• Se você mora próximo à região metropolitana do Rio de Janeiro, aproveite para visitar pessoalmente esse museu. Mais informações sobre o assunto estão disponíveis em: http://museudarepublica.museus.gov.br/acervo-e-pesquisa/, acesso em: 22 jan. 2020. O Museu da República está localizado na rua do Catete, 153, no bairro Catete, na cidade do Rio de Janeiro. Ao fazer a visita, procure utilizar o roteiro apresentado na seção Pesquisa do Capítulo 3. c) Na sequência, verifiquem de que forma a sociedade se beneficiou das políticas implementadas nas áreas pesquisadas. Para obter essas informações, acessem sites oficiais de dados, como o do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na seção Séries históricas: https://seriesestatisticas. ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=ECE305 e https://biblioteca.ibge.gov.br/ visualizacao/livros/liv101681_informativo.pdf. Acessos em: 27 jan. 2020. • Para pesquisar dados consolidados do IBGE, pós-década de 1970, acessem: https://brasilemsintese.ibge.gov.br/. • Outra fonte de pesquisa de dados é a Fundação Seade. Acessem: www.seade.gov.br/. • O Ipea fornece dados e pesquisa sobre a situação econômica e desigualdade social no Brasil. Acessem: www.ipea.gov.br/portal/. In ográfico é uma peça Acessos em: 27 jan. 2020. visual utilizada para d) Analisem os dados pesquisados e confrontem com o texto constitucional. apresentar informações Quais foram os direitos que vocês identificaram como consolidados e e dados de maneira garantidos de fato para o exercício da cidadania? Apresentem a pesquisa em facilitada, o que ajuda forma de infográfico. Para saber como elaborar um, acessem: na compreensão do www.canva.com/pt_br/criar/infografico/. Acesso em: 27 jan. 2020. leitor mesmo quando e) Ampliem a pesquisa para as outras dimensões da cidadania. Por exemplo, de o conteúdo tem maior acordo com o IBGE, complexidade. Costuma incluir textos e imagens [...] de 2013 para 2014, houve ligeira elevação no percentual de domicílios na sua elaboração, atendidos por rede geral de abastecimento de água e esgoto (de 85,0% para 85,4%). como ilustrações, Esse percentual era de 82,1% em 2004. No caso da parcela dos domicílios com gr ficos e cones esgotamento sanitário adequado (rede geral ou fossa séptica) houve uma expansão A plataforma Canva é um de 2013 para 2014 (de 76,2% para 76,8%), que decorreu da diminuição do percentual editor on-line, gratuito, de domicílios com fossa séptica, uma vez que o percentual daqueles atendidos que oferece modelos para por rede geral de esgoto, que estava em 47,9%, em 2004, manteve trajetória de serem preenchidos com as crescimento até 2013 (58,2%), tendo registrado, em 2014, queda para 57,6%. informações desejadas. Oriente os alunos na construção do infográfico. Se possível, monte um exemplo. Simples usando a plataforma Canva. IBGE. Brasil em síntese. Disponível em: https://brasilemsintese.ibge.gov.br/ habitacao.html. Acesso em: 27 jan. 2020. • Qual é a relação dos dados informados pelo IBGE e a garantia dos direitos Respostas coletivas. É desejável do cidadão? Para saber mais sobre o mapa da desigualdade em São Paulo, que os alunos reflitam sobre assistam ao vídeo desenvolvido pela Rede Nossa São Paulo, disponível em: as múltiplas linguagens que https://youtu.be/_fwdmDZ0H-c. Acesso em: 21 jan. 2020. podem ser usadas como forma de se expressar pela luta por 2. Assistam em grupos ao curta-metragem Multiplicadores, um documentário sobre direitos. a cultura do Grafite e seu potencial para promover a inclusão social, e reflitam sobre a cidadania e o universo retratado no vídeo (disponível em: https:// 99 curtadoc.tv/curta/artes/multiplicadores/. Acesso em: 21 jan. 2020). • Após assistirem ao curta, respondam: Vocês acreditam que a arte pode ser inclusiva? Comentem a resposta com os colegas.
Outros Nesta seção, analisamos os aspectos negativos do período olhares pós-redemocratização do Brasil, que aconteceu a partir de 1985, e da promulgação da Constituição de 1988. O autor Dsoirbeiatomsesaoçcaiais citado apresenta dados sobre o retrocesso dos direitos sociais, enquanto os direitos individuais saíram fortalecidos. Peça aos alunos que citem exemplos que tenham conexão com a realidade de cada um, à medida que a leitura for se desenvolvendo. L eia o texto a seguir do historiador José Murilo de Carvalho. Em sua obra Cidadania no Brasil – o longo caminho, ele traça um panorama da cidadania após a promulgação da Constituição Federal, em 1988, além de analisar a evolução da cidadania no Brasil diante das teorias predominantes sobre o tema, apontando as diferenças e as dificuldades para a efetivação dos direitos no país. Ele também apresenta dados significativos sobre a situação brasileira em relação aos direitos sociais e à dificuldade na concretização do ideal de cidadania proposto na Carta Constitucional: Não A Constituição de 1988 ampliou também, mais do que qualquer de suas escreva antecedentes, os direitos sociais. Fixou em um salário mínimo o limite inferior para no seu aposentadorias e pensões e ordenou o pagamento de pensão de um salário mínimo a todos os deficientes físicos e a todos os maiores de 65 anos, independentemente de livro. terem contribuído para a previdência. Introduziu ainda a licença-paternidade, que dá aos pais cinco dias de licença do trabalho por ocasião do nascimento dos filhos. CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil – o longo caminho. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 206. 1. De acordo com o autor, a Constituição Federal de 1988 ampliou os direitos sociais em algumas áreas. Você poderia afirmar que, em relação às áreas citadas anteriormente, as garantias tinham caráter de inclusão? Por quê? Cite algum exemplo para justificar sua resposta. Espera-se que os alunos mencionem a fixação de um salário mínimo a todos os deficientes físicos e aos maiores de 65 anos, mesmo sem terem contribuído para a Previdência. Continue a leitura. “O índice de Gini, criado pelo [...] Mas as maiores dificuldades na área social têm a ver com a persistência das matemático italiano Conrado grandes desigualdades sociais que caracterizam o país desde a independência, Gini, é um instrumento para para não mencionar o período colonial. O Brasil é hoje o oitavo país do mundo em medir o grau de concentração termos de produto interno bruto. No entanto, em termos de renda per capita é o 34O. de renda em determinado Segundo o relatório do Banco Mundial, era o país mais desigual do mundo em 1989, grupo. Ele aponta a diferença medida a desigualdade pelo índice de Gini. Em 1997, o índice permanecia inalterado entre os rendimentos dos mais (0,6). Pior ainda, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), pobres e dos mais ricos”. a desigualdade econômica cresceu ligeiramente entre 1990 e 1998. Na primeira data, os 50% mais pobres detinham 12,7% da renda nacional; na segunda, 11,2%. Disponível em: De outro lado, os 20% mais ricos tiveram sua parcela da renda aumentada de 62,8% www.ipea.gov.br/desafios/ para 63,8% no mesmo período. index.php?option=com_ A desigualdade é sobretudo de natureza regional e racial. Em 1997, a taxa de content&id=2048:catid=28. analfabetismo no Sudeste era de 8,6%; no Nordeste, de 29,4%. O analfabetismo funcional no Sudeste era de 24,5%; no Nordeste era de 50% e no Nordeste rural, Acesso em: 29 fev. 2020. de 72%; a mortalidade infantil era de 25% no Sudeste em 1997, de 59% no Nordeste, e assim por diante. O mesmo se dá em relação à cor. O analfabetismo em 1997 era de 9,0% entre os brancos e de 22% entre os negros e pardos; os brancos tinham 100
Não 6,3 anos de escolaridade; os negros e pardos, 4,3; entre os brancos, 33,6% ganhavam escreva até um salário mínimo; entre os negros, 58% estavam nessa situação, e 61,5% entre no seu os pardos; a renda média dos brancos era de 4,9 salários mínimos; a dos negros, 2,4, e a dos pardos, 2,2. Esses exemplos poderiam ser multiplicados sem dificuldade. livro. CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil – o longo caminho. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 207-208. 2. Os dados apresentados pelo autor datam de 15 anos após a redemocratização do país com a consequente promulgação da Constituição Cidadã. Na sua opinião, e de acordo com a percepção que você tem da realidade brasileira, houve alguma alteração em relação ao índice de Gini, que mede a desigualdade social de um país? Justifique. Essa resposta é pessoal e pautada na percepção do aluno. Porém, é necessário que ele justifique sua resposta com base em sua percepção. Ou seja, o aluno poderá mencionar que o poder aquisitivo de sua família não é mais o mesmo; que seu pai, mãe ou responsável está desempregado há algum tempo etc. Leve-o a estender essa reflexão ao observar o entorno, como o comércio local, a evasão escolar, por exemplo, e a questionar a razão por Arquivo/Agência Brasil Continue a leitura. trás desses fatos. SRAoeAlpesúnsbiedlmiacdabeldedoiaaBproarnosisml,tiuetulmgina5tçeãdoeudoeauetuloabbnrsootridotuueiço1ã9ot8ed8a.to A escandalosa desigualdade que concentra nas mãos ccoonnssttiittuuciniotenaUl lfyosisepsreGsiudimidaarpãeeslo(1d9e1p6u-t1a9d9o2). de poucos a riqueza nacional tem como consequência Brasília, Distrito Federal. níveis dolorosos de pobreza e miséria. Tomando-se a renda de 70 dólares – o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera ser o mínimo necessário para a sobrevivência – como a linha divisória da pobreza, o Brasil tinha em 1997, 54% de pobres. A porcentagem correspondia a 85 milhões de pessoas, numa população total de 160 milhões. No Nordeste, a porcentagem subia para 80%. A persistência da desigualdade é apenas em parte explicada pelo baixo crescimento econômico do país nos últimos 20 anos. Mesmo durante o período de alto crescimento da década de 70 ela não se reduziu. Crescendo ou não, o país permanece desigual. O efeito positivo sobre a distribuição de renda trazido pelo fim da inflação alta teve efeito passageiro. A crise cambial de 1999 e a consequente redução do índice de crescimento econômico eliminaram as vantagens conseguidas no início. CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil – o longo caminho. 3. ed. Rio de Janeiro: Respostas pessoais. Caso algum aluno seja eleitor e já tenha votado, conduza a questão de forma reflexiva para que o Civilização Brasileira, 2002. p. 208-209. jovem perceba que as políticas públicas que efetivam os direitos previstos nas leis são conduzidas por esses políticos eleitos e que, por essa razão, é importante exigir transparência e utilizar a cidadania como forma de controle social. 3. O Brasil adota o modelo de democracia representativa, ou seja, ao eleger um político pela maioria dos votos, o cidadão transfere para esse eleito o próprio direito (representação) para conduzir as políticas públicas para o benefício da população, bem como gerir o Estado de forma transparente e ética e pautar temas que visem garantir os direitos adquiridos pelo cidadão e zelar pela república. A partir dos 16 anos, os jovens já podem votar; assim, adquirem seus direitos políticos. a) Você já é eleitor e já participou de alguma eleição? Quais foram seus critérios para escolher seu representante? b) Em duplas, discutam sobre o que é necessário para garantir a cultura democrática e cidadã e como o cidadão deve agir na hora de escolher aqueles que vão representá-lo na condução do país. Respostas pessoais. 101
Bate-papo O objetivo é encorajar os jovens a terem uma postura de engajamento social, levando-os a participar ativamente na construção de uma nova cidadania, mais consciente e solidária. Cidadania e inclusão Oriente-os a fazer U ma das recentes conquistas para o exercício da cidadania diz respeito ao uma leitura, ainda Estatuto da Pessoa com Deficiência, a Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. que focando apenas Trata-se de uma conquista social precedida de muita luta. Para conhecer mais sobre o cap. II, do Estatuto esse importante Estatuto, acesse o link www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- da Pessoa com 2018/2015/lei/l13146.htm (acesso em: 22 jan. 2020) e leia o conteúdo, especialmente Deficiência, antes de o capítulo II, que trata da igualdade e da não discriminação. iniciar os trabalhos. Essa leitura pode De acordo com o Censo 2010 realizado pelo IBGE, quase 46 milhões de brasileiros, ser feita em duplas ou seja, cerca de 24% da população, declarou ter algum grau de dificuldade em pelo ou trios. menos uma das habilidades investigadas (enxergar, ouvir, caminhar ou subir degraus) ou possuir deficiência mental/intelectual. Veja a seguir o gráfico que demonstra tipo e grau de dificuldade e deficiência no Brasil. PORCENTAGEM DA POPULAÇÃO, POR TIPO E GRAU DE DIFICULDADE E DEFICIÊNCIA (BRASIL – 2010) Visual Motora Auditiva Mental/Intelectual 0% 1% 2% 3% 4% 5% 10% 15% 20% Neste momento, Não consegue de modo algum Alguma dificuldade peça aos alunos Grande dificuldade Possui que opinem sobre o Estatuto da Pessoa Observação: uma mesma pessoa pode ter mais de uma deficiência. com Deficiência e sua aplicação. Fonte: IBGE – educa. Conheça o Brasil – População. Pessoas com deficiência. Censo 2010. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/20551- pessoas-com-deficiencia.html. Acesso em: 21 jan. 2020. Não Garantir a inclusão das pessoas com deficiência é propiciar o exercício da cidadania escreva a todos os indivíduos e promover uma sociedade mais justa e menos desigual. no seu livro. ORGANIZANDO A CONVERSA tipo de deficiência ela possui? Alguma vez enfrenta no seu dia a dia? 1. Você convive com alguma pessoa com deficiência? Que você investigou sobre as dificuldades que essa pessoa Respostas pessoais. 2. deficiência? Se sim, qual? Conte como se sente em relação à proteção e Você possui alguma garantia de seus direitos e cidadania. 3. RRVeeossppcoossêttaaascpocleehstsiavoaa.iqsE.uspeeras-useaquceiodsaalduneosésejaamdasepnstibaildizaadops aporraestaetteemnadeederspàesrtempepasrasaosaqusesctõoesmsocdiaeisfeicdieêinnccluisaão?. REGISTRO • Registre no caderno coletivo as conclusões do grupo. 102
Realeimdapdreática Projeto: A proposta consiste em uma ação Acesso legal A social mobilizadora, que partirá de gora que você conhece mais a realidade das pessoas com deficiência, procure um reconhecimento do bairro/cidade praticar duas habilidades essenciais: empatia e solidariedade. Pense em para mapear locais que não oferecem acessibilidade para pessoas com quantos direitos já estão assegurados legalmente, mas que, por desconhecê-los ou deficiência e mobilidade reduzida. É uma atividade que deverá ser mesmo por falta de apoio, as pessoas não reivindicam sua execução. planejada e programada; portanto, Assista ao vídeo produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre verifique o cronograma disponível empoderar pessoas com deficiência. Nesse documentário, a organização apresenta para sua realização. Divida a classe em grupos pequenos para que cada ações que vem desenvolvendo ao longo de seus 70 anos para promover a inclusão e grupo visite uma determinada região da cidade ou bairro. Organize o combate à desigualdade de pessoas com deficiência: 70 anos de desenvolvimento com os alunos a divisão de tarefas em 70 segundos: empoderando as pessoas com deficiência. Disponível em: https:// e ajude-os a localizar o mapa da youtu.be/I9CqFndaBHM. Acesso em: 19 jan. 2020. cidade ou do bairro no site da prefeitura local. AÇão: o mapa da acessibilidade da minha cidade Que tal construir um mapa da acessibilidade do seu bairro ou cidade? A ação proposta consiste em levantar pontos críticos e favoráveis em relação à acessibilidade no território. Assinalem no mapa o que descobrirem: se há ou não rampas de acesso nas calçadas; piso tátil nas calçadas para deficientes visuais etc. Façam registros sobre a excursão que vão empreender pelo bairro. • Agora, vamos às orientações: Veja orientações no Manual do Professor. a) Busquem no site da prefeitura local o mapa da sua cidade ou bairro. Dividam a cidade Não ou o bairro em partes: cada grupo vai andar pela parte escolhida. O ideal é que, escreva dentro das possibilidades, os grupos sejam formados por alunos vizinhos, se possível. no seu livro. b) Façam uma excursão investigativa para descobrir quais são os aspectos favoráveis e desfavoráveis na sua cidade ou bairro em relação à acessibilidade e mobilidade para as pessoas que circulam e convivem nesse espaço. c) Registrem, por meio de fotografias e vídeos, o que Del m Martins/Pulsar Imagens encontrarem pelo caminho e que não atenda aos direitos de acessibilidade e mobilidade. Escrevam suas observações para produzirem o mapa da acessibilidade do bairro ou da cidade e um relatório orientador para as boas práticas. Entrevistem as pessoas que circulam pelo local e colham seus depoimentos acerca do que pensam sobre a situação-problema e solicitem sugestões para a melhoria. d) Organizem um dia para apresentarem o que Calçadas inadequadas para os cidadãos são elaboraram e exponham as fotos e vídeos Cpcoauamrleçaauhqdnauasjaencuoeamsmsscaeoidsabçapsãdrtooáecbseulbeleormtasisavpiaslaeserieraafijapssm.ceÉadsleinosealtucçrceeãisososnnáraiorgdiooorso.sa produzidos no decorrer do processo. Se possível, bairro de Perdi es, São Paulo, SP, em convidem moradores do bairro, especialmente os que possuem alguma deficiência, e as autoridades competentes para encaminhar os pontos críticos aos orgãos responsáveis. 103
