Important Announcement
PubHTML5 Scheduled Server Maintenance on (GMT) Sunday, June 26th, 2:00 am - 8:00 am.
PubHTML5 site will be inoperative during the times indicated!

Home Explore Juventude Plural_Manual Professor

Juventude Plural_Manual Professor

Published by Tecnologia da Informação - DSOP, 2020-10-28 19:31:23

Description: Juventude Plural Projeto de vida _Manual do professor_atualizado em fev.2022

Search

Read the Text Version

O indígena Isaká Huni Kuin, de 80 anos, contou à agência Amazônia Real que o incêndio na comunidade começou em uma área próxima do roçado. Ele disse que o fogo destruiu principalmente a madeira de lei, que seria usada para construir moradias, incluindo a dele e de sua mulher, Buni, 60 anos. O casal é pai do cacique Mapu. “Eu estava sentado quando ouvi aquele ‘papoco’ [estouro]. Virei e vi fumaça subindo. Meus meninos saíram correndo. A gente achava que tinha chegado no roçado, mas vinha de um ramal. O que fez aumentar [o fogo] foi que deu ventania forte. A gente jogou água, vieram os vizinhos para ajudar, mas queimou o terreno”, relatou Isaká. Na comunidade Huni Kuin, além de Isaká e Buni, moram os filhos do casal, entre eles, o cacique Mapu e a mulher, Mirna Rosário, além dos netos. Ao saber pelos familiares do incêndio florestal na comunidade, o cacique MapuOdair Leal/Amazônia Real Huni Kuin, que está em viagem na Europa, divulgou um vídeo em seu perfil no Facebook denunciando que o incêndio na comunidade foi um crime ambiental [...]. A família Huni Kuin atingida pelo incêndio é originária da TI Kaxinawa Ashaninka do Rio Breu. O grupo deixou o território tradicional por causa da falta de acesso à educação dos filhos. [...] “O Mapu [o cacique] que queria estudar para entender o nosso direito. Primeiro, moramos no parque, depois viemos para o Centro Cultural, onde fazemos medicina [...]”, disse Isaká. Mirna Rosário conta que os Huni Kuin sofreram perseguição em Plácido de Castro. “Houve um conflito e as famílias decidiram que era melhor sair de lá. Alguns retornaram para suas aldeias de origem, mas muitos foram morar em Rio Branco”, disse [...]. Em 2018, na Área de Proteção Ambiental (APA) São Francisco [...], Cacique Mapu caminha por trilha o grupo de indígenas Huni Kuin, atingido pelo incêndio florestal, dentro do Parque Ambiental, em comprou dez hectares e instalou na área o Centro Huwã Karu Plácido de astro, Acre, em Yuxibu [...]. “Desta vez é uma área comprada por nós”, disse Mirna [...]. ANTUNES, Freud; FARIAS, Elaíze. Amazônia em chamas: indígenas Huni Kuin perdem animais e árvores em incêndio, no Acre. Amazônia Real, 27 ago. 2019. Disponível em: https://amazoniareal. com.br/amazonia-em-chamas-indigenas-huni-kuin-perdem-animais-e-arvores-em-incendio-no-acre/. Acesso em: 19 dez. 2019. Não escreva 1. Com base na leitura do texto, como você enxerga o futuro diante do impacto da no seu livro. ação humana no meio ambiente? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos pensem na maneira como eles se enxergam em meio a tantas mudanças e em como pretendem se posicionar diante de uma realidade preocupante. 2. Como você se sente ao saber que muitas comunidades tradicionais sofrem os efeitos odmeeiocarmimbieentse eatammbbéimensotbareiosq?uaRnetsopaosstoacpieedsasdoeale.sEtsápdeirsap-ossetaquaemousdaalrunpoasrasperjaemsercvaáp-aloze. sOdoebjreetfilveotidredsetamaatniveiidraadceríétictoarsnoabrroesaarleusnpoosnqsuaebsiltiidoandaedodroessearrheusmpeaintoodpaasrancoossmas 3. rAeagisoinrteançpõeesnnasperoteeçmão daoçs rõeceusrsosqnuaeturapisoespseramimtir aseelers qeuexceocmpurteeanddaamsasnmaotivsaçuõaes qeuse cpoodelma lepváa-lroas aqatuuaer eam favor de outras pessoas e comunidades. comunidade escolar passe a adotar atitudes sustentáveis. Crie uma proposta de implementação e registre as ideias no portfólio. Depois, apresente-a para a turma e, juntos, avaliem as condições para colocar pelo menos uma ideia em prática. Resposta pessoal. É importante direcionar os alunos para a leitura e a reflexão individual. A ideia é que percebam que podem fazer parte da mudança, fomentando a participação ativa deles na busca constante pela solução de problemas. Espera-se que eles proponham ações como reciclar o lixo e optar por produtos que sejam reutilizáveis, e que façam trocas saudáveis, como andar a pé ou utilizar a bicicleta em trajetos mais curtos. 49

bate-papo Apaprareassefurvtuaçraãso gdeorpalçanõeetsa Sergio Hanquet/Minden Pictures/Fotoarena V imos que a poluição do planeta é uma realidade que já faz parte do nosso dia a dia e resulta diretamente de aspectos sociais, econômicos, padrões de consumo e desenvolvimento, além de fatores transgeracionais. Atualmente temos acesso a mais informações sobre o estado do meio ambiente e também mais consciência das consequências das nossas ações. Mas será que percebemos isso com clareza? Você já se perguntou quais são as consequências do descarte incorreto de lixo na natureza? Leia, a seguir, um texto sobre o tema. Tartaruga-marinha-comum (Caretta [...] de acordo com o levantamento feito pela Abrelpe [Associação caretta) emaranhada em uma sacola, Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais], nas ilhas anárias, Espanha uitas no Brasil cerca de 2 milhões de toneladas de resíduos vão parar nos delas morrem por ue não podem oceanos todos os anos. Esse volume é suficiente para preencher 7 mil se alimentar nessas condições. campos de futebol ou 30 estádios do Maracanã da base até o topo. Foto de cerca de 2012. Respostas pessoais. Espera-se “A existência dos lixões viola princípios básicos de direitos humanos, contribui para a que os alunos tragam para a poluição dos recursos hídricos e desperdiça mais de R$ 5,5 bilhões por ano de recursos discussão não apenas aspectos sobre a conscientização a respeito públicos destinados à recuperação do meio ambiente e ao tratamento de problemas da produção e do descarte de lixo, mas também reflexões sobre como de saúde. Com menos da metade desses recursos, o país poderia fechar todos os seus as instituições governamentais lixões e modernizar significativamente o sistema atual de gestão de resíduos”, analisa e a construção de políticas públicas podem favorecer o debate o diretor presidente da Abrelpe. [...] sobre o descarte correto desses Se os milhares de resíduos sólidos provenientes dos plásticos que chegam aos oceanos resíduos. É importante que todos tenham consciência de que não pela costa brasileira fossem encaminhados para processos de reciclagem, haveria uma existe a possibilidade de jogar o economia de, no mínimo, 3,6 milhões de litros de gasolina, e os recursos naturais da Terra lixo para fora do planeta e que, apesar de nos desfazermos dele teriam tempo de vida útil maior, contribuindo para o não esgotamento dos ecossistemas, momentaneamente, essa enorme que hoje são consumidos à exaustão e de maneira muito acelerada. quantidade de resíduos continua próximo das pessoas. Acima de tudo, os alunos devem chegar à conclusão de que a educação ABRELPE: 80% dos resíduos encontrados nos oceanos tem origem nas cidades. ambiental e o reaproveitamento de materiais nas escolas, por Último Segundo, 21 mar. 2018. Disponível em: https://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/ exemplo, são algumas das muitas formas de conscientização meioambiente/2018-03-21/abrelpe-combate-a-poluicao.html. Acesso em: 5 dez. 2019. sobre a importância da redução de resíduos sólidos. O• AcddRgoeeoGnssrsccaAuaamrrvNttooeecIedêdZeeoeAlldoiixxNesoos;cDeqoonuOlveesogeelagvAnsiumvnoveCdãlnvooOtaodmsNeeeofcoeVocnrngoEdôanemnRsriáuizcSmaaoroAeeeclmmaobnddoseorctaisriçeimgãnroteuenpdteoeosold:eadoiserpspereagimnruvaelaoiraçlvoãipmodreoelenfdegtuonaçdlãeedocrooáenoôomico. Não escreva no seu livro. REGISTRO a que cada grupo chegou no caderno coletivo da turma. • Registrem as conclusões 50

Realeimdapdreática Projeto: Educação ambiental A o nos depararmos com algo que, aparentemente, SECOM/Instituto do Meio Ambiente/Governo de Alagoas não é certo – como a falta de coleta seletiva na escola ou em casa ou o desperdício de recursos não renováveis, Alunos da Escola Municipal Herculano como a água, por exemplo –, muitas vezes acabamos não Albu uer ue participam da caravana tomando nenhuma atitude. Porém, após uma abordagem de educação ambiental realizada pelo profunda de determinados debates, pensar em soluções e até Instituto do Meio Ambiente (IMA), mesmo colocá-las em prática se torna algo intrínseco. no povoado Timbó, em União dos Palmares, Alagoas, em 2017. Você sabe o que é educação ambiental? Trata-se de um processo de educação que visa estimular novos comportamentos e valores que consideram a importância do meio ambiente. Pode ser a implantação de um jeito novo de fazer as coisas sem desperdício, com menos consumo de energia ou água, menor produção de lixo, uso de mais iluminação natural e preservação de áreas verdes, por exemplo. Nessa perspectiva, quais são os temas sustentáveis ou insustentáveis presentes na sua escola que precisam ser discutidos? AÇão: Dia da conscientização ambiental na escola • Você e seus colegas vão organizar uma comissão para discutir quais ações de Comissão: reunião de conscientização ambiental podem ser implementadas dentro e fora da escola. pessoas designadas por a) Façam um levantamento na escola e no entorno dela sobre atitudes uma assembleia para realizar uma tarefa. consideradas pouco ou não sustentáveis e relacione-as em uma lista. • Para o descarte de resíduos sólidos, façam um levantamento de dados, como a Não quantidade de lixo produzido, o impacto ambiental causado pelos materiais escreva descartados, as formas como poderiam ser reutilizados etc. no seu livro. • Procurem descobrir maneiras de economizar recursos como água e energia elétrica. • Se possível, entrevistem as pessoas da comunidade escolar para conhecer a percepção que elas têm sobre consciência ambiental. Façam perguntas como: “Na sua opinião, poderíamos repensar o descarte de materiais antes de lançá-los no ambiente?”; “Para onde vai o lixo que jogamos fora?”; “Quais atitudes você tem tomado para utilizar de maneira consciente a água e a energia elétrica?”. b) Organizem as informações coletadas, os registros do que descobriram e as soluções propostas em um relatório. Elaborem o material utilizando programas de edição de texto para enriquecê-lo com gráficos e fotografias. c) Com a ajuda do professor, elaborem uma apresentação de slides com base no relatório e marquem uma data para realizar o Dia da Conscientização Ambiental na escola. Convidem a família e toda a comunidade escolar para participar dessa ação com o objetivo de socializar com todos essas informações. d) Ao final, registrem a experiência no caderno coletivo da turma. Articule com a direção, os demais professores e os funcionários da escola para serem receptivos à pesquisa e também verifique a disponibilidade de um espaço para a 51 exposição dos resultados. Veja mais orientações no Manual do Professor.

Reflexão É npoossssoívelilxroe?duzir o Felipe Machado e Júlia Giusti/Acervo dos fotógrafos A té o momento, vimos como determinadas ações, passadas de geração em geração, estão Composteira caseira, que usa minhocas, da blogueira afetando a vida no planeta. Vimos também que, apesar Cristal Muniz. Foto de 2017. de sabermos mais sobre o que afeta negativamente o local onde vivemos e as iniciativas que podem ser postas em prática, ainda há muito a fazer para tornar o nosso ambiente realmente sustentável. Agora que você já pensou em atitudes que podem contribuir para mudar nossos hábitos e costumes – dentro e fora da escola –, que tal ir um pouco além e pensar em uma redução profunda na sua produção de lixo? A catarinense Cristal Muniz (1992), criadora do site Uma vida sem lixo, percebeu que precisava encontrar maneiras de reduzir o descarte no seu cotidiano. Cristal começou pensando nos ambientes de uma casa e no tipo de lixo produzido em cada um deles: na cozinha, no quarto, no banheiro. Em seguida, pensou em formas de reduzir ou até mesmo eliminar alguns tipos de lixo. A partir disso, ela passou a fazer mudanças em seu padrão de consumo: uma delas foi comprar menos comida embalada e optar por potes de vidro reutilizáveis para colocar os alimentos que comprava a granel. Depois, fabricou os próprios produtos de higiene pessoal e de limpeza da casa. E, por fim, instalou uma composteira doméstica para destinar os restos de comida. A granel: quantidade “CHEGA DE ‘DICAS PARA SE TORNAR MAIS SUSTENTÁVEL’”, de mercadoria DIZ CRISTAL MUNIZ comercializada sem embalagens. Chega de dicas? A catarinense Cristal Muniz, ativista do movimento Lixo zero no Composteira: caixa Brasil, entende que é preciso dar uma reciclada nos assuntos e aproveitar este 5 de para decompor junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, para ir além daquela lista de dicas com jeito matéria orgânica com de enlatada, que surge na data e costuma incluir as palavras ecobag e canudo de o objetivo de obter metal como solução imediata para todos os problemas ecológicos. “É hora de elevar chorume, líquido que o debate e parar de subestimar as pessoas”, defende. “Vamos começar a discutir que pode ser utilizado como impactos causamos no mundo, e como podemos mudar isso.” fertilizante. [...] Cristal, de 27 anos, conta que foi uma criança criada para ser consciente, do tipo que separava o lixo e usava um produto até o fim antes de jogá-lo fora. [...] 52

Que responsabilidade o governo, as empresas e os consumidores têm sobre o lixo? A Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, diz que a responsabilidade é compartilhada, portanto é do governo, das empresas e dos consumidores. Porém, para fazer a nossa parte, dependemos de ações dessas esferas maiores. As empresas devem informar nas embalagens qual é o descarte adequado, além de aplicar políticas de logística reversa [quando o fabricante recolhe o resíduo descartado pelo consumidor], especialmente para produtos que não vão para a coleta comum. Também é preciso que os municípios ofereçam a coleta seletiva, hoje presente em apenas 18% das cidades do país. Se o lugar onde compramos uma lâmpada oferece a coleta de lâmpadas, por exemplo, isso estimula o consumidor a fazer a sua parte. Quando essa estrutura não existe, as pessoas precisam se responsabilizar 100% pelo resíduo. Quais são os erros mais comuns a respeito do descarte do lixo? Produzimos em casa três grupos de lixo: os recicláveis, como papel, metal e vidro; os orgânicos, que são as cascas de alimentos, e que podem ir para a compostagem para virar adubo, e os rejeitos, que não podem ser reciclados nem compostados. Se déssemos o tratamento adequado aos diferentes lixos, apenas a última categoria seria enviada aos aterros. Mas ainda há uma grande quantidade de pessoas que simplesmente não separa o lixo. Outra questão é não dar o destino certo a itens que são aproveitáveis, mas que não entram no caminhão da coleta comum: pilhas, baterias e eletrônicos devem ir para pontos específicos de coleta. Não tem mágica; não basta apenas colocar um resíduo na sacola de recicláveis e dar por garantido que aquilo terá destino certo. Qual é o primeiro item que, urgentemente, deveríamos parar de consumir? O plástico tem se mostrado o mais problemático. De qualquer forma, deveríamos parar de consumir do jeito que consumimos. Nada será extremamente nocivo se o consumo for consciente. Se usarmos o produto até o final, se fizermos o uso adequado dele, se pensarmos na sua criação e descarte, aproveitando 100% da matéria-prima, aí não tem vilão. Temos casas abarrotadas e mais coisas do que somos capazes de usar. Se repensarmos desde o desperdício da comida até a compra de novos itens, questionando o modelo de ter e comprar cada vez mais, vamos melhorar a questão. CHAVES, Milene. “Chega de ‘dicas para se tornar mais sustentável’”, diz Cristal Muniz. Universa, 5 jun. 2019. Disponível em: www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/06/05/ chega-de-dicas-para-se-tornar-mais-sustentavel-diz-cristal-muniz.htm. Acesso em: 19 dez. 2019. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos pensem que é possível, desde que adaptado à realidade de cada um. Eles podem citar a possibilidade de reutilizar itens, como potes, roupas e objetos que seriam descartados no meio ambiente, além de evitar consumir produtos que estejam embalados em plástico. Ou, ainda, aproveitar cascas de frutas e legumes para fazer adubo. Aproveite a oportunidade e assista a uma palestra de Cristal Muniz sobre a busca de uma vida com produção zero de lixo. Disponível em: https://youtu.be/2swolb4QTP0. Acesso em: 2 dez. 2019. agora é com você! Não escreva 1. Na sua opinião, é possível viver uma vida com lixo zero ou praticamente zero? no seu livro. 2. Com base no que você leu até aqui, o que podemos concluir a respeito da preocupação com o meio ambiente para o mundo no presente e também para as futuras gerações? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos tragam para a discussão a necessidade de todos se preocuparem com o meio ambiente, pensando não apenas no bem-estar individual e no presente, mas também no futuro das próximas gerações. É importante que eles concluam que cada um pode fazer a sua parte. 53

