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Juventude Plural_Manual Professor

Published by Tecnologia da Informação - DSOP, 2020-10-28 19:31:23

Description: Juventude Plural Projeto de vida _Manual do professor_atualizado em fev.2022

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ANATOMIA DO CÉREBRO HUMANO Córtex pré-frontal esquerdo Hemisfério esquerdo Hemisfério direito Lobo frontal Foto: SciePro/Shutterstock; ilustração: Lobo parietal Beatrice Jacob/Arquivo da Editora. Lobo occipital Lobo temporal Fonte: LENT, Roberto. Cem bilhões de Cerebelo neurônios? Conceitos fundamentais da Tronco encefálico neurociência. São Paulo: Atheneu, 2010. E como se entra no tal fluxo? Csikszentmihalyi afirma que o segredo é buscar Não atividades nas quais se possa usar todo o seu talento. Tem de ser um desafio não escreva muito fácil a ponto de ser entediante, nem tão difícil que se torne frustrante. no seu Procurar experiências desse tipo é recompensador e traz níveis bem altos de felicidade. Claro que infelizmente nem todo mundo tem a sorte de encontrar livro. desafios assim no trabalho. Nesse caso, um hobby pode ajudar na busca por engajamento e por momentos de fluxo – pode tanto ser uma atividade manual ou intelectual quanto um esporte. AXT, Barbara. A busca da felicidade. Superinteressante. São Paulo: Abril, 27 mar. 2017. Disponível em: https://super.abril.com.br/cultura/a-busca-da-felicidade/. Acesso em: 28 dez. 2019. agora é com você! 1. Para realizar qualquer coisa, é preciso idealizá-la, desejá-la e, então, planejá-la. Se não houvesse limitações nas suas opções de vida, qual seria seu sonho? Como você se imaginaria daqui a cinco ou dez anos? Compartilhe com os colegas e anote no portfólio. Respostas pessoais. É importante respeitar a verbalização dos desejos mais íntimos dos alunos. Neste momento, não é necessário que eles se prendam à condição financeira ou carreira, mas que se imaginem em um futuro “possível”, sem empecilhos para alcançar o que almejam. 2. Com base nas reflexões que você fez sobre quem é e o que quer ser, além de considerar seus valores, competências e habilidades, vamos falar do futuro de forma mais realista. a) Que área você pretende seguir profissionalmente? No portfólio, anote como chegou a essa decisão e relacione a profissão ou a área desejada com o seu sonho e o seu projeto de vida. Resposta pessoal. Espera-se que, neste momento, os alunos já consigam visualizar a área em que teriam mais sucesso, mas deixe-os à vontade para exporem as suas dúvidas. Eles podem fazer a relação falando dos ganhos financeiros, do equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, do impacto da profissão na comunidade e no mundo etc. b) Troque as anotações com um colega e auxilie-o a definir as etapas necessárias para seguir a profissão que ele escolheu e imagine que cada etapa é um degrau com prazo definido. Em uma cartolina, desenhe os degraus e determine as datas e as ações necessárias. Se achar adequado, inclua ações concomitantes para que o colega realize o projeto de vida dele. Instrua os alunos a complementar os cartazes com imagens do que esperam para si na realização profissional. Incentive-os a pensar em datas como “em janeiro de 2024” em vez de “daqui a dois anos”, por exemplo. Retome as apresentações sobre as diversas profissões a fim de que eles considerem todas as etapas. c) Com os colegas, organizem uma exposição dos trabalhos em sala de aula montando um mapa das escolhas profissionais da turma. Formem grupos por área ou profissão, a fim de conversarem sobre esse processo e como podem se ajudar mutuamente neste caminho. 199 Incentive os alunos a formarem um grupo em uma rede social para trocar informações e compartilhar as vitórias e as dificuldades. Além de aprenderem a lidar com críticas, aperfeiçoarão habilidades de comunicação.

Portfólio Oriente os alunos a escreverem o seu projeto de vida. A cada etapa concluída, permita que compartilhem a experiência em uma roda de conversa para que tirem dúvidas e alinhem as ideias. Ao longo deste livro, eles tiveram a oportunidade de refletir sobre cada um dos itens abordados, além de se desenvolverem e melhorarem habilidades. Utilize essas conversas também como uma autoavaliação. OPrmoejeuto de vida Não escreva no seu livro. • Chegou o momento de reunir tudo o que viu, estudou e vivenciou até aqui para elaborar o roteiro do seu Projeto de vida. Siga as etapas. Esclareça aos alunos que o prazo pode a) Reúna todo o material que você elaborou: a criação da sua roda da vida, o ser curto, como bimestral, ou médio, levantamento das profissões, a aplicação prática do sistema de ecologia na como anual. Isso vai depender do sua vida, dinâmica de grupo e o mapa das escolhas profissionais da turma. projeto de vida de cada um e de quanto tempo, em média, levará para concluir b) Defina o seu plano de ação, incorporando datas e habilidades a serem cada uma das etapas. Defina com eles desenvolvidas ou melhoradas. algumas perguntas que podem fazer a si mesmos para esse monitoramento, c) Estabeleça um prazo para o monitoramento e a avaliação do seu trajeto. por exemplo: “Como me sinto no Utilize o cronograma a seguir para auxiliá-lo nesse processo. decorrer desse processo?”; “O que me incomoda e como posso melhorar nessa PROJETO DE VIDA questão?”; “As áreas da minha vida pelas quais prezo estão sendo atendidas como eu gostaria?” etc. 1 IDENTIDADE E 2 INTENCIONALIDADE E 3 SONHOS E METAS AUTOCONHECIMENTO DETERMINAÇÃO QUAIS SÃO OS MEUS ONDE E COMO ESTOU? OBJETIVOS? POR QUE FAZER UM PROJETO DE VIDA? 6 RECURSOS E OUTROS 5 ESTRATÉGIAS 4 REDES DE APOIO SUPORTES COMO VOU REALIZÁ-LO? QUE COM QUEM POSSO COM QUE MEIOS? AÇÕES POSSO COLOCAR EM CONTAR? PRÁTICA PARA AVANÇAR NO MEU DESENVOLVIMENTO E ATINGIR AS MINHAS METAS? 7PRAZOS 8 AVALIAÇÃO QUANDO FAREI CADA ESTOU NO CAMINHO CERTO? UMA DAS AÇÕES? O QUE MUDARIA? d) Elabore o seu Projeto de vida da forma que faça mais sentido para você: uma ilustração, um cartaz, um aplicativo de gestão de tarefas, um vídeo etc. É necessário que o seu roteiro seja significativo e claro, auxiliando-o a alcançar o que deseja. Veja orientações no Manual do Professor. 200

autoavaliação Na sua opinião, como foi o seu desempenho durante o estudo deste capítulo? Faça uma autoavaliação no portfólio, reproduzindo nele o quadro abaixo, e, em seguida, preencha-o conforme a sua percepção sobre o seu aprendizado. Retomei conceitos importantes para a SIM EM PROCESSO AINDA NÃO construção do Projeto de vida? Conheci as áreas de atuação e as profissões, Não ampliando meu olhar e meu repertório para escreva as múltiplas oportunidades existentes? no seu Conheci a teoria de desenvolvimento humano de Urie Bronfenbrenner e a relacionei à livro. construção do Projeto de vida? Valorizei o meu trajeto pessoal para a Respostas pessoais. Veja orientações no Manual do Professor. construção do Projeto de vida? Refleti sobre meu autoconhecimento entrando em contato com minhas características pessoais ao vivenciar uma dinâmica de grupo? Relacionei meu autoconhecimento com meu Projeto de vida? Elaborei meu Projeto de vida seguindo as etapas necessárias para sua realização? meu trajeto • Com a orientação do professor e com base nos itens a seguir, construa a sua trajetória e planeje o seu Projeto de vida. MINHAS PERCEPÇÕES QUE ATITUDES MINHAS O QUE EU DESEJO PARA QUAIS ESTRATÉGIAS SOBRE PROJETO MUDARAM DEPOIS O MEU FUTURO? QUAIS POSSO UTILIZAR? DE VIDA SÃO: DESSE APRENDIZADO? SÃO AS MINHAS 4 1 2 3 METAS? 201 Respostas pessoais. Veja mais orientações no Manual do Professor.

PARA EXPLORAR UNIDADE 1 - IDENTIDADE Capítulo 1 – Comunidades de aprendizagem ANNE with an E. Criação: Moira Walley-Beckett. Chris Reardon/Net ix/Courtesy Canadá: Netflix, 2017. Série. Everett Collection/Fotoarena Essa série, baseada no livro Anne de Green Gables, da escritora canadense Lucy Maud Montgomery, aborda diversas questões, como a desconstrução do sistema familiar tradicional, quando uma garota órfã é adotada por engano. SOCIEDADE dos poetas mortos. Direção: Peter Weir. EUA, Cena de Anne with an E. 1989 (128 min). Longa-metragem. Ao descobrirem que o professor faz parte de um clube que se reúne para ler poesia, os alunos de uma tradicional escola repetem a iniciativa e criam um clube de leitura. ZUSAK, Markus. A menina que roubava livros. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2005. Em busca de conhecimento e de companhia, uma garota, vivendo em plena Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, rouba diversos livros. A história é narrada pela Morte, que se afeiçoa pela menina e passa a acompanhar sua jornada. Capítulo 2 – Autoconhecimento Merrick Morton/Columbia Pictures/ Courtesy EverettCollection/Fotoarena A REDE social. Direção: David Fincher. EUA, 2010 (120 min). Longa-metragem. O filme narra a trajetória do jovem estudante Mark Zuckerberg durante a construção do que viria a ser uma das maiores redes sociais do mundo. Com uma visão de empreendedorismo aguçada, ele funda um império tecnológico ao mesmo tempo que precisa lidar com questões pessoais. Cena de A rede social. BODANSZKY, Lais. As melhores coisas do mundo. São Paulo. Imprensa Oficial, 2011. Ambientado dentro de uma escola, a história mostra o dia a dia de um adolescente que está enfrentando o divórcio dos pais. CHBOSKY, Stephen. As vantagens de ser invisível. Rio de Janeiro: Rocco, 2007. Elo Company/Acervo da distribuidora O livro é um romance epistolar, em que Charlie compartilha seu mundo com os leitores. A narrativa discute o ambiente escolar e a busca pelo amadurecimento na convivência com outras pessoas, culturas e ideias. Capítulo 3 – Indivíduo e meio ambiente dReepArmodauzçôãnoiadeotecranrata. z AMAZÔNIA eterna. Direção: Belisario Franca. Brasil, 2012 (88 min). Documentário. É possível extrair recursos da Floresta Amazônica de maneira sustentável? Nesse documentário, são apresentadas propostas bem-sucedidas de utilização de seus recursos naturais, que beneficiam diretamente a população local. 202

UMA VERDADE mais inconveniente. Direção: Bonni Cohen e Jon Shenk. EUA, 2017 (98 min). Documentário. Dez anos após o lançamento do documentário Uma verdade inconveniente, em que Al Gore – ex-vice-presidente dos Estados Unidos – pede aos países que se unam contra o aquecimento global, o tema é retomado para mostrar as consequências da crise climática mundial. UNIDADE 2 - ALTERIDADE Ática/Acervo da editora Capítulo 4 – Encontro com o outro JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2006. Esse livro, publicado em 1960, é o diário de Carolina Maria de Jesus, catadora de papel. A autora, mãe de três filhos, registra o dia a dia na comunidade do Canindé, na cidade de São Paulo, em uma linguagem oral e objetiva. NEGRO, Mauricio (Org.). Nós: uma antologia de literatura indígena. Reprodução da São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2019. capa de Quarto Essa coletânea apresenta dez histórias – dos mitos de origem às histórias de amor de despejo: impossível – contadas ou recontadas por escritores de diferentes comunidades diário de uma favelada. indígenas, como Saterê-Mawé, Maraguá e Pirá-Tapuya Waíkhana. O livro traz ainda um glossário e um texto informativo sobre a comunidade indígena de origem do autor. YOUSAFZAI, Malala; LAMB, Christina. Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. O livro conta a história de Malala, uma estudante paquistanesa que sofre uma emboscada na saída da escola e é baleada pelo regime Talibã. A garota sobrevive ao atentado, vence o prêmio Nobel da Paz, em 2014, e passa a militar em defesa de meninas do mundo inteiro pelo direito à educação. Capítulo 5 – Relações interpessoais Divulgação/Rosana Mauro Jr./ Olhar Distribuição FERRUGEM. Direção: Aly Muritiba. Brasil, 2018 (100 min) Longa-metragem. Após o vídeo íntimo de uma garota ter sido compartilhado, via redes sociais, com os colegas de sua escola, o filme propõe uma discussão a respeito do bullying e do cyberbullying. SEGUNDA chamada. Criação: Carla Faour, Jô Bilac e Cena de Ferrugem. Júlia Spadaccini. Brasil, 2019. Série. A série aborda o cotidiano do ensino noturno de uma escola pública para jovens e adultos. Conciliando trabalho e educação, e na luta contra o cansaço e a evasão escolar, os alunos estudam em um ambiente inapropriado, com paredes pichadas, lousas danificadas e ventiladores quebrados. 203

Capítulo 6 – Cidadania Gatacine/Europa FilmesDistribuição BRADBURY, Ray. Fahrenheit 451. Rio de Janeiro: Biblioteca Azul, 2013. Em um futuro distópico, os livros tornam-se objetos proibidos e acabam queimados em praça pública. COLEGAS. Direção: Marcelo Galvão. Brasil, 2012 (94 min). Reprodução do cartaz Longa-metragem. de Colegas. Em busca pela realização de seus sonhos, três amigos portadores da síndrome de Down fogem do instituto em que vivem e partem em uma grande aventura de superação e aprendizagem. Capítulo 7 – Jovem cidadão: direitos e deveres AS SUFRAGISTAS. Direção: Sarah Gavron. França/ Steffan Hill/Focus Features/Courtesy Reino Unido, 2015 (96 min). Longa-metragem. Everett Collectio/Fotoarena Até hoje, em algumas regiões do mundo, as mulheres são proibidas de votar. O filme conta a história de um grupo de mulheres que, no início do século XX, se dispôs a lutar pelo direito ao voto no Reino Unido. FORA de série. Direção: Paulo Carrano. Brasil, 2018 Cena de As sufragistas. (90 min). Documentário. O documentário narra uma pesquisa feita com estudantes do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), de 13 instituições públicas do Rio de Janeiro, e mostra os desafios e as dificuldades – dentro e fora da escola – na busca por uma formação escolar de qualidade. UNIDADE 3 - MULTIPLICIDADE Capítulo 8 – Diferentes, porém iguais 3%. Criação: Pedro Aguilera. Brasil: Netflix, 2016. Boutique Filmes/Net ix Série. E se apenas uma pequena parcela da população Personagens da série 3%. pudesse viver em um local com comida em abundância, moradia digna, saneamento básico, cultura e lazer? Nesse futuro distópico, ao completarem 20 anos, os jovens entram em um processo seletivo agressivo para tentarem uma vaga entre os 3%. MITCHELL, Jane. Uma travessia perigosa. São Paulo: FTD, 2018. Inspirado em fatos reais, o livro conta a história de um jovem sírio e sua família em uma jornada para deixar o país, assolado pela guerra, rumo à Europa. PALACIO, R. J. Extraordinário. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013. Por conta de uma doença genética que o obrigou a fazer uma série de cirurgias no rosto, um garoto se torna bastante tímido e receoso ao ficar perto de outras pessoas e prefere sair de casa usando um capacete de astronauta. 204

Capítulo 9 – Mundo do trabalho Francois Duhamel/Warner Bros./ Courtesy Everett Collection/Fotoarena UM SENHOR estagiário. Direção: Nancy Meyers. EUA, 2015 (121 min). Longa-metragem. Um aposentado decide voltar ao mercado de trabalho e precisa aprender a lidar com uma nova geração completamente antenada às redes sociais e ao meio digital. ORWELL, George. A revolução dos bichos. São Paulo: Cena de Um senhor estagiário. Quadrinhos na Cia, 2018. Os animais de uma fazenda, em busca de um ambiente mais igualitário e justo, tomam o poder dos humanos. No entanto, o que era para ser um ato de justiça, acaba se tornando uma ação totalitária. Capítulo 10 – Empreendedorismo: Ilze Kitshoff/Net ix/Courtesy navegar para o futuro Everett Collection/Fotoarena JOY: o nome do sucesso. Direção: David O. Russell. EUA, 2015 (124 min). Longa-metragem. Desde pequena, Joy era bastante criativa. Apesar de sua vida difícil, ela se torna uma grande empreendedora e inventora de uma série de produtos. Baseado em fatos reais. O MENINO que descobriu o vento. Direção: Chiwetel Ejiofor. Malawi/Reino Unido, 2019 (113 min). Longa-metragem. O jovem William Kamkwamba, do Malawi, na África, com base na leitura de livros da biblioteca em que estuda, constrói um sistema de moinho e bombeamento de água e muda a realidade da região onde mora. Capítulo 11 – Educação financeira KINSELLA, Sophie. Os delírios de consumo de Becky Bloom. Cena de O menino que Rio de Janeiro: Record, 2001. descobriu o vento. O livro conta a história de Becky Bloom, que se recusa a controlar as finanças e acaba gastando além das suas possibilidades, mostrando o que não deve ser feito em relação ao consumo. UM SONHO possível. Direção: John Lee Hancock. EUA, 2009 (129 min). Longa-metragem. Um estudante vive uma grande mudança quando uma família o encontra na rua, em uma noite fria e chuvosa. O garoto passa a receber tutoria e acaba descobrindo um grande sonho: a possibilidade de ser jogador de futebol americano profissional. Capítulo 12 – Projeto de vida MENTES perigosas. Direção: John N. Smith. EUA, 1995 (99 min). Longa-metragem. Uma ex-fuzileira naval abandona a carreira para se tornar professora em uma escola pública. As barreiras econômicas e sociais que ela enfrenta tornam o trabalho bastante complexo, obrigando-a a usar métodos não convencionais para engajar a turma. SILVERSTEIN, Shel. A parte que falta. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2018. O protagonista dessa história percebe que não está completo e sai em busca da parte que lhe falta. Porém, ao explorar o mundo, acaba descobrindo que a felicidade não está no outro, mas em si mesmo. 205

Referências bibliográficas ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. São Paulo: os estudantes se defrontam com temas atuais para que possam Companhia das Letras, 2013. lidar com problemas significativos do mundo real. Em 1930, Drummond publicou esta obra e, por meio de poemas- -piada, como “Anedota búlgara”, que está presente no Capítulo BENEVIDES, Maria Victória de Mesquita. Cidadania e democracia. 4, o autor faz um desabafo sobre sentimentos que o amarguravam. Lua Nova: Revista de Cultura e Política. São Paulo, n. 33, ago. 1994. “Anedota búlgara” é uma crítica ao czar que não via problema em Nesse artigo, Benevides mostra como foi construída a compreen- perseguir e matar pessoas, mas achava um absurdo matar borbo- são sobre o cidadão como portador de direitos e deveres e a visão letas. O poema-piada faz o aluno refletir sobre o conceito de alte- de diferentes graus de liberdades ou direitos. Seu trabalho traz ridade, a importância de respeitar o outro, apesar das diferenças, a discussão de cidadania costurada a uma análise do momento e de não olhar apenas para si mesmo. de redemocratização no Brasil, com foco no período pós-Cons- tituição de 1988. Esse texto contribui para a fundamentação dos BACICH, Lilian; MORAN, José (Org.). Metodologias ativas para Capítulos 6 e 7. uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. BRAGA NETO, Adolfo; SAMPAIO, Lia Regina Castaldi. O que Bacich e Moran apresentam teorias e práticas pedagógicas que é mediação de conflitos. São Paulo: Brasiliense, 2007. (Coleção valorizam o protagonismo dos estudantes no processo de apren- Primeiros Passos). dizagem. Os autores apresentam práticas que incitam a curiosida- Nesse livro, os autores discorrem sobre o que é mediação de de e propõem desafios. As atividades e estratégias propostas aos conflitos: um processo pacífico de busca de soluções criativas e estudantes desta obra baseiam-se em metodologias ativas para possíveis. Permite a possibilidade de visualizar sua dinâmica, com uma educação inovadora. novos paradigmas na prevenção, gestão e resolução de conflitos entre as partes, reconhecendo a complexidade nas relações in- BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. Ministério da educação. terpessoais. Esse tema é abordado no Capítulo 5, que trata de relações interpessoais. O conteúdo desta obra foi construído a partir das diretrizes estabe- lecidas por esse documento. As habilidades e competências previs- BROGNA, Marcos. Trilogia contemporânea: diversidade. São tas pela BNCC permeiam o desenvolvimento desta obra, levando Paulo: OPEE, 2015. o estudante a desenvolver as habilidades e competências previstas Nessa obra, Brogna integra uma trilogia de temas extremamente na Base Nacional Comum Curricular voltadas para o Ensino Médio. atuais para jovens: diversidade, igualdade e sustentabilidade. No livro Diversidade, o autor apresenta uma gama de aspectos so- BATTLE, Michael. Ubuntu: I in you and you in me. Nova York: bre diversidade, discute importantes tópicos como preconceito, Seabury Books, 2009. Posição 84. Edição eletrônica. bullying, machismo, sexualidade, situação de pessoas com defi- ciência e o que é considerado “normal” em nossa sociedade. O A filosofia Ubuntu, abordada nesta obra de Battle, é apresentada livro contribuiu para as discussões acerca de preconceito e do no Capítulo 4, reforçando ao estudante a importância de respeitar bullying que permeiam esta obra. o lugar do outro, exercendo o conceito de alteridade, que é o tema da Unidade. Ubuntu é uma filosofia africana que mostra o BRONFENBRENNER, U. A. Ecologia do desenvolvimento hu- quanto precisamos aprender a enxergar com os olhos do outro mano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artes para nos tornarmos mais humanos. Médicas, 1996. Bronfrenbrenner estabelece quatro níveis dinâmicos de relação: BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no a pessoa, o processo, o contexto e o tempo. Conhecer sua teo- mundo atual. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. ria é fundamental para entender o desenvolvimento humano. O livro Neste livro, Bauman mostra a ambiguidade entre a segurança que valoriza os processos psicológicos e sua relação com as multidetermi- uma comunidade oferece e a questão da liberdade (diminuição de nações ambientais, sem negligenciar a importância dos fatores bio- autonomia, direito à autoafirmação e à identidade). Bauman aponta lógicos no decorrer do desenvolvimento. Com este autor finalizamos uma abordagem sem ilusões: “não seremos humanos sem seguran- a obra, no Capítulo 12, trazendo outros olhares e colocando-o em ça ou sem liberdade”. A obra de Bauman contribui para o entendi- evidência, para que os estudantes tenham uma visão global a respei- mento do Capítulo 4, que parte do conceito de comunidades de to do seu próprio processo de desenvolvimento integral. aprendizagem para que o estudante entenda como a identidade é constituída também por meio do outro e nos ambientes dos quais CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo cami- faz parte. nho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. Este livro fala sobre a democracia brasileira desde os primeiros pas- BENDER, William N. Aprendizagem baseada em projetos: edu- sos do Brasil independente, ainda na época da Monarquia, passan- cação diferenciada para o século XXI. Porto Alegre: Penso, 2014. do pela República até os dias de hoje. O Capítulo 6 traz à reflexão Em seu livro, Bender apresenta técnicas de ensino para as salas de do estudante a questão da desigualdade social, tema tratado por aula no século XXI, abordagem da metodologia dos projetos e dire- Carvalho em sua obra. Trata também do surgimento da Constitui- trizes, permitindo aos estudantes trabalharem de forma cooperativa ção de 1988 e sua importância para garantir a todos os mesmos na busca por soluções. Essa temática pode ser aplicada a todas as direitos, combatendo a desigualdade social. unidades desta obra, pois propõe atividades desafiadoras em que 206