Reflexão Livre acesso Você aprendeu que há muito a ser melhorado quanto à acessibilidade de pessoas com deficiência. A pesquisa que você fez também deve ajudar a ampliar a empatia e a solidariedade, motivando a busca por soluções que permitam a todos os mesmos direitos. Imaginar-se no lugar do outro é um exercício de cidadania e inspira a criação de soluções para que todos possam ter os mesmos direitos. Conheça a seguir a história de alguém que vive essa realidade e que trabalha ativamente para que as condições de acessibilidade sejam atendidas nas cidades brasileiras. Rede Saci: Usar a internet como ferramenta LIVRE ACESSO – RENATO LAURENTI para inserir pessoas portadoras de deficiência na sociedade, favorecendo o exercício da Renato costumava passar seus fins de semana em Ubatuba, cidadania e melhorando sua qualidade de vida, litoral paulista, onde surfava, velejava, corria e jogava bola é o objetivo da Rede Saci (Solidariedade, Apoio, com os amigos. Em abril de 1984, ele se dirigia para a casa de Comunicação e Informação), projeto elaborado praia quando perdeu o controle do seu carro e capotou. Em pela Coordenadoria Executiva de Cooperação São Paulo, ficou seis meses internado – sua medula tinha sido Universitária e de Atividades Especiais da USP, atingida, deixando-o tetraplégico. Ele acreditava que ainda em parceria com o Núcleo de Computação poderia voltar a andar. E para isso submeteu-se a intensos Eletrônica da UFRJ, a Rede Nacional de Pesquisa exercícios de fisioterapia. Nunca mais andou. Mas a internet do Ministério de Ciência e Tecnologia e o não apenas impediu que a queda fosse maior, como o ajudou a Amankay, Instituto de Estudos e Pesquisas. se levantar. Disponível em: www.novomilenio.inf.br/ ano00/0007b007.htm. Acesso em: 19 jan. 2020. Quando tudo aconteceu, Renato tinha 22 anos e cursava o segundo ano da Faculdade de Educação Física de Santo André. Karime Xavier/Folhapress No começo, a proteção da família, os amigos que sumiam e a depressão o afastaram de suas atividades. Ele não queria ver ninguém nem sair de casa. O que mais incomodou era atrair o olhar frequente das pessoas em lugares públicos. Foram necessários alguns anos para Renato ter uma vida normal. “As pessoas precisam conviver mais com os portadores de deficiência para ver que não mordemos, não somos pessoas esquisitas nem infelizes.” eefetRíemxssettipncraveaaavárp,tairopêliéponaLgrscsaeisiculapouor,ague.oranAaartqdoeiv,uasipees.piemStraarãecrr1osaeul9boPrl8teecao4acruu,eilqsosbeuop,emefúSrrbPeapm,lueicecuisuomddsmsaoa2dnaea0eçscaa1piesd3dome.derntesqatceuadreceodevrmeesasrsocibaardarielsrviuodadaaeendfiãfiecocioênucia 104
Certo dia, no ano 2000, Renato conversava com Luciana Whitaker/Pulsar Imagens algumas amigas quando surgiu a ideia de relatar suas experiências por meio de um site. Nesse bate-papo, estava presente Marta Gil, gerente da Rede Saci (Solidariedade, Apoio, Comunicação e Informação), site voltado para a temática da deficiência. Desse encontro nasceu o Repórter Saci. Assim, Renato assumiu a função e passou a descrever suas visitas a lugares públicos e estabelecimentos comerciais. Sem se identificar, ele observa as condições de acesso e o tratamento dispensado aos deficientes. Os itens verificados são rampa, banheiro adaptado, telefone rebaixado, corrimão, cardápio em braile – tudo o que não deveria faltar em lugar nenhum. Seu primeiro texto resultou de uma visita Transporte coletivo para pessoas com de ici ncia ao parque do Ibirapuera. Em pouco tempo, a ou mobilidade redu ida iter i, io de aneiro, ideia cresceu e Renato começou a enviar seus em 2015. relatos para empresas visitadas. E, se muitas nunca lhe deram retorno, outras tantas não só responderam como mudaram sua estrutura física. “Saber que estou contribuindo para a inclusão social e incentivando a cidadania me motiva.” DIMENSTEIN, Gilberto. Heróis invisíveis. São Paulo: Wide Publishing, 2004. Respostas pessoais. Porém, espera-se que os alunos percebam que Renato quis contribuir agora é com você! com as pessoas que vivem nas mesmas condições de mobilidade e de acessibilidade que ele e que por alguma razão não têm a oportunidade de se manifestar ou reivindicar seus direitos por estarem fragilizados ou à margem da sociedade. 1. Reflita sobre a história de Renato Laurenti. Na sua opinião, o que o motivou a compartilhar a sua história com outras pessoas? Não 2. Na cidade em que você mora, há alguma iniciativa como a do Renato Laurenti, que escreva busca mostrar as dificuldades na utilização da cidade, por pessoas com algum tipo no seu livro. de deficiência?Resposta pessoal. 3. Você e seus colegas tiveram a oportunidade de verificar as condições de acessibilidade e mobilidade em seu bairro ou sua cidade. Diante das observações e constatações a que chegaram sobre o tema e com base na leitura da experiência relatada no texto, como avaliam a relação Estado x cidadão diante das questões de acessibilidade e mobilidade? O Estado (cidade, estado, país) cumpre a sua função em relação aos cidadãos? Respostas pessoais. Porém, espera-se que os alunos respondam a partir da trajetória que empreenderam até aqui, levando em conta todo o aprendizado obtido. É um momento de aferição das aprendizagens. 4. Você considera que os cidadãos são ativos acerca de seus direitos e suas garantias constitucionais? 5. Como você se posiciona em relação às suas reinvindicações e ao reconhecimento de 105 seus direitos pelos três poderes da República: executivo, legislativo e judiciário? 4 e 5. Respostas pessoais. Porém, espera-se que respondam sobre os direitos e suas garantias individuais levando em consideração as atividades que realizaram em seções anteriores, como a pesquisa sobre os direitos individuais e coletivos, sociais e políticos previstos na Constituição Federal.
Portfólio O objetivo desta proposta é estimular a criatividade dos jovens para se expressarem e reivindicarem seus direitos, além de incentivar a reflexão acerca do exercício da cidadania no Brasil e no mundo. Propõe-se também que percebam que a consciência e a responsabilidade são elementos essenciais para uma postura ética diante do exercício político da cidadania. Faça uma retrospectiva com os alunos, retomando os temas trabalhados nas seções anteriores, e oriente-os para que a peça que vão produzir traduza suas ideias e opiniões acerca do tema Fdaancizdinaedaniacidadania, direitos e inclusão. F anzines são revistas feitas à mão que expressam ideias e opiniões de forma criativa, mesclando várias linguagens, como pintura, colagem, desenho, escrita etc. A palavra fanzine nasceu da junção de duas palavras: fanatic e magazine. Ela provém da combinação do final do vocábulo magazine, que tem o sentido de “revista”, com o início de fanatic. Entretanto, um fanzine é um meio de comunicação alternativo e pode ser utilizado para expressar ideias e opiniões acerca de temas variados. Que tal fazer seu próprio fanzine? Você pode encontrar um tutorial sobre como fazer um fanzine em: www.plataformadoletramento.org.br/acervo-experimente/1064/criar- fanzines-e-compartilhar-historias.html (acesso em: 21 jan. 2020). 1. Para o seu portfólio, use sua criatividade e expresse de forma lúdica o que aprendeu sobre o tema cidadania. 2. Com papel, revista, cola, tesoura, lápis de cor e caneta, fale sobre a evolução do conceito de cidadania ao longo do tempo e as lutas empreendidas para a conquista dos direitos civis, políticos e sociais. 3. Ilustre as desigualdades sociais que ainda assolam o Brasil e os seus sentimentos em relação a esse tema, procurando inspirar soluções possíveis para a inclusão social e o exercício da cidadania. 4. Retrate a vivência para transformar a cidade ou bairro onde mora em um ambiente acolhedor e acessível para todos os que nele vivem. 5. Por fim, retrate a si mesmo como cidadão protagonista do seu projeto de vida. Erick Dammon/Wanderson Alencar/Periféricos Zine Alexandre Lombardi/GPE/SECOM/Prefeitura de Sorocaba O projeto “Periféricos Zine”, sucesso na década de 1990, JSoovroencasbpar,oSdãuozePmauflaon, zeinme2e0e1x6p. ressam suas ideias. em Manaus, Amazonas, é um exemplo de fanzine. Foto de 2016. 106
autoavaliação Na sua opinião, como foi o seu desempenho durante o estudo deste capítulo? Faça uma autoavaliação no portfólio, reproduzindo nele o quadro abaixo, e, em seguida, preencha-o conforme sua percepção sobre o seu aprendizado. SIM EM PROCESSO AINDA NÃO Compreendi a evolução histórica do conceito Não de cidadania? escreva Identifiquei as diferenças entre os direitos no seu civis, políticos e sociais e suas conquistas no mundo e no Brasil? livro. Relacionei o conceito de democracia, república, cidade e cidadania, integrando o conceito de direito a cidade, justiça e equidade social? Ampliei meus conhecimentos acerca da identidade nacional e sua relação com a cidadania? Compreendi o processo de conquistas de direitos e as ameaças a esses direitos ao longo das Constituições do Brasil, sobretudo após a redemocratização do país e a Constituição Federal de 1988? Exercitei a postura ética e a ação cidadã no meu contexto social, desenvolvendo a solidariedade, a empatia, a cooperação e o protagonismo? Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. meu trajeto • Com a orientação do professor e com base nos itens a seguir, construa a sua trajetória e planeje o seu Projeto de vida. MINHAS PERCEPÇÕES QUE ATITUDES MINHAS O QUE EU DESEJO PARA QUAIS ESTRATÉGIAS SOBRE MUDARAM DEPOIS O MEU FUTURO? QUAIS POSSO UTILIZAR? 1 CIDADANIA SÃO: DESSE APRENDIZADO? SÃO AS MINHAS 4 2 3 METAS? 107 Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor.
CAPÍTULO 7 Gabriel Jardim/Arquivo da Editora Jovem cidadão: direitos e deveres objetivos JUSTIFICATIVA Veja orientações para esta abertura no Manual do Professor. • Identificar direitos e deveres nas relações diédDNaàrVmaeiieinrrpcovfsseeeeeuorsiicrlmgtltneseeoeoadoiissosnsàuscs,niestazoásaenaamrremrftçiehijioomdaoãluuamoommnmEçd,oaesõeapiénsinteoodqssaacslíuooidrrtvpheuecioiceduocgineanmuariuaãdgaladamloaaainsodcpdejaha,oolieEioasmccnrsjocaheadqdtolerneaauaimctntasdsoeijvpnevourliotluedcseoeaisoatxseimaaàçmoose,oqaorupotiusdgecpadceeneieoniiladfamhtodlupoasoueesdrdtrroninavãgreasodaisoall.aéessrfqAlgciaesrunliipinéooecseoamtgsnarirseuda.mlaidelzdoadaiarasrosçssd. ãoeo, interpessoais e em relação ao bem público. • Conhecer a origem das leis e do Direito como meio regulador da conduta humana e da vida em sociedade. • Conhecer as leis aplicáveis à sociedade brasileira desde a Constituição Federal de 1988 até as leis esparsas. • Compreender como ocorre a implementação das políticas públicas que garantem a efetivação dos direitos assegurados pelas leis. • Identificar a responsabilidade do Estado em relação às garantias previstas em lei. • Aprender a utilizar o direito à comunicação para expressar suas ideias e opiniões com responsabilidade, sobretudo na internet, em defesa dos direitos. • Aprender a exercer a crítica consciente como forma de reivindicar direitos. materiais BNCC Competências Gerais da Educação Básica Para registro 1. Conhecimento; 4. Comunicação; 5. Projeto de vida; • Caderno de registro coletivo 7. Argumentação; 10. Responsabilidade e cidadania • Portfólio individual Competências e habilidades específicas • Painel de trajeto individual Para as atividades: folhas Linguagens e suas Tecnologias equipamento para realização de papel sulfite; caneta; ECoMm13pLeGtGê1n0c5i,aE1M–13ELMP1033L,GEGM10131,LEPM0413,LEGMG1130L2P, 1E2M; 13LGG104, de pesquisa virtual i(nctopemarnrpaeuttl;oasduosofart,/wsqamuraaedrdtrpoehebodrnaieçn,ãctooa;bdrleeetcteoexrtttcoe.)s;; gcdiozenoiemuxaãcgoaenncesotmadea Competência 3 – EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LP05, EM13LP25, EM13LP27; Competência revistas, folhetos, jornais e catálogos EM13LGG704, 7 – EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LP12 Materiais opcionais: sala; câmera ou telefone celular Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Competência 1 – EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS106; Competência 5 EM13CHS501, EM13CHS502, EM13CHS504; Competência 6 – EM13CHS604, EM13CHS605 – eCmon: shtutltpe:/a/dbaesscenriaçcãioondaalcsocmoummp.meteêcn.gcoiavs.bre/daa-sbahsaeb.ilidades Acesso em: 6 jan. 2020. 108
roResegsdidpirooessittpoaosprterrseasgboraaalhsl.iseEtssappsee,crríaaf-imcsaepsaqqudueeeoadsceeatselusrnmooeisnvapamegracoesdbedaiemrestiqtaoucseioeenxoaismstdeeenmvteolrepeisasrdqaaupseeprseesgsousaolsaamcsonmnaossdsereafilcaviiçêdõnaecesiamneosetorxcâeinemsdpiatldoaere.ddNoeaCscóoidmnisgauogmednoes;Deree,ftperoasrtaafddimoas,C,aoenrleespsurmpeosiddeoenrmtaeçmoãbousemdraveaosrbtruaimbgeaalteoccraiiemrtdeeaindrateoddceootmvroaetborac.lihalo,,qquueetsaimmbbéomlizasão estevesf/Shutterstock Alf Ribeiro/Shutterstock A carteira de trabalho é o documento em Rampa de acesso e vaga de estacionamento de veículo de pessoa com deficiência na cidade de são que constam as informações empregatícias São Paulo, SP, 2016. O Estatuto da Pessoa com Deficiência e o Código Brasileiro de Trânsito (CTB) do trabalhador brasileiro. Por meio dos legislações que regulam a inclusão social. registros feitos nela, garantimos alguns dos principais benefícios trabalhistas, como o seguro-desemprego. Foto de 2019. Irene Araújo/Fotoarena. Luciana Whitaker/Pulsar Imagens Todo estabelecimento comercial ou de serviços é obrigado, por lei, a ter A partir dos 16 anos o voto é opcional, mas dos 18 aos 70 anos de idade um exemplar do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que regula as todo brasileiro alfabetizado é obrigado a votar. Caso não esteja em sua relações de consumo, à disposição do consumidor em local visível e de cidade no dia da eleição, é preciso justificar o voto. Rio de Janeiro, RJ, 2014. fácil acesso. São Paulo, SP, 2017. Não • O que se pode identificar nas imagens a respeito dos direitos escreva e deveres que regulam nosso cotidiano? no seu livro. Você já ouviu a expressão “olho por olho, dente por dente”? Na Antiguidade, essa expressão fazia parte de um código de leis que pregava que um cidadão poderia fazer justiça com as próprias mãos. ppiFneeotrelridzrlepmeiresesonqstocueaaeriaásretcqecivuroialvninzihnatecoçcuãseloaumdaasovaaràednsijçguposnoutinid,çseaaad.tbaeinliddtoaadpoeesssdseiormeaithroeuslmaeçaãdnoeava, eoareibgseudmaoldpcaúiddbealidceoãaopseaomslsidasaruaraimesdraeasdlaeeçrõsreoesgciualla, dseoms Vamos investigar como os direitos eviddaeveemressoscãioedinasdtietu, qíduoespererevginuelammceonntflaidtooss,eadssitimamvococêndcuotnahsecerá os mecanismos que regulam a sua civilizadas. 1. De que forma você percebe a presença de normas e códigos de leis regulando a sua conduta em relação aos seus direitos e deveres? Resposta pessoal. Veja orientações no Manual do Professor. 2. nRaedQscepuoomasatulantséiidtpaeuadsedsosoeanuidsaae. Eivnisovpedpemraia.n-saieãcqouoensotsoeablcurneeosnareosfsproanddsaiamesm“eFanatcizuoneaarinsdjo?ussitCtuiaitççeõaesacqlugoeumamcoantesexcepemrmnópopdloriai,aacsdiaamsdaoãsooscsiue”da?adreV,eonsoctpicêoiasdaatcsarnaesmdeíidjtiaaa, que esse tipo positiva. ou mesmo presentes 109