Portfólio “Pílulas” de Os alunos vão propor pequenas ações diárias pensando na sustentabilidade ações diárias do meio ambiente, percebendo, assim, que podem colaborar, mesmo com pequenas atitudes. A proposta é que eles reproduzam no portfólio o modelo a seguir e, à medida que forem executando as ações, risquem-nas no portfólio. Veja mais orientações no Manual do Professor. Não • Como você viu, a sua percepção e as suas ações em relação ao meio ambiente escreva podem impactar as futuras gerações. Separe um espaço em seu portfólio para no seu escrever “pílulas” de ações diárias que você pode fazer para transformar o mundo em um lugar habitável e próspero hoje e no futuro. livro. a) Comece separando as ações por categoria: familiar, escolar, pessoal, profissional etc. FAMILIAR PESSOAL kvector/Shutterstock ESCOLAR PROFISSIONAL b) Em seguida, escreva as suas propostas, como utilizar o verso do papel antes de jogá-lo fora ou não utilizar nenhum tipo de papel, utilizar um copo ou uma xícara de vidro em vez de usar plástico, e assim por diante. c) Aumente o nível de dificuldade e acrescente à lista itens como deixar de comprar algo ou fazer determinado trajeto a pé em vez de utilizar transporte que consuma combustível. d) Procure alimentar a lista com ações diárias cada vez mais complexas e tente colocá-las em prática até que se tornem um hábito. Não deixe de compartilhar com todos em casa essas ações. e) Conforme for concluindo as ações, risque-as no seu portfólio. 54

autoavaliação Na sua opinião, como foi o seu desempenho durante o estudo deste capítulo? Faça uma autoavaliação no portfólio, reproduzindo nele o quadro abaixo, e, em seguida, preencha-o conforme a sua percepção sobre o seu aprendizado. SIM EM PROCESSO AINDA NÃO Compreendi os conceitos básicos relativos Não a ecologia, desenvolvimento sustentável e escreva sustentabilidade? no seu Consegui pesquisar o desenvolvimento sustentável com base em fatos da livro. atualidade, melhorando a minha percepção ambiental? Sinto-me mais consciente sobre a questão ambiental no Brasil com base na compreensão de notícias e reportagens nacionais? Desenvolvi mais argumentos para discutir os impactos das minhas ações presentes para as futuras gerações? Colaborei na realização de uma ação prática de percepção e conscientização ambiental na escola? As atividades me ajudaram a refletir sobre o meu papel com relação a ter uma vida sustentável? Consegui identificar e mudar alguma ação do meu cotidiano, tornando-a mais sustentável? Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. meu trajeto • Com a orientação do professor e com base nos itens a seguir, construa a sua trajetória e planeje o seu Projeto de vida. MINHAS PERCEPÇÕES QUE ATITUDES MINHAS O QUE EU DESEJO PARA QUAIS ESTRATÉGIAS SOBRE O INDIVÍDUO E O MUDARAM DEPOIS O MEU FUTURO? QUAIS POSSO UTILIZAR? MEIO AMBIENTE SÃO: DESSE APRENDIZADO? SÃO AS MINHAS 4 1 2 3 METAS? Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. 55

PVRIVOEJRETEOM COMUNIDADE I Identidade - -Alteridade NveAiccasáegoormtrsoemomitbofrauuilsaéeenn,pnxcéiiudrdõtoimehamaenodsadeecreeisesreacaixeoetdopmosbuelescraneqroriodeiuêlrqacaengpuradcaeevdetirnosara,cictozvecõvêaqopaeercuvçpszeêiuõvamqmeeeezus.xnaadeOptisevreeeooirvppnmubiêoêavojnenorsebctmciltvtiiiiiclavieaivcziomspoaocorénoeesutmauqcapdauotaeoeeonsrid“tscvtcoeiiotocvounrdilêmptautnariaadoectaa”uiiaa,vdmsoe..

objetivos•CqPvPsarruoaemioeacrpmetêrtVixl,coieecapajimvoapnreneoafdrdardsroieemosindçoaítsolõeairiaçselhõudpseeaemionsarpasarpnaeaotmercreaaxadoeepdimeseqoetosuuaprdcneiaoeêeuibrdunvetttsroacaetruudcinoaraaêeacts.eeinaimvmohdpaeMirasqnaietmtuncóouerooraerlimdtsaedoaupsodanoPcoeinrdoposssfameeiecdrvsuucsoaenosen.riedp.stnaçiagtãdlraeoeenm. tos, BNCC • C2c710..uo.APltmReruegnprsusaepmalt;omeê4nne.nstnCcaatoçbioamãilsciuodin;eaGi9ncdte.aeíErçfiemãacopoics;a,id6tcdai.radaíTtraeiacEncboidaoae.uolhcpcoaerierçaaãtpçiorvãoooj;B;e3tá.osRdiecepaevritdóar;io • CLCCeioCEEnComEiCêoMmMognMo:mnms1uhm1p1333cputpaepLLLtlieetgPaGtepPtte2teêGsê4:ê/ê5na3n7nnn/;Hc;c0sccdCbCii1aaiui,oeaaoaemEsms14ms1Mce-apsp--rn1eneueE3iaEçEttaaLMêcMãêMhGssn1inoa1o3G1c33ceLnbT3diLCiaGaa0GieaHlGSl5G2scc7Si1,d4o0on1-c-E00a1mco,oM42EEdiuElma;1MMemo3MCip1s1sL.go331meP3mLLtie1ALeaGPê5pcGssnp2,Ge.GgcEl5p7t1oii;0Mê0eacvnC34c1sa.3cob,,ídLifmeErEaPa/iMMpcd26sae11aa533-t-,ssLbêLEPEPnahM1M1cs8a5i1e1b,a33.iLLl3iPGd4G-a76d;0e4s, Acesso em: 6 jan. 2020. justificativa Spiedenooetasmteeuercomndocsceamoipsamumeelniurnzeiendsadsimêcaenadúacncresiioadceint,oemucnsamraqeçeoutmãdeiiozneoavt,deoppiodrcordaêodpederevpiunminevtdcneiqovídpopueiseaoneertvdtereoiaecsscsi.cpuêpEun,aostismcatneeirsdue,ipsamvaordtfoc.ueajoameerntilojijuaunnrtetoso Gabriel Jardim/Arquivo da Editora

O autoconhecimento e o outro Storyboard: esboço N este projeto coletivo, você e a comunidade escolar vão desenvolver gr fico se uencia ta co o u a s rie atividades criativas com base nos temas estudados até agora: o uso da internet de i ustra es ue e sua influência em nossa vida, o autoconhecimento e a percepção do outro, a responsabilidade de cada um nas questões referentes ao meio ambiente, er ite isua i ar entre outros temas. a se u ncia ani ada de u fi e ou de u O objetivo dessa experiência é ampliar o olhar a respeito do outro, colocando rocesso em prática suas ideias e talentos, que são parte de sua própria identidade. Porém, antes de começarem a colocar a mão na massa, construam um storyboard para revisitar a aprendizagem adquirida durante o estudo da Unidade 1. Em grupos, criem um storyboard para ilustrar os conceitos aprendidos. Para saber como elaborar um, acessem plataformas on-line de edição de storyboards. Há diversas opções gratuitas na internet, como esta: www.canva. com/pt_br/criar/storyboard/. Acesso em: 14 fev. 2020. A plataforma Canva é um editor on-line gratuito que oferece modelos para serem preenchidos com as informações desejadas. Oriente os alunos na construção do storyboard e, se possível, monte um exemplo simples usando a plataforma Canva. Mila Basenko/Shutterstock Concepção gráfica de Mila Basenko representando o storyboard de uma partida de futebol, s.d. Após construírem o storyboard da Unidade 1, respondam: Não • Quais foram suas grandes aprendizagens? Houve algo que o surpreendeu ou o escreva estimulou a buscar mais informações, modificar atitudes e comportamentos? no seu livro. Resposta pessoal. É importante que os alunos consigam entender que o uso da internet afeta o próprio comportamento e a visão que cada um tem de si mesmo. Vale a pena questioná-los sobre como eles acham que seria a vida sem internet. Espera-se que eles digam também que puderam ampliar o olhar a 58 respeito das diferentes comunidades, além de mencionarem a importância de olhar com responsabilidade para as questões ambientais.

Ouvir o outro é um ato revolucionário nos dias atuais. Para entender melhor a respeito disso, leia o texto “Escutatória”, de Rubem Alves. ESCUTATÓRIA Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi FoxyImage/Shutterstock anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil. [...] Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma”. Daí a dificuldade: a gente A capacidade de ouvir o outro deve ser não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um um fator fundamental no envolvimento palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo da escola com a comunidade. que a gente tem a dizer. [...] Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos... [...] (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio [...]. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as ideias estranhas. [...]) Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. [...] [...] Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. [...] A música acontece no silêncio. [...] A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar – quem faz mergulho sabe – a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. [...] Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto... Ouçamos os clamores dos famintos e dos despossuídos de humanidade que teimamos a não ver nem ouvir. É tempo de renovar, se mais não fosse, a nós mesmos e assim nos tornarmos seres humanos melhores, para o bem de cada um de nós. É chegado o momento, não temos mais o que esperar. Ouçamos o humano que habita em cada um de nós e clama pela nossa humanidade, pela nossa solidariedade, que teima em nos falar e nos fazer ver o outro que dá sentido e é a razão do nosso existir, sem o qual não somos e jamais seremos humanos na expressão da palavra. ALVES, Rubem. As melhores crônicas de Rubem Alves. Campinas: Papirus, s.d. Posição 1482. Edição eletrônica. • Qual é a mensagem central que o texto de Rubem Alves mobiliza? Não escreva Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que Rubem Alves procura mostrar a necessidade de ouvir mais do que falar. no seu “Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto”. livro. Conheçam opções de oficinas para integrar pessoas, com o intuito de compartilhar saberes, talentos e ideias. Inspirem-se nelas e façam acontecer! Importante informar que as oficinas apresentadas aqui são sugestões. Os alunos podem criar outras oficinas desde que esteja previsto sempre o envolvimento de todos: alunos, professores, familiares e comunidade, e que possam ser colocados em prática os conceitos aprendidos nos capítulos. Antes de falar das sugestões, veja o planejamento geral das oficinas no final deste projeto. 59

OFICINAS Caso os alunos decidam por esta oficina, ajude-os a 1OPÇÃO entender que será uma oportunidade para colocarem em prática a habilidade de ouvir o outro e compreender outras realidades, aspectos que foram trabalhados no Capítulo 2, sobre autoconhecimento. Palestras Nossas Materiais Papel para rascunho; canetas; histórias + inspiradoras papel para convites e cartazes de divulgação; giz de lousa/ quadro branco; mobiliário Vamos praticar a “escutatória”! (mesas e cadeiras); computador; caixas de som, microfone e A plataforma TED é uma organização estadunidense sem projetor de slides; equipamento fins lucrativos que produz palestras com diversas pessoas e para registro de foto ou temas com o objetivo de compartilhar ideias por meio de filmagem; impressora colorida; talks (“conversas”, em português), sempre considerando o caixa de papelão; papéis lema “ideias que merecem ser compartilhadas”. cortados e canetas para a urna Essas palestras duram, no máximo, 18 minutos, o que de avaliação do evento. ajuda o palestrante e o público a manter o foco, e são disponibilizadas em vídeo no site oficial da plataforma: www.ted.com (acesso em: 29 fev. 2020), muitas delas com legendas em português. TCD/Prod.DB/Alamy/Fotoarena A primeira delas aconteceu na Califórnia, Estados Unidos, em 1984 e, a princípio, versava sobre tecnologia, desenvolvimento e design. Com o passar do tempo, a pauta de muitas conferências foi sendo ampliada, e atualmente abrange temas como política, educação, juventude, empoderamento feminino, sempre com o objetivo de compartilhar conhecimentos e práticas aplicáveis no dia a dia. BpraelensétrBaroThwenCdaulrl atnotCe oaurage Um exemplo desse tipo de palestra pode ser visto em: www.ted. (“O chamado à coragem”, com/talks/brene_brown_the_power_of_ vulnerability?language=pt- em tradução livre), de 2019. br (acesso em: 14 fev. 2020). Trata-se da palestra intitulada “O poder A palestrante é professora da vulnerabilidade”, da pesquisadora e contadora de histórias da Universidade de Houston Brené Brown (1965), sobre a conexão humana e nossa habilidade de e autora de diversos livros. sentir empatia, pertencer, amar. Assistam a essa palestra e pensem Foto de 2019. em um formato semelhante para realizar um evento desse tipo com e na comunidade. Nossa sugestão é que esse evento se chame Nossas histórias + inspiradoras. passo a passo 1. Identifiquem na comunidade pessoas que tenham alguma história inspiradora para compartilhar. Observem as dicas a respeito de como deve acontecer a palestra e sigam os mesmos padrões em relação aos temas (inspiradores) e à duração (18 minutos). Escolham entre vocês alguém para orientar e ajudar o convidado com a organização da fala e da apresentação. 2. Reservem um dia para a realização das miniconferências. Preparem o espaço e acolham os palestrantes a fim de que se sintam à vontade para compartilhar suas experiências. Convidem a comunidade e os familiares para assistirem ao evento. 3. Após as palestras, entrevistem os palestrantes e o público presente e perguntem qual foi o significado dessa experiência para cada um. Registrem em vídeo essas entrevistas e, se desejarem veicular o conteúdo das palestras e das entrevistas, lembrem-se de pedir autorização de uso de imagem dessas pessoas. 60

Nesta oficina, é importante que os alunos possam descobrir seus talentos e habilidades que talvez desconhecessem. A proposta 2OPÇÃO é que eles não só convidem artesãos da comunidade, mas possam elaborar materiais para a feira. Para tanto, mostre a eles dicas de como fazer artesanatos simples: www.artesanatopassoapassoja.com.br/artesanato-facil-e-barato-para-fazer-e-vender/. Feira Feito por nós Acesso em: 14 fev. 2020. O que sabemos fazer? Materiais O artesanato é um trabalho manual e artístico que não passa Papel para rascunho; canetas; por processos industrializados e cuja produção não é feita papel para convites e cartazes em série. Como é possível ver nas fotos, o artesanato de de divulgação; giz de lousa/ uma região representa a identidade e a cultura do seu povo. quadro branco; mobiliário (mesas e cadeiras); computador; É gratificante quando alguém nos presenteia com algo que caixas de som e microfone; tenha feito especialmente para nós, não é mesmo? Isso quer equipamento para registro de dizer que a pessoa pensou e refletiu sobre nossos gostos, bem foto ou filmagem; impressora como escolheu e se esforçou com o objetivo de nos agradar. colorida; caixa de papelão; papéis cortados e canetas para a Que tal organizar uma feira em que todos os produtos sejam urna de avaliação do evento. confeccionados por pessoas pensando em pessoas? Pode ser com objetos decorativos e utilitários para a casa, objetos pessoais, de entretenimento, acessórios e vestuário, estéticos, entre outras opções. Chico Ferreira/Pulsar Imagens Rubens Chaves/Pulsar Imagens Peças em argila produzidas por artesãos do Médio Artesanato com palha de buriti. João Pessoa, Jequitinhonha. Caraí, Minas Gerais, em 2018. Paraíba, em 2007. Alguns exemplos de artesanato são panos de Rubens Chaves/Pulsar Imagens prato pintados ou bordados à mão, porta-lápis, porta-retratos, bijuterias, camisetas pintadas etc. Para realizar a feira, identifiquem o que sabem confeccionar e procurem por artesãos na comunidade que saibam fazer artesanatos. Definam a data em que a feira acontecerá e comecem os preparativos. Montem uma equipe curadora, que será responsável por contatar os expositores e definir quais produtos serão expostos, para Bonecos de pano são uma opção para a feira. que haja diversidade de opções, além de Artesanato de Caruaru, Pernambuco, em 2007. considerar o espaço disponível. Neste evento, vocês podem optar por trabalhar apenas com escambo, em que nada será vendido, ou em um formato que permita a participação de todos e a arrecadação de fundos, que podem contribuir para a realização de projetos da turma. 61