DE MASI, Domenico. O futuro do trabalho: fadiga e ócio na so- tésica, a naturalista e a existencial. Esse conceito está presente no ciedade pós-industrial. 8. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003. Capítulo 5, embora esteja também nos demais capítulos, promo- O conceito de ócio criativo, estabelecido por Domenico de Masi, vendo uma educação integral e democrática. O papel da escola é, pode ajudar os estudantes a pensarem em novas ferramentas para sobretudo, preparar os alunos para o que enfrentarão na vida, sem o mundo do trabalho, que é o tema do Capítulo 9. Criatividade, deixar de oferecer amplas possibilidades de realização em todos criticidade, motivação, inovação são competências e conceitos im- os campos de atuação. A aprendizagem pode ser obtida por meio portantes para os problemas do mundo atual, e é por isso que os da interdisciplinaridade, em que o adulto deve ser um elemento alunos precisam desenvolver essas características. De Masi aponta mediador de conhecimento. também que o ócio criativo proporciona vantagens econômicas e propõe uma combinação harmoniosa de trabalho, estudo e lazer: o GERGEN, Kenneth J.; GERGEN, Mary. Construcionismo social: cuidado consigo mesmo, o cuidado com o outro (família, amigos) e um convite ao diálogo. Rio de Janeiro: Instituto Noos, 2010. o cuidado com a coletividade, respectivamente, trabalho, produtivi- Gergen, através desse livro, fala sobre as contribuições do constru- dade e sociedade, que são temas essenciais desta obra. cionismo social para uma postura de corresponsabilidade nas ações dos indivíduos ao nos dizer que somos ator e autores de mudan- DELL PRETTE, Almir; DELL PRETTE, Zilda A. P. Competência so- ças no mundo. Usa os conceitos de responsabilidade relacional, cial e habilidades sociais. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2017. co-criação de realidades na concepção de mundos sociais constru- Nesse livro, os autores centralizam os principais conceitos teórico- ídos por nós mesmos, em nossas relações mútuas na sociedade, -práticos sobre as competências sociais, cujas necessidades são em nossas conversações constitutivas de relações e realidades. tão presentes atualmente. É um livro que atende às demandas de Ele nos convida a refletir sobre como nossas crenças determinam desempenho social em vários contextos, falando de modalidades nossas ações. Daí a sua contribuição para o desenvolvimento de assertivas e empáticas e de modelos de relações interpessoais, uma postura de responsabilidade e construção social. Essa postura conceitos presentes ao longo de todos os capítulos desta obra. É encontra-se presente em toda a abordagem desta obra. uma amostra da diversidade em várias áreas: educacional, escolar, desenvolvimento pessoal, mundo do trabalho, saúde, entre outras. GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. DELORS et al. Educação: um tesouro a descobrir. 4. ed. São Pau- Das fronteiras da psicologia e da neurociência, Goleman trouxe o lo: Cortez; Brasília: MEC/Unesco, 2000. conceito de “duas mentes” – a racional e a emocional – e explicou Neste livro, Delors propõe um projeto para a humanidade, con- como elas moldam o ser humano. Ele afirma que a consciência das siderando que a vida moderna é marcada pela globalização e emoções e a habilidade em saber administrá-las são fatores essen- consequente interdependência planetária. Ele alicerça a educação ciais para o desenvolvimento da inteligência do indivíduo e mostra em princípios de solidariedade, ética, justiça, tendo a democracia como a incapacidade de lidar com as próprias emoções pode minar como norteadora das ações humanas. Por meio dos seus pilares o desenvolvimento humano. Goleman introduz também o concei- para a educação e para a aprendizagem: aprender a conhecer, to de inteligência emocional, que determina nosso potencial para aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser, propõe um aprender os fundamentos do autodomínio. Esses conceitos, inte- projeto de cooperação internacional, conciliando tanto o desen- grados às inteligências múltiplas, acompanham esta obra em todos volvimento econômico quanto o humano para a construção de os seus capítulos, mais especificamente no Capítulo 5. uma sociedade sustentável. Os pilares propostos por Delors pas- seiam por todos os capítulos desta obra (de forma mais específica HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. São Paulo: Com- no Capítulo 2). panhia das Letras, 2015. Harari é conhecido mundialmente pelos seus best-sellers Sapiens DIMENSÕES E DESENVOLVIMENTO das Competências Gerais – uma breve história da humanidade e Homo Deus – uma breve da BNCC. história do amanhã, que trazem uma compreensão sobre o papel Para construir o conteúdo com base na BNCC, o livro se apoiou do homem e a civilização. Diferente dos sucessos anteriores (que no documento Dimensões e Desenvolvimento das Competências focalizam o passado da humanidade), em 21 lições para o século Gerais da BNCC, que destrincha as dimensões e sub-dimensões 21, Harari traz novos questionamentos sobre o presente e aponta que compõem cada uma das 10 Competências Gerais da BNCC, alguns desafios para o futuro. Ele traz paradoxos atuais, fazendo indicando como elas devem evoluir da Educação Infantil até o um contraponto entre indivíduo e sociedade, e reforçando que a Ensino Médio. cooperação global é fundamental para superar problemas. DIMENSTEIN, Gilberto. Heróis invisíveis. São Paulo: Wide A partir dos conceitos de Harari, focamos, para esta obra, nas Publishing, 2004. competências sobre flexibilidade, adaptabilidade, necessidade Em seu livro, Dimenstein apresenta “50 personagens invisíveis” da de aprender sempre e a certeza de que mudanças vão acontecer. cidade de São Paulo, pessoas que atuam em projetos sociais em seus bairros e comunidades mesmo enfrentando problemas de MARSHALL, Thomas Humphrey. Cidadania, classe social e status. falta de recursos financeiros ou com limitações físicas. A obra de Rio de Janeiro: Zahar, 1967. Dimenstein reforça o conceito de alteridade que é trabalhado nes- Nesta obra, o autor apresenta o conceito de cidadania a partir do te livro ao mostrar que, mesmo em meio a adversidades, é possível conjunto de três elementos de natureza normativa: civil, política ajudar outros e construir uma sociedade mais igualitária e justa. e social. O Capítulo 6 traz este tema para que o estudante possa refletir a respeito da cidadania e de como ela é exercida, ou não, GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a teoria das Inteligên- na sociedade brasileira atual. A partir dos conceitos estabelecidos cias Múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. por Marshall, o conteúdo desse capítulo leva o aluno a compreen- A proposta de Gardner apresenta um novo conceito de inteligên- der a importância de vivenciar a cidadania de forma plena, com- cia: as inteligências múltiplas, que são: a linguística, a interpessoal, preendendo os três elementos indicados por ele. a intrapessoal, a lógico-matemática, a musical, a espacial, a cines- 207

ODUM, Eugene. Fundamentos de ecologia. 6. ed. Fundação de sustentabilidade para considerações de oito dimensões: so- Calouste Gulbenkian. 1979. cial, cultural, ecológica, ambiental, territorial, econômica, política Essa é uma obra clássica nos estudos sobre ecologia, pois sis- nacional e política internacional, temas presentes no Capítulo 3, tematiza os conceitos basilares como dinâmica demográfica, fundamentando a compreensão do tema. genética de populações, diversidade biológica e a inter-relação entre as condições de clima, solo, relevo e as dinâmicas das SCHABBEL, Corinna. Mediação escolar de pares: semeando a espécies. Seu trabalho focaliza também a “ecologia humana”, paz entre os jovens. São Paulo: Willis Harman House, 2002. trazendo um enfoque sistêmico e holístico às questões ambien- Schabbel mostra como intervir em conflitos e gerenciá-los de for- tais e suas interações com a sociedade, bem como os impactos ma eficaz, procurando tirar aspectos positivos de cada situação. sobre recursos naturais e processos ecológicos. Sua contribui- Para isso, demonstra como a presença de uma terceira pessoa ção está centrada no Capítulo 3 – Indivíduo e meio ambiente –, auxilia as partes conflitantes para que cheguem a um consenso. fundamentando o conceito de ecologia. Como lidar com conflitos é um tema abordado no Capítulo 5. ONU; COMISSÃO MUNDIAL DE MEIO AMBIENTE E DESENVOL- SCHUMPETER, Joseph A. Capitalismo, socialismo e democracia. VIMENTO; COMISSÃO BRUNDTLAND. Nosso futuro comum. 2. Unesp, 2017. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getulio Vargas, 1991. Schumpeter é considerado um dos mais importantes economistas O relatório “Nosso futuro comum”, também conhecido como do século XX, por explicar processos como os ciclos econômicos e “Relatório Brundtland”, é uma obra fundamental para a constru- discutir o funcionamento da economia capitalista. Neste livro, publi- ção do conceito de sustentabilidade. Ele resulta de um estudo cado originalmente em 1942, o autor introduz um termo muito co- iniciado em 1983 por uma comissão de especialistas internacionais nhecido até hoje, o de “destruição criativa”, que descreve a entrada (a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento), de empreendedores na economia trazendo rupturas na forma como chefiada pela ex-primeira ministra da Noruega – Gro Harlem Brun- as empresas tradicionais fazem os seus negócios. A contribuição de dtland (daí o nome alternativo da comissão e do relatório). Schumpeter está presente no Capítulo 10, fundamentando a visão sobre o papel dos empreendedores na sociedade. Esse relatório é uma das principais referências do Capítulo 3 – Indivíduo e meio ambiente –, fundamentando o conceito de de- SLUSKI, Carlos E. A rede social na prática sistêmica: alternativas senvolvimento sustentável e trazendo também a perspectiva trans- terapêuticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. geracional da problemática ambiental, além do histórico sobre as Slusky nos mostra a influência das redes sociais na construção da conferências da ONU sobre o tema. subjetividade e da identidade, enriquecendo a percepção de cada indivíduo como ser social. Os conceitos e percepções são entendi- ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Saúde e sexua- dos como ferramentas para o desenvolvimento humano. O mapa lidade de adolescentes: construindo equidade no SUS. Brasília, de rede pessoal-social pode ser definido como a soma de todas as DF: OMS/Ministério da Saúde, 2017. p. 29-31. relações que os indivíduos percebem como significativas e explora Esse importante relatório é citado no Capítulo 2, que trata sobre a dinâmica dos processos da interface indivíduo-rede social pes- o autoconhecimento e a construção da identidade que ocorre soal. Ao construírem seu mapa de rede pessoal-social, no Capítulo durante a adolescência, período em que o indivíduo começa a 1, os estudantes vão mapear suas relações mais significativas, que entender sua responsabilidade perante suas atitudes e escolhas, correspondem ao nicho interpessoal da pessoa e contribuem para com deveres a cumprir e direitos a defender. Um importante dever seu próprio reconhecimento como indivíduo. do cidadão é o cuidado com a própria saúde e, para exercer essa responsabilidade, ele tem direito ao serviço de saúde público, VEIGA, José Eli da. Sustentabilidade: a legitimação de um novo previsto na Constituição. O objetivo de apresentar esse relatório valor. São Paulo: Senac, 2010. na obra é dar visibilidade e fomentar o debate sobre a saúde na Ele é autor de mais de 28 livros e uma das referências acadêmicas adolescência. mais respeitadas sobre o tema sustentabilidade. Nesse livro, o autor apresenta a dificuldade em se constituir uma única e consensual ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas definição clara sobre o conceito de sustentabilidade. No entanto, ara a ri orar re aciona entos essoais e rofissionais o ele alerta que isso não pode impedir a adoção de políticas públicas mais restritivas, e que governo, empresas e sociedade devem se Paulo: Ágora, 2006. abrir para as possibilidades da “economia verde”. Sua contribuição Marshall Rosenberg, apoiado na cultura da paz e na comunicação está presente no Capítulo 3 – Indivíduo e meio ambiente –, mos- não violenta (CNV), apresenta uma metodologia própria integran- trando a diversidade de compreensões sobre sustentabilidade, mas do teoria e prática, tentando buscar soluções contra os mal-en- pontuando que todas convergem para a ideia de continuidade, tendidos e os preconceitos. A CNV aprimora os relacionamentos perenidade e futuro. interpessoais diminuindo a violência na sociedade, transformando padrões de comportamento e de pensamento para chegar a uma VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins resolução pacífica dos conflitos, baseados no respeito mútuo e na Fontes, 2005. cooperação. Vygotsky apresenta, numa abordagem socioconstrutivista, a con- cepção de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), para explicar SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. o desenvolvimento cognitivo, que é a distância que existe entre o 2. ed. Rio de Janeiro: Garamond Ltda., 2002. que fazemos sozinhos de forma independente, o que fazemos com Sachs foi um dos redatores da declaração final da Conferência das a ajuda dos outros e aquilo que não sabemos fazer ainda. Essa ideia Nações Unidades de Estocolmo em 1972 (a primeira sobre o tema de aprendizagem nos ajuda a desenvolver o autoconhecimento e de meio ambiente e desenvolvimento). Na década de 1970, cons- está presente no Capítulo 2. Esses conceitos deixam claro que os truiu o conceito de ecodesenvolvimento, uma das bases para o estudantes podem desenvolver sua autonomia e se tornar protago- conceito de desenvolvimento sustentável, dos anos 1980. Seu livro nistas de seu processo de aprendizagem. Caminhos para o desenvolvimento sustentável amplia o conceito 208

MANUAL DO PROFESSOR PROJETO DE VIDA Professor, Este Manual foi elaborado com o objetivo de apoiá-lo em sua atividade didática e, sobre- tudo, ajudá-lo a desenvolver o Projeto de vida com seus estudantes no Novo Ensino Médio. Aqui você vai encontrar explicações para entender como o Livro do Estudante está organiza- do e orientações específicas sobre atividades presentes nele. Acreditamos que este livro será um eficiente instrumento mediador no processo de ensino e aprendizagem e de desenvolvimento para a construção dos conhecimentos dos sujeitos em interação. De acordo com a necessidade e o interesse de seus estudantes, as atividades propostas ao longo das unidades também podem ser ajustadas ou adaptadas para melhor se adequarem ao protagonismo dos estudantes e ao contexto social em que se inserem. Da mesma forma, os procedimentos apresentados neste Manual devem ser entendidos como sugestões, não como recomendações a serem estritamente seguidas, pois acreditamos na sua autonomia e capacidade criativa. São apenas, e mais, um dos caminhos possíveis para subsidiar a sua prática docente. Ao contribuir para a construção e desenvolvimento de Projetos de vida que proponham desafios e, consequentemente, desenvolvimento e satisfação pessoal aos seus estudantes, esperamos apoiá-lo na sua importante tarefa de formar jovens intelectualmente autônomos, mais justos e conscientes de seu papel social, pois apenas assim será possível edificar uma sociedade mais sustentável, digna e igualitária. Por fim, desejamos que esse trabalho con- junto também possa proporcionar a você realização e crescimento pessoal e profissional. Por ser uma obra não consumível, é essencial o uso de um caderno com o livro durante as aulas. Os estudantes farão uso do caderno para responder a algumas atividades e fazer anotações importantes, registrando, principalmente, o que lhes pode ser útil para criar o próprio portfólio e, no futuro, quando já tiverem devolvido o livro, que lhes sirva de suporte aos projetos pessoais. Os autores 209

sumário 1. O eixo Projeto de vida PROJETO VIVER EM COMUNIDADE I: Realidade em prática ....................... 244 no novo Ensino Médio........... 211 IDENTIDADE-ALTERIDADE .................... 231 Reflexão .............................................. 244 Portfólio .............................................. 244 2. O Projeto de vida e a Unidade 2 Autoavaliação .................................... 245 Base Nacional Comum Curricular (BNCC) .................. 212 Alteridade ..................... 232 CAPÍTULO 9 2.1. As Competências Gerais da MUNDO DO TRABALHO ....................... 245 BNCC................................... 212 CAPÍTULO 4 2.2. Áreas do conhecimento..... 215 ENCONTRO COM O OUTRO ................. 233 Por dentro do tema .......................... 245 2.3. Transdisciplinaridade.......... 216 Pesquisa.............................................. 246 2.4. O Projeto de vida e a Por dentro do tema ....................... 233 Outros olhares ................................... 246 juventude............................. 216 Pesquisa ........................................ 233 Bate-papo .......................................... 246 Outros olhares ............................... 233 Realidade em prática ....................... 246 3. Abordagem teórico- Bate-papo...................................... 233 Reflexão .............................................. 246 -metodológica ....................... 217 Realidade em prática..................... 233 Portfólio .............................................. 247 3.1. As metodologias ativas ...... 217 Reflexão......................................... 234 Autoavaliação .................................... 247 3.2. As dimensões do Portfólio......................................... 234 Projeto de vida.................... 217 Autoavaliação ................................ 234 CAPÍTULO 10 3.3. A transição entre as EMPREENDEDORISMO: dimensões do Projeto CAPÍTULO 5 NAVEGAR PARA O FUTURO.................. 247 de vida ................................. 218 RELAÇÕES INTERPESSOAIS .................. 234 3.4. Avaliação ............................. 218 Por dentro do tema ....................... 248 Por dentro do tema ....................... 235 Pesquisa ........................................ 248 4. Organização da obra ............. 218 Pesquisa ........................................ 235 Outros olhares ............................... 248 4.1. Objetivos didático- Outros olhares ............................... 235 Bate-papo...................................... 249 -pedagógicos Bate-papo...................................... 235 Realidade em prática..................... 249 das seções........................... 219 Realidade em prática..................... 235 Reflexão......................................... 249 4.2. Estratégias pedagógicas.... 221 Reflexão......................................... 236 Portfólio......................................... 249 Portfólio......................................... 236 Autoavaliação ................................ 249 5. Orientações específicas ......... 223 Autoavaliação ................................ 236 CAPÍTULO 11 Unidade 1 CAPÍTULO 6 EDUCAÇÃO FINANCEIRA...................... 250 CIDADANIA ........................................... 236 Identidade...................... 223 Por dentro do tema ....................... 250 Por dentro do tema ....................... 237 Pesquisa ........................................ 250 CAPÍTULO 1 Pesquisa ........................................ 237 Outros olhares ............................... 251 COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM... 224 Outros olhares ............................... 237 Bate-papo...................................... 251 Bate-papo...................................... 238 Realidade em prática..................... 251 Por dentro do tema ....................... 224 Realidade em prática..................... 238 Reflexão......................................... 251 Pesquisa ........................................ 225 Reflexão......................................... 238 Portfólio......................................... 251 Outros olhares ............................... 225 Portfólio......................................... 238 Autoavaliação ................................ 251 Bate-papo...................................... 225 Autoavaliação ................................ 238 Realidade em prática..................... 225 CAPÍTULO 12 Reflexão......................................... 226 CAPÍTULO 7 PROJETO DE VIDA ................................ 252 Portfólio......................................... 226 JOVEM CIDADÃO: Autoavaliação ................................ 226 DIREITOS E DEVERES ............................ 239 Por dentro do tema ....................... 252 Pesquisa ........................................ 252 CAPÍTULO 2 Por dentro do tema ....................... 239 Outros olhares ............................... 253 AUTOCONHECIMENTO......................... 226 Pesquisa ........................................ 239 Bate-papo...................................... 253 Outros olhares ............................... 239 Realidade em prática..................... 253 Por dentro do tema ....................... 227 Bate-papo...................................... 240 Reflexão......................................... 253 Pesquisa ........................................ 227 Realidade em prática..................... 240 Portfólio......................................... 253 Outros olhares ............................... 227 Reflexão......................................... 240 Autoavaliação ................................ 254 Bate-papo...................................... 227 Portfólio......................................... 241 Realidade em prática..................... 228 Autoavaliação ................................ 241 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........... 254 Reflexão......................................... 228 Portfólio......................................... 228 PROJETO VIVER EM COMUNIDADE II: Autoavaliação ................................ 228 ALTERIDADE-MULTIPLICIDADE ............. 241 CAPÍTULO 3 Unidade 3 INDIVÍDUO E MEIO AMBIENTE ............. 228 Multiplicidade ............... 243 Por dentro do tema ....................... 229 Pesquisa ........................................ 229 CAPÍTULO 8 DIFERENTES, Outros olhares ............................... 229 PORÉM IGUAIS ...................................... 243 Bate-papo...................................... 230 Realidade em prática..................... 230 Por dentro do tema .......................... 243 Reflexão......................................... 230 Pesquisa.............................................. 243 Portfólio......................................... 230 Outros olhares ................................... 244 Autoavaliação ................................ 230 Bate-papo .......................................... 244 210

1. O eixo Projeto de vida lando-o a interagir com sujeitos e ambientes implica- dos culturalmente. no novo Ensino Médio Ao se perceber como protagonista da sua história, Trata-se de um tema que visa entender a juventude refletindo e compartilhando experiências individuais e em sua singularidade e que tem como objetivo promo- coletivas com colegas, professores e demais sujeitos, o ver o seu protagonismo e sua autoria, reconhecendo os estudante reconhecerá na escola um ambiente acolhe- jovens como interlocutores e sujeitos legítimos do seu dor, responsável e constitutivo do seu papel social, e as processo de ensino e aprendizagem, valorizando os pa- possibilidades de abandonar a escola serão minimiza- péis sociais que desempenham. Nesse sentido, pode- das. As consequências são inevitáveis para a sociedade: mos pensar então em juventudes. diminuição da evasão; jovens mais preparados e qualifi- cados, com mais oportunidades para atuarem no merca- Nesse contexto, o novo Ensino Médio deve continuar do de trabalho; diminuição das desigualdades sociais e o trabalho desenvolvido no Ensino Fundamental, princi- da violência. Todos ganham. palmente em relação à autonomia e ao protagonismo, estimulando as juventudes no próprio desenvolvimento É importante ressaltar que o Projeto de vida é um pessoal e social, na consolidação dos conhecimentos, eixo plural constituído por múltiplas vozes, que preten- nas representações e nos valores que influenciarão os de atingir uma diversidade de demandas, desejos, an- seus processos de tomada de decisões ao longo da vida. seios e interesses, trazendo para discussão e argumen- tação os temas atuais e do cotidiano dos estudantes. Dessa forma, esse eixo, por meio da integralidade do Enfim, um eixo que se propõe a olhar a juventude bus- sujeito, permite que os estudantes reflitam sobre seus cando acolher e respeitar a singularidade de cada estu- objetivos, avaliem suas potencialidades, analisem seu dante, garantindo o seu protagonismo, reconhecendo- contexto e reconheçam formas de intervenção social, de -o como interlocutor legítimo no próprio processo de modo que possam redefinir, realinhar ou confirmar sua ensino e aprendizagem, valorizando o papel social que trajetória e o desenvolvimento das suas identidades em desempenha. diversos contextos culturais globais e locais, e assim con- cretizarem o seu Projeto de vida. O Projeto de vida situa-se entre o ser e o querer ser, segundo o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa A elaboração do Projeto de vida deve, portanto, ul- (O professor como educador: um resgate necessário e trapassar os limites de uma produção de texto, consti- urgente. Salvador: Fundação Luís Eduardo Magalhães, tuindo-se num plano factível, em que a escola atua como 2001). No Ensino Médio, todas as pessoas precisam con- uma importante força assessora dos estudantes para que vergir para ajudar os estudantes a atingirem suas metas. coloquem em prática as ações necessárias para o esta- As “bússolas” que norteiam o desenvolvimento integral belecimento e a viabilização das metas a curto, médio e devem estar voltadas para o desejo de querer ser para longo prazo, resultando na realização dos sonhos. poder ter a possibilidade de sonhar com o futuro; a compreensão de que quanto maior a sua ambição, mais Para o jovem, conseguir traçar um percurso sobre os esforços serão necessários; a crença no seu poder de quem ele é, onde ele está, quem ele quer ser e aonde querer transformar seu sonho em realidade; e a com- quer chegar, elaborando ao longo do Novo Ensino Mé- preensão de que o futuro é consequência de escolhas dio o seu próprio Projeto de vida, de modo que possa feitas no passado. aproveitar as oportunidades que surgirem para fazer as melhores escolhas, de maneira autônoma e responsável, O ponto de partida para a elaboração do Projeto de é certamente uma forma de superação, autonomia, auto- vida é a construção de sua identidade e de suas identida- ria e protagonismo. des. No Ensino Médio, devemos incentivar os estudantes a refletir sobre seus próprios valores pessoais, princípios A passagem do estudante para essa última etapa da morais e éticos e crenças, pois servirão de alicerces para Educação Básica pretende preencher uma lacuna signifi- o desenvolvimento de uma vida pessoal e social produ- cativa, oriunda das angústias inerentes dos sujeitos que tiva, oferecendo condições para que criem expectativas saem de uma estrutura curricular mais regular ao mesmo em relação ao futuro, ampliem sua visão de mundo, de- tempo que começam a sofrer as transformações psico- senvolvendo a convicção de que o processo de escolha lógicas e físicas da idade. É nessa fase da vida, também, e de decisão é um ato de responsabilidade pessoal, em que esses jovens se depararam com a proximidade de relação ao outro e à comunidade. decidirem e efetivarem escolhas mais permanentes na vida, entre elas, as profissionais. Historicamente foram dadas várias definições para a educação integral. Inicialmente, compreendeu-se a edu- Entendemos que por meio do eixo Projeto de vida, cação integral no registro da escola de tempo integral, o estudante terá a oportunidade de refletir sobre sua expandindo o tempo de permanência na escola, com identidade pessoal, social, cultural; estruturar seu pró- foco nas horas dedicadas aos estudos e com atividades prio percurso de desenvolvimento e, com isso, ter maior complementares no contra turno. Uma segunda defini- acesso à cultura, à tecnologia e, possivelmente, mais ção da educação integral reflete a perspectiva no sujeito, oportunidades no mundo do trabalho. e essa integralidade se processaria pelo equilíbrio entre os aspectos cognitivos, afetivos, psicomotores e sociais, O Projeto de vida, portanto, recria e inova a relação conectando a educação ao desenvolvimento das capaci- do estudante com a escola, com o modo de ele ad- dades físicas, intelectuais, sociais e afetivas de crianças quirir conhecimento bem como o recoloca no cenário e adolescentes. Uma terceira abordagem diz respeito à da comunidade escolar, em interação com os demais atores sociais, sejam internos ou do entorno, estimu- 211