POR DENTRO DO TEMA Como surgiram as leis? O texto trata da evolução do Direito e da formação das leis escritas como se apresentam nos tempos atuais. Quando o ser humano começou a viver em grupos, milênios atrás, a conduta humana era regrada por costumes e tradições transmitidos oralmente, de geração em geração. As penas, elementos reguladores dos conflitos, eram um mecanismo utilizado pelos chefes das tribos ou grupos, que administravam as condutas dos demais integrantes. O Código de Hamurabi, (c. 1754 a.C.) trazia, entre Por essa razão, acredita-se que o Direito Penal é a base de todo o outras, a lei de talião, ordenamento jurídico, que, por sua vez, é composto de todas as ou lei de retaliação, que leis que regulam a vida em sociedade, estabelecendo os direitos determinava a punição ao e os deveres dos cidadãos. Com isso, ao contrário daquele código agressor em igual medida de leis, que determinava a punição “olho por olho, dente por ao sofrimento causado dente”, as regras foram normatizadas e o direito de um indivíduo por ele. Foi o primeiro passou a terminar quando começava o do outro. código de leis escrito da humanidade, gravado O surgimento da escrita impactou o desenvolvimento do Direito, em pedra encontrada à medida que os grupos sociais adquiriam uma complexidade na região da antiga que tornava insuficiente a transmissão oral das normas de Mesopotâmia, hoje costumes entre os membros do grupo. Por conta disso, foi sudoeste do Irã. Antes estabelecida uma ordem social maior que foi substituindo as desse código, prevalecia a tradição oral. normas de usos e costumes. Essa ordem maior é constituída pelas leis. Assim, resumidamente, podemos dizer que uma sociedade se regulava por meio de usos e costumes que, com o passar do tempo, transformaram-se em normas. Em determinada época, as normas foram se consolidando até serem convertidas ao que conhecemos hoje como leis, organizadas ou não em forma de códigos. Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Valter Campanato/Agência Brasil NéCâoremBsaprraoasnidls,oáavseCDloepnposurtittpaurdioçopãsoo, reFamedcBreirraaaçslãíéloiaad, enleoliemDisiasnitoorrit.poOaFíspe.odÀdeeerarslq.leuFgeoirstdolaast,idvueom,2af0os1rem9s.saãdoodpoelSaeCnaâdmoa;ràa e pelo Senado, na direita, uma sessão 110
Um exemplo disso é a constituição inglesa, que não é escrita como a Leis esparsas: não estão brasileira e está pautada nos costumes e em leis esparsas. vinculadas a nenhum código, mas obrigam No Brasil, temos uma hierarquia entre as leis. A Constituição Federal é todos os cidadãos a nossa lei maior, válida para todos os cidadãos brasileiros. Ela contém todos cumpri-las. os princípios e fundamentos da República, orienta e abrange a instituição das demais leis. Abaixo dela, existem as leis federais, que têm abrangência nacional, ou seja, são válidas para todos os cidadãos brasileiros. Além de leis, temos também os Códigos Civil, Penal, Tributário, do Consumidor, de Trânsito, Florestal etc. Existem ainda os Estatutos, que são considerados leis protetivas, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), do Idoso, da Juventude, da Pessoa com Deficiência etc., e também as leis esparsas, como a Lei Maria da Penha, que pune crimes de violência doméstica contra a mulher. Amana Salles/Fotoarena MatdevaetimeoaiLnvirelxtiêdiasioantetMuaicdfveiapaadasraoaPiddraseaoeddndpmeahaillréséaaesPgsaieMtetiscioncdsaasahi.einaadeEa,oaFltfaquoseaturpmmrpenaaeiuaslspilnlsaohmrodore.eueutrExe,sleh-mges(me1,enr2a9stemoãr04siofu0d,5r,l6v)eoh,aíuetfqiorlmuuueimtesacasraariaddea contra seus agressores. São Paulo, SP, 2010. Cada estado e cada município tem suas próprias leis, incluindo uma Constituição própria, sempre subordinada à Constituição Federal; porém, as leis que são instituídas nos âmbitos estadual e municipal obrigam somente os cidadãos que estiverem sob sua jurisdição. 1. Agora que você sabe um pouco mais sobre a origem das leis, cite quais leis, próprias do seu estado ou município, você conhece. Resposta pessoal. Cite algumas leis que são próprias do seu município ou oriente os alunos a pesquisarem sobre o tema. Exemplos de lei municipal são as que regulamentam locais de estacionamento de veículos na via pública, preços de passagem de transporte público etc. 2. Que tal verificar quais são os direitos e os deveres previstos por essas leis, bem como as penalidades impostas para quem deixar de cumpri-las? Resposta pessoal. Não Alguns alunos podem ter conhecimento das multas aplicadas a quem estaciona em locais proibidos, por exemplo. escreva no seu 3. Se você vive na área urbana, deve observar que existem sinais de trânsito, como placas, semáforos, entre outros. O que acontece se um motorista infringir alguma livro. norma de trânsito estabelecida, como estacionar em local proibido? Resposta pessoal. Complemente as respostas informando aos alunos quais são as sanções impostas, por exemplo: multa, o veículo pode ser guinchado, o proprietário pode perder sua carteira nacional de habilitação (CNH) para dirigir, receber pontos na CNH etc. 4. Cabe ao Estado garantir a aplicação das leis e suas respectivas punições por meio das políticas públicas e da fiscalização. Você sabe se seus direitos são realmente garantidos pelo Estado? Cite um exemplo. Resposta pessoal. Os direitos garantidos através das leis traduzem os anseios e as necessidades dos cidadãos de um país, além da organização do Estado. Porém, para que a justiça alcance a todos com isonomia (princípio do Direito que diz que todos são iguais perante a lei), e tendo a lei um caráter coercitivo (capaz de impor pena), é preciso determinar uma pena para quem descumpri-la. Essa pena pode ser privativa de liberdade (reclusão ou detenção), pecuniária (multas), prestação de serviços comunitários ou a combinação de dois tipos juntos. 111
PESQUISA Direitos dos adolescentes e jovens Os alunos conhecerão agora três documentos importantes: a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Estatuto da Criança e do adolescente (ECA) e o Estatuto da Juventude. C omo você pôde observar, seus direitos e deveres estão dispostos em vários textos legais. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948, por exemplo, diz em seu preâmbulo: Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo. ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: https://nacoesunidas.org/ wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf. Acesso em: 28 jan. 2020. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 prevê a garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes. Jotapê/Acervo do fotógrafo Na questão da infância, a Constituição O acesso gratuito ao lazer é um direito. Sessão de cinema brasileira antecedeu a Convenção dos nas escadarias do Mirante 9 de Julho, na região central da cidade de São Paulo, SP. Foto de 2017. Direitos das Crianças da ONU, [...], ao trazer o direito à proteção integral desse grupo. “Antes disso, não se pensava a criança como titular de direitos. [A Constituição] abriu uma porta para diversas políticas de proteção. Depois, o Estatuto da Criança e do Adolescente detalhou o que é essa doutrina”, explica a diretora-adjunta de estudos e políticas sociais do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Enid Rocha. PARADELLA, Rodrigo. Números caem, porém trabalho infantil ainda é realidade no país. Agência IBGE, 7 jun. 2019. Disponível em: https://agenciadenoticias. ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/ noticias/23105-numeros-caem-porem-trabalho-infantil- ainda-e-realidade-no-pais. Acesso em: 28 jan. 2020. Não • Amplie seu conhecimento sobre o tema. escreva no seu a) Em grupo, leiam a Declaração Universal dos Direitos Humanos e pesquisem mais sobre os seus direitos na condição de cidadãos e quem livro. são os responsáveis por eles, ou seja, a quem cabe o dever de resguardar seus direitos. Disponível em: https://nacoesunidas.org/wp-content/ uploads/2018/10/DUDH.pdf. Acesso em: 28 jan. 2020. b) Acessem o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, e façam um levantamento a respeito de uma ou mais leis presentes no documento. Disponível em: www.mdh.gov.br/todas-as-noticias/2019/maio/governo- federal-lanca-nova-edicao-do-estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-eca/ ECA2019digital.pdf. Acesso em: 28 jan. 2020. 112
c) Leiam o Estatuto da Juventude: atos internacionais e normas correlatas, Não de 2013, e ampliem a pesquisa. Disponível em: www2.senado.leg.br/bdsf/ escreva bitstream/handle/id/509232/001032616.pdf. Acesso em: 28 jan. 2020. no seu d) A partir das leituras indicadas, escolham um dos direitos assegurados e livro. pesquisem mais informações em jornais, revistas, internet, dados censitários e artigos. e) Pesquisem como se estabelece o reconhecimento de direitos iguais e inalienáveis para os jovens, tendo como base o ECA e o Estatuto da Juventude. Luciana Whitaker/Pulsar Imagens Adl(aIFacbeMoJsurTsavo)t,eóannratiuuomcdiddeeea.ndNFseíiasnidocfoeagt,Pornao,otnpuItrnieotsosfteieetsusLdotaoerceeFqreuaddalaulei,ndr2aoa0lsd1ded8eoé.Ecudumurscdoaçotãséocd,niCriceioêitnodcseiapInreefoTverismctnoáostlioncaogieaEmCdAeaueMlanaotnooEGstraotsustoo • Com esses dados, pesquisem: quais eram os contextos políticos de cidadania e direitos na época da promulgação do ECA e do Estatuto da Juventude? Escrevam no portfólio se a situação atualmente está diferente Oriente os alunos na elaboração de uma pesquisa histórica, considerando as ou permanece igual. mobilizações sociais para que o ECA e o Estatuto da Juventude fossem instituídos. • Escolham um dos itens presentes nos estatutos e pesquisem mais informações que possam ampliar o conhecimento sobre o assunto. Em seguida, elaborem um cartaz com as principais informações encontradas e apresentem-no à turma. • Com base nas leituras, vocês acham que os seus direitos estão sendo Resposta pessoal. Previsto na Constituição de 1988, o ECA foi promulgado em 1990. Porém, antes mesmo respeitados? Justifiquem. da promulgação da Constituição, já havia movimentos por parte da sociedade para a sua implantação. f) Após reunirem todas as informações, compartilhem as descobertas com os colegas e façam as anotações pertinentes no caderno coletivo da turma. 113
Outros olhares SECOM/Prefeitura de Jaraguá do Sul Odirmeeituo,soesdeeuv, oesrensossos O texto contempla a Convenção dos Direitos da Criança – ONU e seus desdobramentos ao redor do mundo, fornecendo um quadro comparativo de como eram e como têm sido tratados os direitos das crianças e dos adolescentes, neste caso, a partir de uma visão das próprias crianças e adolescentes. P ensar em direitos e deveres universais de proteção às crianças e aos jovens pode ser um grande desafio. As disparidades geográficas e sociais, sejam elas no Brasil ou no mundo, tornam tudo ainda mais complexo. Leia, a seguir, a reportagem da revista Psicologia & Sociedade sobre esse tema, com base na visão dos adolescentes. PERSPECTIVA DE ADOLESCENTES SOBRE SEUS DIREITOS E DEVERES [...] A Convenção dos Direitos da Criança promulgada O acesso à cultura é um direito. Apresentação pela ONU em 1989 é o mais amplo tratado que pública e gratuita do projeto Dança ratifica os direitos humanos, constituindo-se em uma em Jaraguá, na Praça Ângelo Piazera, em articulação quase universal daquilo que a comunidade Jaraguá do Sul, Santa Catarina, 2015. internacional deseja para suas crianças [...]. A partir de tal convenção, a visão sobre os direitos da criança e do adolescente foi modificando-se nas legislações de diversos países, influenciando programas e políticas públicas. Em países como a África do Sul, em 1989, as crianças ainda tinham pouco acesso a cuidados de saúde, educação e proteção. Após 20 anos da instituição da Convenção dos Direitos da Criança, ainda existem desafios para proteger as crianças e os adolescentes. Por exemplo, na China, alguns dos principais desafios condizem com a diminuição das disparidades econômicas e sociais e, no Egito, busca-se efetivar os direitos das crianças em áreas rurais [...]. As crianças e adolescentes que vivem em contextos urbanos também têm desafios, apesar de haver a ideia de que os jovens moradores das cidades possuem mais qualidade de vida do que os jovens que moram nas regiões rurais. Aqueles que vivem nos centros urbanos têm mais acesso a serviços de saúde, educação e proteção. No entanto, as cidades abarcam grandes disparidades econômicas e sociais, pois as crianças que vivem em condições de pobreza e vulnerabilidade não têm seus direitos atendidos plenamente, como, por exemplo, direitos à educação, saúde e saneamento básico [...]. Atualmente, tem-se procurado entender o que crianças e adolescentes, como sujeitos de direitos em uma perspectiva de proteção e com prioridade absoluta segundo a legislação brasileira, entendem sobre seus direitos. [...] Em pesquisa realizada com adolescentes judeus e árabes a respeito da escola e dos direitos da criança e do adolescente, a maioria dos participantes afirmou que os professores aceitavam as críticas dos alunos e apoiavam os direitos das crianças e dos adolescentes. Diferenças no estilo da família influenciaram a percepção dos direitos, como, por exemplo, os participantes árabes relataram mais valores familiares patriarcais do que os 114
participantes judeus. [...] No contexto escolar, ainda são limitados E.E. Abílio Manoel/Divulgação os espaços que permitem à criança argumentar e participar das decisões. O processo de escutar as crianças e argumentar com elas possibilita que aprendam a avaliar diferentes argumentos. Por exemplo, em um estudo etnográfico realizado em três escolas na Suécia, em duas escolas ainda prevalecia a decisão dos adultos sobre as regras da sala de aula, sendo que eram poucas as oportunidades dadas às crianças de criar ou modificar as regras. Em outra escola, as crianças eram estimuladas pelos professores a pontuar seus objetivos. [...] Já os estudos brasileiros apontam que tanto as crianças quanto Alunos do Ensino Médio da Escola os adolescentes demonstram ter maior conhecimento relativo Estadual Abílio Manoel, aos direitos à educação [...] e ao lazer [...]. Ademais, a percepção em Bebedouro, São Paulo, criaram dos direitos aumenta com o aumento da idade do indivíduo [...], o clube HeForShe (“Eles por Elas”, pois o adolescente de maior idade percebe diferentes aspectos aeçmõetrsaedmuçfãaovolirvrdea), em que realizam envolvidos numa situação de violação de direitos, visto que vai igualdade de gênero. Foto de 2017. compreendendo que há mecanismos institucionais que garantem o cumprimento dos mesmos [...]. Por outro lado, nas crianças menores, frente a uma situação de violação de seus direitos, há o reconhecimento de injustiça, porém elas não percebem essa injustiça como uma violação [...]. Estudos têm demonstrado que o conhecimento de ser detentor de direitos e de responsabilidades está vinculado ao nível socioeconômico, uma vez que foram encontrados níveis diferenciados de entendimento articulado aos diferentes estratos socioeconômicos [...]. [...] os estudantes de escolas públicas reconheceram mais situações de violação de seus direitos do que estudantes de escolas privadas. Em um estudo com estudantes de diferentes escolas (particular urbana, pública urbana e pública rural), os direitos compartilhados condiziam com os aspectos difundidos pela cultura, como, por exemplo, o reconhecimento ao direito à educação, brincar, consumir e trabalhar. Por outro lado, as diferenças no reconhecimento dos direitos de cada grupo estavam associadas, principalmente, às diferenças socioeconômicas, tendo em vista que os participantes da escola particular urbana ressaltaram os direitos individuais como o direito ao lazer, os participantes da escola pública urbana destacaram os direitos ligados à participação comunitária e os participantes da escola pública rural enfatizaram os direitos ligados ao trabalho [...]. ALVES, Cássia F.; SIQUEIRA, Aline C. Perspectiva de adolescentes sobre seus direitos e deveres. Revista Psicologia & Sociedade, 26 (3), p. 583-593, 2014. Disponível em: www.scielo.br/pdf/psoc/ v26n3/a07v26n3.pdf. Acesso em: 28 jan. 2020. 1. Com base na leitura do texto, você se reconhece como uma pessoa capaz de lutar Não pelos seus direitos?Resposta pessoal. escreva no seu 2. O que você acha que seria possível fazer para que sua escola se tornasse um ambiente mais participativo?Resposta pessoal. livro. 3. Você sente que pode opinar sobre as decisões tomadas dentro da sua escola? As opiniões dos alunos são acatadas e colocadas em prática? Respostas pessoais. Procure ouvir o que os alunos têm a dizer a respeito das percepções deles. Deixe-os confortáveis para argumentar sobre o tema. 115