Da mesma forma que na feira de artesanato, nesta oficina também pode ser trabalhada a questão de reconhecimento de 3OPÇÃO habilidades e talentos. Como se trata de alimentos, instrua os alunos a respeito da higiene no momento do preparo e do Feira Sabores e amorescuidado que devem ter para transportar os quitutes de um lugar para outro. João Prudente/Pulsar Imagens O que sabemos e Materiais gostamos Papel para rascunho; canetas; papel para convites e cartazes de cozinhar? de divulgação; giz de lousa/ quadro branco; mobiliário O hábito de cozinhar faz (mesas e cadeiras); computador; parte de muitas histórias, de caixas de som, microfone e diversas famílias e de todas projetor de slides; equipamento as culturas. Para algumas para registro de foto ou pessoas, cozinhar é “um ato filmagem; impressora colorida, de amor”. A gastronomia é um caixa de papelão; papéis elemento cultural permeado cortados e canetas para a urna de afetividade, além de um de avaliação do evento. símbolo de identidade de um povo que integra as pessoas. Sendo assim, que tal utilizar a gastronomia para realizar uma feira de trocas? A ideia é que OprpeçpõaersaddoesdpoacreasaafreteirsaanSaaibsoaressereemamores. cada um possa preparar um prato – que pode ser um doce Poços de Caldas, Minas Gerais. 2018. ou um salgado, ou outra iguaria – que seja muito apetitoso, a fim de agradar as pessoas com quem convive e interage. Os produtos ficarão expostos e todos poderão experimentá-los. Assim como na feira Feito por nós, os produtos disponíveis não precisam ser vendidos. É possível também organizar a feira com um formato que permita a participação de todos, e a arrecadação de fundos pode contribuir para a realização de projetos da turma. PLANEJAMENTo Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. P234156a......raApaFmeeMFcEOaamooloapracoaçrrgomsrrorabamraqirtgunmemoenreu“anvaraesigmezniieuldicreim,reizmmzaepraomeaeeamçdemuuçenmãqua-mãptcomouuntaoeoiuaemaacpsestln,adsroaaqrta”lnadacnouasfcdsav.iciefsihioPdpaeeitaaoeraeaqrela,ptfrecirudiiahleavcntaoideopiitinldqcfeinereesaceiuaatáspssaaçjiedrvaaoreamiptoemotor,smiaps,.ep,ccePrq,osgodnocoaruvarsutnalocueenhomrtrocpjdiaaapetdoumoeétçammoarnoãzdecte:pt/eocoemelNoaeesano,rgonsgpálhemitiespsdelmaramssoardeipenebaanireumneereaustsfmstjaiiisaçfdnodshadgeimãaescioiairsvonmcsaevautoam.oncirsóldugadmtooreoodaoimqnilsaseran.utuaesmsoaaonqpeãseg+iiusrsodeneeêciivantnmtsnnoeotdesecalensmedapnirtae,oitvaaoersadassadlicdlmeandoaegosohaossvcoclapareaodsoadae,nmtatlsosicthaeisuoves,iomrdnigsFpimdaoàieu,daoam.iisplaitrdedq.eordsedegouetsenpeufr.teoaeroiesasrdulfsnaaavnooçsdimóuraresige,dleisodalmouismrarueeatupacsSnamero.talzauiembaanopmau,osransedli,edfseesaietrdareas,. Filmem e tirem fotos para uma futura exposição. 7. Escolham um “mestre de cerimônias” para a vivência das oficinas. Providenciem microfones e caixas 8. de som. Escolham uma “comissão de recepção” para o dia da vivência. 9. Durante a oficina, disponibilizem folhas de papel e canetas para a avaliação final coletiva. 10. 62

Avaliação coletiva Ao fazerem a avaliação, procurem verificar como foi o processo de planejamento, a organização antes, durante e depois do evento e quais os resultados obtidos. Em uma roda de conversa, façam uma avaliação coletiva reproduzindo o roteiro abaixo no caderno coletivo, considerando o envolvimento de cada um e do grupo nas etapas dos projetos e no resultado alcançado. Quais dificuldades tiveram no planejamento, Não na organização e na realização das escreva atividades, considerando as relações no seu interpessoais com os colegas e com a comunidade? livro. Quais dificuldades operacionais (práticas) tiveram para realizar as atividades? Por exemplo, em relação a: espaço, materiais, mobiliário, lanche, equipamentos etc. Vocês acham que o objetivo de promover o olhar e a escuta ativa em relação à comunidade foi atingido? De que forma? Justifiquem. O que a realização deste Projeto proporcionou para a comunidade? Quais foram as descobertas que este Projeto trouxe a vocês a respeito da comunidade? Avaliem o resultado do Projeto: saiu conforme o esperado, ficou aquém ou superou as expectativas? Justifiquem. Para finalizar, elabore, individualmente, um relato sobre suas percepções e sobre todo o processo, e aponte duas coisas com as quais você ficou muito satisfeito e duas coisas que faria diferente. Registre no seu portfólio. Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. 63

UNIDADE 2 ALTERIDADE

O ser humano é um ser social que interage com os outros e depende deles. O “eu individual” de cada um existe apenas no contato com outra pessoa. Desenvolver nossa capacidade de \"enxergar o outro\", por meio de habilidades como consideração, diálogo e respeito, é um passo importante na construção de um projeto de vida. Ouvir o outro, concordando com ele ou não, posicionar-se em relação a algo e aceitar ou rejeitar determinadas situações são outros pontos que nos auxiliam na elaboração desse projeto. Gabriel Jardim/Arquivo da Editora

Gabriel Jardim/Arquivo da Editora CAPÍTULO 4 Encontro com o outro objetivos Veja orientações para esta abertura no Manual do Professor. • Compreender o conceito de alteridade para refletir sobre a interdependência e a diferenciação na relação com o outro. • dPeorcceobnehrecqiumeenataolteerniodandoesseostdáiapraesdeian,tedeemmovdáoriaqsueáreas JUSTIFICATIVA possa identificá-la no seu cotidiano e no seu entorno. • Identificar e ampliar o conceito de alteridade em outras cmocaEouusuattltntliretuddaeriopsara.rin.dcCooPauojo,eldmtntreuoai,rissapsessseosoocip,s,juocopsslodoaten,deifhmnteicreamaacnofteoapasrsmeddelaíaleeijvausiiumvdeemenpannvroecoarnaitlavocâareronmrmemcpxneiuaplonidaevdiedrraesiasênasdnopfeecsiro.isádaateseimscvdeaisennsãovonosolsvdaeer uscmeumlttueorlhdaaosntetaedmsebsséãemonvéaoflaevfeteartdaaodcsaoeenmsocpsirêeinmucsidiaodsdir,eeaitqohusuem., qaunaidnaddoencoosmsoos • Conceituar preconceito e identificar seus próprios preconceitos e os diferentes tipos de preconceitos TdDerxiesaisscbetraneilmhvnoaitnelrvasepçranãraouameeaasocacsoçolpãanros, etnccrauooçflneaãctmoeivíiltadioaenseaunmneoasaacsmmooblbcaieiieenpndtatearedalieevds.ricemodinlaeuri.r a • BNCC • Competências Gerais da Educação Básica racismo na escola e desenvolver uma postura positiva 1. CRoenpheerctiómreiontcou;lt2u.rPael;n4s.aCmoemnutoniccaieçnãtoíf;ic5o. C, uclrtíutircaodeigcitraial;tivo; perante o outro. 3. Trabalho e projeto de vida; 7. Argumentação; • Exercitar-se cotidianamente colocando-se no 6. outro e exercendo o conceito de alteridade. lugar do 8. Autoconhecimento e autocuidado; 9. Empatia e cooperação; 10. Responsabilidade e cidadania. Competências e habilidades específicas materiais Linguagens e suas Tecnologias ECoMm13pLeGtGê1n0c4ia, E1M-13ELMP1033L,GEGM10113, LEPM1513, ELGMG1310L2P,4E5M; 13LGG103, Para registro Competência 2 - EM13LGG204, EM13LP20; • Caderno de registro coletivo • Portfólio individual Competência 3 - EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, • Painel de trajeto individual EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LP05, EM13LP20, EM13LP27; Para as atividades: folhas Competência 4 - EM13LP16; Competência 7 - EM13LGG701, equipamento para realização de papel sulfite; caneta; EM13LGG703, EM13LGG704, EM13LP12, EM13LP32 de pesquisa virtual Matemática e suas Tecnologias (computador, smartphone, tablet etc.); software de edição de texto e imagens; conexão com internet; Competência 1 - EM13MAT102 câmera ou telefone celular para a realização de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas gravações em áudio/vídeo; pequenos pedaços Competência 1 - EM13CHS102, EM13CHS103; de papel Competência 5 - EM13CHS501, EM13CHS502, EM13CHS504 EM13CH503, Materiais opcionais: recortes de imagens de revistas, folhetos, jornais ou catálogos; cola; tesoura; canetinhas; impressora colorida; papel; bloco adesivo AeCmcoen: sshstutoltpee:/ma/: db6aejssacennr.iaç2cã0ioo2n0da.alcsocmoummp.meteêcn.gcoiavs.bre/daa-sbahsaeb.ilidades pequeno 66

Luciana Whitaker/Pulsar imagens Apresente as imagens para os alunos e procure mostrar o que elas têm em caolumnuoms .cVrieermifiqfeurerasmeeenletassspãroópcaripaaszeesledveemenoteanpdreernqduizeadooouptarroaéadviifdearednetnet.rOo objetivo do capítulo é criar uma consciência em torno da alteridade, ou seja, possibilitar que os e fora da escola. José Cruz/Agência Brasil Alunos do Ensino Médio Técnico do município de Barra do Pessoas em situação de rua têm a oportunidade de fazer compras em uma Garças, Mato Grosso, realizam experimento com energia loja sem nenhum custo na 272a edição da The Street Store, Brasília, estática no gerador Vann der Graff, 2018. Distrito Federal, 2016. ColeçArãtoeppiacrtsi/cAlulaar.myRSetporcokduPçhãotoof/oFtootgoraárecnaa: Antonio Azevedo/Secom/Governo do Maranhão Decalcomania (1966), Óleo sobre tela, 81 cm 100 cm. Estudantes de São Luís, no Maranhão, participam de debates sobre Coleção particular. O artista belga (1898-1967) foi um gênero, diversidade e protagonismo juvenil, em 2016. dos principais pintores surrealistas. • Como você relaciona o título deste capítulo, “Encontro com o outro\", às imagens acima? aAreenescanitsauaosredsezeoaocchoeuunnidmcfiaogadnunotraraoeéccdocoaonaostotesintuouueídtiotraooddeaoorreultareçoãiosoedqrouseusseeuasneostnaebcueloeuscesaoccionimateisroaoaurotareoen, tiisrsettoiroéue, nocasoenretrhsosuomcaoannsoigo Não escreva no seu livro. e u ado te os a singu aridade do su eito ue e ressa o ue de ais essoa e nti o e cada u de n s e nos torna nicos co o se osse u a i ress o digita o outro te os o encontro co os de ais indi duos o ue ossi i ita os rocessos de identifica ersona i a o e rea i a o o integra o 1. cCsaÉaaRdsmeoousiscbpianmpshieotoiveansc_sittoàcaetosshplçepinapív_vlõercreedseseoasldtulnosrefagasvepeidseiãrrsa.v_eoPcsoeecorfsoor_nrccccareruied_otrniosteeemroiçanosguoanmelvuiegsismr_ameasornpcitssaotcenroerreyeaioss?lreqCpulasuheotgmesiogmtaia_asaaasscamoia.ld,stmaolenalnsRrpedeioaeddaasvis,algupaAdacnanodeo=,nsoimocéttssetahu.udieneTmpemsire,mmcpaaseeartsemarcsoa-haiuadsnpmqnile&aup.stcuoedEecóitesdeomrpatlmutaea_demeremcoaçsmosm-heãnseudooptemiuosamuqtoamsreunoocsn,e=sabt,roouoorieermssfmbdeeoapesurrlpolrpuiaerfeocentliarra&touidancugsuonttotior,edrmredqopsmoe_uapiddassurooneaoamniuddaosarosasscemeheeeenxil=rsoeroqttspsepeuóisaidpreseonic,aasiroõspphrúmiesoeênasorulsimancdvhmsciaiacvifa.soreeaeiDnorraí.emanlivshAnmopoeactdseeorelssnnseec.tíscmo?voomeseolcepRsomemnemmetas:sui:sa1fsenow0lriaairdwdttisaveweca,dnza.ep.çote,rrã2eomdop0f.r1sicpces9oacsuo.omriisoaa/manotosmaapiluooskustaset/rrrcoaoh.mtiPi.molrrhoaopmesooarsnc.idoSane_enpugomsoszií_vel, 2. 67

POR DENTRO DO TEMA O objetivo desta seção é que os alunos conheçam o conceito de alteridade, que se associa ao de identidade estudado no Capítulo 1. A interdependência e a diferenciação são conceitos complementares. É importante que os alunos experimentem essas vivências na prática e possam construir o próprio conceito de identidade, ao mesmo tempo que percebem que essa identidade é construída com base no outro. Ccoonnsvterursímanodsoacnoomsosaoiudternotidade Christian Torres/AP Photo/Glow Images A formação da identidade A palavra alteridade é derivada do latim alter, que significa “o outro”. Assim, é a qualidade ou o estado daquilo que é diferente, contrapondo-se à concepção de identidade. O conceito de alteridade é utilizado em diversas áreas do conhecimento para pensar o mundo que nos rodeia; afinal, a convivência humana ocorre a todo momento. A forma como lidamos com nossas diferenças em relação ao outro é fundamental, especialmente no mundo contemporâneo globalizado e conectado por diversas redes sociais e profissionais. PEue(c1oomsp9tmpaae7udpl1aaloaa)ç.dçsrãEtãeoUisolshsnciaagqridrinuaieoneedmssra,v,taiutupvlamsaeemuçlonfãmbraouéaoiCmrpmqdieuueaerdisnmstattegiaodttadoiudnJueugenàsáosidtdrraeperedazsen,csussoMsneconio,déatrVerx-sadiinrcdçegsoãee-i,ronoaRn.iamsaoFaSnobdiaatonionvlssditsdFoaRareslaaacl2tedoae0ladml(1slo1o9eos9.ms71) Para falar de alteridade, é preciso pensar em interdependência e diferenciação. Os conceitos do eu como indivíduo e do eu como parte da sociedade são interdependentes; logo, só é possível construir a individualidade tomando como base a ideia de coletividade. O ser humano existe plenamente apenas quando vive em sociedade. Dessa vivência em sociedade surge o conceito de interdependência. Já em relação à diferenciação, os indivíduos, ao interagir, reafirmam o que é intrínseco a si mesmos e o que é inerente ao mundo externo. Esse processo de diferenciação faz parte da construção da identidade do sujeito, que se molda com a distinção entre “o que eu sou” e “o que eu não sou”. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que nem sempre é fácil compreender as diferenças que existem entre nós e os outros. Ao fazer essa tentativa, espera-se que consigam concluir o quanto as pessoas são plurais e que, para se relacionar, é preciso aceitar a individualidade de cada um. 1. Você já passou por alguma situação em que teve dificuldade em entender o outro? Comente. Não É pela interação social que o sujeito se estabelece como indivíduo. Essa interação escreva permite o confronto com o mundo externo e o reconhecimento das diferenças intrínsecas no seu entre as pessoas, sejam elas da família, da escola, das diferentes comunidades etc. Em suma, ao distinguirmos aquilo que não somos, também determinamos aquilo que livro. somos e percebemos que, apesar das afinidades, todos são únicos. 2. Descreva em quais circunstâncias um jovem pode acabar anulando sua individualidade por conta de uma identidade coletiva. Resposta pessoal. Verifique a realidade e as experiências dos alunos a respeito dos tópicos abordados na seção. Respostas possíveis: vestir-se de determinada maneira apenas para não desagradar os amigos ou adquirir algum hábito para não se sentir excluído do grupo etc. 68

Desperte a As relações interpessoais curiosidade dos alunos remetendo O contraste cultural, de certa forma, acaba fortalecendo a noção da diferença o assunto a entre aquilo que somos e aquilo que não somos. Em outras palavras, significa que fatos históricos, o mundo ao redor é um enorme espelho que reflete o que é familiar/similar ao relacionando-o a destacar tudo aquilo que nos é estranho/diferente. outras áreas do conhecimento. A vida social no mundo contemporâneo é bastante complexa e agitada. Com a alta Apresente densidade demográfica do planeta, no nosso dia a dia, somos, frequentemente, informações de convidados a interagir com outras pessoas de alguma forma. Mesmo sem documentos e percebermos ou sem dizermos uma única palavra, no encontro com o outro, seja depoimentos quem for, próximo ou estranho, deparamo-nos com uma infinidade de aspectos e, de estudiosos mesmo que nossa perspectiva se baseie apenas no que enxergamos, isto é, seja que discutiram muito “rasa”, moldamos nossas condutas, nossas ações e nossos pensamentos com a alteridade e o base nessa interação. encontro com o outro em séculos Assim, a interação entre o eu, interior e particular a cada um, e o outro, o além de passados. Verifique mim, é o que denominamos alteridade. Esse conceito parte do pressuposto de que a possibilidade de todo indivíduo social é único e interdependente dos demais sujeitos do seu contexto trazer o professor social, ou seja, o mundo individual só existe diante do contraste, da diferença com o de História ou de mundo do outro. Geografia para a aula. Cesar Diniz/Pulsar Imagens Quilombolas conversando em rua de área rural no povoado de Soledade, no Maranhão, em 2016. Não Espera-se que os alunos reflitam sobre as relações diárias que estabelecem com vizinhos, amigos, familiares e professores da escola e como elas escreva interferem na construção da própria identidade. no seu 3. Forme dupla com um colega para conversar sobre o que vocês entenderam a respeito livro. da construção da identidade. Escrevam suas reflexões em uma folha à parte, que será incorporada ao portfólio. a) De que maneira os conceitos de interdependência e diferenciação podem contribuir com a construção da sua identidade? Por que esses dois conceitos são importantes para a alteridade? b) Como vocês explicariam o que é alteridade? Que ideias vêm à cabeça ao discutir esse conceito? c) Vocês acham que o conceito de alteridade surgiu no mundo contemporâneo ou ele já existia? 69 Respostas pessoais. Veja mais orientações no Manual do Professor. 4. Após discutirem em duplas, compartilhem com a turma as suas conclusões. Depois, registrem no caderno coletivo. Resposta pessoal. É importante que os alunos percebam que os grupos humanos vivem em comunidade desde o início da humanidade e que até mesmo a continuidade da vida humana depende da alteridade.