integração dos conhecimentos como interdisciplinares Para tanto, esta obra se baseia numa concepção mui- e transdisciplinares, multicurriculares, focalizando espe- to importante, que é a de identidade pessoal, amplian- cialmente o currículo escolar. A ênfase na articulação de do para identidade social, comunidades, multiplicidade conhecimentos e componentes curriculares que objetiva e pluralidade. A própria escolha do caminho percorrido a integralização de experiências e saberes no processo pela obra já demonstra a intencionalidade de atingir os educativo considera que as práticas educacionais devem objetivos acima propostos. abrir-se a experiências e conteúdos transversais. Uma quarta conceituação de educação integral refere-se à A concepção assumida neste livro é aquela que consi- necessidade de expansão das experiências de aprendiza- dera a identidade constituída de muitas identidades, isto gem e do tempo dedicado aos estudos para a articulação é, sem negar a natureza singular do sujeito, na sua singula- da escola com ações comunitárias, oferecendo uma diver- ridade, estão implicados os aspectos sociais, culturais, his- sidade de vivências. tóricos, políticos, religiosos, antropológicos; valores mo- rais, éticos e estéticos; influências que refratam e refletem Nossa compreensão acerca da educação integral não seu tempo, seu espaço na constituição do sujeito, que é descarta nenhuma das perspectivas citadas e valoriza a sempre atravessado pelo ser social e que assume diversos experimentação de metodologias e estratégias diversifi- papéis nas esferas onde circula. Identidade ganha, então, cadas e ativas, que oferecem a melhor opção de desen- uma dimensão multi, pluri e diversa e complexa, caracte- volvimento integral para os estudantes, de acordo com rística inerente à humanidade. o contexto social e político específico em que vivem, e alternativas mais adequadas a cada situação. 2. O Projeto de vida e A associação entre educação e desenvolvimento in- a Base Nacional Comum tegral conduz à reflexão sobre as condições que favo- recem a formação humana dos estudantes. Buscamos Curricular (BNCC) fundamentar as bases da educação integral na teoria do desenvolvimento humano que reconhece a complemen- O Projeto de vida, presente na BNCC, vem, portanto, taridade entre processos e contextos de aprendizagem ao encontro das muitas demandas e anseios na área da para um crescimento integral. Educação. A intencionalidade presente nos planejamen- tos pretende promover um momento específico para Para isso, apoiamo-nos, também, na teoria de Urie esse eixo, de modo que ela faça parte da formação dos Bronfenbrenner (Ecologia do desenvolvimento humano: estudantes, com objetivos claros e conteúdos abrangen- experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artes tes, ao contemplar várias áreas do conhecimento. Para Médicas, 1996), quando nos fala de desenvolvimento hu- isso, a atuação dos professores é muito importante, já mano e educação integral. Ele define o desenvolvimen- que propomos temas transversais, atuais e contempo- to humano como o conjunto de processos pelos quais râneos ao longo de todas as unidades. Sugere-se uma as particularidades da pessoa e do ambiente interagem equipe multidisciplinar da escola, revezando-se para o para produzir constância e mudança nas características desenvolvimento deste projeto, que se estende também da pessoa no curso da vida. Ele compreende a dinâmica às famílias e às comunidades. da inserção e da formação da pessoa no maior número possível de ambientes, que se inter-relacionam constan- O desenvolvimento das Competências Gerais, co- temente. O autor acredita na eficácia da integração de mentadas a seguir, encontra-se presente ao longo da experiências em diferentes espaços de aprendizagem obra, fazendo intersecções com habilidades específicas para a efetivação de uma educação integral. Acrescenta, no desenvolvimento humano e no processo de ensino e ainda, que é nessa diversidade que se dá seu desenvolvi- aprendizagem do estudante. mento e se processam suas características pessoais, seu arcabouço psicológico e seu modo de inserção, cujas 2.1. AS COMPETÊNCIAS GERAIS bases se encontram também na construção histórico- -sociocultural do ambiente onde vive. Esta é mais uma DA BNCC contribuição que se soma e amplia nossa visão a respeito da educação integral e de como concebemos o eixo do Encontramos definições de vários autores e áreas Projeto de vida no novo Ensino Médio. do conhecimento a respeito do que é competência, capacidade, habilidade. Vamos nos ater à definição de Desse modo, esta obra contempla, ao longo de seus competência, segundo a BNCC, como a mobilização de capítulos, em diversas propostas de atividades, nas lei- conhecimentos que são os conceitos e procedimentos. turas, nas reflexões, nos textos, nos debates e nas vivên- E à definição de habilidades como práticas cognitivas e cias, todas as concepções citadas, como a integralidade socioemocionais, atitudes e valores para resolver deman- no desenvolvimento humano dos estudantes, a integra- das sociais e do mundo do trabalho, bem como o pleno lidade no tempo, as interseções entre áreas, os aspec- exercício da cidadania. Essas definições implicam reco- tos afetivos, cognitivos, sociais, corporais, expressivos. nhecer que a educação deve afirmar valores e ações que Além disso, acentua a consolidação do conhecimento contribuam para a transformação da sociedade, o que por meio das metodologias ativas propostas e de suas corrobora a escolha da educação integral para todos, pesquisas, enfatizando o protagonismo e a construção de modo a construirmos uma sociedade justa, humana e de valores que os ajudem a tomar decisões pessoais e sustentável em todos os seus aspectos. coletivas para o mundo do trabalho e a desenvolver ar- gumentos consistentes para ancorar suas escolhas. 212

As Competências Gerais da BNCC foram concebidas e dilui-se ao longo de todas as atividades ao utilizar com base nos direitos éticos, estéticos e políticos asse- constantemente o olhar e a escuta dos estudantes, a gurados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e dos co- reflexão, a expressão, a discussão e a defesa consis- nhecimentos, habilidades, atitudes e valores essenciais tente em suas argumentações, integrando áreas de para a vida no século XXI. conhecimento, com objetivo de produzir diálogo e entendimento mútuo. Esta obra preocupou-se em assegurar aos estudan- 5. Cultura digital – coloca o estudante em contato com tes o desenvolvimento das dez competências gerais, novas ferramentas da tecnologia, de modo a uti- que incluem os saberes e a capacidade de mobilizá-los lizá-las de maneira crítica e reflexiva para acessar e e aplicá-los, transformando-os em conhecimento, con- produzir informações, transformando-as em conheci- siderando os estudantes como sujeitos singulares e plu- mento. Esta obra preocupou-se em criar situações de rais, sendo a educação um lugar de acolhimento e reco- pesquisa na internet, orientando os estudantes para nhecimento de um desenvolvimento pleno, e a escola, o seu melhor uso, de maneira ética, responsável e au- um ambiente de aprendizagem e de democracia inclu- tônoma. siva. Na proposta das atividades desta obra, existe uma 6. Trabalho e Projeto de vida – nessa competência, o intencionalidade nos processos educativos, expressos estudante será convidado a identificar os seus so- por meio dos objetivos, das sequências didáticas, das nhos, suas aspirações e estabelecer metas pessoais, autoavaliações, reflexões pessoais e coletivas, de modo sociais e profissionais, o que demanda um processo que sintonizem as aprendizagens com as necessidades, de autoconhecimento e o reconhecimento das opor- interesses dos estudantes e os desafios da sociedade tunidades no mundo trabalho. Envolve também sua contemporânea. capacidade reflexiva e crítica para ler e interpretar a conjuntura social, política, histórica e econômica Para assegurar o desenvolvimento pleno, integramos em que vive, projetando possibilidades e avaliando o desenvolvimento de todas as dimensões humanas or- oportunidades, dentro de uma realidade local e glo- ganizadas nas dez Competências Gerais, integrando-as, bal. Nesse aspecto, o estudante precisa ter acesso ao longo desta obra, com temas atuais e de interesse a informações e clareza acerca do papel social que dos estudantes. desempenha, de modo a se transformar e a transfor- 1. Conhecimento – valoriza os conhecimentos histori- mar a sociedade em um espaço com mais oportu- nidades, mais igualdades e direitos. Engloba ainda camente construídos e os saberes em várias dimen- o desenvolvimento de muitas habilidades pessoais, sões: física, social, cultural e digital. Esta obra coloca como a persistência, a determinação, o esforço, o o estudante diante de várias situações, textos, per- foco nos objetivos, entre outras. Nesta obra, o es- guntas, leitura de imagens, debates, de modo que tudante é o centro. Ele vai ser estimulado a pensar, ele entenda a realidade que o cerca, fazendo uma lei- refletir, projetar e trabalhar bastante para realizar as tura consistente, e seja capaz de elaborar argumen- atividades propostas. Será capacitado a elaborar tos para explicar os fenômenos sociais, buscando o seu Projeto de vida, organizando metas, estipu- soluções para a vida em sociedade e desenvolvendo lando ações factíveis e prazos para realizá-las; será uma postura cidadã. orientado a avaliar e reavaliar essas metas, rever os 2. Pensamento científico, crítico e criativo – apare- objetivos, monitorar suas escolhas, dialogando e ce em várias atividades, propiciando ao estudante validando suas ideias com os familiares e a comuni- o exercício da curiosidade intelectual, formulando dade, de modo que faça suas escolhas alinhadas à novas perguntas, interpretando dados e informa- cidadania, com liberdade, autonomia e responsabi- ções, investigando, utilizando-se de vários meios de lidade pessoal e coletiva. pesquisas, entrevistas, enquetes, visitas, levantando 7. Argumentação – desenvolve a capacidade de em- hipóteses, buscando soluções para seus problemas basar pontos de vista diferentes com fatos e evidên- mais imediatos, de modo a pensar em soluções cria- cias, o que requer maturidade, que, no caso dos tivas e mais abrangentes para seus familiares e sua estudantes, ainda está em formação. Com a atual comunidade. tendência de disseminação das fake news, facilita- 3. Repertório cultural – seja local ou mundial, esta das e viralizadas pela internet, e de desqualificação obra respeita as diversas manifestações culturais das pessoas em função de opiniões divergentes, e artísticas, de modo que os estudantes não ape- criando muitas vezes uma situação de intolerância e nas usufruam das muitas culturas, como também se desrespeito, a argumentação exige dos cidadãos – transformem em produtores de cultura e de arte, de e evidentemente, dos estudantes – a postura de acordo com as várias estéticas valorizadas por eles buscar informações, distinguir fontes confiáveis e e pela comunidade a que pertencem. Preocupa-se, saber mobilizar discursos de autoridade para em- também, em inseri-los no mundo cultural diverso basá-la, com o cuidado de não plagiar ideias, mas e global, ao trazer inúmeros exemplos e situações antes, apropriar-se delas, indicando as referências, para observarem; apresentando sugestão de visitas, característica que confere credibilidade a seu posi- apontando pesquisas e, ao mesmo tempo, propon- cionamento. Construir argumentos sólidos e ultra- do a utilização de várias linguagens e expressões passar o “eu acho” é um processo longo de reflexão para comunicarem suas culturas, artes e estéticas e produção. Saber comunicar suas ideias com asser- locais por eles valorizadas. 4. Comunicação – prioriza a construção de significados, a compreensão das ideias, sentimentos e opiniões 213

tividade e respeito é um ato de responsabilidade e a pluralidade na sociedade sem preconceitos de consciência social. Essa competência, portanto, en- qualquer natureza é o grande desafio da contempo- contra-se presente ao longo desta obra nas inúme- raneidade. Nesta obra, os estudantes terão muitas ras propostas de atividades e vivências, nos deba- oportunidades de desenvolver ferramentas para o tes, nas reflexões, nos temas escolhidos, na criação exercício da cooperação e da empatia, por meio de e desenvolvimento de projetos, com – foco nas di- vivências e ampliação da visão de mundo ao entra- mensões pessoal, cidadã e profissional e na promo- rem em contato, principalmente, com diversas cul- ção e engajamento dos direitos humanos. Escolher turas. é um longo caminho, não só para a construção das 10. Responsabilidade e cidadania – focada na partici- argumentações que constituem nossos discursos, pação social do estudante, de modo a desenvolver como também para a estruturação da nossa história ações pessoais e coletivas com autonomia e respon- no mundo. sabilidade, tomando decisões com princípios éticos 8. Autoconhecimento e autocuidado – de natureza e democráticos. Nesta obra, dedicamos muitas ativi- mais íntima e subjetiva, desafia o estudante a se co- dades ao exercício da cidadania, seus direitos e de- nhecer e se valorizar na diversidade humana. Entrar veres, para que o estudante possa desenvolver uma em contato com suas possibilidades e limites não é postura sustentável e solidária e possa alcançar a ci- tarefa fácil. Desenvolver ferramentas pessoais e so- dadania com plenitude. ciais, entrar em contato com suas emoções, senti- De forma clara este material assume o compromisso mentos, ideias, sabendo administrá-los com respon- de colocar-se como instrumento para auxiliar o desen- sabilidade de modo que possa cuidar de si mesmo volvimento das competências gerais por meio da dis- e do coletivo é uma tarefa difícil e delicada. Nesta ponibilização de temas e práticas transdisciplinares que obra, encontram-se várias situações para reflexões exigem a ampliação e a mobilização de conhecimentos, pessoais e coletivas, para que possam atender a al- habilidades, atitudes e valores para resolver desafios da gumas, entre as inúmeras habilidades necessárias vida cotidiana, do exercício da cidadania e do mundo para o século XXI: flexibilidade, adaptabilidade às do trabalho. Isso é feito de forma recorrente e a todo mudanças e necessidade de aprender sempre, de momento, porém há momentos focados no desenvolvi- acordo com a fala de Yuval Noah Harari (21 lições mento de determinadas competências, seja em função para o século 21. São Paulo: Companhia das Letras, da prática proposta ou do tema trabalhado. 2015). Além da presença constante dessas competências 9. Empatia e cooperação – presente no cerne des- e do tema Projeto de vida, que diz respeito, especifica- ta obra, estimula a premissa: “reconheço-me pelo mente, à Competência Geral 6 da BNCC, ao longo das outro”, tema importante na contemporaneida- dimensões e vivências abordadas nesta obra, a sequên- de. Aprender a dialogar, a olhar os conflitos como cia didática proposta foi estruturada para oportunizar oportunidade de crescimento, mediar as situações também o desenvolvimento das Competências Gerais adversas com respeito ao outro e aos direitos hu- 1, 2, 4 e 7 em todos os capítulos por meio destas seções manos com acolhimento necessário, valorizando específicas: COMPETÊNCIA GERAL DESTAQUES NO ATITUDES MATERIAL Competência 1: Conhecimento Buscar informações; articular conhecimentos; elaborar Aberturas estratégias de aprendizagem; mobilizar, valorizar e aplicar Competência 2: Pensamento Por dentro do tema conhecimentos; responsabilizar-se pela própria aprendizagem; científico, crítico e criativo Pesquisa comprometer-se e participar da aprendizagem do outro Competência 4: Comunicação Outros olhares Competência 7: Argumentação Realidade em prática Explorar ideias e informações; formular perguntas; conectar Avaliação ideias; interpretar dados; utilizar lógica e raciocínio; planejar Pesquisa pesquisas; criar e executar soluções; identificar informações Outros olhares falsas; concluir e sintetizar Bate-papo Utilizar diferentes linguagens; praticar a escuta atenta; Realidade em prática compreender o que é dito; expressar-se com clareza; Bate-papo compartilhar informações e experiências; ter foco; argumentar; Realidade em prática utilizar plataformas digitais Relacionar fatos a possíveis soluções; defender pontos de vista; Bate-papo investigar informações; embasar pensamentos, ideias e opiniões Realidade em prática 214

2.2. ÁREAS DO CONHECIMENTO dos os capítulos desta obra. As áreas de conhecimento se articulam com as Competências Gerais, subsidiando As aprendizagens definidas na BNCC estão organi- os estudantes em uma reflexão ampla sobre o seu cami- zadas em quatro grandes áreas de conhecimento (Lin- nhar e devem ser organizadas de maneira fluida e consis- guagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnolo- tente ao mesmo tempo. gias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas), integrando componentes Para estabelecer relações de sentido entre as unida- curriculares, em que são definidas competências espe- des, as áreas de conhecimento e os componentes curri- cíficas. Em relação ao Projeto de vida, essas aprendiza- culares, de modo que facilite seu entendimento global gens devem se articular com as Competências Gerais da do material, apresentamos o quadro abaixo. BNCC, de modo que ajudem os estudantes a obterem informações fundamentais para que possam fazer suas A área de Linguagens e suas Tecnologias vai oferecer escolhas e tomar decisões em relação à sua vida pessoal subsídios aos estudantes para que tenha uma participação e profissional com responsabilidade e autonomia. Com mais efetiva em seu Projeto de vida, ao fazerem uma lei- isso, consolidamos e ampliamos a formação integral dos tura de mundo ampliada pela compreensão de diversas estudantes, na medida em que devem realizar seu Proje- linguagens, de modo que se posicionem criticamente em to de vida em consonância com os princípios de justiça, relação à realidade que os cerca, de maneira criativa, autô- ética e cidadania, temas presentes para reflexão em to- noma, sendo protagonistas de suas histórias. É importante a mobilização dos conhecimentos na recepção e produção CAPÍTULOS SEÇÃO PORTFÓLIO ÁREAS DO COMPONENTES CONHECIMENTO CURRICULARES 1 Comunidades de “Mapa” da rede pessoal- Linguagens e suas Língua Portuguesa aprendizagem Unidade 1: -social Tecnologias Identidade 2 Autoconhecimento Carta do tempo Linguagens e suas Língua Portuguesa Tecnologias 3 Indivíduo e meio “Pílulas” de ações diárias Ciências da Natureza e Biologia ambiente suas Tecnologias 4 Encontro com o outro Anedota búlgara Ciências Humanas e Sociologia Sociais Aplicadas Unidade 2: Alteridade 5 Relações interpessoais Competências Linguagens e suas Língua Portuguesa socioemocionais × Tecnologias múltiplas inteligências 6 Cidadania Fanzine da cidadania Ciências Humanas e História Sociais Aplicadas 7 Jovem cidadão: direitos Manifesto pelos direitos Ciências Humanas e História e deveres e deveres de todos os Sociais Aplicadas cidadãos 8 Diferentes, porém iguais De onde eu venho? Ciências Humanas e História Sociais Aplicadas Unidade 3: Multiplicidade 9 Mundo do trabalho Currículo criativo Linguagens e suas Língua Portuguesa Tecnologias 10 Empreendedorismo: Plano de ação Linguagens e suas Língua Portuguesa navegar para o futuro Tecnologias 11 Educação financeira Plano de ação para o meu Matemática e suas Matemática “eu financeiro” Tecnologias 12 Projeto de vida O meu Projeto de vida Ciências Humanas e Sociologia Sociais Aplicadas 215

de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas A Unidade 3 – Multiplicidade, com temas direta- mídias, expandindo assim as formas de produção de senti- mente vinculados ao mundo do trabalho, apresenta dos nas relações com o outro e com o nós. Esta área de co- equilíbrio entre as áreas de Linguagens e suas Tecnolo- nhecimento potencializa nos estudantes a capacidade de gias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Todavia, elaboração do Projeto de vida, articulando vários campos pela complexidade e abrangência temática (que tam- de atuação: pessoal, vida pública, jornalístico, artístico-li- bém ocorrem nas outras unidades), além da contribuição terário, pesquisa, abrindo um leque de possibilidades ao interdisciplinar, a participação de profissionais da comu- fazerem suas escolhas. nidade como convidados, que possuam experiências empreendedoras e do mundo do trabalho, seria signifi- A área de Matemática e suas Tecnologias pretende cativamente enriquecedora. facilitar o pensamento relacionado a problemas mais com- plexos ligados à maior abstração e à aplicação na realida- 2.3. TRANSDISCIPLINARIDADE de, fornecendo ferramentas e procedimentos que exijam maior reflexão, pensamento computacional, formulação A transdisciplinaridade entende a construção dos sa- de problemas e busca de soluções em diversas situações beres de forma plural, ou seja, a articulação entre diferen- e, assim, contribuir para a elaboração do Projeto de vida tes campos de saberes organizados e vinculados a um ob- dos estudantes com mais assertividade. É importante que jetivo comum na relação de ensino e aprendizagem. eles desenvolvam um olhar mais integrado para essa área, aplicando seus conceitos em diferentes contextos, exer- Compreendemos o caráter transdisciplinar do Proje- citando a argumentação, a investigação, a construção de to de vida, no sentido de mobilizar recursos e saberes modelos e de resolução de problemas para que tracem para além das áreas do conhecimento, mas compreen- suas metas em direção ao seu Projeto de vida. demos também que os temas trabalhados e as ativida- des propostas sempre tendem a mobilizar mais conheci- A área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias mentos de uma ou outra área ou componente curricular. favorece o aprofundamento de temas próprios da área, permitindo aos estudantes o domínio de conceitos e lin- No nosso entendimento, o professor ideal para mediar a guagens específicos e a análise de fenômenos e proces- construção do Projeto de vida, é aquele que, além de ter um sos ligados à natureza, desenvolvendo sua percepção e bom relacionamento com a turma, está disposto a aprender compreensão sobre sua vida, o nosso planeta e universo; e a trabalhar em parceria com professores de outras áreas, pensando em soluções inovadoras locais e globais ao fa- sempre que necessário. Este Manual procura oferecer su- zerem escolhas no seu Projeto de vida. É importante um porte para a realização desse trabalho, independentemente olhar articulado com várias áreas do conhecimento para da sua área de formação; todavia reforçamos que, havendo que os estudantes analisem os fenômenos e as relações condições, o trabalho interdisciplinar é sempre mais rico, en- entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente. volvente, e traz motivação para os estudantes. A área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas 2.4. O PROJETO DE VIDA E oferece uma base sólida para que os estudantes possam interpretar os fenômenos sociais e humanos com maior A JUVENTUDE reflexão sobre as relações, os processos e as múltiplas dimensões da existência humana e, assim, consigam ela- O protagonismo e a autoria são um suporte para a borar seu Projeto de vida com mais segurança, criticida- construção e viabilização do Projeto de vida. Acolher a de e poder de argumentação em relação as suas próprias juventude implica promover o desenvolvimento pessoal decisões. É importante ampliar o repertório conceitual e e social, com suas especificidades e necessidades, numa a capacidade de articular informações e conhecimentos perspectiva da educação integral. É importante que os acurando a percepção dos jovens para que na constru- jovens se reconheçam como sujeitos, considerando suas ção de seu Projeto de vida elaborem hipóteses consis- potencialidades e a importância dos modos de participa- tentes e bem fundamentadas. ção social na concretização de seu Projeto de vida. Olhar para a juventude como condição sócio-histórico-cultural Com base nessa referência, indicamos a possibilidade implica considerar suas múltiplas dimensões, e por isso de a Unidade 1 – Identidade, pelas características do podemos adotar uma concepção plural de juventudes, tema e das atividades, ser ministrada pelo professor da o que significa entender as culturas juvenis em suas sin- área de Linguagens e suas Tecnologias, especialmente do gularidades. Isto é, significa conceber que as juventudes componente curricular Língua Portuguesa; porém, a par- têm muitas dimensões e estão relacionadas a aspectos ticipação do professor da área de Ciências da Natureza culturais, sociais, geográficos etc. O caráter continental e suas Tecnologias, no desenvolvimento do Capítulo 3, do país, as diversas etnias que constituem nossa popu- pode ampliar ainda mais os conhecimentos da turma, as- lação, as pluralidades religiosas, artísticas, culturais, as sim como a presença do professor do componente Mate- diferenças sociais vão construindo estéticas diversas e mática pode apoiar na análise e compreensão de gráficos plurais que caracterizam, por excelência, nossas juven- e estatísticas apresentados nessa unidade. tudes. Se por um lado as culturas globais e, portanto, mais tradicionais tendem a ser mais aceitas, difundidas Já na Unidade 2 – Alteridade, percebe-se a predo- e valorizadas em maior escala, por outro lado as culturas minância da área de Ciências Humanas e Sociais Apli- emergentes, surgidas em estratos mais populacionais, cadas, especialmente do componente curricular História; tendem a ficar restritas às comunidades locais, e são ti- porém, a contribuição do professor de Língua Portugue- sa nas atividades de produção de texto dos gêneros fan- zine e manifesto pode ser muito proveitosas. 216