bate-papo O objetivo deste bate-papo é conscientizar o jovem para o direito à liberdade de expressão e as responsabilidades que decorrem desse direito. Espera-se que os alunos observem que o direito à comunicação e à expressão é garantido pelas normas constitucionais, e que os deveres e responsabilidades estão descritos na mesma norma, quando dispõe que: Liberdade de expressãoé vedado o anonimato; é assegurado o direito de resposta pela parte ofendida. AConstituição Federal do Brasil de 1988 assegura em seu artigo 5o: Art. 5o [...] IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; [...] Trecho da Constituição Federal IX – é livre a expressão da atividade do Brasil, 1988, art. 5o, Disponível intelectual, artística, científica e de em: http://www.planalto.gov.br/ comunicação, independentemente de ccivil_03/constituicao/constituicao. censura ou licença; htm. Acesso em: 15 fev. 2020. De acordo com a Constituição Federal, todas as pessoas são livres para expressar seus pontos de vista e suas opiniões. Igualmente, a Constituição assegura o direito de resposta a quem interessar. Mas, e quando a livre expressão ocorre em um ambiente virtual? Uma pesquisa da TIC Kids Online Brasil 2018 (disponível em: https://cetic.br/pesquisa/ Não kids-online/publicacoes/, acesso em: 25 fev. 2020) afirma que cerca de 24,3 milhões escreva de crianças e adolescentes, entre 9 e 17 anos de idade, são usuários de internet. Isso no seu representa 86% do total de pessoas nessa faixa etária no Brasil. A pesquisa também revelou que cerca de 82% dos usuários têm perfis em redes sociais. livro. É possível ter o total controle sobre o que publicamos ou sobre a reação das pessoas ao que compartilhamos nas redes sociais? O1. RIaomsuGapvgAieiunsNeaslosgIaeuZsmaAalfgouNpséusmDbelmiOpcuacbçoAlãimcopaCdasserOtseislhnNeaantViidnpEotoe?eRrniSestsAoumgaanchoansvseersuampaaprrtoicpuolarçr,ãuomiancfoontotrooluávaelgl.uVmocdêadjáoppoesstsooual, 2. Acdnoiraleeliigtsaoasnà,doloirbgeaarCdnoiazndesemtditueumiçeaxãrpoordFeeasdsdeãeroaclnoeanoivnetrreesrsanuelettadddeeobmadtaaanmpeeirssaoqbumrisaeaisc, ocsmoegmouoraasa. ujusduaárdioospproodfeesmsoursuefrduoirs do REGISTRO • Registrem no caderno coletivo as conclusões do grupo. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos pensem em escolher bem o que postam na internet. Mesmo assegurados pela Constituição Federal, é preciso refletir sobre o que e com quem gostaríamos de compartilhar nossos pontos de vista. Caso a escola tenha passado por algum tipo de compartilhamento de dados pessoais de maneira 116 indiscriminada, analise a possibilidade de trazer o assunto para o Bate-papo.
Realeimdapdreática Projeto: juvenil na escola Protagonismo O objetivo deste projeto é estimular os alunos a usarem a sua voz na Jorge André/Prefeitura de Maricá mobilização social para a garantia de direitos. A brir um canal de comunicação e expressar-se com liberdade pressupõe, também, o exercício da ética e a responsabilidade em relação às informações disseminadas. Todos têm o direito à liberdade de expressão, especialmente dentro do ambiente escolar, e é importante que os adolescentes e jovens possam emitir suas opiniões e defender seus interesses; porém, o outro tem o direito a ter a sua dignidade e a sua imagem preservadas. A violação e o abuso desse direito tem sido uma das causas mais frequentes dos conflitos sociais. Formação de um grêmio estudantil Alunos do grêmio da Escola Estadual Elisário Matta em reunião com a direção da Um grêmio estudantil pode ser o responsável por representar seoscborelauemoputrorojestporodfieshsoiorntaaips úpbalriacafaplaarreama os interesses dos estudantes e ainda servir de base para cidade. Maricá, Rio de Janeiro, 2018. os alunos pensarem em melhorias na escola e até mesmo na criação de novos projetos que integrem a escola e a comunidade. Aproveite para estabelecer a interdisciplinaridade com Língua Portuguesa e Arte na criação do canal de diálogo e divulgação das ações do grêmio estudantil. Ação: Grêmio estudantil dentro e fora da rede 1. Com toda a turma, organizem uma proposta de criação de um grêmio estudantil Não para disseminar ideias, opiniões, lutas e conquistas a respeito dos direitos e escreva deveres dos jovens e adolescentes dentro e fora da escola. no seu livro. 2. Procurem incluir os estudantes de todas as classes da escola. É importante ter uma diversidade no grêmio, trazendo várias visões. a) Vocês podem começar investigando e informando quais são os direitos e deveres previstos na Constituição, no ECA e no Estatuto da Juventude, e, em seguida, verificar as mudanças que poderiam propor dentro da escola. b) Utilizem a internet e as redes sociais para criar um canal de diálogo. Convidem os adolescentes e os jovens da comunidade onde vivem para participar. Percebam a importância do ativismo jovem para mobilizar a sociedade para transformações sociais e sustentáveis. 3. Pensem nas redes e plataformas com as quais vocês mais se identificam e que sejam acessíveis para a maioria e utilizem esse espaço digital não só para informar as pessoas a respeito das propostas de vocês, mas também para criar um canal de comunicação entre os integrantes do grêmio, a escola e a comunidade. Viabilize a mediação das ideias dos alunos com a coordenação da escola. Caso queira se aprofundar a respeito do protagonismo estudantil, acesse um estudo sobre a importância de um grêmio estudantil na formação dos estudantes, organizado pela Secretaria de Educação do Paraná. Disponível em: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/ portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_artigo_ped_uenp_keilaamaro.pdf. Acesso em: 28 jan. 2020. 117
Reflexão Diário de classe O texto narra a experiência da adolescente que conseguiu mobilizar a secretaria de educação do seu município para promover melhorias em uma escola pública a partir de uma página criada na internet – Diário de Classe. Cadu Rolim/Fotoarena C omo vimos até o momento, há uma série de normas que asseguram os direitos e os deveres das crianças e dos adolescentes. Vimos também que, infelizmente, nem sempre esses direitos estão garantidos em sua totalidade. Em muitos casos, para fazer valer nossos direitos, é preciso lutar. A estudante Isadora Faber (1999) usou do seu direito previsto na Constituição para denunciar as más condições da escola onde estudava, em Florianópolis (SC), criando uma fanpage chamada Diário de Classe em 2012. Após a repercussão do caso, as exigências de melhoria na escola foram atendidas. ISADORA FABER: A ESTUDANTE QUE DEU UMA LIÇÃO À ESCOLA ImssoaucdniaoiclriappaaFrla,abcderiero,nuaudanocpilaeársgcainesanmtDeá,isáercsiootundddeaiçnCõtleeassdsdeeeuesmmuaaueemsscacoorlleaad. e Quem não acredita que é possível fazer revolução Florianópolis, Santa Catarina, 2013. pelas redes sociais não conhece Isadora Faber. Aos 13 anos, a estudante da Escola Municipal Maria Tomázia Coelho, em Florianópolis (SC), criou uma página em uma rede social para denunciar as más condições de sua escola. Ganhou mais de meio milhão de apoios e um colégio melhor para si e para seus colegas de ensino fundamental. Inspiradas no diário criado por uma menina escocesa, as denúncias feitas por Isadora focavam a precariedade das instalações, do pessoal e das refeições servidas na escola pública em que estuda. Mais do que denunciar, a trajetória de Isadora ressalta a importância de sustentar as próprias escolhas. Ela conta que alguns professores, incomodados com a exposição da escola, incitaram os outros alunos contra ela [...]. Aos poucos, a repercussão do Diário de Classe, como chamava sua iniciativa, tornou impossível ignorar os problemas. Salas de aula e banheiros da escola foram consertados, a merenda melhorou. Apontada pelo jornal britânico Financial Times como um dos “25 brasileiros para se acompanhar”, [...] conseguiu o que queria: trazer mais transparência para o ambiente escolar. Sua página inspirou dezenas de iniciativas semelhantes Brasil afora, para revelar as condições de escolas e serviços públicos. O CAMINHO PARA SER UMA TRANSFORMADORA Quando fala, Isadora revela sua timidez e comenta com reservas as suas conquistas [...]. E essa virada em sua vida não veio do nada. A ficha de Isadora sobre o problema que enfrentava na sua escola começou a cair quando ela viu a irmã mais velha ir para uma escola particular depois de ganhar uma bolsa para o Ensino Médio. “Via as diferenças e cheguei à conclusão que tinha 118
coisa errada na minha escola e que tinha que ser resolvido isso”, diz Isadora [...]. Onde estavam os professores interessados? Qual o problema com a merenda? E a pintura velha? A garota [...] que estudava ali desde a primeira série nunca tinha visto uma mudança. [...] Quando a página nasceu, quem seguia ela eram os amigos de Isadora e os familiares. Seus pais sabiam, mas não restringiam. Era algo pequeno e que começou a aumentar com uma pequena nota de jornal, que nem citava o nome de Isadora ainda. [...] Com a mídia, Isadora e a amiga Melina, uma parceira dos primeiros dias da página (e de participação discreta e fundamental até hoje), foram chamadas pela diretoria e foram acusadas de cometer um crime contra uma instituição pública. [...] Essa primeira reação fez com que os pais de Melina recuassem. Já a família de Isadora deu incentivo. “Minha mãe seguiu apoiando, e disse que eu tinha o direito de seguir. Ela foi muito importante. Sem ela, eu não teria o diário hoje”, diz com orgulho evidente. E foi preciso força. A reação drástica da diretoria era só o início de um processo pesado de reação e discriminação com Isadora. “Pensei que meus colegas iam apoiar, mas tanto eles quanto professores e funcionários foram totalmente contra, e surgiram represálias. [...]” Isadora, sem saber, expôs a irresponsabilidade administrativa de sua escola [...]. [...] Quinze dias depois de o assunto estar na mídia com repercussão nacional, a secretária da região tomou providências e fez reparos na escola. Nesse momento, até alguns detratores tiveram que agradecer Isadora. Mais efeitos positivos vieram com o tempo. “Hoje tem mais de cem diários de classe por aí. Fiquei feliz vendo que minha história serviu de incentivo. Cada vez mais eu acredito que a gente pode mudar a educação no Brasil.” A repercussão resultava em cerca de dez mil pedidos de ajuda. [...] Isso fez Isadora criar uma ONG para poder verificar de fato as denúncias e trabalhar nessas escolas. “Quero ajudar na prática as escolas, arrecadar contribuições, oferecer cursos profissionalizantes, palestras. Falar de cidadania na sala de aula, algo que é pouco discutido.” Isadora tem bem em mente a importância do conceito de cidadania. “Acho que muita gente é acomodada. Elas são cidadãs, mas não fazem a parte delas de deveres.” ISADORA Faber: a estudante que deu uma lição à escola. Revista Trip. Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/homenageados/2013/isadora-faber. Acesso em: 28 jan. 2020. Agora é com você! Não escreva 1. Você concorda com Isadora quando ela diz que: “Acho que muita gente é acomodada. no seu Elas são cidadãs, mas não fazem a parte delas de deveres”? livro. Resposta pessoal. Leve os alunos a refletirem sobre as obrigações, os deveres e as responsabilidades que todo cidadão tem ao viver em sociedade e ao usufruir de direitos. 2. Seguindo o exemplo de Isadora, o que você acha que pode ser melhorado na sua escola?Comente no seu portfólio. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam a iniciativa de Isadora como uma maneira de se colocarem como agentes da cidadania. Nota-se que o desejo de 119 melhoria serve para o bem comum.
Portfólio Mdeavneifreesstdoepteoldoossdoisreciitdoasdeãos O objetivo é fazer os alunos lançarem um olhar crítico sobre os direitos garantidos pelas leis e o comprometimento em efetivar tais direitos por parte do Estado, da sociedade, e também sobre sua própria postura cidadã. Não Você chegou ao final do capítulo, e este é o momento de resgatar o seu percurso de escreva aprendizagem e resumir de forma prática o significado desse aprendizado para o seu no seu Projeto de vida. livro. • A partir da leitura do capítulo, escolha um dos temas ou direitos visitados nas seções anteriores e elabore no seu portfólio um manifesto, seguindo o exemplo e Manifesto: gênero as orientações a seguir. textual de natureza dissertativa em que se a) Escolhido o tema (por exemplo, a proibição do trabalho infantil), comece a expõem os próprios pensar em quais pontos esse tema precisa avançar em termos de: pensamentos e ideias a respeito de um Os alunos podem escolher o tema ou direito que vão desenvolver a partir dos documentos legais tratados neste capítulo (CF/1988; ECA; determinado tema Estatuto da Juventude; CDC etc.). de forma crítica e persuasiva, com o • implementação de políticas públicas para sua efetivação; objetivo de denunciar um problema social • engajamento social dos cidadãos para exigir que suas garantias sejam ou político e alertar colocadas em prática; a sociedade ou um gru o es ec fico so re • restrições para o exercício pleno desse direito; a existência desse problema. • deveres e responsabilidades que dele derivam e como o Estado e a sociedade se colocam diante deles; • demais críticas e sugestões que você tenha levantado em relação ao tema. ReproduçãAocefrotvoo Igrnástictau:toRodemuElsotuFidaolsdinBir/aTseilmeiproos,C IoEmB/poUsStP.o Um manifesto pode ser escrito explorando recursos gráficos e visuais, a fim de torná-lo mais atrativo, como mostra a reprodução deste cartaz da Semana de Arte Moderna, ocorrida na cidade de São Paulo, SP, em 1922. b) Escreva também sobre a sua postura cidadã em relação ao tema escolhido. c) Por fim, você pode fazer uso de recursos gráficos com o intuito de tornar o seu manifesto mais atrativo. 120
autoavaliação Na sua opinião, como foi o seu desempenho durante o estudo deste capítulo? Faça uma autoavaliação no portfólio, reproduzindo nele o quadro abaixo, e, em seguida, preencha-o conforme a sua percepção sobre o seu aprendizado. SIM EM PROCESSO AINDA NÃO Identifiquei direitos e deveres nas relações Não interpessoais e em relação ao bem público? escreva Conheci a origem das leis e do Direito como no seu regulador da conduta humana e da vida em sociedade? livro. Conheci algumas leis aplicáveis à sociedade brasileira, desde a Constituição Federal de 1988 até as leis esparsas? Compreendi como ocorre a implementação das políticas públicas que garantem a efetivação dos direitos assegurados pelas leis? Identifiquei a responsabilidade do Estado em relação às garantias previstas em lei? Aprendi a utilizar o direito à comunicação para expressar ideias e opiniões com responsabilidade, sobretudo na internet, em defesa dos direitos? Aprendi a exercer a crítica consciente como forma de reivindicar direitos? Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. meu trajeto • Com a orientação do professor e com base nos itens a seguir, construa a sua trajetória e planeje o seu Projeto de vida. MINHAS PERCEPÇÕES QUE ATITUDES MINHAS O QUE EU DESEJO PARA QUAIS ESTRATÉGIAS SOBRE O EXERCÍCIO MUDARAM DEPOIS O MEU FUTURO? QUAIS POSSO UTILIZAR? DA CIDADANIA SÃO: DESSE APRENDIZADO? SÃO AS MINHAS 4 1 2 3 METAS? 121 Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor.