PESQUISA Os alunos deverão pesquisar sobre alteridade e perceber como ela está presente em várias áreas do conhecimento e, ao mesmo tempo, no nosso dia a dia. Verifique a possibilidade de os alunos assistirem juntos ao documentário indicado ou, pelo menos, a parte dele. O documentário possui 1h26min e está disponível em: https://youtu.be/TnGEclg2hjg. Oriente-os a buscar mais informações para a pesquisa. Caso a escola não disponha de sala de informática, peça aos alunos que assistam ao documentário em casa e anotem, em uma folha avulsa, os pontos que mais lhe chamaram a Ogeqnuueinnamoesnttoe rhnuamanos?atenção durante a exibição. Essa síntese poderá ser utilizada no momento da pesquisa. Não C omo vimos, o conceito de alteridade traz em si uma perspectiva importante escreva para várias circunstâncias da vida e favorece tanto projetos pessoais quanto no seu coletivos. livro. Hoje, pessoas no mundo todo vivem situações desafiadoras, em que seus direitos humanos não são garantidos naturalmente. O direito à diferença e à alteridade está no centro dos movimentos sociais que lutam pela garantia de diversos direitos. 1. Para compreender melhor o conceito de alteridade, faça o que se pede. a) Assista ao documentário Human (2016), do cineasta francês Yann Arthus-Bertrand (1946). Disponível em: https://youtu.be/TnGEclg2hjg. Acesso em: 10 dez. 2019. b) Em grupo, escolham uma pessoa/comunidade. Levantem informações sobre a realidade que essa pessoa ou grupo de pessoas vive. Procurem apontar alguns contrapontos entre sua realidade e a realidade da pessoa/comunidade pesquisada, como costumes, leis, crenças etc. c) Como o conceito de alteridade aparece na história de vida escolhida? Respostas pessoais. 2. Assista à palestra da escritora nigeriana Chimamanda Adichie (com 18 min e 30 s), em que ela conta sobre o perigo de uma história única. Disponível em: www.ted.com/talks/ chimamanda_ngozi_adichie_the_danger_of_a_single_story. Acesso em: 10 dez. 2019. • De que maneira poderíamos mudar essa percepção citada pela escritora e aumentarmos a nossa capacidade de enxergar o outro a partir do ponto de vista da alteridade? 3. Acesse o site ou, se possível, faça um tour virtual ou uma visita presencial ao Museu da Pessoa, na cidade de São Paulo. O museu oferece a possibilidade de gravar sua própria história e integrá-la ao acervo do local. Disponível em: www.museudapessoa.net. Acesso em: 17 dez. 2019. Alf Ribeiro/Folha Press O Museu da Pessoa está localizado na rua Natingui, 1100, Vila Madalena, São Paulo, SP. Ao realizar a visita, procure utilizar o roteiro apresentado na seção Pesquisa, do Capítulo 3. a) Agora, que tal você e os colegas construírem um acervo com as histórias da turma? Com a ajuda do professor, façam a seleção das histórias e estipulem um tempo para contá-las. Ensaiem e realizem as gravações utilizando um celular. Verifiquem a possibilidade de compartilhar essas histórias com os demais alunos da escola, seja por grupos específicos ou redes sociais da própria instituicão. b) Registrem no caderno coletivo como foi essa experiência. otografias na achada do edi cio do useu da Pessoa, em São Paulo, SP, 2019. Resposta pessoal. Incentive os alunos a pensarem sobre as características que nos tornam iguais. Aprofunde a reflexão e procure mostrar que, apesar de sermos iguais, nem sempre somos tratados com igualdade. 70

Outros olhares Os alunos deverão ampliar e relacionar o conceito de alteridade em vários contextos. Contextualize e aprofunde o conceito Ubuntu como contraponto à nossa sociedade individualista, em uma tentativa de quebra de paradigma. FreilosspoefiiatoUpbeulontouuteroo Georges De Keerle/Getty Images O conceito de alteridade está mais presente nas nossas vidas do que poderíamos imaginar. Ubuntu, filosofia africana que prega o respeito e a importância das relações interpessoais, procura mostrar o quanto precisamos aprender a enxergar o outro com respeito para nos tornarmos mais humanos. Leia, a seguir, do que mais a filosofia Ubuntu trata e o que ela pode proporcionar à nossa vida. icsmgeouagmpairsooleildtgaáteaiprcçiaaoãroetshaurjenluaioascdtisaariclScpoeuaomandtoolreueptmsareeealprssnaococalnapfisoscilarafitinccipcdaaoodedraleaoumcmSouaumlm,soocpocUienberhduoenacddtiuodep.odmaesasiosu A identidade do eu é entendida como ohannesburgo, rica do Sul, interdependente da comunidade. BATTLE, Michael. Ubuntu: I in You and You in Me. Nova York: Seabury Books, 2009. Posição 84. Edição eletrônica. Ubuntu: a a ra de Tradução dos autores. orige nguni antu UBUNTU: A FILOSOFIA AFRICANA QUE NUTRE O CONCEITO u a das nguas da rica ue significa DE HUMANIDADE EM SUA ESSÊNCIA “humanidade para com os outros”, Uma sociedade sustentada pelos pilares do respeito e da solidariedade faz parte da isto en ergar e respeitar as pessoas essência de Ubuntu, filosofia africana que trata da importância das alianças e do na nossa rede de relacionamento das pessoas, umas com as outras. Na tentativa da tradução para o re a es português, Ubuntu seria “humanidade para com os outros”. Uma pessoa com Ubuntu tem consciência de que é afetada quando seus semelhantes são diminuídos, oprimidos. – De Ubuntu, as pessoas devem saber que o mundo não é uma ilha: “Eu sou porque nós somos”. Eu sou humano, e a natureza humana implica compaixão, partilha, respeito, empatia – detalhou, em entrevista exclusiva ao Por dentro da África, Dirk Louw, doutor em Filosofia Africana pela Universidade de Stellenbosch (África do Sul). [...] Estudiosos costumam se referir a Ubuntu como uma ética “antiga” que vem sendo usada “desde tempos imemoriais”. [...] – No fundo, este fundamento tradicional africano articula um respeito básico pelos outros. Ele pode ser interpretado [...] como uma regra de conduta ou ética social. Ele descreve tanto o ser humano como “ser-com-os-outros” e prescreve que “ser- -com-os-outros” deve ser tudo. Como tal, o Ubuntu adiciona um sabor e momento distintamente africanos a uma avaliação descolonizada – contou o especialista e membro-fundador da South African Philosopher Consultants Association. 71

Na esfera política, o conceito é utilizado para enfatizar a necessidade da união e do consenso nas tomadas de decisão, bem como na ética humanitária. Dirk lembra que também existe o aspecto religioso, assentado na máxima zulu (uma das 11 línguas oficiais da África do Sul) umuntu ngumuntu ngabantu (uma pessoa é uma pessoa através de outras pessoas) que, aparentemente, parece não ter conotação religiosa na sociedade ocidental, mas está ligada à ancestralidade. A ideia de Ubuntu inclui respeito pela religiosidade, individualidade e particularidade dos outros. Ubuntu ressalta a importância do acordo ou consenso. A cultura tradicional africana, ao que parece, tem uma capacidade quase infinita para a busca do consenso e da reconciliação [...]. Embora possa haver uma hierarquia de importância entre os oradores, cada pessoa recebe uma chance igual de falar até que algum tipo de acordo, consenso ou coesão do grupo seja atingido. [...] Após quase cinco décadas de segregação racial apoiada pela legislação, o processo de construção da África do Sul no pós-apartheid exigia igualdade universal, respeito pelos direitos humanos, valores e diferenças. Desta forma, a ideia de Ubuntu estava diretamente ligada à história da luta contra o regime que excluía a cidadania e os direitos dos negros. Dirk conta que Ubuntu é muito usado em contextos sobre repressão e colonialismo. Na verdade, o filósofo político Leonhard Praeg destacou que, por meio da pergunta “O que é Ubuntu?”, o tema africano procura autenticidade cultural e, portanto, a liberdade de um passado (e presente), representada pela opressão ocidental e pelo neocolonialismo. – O advento da democracia na África do Sul, em 1994, pode ter servido como um catalisador nesse sentido. Na mesma linha, Mogobe Ramose comparou Ubuntu à “verdadeira justiça para os povos indígenas conquistados nas guerras injustas do colonialismo” – disse Dirk. O filósofo acredita que é preciso reconhecer a diversidade de línguas, histórias, valores e costumes, os quais constituem a sociedade sul-africana. Como exemplo, ele cita que os sul-africanos brancos tendem a chamar todas as práticas da medicina tradicional africana de “bruxaria” e rotular todos esses praticantes como “curandeiros”. No entanto, de acordo com a obra Ubuntu Management and Motivation, de Johann Broodryk, há, pelo menos, cinco tipos de médicos nas sociedades tradicionais africanas, e os curandeiros estão sendo apontados como algo ruim pelos próprios africanos. Por outro lado, a cooperação dos outros curandeiros tradicionais é vital em iniciativas de cuidados de saúde primários, como planejamento familiar e programas de imunização [...]. O professor de filosofia conta que o individualismo ressalta aspectos aparentemente solitários da existência humana, em detrimento dos aspectos comuns. Para o coletivista, a sociedade nada mais é que um grupo ou uma coleção de solitários indivíduos. No Ocidente, o individualismo, muitas vezes, se traduz em uma competitividade impetuosa. Isso está em contraste com a preferência africana para a cooperação, o trabalho em grupo ou Shosholoza (trabalho em equipe). 72

[...] O conceito de Ubuntu inspira além das fronteiras africanas e indica uma forma de tratar o semelhante como o melhor caminho para a humanidade. LUZ, Natalia da. Ubuntu: a filosofia africana que nutre o conceito de humanidade em sua essência. Por dentro da África, Rio de Janeiro, 24 set. 2014. Disponível em: http://pordentrodaafrica.com/cultura/ubuntu-filosofia-africana-que-nutre- o-conceito-de-humanidade-em-sua-essencia. Acesso em: 10 dez. 2019. Luc Gnago/Reuters/Fotoarena Para alguns povos da África, o griot é o guardião das tradições de um povo. Ao aprender as histórias das pessoas e repassá-las para as futuras gerações, esse personagem tem a função de proteger a cultura de uma sociedade. Abidjan, osta do arfim, 1. Reflita sobre o conceito africano Ubuntu e converse com seus colegas, Não relacionando-o com o que aprenderam sobre alteridade. escreva a) Em dupla, produzam um cartaz expondo a opinião de vocês a respeito desse tema. no seu b)ÉEimmporstaengteuqiudeaos, aalupnorsetsraensnmtiteamm aoideciaadretqaueza pcoalertiavidoadse édoemmelahoirscaamliunhnoopasradaahumsaanliada.de. livro. 2. Escreva com suas palavras o que você entendeu sobre a filosofia Ubuntu e registre no portfólio. Resposta pessoal. 3. Pense em uma situação em que a citação “Sou quem sou porque somos todos nós” pode ser aplicada no contexto da sua escola, da sua família ou da comunidade. • Compartilhe com a turma a situação em que pensou. Resposta pessoal. 4. Com os colegas, elaborem uma frase que sirva de referência para a turma e expresse a ideia de Ubuntu. Registrem no caderno coletivo. Resposta pessoal. Os conceitos de Ubuntu e de alteridade estão intimamente ligados, pois a alteridade só é possível quando as relações humanas são pautadas no respeito e na solidariedade com o outro. 73

bate-papo Os alunos vão debater sobre preconceito. É importante que reconheçam preconceitos em si mesmos, na sala de aula, na escola, na família, na comunidade. Areismppeoirttaârncoiaoduetro Alexandre Beck/Acervo do artista BECK, Alexandre. Armandinho. Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com. Acesso em: 26 dez. 2019. T endemos a gostar do que nos é familiar e a estranhar o que foge aos nossos padrões, e isso é comum nas práticas humanas. Existem muitos tipos de preconceito, entre eles: o étnico, quando se crê que alguém é inferior por causa das características étnicas; o religioso, quando pessoas de certa religião se tornam intolerantes em relação àquelas que não compartilham os mesmos valores e crenças; o social, quando se julga alguém pela classe social. Observe o gráfico da pesquisa Datafolha que revela os motivos pelos quais as pessoas sofrem preconceito no país. Razões pelas quais já sofreu preconceito (em %) Classe social 30 Fonte: DATAFOLHA: 30% dos Local onde mora 28 brasileiros dizem ter sofrido 26 preconceito por causa da classe Religião 24 social. G1, 16 jan. 2019. Disponível Sexo 22 em: https://g1.globo.com/politica/ 9 noticia/2019/01/16/datafolha-30- Cor ou raça dos-brasileiros-dizem-ter-sofrido- Orientação sexual 5 10 15 20 25 30 35 preconceito-por-causa-da-classe- social.ghtml. Acesso em: 0 18 dez. 2019. ORGANIZANDO A CONVERSA Não escreva 1. Na sua opinião, por que existem tantos tipos de preconceito? Resposta pessoal. no seu livro. 2. Quais são os principais tipos de preconceito sofridos pelos jovens? Quais as causas e consequências? Respostas pessoais. REGISTRO coletivo as conclusões da turma e as possíveis soluções para lutar • Registrem no caderno contra o preconceito. 74

Realeimdapdreática O objetivo desta seção é retomar o assunto do capítulo e aprofundar o que foi discutido na seção Bate-papo. Promova uma oficina com os alunos, de forma que utilizem várias linguagens na comunicação. Projeto: Discriminação zero A pesar de as leis assegurarem o ONU Mulheres/Embaixada da Noruega. Fotogra a: UNIC/Natália da Luz. tratamento igualitário a todos, garantindo os direitos de vaMRteteuipmnlhrdoaeisdrmeudesçenãBtvoroiaodseleildn(c2ecai0rast1ea8rzv),idçqaousceaeamspppoeancnitahalaiaoandregocasensizssaidmdaaudlpeheedlraeesOiNndUgenas pessoas com deficiência ou doenças não contagiosas, homossexuais, mulheres, negros, indígenas etc., ainda hoje testemunhamos diversos casos de pessoas que sofrem hostilidade, agressão e até são mortas por causa de sua condição. Assim, é preciso criar um ambiente de respeito às diferenças, levando em consideração a singularidade de cada um. Prevenir uma situação de discriminação deve começar ainda na escola, e essa conduta deve ser levada para casa, para os relacionamentos pessoais e profissionais, e passada de geração em geração. AÇão: Campanha contra a discriminação na escola • Com toda a turma, organizem a produção de uma campanha em que seja possível Não chamar a atenção para a discriminação na escola. escreva no seu a) Façam um levantamento dos temas que poderiam ser abordados e listem os mais apropriados à comunidade escolar. livro. b) Escolham um nome para a campanha e confeccionem folhetos explicativos com os objetivos e os argumentos que justifiquem a campanha na escola. c) Planejem o tempo de duração da campanha, assim como a realização de atividades semanais, a fim de atender a toda comunidade escolar. Busquem soluções para os temas apontados e elenquem uma série de ações a serem desenvolvidas por todos. d) Organizem grupos de discussão para acompanhar a campanha, envolvendo um ou dois representantes por sala. Convidem alguém da sua comunidade para falar sobre o tema preconceito. Monitorem a campanha fazendo avaliações de acompanhamento, mantendo-a ativa. e) Ao final, entrevistem os adultos da escola para colher suas impressões sobre a campanha e seus resultados. Registrem no caderno coletivo da turma. Explore a questão do bullying. Bully significa “valentão”. Quem pratica bullying exerce de forma intencional e repetitiva um tipo de violência (física ou 75 moral) contra uma ou mais pessoas. A expressão é nova, mas a prática é antiga. Hoje existe também a prática do cyberbullying nas mídias digitais. O bullying surge da intolerância diante das diferenças.