das como “desvalorizadas” pelos estratos sociais, cujas equipe docente multidisciplinar para o uso desta obra, culturas são mais reconhecidas. Ao elaborar o Projeto de pois as interações serão determinantes para a execução vida, o diálogo entre essas diferentes estéticas e culturas deste projeto. É por meio desse pilar que as juventudes precisa ser realizado, de modo a legitimar a autoria e o vão ouvir posições divergentes, elogios, críticas, expe- protagonismo do estudante, cidadão deste país demo- riências com e sem sucesso, soluções diversas etc. Os crático. Esta obra proporciona aos estudantes que defi- vínculos são importantes. nam então seus Projetos de vida em relação aos estudos e ao trabalho, favorecendo a escolha de estilos de vida O objetivo desta obra é proporcionar condições para saudáveis, sustentáveis, éticos e estéticos, valorizando que você possa desenvolver a sua prática docente de os papéis sociais desempenhados pelas diversas juven- modo a favorecer o protagonismo dos estudantes. Os tudes, estimulando atitudes cooperativas, colaborativas desafios são imensos; porém, com base na BNCC, que e propositivas para o enfrentamento dos desafios da so- norteia o novo Ensino Médio, você estará amparado ciedade multicultural contemporânea. pela reflexão e construção da identidade das juventu- des, nas suas singulares atravessadas inerentemente 3. Abordagem teórico- pelos aspectos culturais, sociais, históricos etc. Desse modo, o papel da escola e dos atores, sujeitos sociais, -metodológica é fundamental para o protagonismo e a autonomia dos estudantes, especialmente no que concerne ao Projeto O fio condutor para a escolha dos conceitos e temas de de vida deles. cada capítulo estão pautados no Construcionismo Social, que se apoia em algumas premissas e nos ajudam a enten- Sabemos que essas propostas não só transformam o der a construção do “eu relacional”, presente em todos os papel do estudante: professores e escolas são alterados momentos desta obra. O Construcionismo Social entende também, e, de forma irreversível, transformam a socie- que os sistemas humanos são geradores de linguagem e, dade e constroem um país com oportunidades. automaticamente, de sentido, pois é na comunicação e no discurso que nos organizamos socialmente. Afirma ainda 3.2. AS DIMENSÕES DO PROJETO que todos os sistemas humanos são sistemas linguísticos mais bem descritos por aqueles que participam dele e não DE VIDA por observadores externos (GERGEN, Kenneth J.; GER- GEN, Mary, 2010). Portanto, o sentido e o entendimento Para tornar a construção dos Projetos de vida dos es- são construídos socialmente até realizarmos uma ação co- tudantes parte indissociável de uma escola que acolhe municativa, ou seja, nos envolvermos em algum discurso as juventudes, esta obra se organiza em três dimensões gerador de sentido dentro de determinado sistema de distintas, porém interligadas: Autoconhecimento, Ex- significados. É uma relação construída dialogicamente, um pansão e exploração e Planejamento. Dentro da pers- entrecruzamento de ideias em que novos sentidos vão sur- pectiva Construcionista Social, o estudante será con- gindo dinamicamente, por meio da interação do indivíduo duzido a um caminho fundamentado em três unidades com seu meio. Assim, novas narrativas vão sendo também temáticas. Conheça-as a seguir. construídas socialmente. • Unidade 1 – Identidade: trata-se da dimensão do 3.1. AS METODOLOGIAS ATIVAS autoconhecimento com ênfase na dimensão pessoal, isto é, a descoberta de aspirações, interesses, poten- Os objetivos propostos pela obra serão viabilizados ciais e desafios pessoais. É nessa unidade que se dá o por meio das metodologias ativas, que potencializam encontro do estudante consigo. tanto o trabalho individual quanto o coletivo, que dia- • Unidade 2 – Alteridade: apresenta a dimensão da logam com a perspectiva teórica do Construcionismo expansão e da exploração, em que o estudante vai Social, como já explicitado. refletir sobre as relações sociais e ampliar horizontes e possibilidades. É nessa unidade que ocorre o encon- As metodologias ativas, então, contemplam alguns tro dele com o outro e com o mundo, com ênfase na pilares para o desenvolvimento do processo de ensino dimensão cidadã. e aprendizagem. Inicialmente o incentivo, motivação • Unidade 3 – Multiplicidade: traz a dimensão do e empatia, pois ao conectarmos os sentimentos dos planejamento, em que o estudante vai construir ca- estudantes aos novos conteúdos, pela empatia, apro- minhos para a vida pessoal, profissional e cidadã. É ximamos as juventudes de uma aprendizagem real e nessa unidade que ocorre o encontro dele com o fu- concreta. Com isso, garantimos uma aprendizagem sig- turo e o “nós”, com ênfase na dimensão profissional. nificativa, que representa um outo pilar, possibilitando Em cada unidade temática os estudantes vão, ainda, colocar os jovens em contato com o que realmente agre- experimentar vivências estruturadas em capítulos, cujas ga conhecimentos mais duradouros, na medida em que etapas de construção do conhecimento são bem demar- cada estudante vai integrando um novo conhecimento a cadas por seções claras e com objetivos bem definidos, um conhecimento prévio. E ainda a interação entre es- que fecham um ciclo de aprendizagem. Cada capítulo tudante-estudante, professor-estudante, estudante-co- tem um fim em si mesmo. Assim, a obra se constitui em munidade, desenvolvendo relações interpessoais cons- capítulos independentes; mas, ao mesmo tempo, inter- tantemente. Desse modo, é importante contar com uma dependentes, pois são complementares e se somam com o objetivo de auxiliar o estudante na construção do seu Projeto de vida. 217

3.3. A TRANSIÇÃO ENTRE AS tudante tem a oportunidade de refletir não só acerca do processo de aprendizagem, mas, principalmente, reco- DIMENSÕES DO PROJETO DE VIDA nhecer avanços e pontos a serem aperfeiçoados nesse trajeto. Essas reflexões vão alimentar a elaboração do Na transição entre as partes do livro, a comunidade Projeto de vida, que se concretizará no final da 3a série, escolar é convidada a participar de uma vivência prota- mas que é construído ao longo de todo o Ensino Médio. gonizada pelos estudantes e relacionada aos conteúdos trabalhados ao longo das situações de aprendizagem. 4. Organização da obra As vivências coletivas almejam propiciar um espaço A obra, em sua concepção, foi planejada para aten- e um tempo especialmente destinado à integração da der o Ensino Médio ao longo dos seus três anos de du- comunidade escolar com as juventudes, permitindo que ração. Apresenta temas de extrema importância para o esta reconheça, compreenda e se envolva ativamente no desenvolvimento do estudante, por meio de assuntos re- processo de construção dos Projetos de vida dos estu- levantes vinculados a valores e questões que compõem dantes. Vale destacar que os familiares são uma referência o universo do jovem. importante e um alicerce imprescindível na formação dos jovens, portanto, é fundamental que participem ativamen- Com a proposta de compor percursos completos a te dessa etapa da vida deles, somando esforços e compar- cada etapa do Ensino Médio, a obra está organizada de tilhando responsabilidades com a escola. uma forma bastante articulada, permitindo diferentes combinações temáticas para a composição dos planeja- 3.4. AVALIAÇÃO mentos anuais. A própria distribuição dos capítulos nas unidades, por não ser padronizada, é um convite à rup- A avaliação está relacionada diretamente com a au- tura do pensamento linear e à personalização da ação toavaliação do estudante proposta ao final de cada ca- em sala de aula. pítulo. Trata-se da avaliação do percurso pessoal, que envolve a metacognição. Em cada autoavaliação, o es- Conheça a distribuição temática da obra: CAPÍTULOS OBJETIVOS 1 Comunidades de Discutir o papel das comunidades na constituição da identidade dos sujeitos. aprendizagem Unidade 1: Aprender a ser, compreender-se e se aceitar. Identidade 2 Autoconhecimento Refletir sobre a sobrevivência do planeta. 3 Indivíduo e meio ambiente Criar condições para aprimorar a percepção de si e do outro e proporcionar condições de viver experiências de pertencimento. Projeto Viver em comunidade I: Construir a própria identidade, reafirmando a singularidade e a sociabilidade Identidade-Alteridade indissociáveis do ser-sujeito-social. Estabelecer relações equilibradas, pautadas pelo respeito mútuo e pelo respeito 4 Encontro com o outro às multiplicidades. Compreender, de forma ampla, mas gradativa, a importância da cidadania no dia Unidade 2: 5 Relações interpessoais a dia. Alteridade 6 Cidadania Assumir o papel de cidadão para o desenvolvimento de uma sociedade justa e igualitária. 7 Jovem cidadão: direitos Criar condições de interação entre estudantes e comunidade para exercer a e deveres empatia e a cidadania de forma concreta. Estimular a flexibilidade e a tolerância, reconhecendo a sociedade multicultural. Projeto Viver em comunidade II: Reconhecer o mundo do trabalho e refletir sobre tendências das novas profissões. Alteridade-Multiplicidade Compreender conceitos do empreendedorismo como oportunidade de inovação e construção do Projeto de vida. 8 Diferentes, porém iguais Desenvolver o amadurecimento financeiro e estabelecer metas para a realização pessoal. 9 Mundo do trabalho Retomar conceitos e aprendizados para concretizar o Projeto de vida. Unidade 3: 10 Empreendedorismo: Multiplicidade navegar para o futuro 11 Educação financeira 12 Projeto de vida 218

A garantia da flexibilidade na utilização da obra, não Por meio de diferentes estratégias, a seção oferece se apoia apenas na articulação e na complementarieda- caminhos para a compreensão dos textos verbais e não de temática, mas na integração delas a uma cadência verbais apresentados, possibilitando o envolvimento do metodológica clara que prevê etapas que se sustentam estudante e despertando seu interesse, engajando-o na desde a construção/ampliação do conhecimento até sua jornada que se inicia. aplicabilidade em contextos coletivo e individual, levan- do em consideração e adaptando-se aos objetivos, in- Essa seção colabora para o desenvolvimento das teresses e ao trajeto (plano/projeto) de cada estudante. Competências Gerais 1 e 4 da Educação Básica. A escolha por metodologias ativas pode ser facil- Pesquisa mente identificada nas diferentes seções que revelam a proposta pautada nas constantes relações entre teo- Essa é uma seção de grande importância para o en- ria e prática; na necessidade de despertar a percepção cadeamento proposto pelo material e para a formação do estudante para a compreensão da complexidade de pessoal do estudante. Certamente será uma das seções construir um Projeto de vida; no entendimento de que que, principalmente na primeira exploração, exigirá mais essa construção se efetiva de forma contínua, proces- tempo e olhares mais atentos. São muitos os objetivos sual, diversificada, flexível; e no reconhecimento de que de aprendizagem a serem conquistados por meio da esse processo sofre influências relativas ao eu, ao outro e prática da pesquisa. Alguns não foram abordados de às relações sociais num sentido mais amplo. maneira direta nos capítulos, por isso, professor, avalie as condições de trabalho e procure, a cada abordagem, Assim, por meio da mobilização de conhecimentos e ampliar as possibilidades de aprendizagem inserindo no- práticas importantes para a formação dos estudantes, a vos questionamentos. Lembre-se de dizer aos estudan- obra colabora de forma efetiva no desenvolvimento das tes que desenvolver o senso investigativo é uma forma competências gerais e específicas e nas habilidades es- de alcançar cada vez mais autonomia. pecíficas da Educação Básica, previstas na BNCC. A seguir, conheça a relação dos objetivos que a seção 4.1. OBJETIVOS DIDÁTICO- contempla ao longo do material. • Construir uma postura autônoma em relação à infor- -PEDAGÓGICOS DAS SEÇÕES mação e à aprendizagem. Aberturas de unidade e capítulo • Criar estratégias de estudo, pesquisa e registros. • Compreender a curiosidade como agente mobiliza- Essas seções iniciam a abordagem com base na lei- tura de imagens e da apresentação do percurso e das dor no processo de desenvolvimento de novas apren- vivências propostas. Por meio de informações básicas, dizagens. pretende-se despertar o interesse e a curiosidade do es- • Reconhecer a diversidade de fontes, referências e ti- tudante para o tema a ser abordado, além de permitir pos de informação. a você perceber os conhecimentos que os estudantes • Experimentar diferentes formas de aprender e se rela- trazem, identificar o que é baseado em senso comum, cionar com o novo, possibilitando o reconhecimento o que é baseado em informações pertinentes e o que é de modos eficientes de aprender. baseado em equívocos, para então definir o “tom” da • Perceber e identificar fontes confiáveis, além de ela- aula e das abordagens que se seguirão. borar registros pessoais dessas referências para con- sultas futuras. As páginas de abertura dos capítulos trazem os ob- • Identificar elementos que caracterizam as fake news, e jetivos de aprendizagem a serem alcançados e sua jus- desenvolver uma postura crítica em relação à cultura tificativa, a relação de materiais que serão utilizados ao midiática e ao fenômeno da pós-verdade. longo dos capítulos e a relação de competências e ha- • Oportunizar, de forma contextualizada, pesquisas de bilidades da BNCC que serão trabalhadas. Estimule os campo e visitas a museus, centros culturais e de pes- estudantes a inferir hipóteses, com base na leitura das quisas e empresas. imagens e do texto, sobre o que sabem a respeito de si. Essa seção colabora para o desenvolvimento das Essa é uma estratégia para sensibilizá-los para os temas Competências Gerais 1 e 2 da Educação Básica. da dimensão da autorreflexão. As aberturas de unidade e capítulo colaboram para o desenvolvimento das Com- Outros olhares petências Gerais 3 e 4 da Educação Básica. Os objetivos básicos dessa seção vão além de opor- Por dentro do tema tunizar a ampliação do repertório do estudante e promo- ver reflexões legítimas sobre o tema tratado. A referência Trata-se do ponto de partida, a apresentação do a “outros olhares” em todos os capítulos também objeti- tema central do capítulo. O objetivo dessa seção é pro- va aguçar a percepção do estudante para que seja capaz mover uma conexão mais efetiva entre o tema e sua im- de reconhecer que: plicação na realidade e no cotidiano do estudante, es- • quando nos referimos a assuntos relacionados à di- clarecendo questões essenciais no sentido de oferecer o mesmo nível de informação para todo o grupo e des- mensão do autoconhecimento, da expansão e da ex- pertar a curiosidade e a motivação para as abordagens ploração e do planejamento, não há como sustentar que se seguirão. um estudo isolado, que não leve em conta o contexto em que o sujeito está inserido e/ou a influência que causa no e recebe do mundo; 219

• um mesmo assunto possui diferentes perspectivas, e incluem a comunidade escolar. Os estudantes experien- uma análise mais profunda exige que elas sejam mini- ciarão sugestões de projetos colaborativos, com o objeti- mamente reconhecidas; vo de buscar soluções para os problemas apresentados e discutidos nos Bate-papos. • para conhecer determinado assunto é importante le- var em consideração o conhecimento e as referências De maneira geral, essa seção colabora prioritaria- de sujeitos que se relacionam e/ou vivenciam o tema mente para o desenvolvimento das Competências Ge- tratado e por isso apresentam sua perspectiva “de rais 2, 9 e 10 da Educação Básica. De acordo com o as- dentro”. sunto tratado em cada capítulo, outras competências Com base nesses objetivos principais, a propos- poderão ser mobilizadas. ta dessa etapa se desenvolve de diferentes formas, de Reflexão acordo com a essência do assunto tratado. Essa seção promove a retomada das aprendizagens Essa seção colabora para o desenvolvimento das realizadas durante as seções Bate-papo e Realidade em Competências Gerais 1, 2 e 7 da Educação Básica. prática, tendo como ponto de partida para a reflexão o conhecimento e a análise de uma experiência autêntica Bate-papo apresentada por sujeitos que a vivenciaram. Essa seção une leitura/interpretação e oralidade. Essa seção colabora prioritariamente para o desen- Com base na apresentação de dados, fatos e/ou opi- volvimento das Competências Gerais 1 e 7 da Educação niões, os estudantes são convidados a articular seus co- Básica. De acordo com o assunto tratado em cada capí- nhecimentos e visão de mundo com as aprendizagens tulo, outras competências poderão ser mobilizadas. promovidas pelo percurso (introdução, apresentação do tema, pesquisa e diferentes perspectivas) e construir sua Portfólio opinião, elaborando argumentos e os sustentando-os por meio de gêneros textuais orais. As propostas apre- Chegou a hora de ligar os pontos e, como num sentadas na seção, em sua maioria, não impõem um mapa, enxergar o trajeto do ponto de partida ao ponto gênero formal, específico, mas isso não impede que ele de chegada. Para tal, essa seção traz a proposta de uma seja trabalhado como forma de ampliar a abordagem e produção que tem como fim a retomada do tema utili- desafiar os estudantes. zado como fio condutor do capítulo. O objetivo é que o estudante perceba que percorreu um caminho estabele- Para potencializar o trabalho proposto nesta seção, cido e que esteve no centro do processo o tempo todo, caso a Língua Portuguesa não seja sua especialidade, te- estruturando seus conhecimentos por meio de vivências nha em mente as seguintes informações: e aportes, inspirando-se nas experiências do outro para • Gênero oral: é aquele que tem como suporte a voz que, nesse momento, esteja apto a realizar uma grande costura capaz de impactar positivamente suas ações e humana e que foi produzido para ser realizado oral- prepará-lo para elaborar o seu Projeto de vida. mente, independentemente de ter ou não uma ver- são escrita; por isso, se necessário, permita que os Recomendamos que os registros das atividades reali- estudantes utilizem argumentos e observações pre- zadas nessa seção sejam feitos no portfólio do estudan- viamente redigidos como apoio para a fala. te. Adiante, neste Manual, apresentaremos sugestões • Roda de conversa: promove o aprendizado mútuo e de registros. Retome o quadro (página 215) do item 2.2. o desenvolvimento de uma postura reflexiva autôno- deste Manual para consultar o quadro da articulação te- ma por meio da troca de experiências, do exercício mática e a prática em cada capítulo. Essa seção colabo- da argumentação, do respeito aos turnos de fala e da ra para o desenvolvimento da Competência Geral 8 da escuta atenta. Educação Básica. • Debate regrado: as regras devem ser definidas em grupo. Trata-se da exposição de pontos de vista di- Autoavaliação ferentes, em igualdade de condições (tempo), com foco nas ideias não nas pessoas. Há um mediador que Essa seção trata da avaliação do percurso pessoal. apresenta o tema, garante o bom andamento e elabo- Com a apresentação de critérios explícitos, o estudante é ra as conclusões. convidado a refletir sobre seu processo de aprendizagem, Essa seção colabora para o desenvolvimento das identificando seus avanços, reconhecendo suas potencia- Competências Gerais 4 e 7 da Educação Básica. lidades e trazendo à luz possíveis pontos de atenção, e também sobre a necessidade de avaliar suas estratégias Realidade em prática de aprendizagem e retomar determinadas leituras ou pes- quisas. Trata-se de uma forma de reconhecer a própria A seção retoma os conhecimentos adquiridos, propõe capacidade de aprender, tomar as rédeas das próprias a articulação deles com a realidade do estudante, da es- conquistas e preparar-se para superar as dificuldades com cola e/ou da comunidade e oportuniza a aplicação prática autonomia e responsabilidade, reconhecendo também ao apresentar uma proposta de construção coletiva e co- que a aprendizagem acontece ao longo da vida. laborativa que responda aos questionamentos levantados pelo grupo durante a atividade desenvolvida na seção an- Em um material que propõe o desenvolvimento terior. Trata-se do momento “mão na massa” que aciona pessoal, a ferramenta de autoavaliação é fundamental recursos e recorre a habilidades e competências constituí- como exemplo de que é possível pensar criticamente das ao longo da vida. As atividades propostas geralmente 220

a respeito de si e se avaliar com base em fatos e ques- sideração um plano anual organizado por bimestres, tões objetivas e assim ampliar o conhecimento sobre nossa sugestão para o desenvolvimento do projeto é si, aumentar a autoconfiança e a autoestima. É impor- de trabalhar um capítulo por bimestre, isto é, oito au- tante que os estudantes percebam que a autoavalia- las para o cumprimento das dez seções propostas, mas ção pode ser feita em relação a qualquer área da vida duas seções, certamente, vão se estender por mais de e pode também ser feita em relação a pensamentos e uma aula: as que envolvem pesquisas e práticas com a sentimentos. O resultado é o estímulo à autoconfiança participação da comunidade escolar. Já para um pla- e a tomada de decisões de forma mais consciente e nejamento que organiza o ano por trimestres, sugeri- responsável. mos que, no primeiro trimestre, sejam trabalhados dois capítulos, e que essa escolha seja pautada no nível de Essa seção colabora para o desenvolvimento das complexidade e na possibilidade de integração de te- Competências Gerais 1 e 8 da Educação Básica. mas/ações das atividades práticas sugeridas na seção Realidade em prática. Meu trajeto Ressaltamos que a única exigência que o material Como o nome já revela, essa seção propõe ao es- impõe ao planejamento docente refere-se ao Capítulo tudante apropriar-se do trajeto percorrido. A apropria- 12 – Projeto de vida, pois este foi concebido com o ob- ção ocorre de maneira legítima quando o sujeito tem a jetivo de resgatar as vivências apresentadas ao longo do oportunidade de tomar para si a experiência que viveu, material e auxiliar o estudante a “costurar” as aprendiza- misturando-a com suas vivências anteriores, valorizando gens adquiridas equilibrando expectativas e realizando as crenças e transformando todos esses elementos em ajustes em seu Projeto de vida, ao mesmo tempo que algo novo, que vai ser devolvido para o mundo por meio reforça e incentiva o hábito de planejar para além das de novos pensamentos, sentimentos, comportamentos e atividades escolares, e, por isso, dever ser o último a ser ações, alinhados ao que se espera para o futuro. concluído na 3a série. Para explorar Além das propostas que serão apresentadas nos quadros abaixo, você também vai explorar o material Essa seção tem a função de disponibilizar conteú- com a turma e, com base em um capítulo inicial, cons- dos relevantes para colaborar com o planejamento e truir o percurso coletivamente, conforme o interesse e com a ampliação das explorações propostas nos capí- necessidade da sua turma. tulos. Trata-se de uma curadoria de fontes de informa- ções confiáveis que podem, inclusive, ser utilizadas pe- É necessário se lembrar, porém, de que a sua escolha los estudantes em sala de aula. É importante ressaltar temática para a 1a série sobre a composição da aborda- que a abrangência dos temas tratados e a utilização de gem de cada ano e as escolhas dos capítulos que serão metodologias ativas que colocam a turma como centro trabalhados implicarão diretamente no trabalho a ser do processo de investigação e aprendizagem possibili- desenvolvido nas séries seguintes, por isso devem ser ta que os estudantes apresentem o interesse em temas registrados e compartilhados com os outros professores correlacionados, muitos deles já previstos nas indica- da escola que participarão do projeto. ções deste Manual. Veja um exemplo de combinação para as três séries 4.2. ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS no quadro abaixo. São muitos os caminhos e escolhas possíveis para Para definir os percursos sugeridos indicados, basea- você organizar seu planejamento. Levando em con- mo-nos nos seguintes argumentos: 1a série: Tomamos como ponto de partida a com- preensão da identidade com base nas relações com o outro e aprofundamos essas reflexões por meio de 1ª SÉRIE U1 PVC I U2 PVC II U3 2ª SÉRIE 3ª SÉRIE Cap. 1 Oficina 1 Cap. 4 Oficina 1 Cap. 8 Cap. 2 Oficina 2 Cap. 5 Oficina 2 Cap. 9 Cap. 3 Oficina 3 Cap. 6 Oficina 2 Cap. 10 Cap. 7 Cap. 11 Cap. 12 221

