e7\u00e3o Essa atividade contempla a habilidade EF07GE10. Texto e a\u00e7\u00e3o \u00a5 Observe os gr\u00e1ficos e responda \u00e0s quest\u00f5es: Brasil: crescimento m\u00e9dio anual do Brasil: PIB por regi\u00e3o (1999 e 2015) PIB per capita pela regi\u00e3o (2000-2010) % 3,0 2,9 2,8 Bilh\u203aes de reais 3,0 3 000 1 000 1999 2015 2,5 2,4 2,3 2,2 800 2,0 1,5 600 1,0 400 Norte Nordeste Centro- Brasil Sudeste Sul -Oeste 200 Fonte: elaborado com base em Brasil Debate. Dispon\u00edvel em: 0 Norte Centro- Sul Nordeste Sudeste <http:\/\/brasildebate.com.br\/qual-brasil-esta-crescendo-mais>. Acesso em: 2 jun. 2018. -Oeste a) Tais dados desmentem a tese segundo a qual as disparidades regionais est\u00e3o aumentando no Brasil. Se a tese fosse correta, Fonte: elaborado com base em Deepask. Dispon\u00edvel em: <www.deepask. o Norte e o Nordeste deveriam ser as regi\u00f5es de menor com\/goes?page=Levantamento-mostra-como-o-PIB-esta-distribuido-entre- crescimento, e o Sul e o Sudeste, as de maior crescimento, as-regioes-do-Brasil>. Acesso em: 20 maio 2018. mas os dados mostram o contr\u00e1rio. a) Esses dados comprovam ou desmentem a tese propagada por alguns segundo a qual as dispari- dades regionais est\u00e3o aumentando no Brasil? Justifique. b) Com base nas informa\u00e7\u00f5es dos gr\u00e1ficos, voc\u00ea conclui que as migra\u00e7\u00f5es do Nordeste para o Sudeste e o Sul tendem a aumentar ou diminuir? Justifique. b) Espera-se que os alunos concluam que as migra\u00e7\u00f5es do Nordeste para o Sudeste e o Sul tendem a diminuir, pois a economia nordestina est\u00e1 crescendo mais e gerando proporcionalmente mais empregos. 216 UNIDADE 4 \u00a5 Brasil: diversidades regionais 216 MANUAL DO PROFESSOR - CAP\u00cdTULO 10"]


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