PVRIVOEJRETEOM COMUNIDADE II AL-TMERUILdTaIPdLeIC-IDADE Nvadpqeeáaerunrreoeevsicsojoaeeoftsllgtorivnzouuicefatnlaroierut:dpnmroararcaseleueqruf.nniulEtnuedoeosimxdisdstõsaa,eoeeepdvs.jéreaipVvosooeêdpfocrneeomcbêscsserositseaepmeoíçvoaereleõeimslnvtlestrevcsoo,qriovfi,uqdadeleveuamenogetdcciaooleiipêaasrdogrreocvedanosãmsenanoempiezhdpopaeaiirsnlcaraájstueçnuteaduãimegcmáojraa-arsloonetes da comunidade.
objetivos BNCC • Ccqcrouidienaahrddeceaçosnaneimandvieeçoõqilnveuatseemrppaamojrasaamsioaqrnmuucemosvenaosrcvceiêvisêêepnnocacniiaacsoaacmboriuellienzstiapidvreaaipdt, oeedlaedsaemmoeldhooria nPeePearnxrxootepcmrcproeuoiecmçsvviuaoãesnrrocaiêrdaud,maeeiondarsuteeeem.fcgxaorppmnaerihçolrieiaãjêecornteeocersiacsoeoueeaalmexstceiqofvruoocmerí.ucttniaooildeddazoaadssee.pmpoposarstmaiameioseda C1v1.0iodC. oamRn;eph7see.pAtcoriênmgnseuacnmbitaeiolnsi;dt4aaG.dçCeãeoroem;au9cisni.diEcadmadapçaãanEotiadi;a.u6e.cTacrçoaãobpoaelhrBoaáçesãPoicr;oajeto de • CLCeioCEomCnEComMonMog: msm<m1up13hu3ppaeptLlLetegtetPPetptt4eê2êêê:a/5nnn5nn;c/,scccdCiEibiiaeaaaoeMasms13s7c13s-per--eLuineçEPtaaEEãM3hêcsMMo3n1ai3o11;cbTd33LnCiLaLaGieaolGGsGcli2mcGGd1nc0op37a-oo1m0e0,dmElt31uEe,êoM,pmMEnsEge1.cM3m1tMi3ieaLê1eaL13Pnss3cGL04c.LpGgG1iPe,ao-1G10Esc8v3E4M.íb0eMf, r15iE31d/c,3MLaaaELP1s-GsM32bGLh51a3P4a;sL20bPe52il>1,i5;.d,ades • Acesso em: 6 jan. 2020. justificativa Ampmldedidoeoocemadisidsodmueeoasldntfdceqieavpuoauovlcsmnieolcvoirraiiamdomeescaelpeaoednopcauretreitootsdsoranoseiemdan,momdepecaosnirosevceitsnairdonptsanuvsooidcboassioeialls,lvietaarindmaemtocenseivtovdnpauaeltoeedpsmotiertaipivassdmoonmeeods.drserisoáslavhirbairosvisiaelruaisdinaaa.fcastoEdidiatsrdaeumdtisdfeaqaeespurpsceaarp,onlroidomdaçjreeaaootsdoe Gabriel Jardim/Arquivo da Editora
alteridade, empatia e pluralidade S egundo o filósofo lituano Emmanuel Levinas (1906-1995), a busca da melhor maneira de viver num grupo social passa pela alteridade. Levinas, inclusive, é considerado o filósofo da alteridade. Ele afirma que essa visão na sociedade contemporânea só é aplicada na teoria, e não na prática, por considerar que ainda testemunhamos preconceitos em relação às pessoas em razão de etnia, sexualidade, classe social, entre outras características. Precisamos viver a alteridade porque ela nos leva ao reconhecimento social, ou seja, a uma vivência em que cada um deve ter responsabilidade pelo outro. A alteridade propõe um respeito ético ao próximo como um ser singular, único; e é por meio dela que surge a tolerância. Por sua vez, o sociólogo Zygmunt Bauman (1925-2017), em seu livro Modernidade líquida, afirmou que existe uma expansão contínua do individualismo na nossa sociedade, em que a falta de relação interpessoal se perpetua no cotidiano, tornando necessária uma mudança de paradigma. Zahar/Acervo da Editora [...] “a palavra ‘comunidade’ nunca foi utilizada tão indiscriminadamente quando nas décadas em que as comunidades no sentido sociológico se tornaram difíceis de encontrar na vida real”. BAUMANN, Zygmunt. Modernidade líquida. Tradução de Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2000. Posição 3137. Edição eletrônica. Para vivenciar o que esses pensadores nos ensinam e tudo o que foi aprendido até agora, vamos desenvolver atividades solidárias e criativas que ajudarão, por meio da empatia, as pessoas a se conectarem e a compreenderem a necessidade de se responsabilizar pela melhoria da comunidade. Pensar na comunidade como um organismo, e atuar nela de forma democrática e cidadã, seja por meio de projetos sociais, seja por outras ações, contribui para desconstruir a intolerância e os preconceitos e fomenta a importância de relações interpessoais baseadas na empatia. Como sugestão, serão apresentadas, a seguir, três opções de atividades a serem realizadas com a comunidade, mas vocês podem criar outras, se quiserem. Inspirem-se nelas, façam adaptações RMeopdreordnuidçãaodedalíqcuaipdaa.dSoãloivProauBlAo:UZMaAhaNr,, Zygmunt. e criem novas ações. O importante é conectar 2001. as pessoas e criar laços de convivência mais positivos. Neste momento, vale a pena retomar a explicação sobre o conceito de alteridade, considerando que, durante as oficinas, os alunos precisarão lidar não somente com seus colegas, mas também com pessoas da comunidade, que, certamente, têm características diversas. Explique à turma que a finalidade deste projeto é justamente quebrar o individualismo para o qual a sociedade caminha (conforme Bauman), já que a oficina será construída com a participação de todos. Para que o trabalho em equipe funcione, é fundamental praticar a alteridade. Importante informar que as oficinas apresentadas aqui são sugestões; eles podem criar outras oficinas, desde que esteja previsto o envolvimento de todos – alunos, professores, familiares e comunidade – e que possam ser colocados em prática os conceitos aprendidos nos capítulos. Antes de falar das sugestões, veja o 124 planejamento geral das oficinas no final deste projeto.
OFICINAS 1OPÇÃO Ecomapa Há diversos modelos e usos para a ferramenta ecomapa, aqui ele foi adaptado considerando a escola. Outros modelos de ecomapa e respectivos usos podem ser encontrados na internet, como: https://pebmed.com.br/ecomapa-como-instrumento-na-atencao-primaria-a-saude/. Acesso em: 14 fev. 2020. Um ecomapa é um diagrama que mostra as relações entre as famílias e a comunidade ao registrar as redes de apoio existentes e as inexistentes, tendo o potencial de identificar a presença ou não de recursos de natureza social, cultural e econômica. Tem sido usado por profissionais da área social e da saúde para possibilitar uma visão mais ampla a respeito da comunidade e, assim, buscar soluções e intervenções inovadoras e necessárias. Com base nesse conceito, vamos criar o ecomapa da escola. Isso quer dizer que vamos buscar as redes de apoio da escola no território, como poder público, outras escolas (públicas e privadas), igrejas, organizações sociais, serviços de saúde, serviços jurídicos etc. Utilizem o modelo do diagrama a seguir para criar o ecomapa da escola, ampliando a estrutura conforme o levantamento realizado, e sigam as orientações propostas. Observem o exemplo a seguir. Ecomapa da escola POSTOS DE SAÚDE CINEMA/ ONGs TEATRO CLUBES IGREJAS COMÉRCIO E OUTRAS SERVIÇOS ESCOLAS PREFEITURA Elaborado pelos autores para fins didáticos. 125
Legendas do ecomapa Para identificar as redes de apoio e seu status (relação/situação) no diagrama, as linhas são usadas como símbolos. Cada uma dessas linhas representa uma determinada realidade acerca dessa relação. Por exemplo: suponham que na rede de apoio da sua escola exista uma parceria ativa e saudável com a segurança pública; nesse caso, no mapa, a linha que ligará a escola ao ícone “segurança” deverá ser contínua. Se houver uma situação em que a escola não consegue viabilizar uma parceria efetiva com alguma organização social instalada no bairro, a ligação entre a escola e essa instituição deverá ser representada por uma linha pontilhada. Ao final da atividade, vocês terão um ecomapa que identificará as redes ativas da escola, desde aquelas que precisam ser trabalhadas para manter um apoio mais constante até aquelas que precisarão ser mobilizadas conforme o interesse da escola e suas necessidades. Observem o quadro de legendas das linhas relacionais do ecomapa. QUADRO DE LEGENDAS DO ECOMAPA Hostil Materiais Harmônica Moderada flipchart ou cartolina; Inexistente canetas hidrográficas Indiferente coloridas; régua; folhas; canetas para anotações e pesquisas; computador com internet. Conflituosa passo a passo Não escreva no seu livro. 1. Façam uma pesquisa preliminar para identificar a rede de apoio existente no território, ou seja, verifiquem se há postos de saúde, delegacias, comércio etc. próximo à escola. 2. Feita a pesquisa, na escola, separem o material a ser usado. 3. No centro da folha do flipchart, façam um desenho que represente a escola de vocês. 4. Com os dados coletados na pesquisa, registrem no ecomapa a rede de apoio mapeada e identifiquem as relações por meio das linhas representadas no quadro de legendas. 5. Formem grupos com pessoas da escola e da comunidade e discutam sobre as relações que atenderiam as necessidades da escola e foram identificadas no ecomapa como inexistentes. Comentem também as relações hostis, conflituosas, indiferentes e harmônicas. 6. Conversem sobre possíveis intervenções que podem ser realizadas em parceria com a comunidade para potencializar a integração entre a escola e a comunidade no sentido de ampliar a rede de apoio. 7. Registrem as intervenções possíveis e elaborem projetos coletivos de curto, médio e longo prazo e estabeleçam estratégias para a viabilização desses projetos. 126
A comunidade ideal 2OPÇÃO Vamos construir a “comunidade dos sonhos”? Vamos reproduzir um ambiente multietário que represente um pedacinho da comunidade sonhada. As pessoas precisam se reconhecer como sujeitos e autores de sua vida: devem criar as próprias regras, verbalizar seus sentimentos, valorizando curiosidade pelo outro, criando significados e valorizando o respeito mútuo. A comunidade dos sonhos não é representada apenas pelo espaço e pelas construções, mas principalmente pelas relações estabelecidas entre as pessoas que nela atuam. SECOM/Prefeitura de Caratinga GPE/SECOM/Prefeitura de Sorocaba Escola e comunidade trabalhando juntas. rPelanotraeçsãtaomdeenátorv,oermesSeomroucmabaac, aSmãopaPnahualod, e 2019. Materiais Modelo de maquete feito por alunos de Folhas e canetas para anotações; cartolina; cola; isopor; caixas de fósforo e de remédios vazias; palitos de picolé; papel crepom; lápis de cor; caneta hidrográfica; mesas, e para a cartilha, um caderno. uma escola municipal em Caratinga, Minas Gerais, em 2016. passo a passo Não escreva no seu livro. 1. Façam um passeio pela comunidade para observar e reconhecer o entorno. 2. Pesquisem imagens ou produzam fotografias e construam um painel com fotos da realidade local. 3. Façam convites à pessoas da comunidade para que em dias em horários marcados venham conversar sobre “a comunidade dos sonhos”. 4. Mãos à obra: cada grupo vai construir uma maquete ou mais para representar a comunidade dos sonhos idealizada durante a conversa. 5. Organizem uma exposição das maquetes das comunidades idealizadas. 6. Em uma nova roda de conversa, levantem as seguintes questões: Que tipo de relações queremos estabelecer na comunidade dos sonhos? Quais princípios e regras vão nortear essas relações? 7. Reúnam os grupos e elaborem conjuntamente uma “cartilha” de boa convivência na comunidade. Procure detalhar a construção da maquete. Se for o caso, mostre fotografias de maquetes para a turma a fim de que entendam como deve ser o resultado. O link a seguir tem instruções específicas sobre materiais e montagem de maquetes: www.estudokids.com.br/como-fazer-uma-maquete-escolar/. Acesso em: 21 fev. 2020. 127
Criação de um jornal mural local 3OPÇÃO Vocês vão criar um jornal mural local direcionado a diferentes faixas etárias: crianças, adolescentes, Centro Paula Souza/ Governo do Estado de São Paulo adultos e idosos. Cada grupo criará o seu segmento no jornal, pensando num público-alvo da comunidade. A leitura deve ser prazerosa e significativa, propiciando a interação entre as Ajude os alunos a definirem as funções dentro dos grupos, explicando as pessoas. atribuições dos repórteres (fazem as entrevistas), pesquisadores (buscam dados e informações) e articulistas (escrevem os artigos), por exemplo. passo a passo 1. Organizem-se em quatro grupos. Cada grupo Jornal mural produzido pelos estudantes do discutirá o seu público-alvo, para o qual Centro Paula Souza, em São Paulo, SP, 2018. deverão escolher temas de interesse. Materiais 2. Distribuam as funções dos integrantes do grupo: repórteres, fotógrafos, pesquisadores, computador com software de texto; articulistas etc. cartolina; cola; tesoura; papel pardo; papel e canetas para anotações; 3. Pesquisem vários modelos de jornais murais. conexão com a internet; impressora Elaborem o editorial, a apresentação e decidam colorida; fita adesiva ou alfinetes. título, manchetes, artigos, cartas dos leitores, crônicas, seções, design, temas, pesquisas, textos de apoio, imagens e gráficos. 4. Realizem uma oficina com todos os envolvidos para confeccionarem o projeto-piloto do jornal. 5. Discutam formas de impressão do jornal e locais para afixá-lo na comunidade, lembrando de pedir autorização prévia aos responsáveis pelos locais escolhidos. 6. Combinem a periodicidade do jornal e a permanência dos grupos. PLANEJAMENTo Para a realização das atividades, considerem o planejamento apresentado a seguir. 1. Aquperivmaei igraereetnacpiaardeooprlgaanneijzaamreanstooéficeisncaosl.her uma comissão na escola, com professores e alunos, 2. Escolham qual projeto gostariam de apresentar. MFdEolaaarrbmeqoseurcmeeommlpaude,mqadutacaeon,cnaloovsmicteuaenqle,iudhfiaopaçrdeaásemripeoca,faradramtuaarilzaiaeoçrsrãegocsao.ennivzsiadeçqaãnuodênodcaoiasedpseapssasçaootaisveidddaaodcseomsm.autneidraiadise,acpoanrttaicnidpoarcemomdopepsrosjoeatos. 3. tirem fotos para uma futura exposição. 4. da exposição dos resultados, organize 5. 6. Filmem e os espaços para que as pessoas se sintam 7. Na data acolhidas. 8. Durante a conversa, apresentação ou exposição, disponibilizem uma urna com papel e caneta para a avaliação coletiva. 128