questões que envolvem a diversidade e a igualdade. palavra que represente uma expectativa por papel/ade- Por fim, sugerimos que as aprendizagens, reflexões e sivo. Com cola bastão, solicite a cada um que cole suas ações propostas pautem a percepção do estudante expectativas no cartaz e, ao mesmo tempo, justifique sobre empreendedorismo, já que para empreender para o grupo a escolha da palavra. Deixe esse cartaz é preciso se colocar a serviço de uma ideia que solu- exposto. O ideal é que os estudantes possam mexer, cione problemas (dores) do outro. 2a série: Para dar trocar, excluir e acrescentar novas expectativas, além de continuidade ao trabalho, ampliamos a abordagem do sinalizar, de alguma forma, as expectativas que forem “eu” para questões que envolvem o autoconhecimento sendo atingidas. Essa proposta dará aos estudantes a e trazem reflexões sobre a forma de estar no mundo, dimensão e o exemplo prático do tipo de registro e de ampliando para o exercício da cidadania de maneira relação a que se propõe a subseção Meu trajeto. mais ampla, e encerramos apresentando o mundo do trabalho e suas implicações, que reforçam as reflexões Ao final de cada capítulo, convide os estudantes a de onde é possível chegar. 3a série: Sustentabilidade, realizar as atividades propostas no Portfólio e fazer a Au- consumo e educação financeira se entrelaçam numa toavaliação, de modo que enxerguem os progressos e discussão que culmina com a finalização, a adequação identifiquem as dificuldades. e o reconhecimento de que este material traz questões fundamentais para o desenvolvimento do estudante, Sugestões para organização dos registros mas que representa apenas os passos iniciais para que o jovem se aproprie dos seus planos e saiba como os O registro é uma oportunidade de refletir e organi- conduzir com autonomia zar melhor o pensamento e as ideias que se constituem a partir das relações que se estabelecem entre as ex- É perceptível que a escolha por outras combinações periências, os conhecimentos e as práticas vivenciadas também pode ser legitimamente justificada pois a articu- e acumuladas no dia a dia (repensar, revisar, revisitar, lação temática e metodológica dos capítulos se coloca a aperfeiçoar). Não registrar um aprendizado significa re- favor do seu planejamento e de suas escolhas. nunciar a um conhecimento em troca de uma simples lembrança. Apresente o material iniciando pela leitura da carta dos autores. Garanta a compreensão dos estudantes Da forma como se constitui, a obra estimula o regis- sobre o Projeto de vida e as dimensões em que ele se tro de vivências que resultam da aplicação e compreen- constituirá: dimensão do autoconhecimento, dimensão são de teorias recém-aprendidas. Como autor de seus da expansão e exploração e dimensão do planejamen- registros, é importante que o estudante reconheça seu to. Procure envolvê-los e, no decorrer da conversa, deixe protagonismo e sua posição ativa também na hora de que eles mesmos busquem situações significativas que realizar realizá-los. representem o assunto com base em suas experiências pessoais. Ouça as expectativas deles e registre informa- O ato de transpor a vivência e o registro oral para a es- ções que possam lhe auxiliar na condução do projeto e crita permite que o estudante desenvolva competências no planejamento das aulas. essenciais como: concentração, memorização, organiza- ção, planejamento, aumento do repertório (gráfico, léxico Por meio da leitura explore, em Conheça seu livro, as e semântico), domínio da linguagem, além de potencializar finalidades das seções do material e levante hipóteses e a criatividade e a busca por novas estratégias e formas de sugestões sobre os materiais e equipamentos que pos- registro: textos, mapas mentais, facilitação gráfica (misturar sivelmente serão utilizados, as rotinas de pesquisa e de ilustrações, símbolos e texto), uso de metáforas, entre outros. produção de resultados e os registros, sejam eles digitais ou não. Explique detalhadamente a subseção Meu tra- É certo que o ato da escrita exige esforço, trabalho, jeto, já que se refere a um registro pessoal e longo. Crie paciência e dedicação. No momento da escrita, estimule coletivamente sugestões de como viabilizá-la. os estudantes a refletir sobre as sugestões a seguir. Se desejar, leia para eles quando forem propostos os pri- Apresente as diferentes formas de registro, defina co- meiros registros e retome sempre que necessário. letivamente como será administrado o caderno coletivo • É importante sentir-se confortável para registrar pen- e o portfólio individual. Adiante você verá sugestões específicas sobre os tipos de registro. samentos, sentimentos e ações. Trata-se de uma re- construção das próprias descobertas e reflexões (da Com base em todas essas informações, estabeleça própria história), por isso vale lembrar que os registros os primeiros combinados sobre a dinâmica e o funcio- são pessoais e só serão compartilhados a partir da namento das aulas, retomando-os e os redesenhando vontade de cada um. sempre que necessário. • Para facilitar a elaboração dos registros, é possível se concentrar no que mais lhe chamou a atenção, to- Proponha a leitura da seção Introdução, no início mando-o como ponto de partida para estabelecer re- da obra, para que os estudantes iniciem a jornada com lações e conexões com os outros aspecto sejam eles um repertório básico e essencial para a compreensão do práticos ou teóricos. propósito do material, e comecem a alinhar expectativas. • A utilização de diferentes recursos gráficos torna os registros mais interessantes e fáceis de serem consul- Uma sugestão de atividade para ser feita depois tados, mas é importante garantir a simplicidade e a da leitura da Introdução é criar um quadro de expec- clareza do texto para que possa ser compreendido tativas. Escreva numa folha de cartolina ou papel kraft em qualquer momento, garantindo seu dinamismo e PROJETO DE VIDA – NOSSAS EXPECTATIVAS. Se tiver adequação a outras vivências. disponibilidade, use blocos adesivos; se não, peça que recortem pequenos pedaços de papel e escrevam uma 222

No início, é possível que os estudantes tenham um volvimento pessoal e social e na escolha profissional de pouco de resistência, ou dificuldade com a escolha do cada um. Trata-se de um documento pessoal, que vai que e como registrar, por isso, deixe claro que se trata do conter as múltiplas aprendizagens realizadas ao longo início de um processo e, quanto mais se registra, mais se do Ensino Médio. Uma memória viva, onde estarão regis- desenvolve a excelência na escrita. tradas muitas vivências e experiências, que possibilitarão reflexões e avanços sobre o papel do estudante e sua Auxilie-os a perceber que a escolha de compartilhar formação como pessoa, além de estimular a originalida- registros permite novas inserções e reorganizações, o de e criatividade. que torna o registro um documento vivo e dinâmico, que pode ser retomado a qualquer tempo. Escreva na lousa: “Seu portfólio será uma parte im- portante de você e, por isso, deve ter a sua cara!”. Desa- Com base na importância que a obra confere ao ato fie-os a usar a criatividade na produção de uma capa com de registrar aprendizagens e vivências, sugerimos dois que se identifiquem. Sugira: “Que tal um autorretrato?”. tipos de registro: o coletivo e o individual, que podem ser feitos em diferentes linguagens e com a utilização Sugestões de registros do Portfólio de diferentes técnicas e recursos. Desafie a criatividade do grupo. Os registros coletivos compreendem as pro- • Anotar, em ordem cronológica, as atividades realiza- duções da turma, atividades e resultados coletivos; os das, registrando a data e o tema a que se refere. individuais compreendem o Portfólio e o Meu trajeto. • Inserir um breve relato das atividades realizadas. Registro coletivo • Destacar o que for mais significativo e/ou impactante. • Utilizar formas criativas para este registro. Espécie de diário de bordo da turma, onde serão regis- tradas informações relevantes, além das atividades e con- 5. Orientações Específicas clusões coletivas realizadas durante todo o Ensino Médio. Unidade 1 - Identidade Nossa proposta é de que a turma tenha um caderno ou pasta com elástico para registros das vivências. Os ABERTURA DE UNIDADE registros coletivos deverão ser feitos pelos próprios es- tudantes. Você pode lançar mão de diversas estratégias (PÁGINAS 12 E 13) como: nomear um estudante-assistente por semana, um grupo-assistente por mês, fazer sorteio, propor aos estu- Professor, o tema identidade, relacionado à dimen- dantes que sejam voluntários, criar equipes e os desafiar são do autoconhecimento, foi pensado tendo como refe- a compor registros ricos, significativos e criativos. rência perspectivas de origem filosóficas e sociológicas. No decorrer do percurso, o material possui um co- Tendo como base os componentes da área de Ciên- mando que recomenda o registro, porém não se prenda cias Humanas e Sociais Aplicadas, podemos dizer que o a ele. Lembre-se de que este será o histórico da turma, conceito de identidade se refere àquilo que é diferen- por isso, proponha registros de tudo o que for relevante te dos demais e, ao mesmo tempo, idêntico a si mes- e significativo para a compreensão do percurso coleti- mo. Nossa abordagem diz respeito à formação dialética vo. Personalize a estrutura dos registros como considerar da identidade que se constitui a partir do indivíduo (si mais propício para organizar e documentar os avanços mesmo – suas mudanças e aprendizagens, rupturas e do grupo, mas sugerimos que tenham data, unidade, ca- transformações), de como ele é reconhecido socialmen- pítulo e seção a que se referem, título e conclusões. te e de como os grupos sociais influenciam contextos e provocam mudanças, que depois de interiorizadas e Como proposta de variação, caso haja possibilidade, transformadas são devolvidas para a sociedade. Nesse incentive a construção de um blog, site ou rede social da sentido, podemos dizer que a formação da identidade turma para ser publicado. Para isso, monte dois grupos: abarca sentimentos e escolhas que definem e aproxi- o dos registros convencionais e o dos registros digitais, mam os indivíduos de determinados grupos sociais. Por e proponha o revezamento a cada capítulo trabalhado. isso, quanto mais conscientes estiverem dos processos que envolvem a identificação, mais preparados os jovens Registro individual: Portfólio estarão para fazer escolhas e tomar decisões significati- vas em sua vida. Para o registro individual, sugerimos que cada estu- dante tenha um caderno ou uma pasta. O livro se refe- Professor, você está pronto para iniciar este processo, re a esse suporte como Portfólio e, para utilizá-lo, foi orientar o percurso, mediar as descobertas individuais, concebida uma seção específica para esse fim em cada promover o compartilhamento de ideias, informações e capítulo. Mas os registros não serão apenas as atividades vivências e, principalmente, aprender muito com os es- propostas nessa seção. tudantes? É preciso que os estudantes se apropriem desse re- A abertura da Unidade 1 apresenta a ilustração de curso como se fosse um companheiro de trajeto rumo jovens pintando a imagem da escritora Carolina Maria ao Projeto de vida. Nele, estarão registradas as vivências de Jesus. Inicie a abordagem propondo a análise da ilus- que serão utilizadas como base para compor o projeto. tração. Peça aos estudantes que descrevam a imagem Para estimulá-los para essa apropriação, questione se já identificando informações explícitas deles e infiram in- viram ou se já fizeram um portfólio. formações implícitas, como os jovens serem estudantes de uma mesma escola, terem a mesma faixa etária, apre- Esclareça a função do Portfólio explicando que os registros serão úteis para o acompanhamento do desen- 223

sentarem diferentes características físicas, possuírem ob- autodidatismo, motivação para aprender consigo mesmo, jetivos em comum, realizarem um trabalho colaborativo, com a vida, com o mundo e com o outro, importância da entre outras. Em seguida, questione: Vocês sabem quem leitura, presença da mulher na literatura, importância de é a pessoa que está sendo retratada pelos jovens? Se não desistir dos sonhos, e até com a relação do indivíduo não houver resposta, leia ou peça a um estudante para com o meio ambiente, todas apresentadas nesta unidade. fazer a leitura do texto introdutório. Anote na lousa as sugestões dos estudantes. Depois apresente a eles uma CAPÍTULO 1 – COMUNIDADES das primeiras escritoras negras do Brasil: Carolina Maria de Jesus. DE APRENDIZAGEM Nascida em Minas Gerais em 1914, numa família mui- (PÁGINAS 14 E 15) to pobre e com pais analfabetos, Carolina frequentou pouco a escola. Aprender a ler foi de grande importân- Por meio de uma conversa informal, explique que “ob- cia na sua vida. Aos 20 anos, com a morte de sua mãe, jetivo” é a descrição clara do que se pretende alcançar migrou para São Paulo, onde se instalou numa favela. como resultado de uma ação. Depois, solicite aos estu- Trabalhava como catadora de papéis para tentar susten- dantes que leiam os objetivos e a justificativa referentes ao tar seus três filhos e era conhecida por ler tudo o que en- capítulo e discutam a importância de saber o que esperar contrava, livros ou revistas, ainda que estivessem no lixo. de uma atividade, ou, no caso, de uma sequência delas. Sempre gostou de escrever, e mesmo com sua dura ro- tina, compunha versos e registrava seu cotidiano e suas Sugerimos dois tipos de registro: coletivo e indivi- reflexões em cadernos velhos, também encontrados no dual. Um caderno coletivo para registros das vivências lixão. em grupo e um caderno, que chamaremos de portfólio, para cada estudante para os registros individuais. Ele Um desses registros deu origem ao seu primeiro livro, será um facilitador na construção do Projeto de vida. Quarto de Despejo – diário de uma favelada, publicado, pela primeira vez, em 1960. A obra virou best-seller, foi Explique aos estudantes que as referências sobre as vendida em 40 países e traduzida para 16 idiomas. A ven- competências gerais da Educação Básica e as competên- da dos livros foi, aos poucos, mudando sua vida. cias e habilidades específicas das áreas de Linguagens e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Carolina faleceu em 1977, aos 62 anos, de insuficiên- e Ciências da Natureza e suas Tecnologias fazem parte cia respiratória. Outras seis obras póstumas foram publi- de um documento oficial produzido pelo Ministério da cadas. Em 2017, sua história foi registrada por Tom Fa- Educação (MEC), que define quais são as aprendizagens rias em Carolina – uma biografia, publicada pela editora essenciais a serem trabalhadas nas escolas brasileiras da Malê. Educação Infantil ao Ensino Médio. O nome desse docu- mento é Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ele Leia um trecho de Quarto de despejo. Trata-se de um garante o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento registro feito por ela no dia 15 de julho de 1955: pleno de todos os estudantes, o que promove a igualda- de no sistema educacional e colabora para a construção Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. pretendia comprar um par de sapatos para A proposta da abertura do capítulo é iniciar a abor- dagem do tema por meio da avaliação de imagens que ela. Mas o custo dos generos alimenticios conectam à realidade do jovem e ao seu conhecimento de mundo, uma vez que toda leitura é influenciada pela nos impede a realização dos nossos desejos. experiência de vida do leitor. Proponha que as atividades sejam respondidas oralmente, privilegiando a troca de Atualmente somos escravos do custo de vida. experiências, conhecimentos e informações. Com rela- ção à atividade 2, se houver disponibilidade de recursos, Eu achei um par de sapatos no lixo, lavei e proponha uma rápida pesquisa sobre ações voluntárias. A quantidade e a variedade de resultados da pesquisa po- remendei para ela calçar. dem despertar o interesse do estudante sobre o assunto. JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de POR DENTRO DO TEMA uma favelada. São Paulo: Ática. 2006. p. 11. (PÁGINAS 16 E 17) Para saber mais sobre a autora e sua forma de escre- ver (seus livros foram publicados exatamente da forma É na comunidade que aprendemos como ela escrevia, ou seja, não houve correção ortográ- fica nem gramatical, para que a originalidade fosse man- Proponha a leitura compartilhada do texto da seção. tida), consulte o site: www.ebc.com.br/cultura/2015/11/ Atividade 1: solicite a um estudante que anote na filha-de-carolina-de-jesus-diz-que-nao-conseguiu-ler-li- lousa/quadro branco os nomes das comunidades ci- vro-mais-famoso-da-mae. Acesso em: 29 fev. 2020. tadas pela turma. Depois, convide-os a agrupá-las de acordo com suas finalidades. Analisem os dados e ve- Proponha os seguintes questionamentos: Como será rifiquem que tipo de comunidades são mais populares que a história dessa mulher registrada na imagem pode no grupo. Na sequência, com o mesmo tipo de registro, se relacionar com o texto de abertura da unidade? Que descubra de quais comunidades os estudantes desejam decisões ela tomou em sua vida sobre seu futuro? A autora Carolina Maria de Jesus deve servir de ins- piração para o trabalho com esta unidade. Sua força, de- terminação, capacidade de observar, aprender e realizar transformou sua vida e a vida dos seus filhos. Procure re- lacioná-la a questões que envolvam autoconhecimento, 224

participar, questione a origem desse desejo e qual é o Proponha a leitura compartilhada do texto na seção, fator impeditivo. solicitando aos estudantes que acompanhem com aten- ção. Combine pequenas paradas a cada parágrafo para Na atividade 2, a proposta de expansão da con- que eles possam anotar dúvidas. Ao fim de cada etapa versa remete às demandas de protagonismos po- de leitura, solucione as dúvidas levantadas. líticos, sociais e culturais dos povos indígenas e das populações quilombolas, atendendo à habilidade Atividade 1: proponha aos estudantes que anotem EM13CHS601. num papel palavras que lhes vêm à mente ao imaginar uma “comunidade dos sonhos”. Depois, solicite que As comunidades são plurais analisem as palavras que escreveram e indiquem (grifem, risquem, circulem, marquem um x) priorizando: O que é Após explorar a pluralidade das comunidades, essencial? O que é importante? O que é bom? O que questione os estudantes sobre os tipos de preconceito não vai fazer diferença?. Disponibilize papel para todos, mais comuns no dia a dia. Ao analisar as imagens que e, com um barbante e pregadores de roupa, monte um remetem a diferentes tipos de comunidades, pergunte varal com os trabalhos deles sobre a comunidade ideal. a eles: O que pensam sobre as maracas feitas por indí- Proponha a cada um que explique seu trabalho e o que genas? Que valor elas têm? Como os indígenas apren- ele representa. Diga a eles para anotarem em seus port- dem a confeccionar as maracas? Que tipo de precon- fólios dois ou três trabalhos de que mais gostaram na ceito esses povos sofrem? O que vocês sabem sobre a sala, justificando a escolha. profissão do artesão? Esse profissional sofre algum tipo de preconceito? E quando o artesão é um quilombola, Compartilhe os resultados da turma e, depois, orga- isso muda alguma coisa? De que forma uma tradição nizem juntos o registro no caderno coletivo. como a dos cururueiros consegue se manter? Pessoas que praticam a religião mulçumana sofrem preconcei- BATE-PAPO to? Por quê? (PÁGINA 22) As respostas da atividade 3 devem ser feitas em rascunhos e, depois de verificadas, transferidas para o A comunidade escolar e a leitura portfólio. Proponha o registro da atividade 4 no cader- no coletivo. Não se esqueça de dizer para os estudantes A seção apresenta a leitura como uma maneira de se colocar data, nome e número do capítulo. relacionar e questiona o papel da escola como incentiva- dora e formadora de leitores. PESQUISA Atividade 1: por meio da interpretação dos dados (PÁGINA 18) apresentados e de seus conhecimentos pessoais, pro- ponha ao estudante que relacione numa folha de papel Características de uma comunidade ou em seu portfólio as causas para os baixos índices de engajamento com a leitura. Converse com os estudantes sobre a importância de buscar informações confiáveis. Após a realização da Atividade 2: forme uma roda de conversa e esti- pesquisa, avalie a disponibilidade de tempo e sugira que mule um bate-papo informal. Acrescente afirmações levantem pontos que despertaram sua curiosidade e rea- como: “todas as pessoas sabem que necessitam da lizem novas pesquisas. leitura” ou “ler é importante para compreender o mun- do”, e assim por diante. O ideal é que a atividade seja Proponha que as descobertas sejam anotadas em um feita oralmente a partir da elaboração de argumentos, papel de rascunho e que depois sejam registradas no mas caso você perceba que os estudantes precisam re- portfólio. Os itens a serem registrados são: 1. comunida- correr à escrita para este processo, isso pode ser feito de escolhida pelo grupo e suas características; 2. comu- sem problemas. Proponha e acompanhe os registros no nidade tradicional (uma ou mais) e suas características; 3. caderno coletivo. entendimento pessoal do estudante sobre as comunida- des virtuais; 4. principais pontos abordados no vídeo e REALIDADE EM PRÁTICA informações sobre comunidades culturais locais. (PÁGINA 23) OUTROS OLHARES Projeto: Comunidade leitora (PÁGINAS 19, 20 E 21) Depois da leitura, inicie o processo de organização O que caracteriza uma comunidade do projeto questionando: Qual a finalidade de um clu- no mundo atual? be de leitura? Onde, quando e como podem acontecer esses encontros? Como é possível avaliar os resultados? Em seu livro Vida para consumo, Zygmunt Bauman afirma que “Na era da informação, a invisibilidade é equi- Proponha aos estudantes que assistam ao vídeo valente à morte” (Zahar, 2008). Escreva essa frase na lousa/ Como formar um clube de leitura?, produzido pela edi- quadro branco e pergunte aos estudantes se concordam tora Companhia das Letras, que está disponível em www. com ela ou discordam dela. Escolha dois estudantes para youtube.com/watch?v=ws6CsGikbM4. Acesso em: 18 argumentarem a respeito. Apresente o filósofo e convide- fev. 2020. Os clubes de leitura se transformaram em uma -os a conhecer um pouco de seu pensamento. potente ferramenta de socialização e democratização do conhecimento. 225

REFLEXÃO responsabilidades; ajuda material e serviços: pessoas que colaboram especificamente nestas questões; acesso (PÁGINAS 24 E 25) a contatos: pessoas que abrem portas para novas cone- xões. Pondere com o grupo que as relações são dinâmi- Clube de leitura Leia Mulheres cas e, por isso, uma pessoa pode desempenhar vários papéis ao mesmo tempo. Utilize a experiência de Juliana Gomes para reforçar a vivência dos estudantes. Ao estabelecer relações de AUTOAVALIAÇÃO diferenças e/ou similaridades entre as propostas é pos- sível, além de compreender melhor as práticas, ampliar (PÁGINA 27) conhecimentos e repertório. Pergunte aos estudantes que escritoras eles conhecem. Peça a eles que elaborem Explique aos estudantes que autoavaliação é um exer- uma lista e façam uma pesquisa procurando identificar cício de reflexão muito importante e que pode ser feito em outras autoras. Amplie a discussão trazendo temas que qualquer momento da vida pessoal, social e profissional. envolvam desigualdade de gênero e a consequente dis- criminação, e até a violência contra a mulher. Retome a Para começar, é necessário encontrar e elencar os história de Carolina Maria de Jesus e relacione com as pontos positivos e os pontos negativos em relação a questões aqui citadas, ajudando os estudantes a refletir cada aspecto abordado, ou aprendizagem. Os aspectos com base na realidade dela: mulher, negra e com extre- positivos vão indicar “caminhos mais curtos”, isto é, mo- ma dificuldade financeira. bilizar percepções e aprendizagens que o estudante já possui. Já os aspectos negativos indicarão os desafios PORTFÓLIO que ele terá de superar com esforço e dedicação. (PÁGINA 26) MEU TRAJETO “Mapa” da rede pessoal-social Oriente o estudante a escrever de acordo com o forma- to que escolheu para compor este trajeto, usando palavras Acompanhe a leitura das instruções e vá auxilian- e expressões que representem: 1. As percepções indivi- do os estudantes com os esclarecimentos necessários. duais sobre as diferentes comunidades – O que sei?; 2. Ati- Oriente-os a fazer um rascunho a lápis, e só depois de tudes/comportamentos que mudaram ou foram influencia- pronto e conferido colorir e finalizar. dos pelas percepções sobre as comunidades – Como vou agir?; 3. Os desejos de futuro que surgiram ou foram impac- Solicite que façam uma reflexão sobre as relações tados pelos novos conhecimentos sobre as comunidades mais próximas, pensando em como elas foram construí- – O que eu desejo?; 4. As estratégias que serão utilizadas das e como se mantêm ao longo do tempo. Chame a para alcançar esses desejos – Como vou chegar lá? atenção para que identifiquem se alguma avaliação foi surpreendente, ou seja, se julgavam uma relação como CAPÍTULO 2 – AUTOCONHECIMENTO próxima e na hora de posicionar no diagrama percebe- ram que não era tão próxima assim, ou o contrário, que (PÁGINAS 28 E 29) também pode ocorrer. Assim que os estudantes fizerem o “mapa” pessoal-social, é importante que explorem cada A proposta da abertura do capítulo é iniciar a abor- item para que possam desenvolver o autoconhecimento e dagem do tema por meio da leitura de imagens signi- identificar quais ações precisam ser tomadas para ampliar ficativas, carregadas de informações e conhecimentos a rede, por exemplo: tamanho da rede (número de pes- que, de uma certa forma, se conectam à realidade do soas): É uma rede pequena? É grande? Estou bem assim? jovem e ao seu conhecimento de mundo. Depois de Quero mudar?; densidade da rede (conexão entre as pes- analisar as imagens, faça os seguintes questionamen- soas que fazem parte dela): Elas se conhecem? São próxi- tos: Se seu reflexo no espelho fosse diferente do que mas ou não têm nada a ver?; composição e distribuição na é hoje, você acredita que sua vida seria diferente tam- rede: Existe uma proporção entre os quadrantes? Coloquei bém? Aborde questões referentes a aceitação, padrões mais pessoas num determinado quadrante e nível de dis- estéticos, e fique atento às concepções e crenças que tância que em outros quadrantes? O que isso significa?; dis- eles expressarem.Trabalhe oralmente as atividades 1 e persão na rede: Existe uma distância geográfica que possa 2. Aborde uma situação de cada vez, e verifique se al- facilitar ou dificultar o encontro entre as pessoas da rede?; guém gostaria de se manifestar e solicite aos estudantes homogeneidade/heterogeneidade: observar idade, sexo, que façam registros no portfólio. Espera-se que eles ini- escolaridade, nível socioeconômico; papéis sociais: As ciem um “diálogo interno”, caminhando, assim, na di- pessoas da rede desempenham qual papel social em re- reção do autoconhecimento. Explique que há maneiras lação a você? Esse “mapa” também nos apresenta outra diversificadas de autoconhecimento: ao escrever em um referência a respeito das funções das pessoas: compa- diário, por exemplo, é possível se conectar com o seu nhia social: pessoas que fazem atividades em conjunto “eu”, uma opção para quem tem mais dificuldade de se com você ou que sempre estão próximas. O que vale é expressar verbalmente ou mesmo de interagir com ou- o “estar junto”; apoio emocional: pessoas que têm uma tras pessoas. Outra maneira de se conhecer é olhar para atitude emocional positiva com você, num clima de com- as próprias relações (familiar, profissional, amorosa etc.), preensão, empatia, estímulo; guia cognitivo de conse- percebendo os comportamentos manifestados em cada lhos: pessoas que proporcionam bons modelos são uma uma delas. referência; regulação social: pessoas que reafirmam suas 226