Reflexão É importante retomar questões históricas em relação ao racismo no Brasil e no mundo. Convide o professor de História para uma aula preparatória a respeito do assunto. Incentive os alunos a identificarem diferentes comportamentos e situações que possam indicar racismo. Estimule-os a realizarem uma autocrítica e identificarem como se posicionam: são racistas, vítimas de racismo, sentem dificuldade em perceber se cometem racismo, percebem uma cultura racista e por isso estão sempre alertas em seus julgamentos e comportamentos? Peça exemplos e faça Acoltmeribdaadtee naoo racismoperguntas. Relacione o tema com a questão da alteridade. Como a empatia pode ajudar nas relações interpessoais e sociais? Marcelo Tavares Borges/ Acervo do fotógrafo A té aqui, vimos como a capacidade de aceitar o outro, apesar das diferenças, pode se tornar uma potência na compreensão das relações humanas. Mesmo assim, ainda há muito a ser feito, sobretudo na luta pelo fim do preconceito racial. Agora que você já debateu sobre a discriminação dentro da sala de aula, conheça a iniciativa de um grupo de estudantes do Distrito Federal que começou uma campanha contra o racismo voltado para a realidade interna das escolas e das comunidades que a cercam, com o objetivo de sensibilizar as pessoas para a causa. Leia, a seguir, a reportagem que conta como a ideia surgiu e de que maneira a atitude dos estudantes pode contribuir para diminuir, ou mesmo acabar, com o racismo dentro da comunidade escolar. Estudantes lançam campanha contra o racismo na escola. ESTUDANTES DO DISTRITO FEDERAL ras lia, istrito ederal, em LANÇAM CAMPANHA CONTRA O RACISMO NA ESCOLA Ação foi desenvolvida por adolescentes do Paranoá vinculados ao Projeto Onda, iniciativa do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). Com o mote “Por que não amar?”, estudantes da escola CEF 05 do Paranoá (DF) lançam campanha de enfrentamento ao racismo com foco no ambiente escolar e na comunidade em que vivem. [...] A campanha foi desenvolvida por adolescentes vinculados ao Projeto Onda, iniciativa do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), a partir de atividades formativas em educomunicação que abordaram a temática do racismo na escola. Como resultado, foi elaborado um planejamento de ações concretas que culminaram na produção de um conjunto de peças de comunicação com recorte antirracista. Visando sensibilizar a comunidade para a valorização da juventude negra, os estudantes optaram por uma abordagem positiva que celebra suas vidas e traços da cultura afro-brasileira. Para tanto, produziram um calendário 76

com fotos e frases relacionadas Projeto Onda/Inesc. Disponível em: https://www.inesc.org.br/ à questão racial, um vídeo de campanhas/por-que-nao-amar/. Acesso em: 26 dez. 2019. celebração da cultura negra e periférica, cartazes temáticos para serem espalhados nas escolas e equipamentos públicos da região, assim como cadernos, broches e adesivos, produtos que serão apresentados no evento de lançamento. Para representar o seu cotidiano, os adolescentes criaram uma personagem fictícia chamada Luzia – uma estudante negra que vivencia várias situações de racismo na escola. Além de desenvolverem sua história de vida e personalidade, os estudantes criaram um diário contendo relatos de algumas dessas situações sofridas no ambiente escolar. Esses relatos ajudam a conduzir a narrativa da campanha. Reprodução de cartaz da campanha Por que não amar?, em que a personagem ict cia u ia vivencia uma s rie de situações de racismo na escola. ESTUDANTES do Distrito Federal lançam campanha contra o racismo na escola. Inesc, Brasília, DF, 14 fev. 2019. Disponível em: www.inesc.org.br/estudantes-do-distrito- federal-lancam-campanha-contra-o-racismo-na-escola/. Acesso em: 11 dez. 2019. agora é com você! Não escreva 1. Você já sofreu ou presenciou na escola algum tipo de comportamento racista? no seu livro. Respostas pessoais. Espera-se que os alunos percebam que é possível criar um ambiente livre de racismo, contanto que a questão seja trabalhada desde cedo. 2. Como se sentiu ao ter sofrido ou presenciado esse tipo de comportamento? Descreva detalhadamente. Respostas pessoais. 3. Se você tivesse de criar alguma campanha para evitar a prática do racismo na escola, que slogan 77 usaria? Por quê? Respostas pessoais. Porém, é importante orientar os alunos durante a criação do slogan para que consigam criar algo que, de fato, evidencie que compreenderam a importância do respeito às diferenças. 4. Na sua opinião, é possível, com base em ações positivas na escola, criar um ambiente livre de racismo? Quais seriam essas ações? Respostas pessoais. Espera-se que os alunos respondam considerando que, embora o racismo exista, ele pode e deve ser combatido. 5. Para você, o que significa \"alteridade no combate ao racismo\"? Espera-se que os alunos respondam a partir das reflexões propostas no capítulo. Alteridade é a capacidade de conviver pacificamente com o outro, apesar das diferenças, e combater o racismo é praticar a alteridade. 6. Em sua opinião, qual é a importância do combate ao racismo na escola? Resposta pessoal. Procure trazer para a roda de conversa as diversas opiniões dos alunos a fim de estabelecer uma linha de raciocínio a respeito do racismo. Comente que as pessoas não nascem preconceituosas, mas podem se tornar racistas. Para ajudá-los na reflexão, sugira a leitura da reportagem da revista Nova Escola sobre o combate ao racismo. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/12926/somosdiferentessomosiguais. Acesso em: 11 dez. 2019.

Portfólio Anedota búlgara Czar: nome dado ao Era uma vez um czar naturalista imperador da Rússia que caçava homens. e também aos Quando lhe disseram que também se caçam borboletas e andorinhas antigos so eranos ficou muito espantado s r ios e garos e achou uma barbaridade. ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 58. • Como vimos, a alteridade está presente em vários contextos. Com base na leitura da anedota, reflita sobre situações do cotidiano em que você poderia se colocar no lugar do outro. Com base na ilustração a seguir, separe um espaço em seu portfólio para escrever situações do dia a dia em que você sofreu ou presenciou alguma situação de preconceito. Em seguida, escreva quais soluções você proporia, com o objetivo de minimizar ou mesmo acabar com tais ocorrências. Não SITUAÇÕES DO DIA A DIA EM QUE SOFRI OU SOLUÇÕES PARA MINIMIZAR OU ACABAR kvector/Shutterstock escreva PRESENCIEI ALGUM PRECONCEITO COM O PRECONCEITO no seu livro. Aproveite a a) Procure realizar esse exercício de reflexão em várias situações da sua vida, como, oportunidade por exemplo, nos âmbitos da escola, da família, profissional, da internet etc. para trabalhar em parceria com b) Aprofunde a reflexão e registre suas percepções no portfólio. o professor de Língua Portuguesa. c) Pense em situações em que você tenha se sentido desrespeitado por causa de \"Anedota búlgara\" algum preconceito, assim como naquelas em que você tenha desrespeitado é um tipo de texto alguém e agido de forma preconceituosa. curto sobre um fato que tem como Respostas pessoais. objetivo divertir. Nesse caso, trata-se de uma crítica ao czar que não via problema em perseguir e matar pessoas, mas achava um absurdo matar borboletas e andorinhas. Nesta atividade, o poema deve ser utilizado para estimular os alunos a refletirem sobre a perseguição de pessoas, seja ela física ou verbal. 78

autoavaliação Na sua opinião, como foi o seu desempenho durante o estudo deste capítulo? Faça uma autoavaliação no portfólio, reproduzindo nele o quadro abaixo, e, em seguida, preencha-o conforme sua percepção sobre o seu aprendizado. SIM EM PROCESSO AINDA NÃO Compreendi o conceito de alteridade, Não relacionando-o ao encontro com o outro? escreva no seu Percebi que a alteridade está presente em várias áreas do conhecimento e no nosso dia livro. a dia? Ampliei e identifiquei o conceito de alteridade em outras culturas e desenvolvi a consciência de que quando os semelhantes são afetados e oprimidos, a humanidade também é afetada em seus direitos? Conceituei o que é preconceito identificando meus próprios preconceitos e os diferentes tipos de preconceitos existentes na escola, na família e na sociedade? Desenvolvi uma ação coletiva na escola para diminuir a discriminação e os preconceitos no ambiente escolar? Contribuí para um ambiente livre de racismo na escola e desenvolvi uma postura positiva diante do outro? Cotidianamente procurei me colocar no lugar do outro para praticar o conceito de alteridade? Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. meu trajeto • Com a orientação do professor e com base nos itens a seguir, construa a sua trajetória e planeje o seu Projeto de vida. MINHAS PERCEPÇÕES QUE ATITUDES MINHAS O QUE EU DESEJO PARA QUAIS ESTRATÉGIAS SOBRE ALTERIDADE SÃO: MUDARAM DEPOIS O MEU FUTURO? QUAIS POSSO UTILIZAR? 1 DESSE APRENDIZADO? SÃO AS MINHAS 4 2 3 METAS? 79 Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor.

CAPÍTULO 5 Gabriel Jardim/Arquivo da Editora Relações interpessoais objetivos Veja orientações no Manual do Professor. • Conhecer e compreender os caminhos para o desenvolvimento de competências socioemocionais. • icIcPddoeoeernnnnctsttertiidibfrbiauecuçrdatãieravosoai.mdsppeamorrúraelttlaâaipnçlccõaoiesansisdnitnatretsueliçrghãpaêoenbscielsiidaooasadficoseorsmtmasaoloiesuccmiisamaiaesunsdptpáoaevrcedatiasoas. justificativa • As competências socioemocionais, bem como as habilidades sociais, são componentes essenciais na • Refletir sobre os conflitos e entender a trajetória do desenvolvimento humano. Trata-se de responsabilidade de cada um em relação e resolução. à sua formação eelehmaremntôonsicad,eqcuiseivporsompaorvaemumoadceosnevnivvêonlvcimiaepntaocíefica • Avaliar o próprio comportamento diante de conflitos a manutenção de ambientes sadios, legitimamente procurando entender como, onde e por que eles surgem. mOreúsoltpbipejeiltatoisvsoionésteaelimgpêprnloicapireanossesoesduaàrietmprpaeonrtsrótfâroinromcaiaaçrdãeesolpahesuitmnoaadnaase social. • Fortalecer os espaços de convivência com base na consciência e na percepção das competências socioemocionais e das habilidades sociais. pdhhcuaaeomrbntaiaselintdxaratauiosdmçsepãpsoaeorrsadatotâaticnvosiicadduiiaaoasdsdqpeoeuesservspateorolnáonrvtarnoiilczeilvdaamiadsrdso,eeicsg,phnevarimaafmiltcoauiacrmmitazaoirvasarnaesadleaoasmçsutãpaaoianl.etatPinteaoter. ornasççmãõeeoeios materiais Para registro • Caderno de registro coletivo • Portfólio individual BNCC • Painel de trajeto individual Para as atividades: papel sulfite para registros Competências Gerais da Educação Básica pontuais; caneta; lápis; equipamento para realização 4. Comunicação; 6. Trabalho e Projeto de vida; de pesquisa virtual (computador, smartphone, tablet 7. Argumentação; 8. Autoconhecimento e autocuidado; etc.); conexão com a internet; giz ou caneta para lousa/ 9. Empatia e cooperação; 10. Responsabilidade e cidadania quadro branco Competências e habilidades específicas Linguagens e suas Tecnologias Competência 1 –, EM13LGG103, EM13LP06, EM13LP12, EM13LP16; Competência 2 – EM13LGG204; Competência EM13LGG302, EM13LP25, EM13LP28, EM13LP45; 3 – ECoMm13pLeGtGê7n0c1i,aE4M–13ELGMG137L0G4G, 4E0M213, LEPM1213, LEPM1613; LCPo2m8petência 7 – Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Competência 1 – EM13CHS102; Competência 5 – EM13CHS504 eCmon: shtutltpe:/a/dbaesscenriaçcãioondaalcsocmoummp.meteêcn.gcoiavs.bre/daa-sbahsaeb.ilidades Acesso em: 6 jan. 2020. 80

Karol Moraes/Shutterstock Thaise Oliveira/Esporte Paraná/COM/JEPS/ Instituto Paranaense de Ciência do Esporte Família posa para foto na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 2018. Time de futsal de estudantes da cidade de Toledo, Paraná, comemora vitória no Ginásio Lagoão, em Apucarana, Paraná, durante os Jogos Escolares, 2019. Ricardo Azoury/Pulsar Imagens Cloves Teodorico – SASDH/Prefeitura de Garanhuns Professora e alunos em sala de aula da Escola Municipal Padre João Idosa participa de projeto de inclusão digital na cidade de Garanhuns, Piamarta, no povoado da Gurgueia, São Bento, Maranhão, 2019. Pernambuco, 2017. • Observe as imagens e perceba os sentimentos e as emoções que elas despertam em você. Você se identifica com alguma delas? Com qual? Justifique. • Como você se relaciona com as pessoas com quem convive diariamente? E com as pessoas com as quais você convive eventualmente? Veja orientações no Manual do Professor. psOeajrsatemer,hacuqommueaolnaeossqécuouelam,efnsaegmreídnlidea,rracemolamoçsõuencsoid,masdeojeau,mttrroaesblasaselhdreoes, oingrodresejmameaitinsct.evarnriaa,dcoosmcoonaterexltaoçsãosoecniatirsedmoesnqtueaeiscfoarzpeom,os sadsPeooeancrsdsaiaoiefibaesoilmelcsidnaoenacoçdeioaesrn,tiaueoimmsenrepentaoíhavtaceidabileo,idlnaiedfaaeaddtdaoeiess,idseasanosodovlineocdoislaavsriissimeuo. deeAanserdtonoceco,heomvusospmeoneattcanêodornege,cnéieaeittsnices.oocoecsioosrneágormaisonosiacdiaecosaneaonaisvcorindelovsaseidiraemjnudocdeisaaamnocrraseisadnatdaisricidcoaaogmdnepetaetdeêonscias 1aP. serrdaImedmeleaisitngçeirtoõnifosveio,qbsplusvienreimatroetvesiarncprtaa-oesrssepeeseseoscpauttoiraosrastcaneocsdsofna,ovnfrsitivmcueêaaçanrarcp-mciseaoercmcsaoooammnpaafolaeridtmqoiaruíuldiditaleíroboeqr?truiecoel.aeDmceiraoeiqsnsupasemeefietodonre.mtsoatacecosamsme,socaoosmuptoreocgtoéossatbacrroirdnteersisbpeuaerçmeounppiaarrrcaaoqomuseeu 2. qEigCnumootesmesgrttparbõureaepisassosedsoan,eanavit–seer?rroeiiffuos1ielqreeuaesux2c.sreãeRrm.loaeecsdipssooinsoetatamabeserqpxneetiuossssaeotinsaentiseme.srpEcuesssepaseesosrmaasi-sesei.texlahqpuaee–norsçdiêaaelnusscnoeiesanncsvotnorscliegvoaetvmriodrecpicaêoannsrhaaecqsemur, aeqeslupfhraióocpirsariaarssracãmaoroascetoevsrsiíedstuaiecsasnspcrqieeuaecladatjcauodissaomnnq(aaouumseaetrrvnaeoptsacolphêsaoms) tas Não 3. escreva no seu livro. às c3a.rOarciteenrtíestoicsaapluonr olisnhreag.iDsterpaoreism, paosdseemmmelahracnaçracsoqmueumpexrcoebqeuraadmroneomcaqdueernoococrorleetoiveon.cEolnetsropoddoenmomcreiacroummaa tabela com os próprios nomes nas colunas e escrever uma 81 respectiva característica.