Avaliação coletiva Ao fazerem a avaliação, procurem verificar como foi o processo de planejamento, a organização antes, durante e depois do evento e quais os resultados obtidos. Em uma roda de conversa, façam uma avaliação coletiva reproduzindo o roteiro abaixo no caderno coletivo, considerando o envolvimento de cada um e do grupo nas etapas do projeto e no resultado final alcançado. Quais dificuldades tiveram no Não planejamento, na organização e na escreva realização das atividades, considerando as no seu relações interpessoais com os colegas e com a comunidade? livro. Quais dificuldades operacionais (práticas) tiveram para realizar as atividades em relação a espaço, materiais, equipamentos, deslocamento de pessoas etc.? Vocês avaliam que foram criadas condições para uma vivência coletiva entre todos os integrantes da comunidade, desenvolvendo o senso de coletividade e cidadania? Como vocês avaliam o exercício da alteridade e da empatia ao realizar o projeto? Esses princípios foram aplicados? Quais foram as descobertas que o projeto trouxe a vocês a respeito da comunidade? Para finalizar, elabore, individualmente, um relato sobre suas percepções e sobre todo o processo, e aponte duas coisas com as quais você ficou muito satisfeito e duas coisas que faria diferente. Registre no seu portfólio. Veja orientações no Manual do Professor. 129
UNIDADE 3 MULTIPLICIDADE
Esta unidade contribui para a reflexão sobre os desafios do mundo atual, como a capacidade de viver com autonomia, ser flexível, aceitar o outro e a si mesmo, conviver com as mudanças, aprender sempre, relacionar-se de forma harmoniosa com a sociedade e o ambiente. Para isso, é imprescindível respeitar a diversidade – tema deste módulo. 131
CAPÍTULO 8 Gabriel Jardim / Arquivo da Editora Diferentes, porém iguais objetivos Veja orientações para esta abertura no Manual do Professor. • Desenvolver a flexibilidade e a tolerância em relação às diferenças individuais e sociais, sendo capaz de entender o conceito de multiculturalismo e a • dDpaeosssesonibcviioleidldvaeadrdeeadbceroanpssrialcetiiêricnaac, ridauehmmisaotcdóoroincavaivesêsontbcaribaeelhaeacfreomrromunmaioçasãao. postura empática e democrática, promovendo o diálogo JUSTIFICATIVA entre diferentes culturas. • Entender a influência do dpVariveeecmdoouncscaeeçitmãoosumdeomresusénicsdutolêonocXniXdaIeaeasmitnãuddoaaapnrçfelaevsxa.ilbeEicnliedtrmaedmoe,usiatpoilsares manifestações culturais. processo de globalização nas qppPauoaaderrraabtapadrtqaniagutdbmoeoi,lasiadcs. aadqdbivueeeeràesaaeiidnsadncdeaocelfaeopsprostrsiaodslmaeacdoseevemedrreaeexaseppxprrcaeelçusnossdsãaeodrdaessoeecmc,oiapansrvl eses.iremsja,aomçsão • saPdCorsoeocmpfmioepeodrrsvmeaseedaorneaada.set,cirteouasndttderrasiifbneuegrieercniorpçamaasrpaeoonruottranfeimãmoiem,ndintgooarpsacrnoqetumceeosunniencidceraleiutdfaouem.geiatondadoass • •• Refletir sobre ações concretas de inclusão dos BNCC refugiados na sociedade. Identificar a cultura das suas diferenças. histórias familiares, valorizando materiais Competências Gerais da Educação Básica 1. Conhecimento; 2. Pensamento científico, crítico e criativo; Para registro 3. Repertório cultural; 4. Comunicação; 6. Trabalho e Projeto de vida; 7. Argumentação; 9. Empatia e cooperação; 10. Responsabilidade e cidadania • Caderno de registro coletivo Competências e habilidades específicas • Portfólio individual • Painel de trajeto individual Linguagens e suas Tecnologias ECoMm13pLePt0ê3n,cEiaM113–LPE0M6L,GEGM10132L, PE1M2,LGEMG11033L,PE15M, 1E3MLG13GL1P0245, ; Para as atividades: três folhas de papel sulfite; caneta; equipamento para realização de pesquisa virtual ECEECoMMoMmm111333ppLLLeePGGtt1GGê2ê33nn, 0c0cEi51iMaa,, E1E723MML–-1P1331EE8LLMGM,PG1E12333M0LL0G,1G32EGGL,M72PE0102M312,8L1E,3PEML2GM713G,1L3E3GL0MPG31273,00LE3;PM,C21Eo83Mm,LGEp13GMeL0t1G3ê4GnL,7Pc03ia44,;3 – (computador, smartphone, tablet etc.); conexão com a internet, giz ou caneta para lousa/quadro branco cceMaodatloeátrleotidergaxoia;tsoti,se;jsiomoorppnurraceaiisso; scnooauarniafseot:clihnsoeholotafortsiswd; ;aracer; ocetoliadnrtetaeesgdudiçaeãcorheedvieosutimacsao,glaens Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Competência 4 - EM13CHS401, EM13CHS402, Competência 5 - EM13CHS501, EM13CHS502, EM13CHS403; EM13CHS504 EM13CHS503, eCmon: shtutltpe:/a/dbaesscenriaçcãioondaalcsocmoummp.meteêcn.gcoiavs.bre/daa-sbahsaeb.ilidades Acesso em: 6 jan. 2020. 132
daAicfqeeuirteeesnmtçãaaossdedaitfdaeimrveebnrésçmiadsaadeiedceeonndtvioefirmcsaeurmltsiucsauolbitgrueuraaqlludiseamsdteoõ.eésdceoemxotrepmreacornecleevitâon,cgiaênnearos,aleandtree aouultar.aÉs,imalpémortdaentaejuqduáe-leossseasotlhemarapsasraejaamdivdeisrsciudtaiddoesdpoasragrcurpiaorsucmultaumrabiise,natereesmpeqituaer os alunos as dos A.RICARDO/Shutterstock 3.0) DireViitcotsorHuMicmhaenl/osA/sGcoovmernMioniFsetdéreiroald(asobM luilcheern,çadaCFCaBmíYl-iaNDe Ato ecumênico realizado em defesa dos povos indígenas. Partida de basquete nas Paralimpíadas Rio 2016, no Rio de Janeiro, RJ. Brasília, Distrito Federal, 2018. Rozangela Silva/Medium/Acervo da fotógrafa Mark Ralston/AFP Evangélicos se unem para reconstruir terreiro de candomblé no Coral de jovens une israelenses e palestinos, em Santa Fé, Rio de Janeiro, RJ, em 2017. Estados Unidos. Questões políticas, religiosas, sociais e culturais, muitas vezes, separam os dois povos. Foto de 2017. • Observe as imagens da abertura do capítulo. O que mais chama a sua atenção? Explique. • Você sabe o que é um ato ecumênico? Já participou de algum? Você acha importante respeitar as diversas culturas e religiões? Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. eoeAxrpieiggrdeeeunsucesamrsvçeaãajoçapã,mrocáotcdimacaapsoaddzaiieaufesltóêrdgenenitciçecaaancsc,pooenrnámstttriacaqnarutodeesaoeplnsibotirnneedtrdooivsaíedddneuec,oocasnocctnorovnonetscercogcineeêsnneitcgmeioasunmdmaoeaessxmerieusost,psêecneorci,tmiodasahoausofumuuasatãhrnooias.tedóEecrsioisagmauepaodolda“sastnduósreusas”a.s sceNeounóptsraeoarsanoaarams,gpeoooeseisssidgstfoiafaeadzrsreoepaanianctfirteitoresinnfddasíseedeicconaaeógesii.etncintuetletaruarruanlomoaseesnsnaettrgeei,docaeosnendttaiudenoroossonssãsoaocgnirahauátugorersauaussntdsiiceoustuuaprreaeercinisiosdraoiodcaoodsienooeoruseainirntafeedreiisoderiirdeseanirddtsaeieddaede Não escreva no seu livro. cR1.uelstpuorVassota,ccpoeêmssojoárael.ltiÉgeiiõmvesep,oprctoavonotnse,tqcauoemtouosniadclauodneomss eatonca.ulitsermaascduifletruenrtaes no seu dia a dia ou em algum momento específico? Dê exemplos. redes de relação de que participam e situações em que entraram em contato com outras realidades e 2. dVoivceêrsaacshacuqltuueraosp?rofRiqecusepemosstpsaaopreecsdisdooeasl,.gcNoãlmoooebxtaiasmtlebizéummaapçorãedseopmosdntiazoecroqrqrueuetana.ãOlos,vqaiulvueneaomsglpooobdaselimzaéaçfãiuormmfoarrataqlueaecesmiamei,naqduiçveidaaugaplliodbaaadrleizaaeçaãasodfmaifzearceonnmçuaqstueeenlnturgeçaaãrsesoc,ocmdousatnuidsmaedsese.gostos 133
POR DENTRO DO TEMA Sociedade multicultural Este texto traz diversos conceitos que serão explicados um a um. É importante vinculá-los ao dia a dia dos alunos, para que, com isso, eles possam olhar o outro de uma nova maneira e, assim, diminuir o preconceito, o bullying, a violência e a discriminação. Para compreender o significado de multiplicidade, é preciso entender primeiro o que significa diversidade, cultura e etnicidade. A diversidade tem muitas definições, desde as mais amplas, que se referem às diferentes características entre as pessoas, até as mais específicas, que incluem raça, etnia, gênero, características biológicas e linguísticas, religiosidade e cultura. Por cultura entende-se o conjunto de valores, moral, características linguísticas, conhecimento, arte, crenças, leis, costumes e hábitos adquiridos pelos indivíduos de cada povo do planeta. Falar em diversidade cultural implica buscar um equilíbrio entre cultura local, regional (própria de um grupo social) e universal, de modo que exista uma compreensão de todas as culturas existentes em um determinado território. As múltiplas culturas formam a identidade cultural dos indivíduos ou de uma sociedade, como se fosse a marca que personaliza e diferencia os membros de determinado lugar do restante da população mundial. Há pessoas que consideram a globalização um problema para a preservação da cultura, pois acreditam que ela leva à dissolução de costumes tradicionais e típicos de cada sociedade, dando lugar às características globais e impessoais, sem identidade cultural; ou com uma identidade cultural global, planetária. Diversidade étnica: presença de povos de diferentes Desde o período das Grandes Navegações (século XVI), podemos dizer etnias na mesma sociedade. que houve um aumento crescente do contato entre diferentes etnias, Etnia refere-se a um grupo resultando em uma diversidade étnica. de indivíduos que possuem afinidades de origem, história, O Brasil é um exemplo de país com grande diversidade étnica, pois sua idioma, religião e cultura. população é composta de vários povos que criaram uma nova identidade cultural. Os povos mais marcantes dessa identidade são os indígenas, os africanos e os europeus. A Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, divulgada em conferência realizada pela Unesco, em Estocolmo, Suécia, em 2001, prevê ações de preservação das culturas de origens indígena e africana, como as línguas indígenas ameaçadas de extinção, os rituais e as festas tradicionais dos povos indígenas e afrodescendentes, também ameaçados de extinção, sinalizando a relevância desse tema e colocando-o no patamar dos direitos culturais, econômicos e sociais. Ricardo Cohen/Shutterstock Todos somos um (Etnias) © KOBRA, Eduardo/ AUTVIS, Brasil, 2020 (2016). Eduardo Kobra (1975). Tinta spray, 3 mil m². O mural pintado pelo artista paulistano na zona portuária da cidade do Rio de Janeiro (RJ) representa a diversidade étnica e transmite uma mensagem de união dos povos nativos de todo o planeta, em razão da realização dos Jogos Olímpicos de 2016, evento sediado na capital fluminense. 134
São Paulo. Composto dosRePparláocdiuoçsãdoofoGtoovgreránoca:doRoEstmauldooFidaeldSiãnio/TPeamulpo,o Artístico-Cultural Acervo Operários (1933).Tarsila do Amaral. Óleo sobre tela, 150 cm × 205 cm. Coleção particular. A obra ilustra a miscigenação do povo brasileiro. O multiculturalismo amplia as questões de miscigenação do passado, pois é Alteridade: qualidade ou um fenômeno social intimamente relacionado ao processo de globalização e às estado do ue do outro sociedades pós-modernas, em que as pessoas se locomovem com maior rapidez do ue di erente di erso e estão interligadas pelas redes de comunicação, aumentando o contato entre as diferentes culturas. Além disso, a base do multiculturalismo é a convivência recon ecer ue o outro harmônica e respeitosa entre várias culturas em um mesmo ambiente, sem existir uma pessoa única e diferente julgamentos, isto é, apontamentos sobre o certo ou o errado quanto a crenças e de si mesmo. hábitos. As diferentes cores de pele, os costumes compartilhados e a liberdade de credo religioso fazem parte do conjunto multicultural. A música também é um componente importante e presente em praticamente todas as culturas conhecidas. O reconhecimento de ritmos de outros grupos, sem julgamentos, é um exemplo de multiculturalismo. Em uma sociedade, o ideal é equilibrar a identidade cultural e a diversidade, ou seja, Não alcançar a harmonia entre o que me define (eu) e o que define o outro para construir escreva o nós, que é o tema desta unidade. Aceitar as diferenças e enriquecer-se com elas é no seu um desafio porque supõe o reconhecimento da alteridade. livro. 1. Você acha que existe multiculturalismo no Brasil? Justifique. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reconheçam que no Brasil existem aspectos oriundos de diversas culturas. A identidade brasileira é fruto de um complexo 2. Você acredita que vivemos em um país onde é possível coexistirem as diversidades mosaico de diferentes culturas. religiosa e cultural? Justifique. Resposta pessoal. Muitos alunos poderão responder que sim, e este é um momento importante de reflexão, para que eles pensem sobre o 135 preconceito velado que pode haver na comunidade onde vivem e, além disso, sobre se a liberdade cultural realmente existe.