POR DENTRO DO TEMA defina em qual tema quer se aprofundar. Assegure-se de que os grupos não repitam os temas e proponha a troca (PÁGINAS 30 E 31) de informações e percepções entre eles. Construção da identidade OUTROS OLHARES Apresente aos estudantes o art. 1o da Declaração (PÁGINAS 33, 34 E 35) Mundial sobre Educação para Todos, que aborda a Sa- tisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem. Adolescentes contam as suas próprias Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/ histórias texto/ue000108.pdf. Acesso em: 1o mar. 2020. Proponha a leitura compartilhada do texto. A leitura inicial contextualiza e dá sentido ao texto, pois aborda questões sobre a adolescência e a garantia Atividade 1: trata-se de uma atividade de suma impor- dos direitos dos adolescentes. O texto abordará o direi- tância para o desenvolvimento da Competência Geral 8 da to à saúde. Pergunte aos estudantes se eles conhecem BNCC e para iniciar reflexões sobre autoconsciência, au- os próprios direitos. Leia o art. 4 do Estatuto da Criança toestima, autoconfiança e equilíbrio emocional. Esclareça e do Adolescente disponível em: www.planalto.gov.br/ que se trata de um exercício pessoal, e que encará-lo com ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 1o mar. 2020. seriedade é um bom começo para realizar as atividades de forma proveitosa. Atividade 2: com essas questões, ante- Proponha a leitura compartilhada, solicitando aos cipamos um conteúdo que será explorado mais à frente estudantes que acompanhem com atenção. Faça pe- sobre múltiplas inteligências. Neste momento, contudo, é quenos intervalos na leitura para que eles possam anotar importante que os estudantes identifiquem suas preferên- dúvidas. Ao fim de cada etapa de leitura, solucione as cias em termos de habilidades, apostando que todos nós dúvidas levantadas. nos dedicamos àquilo que fazemos com facilidade e natu- ralidade. Ajude-os a desenvolver o autoconhecimento, que Atividades 1 e 2: as questões sobre o texto mere- está ligado a inúmeras dimensões humanas. Proponha uma cem uma reflexão mais cuidadosa e demandam um po- escala de 0 a 10 para cada habilidade. sicionamento pessoal. Atividade 3: ajude-os a entender que o direito à saúde é um direito de todos. Atividades PESQUISA 4 e 5: as questões sobre o texto merecem uma reflexão mais cuidadosa e demandam um posicionamento pes- (PÁGINA 32) soal. O objetivo é que os estudantes pensem sobre o mundo real e concreto. O texto amplia o olhar para uma Sou eu mesmo nas redes sociais? questão social e de políticas públicas. Ao apresentar o tema, comente que, nos dias de A partir dos conhecimentos que possuem sobre os di- hoje, é impossível pensar na influência que a interação reitos dos adolescentes, peça a eles que pensem em uma virtual com o outro tem nas nossas aprendizagens e na lista de vulnerabilidades, isto é, obstáculos para o seu de- nossa identidade sem refletir sobre as redes sociais. Esti- senvolvimento, como pobreza e extrema pobreza, baixa mule uma conversa informal sobre o assunto sem deixar escolaridade, exploração do trabalho, privação da convi- que se transforme em um debate. vência familiar e comunitária, assassinato de adolescen- tes, gravidez na adolescência, exploração e abuso sexual, Atividade 1, item a: converse com os estudantes so- doenças sexualmente transmissíveis e abuso de drogas. bre a importância de buscar informações confiáveis, já que Peça a eles que analisem a lista e determinem quais obs- no item b eles são convidados a dar continuidade às suas táculos não existiriam caso os direitos fossem respeitados. pesquisas. Atividade 1, item b: oriente os estudantes a avaliarem onde buscam informações para garantir o uso BATE-PAPO de fontes confiáveis. Auxilie-os a identificar as fake news por meio de características específicas. A seção Realida- (PÁGINA 36) de em prática traz informações para identificar esse tipo de notícia. Para a pesquisa, eles devem buscar as seguin- As redes sociais e a formação tes informações: Como os jovens se sentem nas redes da identidade sociais? Quais benefícios e malefícios as redes sociais proporcionam? Por que os jovens passam tanto tempo A seção aborda o lado positivo e o lado negativo das conectados? Que tipos de sentimentos vivenciam en- redes sociais. Proponha a eles a seguinte reflexão: Será quanto estão conectados? E depois? Atividade 1, item que as postagens das redes sociais refletem a vida das c: proponha aos estudantes que realizem as discussões pessoas? Como vocês se sentem depois de alguns minu- em grupos menores e registrem os pontos discutidos para tos vendo postagens em redes sociais? Proponha os ques- depois compartilhá-los com toda a turma. Atividade 1, tionamentos sobre as postagens e organize uma tabela item d: oriente os estudantes a utilizarem as ferramentas com os aspectos positivos e negativos do uso da internet: de busca. Instrua-os a fazer a pesquisa considerando fer- ramentas específicas como as indicadas neste site: www. Organize os grupos e escreva na lousa o título e o sub- bibliotecavirtual.sp.gov.br/temas/internet-e-tecnologia/ título de uma matéria publicada na revista Época Negó- como-pesquisar-na-internet.php. Acesso em: 3 mar. 2020. cios, em 22 de outubro de 2019, de autoria de Marc Tawil, head da Tawil Comunicação, autor e palestrante: Disponí- Atividade 2: promova o trabalho em grupo. Peça a vel em: https://epocanegocios.globo.com/colunas/Futuro- cada grupo que realize uma rápida pesquisa no site e do-trabalho/noticia/2019/10/nao-compare-o-seu-bastidor- com-o-palco-do-outro.html. Acesso em: 24 fev. 2020. 227

Oriente um grupo a utilizar seus conhecimentos e se AUTOAVALIAÇÃO inspirar no título e no subtítulo da matéria da revista Épo- ca Negócios para discutir aspectos positivos das redes (PÁGINA 41) sociais; o outro grupo fará o mesmo, porém discutindo os aspectos negativos. Ao final, cada grupo compartilha- Explique aos estudantes que autoavaliação é um rá os resultados das discussões que deverão ser registra- exercício de reflexão muito importante que pode ser das no caderno coletivo. feito em qualquer momento da vida pessoal, social e profissional. REALIDADE EM PRÁTICA MEU TRAJETO (PÁGINA 37) Oriente o estudante a escrever de acordo com o for- Projeto: Redução da vulnerabilidade do mato que escolheu para compor este trajeto usando pala- jovem na internet vras e expressões que representem: 1. As percepções indi- viduais sobre autoconhecimento – O que sei?; 2. Atitudes/ Com base em dados sobre agressões e discriminações comportamentos que mudaram ou foram influenciados em ambiente virtual e sobre os riscos e a vulnerabilidade pelas percepções sobre mundo digital – Como vou agir?; dos jovens, os estudantes são desafiados a redigir uma car- 3. Os desejos de futuro que surgiram ou foram impac- tilha de boas práticas nas redes sociais. Apresente mode- tados pelos novos conhecimentos sobre mim mesmo – los de cartilhas e solicite aos estudantes que, ao escrever, O que eu desejo?; 4. As estratégias que serão utilizadas observem: estrutura, linguagem, imagens e assuntos abor- para alcançar esses desejos – Como vou chegar lá? dados. Algumas referências sobre isso podem ser encon- tradas nestes sites: https://cartilha.cert.br/ e https://new. CONHEÇA MAIS SOBRE O TEMA safernet.org.br/content/cartilhas. Acessos em: 1o mar. 2020. E ENRIQUEÇA SUA AULA REFLEXÃO Sobre fake news: acesse os sites https://educamidia. org.br/api/wp-content/uploads/2019/12/Fake-News_ (PÁGINAS 38 E 39) Slides.pdf e https://new.safernet.org.br/default/files/ content_files/navegue_com_seguranca.pdf. Acessos em: Detox digital 1o mar. 2020. Apresente a origem e o significado da palavra detox. CAPÍTULO 3 – INDIVÍDUO E MEIO Muito utilizada em referências à alimentação, a palavra vem de detoxificação, que é o mecanismo natural de eli- AMBIENTE minação de toxinas que o nosso corpo produz durante a digestão. Problematize, perguntando aos estudantes: (PÁGINAS 42 E 43) Como podemos usar esta palavra para nos referirmos ao uso da internet? Explore a campanha criada pelo Mi- Solicite aos estudantes que leiam os objetivos e a jus- nistério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos tificativa referentes ao capítulo e discutam sobre a impor- fazendo a eles o seguinte questionamento: O que infor- tância de saber o que esperar de uma atividade ou, no mação tem a ver com tempo? caso, de uma sequência delas. A proposta da abertura do capítulo é iniciar a abordagem do tema por meio da leitu- Para ampliar a discussão, mostre aos estudantes ra de imagens que se conectam à realidade do jovem e ao a publicação do site SaferNet.org (texto apresentado seu conhecimento de mundo, uma vez que toda leitura é a seguir) sobre a relação das pessoas com o comando influenciada pela experiência de vida do leitor. Depois de “curtir” e relacione com a fala do psicólogo Cristiano analisar as imagens, faça os seguintes questionamentos: Nabuco. Disponível em: https://new.safernet.org.br/ As imagens são registros de grandes problemas ambien- content/por-que-o-fim-do-no-instagram-e-bom-para-voce. tais. Há, nas imagens, algum problema que não tenha sido Acesso em: 1o mar. 2020. Atividade 1: registre as respos- causado pela ação humana? As imagens mostram proble- tas dos estudantes e veja quantos consideram possível mas recorrentes ou fatos isolados em diferentes regiões realizar um detox digital. Atividades 2 e 3: proponha do Brasil? Você já tinha ouvido falar de algum dos fatos que as perguntas sejam respondidas oralmente e que as retratados? Você tem informações sobre como estão es- respostas sejam depois registradas no portfólio. ses lugares hoje? Os danos foram recuperados? PORTFÓLIO Nas atividades 1 e 2, espera-se que os estudantes se sensibilizem com as fotografias e percebam que os se- (PÁGINA 40) res humanos são agentes transformadores da paisagem e, muitas vezes, responsáveis por tragédias ambientais. Carta do tempo O objetivo é que eles reflitam a respeito do impacto que a degradação do meio ambiente acarreta às futuras gera- A partir da discussão sobre imagem/comportamen- ções e do papel que cada um pode exercer para preservar to/futuro/qualidade de vida/felicidade, proponha a cada o meio ambiente. Atividade 3: o processo de elaboração estudante que escreva uma carta para si mesmo, com de hipóteses é de suma importância para a construção de base nas orientações propostas na seção. Ressalte a im- conhecimentos. Para essa atividade, proponha o registro portância de cumprir o combinado de só abrir a carta ao de uma lista de hipóteses no caderno coletivo. final da 3a série do Ensino Médio. 228

POR DENTRO DO TEMA percurso, começando pelas obras que mais interessam à turma, ajuda a ganhar tempo. (PÁGINAS 44 E 45) Para saber mais, consulte o site do Instituto Brasileiro A nossa casa se sustenta? de Museus que administra mais de 30 museus no país. Disponível em: www.museus.gov.br/os-museus/museus- Proponha a leitura compartilhada. O texto traz infor- ibram/. Acesso em: 14 fev. 2020. mações sobre como a sociedade tem modificado a for- ma de enxergar e de se posicionar em relação ao meio OUTROS OLHARES ambiente. Após a leitura, questione sobre fatores que influenciaram esse aparente “descaso” da humanidade (PÁGINAS 48 E 49) perante a natureza. O futuro do planeta depende de nós Para complementar as informações, converse com os estudantes sobre o surgimento de duas novas profissões: A seção aborda os desafios que o planeta enfrenta gestor de ecorrelações e gestor de resíduos (para sa- quando o assunto é a preservação de um ambiente sau- ber mais, acesse: www.guiadacarreira.com.br/profissao/ dável e habitável para as futuras gerações. Traz como profissoes-do-futuro/. Acesso em: 2 mar. 2020). Questione- exemplo o fato de a Amazônia ter sofrido um número -os se compreendem a importância desses profissionais recorde de focos de incêndio em 2019 e apresenta uma e se conseguem justificar a relação entre as atribuições e reportagem que conta como isso aconteceu na visão de a formação deles. Atividade item a: tem como objetivo quem mora dentro da floresta. mostrar que teoria e prática são faces da mesma moeda. Nessa perspectiva, o estudante é convidado a conhecer Proponha a leitura compartilhada, solicitando que e analisar uma causa regional ligada ao meio ambiente. alguns estudantes leiam em voz alta enquanto o grupo acompanha com atenção. Combine pequenas paradas PESQUISA para que os estudantes possam esclarecer dúvidas. Como se trata de um texto longo, proponha retomadas que ga- (PÁGINAS 46 E 47) rantam a compreensão. Depois de conhecer a visão do indígena, o estudante é chamado, mais uma vez, a refletir Desenvolvimento sustentável sobre a ação humana, o futuro e o que pode ser feito. Na atividade de pesquisa os estudantes são convidados Atividade 1: motive os estudantes a compreender a assistir ao vídeo da ONU que explica o que é desenvolvi- que pequenas mudanças de atitude por parte de mui- mento sustentável e ao discurso de Greta durante a Confe- tas pessoas causam grande impacto positivo e podem rência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Ativi- transformar realidades. Apresente experiências como a dade 1, item a: com base no conceito de sustentabilidade da Iniciativa Verde, uma organização não governamental apresentado por Renata Rubian, solicite aos estudantes que que chegou ao marco de mais de 2 milhões de árvores discutam a fala de Greta durante o discurso na conferên- plantadas por meio de projetos de restauro em 42 muni- cia: “Tive a sorte de poder viajar pelo mundo e, na minha cípios de todas as regiões do Brasil. Disponível em: www. experiência, a falta de consciência é a mesma em todos os iniciativaverde.org.br/comunicacao-artigos-e-noticias- lugares”. Faça a eles os seguintes questionamentos: Como detalhes/pl. Acesso em: 2 mar. 2020. consciência ambiental e sustentabilidade se relacionam? Nesse sentido, quais seriam os caminhos para a humanida- Atividade 2: pergunte aos estudantes se ao ler uma de? Item b: solicite aos estudantes, uma ou duas aulas antes, reportagem que dá voz ao povo indígena que vivenciou que assistam ao vídeo sugerido nesse item. Item c: para uma o incêndio “de dentro” fez diferença na percepção que empresa ser considerada sustentável, todas as suas ações eles tinham do fato. Problematize: Temos o costume de devem levar em conta a proteção ambiental, a responsabi- ouvir pelo menos mais de um dos envolvidos nos fatos? lidade social – que envolve todas as pessoas afetadas direta Por quê? Atividade 3: para ampliar a proposta sobre uma ou indiretamente pelas atividades da empresa (funcionários, ação na escola, pode ser feita uma horta comunitária. comunidade e consumidor) –, e, é claro, a prosperidade eco- Leia a reportagem que conta a rotina de uma escola no nômica, o que significa que ela precisa gerar lucro. Distrito Federal sobre a criação de uma horta. Disponí- vel em: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/ Atividade 2: para orientar a visita virtual proposta escola-que-planta-frutas-e-verduras-para-estudantes- nesta atividade, conheça o projeto Era Virtual, que tra- em-taguatinga-no-df-comeca-a-criar-peixes.ghtml. balha a divulgação e promoção do patrimônio cultural Acesso em: 29 de nov. 2019. Outra referência é o site ciclo brasileiro. Disponível em: http://eravirtual.org/visitas- vivo que traz os 12 primeiros passos para tirar do papel a virtuais/. Acesso em: 14 fev. 2020. ideia da horta e torná-la realidade. Disponível em: https:// ciclovivo.com.br/mao-na-massa/horta/12-passos-para- Atividade 3: para programar uma visita a um mu- comecar-uma-horta-comunitaria/. Acessoem:2mar.2020. seu, algumas ações são necessárias. Para auxiliá-lo nesse Verifique a possibilidade de incluir o professor de Biolo- processo, consulte o site https://gestaoescolar.org.br/ gia para trabalhar o ciclo de crescimento de frutas, ver- conteudo/2159/visita-a-museus-12-passos-para-organizar- duras e legumes ou para ajudar os estudantes a pensar melhor-a-saida-da-escola. Acesso em: 14 fev. 2020. em alternativas que atendam a realidade da escola. Visitar um museu ou uma exposição não é um pas- Que tal propor uma ação de contato dos estudantes seio qualquer. Oriente seus estudantes a acessarem o com a natureza? Lembre-se de registrar por meio de fotos site do museu/exposição que será visitado e pesquisar que poderão ser retomadas na seção Realidade em práti- o acervo, além de buscar dicas dos visitantes. Definir o ca. Se vocês estiverem numa região de praia, pode ser or- ganizado um mutirão para limpar a praia e conversar sobre 229

poluição com as pessoas. Caso vocês estejam numa área experiência da criadora do site Uma vida sem lixo, da urbana, a mesma ação pode ser realizada em uma praça. catarinense Cristal Muniz, que transformou seus hábitos em busca do que chama de “lixo zero”. Faça os seguin- BATE-PAPO tes questionamentos aos estudantes: Será que é possível eliminarmos o lixo das nossas vidas? Depois de levantar (PÁGINA 50) algumas hipóteses com os estudantes, proponha uma leitura silenciosa para que eles possam fazer suas anota- A preservação do planeta para ções. Depois, numa conversa, solicite a eles que compar- as futuras gerações tilhem suas impressões. Quando se fala na busca pela sustentabilidade e pela Atividade 1: retome o debate trabalhado na seção qualidade de vida no planeta, é impossível não pensar Bate-papo e pergunte a eles: após conhecer o exemplo numa questão que nos afeta no dia a dia: o lixo que pro- da Cristal, qual de vocês mudou completamente de ideia? duzimos. Antes de propor a discussão entre quem de- Quem está convencido de que é possível reduzir a pro- fende o consumo e o desenvolvimento e aqueles que dução de lixo? Atividade 2: solicite aos estudantes que defendem leis para produção e descarte de lixo e o con- respondam à atividade oralmente ou discutam em duplas sumo consciente, apresente alguns questionamentos: e, na sequência, façam registros de suas conclusões em É possível vender descartáveis de plástico e ao mesmo seus portfólios. tempo passar uma mensagem de sustentabilidade? De que forma o consumidor enxerga uma empresa que não PORTFÓLIO tenha preocupação com sustentabilidade? Você compra- ria algo de uma empresa assim? (PÁGINA 54) Apresente o vídeo sobre como está sendo feita a “Pílulas” de ações diárias coleta de lixo na cidade de Paulínia, no interior de São Paulo, e questione os estudantes: ideias como esta são Acompanhe a leitura das instruções e auxilie os estu- replicáveis? O que impede que outras cidades implantem dantes com os esclarecimentos necessários. Oriente-os a o mesmo sistema? Disponível em: www.youtube.com/ fazer um rascunho a lápis e, só depois de considerarem seu watch?v=yH23gv2FK5k. Acesso em: 10 fev. 2020. O vídeo trabalho pronto e conferido, eles devem colorir e finalizar. faz parte da seleção de vídeos de educação ambiental para apoio a atividades de professores da Educação Bá- Solicite que façam uma reflexão sobre suas ações sica do Instituto Estre, uma Organização da Sociedade diárias avaliando o quão sustentáveis elas são. Dê exem- Civil de Interesse Público (Oscip). Disponível em: www. plos de situações cotidianas: Quando você vai ao super- institutoestre.org.br/quem-somos/. Acesso em: 2 mar. 2020. mercado, costuma levar uma sacola reutilizável? Ao pedir Apresente para os estudantes informações que possam alguma bebida em restaurantes, costuma beber direta- auxiliar na composição de argumentos para os dois lados. mente do copo? Procura descartar corretamente emba- Para isso, visite os seguintes sites: https://iusnatura.com. lagens de alimentos, presentes etc.? Depois proponha br/principais-leis-ambientais/ e www.cartacapital.com.br/ aos estudantes que façam uma lista de ações pouco sus- sustentabilidade/brasil-falha-na-aplicacao-de-leis- tentáveis ou “duvidosas” que são comuns em cada uma ambientais-diz-onu/. Acessos em: 2 mar. 2020. Proponha e das categorias e, com base nessas ações, comecem a re- acompanhe os registros no caderno coletivo. fletir sobre maneiras de substituí-las por ações cada vez mais sustentáveis. Se quiser, faça combinados com a sala REALIDADE EM PRÁTICA em relação a metas e prazos para o cumprimento das propostas sugeridas, as “pílulas”. De acordo com os pra- (PÁGINA 51) zos estabelecidos, solicite aos estudantes que relatem como foi a mudança de comportamento, quais facilida- Projeto: Educação ambiental des ou dificuldades para criar hábitos e ter um compor- tamento mais sustentável. Acompanhe os registros dos A proposta é despertar a comunidade para as questões estudantes no portfólio. que envolvem a sustentabilidade e estimular novos compor- tamentos. Siga as etapas propostas que culminarão na orga- AUTOAVALIAÇÃO nização do Dia da conscientização ambiental na escola. (PÁGINA 55) Para produzir as apresentações, indicamos algumas ferramentas gratuitas e que podem ser facilmente uti- Explique aos estudantes que autoavaliação é um lizadas: Canva, disponível em: www.canva.com/pt_br/ exercício de reflexão muito importante que pode ser fei- e Powtoon, disponível em: www.powtoon.com/home/. to em qualquer momento da vida pessoal, social e pro- O site está completamente em inglês, por isso seria inte- fissional. Para começar, é necessário encontrar e elencar ressante solicitar auxílio do professor de Língua Inglesa. os pontos positivos e negativos em relação a cada aspec- Acessos em: 3 mar. 2020. to abordado ou à aprendizagem. Os aspectos positivos vão indicar “caminhos mais curtos”, isto é, sobre “tal” REFLEXÃO assunto o estudante precisará mobilizar percepções e aprendizagens que o estudante já possui. Já os aspectos (PÁGINAS 52 E 53) negativos indicarão os desafios que ele terá de superar com esforço e dedicação. É possível reduzir o nosso lixo? Para propor a reflexão sobre o papel de cada um na busca por um planeta mais sustentável, a seção traz a 230