POR DENTRO DO TEMA Competências e habilidades Habilidade: domínio de Na abertura do capítulo, você observou algumas imagens e leu um texto que processos e técnicas para o ajudaram a refletir sobre habilidades e competências que envolvem aspectos a realização de atividades. emocionais e sociais, isto é, você pôde pensar sobre sua maneira de enxergar, sentir, Competência: capacidade agir e reagir em relação a si mesmo, a algumas situações do cotidiano e ao outro. Para de aplicar bem o que se conhecer melhor essas competências, observe o quadro a seguir. aprendeu. AS 5 MACROCOMPETÊNCIAS E AS 17 COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS Procure detalhar aos Determinação Iniciativa social Empatia Tolerância ao Curiosidade alunos as competências Organização Assertividade Respeito estresse para aprender socioemocionais onfiança indicadas no esquema. Foco Entusiasmo Autoconfiança Imaginação Leia com eles cada Persistência Tolerância à criativa uma delas para que as Responsa- ENGAJAMENTO frustração Interesse conheçam e possam COM OS artístico trabalhar as atividades bilidade OUTROS no restante do capítulo. ABERTURA AO AUTOGESTÃO NOVO AMABILIDADE RESILIÊNCIA EMOCIONAL Fonte: INSTITUTO AYRTON SENNA. BNCC: construindo um currículo de educação integral. Disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/BNCC/desenvolvimento.html. Acesso em: 27 jan. 2020. Nos primórdios da existência humana, as pessoas não utilizavam todas as suas funções cognitivas; em vez disso, eram guiadas por sua intuição e seu instinto. Podemos afirmar que a racionalidade era pouco ou nada utilizada pela maioria, que confiava mais no que os seus sentidos lhe apontavam do que naquilo que o raciocínio lógico poderia indicar. Podemos dizer, resumidamente, que o desenvolvimento intelectual foi compreendido muito lentamente e priorizado após o surgimento da escrita, já que as pessoas começaram a contar com esse meio para registrar todas as suas reflexões, ideias, observações etc. Dessa forma, o ser humano se viu livre para arriscar, levantar hipóteses, observar, pesquisar e criar, sem perder nada desse processo. Nesse cenário, surge o Iluminismo, que, constituído no século XVIII, valorizava a razão e fomentava as ideias de liberdade, igualdade e fraternidade. Atualmente, temos nos deparado com questionamentos a respeito das múltiplas inteligências que podemos desenvolver e que podem determinar a maneira como cada um de nós aprende. Assim, todos somos inteligentes e aptos a adquirir novos e ilimitados conhecimentos: basta dedicação e esforço pessoal no desenvolvimento de nossas habilidades. 82

O teste de Quociente de Inteligência (QI), proposto pelo psicólogo alemão William Inteligência Emocional (IE): Stern (1871-1938), foi o método mais conhecido e amplamente utilizado para medir a conceito proposto por inteligência humana. Já na década de 1990, o conceito de Inteligência Emocional (IE) cientistas e psicólogos, passou a ser largamente difundido e se transformou no novo modelo de inteligência, mas que foi amplamente o Quociente Emocional (QE). Alguns pesquisadores consideravam os dois índices difundido na década de complementares. Outros passaram a utilizar apenas o QE como determinante de 1990 após o jornalista inteligência. cient fico anie o e an que escrevia a respeito dos O conceito de múltiplas inteligências tem se destacado e é classificado em nove avanços nos estudos sobre tipos que se manifestam em maior ou menor escala, de acordo com a personalidade o cérebro e das ciências de cada indivíduo, levando em conta as competências socioemocionais. ocobmepsto-srteallmereInnttaeilsig, lêanncçiaar Emocional. Veja as propostas do psicólogo estadunidense Howard Gardner (1943) em sua obra Estruturas da mente (1983): 1. Inteligência linguística: capacidade de usar a linguagem oral e escrita, comunicando-se de forma clara, eficaz e eficiente. 2. Inteligência interpessoal: estabelecer relacionamentos com outras pessoas de forma sadia e interativa, ser cooperativo e compartilhar ideias e coisas. 3. Inteligência intrapessoal: habilidade de recorrer ao autoconhecimento, à assertividade e à resiliência Geraldo Tadeu/SECOM/Prefeitura de Contagem para ser maleável e flexível diante das adversidades. 4. Inteligência lógico-matemática: resolver questões complexas, analisar dados e ter um raciocínio lógico bem apurado. 5. Inteligência musical: habilidade de trabalhar com ritmos e sons, compor músicas, ter uma audição aguçada, interpretar e se expressar por meio de formas musicais. 6. Inteligência espacial: orientar-se gráfica e espacialmente, ler e construir mapas, cartas geográficas, gráficos, infográficos, além de possuir uma habilidade visual para se localizar no espaço. 7. Inteligência cinestésica: expressar-se por meio do trabalho corporal, como danças, mímicas, esportes, jogos interativos etc. Estudantes colocam em prática suas 8. Inteligência naturalista: entrar em contato com a natureza, dAdeheauretbrExeaiplsdnidõutpeaecrdaomaçemãMsoooseov(csicSdtooeranamdhpuPpeecrecl)iaimtmeêSanepevcneceitalrraoesastFsdaaouradncisaiqdoCMuaeiçimêruãinndoocioccidaisiopesnaeal is como a fauna e a flora. 9. Inteligência existencial: capacidade Ensino de Contagem (Funec). Familiares, de sensibilizar-se e refletir sobre as questões universais e além da comunidade, prestigiaram os existenciais. trabalhos desenvolvidos pelos estudantes da rede municipal de ensino. Contagem, À medida que cada pessoa se envolve com novos desafios, Minas Gerais, 2019. pode adquirir habilidades e competências que a levarão a outro patamar nas relações humanas. Isto quer dizer que não saímos ilesos de nenhum desafio ou experiência. Seja qual for o resultado, é possível aprender com ele e utilizar essas aprendizagens em outras situações. 2. Respostas pessoais. Trabalhe esta atividade oralmente. Estimule os alunos a perceberem que as múltiplas inteligências são combinadas, e raramente uma pessoa apresenta somente uma delas. Uma pessoa que tem o domínio da p1a. lavCrao, smejabesacrsitaeounfaalsadam, púoldteiptelradesseinnvotlveidliagaêcnapcaciaidasd,e edasinctreleigvênacianeoxissteencuialpaoosretifntóerleiossaqr puoar tlexdtoeslfailossóficos que tratem mais se destaca em você e qual se destaca menos. Não escreva Respostas pessoais. Oriente os alunos a identificar mais de uma em ambos os casos. no seu livro. 2. Você percebe a combinação de duas ou mais inteligências na sua personalidade? Quais? Em que momentos você faz uso delas? dessa temática, tendo uma boa compreensão de leitura. Da mesma forma, uma pessoa que tenha capacidade apurada para as questões matemáticas e lógicas pode ter uma excelente acuidade espacial. 3. Descreva no seu portfólio como você pode aplicar o que aprendeu até aqui para melhorar a sua convivência nos diversos contextos sociais em que interage, elevando a qualidade das suas relações interpessoais. 83 Resposta pessoal. Porém, oriente os alunos a identificarem cada contexto social de que são parte e quais as habilidades necessárias para aplicarem em cada um deles. Exemplo: quais são as competências e habilidades de que preciso para interagir em um ambiente escolar? E no ambiente familiar?

PESQUISA Os alunos farão uma pesquisa sobre a influência da inteligência artificial (IA) nas relações humanas. Tem crescido o debate sobre o tema e as consequências que podem surgir das interações entre seres humanos e seres virtuais (robôs) e das relações interpessoais mediadas por seres artificiais. Antes de introduzir o tema da pesquisa, peça aos alunos que deem exemplos de relações humanas com robôs. Os exemplos podem incluir assistentes virtuais inteligentes que interagem com pessoas e que, inclusive, são usados nas redes sociais. Irneltaeçlõiegsêinnctiearparetsifisocaiaisl e as Não A té aqui você acompanhou como a inteligência humana é complexa e se escreva desenvolve com base em diferentes relações internas e externas que integram no seu o indivíduo, as relações sociais e seu entendimento de mundo. Que tal agora partirmos para novos conhecimentos acerca da inteligência na contemporaneidade, livro. como ela tem se desenvolvido e quais são as perspectivas para o futuro das relações humanas a partir dos conceitos das novas inteligências? 1. Para aprofundar o conhecimento Matthew Stock/Reuters/Fotoarena sobre inteligência artificial (IA), leia, a seguir, um artigo sobre a evolução das pesquisas e a aplicação da IA até os tempos atuais: BIGONHA, Carolina. Inteligência artificial em pesquisa. Panorama Setorial da Internet, ano 10, n. 2, out. 2018. Disponível em: https:// nic.br/media/docs/publicacoes/1/ Panorama_outubro_2018_online.pdf. Acesso em: 14 jan. 2020. 2. Reúnam-se em grupo para realizar A pesquisa pode uma pesquisa. Cada grupo deve ser apresentada escolher uma área ou situação em em grupos, por meio de que a inteligência artificial é aplicada Ai-Da, a artista-robô humanoide fazendo um esboço um seminário, com o objetivo de substituir o ser de seu inventor Aidan Meller. Oxford, Reino Unido, 2019. em que serão humano e relacionar-se com outros demonstradas seres humanos: assistentes virtuais as causas e as inteligentes, assistentes de celulares, consequências das interações atendimento de operadoras de humanas com as inteligências telefonia celular ou outras concessionárias de serviços etc. artificiais, • Comparem o atendimento e a interação social da IA com os de um ser humano. envolvendo aspectos Como vocês imaginam o futuro a partir dessas relações? emocionais e 3. Amplie a pesquisa realizada pelo seu grupo e relate situações acerca das relações sentimentais. interpessoais entre humanos e máquinas. Um exemplo é a artista-robô humanoide Os resultados podem ser Ai-Da. Sua criação foi completada no Reino Unido, em 2019. Ela faz desenhos, registrados no portfólio. pinturas e esculturas. Saiba mais na reportagem: ARTISTA robô humanoide Ai-Da prepara sua primeira exposição individual. Reuters, 5 jun. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2019/06/05/artista-robo-humanoide-ai-da- prepara-sua-primeira-exposicao-individual.ghtml. Acesso em: 24 fev. 2020. • O que você sabe sobre robôs artistas? Na sua opinião, o que levou uma galeria de arte a exibir o trabalho criado por um robô? Incentive os alunos a refletirem sobre a substituição do “artista” pelo robô. Esclareça a eles que os algoritmos que fazem com que a Ai-Da crie desenhos e pinturas foram previamente sistematizados pelos engenheiros de inteligência artificial, embora não se saiba como ela terminará a arte. Pergunte a eles: 84 “O trabalho de Ai-Da pode ser considerado arte?”, “Por que sim ou por que não?”.

Outros olhares Oapproertnudniedrade para Reprodução/Willis Harman House/Acervo da Editora A o estudar os aspectos mais relevantes das habilidades e das competências, a fim de dominar processos e técnicas para aplicá-los à sua realidade, você desenvolve a capacidade humana de lidar com a vida. Para a psicóloga alemã Corinna Schabbel, um desses processos é a mediação de conflitos, uma proposta de aprendizagem que visa modificar o olhar que debruçamos sobre o conflito para torná-lo uma solução, isto é, uma oportunidade de aprender. Leia, a seguir, um trecho do livro em que Corinna discorre sobre essa proposta. APRENDIZAGEM PELO CONFLITO A intenção primeira em uma proposta de mediação de pares RMeepdrioadçãuoçãeoscdoalacrapdae do livro é procurar dar um passo um pouco maior quando o tema são pares: conflitos entre crianças e jovens dentro da escola. A sugestão não está em administrar conflitos e sim trabalhá-los enquanto semeando a paz entre os jovens. oportunidade e solucioná-los ou minimizá-los sob a ótica do Construcionismo. Construcionismo: teoria da fi osofia Nesse sentido, só poderemos treinar os alunos mediadores para auxiliar re acionada seus colegas a vivenciarem face a face suas dificuldades e a exporem seus constru o do sentimentos não verbalizados como raiva, mágoa ou frustração. O momento con eci ento co de tensão criado no ambiente seguro da mediação é concreto, e na busca da ase na rea i a o de compreensão encontram-se as alternativas para sua solução. Novas técnicas u a a o concreta pedagógicas irão incorporar o afeto e a emoção à teoria da aprendizagem, visando modificações nas atitudes, nas relações mais profundas e duradouras. Quanto aos alunos das escolas, podem tornar-se sementes para a nova ordem social e planetária. Quando crianças internalizam os diálogos que ocorrem em sua rede social, as palavras são mais do que palavras, trazem em seu bojo elementos sociais e culturais adjacentes. Assim, o desenvolvimento dos modelos mentais na criança, antes de serem internalizados, ocorrem num plano social através do diálogo, integrando-se, posteriormente, como o modelo individual. [...] O construcionismo, na tentativa de articular o que existe utilizando a linguagem, obriga-nos a entrar em um mundo de significados sociais onde o mapa não é o território. Em outras palavras, as palavras não são imagens, mapas ou réplicas de essências que existem independentemente de nossa atividade interpretativa. Na escola, como em outros espaços sociais, o fazer é refazer. Quando nascemos já temos esquemas conceituais que nos servem para lançar os primeiros olhares no mundo, e os conceitos e categorias aprendidos são compartilhados por todas as pessoas à medida que desenvolvem o uso da linguagem no espaço da cultura. Sendo a linguagem um fenômeno relacional, o processo de mediação se transforma na arte de contar e recontar histórias enfatizando técnicas que privilegiem o diálogo, a negociação, a pragmática social, as práticas culturais e a distribuição de poder. 85

Trueffelpix/Shutterstock Como fatores situacionais influenciam os comportamentos das pessoas, estes variam em função de suas atividades [...]. Como a mediação de pares ocorre dentro do espaço da escola e entre alunos, as palavras e expressões utilizadas para contar a história do conflito fazem sentido a todos, facilitando a compreensão dos comportamentos, dos sentimentos e dos pensamentos, resultando em uma interação que lembra a dança circular na qual os movimentos se traduzem em uma resposta simétrica aos movimentos do outro. Processos culturais tanto podem limitar como ampliar a nossa humanidade. Às vezes, é preciso começar pela Para ser um mediador é preciso realizar um margem e não pelo centro para encontrar alternativas todreepiarnomabmbleeamsntsaoaeíernestpmreescdafiutciasosfepiSteeassusocpoaasmpceool mremosueoldtbaijaderoti.vo para podermos refazer experiências, as nossas e as dos outros. SCHABBEL, Corinna M. C. Mediação escolar de pares: semeando a paz entre os jovens. São Paulo: Willis Harman House, 2002. p. 79-81. 1. Respostas pessoais. Leve os alunos a concluir que, como mediador, ao refazer em palavras a trajetória do conflito entre duas pessoas, abre-se a possibilidade de compreender e considerar pontos de vista, motivações e sentimentos de ambos os lados. É nesse processo que se instaura a negociação, uma nova história que considera os anseios de ambas as partes. 1. Segundo Corinna Schabbel, mediar um conflito é como recontar a história na perspectiva da negociação. • Você já recontou alguma história? Na sua opinião, por que recontar uma história pode favorecer a mediação de um conflito? Converse com o professor e os colegas a respeito dessa experiência. Em outras palavras, é preciso uma mudança de paradigma para que possamos Paradigma: um modelo avançar e desenvolver nossas competências socioemocionais e habilidades que serve de exemplo, sociais. Observe os diagramas. um padrão. Velho paradigma Novo paradigma Conflito visto como negativo Conflito como agente positivo Lógica conflitiva (competitiva) de mudança Cultura do conflito: disputa Lógica pacificadora (colaborativa) Ganha-perde Cultura da paz: coparticipação Processo judicial como ameaça responsável Ganha-ganha Espaço para conversa (ausência de coação) Fonte: SCHABBEL, Corinna M. C. Adaptado pelos autores para fins didáticos. 86

Posturas para resolver problemas e conflitos Agressiva ganha-perde Assertiva ganha-ganha Passiva perde-ganha Ataque Capacidade verbal e não Fuga verbal Vê o conflito como guerra/ Vê o conflito como algo Vê o conflito como algo alguém tem que vencer/ natural e que deve ser maléfico às relações. alguém tem que perder. resolvido. Fonte: SCHABBEL, Corinna M. C. Adaptado pelos autores para fins didáticos. A comunicação não violenta Todos nós vivemos numa mistura entre o antigo e o novo As necessidades nos motivam a agir. Se uma necessidade não é atendida, sentimos paradigma. A mediação entre raiva, medo, desconforto, e esses sentimentos são sinais de alerta. Se torno minha pares se apoia na cultura da paz, necessidade consciente, mais chances tenho de atendê-la e responsabilizar-me por explorada na obra ROSENBERG, ela. Normalmente, a violência se dá quando acreditamos que outras pessoas são Marshall B. Comunicação não responsáveis por atender nossas necessidades. A proposta da comunicação não violenta: técnicas para aprimorar violenta é reconhecer a necessidade que está realmente por trás dos sentimentos, relacionamentos pessoais e identificando-a e reconhecendo que a responsabilidade por atendê-la é nossa, e que profissionais. Tradução de Mário podemos pedir o que precisamos. Vilela. São Paulo: Ágora, 2006. 2. Pense em uma situação de conflito que teve com alguém no passado. Descreva-a no seu portfólio seguindo estes passos: a) O conflito foi resolvido? De que maneira? 87 b) Ter solucionado o conflito fez você se sentir bem ou não o ter solucionado fez você se sentir mal? c) O que você aprendeu com essa experiência? Você gostaria de compartilhar esse aprendizado com o professor e os colegas? Respostas pessoais. Com base em experiências e percepções pessoais, os alunos desenvolverão uma definição de conflito, podendo comparar diversos tipos de conflitos interpessoais e concluir que existem conflitos piores do que outros. Analisar as causas do conflito, seja na família, na escola ou na comunidade podem oportunizar uma maneira de trabalhá-los de forma positiva e adequada. Auxilie os alunos a melhorarem as suas habilidades de comunicação interpessoal.