PESQUISA Os alunos farão uma pesquisa para identificar as características predominantes de cada região do Brasil em relação a cultura, composição demográfica, hábitos e costumes, etnia, questões sociais. O objetivo é promover o resgate da cultura como fator de identidade do aluno, presente no seu cotidiano e no seu pensar, desenvolvendo uma consciência histórica sobre a nossa formação. Com isso, espera-se que eles assumam posturas mais democráticas e empáticas em relação a seus colegas e familiares. Retratos do Brasil O processo de miscigenação no Brasil começou a partir do século XVI, com a chegada dos portugueses e, depois, de estrangeiros de outras nacionalidades. É graças a esse fenômeno que o país é conhecido por sua diversidade cultural; o povo brasileiro, embora formado por tantas misturas, preserva a herança de seus grupos étnicos. 1. Amplie seu conhecimento sobre esse tema. Rodrigo Tetsuo Argenton/Wikimedia Commons (sob licença CC-BY-SA-4.0) a) Reúnam-se em grupo (a turma deverá Não formar cinco grupos no total). Cada Crédito escreva grupo fará uma pesquisa sobre uma no seu região do país: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. livro. b) Realizem a pesquisa sobre as características étnicas da região do Navio Negreiro. Parte do acervo do Brasil escolhida pelo grupo e como Museu Afro Brasil, em São Paulo, SP, se deu a formação da diversidade 2018. étnica ali. Procurem pelas seguintes informações: • dados geográficos; • densidade demográfica; • divisão política; • população. c) Esses dados podem ser pesquisados no site IBGE Brasil em síntese, disponível em: https://brasilemsintese.ibge.gov.br/. Acesso em: 29 nov. 2019. Para auxiliar na pesquisa, consultem as seguintes fontes: • PETRUCCELLI, José Luiz; SABOIA, Ana Lucia (Org.). Características étnico-raciais da população: classificações e identidades. IBGE, 2013. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/ livros/liv63405.pdf. Acesso em: 29 nov. 2019. • OLIVEIRA, J. P. de; FREIRE, C. A. da R. A presença indígena na formação do Brasil. Ministério de Educação, 2003. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/texto me004372.pdf. Acesso em: 29 nov. 2019. A diversidade étnica dos brasileiros é uma forte característica multicultural. O Brasil é um país rico em diversidade cultural, devido à sua extensão territorial e à pluralidade de colonizações e influências que sofreu ao longo do processo de construção da sociedade brasileira. 136
2. Para ampliar o repertório sobre o tema e auxiliar na pesquisa, Reprodução/SuperFilmes/Acervo da editora assistam aos vídeos que fazem parte da série O povo brasileiro, composta de dez episódios com duração de 30 minutos cada. Neles, o antropólogo Darcy Ribeiro fala sobre a formação do Brasil como povo e nação. Disponível em: https://canalcurta.tv.br/series/serie.aspx?serieId=336. Acesso em: 29 nov. 2019. • Afinal, quem são os brasileiros? Reprodução da capa da série televisiva O povo brasileiro, • Que matrizes nos alimentaram? coproduzida pela TV Cultura, pela GNT e pela Fundação Darcy Ribeiro • Que traços nos distinguem? (Fundar e lançada em 2001. a) Esses dados podem ser pesquisados no site IBGE Brasil em Síntese, disponível em: https://brasilemsintese.ibge.gov. br/. Acesso em: 29 nov. 2019. b) Para saber mais a respeito da formação do povo brasileiro, vale a pena conhecer o museu Afro Brasil: https:// artsandculture.google.com/partner/museu-afro- brasil?hl=pt-BR. Acesso em: 4 fev. 2020. Se você mora em São Paulo, é possível realizar uma visita ao museu, localizado no Parque Ibirapuera. 3. Criem um infográfico para dispor os dados coletados sobre a região pesquisada. 4. Pesquisem os aspectos multiculturais da região escolhida. Busquem informações sobre como a cultura se manifesta em seus diferentes aspectos: • danças e músicas; Não • esportes; escreva • folclore; no seu • culinária; • religião. livro. 5. Decidam como será realizada a apresentação dos aspectos culturais da região que pesquisaram. Vocês podem elaborar um vídeo, uma vivência, uma oficina, colher depoimentos de pessoas, fotos, reportagens de jornal etc. 6. Apresentem aos colegas e ao professor o infográfico e os aspectos culturais da região pesquisada. 7. Façam uma avaliação coletiva das apresentações. 8. Organizem uma exposição na sala de aula e convidem colegas de outras turmas para conhecer o trabalho de vocês. 137
Outros olhares A diversidade cultural no mundo globalizado C omo vimos, o processo de miscigenação é histórico e contínuo. Observar a diversidade nos diferentes espaços sociais é um passo importante para uma sociedade justa e que respeita e reconhece a dignidade de todos. É fato que a globalização trouxe novas realidades à relação entre as diferentes culturas. Para saber mais, leia o texto a seguir. A INFLUÊNCIA DA GLOBALIZAÇÃO NAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS E O DIÁLOGO INTERCULTURAL COMO UMA GENUÍNA ALTERNATIVA DE RESPEITO À DIVERSIDADE E AO MULTICULTURALISMO [...] a globalização tem resultado na intensificação dos conflitos e das violências étnicas e religiosas. Sob este aspecto, claramente, a globalização tem tido um efeito deteriorizante em todo o complexo de direitos humanos, resultando na transformação significante no comportamento de valores de massas da humanidade através do globo. [...] A cultura, observada de uma perspectiva contemporânea, não é algo estático. No mundo atual, extremamente globalizado, pode-se perceber, mais facilmente, que a cultura são manifestações em constante mudança. [...] A Mondiacult – Declaração do México para políticas públicas de 1982 – determina que cultura é o conjunto dos traços distintivos espirituais e materiais, intelectuais e afetivos que caracterizam uma sociedade ou um grupo social e compreendendo que cada povo tem a sua identidade e cultura; e, ainda, que a Declaração Universal da Unesco sobre a Diversidade Cultural dispõe sobre a diversidade cultural como um patrimônio da humanidade, se manifestando [...] na originalidade e pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade, percebe-se que a diversidade cultural é uma realidade com a qual se deve lidar e preservar para que haja um bom relacionamento entre povos. Porém, na atualidade, o que ocorre é que o multiculturalismo, em um cenário globalizado, absorve culturas diferentes que sejam minoritárias ou “mais fracas”. É “a história local em um projeto global”. Sendo assim, tudo é permitido, desde que esteja dentro dos padrões de um projeto global. E as minorias culturais fragilizadas vão sendo engolidas neste processo. Está em curso uma negação crescente da possibilidade de existência de uma Cultura da Paz, que perde espaço, por sua vez, para o incremento de políticas de avanço do capitalismo no mundo globalizado, para o qual a valorização cultural de princípios, como o individualismo, a competitividade e o primado do mercado, inclusive e principalmente de bens simbólicos que oprimem os valores de tolerância, tem um caráter capital. 138
Resposta pessoal. Muitos hábitos e costumes são incorporados à rotina diária dos jovens. Muitas vezes, as redes sociais e os meios de comunicação são os principais responsáveis pela disseminação da cultura global, ou, para alguns, pela massificação de aspectos culturais e sociais. Neste momento, é importante que os alunos reflitam sobre a cultura autêntica do lugar onde eles moram e o que foi incorporado por eles e pela comunidade. [...] Nesta ideia contemporânea de que as culturas estão em mutação, [...] Donelly (2007b) Aloisio Mauricio/Fotoarena explicita o fato de que as pessoas não se preocupam, nem praticam o respeito aos direitos humanos a todo o momento, quiçá os direitos culturais. Com isto, a maioria das identidades modernas está entrando em colapso, pois uma mudança estrutural está transformando as sociedades modernas e, assim, fragmentando as paisagens culturais, o gênero, as formas de se expressar a sexualidade, as etnias e raças e as questões pertinentes à nacionalidade e cidadania. [...] Ao se falar da relação entre uma cultura local e uma cultura global, Mignolo (2003) descreve que as culturas locais encontram projetos globais – e muitas vezes são forçadas a receber e incorporar parte ou a integralidade destes projetos globais. Mignolo (2003) acredita que atualmente se vive uma nova forma de colonialismo, um colonialismo global. Neste sentido, é importante uma reflexão – Apresentação da banda coreana de k-pop BTS, independente do termo a que se quer utilizar em São Paulo, SP, 2019. – entre o efeito devastador da globalização nas práticas culturais e a cultura local, como preservação da identidade e das tradições de um povo. A globalização é um ente invisível, que não se preocupa com o “localismo”; o que se percebe é que ela traz às localidades valores universais. Neste diapasão, o indivíduo deixa de perceber sua cultura local para se tornar global, e assim ele se identifica com o mundo, mas não com o outro. O contato com o mundo é mais fácil do que o contato local. No entanto, tratar a globalização como fator para universalização de culturas, para alguns autores, é um grande exagero. SILVA, Carla Ribeiro Volpini. A influência da globalização nas manifestações culturais e o diálogo intercultural como uma genuína alternativa de respeito à diversidade e ao multiculturalismo. V Anuário Brasileiro de Direito Internacional. v. 2. p. 21-24. Disponível em: www.corteidh.or.cr/tablas/r27209.pdf. Acesso em: 3 fev. 2020. 1. Que aspectos culturais influenciados pela globalização você percebe no seu dia a dia, nos Não seus costumes e gostos? escreva no seu 2. Você acredita que a globalização enfraquece aspectos da sua cultura local? Por quê? livro. Respostas pessoais. Neste momento, espera-se que os alunos aprofundem a reflexão sobre como aspectos da globalização podem ser positivos ou negativos para as culturas tradicionais e/ou da comunidade. Para ampliar o tema, apresente alguns exemplos em sala de aula, como a relação entre a internet e os povos indígenas tradicionais. 139 Nos sites a seguir, é possível encontrar conteúdo sobre esse tema: Ipea. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/panam/pdf/GT4_Art5_Alej.pdf; Ciência e Cultura. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252013000200006; Anima-Opet. Disponível em: http://www.anima-opet.com.br/pdf/ anima11/8ciberinclusaoindigena.pdf; G1. Disponível em: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2014/05/avanco-da-tecnologia-em-aldeia-muda-cotidiano-de-indios-no-amapa. html.; Época. Disponível em: https://epoca.globo.com/o-impacto-do-celular-em-aldeias-indigenas-23408432. Acessos em: 5 fev. 2020.
Bate-papo O objetivo desta seção é mostrar que o país, apesar de apresentar uma grande diversidade étnica, cultural e religiosa, padece da dificuldade de inclusão. Irnecfluusgãioaddeosimniagsroacnietdeasdee N o mundo globalizado, a migração da população é cada vez mais comum. Porém, é preciso atentar para a diferença entre imigrantes e refugiados. Os imigrantes, geralmente, saem de seus países de origem por vontade própria, para buscar melhores condições de vida. Já os refugiados, de acordo com a Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos Refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU), são pessoas que tiveram de deixar seu país por motivos graves, como perseguição por questões de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em grupos sociais, e não podem (ou não querem) voltar para casa. Além de apresentarem situação de vulnerabilidade, muitos refugiados sofrem preconceito. POR PRECONCEITO E DESINFORMAÇÃO, EMPRESAS EVITAM CONTRATAR REFUGIADOS [...] Uma pesquisa feita neste ano pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) mostra que 20% dos estrangeiros refugiados no Brasil vêm procurando trabalho, mas sem sucesso. [...] Como muitas vagas são preenchidas por indicação, eles acabam ficando em desvantagem por terem uma rede de contatos pequena no Brasil. A falta de domínio do português aparece como um entrave adicional no caso dos recém-chegados. Há motivos, contudo, que não são compreensíveis. Com frequência, é por pura falta de informação que as empresas descartam logo de cara o currículo dos refugiados, sem nem mesmo chamá-los para a entrevista. Muitos empresários pensam que o processo de contratação é mais complexo, burocrático e demorado do que o processo de um brasileiro. Outros supõem que seja ilegal admitir refugiados e que, fazendo isso, serão multados por auditores do Ministério do Trabalho ou até presos pela Polícia Federal. Nada disso é verdade. A contratação de refugiados é perfeitamente legal e segue as mesmas regras para a admissão de brasileiros, sem implicar nenhum ônus ou encargo extra para o empregador. WESTIN, Ricardo. Por preconceito e desinformação, empresas evitam contratar refugiados. Agência Senado, Brasília, DF, 14 out. 2019. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/por- preconceito-e-desinformacao-empresas-evitam-contratar-refugiados. Acesso em: 3 fev. 2020. ORGANIZANDO A CONVERSA Não escreva • Com base no texto, discuta com os colegas os seguintes pontos: no seu a) O que dificulta a inserção de refugiados no mercado de trabalho brasileiro? livro. b) Quais soluções poderiam ser aplicadas para quebrar essas barreiras? se ele existe tanto para respeito à diversidade étnica, REGISTRO Respostas pessoais. Espera-se que os alunos reflitam sobre o com os estrangeiros quanto dentro do território nacional. • Registrem no caderno coletivo a conclusão a que a turma chegou. 140
Realeimdapdreática Projeto: Campanha contra a xenofobia P ara o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), xenofobia é definida como “atitudes, preconceitos e comportamentos que rejeitam, excluem e difamam as pessoas com base na percepção de que são estrangeiros à comunidade ou sociedade nacional”. Leia o texto a seguir para entender um pouco mais sobre xenofobia. POR QUE EXISTE XENOFOBIA NO BRASIL? XENOFOBIA NO BRASIL TEM COR, RELIGIÃO E NACIONALIDADE ESPECÍFICAS? A xenofobia afeta a maior parte de grupos migrantes, mas ainda assim se deve destacar a existência de uma questão de interseccionalidade. Não se pode considerar que todos os grupos enfrentam a xenofobia do mesmo modo. Diferentes fatores devem ser levados em consideração [...], já que características como origem geográfica, cultura, gênero, cor, etnia, classe social e religião afetam a recepção desses estrangeiros nos países de destino. Um exemplo é o estereótipo gerado a partir da confusão entre islamismo e terrorismo. Já no Brasil, há uma longa tradição de orgulho e festejo dos imigrantes europeus – a Oktoberfest, realizada anualmente em Blumenau (SC), [...]. Em contrapartida, migrantes africanos, haitianos ou venezuelanos, por exemplo, são muitas vezes recebidos de maneira oposta. As diferenças no tratamento estão diretamente ligadas ao racismo presente no país. POR QUE existe xenofobia no Brasil? Politize!, 17 out. 2018. Disponível em: www.politize.com.br/xenofobia-no-brasil-existe/. Acesso em: 3 fev. 2020. Ação: Conhecer e respeitar. Xenofobia é crime! 1. Você e seus colegas vão fazer uma campanha para chamar a atenção da comunidade escolar à inclusão de refugiados. Pesquisem a respeito da lei contra a xenofobia (Lei n. 7.716, de 5 de janeiro de 1989). 2. Depois, levantem informações sobre comunidades de refugiados em sua cidade ou estado. Identifiquem quais são elas, onde estão e quais são suas características. 3. Elaborem vídeos e/ou cartazes curtos e criativos sobre essas comunidades com as seguintes informações: país de origem, número de integrantes e dificuldades que enfrentam. 4. Convidem alguns desses refugiados para irem à escola falar sobre sua experiência, a razão por que saíram de seu país, por que escolheram o Brasil etc. Organizem essa visita tendo em vista que o objetivo é ajudar a comunidade da escola e seu entorno a conhecer os refugiados da região e a quebrar preconceitos. 141
Reflexão Refugiados Danilo M. Yoshioka/Futura Press Final da Copa do Mundo dos Refugiados relizada C omo estudamos neste capítulo, a diversidade no estádio do Pacaembu, em São Paulo, SP, cultural brasileira foi construída com a mistura de diferentes culturas de povos indígenas, em 2019. europeus e africanos. Nos últimos anos, o Brasil recebeu refugiados do Oriente Médio, da África e da América do Sul, e isso traz a oportunidade de nos relacionarmos socialmente com outros povos, pois amplia a nossa troca de experiências e nos enriquece culturalmente. Mas quem são esses refugiados? O que sentem? Qual é a sua história? Quais são as suas necessidades e desejos? E os seus sonhos? Qual é o seu projeto de vida? Para entender um pouco mais sobre essas pessoas, conheça a Abraço Cultural, uma escola de idiomas que contrata refugiados para ensinar não somente idiomas, mas os costumes de seus respectivos países. NOSSA HISTÓRIA Como todo causo brasileiro que se preze, o nosso também começa com uma partida de futebol. Era julho de 2014. Um pálido sol invernal iluminava o gramado da quadra que mais tarde receberia centenas de pessoas dos quatro cantos do mundo. Neste cenário, a plataforma social Atados realizou a 1ª Copa do Mundo dos Refugiados e a iniciativa nos abriu os olhos para outra realidade: precisávamos de um projeto mais duradouro, capaz de contribuir na missão de integrar esses imigrantes em nossa sociedade. Assim surge o Abraço Cultural, uma organização não governamental, que tem por objetivo promover a troca de experiências, a geração de renda e a valorização dos refugiados. Através de nossas aulas – com metodologia e material didático próprios – queremos transmitir muito mais do que o aprendizado de uma nova língua: queremos quebrar preconceitos e barreiras culturais, aproximando diferentes povos em um único lugar. ABRAÇO CULTURAL. Nossa história. Disponível em: www.abracocultural.com.br/sobre-o-abraco/#nossa-historia. Acesso em: 5 dez. 2019. Outra iniciativa de apoio ao refugiado pode ser encontrada no projeto LAR, que a ONG Compassiva desenvolve em São Paulo. LAR – LEVANDO AJUDA AO REFUGIADO O programa Levando Ajuda ao Refugiado (LAR) foi criado para responder às necessidades mais básicas e urgentes de refugiados e solicitantes de refúgio sírios em solo brasileiro, em particular na cidade de São Paulo. Seu objetivo é amparar essas pessoas enquanto elas reconstroem as suas vidas 142
em um novo país, proporcionando não somente um lugar seguro, mas também um ambiente de aprendizado e convivência. O LAR tem várias frentes: • Curso de Português. A primeira barreira com a qual os sírios se deparam ao chegar ao Brasil é o idioma, e é a que leva mais tempo para ser superada. Por isso, o LAR oferece cursos de português gratuitos para estes refugiados como resposta a essa necessidade crescente. Atualmente, as turmas são divididas por níveis e ainda conseguimos manter salas somente para as mulheres árabes, sendo todas as aulas ministradas na sede da Compassiva. • Assistência Jurídica. Embora o Brasil seja o país que mais recebe refugiados sírios na América Latina (fonte: Acnur) e tenha desburocratizado a emissão de vistos, o processo de regularização de documentos pode levar meses para ser concluído. Trabalhamos independentemente e em parceira com outras OSCs para apoiar os refugiados neste processo, por exemplo, acompanhando-os até a Polícia Federal e também participando de encontros e palestras da sociedade civil voltadas para a melhoria desses serviços públicos. Em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), conseguimos viabilizar a revalidação de diplomas de refugiados de diferentes nacionalidades. Nossa equipe acompanha o processo desde a aplicação inicial até o reconhecimento oficial eventual da profissão em solo brasileiro. Também atuamos com patrocínio de causas previdenciárias (LOAS) e prestamos orientação jurídica empresarial e trabalhista. Em casos de dúvidas com questões como férias, verbas rescisórias, licença maternidade e outros assuntos da área, o refugiado pode solicitar auxílio gratuito aos nossos advogados e voluntários. [...] • Trabalho. Uma das principais demandas dos refugiados é a conquista de empregos que proporcionem estabilidade e independência financeira. Boa parte dos sírios que chegam ao Brasil já possui diplomas e qualificação profissional, mas ainda tem que superar barreiras que impedem a sua inserção no mercado de trabalho brasileiro. A primeira delas é a dificuldade com o idioma, mas o nosso curso gratuito lhes permite superar esta barreira para novas oportunidades começarem a surgir. O LAR auxilia os refugiados a encontrarem empregos que estejam de acordo com suas qualificações, oferecendo assistência com tradução de currículos, cadastro em sistemas de recrutamento on-line, busca por vagas e interlocução com possíveis empregadores. • Amparo. Além da independência financeira e do aprendizado do idioma, o cuidado dedicado aos refugiados sírios abrange também sua inserção e integração na sociedade brasileira, tendo em vista seu bem-estar físico e emocional. COMPASSIVA. Disponível em: http://compassiva.org.br/lar/. Acesso em: 4 fev. 2020. Agora é com você! Não escreva no seu livro. 1. Com base nas informações levantadas nas seções Bate-papo e Realidade em prática, relacione as principais dificuldades que os refugiados enfrentam ao mudar para um novo país. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos relacionem pontos como: aprender um novo idioma, encontrar trabalho, sentir saudades do país de origem e sofrer preconceito. 2. Que impacto projetos como o Abraço Cultural e o LAR podem ter na vida de pessoas que foram obrigadas a deixar tudo para trás para recomeçar em outro país? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos levantem pontos como: inserção no mercado de trabalho e desenvolvimento de novas relações (com os próprios alunos, 143 por exemplo), entre outros.