MEU TRAJETO o momento. Nesse caso, a criação de um storyboard. Trata-se de uma espécie de guia visual utilizado pelas Oriente o estudante a escrever de acordo com o for- pessoas que trabalham com a produção de produtos au- mato escolhido para compor este trajeto, usando pala- diovisuais. É uma forma rápida de ter em mãos as prin- vras e expressões que representem: 1. As percepções cipais cenas que serão filmadas. Mas por que isso é tão individuais sobre minha relação com o meio ambiente – necessário? As produções audiovisuais, normalmente, O que sei?; 2. Atitudes/comportamentos que mudaram são demoradas, envolvem diversos profissionais que de- ou foram influenciados pelas percepções sobre comu- pendem uns dos outros, por isso a informação detalhada nidade – Como vou agir?; 3. Os desejos de futuro que e de fácil acesso ajuda a economizar tempo e dinheiro. surgiram ou foram impactados pelos novos conhecimen- tos sobre atitudes, comportamentos e valores pessoais Convide-os, então, à experiência de produzir um versus sustentabilidade – O que eu desejo?; 4. As estra- storyboard e testar como pode ser bom ver as ideias to- tégias que serão utilizadas para alcançar esses desejos – mando forma. Se houver condições de a produção ser digi- Como vou chegar lá? tal, eles devem utilizar o Canva, uma ferramenta de edição gratuita para esse tipo de produção. Permite a utilização de CONHEÇA MAIS SOBRE O TEMA fotos e o trabalho em grupo por meio de uma ferramenta E ENRIQUEÇA SUA AULA simples de compartilhamento. Disponível em: www.canva. com/pt_br/criar/storyboard/. Acesso em: 28 fev. 2020. Sobre o futuro do meio ambiente: filme A era da es- tupidez, da diretora britânica Franny Armstrong, lançado Escutatória em 2009, sobre uma época de colapso da civilização e da quase extinção da humanidade. Inicie a abordagem perguntando aos estudantes o que eles entendem por “escutatória”. É esperado que PROJETO VIVER EM COMUNIDADE I: eles relacionem com as palavras oratória, ouvir e escutar. Pergunte se as palavras ouvir e escutar possuem o mes- IDENTIDADE-ALTERIDADE mo significado. Comente que a diferença está na atenção que se dá a cada uma das ações e, em seguida, promova (PÁGINAS 56 E 67) a leitura do texto de Rubem Alves, na página 59. Explo- re a ideia central sobre aguçar a audição para se afastar O projeto Viver em comunidade I marca a passa- do barulho que nos impede de ouvir o outro, ouvir a si gem da Unidade 1 – Identidade-alteridade, que trata da mesmo e ouvir o mundo e procure evidenciá-la por meio dimensão do autoconhecimento – o encontro consigo, dos exemplos dados pelo autor. Converse sobre a es- para a Unidade 2 – Alteridade, que trata da expansão e cuta atenta, receptiva, interessada, que enxerga e aceita da exploração – o encontro com o outro e o mundo. o outro. Explique que é uma habilidade comunicacional importante que pode ser desenvolvida a partir de atos Se a busca pelo autoconhecimento requer um olhar conscientes em que o “escutador” se faz disponível. Por para si, um exercício “para dentro”, pessoal e silencioso, isso, ela é tão necessária nas relações interpessoais. que reconhece a identidade como aquilo que é idêntico a si mesmo, o encontro com o outro e com o mundo vol- OFICINAS ta o olhar para fora, para o reconhecimento do outro e para a expansão do “eu”. Do “eu”? Mas não estávamos OPÇÃO 1 PALESTRA NOSSAS HISTÓRIAS + discorrendo sobre o outro, sobre o mundo? INSPIRADORAS É no reconhecimento do outro que a identidade, o que (PÁGINA 60) era o idêntico, passa a ser o que nos difere dos demais. É a formação dialética da identidade. Nesse sentido, podemos Vamos praticar a “escutatória”! compreender que quanto mais nos conhecermos, mais estaremos seguros para reconhecer o outro e, ao mesmo Trata-se de organizar um momento de troca de expe- tempo, nos reconhecermos nele, criando laços, explorando riências inspiradoras, capazes de impactar as pessoas e o mundo e, assim, expandirmos o “eu”. O projeto Viver em gerar mudanças positivas, com o envolvimento e a parti- comunidade I propõe resgatar o “eu” para compartilhar cipação de toda a comunidade escolar. com os outros saberes, vivências e experiências, fortalecen- do laços, proporcionando reconhecimento e colaborando O primeiro passo é aproximar os estudantes do mo- para a melhoria da qualidade das relações. Ele possui três delo sugerido. Com base nas informações oferecidas, frentes criadas para se adaptar ao planejamento e ao mo- proponha que assistam algumas vezes à palestra de Bre- mento de cada série/turma. A proposta é utilizar uma das né Brown com os seguintes objetivos: frentes toda vez que houver a passagem da Unidade 1 para • Praticar a escuta atenta e focar na experiência apre- a Unidade 2, seja na 1ª, na 2ª ou na 3ª série. A escolha da abordagem é livre, e as atividades propostas são apenas sentada, que será importante para a ação proposta. sugestões. Adapte-as para atender às necessidades da sua • Responder às seguintes questões: Como Brené Brown turma e deixe-a livre para criar. conseguiu criar uma conexão com as pessoas? Utili- O AUTOCONHECIMENTO E O OUTRO zou humor? Se mostrou vulnerável? Para iniciar o projeto, estimule-os a identificar na (PÁGINAS 58 E 59) comunidade pessoas que tenham histórias inspirado- ras para compartilhar. Proponha que façam uma lista de Nessa etapa, a proposta é fazer uso de diferentes lin- possíveis palestrantes e dividam-se para conhecer suas guagens para articular as aprendizagens realizadas até experiências e verificar a disponibilidade de cada um. 231

Divida os estudantes em grupos e sugira que cada Reúna os estudantes e leiam a proposta da atividade, grupo acompanhe um palestrante, como se fossem “pa- já pensando em critérios afetivos e/ou temporais para a drinhos” dele, responsabilizando-se por auxiliá-lo na preparação dos pratos. Esses critérios definirão o tipo de construção do texto, nos ensaios e em todos os momen- alimento que os participantes deverão preparar. tos, inclusive no dia da apresentação. • Alimentos relacionados a um tema; por exemplo, um Para a preparação do palestrante, peça aos estudan- parque de diversões. Ou outros temas, como piqueni- tes que retomem as análises feitas sobre a palestra de que, casa da avó, festa infantil etc. Brené Brown e sigam o roteiro descrito abaixo: • Alimentos relacionados a uma festa tradicional da região. • Identifiquem o valor, o ensinamento e a inspiração, • Alimentos relacionados à cultura de cada família. • Alimento que me representa: cada um traz o alimento além de exemplos que a experiência do palestrante de que mais gosta. vai trazer ao público – força, resiliência, amizade, cola- • Um único tipo de alimento: feira do chocolate, feira boração, fé, entre outros. de tortas, feira do milho etc. • Auxilie-os a fazer um resumo da história que vai contar em Verifique com os estudantes se seria interessante ofe- uma linha do tempo utilizando palavras-chave (lembretes). recer no dia da feira uma oficina de culinária. Elaborem a Oriente os estudantes a realizarem a organização do lista de produtos necessários e definam como arrecadá- evento de acordo com os detalhes descritos no passo a -los. Solicite aos estudantes que busquem por voluntá- passo. Peça que elaborem uma lista de materiais e equi- rios para ensinar as pessoas no dia da feira. pamentos que precisam ser providenciados e que sigam Depois do evento, siga os critérios estabelecidos e as etapas de planejamento descritas na página 62. realize uma avaliação coletiva. Consulte a página 63. Depois do evento, siga os critérios estabelecidos e realize uma avaliação coletiva. Consulte a página 63. Avaliação OPÇÃO 2 FEIRA FEITO POR NÓS (PÁGINA 63) A avaliação do evento é uma etapa tão importante (PÁGINA 61) quanto as etapas de planejamento e execução. O que sabemos fazer? É o momento de reviver com os estudantes tudo o A proposta dessa ação é promover a interação dos que aconteceu e aprender com as falhas, identificando os estudantes com a comunidade, engajar as pessoas, va- pontos críticos, avaliando as soluções que foram dadas na lorizar suas habilidades pessoais, promover a troca de hora e refletindo sobre o que mais poderia ser feito. saberes e ampliar a sensação de pertencimento. Estimule os estudantes a relatarem fatos positivos e Apresente aos estudantes as diferenças e semelhan- negativos e a conversarem sobre como foi a experiência. ças entre trabalho manual e artesanato. Solicite que façam anotações durante a conversa para auxiliar na composição do relatório. Problematize e proponha a discussão: • Quanto vale o trabalho manual? O modelo social atri- Ao final da conversa, retome com os estudantes o ob- jetivo do projeto e verifique se ele foi alcançado. Peça a bui mais valor para o trabalho intelectual e, por isso, eles que utilizem os critérios disponibilizados e finalizem pessoas com grandes habilidades manuais acabam a avaliação. Em seguida, verifiquem os aspectos positi- deixando-as de lado para seguir profissões “social- vos e negativos que merecem destaque para a elabora- mente mais valorizadas”? ção do relatório. • O trabalho manual não exige aplicação de recursos intelectuais? Esclareça que mesmo os trabalhos ma- Unidade 2 – Alteridade nuais simples e repetitivos exigem a utilização de re- cursos e conhecimentos prévios. ABERTURA DE UNIDADE Peça aos estudantes que iniciem a organização da feira identificando os tipos de objetos que poderão ser (PÁGINAS 130 E 131) confeccionados e, dentro do grupo, quem fará o quê. Em seguida, é hora de buscar a participação da comunidade. Alteridade, palavra do latim alteritas, que significa Os estudantes devem procurar por pessoas com habilida- “o outro”, refere-se a uma concepção de que o “eu” só des manuais reconhecidas e que gostariam de participar. existe em contato com o outro. Se a busca pelo auto- Proponha a eles que decidam sobre a orientação da conhecimento requer um olhar para dentro, para si, um feira. Elenque as possibilidades coletivamente e registe exercício interior, pessoal, silencioso, que reconhece a na lousa/quadro branco. Peça que elaborem uma lista identidade como aquilo que é idêntico a si mesmo, o en- de materiais que precisam ser providenciados e sigam as contro com o outro e com o mundo requer um olhar para etapas de planejamento descritas na página 62. fora, para o reconhecimento do outro, para a exploração Depois do evento, siga os critérios estabelecidos e do mundo e para a legitimação e a consequente expan- realize uma avaliação coletiva. Consulte a página 63. são do eu. É na alteridade que a identidade passa a ser o que nos difere dos demais. Nessa perspectiva, é possível OPÇÃO 3 FEIRA SABORES E AMORES perceber a interdependência que se concretiza na tríade eu – outro – mundo. Isso faz do ser humano um ser social, (PÁGINA 62) que precisa pertencer e interagir e que evolui com base em experiências que envolvem o outro e o mundo. O que sabemos e gostamos de cozinhar? A proposta dessa ação é promover a interação, enga- jar as pessoas e valorizar suas habilidades pessoais. 232

CAPÍTULO 4 – ENCONTRO COM mentar a capacidade de enxergar o outro legitimamente pelo conceito de alteridade. O OUTRO Atividade 1: apresente o documentário aos estudan- (PÁGINAS 66 E 67) tes e comente que, para produzi-lo, o fotógrafo, cineasta e ativista ambiental francês Yann Arthus-Bertrand e sua Nesse capítulo, os estudantes serão apresentados equipe entrevistaram, por três anos, 2.020 pessoas em ao conceito de alteridade e levados a identificá-la no sessenta países. Com base em perguntas como “Você cotidiano, desenvolvendo a consciência de que, quando se sente livre?”, “Qual o significado da vida?” e “Qual a nossos semelhantes são afetados e oprimidos, a humani- experiência mais difícil que teve de enfrentar?”, Arthus- dade como um todo é afetada em seus direitos; vão con- -Bertrand tenta entender a essência humana e refle- ceituar preconceito, identificá-lo no dia a dia e desen- tir sobre o que somos e o que queremos não apenas volver uma ação coletiva para diminuir a discriminação como indivíduos, mas também como sociedade. Dis- e os preconceitos no ambiente escolar, além de postura ponível em: www.redebrasilatual.com.br/cultura/2016/10/ positiva. Vão também exercitar a empatia. documentario-investiga-a-essencia-humana-e-seus- paradoxos-4043/. Acesso em: 14 fev. 2020. Na página 67, as fotografias estimulam a percepção de atividades realizadas coletivamente, o que remete à necessi- Atividade 2: apresente à turma Chimamanda Ngo- dade que o ser humano tem de estabelecer vínculos sociais. zi Adichie, escritora nigeriana nascida em Enugu, reco- As atividades 1 e 2 estimulam a reflexão sobre a necessida- nhecida como uma das mais importantes autoras da de que o ser humano tem de ter outros seres humanos por atualidade, atraindo uma nova geração de leitores de perto e sobre o quanto esse contato requer a comunicação literatura africana. Atividade 3: nas sugestões deste Ma- efetiva e o respeito às ideias e opiniões diferentes. nual referentes ao Capítulo 3, há um roteiro completo de como organizar uma visita a um museu. POR DENTRO DO TEMA OUTROS OLHARES (PÁGINAS 68 E 69) (PÁGINAS 71, 72 E 73) Conversando com o outro construímos a nossa identidade Filosofia Ubuntu e o respeito pelo outro Inicie a seção propondo aos estudantes que ob- Um outro olhar sobre a alteridade é a filosofia afri- servem os conceitos de alteridade, interdependência cana Ubuntu. O texto dessa seção é muito importante, e diferenciação, importantes para compreender a na- uma vez que agrega valor nessa caminhada de consciên- tureza social do ser humano e o papel que o outro e cia sobre alteridade, pois, além de apresentar o Ubuntu, o mundo têm no desenvolvimento da identidade de propõe um contraponto com a cultura ocidental, que cada um. Na atividade 1, explore com a turma a dificul- estimula muitas reflexões. Durante a leitura, destaque dade que muitas vezes sentimos de compreender o ou- alguns valores dessa filosofia: solidariedade; valorização tro, aceitar e respeitar sua individualidade. Na atividade das relações interpessoais; ética social; respeito pela re- 2, peça aos estudantes que reflitam sobre o sentimento ligiosidade, individualidade e particularidade dos outros. de exclusão, a necessidade de aceitação e as possíveis consequências de fazer qualquer coisa para não ser ex- Ao final da leitura, destaque o contraponto apresenta- cluído. Na atividade 3, retome com os estudantes os do, que toma como referência as sociedades ocidentais: conceitos de interdependência, que é a condição ou a individualismo, solidão, competitividade impetuosa. circunstância de dois seres vivos ou objetos conectados por uma relação de dependência mútua e/ou recíproca, BATE-PAPO e diferenciação, que é a ação ou o resultado de deter- minar diferenças entre dois objetos; fazer distinção en- (PÁGINA 74) tre duas ou mais coisas. Disponível em: www.lexico.pt/ diferenciacao/. Acesso em: 27 fev. 2020. A importância de respeitar o outro PESQUISA A tirinha do personagem Armandinho que introduz a seção chama a atenção para o preconceito como uma das (PÁGINA 70) atitudes mais marcantes de desrespeito ao ser humano. Proponha sua leitura e questione os estudantes sobre as fa- O que nos torna genuinamente las do adulto. Em seguida, proponha a análise do gráfico e humanos? pergunte: Alguém se espantou com algum dos resultados da pesquisa? Por quê? Você consegue identificar outro tipo Oriente-os a localizar informações em textos sempre de preconceito não citado na pesquisa? Qual(is)? Como se em função dos objetivos de leitura, que, no caso da pes- luta contra o preconceito? É possível acabar com ele? quisa, são: compreender melhor o conceito de alterida- de com base em exemplos reais; perceber os riscos de REALIDADE EM PRÁTICA ter apenas uma verdade das coisas, um único ponto de vista; conhecer o Museu da Pessoa, fazendo uma visita (PÁGINA 75) virtual ou presencial. Projeto: Discriminação zero Por meio das informações pesquisadas, os estudan- tes são convidados a inferir sobre como é possível au- Essa seção reúne tudo o que foi discutido e aprendi- do até aqui numa proposta prática que possa impactar 233

diretamente a comunidade escolar. Retome o Ubuntu pecto abordado ou aprendizagem. Os aspectos positi- e chame a atenção dos estudantes para a importância vos vão indicar “caminhos mais curtos”, isto é, mobilizar de um ambiente escolar seguro, acolhedor, que respeite percepções e aprendizagens que o estudante já possui. as diferenças e onde o “eu” realmente se reconheça no Já os aspectos negativos indicarão os desafios que ele “outro” para que exista alteridade. terá de superar com esforço e dedicação. A proposta de ação é uma campanha contra a dis- MEU TRAJETO criminação na escola. Questione os estudantes: O que é necessário para que o ambiente escolar se torne seguro Oriente o estudante a escrever de acordo com o for- para todos? O foco da reflexão deve ser o que deve ser mato que escolheu para compor esse trajeto usando pa- feito, não o que não se pode fazer. Antes de iniciar o tra- lavras e expressões que representem: 1. As percepções balho, verifique as condições de produção e divulgação individuais sobre alteridade, Ubuntu e preconceito – dos folhetos/cartaz: digital, impressa ou fotocopiada; o O que sei?; 2. Atitudes/comportamentos que mudaram nível de abrangência e de participação direta de outras ou foram influenciados pelas reflexões sobre alteridade, turmas, pois uma campanha não prevê apenas uma ação. Ubuntu e preconceito – Como vou agir?; 3. Os dese- jos de futuro que surgiram ou foram impactados pelos REFLEXÃO novos conhecimentos sobre alteridade, Ubuntu e pre- conceito – O que desejo?; 4. As estratégias que serão (PÁGINAS 76 E 77) utilizadas para alcançar esses desejos impactados pela alteridade – Como chegarei lá? Alteridade no combate ao racismo CONHEÇA MAIS SOBRE O TEMA Essa seção oferece oportunidades de articulação dos E ENRIQUEÇA SUA AULA saberes ao apresentar outros exemplos de ações simples e impactantes protagonizadas por jovens que decidiram Sobre o Museu da Pessoa: para conhecer o museu, modificar para melhor o ambiente escolar. visite o site www.museudapessoa.org. Acesso em: 14 fev. 2020. Para a abordagem do texto, é importante retomar questões históricas relacionadas ao racismo no Brasil e no CAPÍTULO 5 – RELAÇÕES mundo. Convide o professor de História para uma aula pre- paratória. Incentive os estudantes a identificar diferentes INTERPESSOAIS comportamentos e situações que possam indicar racismo. Em seguida, estimule-os a realizar uma autocrítica e a iden- (PÁGINAS 80 E 81) tificar como se posicionam: são racistas, vítimas de racismo, sentem dificuldade em perceber se cometem racismo ou Professor, esse capítulo aborda as relações interpes- percebem uma cultura racista e por isso, estão sempre aler- soais na perspectiva da alteridade, por isso trabalha os tas em seus julgamentos e comportamentos? Peça exem- conhecimentos, as competências e as habilidades ne- plos. Relacione o tema com a questão da alteridade. cessárias para interagir nas mais variadas situações de acordo com o que somos, o que queremos e o que a PORTFÓLIO sociedade impõe por meio de regras, leis, códigos mo- rais e de conduta, valores etc. Nossa personalidade é o (PÁGINA 78) equilíbrio dessas forças que atuam em um movimento contínuo e dinâmico sobre nós, nossos desejos, proje- Anedota búlgara tos e o outro. Leia a anedota búlgara. Em seguida, questione: Solicite aos estudantes que leiam os objetivos e a Como vocês veem o czar? É possível colocar-se no lugar justificativa referentes ao capítulo e discutam a impor- dele? Ouça a perspectiva dos estudantes, que pode per- tância de saber o que esperar de uma atividade ou, passar vários caminhos: ignorância, completa falta de no caso, de uma sequência delas. É importante que empatia, doença, maldade, visão distorcida da realida- eles percebam esses elementos como grandes aliados de, crueldade, ironia, entre outros. no processo de apropriação da sua própria aprendi- zagem. A anedota é uma poesia de Carlos Drummond de Andrade que pode estimular algumas reflexões: A linha Depois de observar as imagens da abertura do capí- entre os diferentes modos como os estudantes enxer- tulo, questione os estudantes sobre quais sentimentos gam o czar é tênue? Qualquer interpretação é possível? foram despertados. Quais interações sociais são sugeri- das pelas imagens? As duas primeiras perguntas são de A proposta da seção é elencar situações reais de natureza pessoal. Dê tempo para refletirem e direcione preconceito, refletir sobre elas e propor soluções. Estimule para que as respostas não sejam somente “bons” ou a turma a pensar na solução sob duas perspectivas: 1. No “maus” sentimentos. momento da situação: o que pode ser feito na hora em que ela acontece? 2. Em médio e longo prazos: o que pode ser Os estudantes vão continuar a desenvolver a sua feito para que o mesmo tipo de atitude não se repita? identidade por meio da relação com os outros e, assim, poderão fazer escolhas mais conscientes e buscar um AUTOAVALIAÇÃO desenvolvimento pleno e integral. (PÁGINA 79) Para começar, é necessário encontrar e elencar os pontos positivos e os negativos em relação a cada as- 234

POR DENTRO DO TEMA Proponha aos estudantes que realizem as pesquisas seguindo as indicações propostas. Depois, peça que es- (PÁGINAS 82 E 83) colham uma área ou situação em que a IA é aplicada com o objetivo de substituir o ser humano e comparem o aten- Competências e habilidades dimento e a interação social com outros seres humanos. Sugira aos estudantes que conversem sobre o robô Ai-DA. Existem diversas definições sobre competências e habilidades e muitos conceitos relacionados. Vamos sig- OUTROS OLHARES nificá-los: competência é a capacidade de aplicar bem o que se aprendeu e habilidade é o domínio dos processos (PÁGINAS 85, 86 E 87) e das técnicas para a realização de atividades. Oportunidade para aprender Explore o quadro As 5 macrocompetências e as 17 competências socioemocionais apresentado aos es- Professor, antes de apresentar essa seção, assista à tudantes, pois nele estão compreendidos os aspectos aula com três módulos sobre mediação de conflitos com a socioemocionais explicitados nas dez Competências Ge- professora Jussara Seidel. Disponível em: www.youtube. rais da BNCC. As cinco macrocompetências são: com/watch?v=ToJnxAwabkY. Acesso em: 3 fev. 2020. 1. Autogestão: determinação, organização, foco, Depois, proponha a leitura compartilhada do texto persistência e responsabilidade. Essas capacidades da psicóloga Corinna Schabbel, que coloca o conflito ajudam a estabelecer metas na organização da rotina, como possibilidade para a aprendizagem na vida dos do estudo, do trabalho, no planejamento financeiro e estudantes. O papel do facilitador/mediador é mediar em muitos outros aspectos. 2. Engajamento com os o problema/dilema entre duas partes com o objetivo outros: iniciativa social, assertividade e entusiasmo. de ambas saírem satisfeitas e, para isso, Corinna usa Diz respeito à capacidade de abertura para os outros, a ferramenta de recontar a história apresentada pe- emitir opiniões com assertividade, capacidade de inte- las partes na perspectiva da negociação. Para saber rações pessoais e de liderança. 3. Amabilidade: empa- mais, leia www.linkedin.com/pulse/media%C3%A7% tia, respeito e confiança. Diz respeito a assumir o seu C3%A3o-de-conflitos-%C3%A9-t%C3%A3o-din% melhor e o melhor dos outros. 4. Resiliência emocio- C3%A2mica-quanto-sociedade-schabbel/. Acesso em: nal: tolerância ao estresse, autoconfiança e tolerância 4 mar. 2020. à frustração. Busca paz, calma, maturidade e tranqui- lidade diante de situações adversas, administrando as Após os estudantes responderem à atividade 1, solicite emoções e sentimentos e identificando a oportunidade que leiam o quadro comparando o velho e o novo paradig- de aprendizagem pessoal. 5. Abertura ao novo: curio- ma, citando exemplos da vida cotidiana e da experiência sidade para aprender, imaginação criativa e interesse de vida deles. Converse sobre a necessidade de desenvol- artístico. Influencia a originalidade e a vontade de cons- vermos novas posturas analisando o quadro da página 87. truir novas possibilidades. BATE-PAPO Prossiga com a leitura e peça aos estudantes que citem exemplos de suas habilidades em relação a cada (PÁGINA 88) inteligência abordada. Amplie a leitura e o conceito de inteligência sugerindo a eles que pesquisem o tema e os O conflito em debate tipos de inteligência – emocional, ecológica, espiritual – e a influência de cada uma delas nas relações contem- Após ler o texto que trata de uma briga entre vizinhos em porâneas. um aplicativo de conversa que vai parar na justiça, a turma deve conversar sobre o caso. Peça exemplos de casos do Peça para escolherem uma das nove inteligências cotidiano deles. Divida a classe em dois grupos para que ex- múltiplas para expressar como cada um se relaciona com ponham seus argumentos. Incentive-os para que cheguem os colegas e, em seguida, que compartilhem com o gru- a um consenso. Esse exercício irá ajudá-los a identificar a po. Auxilie-os a reconhecer as suas habilidades e capa- diferença entre uma simples conversa e uma mediação de cidades principais e a preparar uma apresentação para a conflitos, que será praticada na próxima seção. turma. Por exemplo: o estudante que tem a inteligência musical desenvolvida poderá cantar ou tocar um instru- Para oferecer mais recursos, leia a reportagem que mento para demonstrar a sua habilidade. cita um exemplo em que os próprios estudantes da rede pública foram capacitados para mediar confli- PESQUISA tos. Disponível em: https://g1.globo.com/ap/amapa/ noticia/2020/02/13/alunos-da-rede-publica-no-ap- (PÁGINA 84) sao-capacitados-para-mediar-conflitos-em-familia-e- na-escola.ghtml. Acesso em: 2 mar. 2020. Inteligência artificial e as relações interpessoais REALIDADE EM PRÁTICA Inicie a abordagem perguntando o que os estudan- (PÁGINA 89) tes conhecem sobre inteligência artificial (IA). Verifique se eles percebem que a IA está presente no nosso dia a dia Projeto: Mediação de pares mais do que imaginamos. Para saber mais, leia https:// revistatecnologia360.com.br/a-inteligencia-artificial- Professor, auxilie os estudantes a colocarem em prá- chegou-ao-dia-a-dia/. Acesso em: 20 fev. 2020. tica as técnicas de resolução de conflitos apresentadas por Corinna Schabbel na seção Outros olhares. 235