Bate-PAPO O conflito em debate plataa/ShutterstockA gora que você conheceu a teoria proposta por Corinna sobre resolução de conflitos, leia o texto a seguir, que relata um embate entre vizinhos de um condomínio da cidade de Vitória, no Espírito Santo, a respeito dos direitos e deveres das pessoas que vivem em apartamentos. BRIGAS DE VIZINHOS EM GRUPOS DE WHATSAPP VÃO PARAR NA JUSTIÇA A facilidade e a rapidez de comunicação que o WhatsApp proporciona também podem significar discussões e agressões verbais. Com isso, as brigas entre vizinhos, que ocorrem em grupos de condomínios e vão parar na Justiça, estão aumentando. Os principais motivos das brigas são fofocas, divergências de ideologias políticas e religiosas, futebol, além de questões de regras do próprio condomínio. [...] A falta de tolerância acaba virando um palco de ofensas. “Isso aumentou por conta da facilidade de dedilhar o texto. Antes, tinha que pegar o livro de registro e escrever a reclamação. Hoje é muito mais rápido falar no grupo. Nisso começam as ofensas” [...]. Salto alto – Duas estudantes que se preparavam para ingressar em universidade usaram o grupo WhatsApp do prédio, em Jardim Camburi, Vitória, para reclamar dos vizinhos do andar de cima. A “bronca”, com xingamentos, era com o salto alto da vizinha e com uma criança que corria pela casa. O caso tramita na Justiça e, depois de muitas brigas, as jovens mudaram de endereço. PROSCHOLDT, Eliane; GIUBERTI, Simony. Brigas de vizinhos em grupos de WhatsApp vão parar na justiça. Tribuna Online, 13 fev. 2020. Disponível em: https://tribunaonline.com.br/ brigas-de-vizinhos-em-grupos-de-whatsapp-vao-parar-na-justica. Acesso em: 26 fev. 2020. Não escreva no seu OR•• VsuacRREomioaetcGdgGuafêaiaisdnAIçjtpaáSaãrNlasoe,vTrm,viIptveeReZaenr.nrcioOftAcoieqicmosNuaNgaeueanedadpntDsoruhteoseseaamtrue-Oumjpncmruaaoefooarmd“dossnPeeaAicinamifntstoplãpodsuio,litloevoaeCoroassestç→cs.apisOooãvlAnlurpívoovvneeoeNoirerdcdsfsadoeleave,n-seVãgsfeioolaaisutccnpuoEmhrosooéaaa,ntr”nnRimm,,cqãcfamaeouorlsdSlieuaerti,onapgsoscçceAicãpnoaõohonacanetsaedeoddesiungzammaccaeidoaaaoanrlgicfcszlqoriaeaaton.çuouvãCsmeepuao,ormsqmoOpcauaou,,eratsnceursteodoeosmmusreaáenrxomepmndslmgerhatdeeaaprtiairlanucoedcdadspsocda.iraooaot.EadOinsdsnacscaooeopbouhgrejmveóemxrttxeeaiguievrmzdcobopxaía,césauotiseoapoessjxaauçeerjã,duptcoáedne.-osnialtorodnoácasehsosasdasiasdeeotapniulau?tsuoe,nenpasoudCpusoeimrcoosarrvqimietodruaiefteenenróbmptagpilafaairimuoncrseaatmeersefsraaneealuandtnnpraioeftotsessoosraltebiusvsnrrredrçaáaoaee. , cRcoaepsníptoucsloltua, seslpeãessoasdopqauisei.rsaPmrsooucumarael.vdiesiãxoarpoossiatilvuanocsomà vontade para falar sobre suas experiências. O objetivo é que, após o estudo dos conceitos apresentados neste relação aos conflitos e aprendam a lidar com eles. 88

Realeimdapdreática PMroejedtoi:ação de pares Nesta seção, os alunos vão praticar a mediação de conflitos. Procure retomar os conceitos apresentados na seção Outros olhares, especialmente com relação à visão que devem ter sobre conflitos. Ajude-os a entender que o aprendizado que terão aqui pode ser aplicado em todas as áreas da vida. A gora, com base nas conclusões registradas no caderno coletivo, na seção anterior, vocês vão colocar em prática as técnicas de resolução de conflito apresentadas por Corinna Schabbel. PROCESSO DE MEDIAÇÃO DE PARES CONTAR A HISTÓRIA (partes) 1 + Ouvir a história Buscar melhor (mediador) alternativa ... Recontar a história Uma nova história 4 CONFLITO (mediador) 2 (todos) + Ouvir a história Fazer perguntas (partes) Esclarecer 3 Identificar fatos e causas Identificar possibilidades Fonte: SCHABBEL, Corinna. M. C. Mediação (todos) escolar de pares: semeando a paz entre os jovens. São Paulo: Willis Harman House, 2002. p. 81. Ação: mediação de conflito na prática 1. Com a ajuda do professor, organizem-se em trios: cada integrante do grupo vai assumir um papel: as estudantes; os “vizinhos de cima”; e mediador. 2. O mediador deve retomar o conteúdo dos diagramas “Velho paradigma-Novo paradigma” e “Posturas para resolver problemas e conflitos” da seção Outros olhares para entender como agir durante a mediação. 3. Com base no diagrama acima, conheçam o passo a passo para a mediação: a) relato de histórias: as duas partes relatam ao mediador as duas versões separadamente; b) o mediador reconta o que escutou, tentando validar as histórias; c) o mediador faz perguntas para cada uma das partes em busca de esclarecimento, alternativas e possibilidades de resolução. d) o mediador redige as alternativas e busca opções que atendam ao interesse mútuo; o objetivo é escrever uma nova história, e todos podem participar com sugestões; e) ao final, conversem sobre a solução a que todos chegaram. Se possível, solicite a alguns alunos que relatem e avaliem a experiência. Veja mais instruções no Manual do Professor. 89

Reflexão Ganha-ganha: uma mediação de conflito A té aqui, vimos que desenvolver habilidades e competências pode contribuir para lidar com diversas questões, principalmente nas relações interpessoais, em que, nem sempre, concordamos com a opinião dos outros. Conheça, a seguir, a história experimentada por Corinna Schabbel como mediadora de um conflito entre alunos de uma escola de Ensino Médio que não conseguiam entrar em acordo a respeito da comemoração do final do ano escolar. Erich Macias/Governo do Estado do Amapá COMEMORAÇÃO DE FIM DE CURSO: FESTA OU VIAGEM? Um grupo de alunos do terceiro grau do ensino médio havia sido escolhido para participar da comissão de formatura. Eram dois rapazes e duas moças. Entusiasmados com o fim do curso e de terem um bom motivo para uma grande comemoração, decidiram por unanimidade que iriam promover algo MUITO DIFERENTE E ESPECIAL... INESQUECÍVEL! Foram trocando ideias com outros colegas, com alguns parentes e BOMBA: vamos curtir uma semana viajando AMàeerennmaElscacsioecnacdniopootiálnarcao,çaoãEAsmnosmptetaadanardcetpaoouácmsa,qoolpunlDmuoeflcrsei.otisdooCucinsoioa.arudaArrmroeaormicenseyssscntpNoqiatanuuucçfenioloçietmãcodsoo,usenedndddmieideuczaaeddmoe para a Chapada dos Veadeiros. Ecoturismo está em alta, escolar. Foto de 2016. estaremos in. Programaram uma reunião com todos os colegas, fizeram convite lindo, cheio de fotos da Chapada, do acampamento e chamaram o agente de viagens para “vender a ideia”. Alguns colegas reclamaram, outros acharam o preço um absurdo nesta época de incertezas, mas as técnicas de vendas do agente de viagem “colaram”. VENDERAM A IDEIA, fecharam o pacote. Terceiro grau: Quando o carnê de pagamento chegou, algumas das meninas que estavam nomenclatura, sonhando com um baile de formatura, pois os pais não puderam lhes proporcionar utilizada até 1996, a festa de 15 anos, ficaram revoltadas e foram conversar com a psicóloga da escola. que corresponde Na verdade, tinham concordado com a viagem, e só quando os pais acharam o atualmente à terceira preço da “festa” um absurdo é que se tocaram o quanto agiram contra a vontade. E série do Ensino agora? O que fazer? Médio. A escola sugeriu convocar uma nova reunião de todos os formandos para com o auxílio de um professor conversar sobre o mal-estar. O professor explica ao grupo que irão trabalhar conflito a partir da mediação. Explica o processo, seu papel de mediador insistindo na sua posição de facilitador equidistante e na responsabilidade dos alunos em chegar a uma solução. Em 90

seguida, a partir de perguntas abertas permite que os alunos exponham suas ideias sobre a viagem, sobre a festa e sobre o problema. A partir dos relatos, parafraseia o que ouviu para que os alunos pudessem ouvir de um terceiro a história do conflito. Ficou definido que havia um grupo que queria a festa tradicional em um clube e outro grupo que preferia a viagem para a Chapada. Uma vez definido o conflito e identificados os grupos (dois grupos queriam a festa, um grupo queria a viagem e um grupo ficou indiferente), o mediador passou a explorar ambas as situações quanto às vantagens, desvantagens e procurou separar pessoas dos interesses em jogo. Em seguida o conflito foi redefinido; as novas ideias Wellington Alves/Prefeitura de Marechal Deodoro anotadas na lousa para que todos pudessem ver o “mapa” da disputa e tomar consciência sobre o porquê das posições, sobre os interesses e as necessidades, e puderam perceber que as diferenças em como comemorar o término do curso havia se transformado na arena de coisas mais antigas. Desde o ano anterior, havia sempre um grupo nas aulas de educação física e artes (aulas conjuntas das duas turmas de terceiro ano) que sempre tomava a dianteira nas escolhas das atividades a serem escolhidas. Como a maioria dos colegas entrava na “onda” deles, ganhavam sempre. A partir da técnica A Secretaria de Educação Municipal de “coloque-se no lugar do outro” os grupos começaram a Marechal Deodoro, Alagoas, capacita pro essores para mediação de con ito ver os sentimentos dos demais e o quanto as posturas Foto de 2019. adotadas incomodavam aos demais. “Aqui a mediação foi utilizada com objetivo de resolver uma questão importante para os Conversou-se um pouco sobre o que estava latente ao alunos e também para a escola. conflito. Seguiu-se uma tempestade de ideias e os grupos tiveram a oportunidade Também funcionou como uma de conversar entre si para chegar a uma conclusão por consenso que seria depois aprendizagem. Como produto desse processo, o relacionamento compartilhada com os demais dentro das premissas: não criticar e respeito à opinião do grupo melhorou durante do outro. Finalmente escolheram uma terceira alternativa, financeiramente mais o restante do ano letivo. Acreditamos que o professor viável a todos e seria uma oportunidade do grupo se conhecer melhor: um final de mediador pode criar espaço para semana em um hotel-fazenda com jantar de gala e dança. que seus alunos aprendam a gerenciar conflitos de grupos. SCHABBEL, Corinna M. C. Mediação escolar de pares: semeando a paz entre os jovens. Porém, quando a questão é entre São Paulo: Willis Harman House, 2002. p. 75-77. dois alunos, a mediação de pares Agora é com você! Não traz resultados gratificantes.”. escreva SCHABBEL, Corinna M. C. no seu Mediação escolar de pares: • Depois da leitura do texto, responda no seu portfólio. semeando a paz entre os jovens. livro. São Paulo: Willis Harman House, 2002. p. 77. a) O que você achou da mediação proposta por Corinna para a questão da comemoração de a resolufçiãnoafoli dsaetisfaatnóroia,dumoasveaz qluuencoonss.egEuiluaatfeondiersaaostdiessfeajostóe vroinata?desPdoertodqauaêtu?rmaR. eAsopporsattaicpaersesmoaal.“Eesspcuertaa-tósreiaq”u,ecoosmaolupnroopsopsetorcneobaPmroqjeuteo Viver bco)muDniedadaecI,oosredstoudacnotems fooramtceaxpatzoes, dme ceosmpmreoendneãr oos dcesoejnoscdoosrcdoalegnads oe chceogamr a uamavtiearcgeeiramopdçãeo, qcuoe mconetmemoplraavaçaãmobasdasevofnitnadaels. em de ano, alguns alunos não disseram nada. Você já passou por alguma situação como essa, em que, mesmo não concordando com algo, acaba não se manifestando? Comente. Resposta pessoal. Esclareça aos alunos que compartilhar ideias e anseios é uma habilidade social importante para expressar e afirmar os próprios direitos, de modo que não viole o direito do outro. 91

Portfólio O objetivo desta proposta é estimular a reflexão dos alunos a respeito das competências socioemocionais, desde aquelas que já fazem parte da sua personalidade até as que precisam ser adquiridas e/ou desenvolvidas, e cruzá-las com as múltiplas inteligências que se traduzem em seus talentos e habilidades. Se necessário, faça uma retrospectiva com eles sobre as atividades realizadas anteriormente e verifique o caderno coletivo da turma para coletar informações. Espera-se que essa reflexão se transforme em uma ferramenta que oriente os alunos na condução das atitudes e decisões nas Competências socioemocionais ×relações interpessoais deles. Veja orientações no Manual do Professor. múltiplas inteligências Quais foram as competências socioemocionais que você desenvolveu para dar significado às suas relações interpessoais? Identifique-as utilizando o que você aprendeu na seção Por dentro do tema, na página 82. Não 1. Reproduza o quadro 1, abaixo, no seu portfólio. escreva no seu 2. Analise as cinco macrocompetências e as 17 competências socioemocionais da página 82 e as múltiplas inteligências da página 83 e leia as questões a seguir. livro. Depois, atribua uma nota, de 1 a 5, conforme as legendas do quadro 2, no espaço correspondente. 3. Quais competências socioemocionais e inteligências você já tinha desenvolvidas e aplicava nas suas relações interpessoais com frequência? 4. Quais você conseguiu aprimorar e aplicar? 5. Quais você adquiriu e começou a aplicar nas suas relações? 6. Quais você não conseguiu desenvolver e precisa se esforçar para adquirir, pois elas podem ajudá-lo nas suas relações interpessoais e projetos futuros? 7. Quais você não considera relevantes e não tem interesse em desenvolver? Quadro 1 – Resumo das competências socioemocionais × múltiplas inteligências MACROCOMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS Autogestão Engajamento Amabilidade Resiliência Abertura com os outros emocional ao novo MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS Linguística Interpessoal Intrapessoal Lógico-matemática Musical Espacial Cinestésica Naturalista Existencial Quadro 2 – Legendas da escala de valores 1 Não considero relevante e não tenho interesse em desenvolver. 2 Não consegui desenvolver, mas tenho interesse em desenvolver a competência/inteligência. 3 Não tinha essa competência/inteligência desenvolvida, mas agora despertei para ela. 4 Consegui aprimorar e melhorar. 5 Costumo aplicar nas minhas relações interpessoais e em outras áreas da minha vida. 92

autoavaliação Na sua opinião, como foi o seu desempenho durante o estudo deste capítulo? Faça uma autoavaliação no portfólio, reproduzindo nele o quadro abaixo, e, em seguida, preencha-o conforme a sua percepção sobre o seu aprendizado. SIM EM PROCESSO AINDA NÃO Conheci e compreendi os caminhos para Não o desenvolvimento de competências escreva socioemocionais? no seu Compreendi a importância do desenvolvimento das habilidades sociais para as minhas relações livro. interpessoais? Identifiquei as múltiplas inteligências como um aspecto que contribui para a construção e o fortalecimento da minha identidade? Modifiquei minha postura diante dos conflitos, passando a observar como, quando e por que eles surgem? Reconheci a minha responsabilidade e contribuição na formação e resolução dos conflitos sociais? Fortaleci meus espaços de convivência com base na consciência e na percepção das minhas competências socioemocionais e habilidades sociais? Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. meu trajeto • Com a orientação do professor e com base nos itens a seguir, construa a sua trajetória e planeje o seu Projeto de vida. MINHAS PERCEPÇÕES QUE ATITUDES MINHAS O QUE EU DESEJO PARA QUAIS ESTRATÉGIAS SOBRE RELAÇÕES MUDARAM DEPOIS O MEU FUTURO? QUAIS POSSO UTILIZAR? INTERPESSOAIS DESSE APRENDIZADO? SÃO AS MINHAS 4 1 SÃO: 2 3 METAS? 93 Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor.