Portfólio De onde eu venho? Assim como os refugiados, você também tem uma história, uma origem. Então, que tal pesquisar e compartilhar com os colegas informações a respeito da sua família e suas origens? Não 1. Para obter dados da sua família, entreviste seus familiares e colha depoimentos escreva gravados; busque fotografias, cartas, documentos (como sua certidão de nascimento, no seu a certidão de casamento de algum parente etc.). Reúna essas informações com cuidado. Veja, a seguir, algumas sugestões para orientar sua pesquisa. livro. a) Qual é a origem da sua família e de seus ascendentes? Eles vieram de outros países ou de outra região do Brasil? b) Quais são os seus principais costumes? c) Os mais velhos falam outros idiomas além do português? Qual(is)? d) Quais festas são comemoradas na família? e) Que tipos de prato a família costuma preparar? f) Praticam alguma religião? Qual? g) De que tipo de música mais gostam? h) Qual é o esporte favorito? 2. Formem um círculo da cultura da turma da seguinte forma: sentados em roda, cada aluno terá a chance de contar para os colegas o que descobriu sobre as suas origens. Escolha uma maneira para narrar a história da sua família: você pode mostrar vídeos que tenha feito durante as entrevistas, cartazes com fotografias, objetos antigos e até receitas de pratos que costumam preparar. 3. Em uma cartolina ou na lousa da sala, façam um quadro coletivo mapeando as características culturais de todos os alunos da turma. Nome Origem CARACTERÍSTICAS DAS FAMÍLIAS do aluno Etnia Idioma Festas Culinária Religião Música Esporte 4. Vocês também podem transformar esses dados em gráficos e expô-los no mural da sala de aula. 5. Façam, coletivamente, uma autoavaliação da atividade. Respondam às questões a seguir e registrem no caderno coletivo. a) Como vocês estão lidando com as diferenças culturais no seu grupo? b) O que vocês fazem para lidar com essas diferenças? c) As diferenças estão enriquecendo a cultura de todos os colegas da turma? d) Já houve algum conflito que poderia ter sido evitado com o estudo sobre multiculturalismo? Qual(is)? e) Em que situações vocês identificam vivências multiculturais no dia a dia da turma? Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. 144
autoavaliação Na sua opinião, como foi o seu desempenho durante o estudo deste capítulo? Faça uma autoavaliação no portfólio, reproduzindo nele o quadro abaixo, e, em seguida, preencha-o conforme a sua percepção sobre o seu aprendizado. SIM EM PROCESSO AINDA NÃO Desenvolvi ou ampliei minha referência Não pessoal sobre flexibilidade e tolerância em escreva relação às diferenças individuais e sociais, no seu sendo capaz de entender o conceito de multiculturalismo e de me dedicar à livro. possibilidade de uma convivência harmoniosa? Desenvolvi uma consciência histórica sobre a formação da sociedade brasileira, de modo que tenha uma postura empática e democrática, promovendo o diálogo entre diferentes culturas? Entendi a influência do processo de globalização nas manifestações culturais? Compreendi a diferença entre imigrantes e refugiados, de forma a contribuir para o fim do preconceito? Promovi atitudes e comportamentos que incluam todas as pessoas, estrangeiras ou não, na comunidade e na sociedade? Refleti sobre ações concretas de inclusão dos refugiados na sociedade? Elaborei um “mapa” identificando a história da minha família, promovendo o resgate da cultura familiar como fator da minha identidade e valorizando as diferenças? Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. meu trajeto • Com a orientação do professor e com base nos itens a seguir, construa a sua trajetória e planeje o seu Projeto de vida. MINHAS PERCEPÇÕES QUE ATITUDES MINHAS O QUE EU DESEJO PARA QUAIS ESTRATÉGIAS SOBRE SERMOS MUDARAM DEPOIS O MEU FUTURO? QUAIS POSSO UTILIZAR? DIFERENTES, DESSE APRENDIZADO? SÃO AS MINHAS 4 1 PORÉM IGUAIS, SÃO: 2 3 METAS? 145 Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor.
CAPÍTULO 9 Gabriel Jardim/Arquivo da Editora Mundo do trabalho objetivos justificativa Veja orientações para esta abertura no Manual do professor. • Conhecer a evolução do sentido do trabalho. NaqcAoauocenslooseomntncrgptuioereçednãdedaonadesmdeHãooicossostdónecortuoieammpmoureponocajderosoâtmonrdoeedolaaae,çtvmrvõaaieundbsiçataao.dlhArseoafdimtnéreaasaelb,atséaéfsiloehopnsosocrssdiaãemialoedspieoaarrtadaumeaalais. • Conhecer novas possibilidades no mundo do trabalho. propostos àqueles que almejam uma colocação • Ampliar o olhar sobre o futuro das profissões, pepaprorcsoorouffrimbissospssbteõiôiottesunês.inaçPdclã,ooioacrsotfdaumsentooutfrocuao,ino,éaçesuõmiomteoobspmcroeciaortoçtnugaãdannoiositteiainnvdceaccousrseniadsthtreseiivcaásierldeireaar,esdaassept.huahAuaarlméalbmmaialeindsnoatsed,es rdcedeoiirissnmespsitooeao,nrsseçsxsãasiuobsoaitclnsiedioamaeismsddceueiov.nepldhrooasssads,soapmatsrroeaadrbaqgaluuildheiaoavddoqoeucspeêedvcleaiosenaémhmteipcçcraaoegensateprbueibislliaudiar de • considerando a automação do mercado de trabalho. Investigar as habilidades necessárias para o futuro das profissões. • Conhecer as mercado de diversas modalidades de inserção no trabalho. • Refletir sobre o potencial da criatividade como ferramenta essencial para o futuro profissional. • Valorizar as habilidades e competências para o desenvolvimento pessoal e profissional. materiais Para registro • Caderno de registro coletivo • Portfólio individual • Painel de trajeto individual bncc Para as atividades: três folhas de papel sulfite; caneta; Competências Gerais da Educação Básica equipamento para realização de pesquisa virtual 1. Conhecimento; 2. Pensamento científico, crítico e criativo; (computador, smartphone, tablet etc.); conexão com 4. Comunicação; 6. Trabalho e Projeto de vida; internet; giz ou caneta para lousa/quadro branco; a 7. Argumentação câmera ou telefone celular Competências e habilidades específicas Materiais opcionais: papéis diversos; de cera; recortes de revistas, catálogos, canetinhas; giz Linguagens e suas Tecnologias jornais e folhetos; cola; tesoura; fita adesiva; Competência 1 – EM13LGG104, EM13LP06, EM13LP12, EM13LP25; retalhos; sucata para decoração; cartolina; Competência 2 – EM13LGG201, EM13LP20; cadeiras mesas; EEECMMoMm111333pLLLeGGGtGGGê753n000c415i,a,,EEE3MMM–113133ELLLGMPPG1122350,L0,GE3EGM; M3C1301o3L1m,LPPpE22eM85t1ê;3nCLcGoiGma3p70e2–tê, EnEMcMi1a133L5LGG–GG73001,3, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Competência 1 – EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS106; Competência 2 – EM13CHS202; Competência 4 – EM13CHS401, EM13CHS402, EM13CHS403, EM13CHS404 eCmon: shtutltpe:/a/dbaesscenriaçcãioondaalcsocmoummp.meteêcn.gcoiavs.bre/daa-sbahsaeb.ilidades Acesso em: 6 jan. 2020. 146
O conceito de trabalho foi construído historicamente e, em decorrência de séculos de exploração da mão de obra humana, por muito tempo foi associado a sacrifício. Por isso, além de entenderem o conceito e as relações de trabalho ao longo da história, é necessário que os alunos tenham acesso a informações que os auxiliem a construir um novo paradigma, quebrando, assim, barreiras históricas. Edemir Rodrigues/Subsecretaria de Comunicação Reginaldo Manente/Estadão Conteúdo/AE (Subcom)/Governo de Mato Grosso do Sul Construção de casas realizada pela agência de habitação popular do Telefonistas em uma central telefônica, São Paulo, SP, 1966. Mato Grosso do Sul (Agehab) e a empresa municipal de habiltação (Emha), na antiga favela Cidade de Deus, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 2018. Edu Lyra/Pulsar Imagens Luiz Costa/SMCS/Prefeitura de Curitiba Pescadores durante o período de pesca, em Laguna, Santa Catarina, 2016. Profissionais de diferentes áreas compartilham espaços de trabalho, em Curitiba, Paraná, 2018. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos, ao observarem as imagens, respondam que todas as fotografias remetem a algum tipo de trabalho. • Observe as fotografias. O que elas sugerem? • Hoje, ao pensar no mundo do trabalho, que outras imagens lhe vêm à mente? Resposta pessoal. Veja orientações no Manual do Professor. Neste capítulo, vamos falar sobre o mundo Já pensou nisso? Se respondeu “não”, está do chturooaerbsatadleheetosc.noVccmooiacesêçoeasrai baaeeprideeidamndasadeqreu, senaãrdaaoesaaecjhaedarot?readAsbceoaoslcehonaanrsosniadoieinfruaeatrnudutraooms?dae rofiss o i ortante re etir so re a gu na cidadania autono ia ara raticar as r senso tico as u rias eaismrgaueienneúatnmrsseeedridascsteaatdadariasestdfaarsia.aeusrteudaitrooosugoraaufieraadaeatuieoereioasisdsoeosreees no e ro de u a oa arari ro essor regos e istentes o e oder desa arecer e u anos ser o su stitu dos e a inte ig ncia artificia o as rofiss es a arecer o e e igir o ais criati idade e e i i idade o o rit o do rogresso e u a d cada recisare os nos rein entar ara isso a os recisar de resi i ncia ue a ca acidade de nos ada tar os s udan as 1. vCoRCaNoeooptãscipnmiovnoêsisoidãtiédapoaseedr,dpsreeeqeasstsusneehoada.snoiiOsosdj.aeVeosqveqjãaaudsuoneoeuerçisreavgnoeoostiasmmucçnvõpeêteoinemesvptcnnaoooehnssMnaodascrflneóaa?uoagnlmlaaiodcprovroeaPqestrsousêfeepintmsecesaopciiratsn.aosocmltdeoáaeghqmsiaausbsianaileaisdasauafaidvgrãemlvoosiabdçnsaaeãluizcaobaets?çsutJãasiutoálumsridtireaiofnsositqsepumaseeereraspcrueoaeasddnoferhresrueãsmneoptcaoaoinmrsnotpôosamas.ecicdmtoeasirenaoúdfmieotesrtrarpaabrsbaoalfhlihsoos,qionuaneenaslsoNicivsruãrseo?aoevu.a 2. 3. 147
POR DENTRO DO TEMA Não A evolução do trabalho escreva na sociedade Esta seção faz uma breve descrição da evolução do sentido do trabalho para a no seu humanidade ao longo dos séculos. Além de apresentar o significado etimológico livro. da palavra “trabalho”, discorre sobre suas especificidades em cada era do processo civilizatório. Faça uma leitura crítica do texto com os alunos, estimulando a reflexão sobre os pontos que considerar mais relevantes para o grupo, levando em conta o contexto social dos jovens e suas expectativas com relação ao mundo do trabalho. Por exemplo, se a escola estiver localizada em uma área rural, com a economia voltada ao agronegócio, incentive os alunos a pensarem no impacto da automação nessa área. A tualmente, o trabalho é uma referência para o indivíduo tanto em relação à autoestima, à autoimagem e à construção de identidade quanto à sua forma de inserção social. Porém, nem sempre foi assim, como aponta a etimologia da palavra “trabalho”. De origem latina, ela provém do vocábulo tripalium, que inicialmente se referia a uma ferramenta utilizada pelos agricultores antigos e, depois, passou a denominar um instrumento de tortura e castigo. Mais tarde, com o vocábulo adaptado para o francês, travailler, o seu significado tornou-se “sofrer” ou ”sentir dor”. Por sua vez, o termo italiano para trabalho, lavoro, significa “cansaço”. 1. Qual é a sua opinião a respeito do trabalho? Você concorda com o significado historicamente atribuído à palavra como castigo, cansaço, sofrimento?Justifique. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos retomem as suas experiências e as de pessoas próximas como referência para refletir sobre o significado da palavra. 2. De que forma o trabalho contribui para a inserção social dos indivíduos? Resposta pessoal. O trabalho contribui para a inclusão dos indivíduos na sociedade ao promover condições não só para a sobrevivência, mas também para investimentos pessoais e familiares em saúde, educação, 3. lQazueraentcd., oalémvodecmêelchooranrha eauctoeesutimmaae fporetaslesceor aaidoenutidsadee. apresenta a ela, você costuma perguntar do que ela gosta ou com o que ela trabalha? Resposta pessoal. O trabalho e a profissão passaram a identificar as pessoas, que se apresentam com seus títulos e funções, em vez de falar sobre si mesmas em termos pessoais, seus gostos e aspirações. Peça exemplos aos alunos acerca dessa questão. Chaplin/United Artists/Album/Fotoarena Entretanto, para além do significado da palavra “trabalho”, vamos considerar a evolução do seu sentido no processo civilizatório da humanidade. Inicialmente o trabalho surgiu como uma atividade coletiva para garantir a sobrevivência dos grupos na época dos caçadores. No período que marcou a fixação dos indivíduos nos territórios, em virtude do advento da agricultura, o trabalho manual era incumbido aos escravos, tendo portanto, uma conotação negativa. apeorvefiosllmeunçeãtaoT,eIdmnedpumossatrnmiaeoli,rdareebrtnreaomtsahnudmo ourm,adopaar,otoocertsrinasobgaldlhseolinhnhaaraelidreaedhaaplin Já no período feudal, consistia em uma Sme aocnhatraogpoermtunoe,mpeçuamaosaaluánbosriqcuae assistam ao filme Tempos modernos e façam uma relação de dominação e servidão entre roda de conversa comparando o contexto social em que se passa o filme e os tempos atuais. senhores e produtores. 148
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