CAPÍTULO 6 Gabriel Jardim/Arquivo da Editora Cidadania objetivos aVeejvaoolruieçnãtaoçõheissptaórraicesatadaoberctournacneoitMoanduael • Compreender do Professor. cidadania. • Identificar • e sociais e as diferenças entre direitos civis, políticos justificativa Relacionar suas conquistas no mundo e no Brasil. os conceitos de democracia, república, rcsqdcemOeooumrauauembcsdlcivorodaanieinaranoatscladçuvnoecaeadeaicotssevlbiomieosrdfddpaldaoueaarrserçse,dmigãeleeceelonansoiidrcsidpbmcaaaeeado.pddrclneiõaezicfcenaaeioce.idçsamEiatãtasmuoaeossasreaelnetnnádattcodeaeiecad,mmmocaaeauinddrenataapavdepnrodmoploiilacauóppenaçsoõsiçã-dareeãmoaaeolc,nsoaaoesdndncinuçdeeoosaarasvtmnsrdsarapaóeust.as,eimPdonseotehomroerimablatohfnarasrauedni,nrantotbdçsuoeadãa,màsoosé cidade e cidadania, integrando o conceito de direito a cidade, justiça e equidade social. • Ampliar os conhecimentos acerca da e sua relação com a cidadania. identidade nacional • CBaComoranmessapitlçr,iteasuesoinçbadãreoeerstFusoededposerraodapcirlóeedssitesoao1s9rd8eae8do.eclmoonongcqoruaisdttiazasasçCdãoeonsddtioriteupitiaçoíõsseees as do a • csEooxoecripaceli,rtadaçreãsaoenpevooosltvpuerrnoadtoéatgaicoasnoiselimdaoaa.rçieãdoadceid, aadeãmnpoatcioan, taexto BNCC materiais 8dc1C. r.ioCgiAaoimtutnatipvhol;eoec6t;co.êi3nmT.nhreRcaenecbitapiaomesl;hre2toGnó.teerPoieropnearcsioasuajulemttdtuoeoarncatduElo;iedd4cav.uidieCdconoaa;tm;çí9f7uãi..cnoEAoicmr,Bagpcçuáarãmísttoieiiac;cno5atea. eCçuãlotu; ra cooperação; 10. Responsabilidade e cidadania Para registro • Caderno de registro coletivo Competências e habilidades específicas • Portfólio individual Linguagens e suas Tecnologias • Painel de trajeto individual ECMom13pLePt0ê3n,cEiaM113–LPE15M,1E3LMG13GL10P12, 6E;MC1o3mLGpGet10ên2c, iEaM213–LGG104, Para as atividades: folhas de papel sulfite; caneta; EM13LGG204, EM13LP25; Competência 3 – EM13LGG301, equipamento para realização de pesquisa virtual EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LP27; (computador, smartphone, tablet etc.); câmera ou Competência 4 – EM13LGG402; Competência 7 – telefone celular; conexão com internet; editor de texto; EM13LGG703, EM13LGG704, EM13LP28, EM13LP30 software para construção e apresentação de slides; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas giz ou caneta para lousa/quadro branco; recortes de Competência 1 – EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, imagens de revistas, folhetos, jornais e catálogos; cola; EM13CHS106; Competência 5 – EM13CHS501, EM13CHS502, tesoura; canetinhas; impressora colorida EM13CHS503; Competência 6 – EM13CHS604, EM13CHS605 Materiais opcionais: cadeiras para os convidados; computador; tela de projeção; projetor; microfone eCmon: shtutltpe:/a/dbaesscenriaçcãioondaalcsocmoummp.meteêcn.gcoiavs.bre/daa-sbahsaeb.ilidades Acesso em: 6 jan. 2020. 94

Daniel Castellano/SMCS/Prefeitura de Curitiba Dida Sampaio/Arquivo da editora Índios Caiapós votam durante eleição presidencial de 2006, exercendo sua cidadania política na aldeia Capoto Alto, no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. Jr Manolo/Fotoarena Uma senhora exercendo sua cidadania social como aluna Estudantes exercendo sua cidadania civil ao participar de do programa EJA - Ensino de Jovens e Adultos na escola protesto em defesa da educação. Maceió, Alagoas, 2019. Municipal Vila das Torres, em Curitiba, Paraná, 2019. • Observe as imagens. De que forma você percebe o exercício da cidadania e a garantia de direitos fundamentais nessas três situações? • O que você entende por ser um cidadão? Cite alguns direitos dos quais você usufrui como jovem cidadão brasileiro. Veja orientações no Manual do Professor. eQànVxooeuescdarêdnucieccdaaonosçndaãvhotooeu?sccauêeicRsaoeuo,mspfocssououcscitndfmaaarçpdmueoãasniosiionaodacchledi.vioEidilbsrsepaeeeoqdirntaauão-cssee,esaescqaoouoeàssmveoeosdorucavctsliuaoieeçnç,ãoduoosàasscidodledmionveotifrirfcepeieqidrueiamttedrmaoacandsooinas,ordisirfsoinreeceicpiusatlolt.eusaalastçooiéãvvoEoectosoeoctnoaemqddoxueocpiisd-rcanteldaaaasrnmçsiaãdãapooiorrleídtopiicteuaoo, irasgdleaiqevrqriueaaumesniadtsneiiãfadeposdoteaecsçnãossopnaodoesmcriodipeaeiennlli.rãetoao,edsepoesenstsáaobmáednsitiroceoitso 21rNa1.e.o.oesRdrJRFpespendAeusseofemvoerpoleeeopogrsnitsstimttairtrsusoaoaeesddreestogesltspnmbàiar,rioerpaeceteçesndinafismgiadãtiportiiçrrieaogsomoaiusomospn,sç.upauosatEoiãroraodostroeâctopsssianem,urúdcdesuieupcebaàalpeoseeoadlrsiaopeupccrncdemncauiegocoaoaraarienasltlstreuhleppriio,eérfsceseaclcrceeieõecsepxnuereosãmpeebmtarosmmàesaiçoaraaascsoçcãqenaseuoocuofrgaoacsimohsndadadstrucodooeidarormaeomaasdacisépctadncotsiaaaiaiosctoledn,ucnadlid,rnblaiainaaaeeodneaesdsmcomsaeepseãcseddsorocisepaismmoeená.onrteroossiecDaolgrsceceoeéepemsasotuaunsmesripmaqpaavoglumuirrouaamavsoenpec.rsiejetoioLa-eeddolnerfoscsvrv,arioiataruveiependêneremaptnnmgeranecicaataiq.satoaaqouroeaur-eemsmeqsnasvat?epuodnõfeooerqectsoucsnssiiusêçoasadsãeomtimobouneõeredvetaxexosiaeeaosesvecrsrcereedomeesdce?rpfnoesaeaaevçdsfiQcmotesiceusdieusveasipntadadaúutauoablapçesndldidiéãdúscsaoooeitboedscrae.ilieafinLdofeicoisosett,nrsvoorumeoeomdsscsaaroseeàccadoepoasninlvimccésuesrsineaeicetvrdloiihdsceesicponatemeaastrodeúepf,tseeebaeçsmaesnfolãánciupactigloiiaiacnoaodojadrns,ádtcaaeario.icdsmmatiaopieemsoaesnnrslrudoetNicvsaalrãsdrsaeoioecpvsreu.iao.dloanassd.áevsel. 95

POR DENTRO DO TEMA O capítulo aborda a evolução do conceito de cidadania, sobretudo a partir da teoria moderna de T. S. Marshall sobre cidadania, procurando fazer um contraponto à realidade brasileira e à evolução do conceito e da conquista de direitos que aqui ocorreram. Além disso, analisa o conceito com base nas mudanças contemporâneas pelas quais passa a sociedade e ainda analisa as Constituições brasileiras nos últimos dois séculos, assim como se aprofunda com criticidade na Constituição Cidadã de 1988. para desafiosOs cidadania plenauma Peter Saxon/Wikimedia Commons (sob licença CC-BY-SA-4.0) O conceito moderno de cidadania tem evoluído ao longo do tempo em virtude das mudanças que ocorreram e ainda ocorrem no mundo, como a globalização e a era pós-moderna. Por essa razão, entre os teóricos que estudam o tema tem surgido uma reconfiguração dos conceitos e das dimensões da cidadania. Grande parte dos estudiosos não se furta em afirmar que ainda há muitas lutas e batalhas a serem travadas até que o mundo seja palco de uma sociedade mais justa, solidária e equitativa. A cidadania é tema recorrente desde a Antiguidade, entre gregos e romanos, que a tinham como uma virtude. Nesse período, apenas pessoas do sexo Iluminismo: movimento masculino tinham o direito de exercê-la, intelectual filosófico do opinando e escolhendo seus governantes. século XVIII, centrado na Na Idade Média, a Igreja católica ciência e na razão. Partida de coferbol, um esporte determinava o ideal de igualdade perante Protestantismo: doutrina Deus e seus desígnios. Após a fase dos proeminente da Reforma coletivo misto, realizado no Reino religiosa proposta pelo Unido entre os times Birmingham governos monárquicos absolutistas, o monge alemão Martinho University e Nottingham University Iluminismo e o Protestantismo surgiram Lutero (1483-1546), no durante o torneio British Universities com ideias racionais que mudaram o século XVI. & Colleges Sport (BUCS), em 2014. sentido de cidadão, trazendo à tona O esporte pode ser usado como instrumento de inserção social e de os direitos naturais (vida, liberdade cidadania. e propriedade) e responsabilidades na luta pelo bem-estar de todos. Não escreva no seu 1. Você concorda que ainda haverá muitas lutas para que a sociedade livro. seja equitativa?Resposta pessoal. Estimule os alunos a refletir sobre a sociedade atual, ao mesmo the London School of Londres, Reino Unido tempo que imaginam um cenário futuro para os cidadãos no mundo. 2. Cite exemplos de direitos que garantem o exercício da cidadania. Verifique se, na prática, há algum empecilho para o exercício da cidadania e por quê. O que falta para que a cidadania seja exercida de forma plena e garantida no Brasil? Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. Autoria desconhecida/Library of Economics and Political Science, Uma das teorias difundidas sobre o conceito de cidadania considera três elementos: (1) o elemento civil, (2) o elemento político e (3) o T. S. Marshall: Thomas elemento social. Para T. S. Marshall, autor dessa teoria tripartite que Humphrey Marshall teve como modelo a sociedade inglesa no início do século XX, esses (1893-1981) foi um três elementos não foram estabelecidos ao mesmo tempo, contendo sociólogo britânico que um espaço de aproximadamente um século entre eles. Isso não quer se destacou por sua obra dizer que, para sermos cidadãos plenos, tenhamos de esperar cem anos sobre cidadania, sobretudo para ter direitos reconhecidos; essa foi apenas a constatação a que no que se refere a cidadania e desigualdade. 96

ele chegou analisando a história da evolução Christian Knepper/Opção Brasil Imagens da cidadania inglesa, que se apresentou de maneira diferente da evolução da cidadania em outros países e épocas. Observe que há uma ordem em relação aos elementos na teoria de Marshall, estabelecendo-se como se fosse uma pirâmide: primeiro, o elemento civil, que é composto dos direitos individuais, como a liberdade de ir e vir, de se manifestar, de se expressar, o direito à propriedade, de firmar contratos, entre outros. O elemento político se traduz no exercício do voto (sufrágio), no direito de ser votado e ser eleito para cargos políticos e legislativos, de ser representante e dirigente de instituições públicas, de propor leis de iniciativa popular ou de ser titular de ação popular. Por fim, o elemento social, tido como a última onda de conquistas e que ainda continua em expansão, que se relaciona com tudo que condiz ao bem-estar em áreas diversas como segurança, saúde, trabalho, educação, cultura, meio ambiente, entre outras. No Brasil, a conquista da cidadania deu-se de Palafitas e prédios residenciais evidenciam a desigualdade forma inversa. Nossa história é recente e, por essa social. São Luís, Maranhão, em 2016. razão, a luta por direitos e cidadania mobiliza a nossa sociedade, sobretudo por e para aqueles que são excluídos e marginalizados de seus status de cidadãos. Dessa forma, o que podemos observar na sociedade brasileira em termos de cidadania é uma disparidade social que faz emergir classes desiguais e tem propiciado uma apatia política. Essa falta de interesse pela política, tanto regional quanto estadual ou federal, tem levado os cidadãos a buscarem outras formas de lutar por direitos, exercendo sua cidadania por meio 4. Respostas pessoais. Como exemplos, os alunos podem citar de movimentos sociais, conselhos participativos e outros mecanismos Não a classe política, a população de articulação com o Estado. escreva de classe média/alta, aqueles no seu 3. De que forma você exerce sua cidadania? Resposta pessoal. Aproveite para fixar livro. que têm melhores condições econômicas de exigirem que seus o conceito de cidadania, solicitando aos alunos que citem exemplos de sua atuação cidadã. direitos sejam respeitados. Os alunos podem concluir que a maior 4. Você identifica disparidades em relação ao exercício da cidadania entre brasileiros? disparidade entre os brasileiros se Você acha que há grupos que são privilegiados enquanto outros são marginalizados? dá na dimensão econômica, pois as Cite alguns exemplos. pessoas que são menos favorecidas economicamente encontram dificuldades para usufruírem de 5. O que você entende sobre questões que envolvem a imigração na atualidade? Quais saúde e educação de qualidade, de são os desafios que os imigrantes enfrentam em relação à cidadania quando chegam terem uma moradia digna etc. a outros países?O que você entende por cidadania globalizada? 6. Oriente os alunos a pesquisar no texto constitucional. O artigo 5o e incisos dispõem sobre os 6. Por que a Constituição Federal de 1988 é considerada uma Constituição Cidadã? direitos individuais e coletivos (civis); do art. 6o ao art. 10 e seus Pesquise e destaque no texto constitucional um direito ou uma garantia que traduza incisos, temos os direitos sociais; os elementos constitutivos da cidadania (civil, político e social). Depois, elabore um e os artigos 14, 15 e 16 e incisos texto sobre a sua aplicação na vida do cidadão e apresente para a turma. dispõem sobre os direitos políticos. 5. Respostas pessoais. Cidadania globalizada é aquela que pressupõe uma transversalidade cultural, econômica, linguística, tecnológica etc., com liberdade, pois o cidadão mantém seus direitos nacionais e ainda usufrui de direitos internacionais ao transitar por outros países. Para os imigrantes, a questão apresenta-se de forma oposta: na maioria das vezes não são bem recebidos pelos países ou cidades aonde chegam, sofrem preconceitos de todos os tipos (culturais, étnicos, linguísticos etc.), perdem seus direitos civis, políticos e sociais quando deixam seus locais de origem e dificilmente adquirem esses direitos nos países aonde chegam. 97

PESQUISA Esta pesquisa é direcionada às questões da desigualdade social, fator que inibe a cidadania em sua concretude. A fonte da pesquisa é o texto Odalacdidoaadvaensisao constitucional de 1988, a Constituição Cidadã. Com base nele, os alunos deverão verificar a efetividade dos direitos garantidos no texto, comparar com dados obtidos em portais de pesquisa e estatísticas, bem como observar a realidade a partir dessa investigação para elaborarem uma análise crítica sobre o tema. Pretende-se que os alunos desenvolvam o senso crítico, ao mesmo tempo que conheçam seus direitos e possam reivindicá-los em caso de violação. Antes de introduzir o tema, peça aos alunos que discorram sobre o que entendem e qual percepção têm sobre desigualdade social. Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens N a seção anterior, você aprendeu sobre a evolução do conceito de cidadania e de seus elementos civis, políticos e sociais. No Brasil, a Constituição Federal de 1988 é tida como a Constituição Cidadã, fazendo com que a cidadania, nas palavras do historiador e cientista político brasileiro José Murilo de Carvalho, em sua obra Cidadania no Brasil: o longo caminho, “caísse na boca do povo” e se transformasse em sujeito, pois não mais dizemos que o povo deseja ou necessita de algo, mas, sim, que a cidadania quer que algo seja feito. Desse modo, vamos pesquisar quais direitos sociais foram conquistados a partir da promulgação da Constituição, em 1988. Para ter parâmetros sobre como estava a sociedade brasileira antes dessa Constituição, é necessário retroceder um pouco no tempo e comparar a evolução desses direitos. esigualdade ainda atinge população mais vulnerável Não rrego da ru egra, São Paulo, SP, em escreva no seu 1. Para conhecer mais esse importante documento, faça a seguinte pesquisa: livro. a) Tome como ponto de partida a Constituição Federal de 1988. A pesquisa poderá se • Pesquise quais são os direitos e as garantias previstos nessa Carta Magna estender pela cidade, para o exercício da cidadania no que se refere aos direitos sociais. com visitas a ONGs Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. que trabalham com Acesso em: 18 jan. 2020. questões sociais. Para auxiliar, oriente b) Reúnam-se em grupos e dividam os temas de modo que cada equipe a pesquisa a sites pesquise apenas um dos direitos, por exemplo: educação, saúde, previdência de organizações que social, assistência social etc. Identifiquem quais foram os avanços em relação atuam pela cidadania à disposição legal prevista na Constituição e criem um quadro coletivo (exemplo: Movimento com essas informações. Façam uma visita virtual ao Museu da República Nossa São Paulo, na e conheçam mais a história das Constituições brasileiras. Disponível em: cidade de São Paulo; http://museudarepublica.museus.gov.br/o-programa-pro-memoria-da- Atados; entre outras). constituinte-2/. Acesso em: 22 jan. 2020. O quadro coletivo deverá conter as informações colhidas por todos os grupos e ser apresentado em forma de infográfico. 98


Juventude Plural_Manual Professor

The book owner has disabled this books.

Explore Others

Like this book? You can publish your book online for free in a few minutes!
Create your own flipbook