Para a atividade, proponha que eles pensem em cial para qualquer mudança, transformação ou melhoria, casos que estão na mídia ou na comunidade escolar. em qualquer setor da vida. A parte boa é que é possível Procure lembrá-los de que sempre deve haver dois la- aprender um pouco mais sobre si mesmo, sobre o outro dos opostos, cada um com a “sua” verdade. A missão e sobre o mundo a cada autoavaliação feita. do mediador será auxiliar na construção de uma terceira versão, mais flexível. MEU TRAJETO Divida a turma em grupos de três pessoas. Monte a Oriente o estudante a escrever de acordo com o for- disposição das carteiras de forma que as partes confli- mato que escolheu para compor este trajeto, usando tuosas fiquem em lados opostos e o mediador, no meio palavras e expressões que representem: 1. As percep- delas. Reconstrua o diagrama da página 89 na lousa/qua- ções individuais sobre relações interpessoais, empatia dro branco. Em cada grupo, uma pessoa por vez deve e mediação de conflito – O que sei?; 2. Atitudes/com- relatar a sua versão da história. Em seguida, o mediador portamentos que mudaram ou foram influenciados pelos reconta o que ouviu, validando a versão de cada uma conceitos e exemplos de relações interpessoais, empatia das partes. O mediador faz perguntas para cada uma das e mediação de conflitos – Como vou agir?; 3. Os dese- partes buscando esclarecimentos, identificando fatos e jos de futuro que surgiram ou foram impactados pelos possibilidades de resolução. Por fim, apresenta a melhor novos conhecimentos sobre relações interpessoais, alternativa que atenda ao interesse mútuo, escrevendo empatia e mediação de conflitos? – O que eu desejo?; uma nova história. Peça aos estudantes que escrevam no 4. As estratégias que serão utilizadas para alcançar esses portfólio a experiência vivida. desejos – Como vou chegar lá? REFLEXÃO CONHEÇA MAIS SOBRE O TEMA E ENRIQUEÇA SUA AULA (PÁGINAS 90 E 91) Sobre mediação de conflitos na escola: disponível Ganha-ganha: uma mediação de conflito em: www.proesc.com/blog/a-importancia-da-mediacao- de-conflitos-escolares/. Acesso em: 6 mar. 2020. Após a leitura do texto, proponha uma reflexão sobre a decisão tomada pelos participantes da mediação de CAPÍTULO 6 – CIDADANIA conflito. Em seguida, questione: Ela foi satisfatória para os vários pontos de vista presentes nesse episódio? Você (PÁGINAS 94 E 95) considerou o processo justo? Um Projeto de vida bem-sucedido depende de uma Proponha os registros no portfólio e solicite aos es- visão clara de mundo e do lugar que se ocupa nesse tudantes que façam um fechamento das aprendizagens mundo. Afinal, vimos que o “outro” e o mundo influen- sobre mediação de conflitos. ciam diretamente o “eu”. É importante saber responder questões como: Onde eu vivo? Como este lugar funcio- PORTFÓLIO na? Qual o meu papel aqui? Quais são os meus direitos? Como a minha história se encontra com a história deste (PÁGINA 92) lugar? Competências socioemocionais × Nesse capítulo, os estudantes conhecerão mais de múltiplas inteligências perto as leis e suas transformações ao longo dos tempos, e a evolução do conceito de cidadania em função das A proposta é provocar duas reflexões: uma sobre a novas formas de estar no mundo e das novas demandas relação entre as competências socioemocionais e as da sociedade. múltiplas inteligências e a outra pessoal, para que os es- tudantes reconheçam suas características e tomem deci- Professor, utilize os objetivos e a justificativa para ini- sões mais conscientes. ciar uma conversa com os estudantes sobre o trajeto que esse capítulo propõe. Na página 95, as fotografias e as Oriente os estudantes para voltarem às páginas 82 e atividades provocam a reflexão sobre o exercício da cida- 83 e retomarem as macrocompetências socioemocionais dania e a luta por direitos fundamentais. Verifique se os e as múltiplas inteligências para a construção do quadro 1 estudantes conseguem compreender que a imagem que do portfólio. Solicite que identifiquem cada uma delas e re- retrata uma senhora estudando traz duas informações flitam sobre suas características pessoais e como se veem muito importantes: o registro da conquista de um direito diante delas. Peça para atribuírem um valor de 1 a 5, de negado a uma cidadã quando era criança e a importân- acordo com o seu desenvolvimento, conforme as legendas cia desse direito do qual ela não desistiu. do quadro 2. Proponha a análise atenta das outras imagens e as AUTOAVALIAÇÃO respostas às questões iniciais. Para a imagem do indíge- na exercendo o direito ao voto, questione os estudantes: (PÁGINA 93) Por que essa é uma grande conquista? Qual a represen- tação política indígena? Ao analisar a imagem do pro- Explique aos estudantes que a autoavaliação é um testo estudantil, questione: A educação não é um direito exercício de reflexão muito importante e que pode ser garantido por lei? Por que é necessário protestar? feito em qualquer momento da vida pessoal, social e profissional. Trata-se de um mergulho interno e intenso, por isso também bastante difícil. Olhar para si é essen- 236

Ouça as respostas às questões e explique que ser Atividade 5: discuta por que, em oposição ao con- cidadão é poder exercer o conjunto de direitos e liber- ceito de cidadania global, os imigrantes perdem os direi- dades políticas e socioeconômicas de seu país, estando tos civis, políticos e sociais de seu país de origem e não sujeito a deveres que lhe são impostos. Relaciona-se, incorporam os mesmos direitos do país em que estão. portanto, com a participação consciente e responsável Qual o impacto que esse “limbo” da cidadania causa na do indivíduo na sociedade, zelando para que seus direi- vida dessas pessoas? tos não sejam violados. Atividade 6: oriente os estudantes a fazer um texto Atividade 2: questione os estudantes: No entendi- curto que traga uma reflexão sobre o assunto escolhi- mento de vocês, nossa cidade garante os direitos bási- do. Mais informações podem ser encontradas em: www. cos dos cidadãos? Em quais ações vocês gostariam de planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. se engajar no sentido de lutar pela garantia de direitos? Acesso em: 12 fev. 2020. Acompanhe os registros no caderno coletivo. PESQUISA POR DENTRO DO TEMA (PÁGINAS 98 E 99) (PÁGINAS 96 E 97) O lado avesso da cidadania Os desafios para uma cidadania plena Vimos que muitas das questões que impactam nega- O texto aborda o conceito de cidadania a partir de tivamente o exercício da cidadania no Brasil estão rela- uma perspectiva histórica que lhe garante um caráter di- cionadas a consequências da desigualdade social. nâmico e (re)configurável, pois está vinculado às mudan- ças e lutas político-sociais na busca por uma sociedade Questione com os estudantes: Qual o lado avesso da mais justa. Proponha aos estudantes que se revezem na cidadania? Depois de explorar os possíveis lados, peça leitura em voz alta do texto. Enquanto eles leem, anote que analisem a proposta de pesquisa apresentada e na lousa/quadro branco referências históricas de cida- verifiquem se é possível inferir com mais precisão para dania: gregos e romanos – Antiguidade; Idade Média – encontrar a grande motivação do grupo para a sua reali- Igreja católica; Iluminismo/Protestantismo. zação. O que queremos constatar? Na atividade 2, observe se o entendimento deles A proposta dessa seção é analisar a Constituição de passa por algum tipo de organização. Em caso positivo, 1988 e verificar se os direitos garantidos no texto efeti- aproveite para adiantar as ideias de T. S. Marshall (que vamente ocorrem. Para isso, os estudantes devem esco- teve como modelo a sociedade inglesa do início do sé- lher um tema, analisar os dados estatísticos, observar a culo XX), que agrupa os direitos da seguinte forma: realidade a partir dessa investigação e verificar se houve • direitos de natureza civil – liberdade individual: liber- avanços. As descobertas devem ser compartilhadas por meio de infográfico. dade de pensamento, direito à propriedade e à jus- tiça; OUTROS OLHARES • direitos de natureza política: direito de eleger repre- sentantes ou de ser eleito; (PÁGINAS 100 E 101) • direitos de natureza social: como o bem-estar eco- nômico e social (saúde, trabalho, educação, cultura, Direitos sociais sob ameaça meio ambiente, entre outros). Para responder à atividade 2, bastaria que os estu- No sentido de compreender a trajetória dos direitos dantes se referissem a direitos civis e políticos. e da cidadania no Brasil, apresentamos a perspectiva do Retome a leitura e apresente aos estudantes o soció- historiador José Murilo de Carvalho em uma análise que logo T. S. Marshall. Informe que no Brasil a conquista da aponta avanços, retrocessos, estagnação e apresenta da- cidadania deu-se (e ainda se dá) numa ordem inversa à dos sobre o retrocesso dos direitos sociais, enquanto os da sociedade inglesa. Ela tem início nos elementos que direitos individuais saíram fortalecidos. dizem respeito à natureza social por conta de a nossa história ser recente e com grandes questões sociais que Atividade 1: identificar garantias com caráter inclu- envolvem os direitos básicos. sivo, reconhecendo o avanço social que representaram Atividade 3: estimule os estudantes a identificarem para milhões de pessoas. Proponha a continuidade da suas atuações na teoria tripartite de Marshall e a refle- leitura. Se desejar, solicite a um grupo de estudantes tirem sobre a origem social das principais questões que que, utilizando a lousa/quadro branco, transforme os da- afetam a sociedade brasileira. dos do segundo parágrafo em um registro visual, facili- Atividade 4: os estudantes certamente abordarão tando a compreensão. questões econômicas e políticas como responsáveis pela falta de equidade na nossa sociedade. Nesse sentido, Atividade 2: cada estudante fará uma análise sobre construa com eles hipóteses que envolvam os direitos a trajetória do poder aquisitivo da sua família e das per- civis, políticos e sociais para demonstrar o quanto a falta cepções que faz do seu entorno. Para tal, pode utilizar de equidade pode revelar um ciclo de exclusão, que por pistas como: há comércios abrindo ou fechando? Mais sua vez gera o que o texto define como apatia política, pessoas empregadas ou desempregadas? que mantém o status quo. Atividade 3, item b: auxilie os estudantes a com- preenderem que cultura democrática é uma cultura participativa, na qual todos têm voz (e cedem sua voz a seu representante), e cultura cidadã é uma cultura ativa, atenta, que cobra de seus representantes e busca meios de lutar por seus direitos. 237

BATE-PAPO seja possível o encaminhamento para a prefeitura local e os órgãos responsáveis. Para mais orientações sobre (PÁGINA 102) a elaboração de um relatório, visite o site: www. academia.edu/15144541/O_G%C3%8ANERO_ Cidadania e inclusão TEXTUAL_RELAT%C3%93RIO_A_ESP%C3%89CIE_ RELAT%C3%93RIO_DE_VISITA_T%C3%89CNICA. Acesso A conversa proposta nesse capítulo amplia a questão em: 28 fev. 2020. da luta pela igualdade de direitos ao passar pela inclu- são. Com base em dados sobre diferentes tipos de difi- REFLEXÃO culdade e deficiências, os estudantes são convidados a compreender a realidade e o nível de dificuldade que (PÁGINAS 104 E 105) essas pessoas têm no dia a dia. Livre acesso Inicie a abordagem da seção solicitando a leitura do capítulo II do Estatuto da Pessoa com Deficiência. De- Professor, inicie a abordagem da seção pelo texto in- pois, comente o gráfico do IBGE. trodutório apresentando para os estudantes a missão da Rede Saci, uma iniciativa dedicada à inclusão. Convide- Verifique a possibilidade de trazer uma pessoa com -os a conhecer a história de Renato Laurenti, o repórter deficiência e mobilidade reduzida para conversar ou ser Saci. Depois da leitura, questione: Por que o autor do entrevistada pelos estudantes. Organize o evento, mar- texto, o jornalista Gilberto Dimenstein, incluiu Renato no que a data e comunique aos estudantes para que ve- seu registro de iniciativas chamado Heróis Invisíveis?. nham preparados com perguntas sobre as dificuldades que o convidado enfrenta no dia a dia. Atividades 1 a 3: a sequência de atividades pro- põe a elaboração de opinião, a identificação de inicia- Proponha a troca de experiências sobre as limitações tivas similares à da Rede Saci e do Renato e a relação das pessoas com deficiência e sobre o agravamento des- do texto com a experiência vivida pelos estudantes de sas dificuldades por conta da falta de estrutura e condi- mapear a cidade/o entorno, avaliando as condições de ções de adaptação. Desafie-os a pensar na cidade, no adaptabilidade. bairro e até mesmo nas ruas do entorno onde moram e di- zer se estes lugares se adaptam às diferentes deficiências, Atividade 4: essa atividade amplia a perspectiva do garantindo os direitos essenciais dessas pessoas. estudante para a elaboração de opinião sobre a relação das pessoas com seus direitos. REALIDADE EM PRÁTICA Atividade 5: é solicitado ao estudante que reflita so- (PÁGINA 103) bre sua própria postura cidadã. Projeto: Acesso legal PORTFÓLIO Professor, inicie a abordagem promovendo uma (PÁGINA 106) conversa sobre empatia e solidariedade. Proponha aos estudantes que assistam ao vídeo recomendado e, de- Fanzine da cidadania pois de conhecerem as ações da ONU para combater a desigualdade em relação às pessoas com deficiência, O objetivo dessa proposta é estimular a criatividade volte à questão da empatia e solidariedade e acrescente dos jovens para se expressarem e exercerem a cidadania, o empoderamento. Ouça a conclusão da turma. reivindicando seus direitos de uma forma diferente. A atividade proposta prevê o reconhecimento do Proponha a leitura do texto inicial, que descreve o bairro/cidade para mapear os lugares que não oferecem que é um fanzine. Se possível, leve fanzines para que eles acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida. folheiem ou oriente-os a pesquisar e analisar diferentes Trata-se de uma atividade que deve ser previamente pla- modelos na internet. Convide-os a acompanharem jun- nejada e estruturada: procure o mapa da cidade no site tos o tutorial e os vídeos recomendados para que apren- da prefeitura local. Divida a turma em grupos para que dam como se produz um fanzine. cada grupo visite determinada região. Delimite o quanto da região deve ser analisado. Divida as tarefas, consiga AUTOAVALIAÇÃO as devidas autorizações para o trabalho de campo e mar- que a data. (PÁGINA 107) Para essa atividade, veja as etapas a serem seguidas: Para começar, é necessário encontrar e elencar os Saída investigativa: registros (fotos, vídeos e regis- pontos positivos e os pontos negativos em relação a tros escritos); cada aspecto abordado, ou aprendizagem. Os aspectos Dados: números de ruas e tipo de problemas: des- positivos vão indicar “caminhos mais curtos”, isto é, mo- nivelamento, degraus, ausência de calçadas, calça- bilizar percepções e aprendizagens que o estudante já das estreitas, buracos, árvores no meio da calçada, possui. Já os aspectos negativos indicarão os desafios estacionamento de veículo em áreas de passagem (guias que ele terá de superar com esforço e dedicação. rebaixadas), entre outros. Relatório: resultados e orientações para a solução. MEU TRAJETO Apresentação e divulgação dos dados: procure organizar uma versão final digital, com uma pequena Oriente o estudante a escrever de acordo com o for- descrição do projeto – etapas de realização –, para que mato que escolheu para compor este trajeto, usando pa- 238

lavras e expressões que representem: 1. As percepções POR DENTRO DO TEMA individuais sobre cidadania – O que sei?; 2. Atitudes/ comportamentos que mudaram ou foram influenciados (PÁGINAS 110 E 111) pelos conceitos e exemplos de cidadania apresentados – Como vou agir?; 3. Os desejos de futuro que surgiram Como surgiram as leis? ou foram impactados pelos novos conhecimentos sobre cidadania e luta por direitos – O que eu desejo?; 4. As O texto dessa seção trata de uma regulação feita estratégias que serão utilizadas para alcançar esses de- por meio de usos e costumes (oralidade) até a elabo- sejos – Como vou chegar lá? ração de leis e o surgimento do Direito Penal como base de todo o ordenamento jurídico. Conta que CONHEÇA MAIS SOBRE O TEMA essa mudança significativa foi necessária com o sur- E ENRIQUEÇA SUA AULA gimento da escrita, que aumentou a complexidade das relações. Sobre visita a museus: para organizar uma visita pro- veitosa a museus, veja as informações do Instituto Brasilei- Fala também dos processos de elaboração das leis ro de Museus, que administra mais de 30 museus no país. brasileiras e explica hierarquicamente o funcionamento Disponível em: www.museus.gov.br/os-museus/museus delas no país. Constituição Federal Leis Federais Có- -ibram/. O site a seguir apresenta 12 passos a serem apli- digos Estatutos Leis Esparsas Leis Estaduais Leis cados durante visitas a museus. Disponível em: https:// Municipais. gestaoescolar.org.br/conteudo/2159/visita-a-museus- 12-passos-para-organizar-melhor-a-saida-da-escola. Atividades 1 e 2: pressupõem uma pesquisa sobre leis Acessos em: 14 fev. 2020. do estado/município e propõe a identificação de direitos e de deveres estabelecidos, além das penalidades previstas. CAPÍTULO 7 – JOVEM CIDADÃO: Atividade 3: aborda as leis de trânsito. Informe aos DIREITOS E DEVERES estudantes que o Código Brasileiro de Trânsito é válido em todo o país. (PÁGINAS 108 E 109) Atividade 4: retome com os estudantes questões de A proposta deste capítulo é reafirmar o exercício da isonomia e equidade. cidadania, por meio de uma visão mais ampla dos pro- cessos regulatórios da sociedade. Num percurso que vai PESQUISA desde o surgimento das leis, a criação de leis específi- cas que garantem os direitos e definem os deveres de (PÁGINAS 112 E 113) adolescentes e jovens traz reflexões sobre a liberdade de expressão, destaca ações de protagonismo e de luta Direitos dos adolescentes e jovens do jovem estudante (a vez e a voz) e propõe a elaboração de um manifesto. Além disso, coloca o jovem à frente A proposta dessa seção é conhecer e explorar docu- das transformações, com exemplos de ações legítimas mentos importantes para a organização social do país – a que impactaram significativamente a realidade em que Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), o estavam inseridos. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Estatuto da Juventude. Utilize os objetivos e a justificativa do capítulo para iniciar uma conversa com os estudantes sobre o trajeto Como se trata de textos jurídicos, é importante estar proposto. Na página 109, as fotografias e atividades pro- disponível para esclarecer dúvidas semânticas. Uma boa vocam a reflexão sobre leis e direitos estabelecidos na opção é trabalhar em grupos e solicitar que pesquisem e sociedade brasileira. Promova a leitura das legendas e, compartilhem o significado de palavras desconhecidas. com base nelas, ofereça pistas para que os estudantes respondam à atividade introdutória sobre direitos e de- Chame a atenção da turma para o texto de Rodrigo veres no cotidiano. Paradella, que dá uma visão cronológica e relacional do processo de criação dos documentos. As atividades 1 e 2 têm a função de sondar os co- nhecimentos e as percepções dos estudantes sobre as Organize as pesquisas em grupos, solicitando aos es- leis de regulação de conduta e sobre direitos e deveres tudantes que escolham um dos direitos e iniciem uma do cidadão. análise para ver de que modo esse direito é cumprido ou descumprido no dia a dia das pessoas. Para isso, peça O que é ser cidadão? Segundo o Departamento de Di- a eles que busquem dados oficiais, pesquisem reporta- reitos Humanos e Cidadania (DEDIHC), é a qualidade do gens, notícias, artigos de opinião e científicos. Não se indivíduo de poder exercer o conjunto de direitos e liberda- esqueça de orientá-los sobre as fake news e sobre os as- des políticas e socioeconômicas de seu país, estando sujei- pectos que interferem numa leitura midiática. to a deveres que lhe são impostos. Relaciona-se, portanto, à sua participação consciente na sociedade, zelando para OUTROS OLHARES que seus direitos não sejam violados. Disponível em: www. dedihc.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php? (PÁGINAS 114 E 115) conteudo=8. Acesso em: 12 fev. 2020. O meu, o seu, os nossos direitos e deveres Essa seção apresenta um texto muito fácil de ser lido, repleto de informações importantes, capazes de gerar um panorama global, uma vez que traz depoimentos de jovens sul-africanos, chineses, egípcios, brasileiros, ju- deus, árabes e suecos. 239

Convide os estudantes a levantarem aspectos rele- com o objetivo de tornar a escola um ambiente cada vantes sobre as referências feitas por esses jovens, iden- vez melhor. tificando-os pelo país de origem. Peça a eles que façam o registro no Portfólio. Segundo a Secretaria de Educação do Estado do Pa- raná, para constituir um grêmio são necessárias algumas Atividade 1: propõe o reconhecimento dos estudan- etapas: tes com suas perspectivas e características pessoais em relação ao engajamento na luta por direitos. Constituir uma comissão Pró-Grêmio, formada por estudantes representantes de turma ou Atividade 2: questione os estudantes: O que um escolhida entre seus pares. Essa comissão ambiente participativo precisa ter? Como precisa ser? O deverá realizar um estatuto e organizar uma que podemos fazer para conseguir isso? Assembleia Geral de Estudantes. Nessa assembleia, deverão ser esclarecidas a todos os Atividade 3: traz a questão da participação efetiva estudantes as seguintes questões: O que é um na escola para uma avaliação de como os estudantes se grêmio e qual sua finalidade na escola? Além sentem em relação às tomadas de decisões. Se conside- disso, nesse momento, deve ser apresentado e rar conveniente, dê sequência à reflexão e transforme-a aprovado o Estatuto do Grêmio e formada uma num quadro; ela pode ser uma boa referência para que a Comissão Eleitoral. escola também se desenvolva nesse sentido. No início da Assembleia, é escolhido um BATE-PAPO participante para ser secretário, que ficará com a tarefa de escrever uma ata, relatando tudo (PÁGINA 116) o que houve na reunião, quem compareceu, o horário de início e término, o local onde foi Liberdade de expressão realizada, os assuntos tratados etc. A conversa proposta neste capítulo amplia a questão Ao final da reunião, todos os presentes devem da participação, por trazer como tema a liberdade de ex- assinar esse documento. A Comissão Eleitoral pressão. Lembre a turma de que a liberdade de expres- ficará responsável por marcar a data da eleição são é um direito do qual decorrem responsabilidades. e receber a inscrição de chapas e candidatos. Também deve fiscalizar o processo eleitoral Questione: Vocês sabem o que é liberdade de ex- e resolver eventuais dúvidas surgidas no pressão? Quais responsabilidades acompanham esse processo. No fim da votação, deve fazer a direito? Proponha a leitura do artigo 5o da Constituição apuração dos votos, declarar os vencedores e Federal. Com base nele, questione a liberdade de ex- organizar um ato de posse. pressão no contexto virtual. Chame a atenção da turma para a gravidade da questão e consulte a pesquisa indi- A organização, o funcionamento e as atividades cada para obter mais informações. do Grêmio serão estabelecidos em seu Estatuto, aprovados em Assembleia Geral do Amplie a abordagem informando à turma que, de corpo discente do estabelecimento de ensino acordo com o artigo 13 da Convenção Americana sobre convocada para este fim, obedecendo à legislação Direitos Humanos, da qual o governo brasileiro é um pertinente. A aprovação do Estatuto, a escolha dos signatários, toda pessoa tem direito à liberdade de dos dirigentes e dos representantes do Grêmio pensamento e de expressão. Esse direito compreende serão realizadas pelo voto direto e secreto de a liberdade de buscar, receber e difundir informações e cada estudante, observando-se, no que couber, as ideias de toda natureza, sem consideração de fronteiras, normas da legislação eleitoral. verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro processo. No site do Su- PARANÁ. Secretaria de Educação. Grêmio estudantil premo Tribunal Federal (STJ), disponível em: http://stf. - como formar? Disponível em: http://www.alunos. jus.br (acesso em: 3 mar. 2020), você pode consultar o en- tendimento desse órgão sobre a liberdade de expressão diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php? no contexto trabalhista, religioso, em programas de hu- conteudo=146. Acesso em: 1o fev. 2020. mor e charges, entre outros assuntos. Chame a atenção para questões relacionadas ao humor, que muitas vezes REFLEXÃO não podem se rotuladas como “brincadeira”. (PÁGINAS 118 E 119) REALIDADE EM PRÁTICA Diário de classe (PÁGINA 117) Essa seção conta a história de Isadora Faber, jovem Projeto: Protagonismo juvenil na escola estudante que mobilizou a atenção da Secretaria de A atividade proposta prevê o reconhecimento de di- reitos e deveres, como o direito à liberdade de expres- são e as responsabilidades que esse direito acarreta, como premissas para a criação de um canal de comuni- cação na escola. O projeto tem como compromisso ser um instrumento de representação dos interesses dos estudantes, além de viabilizar a integração das pessoas, 240

Educação de seu município para promover melhorias na lavras e expressões que representem: 1. As percepções escola pública onde estudava, com a criação de uma pá- individuais sobre leis, direitos e deveres, liberdade de ex- gina na internet – Diário de Classe. pressão e protagonismo juvenil – O que sei?; 2. Atitudes/ comportamentos que mudaram ou foram influenciados Ao tomar ciência dos problemas da escola, Isadora pelos conceitos e exemplos de leis, direitos e deveres, começou a questionar, fotografar, escrever “textões” e liberdade de expressão e protagonismo juvenil – Como publicar na internet. Aos poucos as denúncias passaram vou agir?; 3. Os desejos de futuro que surgiram ou foram a ter visibilidade, e a escola começou a mudar. Mas não impactados pelos novos conhecimentos sobre leis, direi- foi fácil. No início, Isadora teve problemas com pessoas tos e deveres, liberdade de expressão e protagonismo que discordavam de suas atitudes, mas resolveu seguir juvenil – O que desejo?; 4. As estratégias que serão utiliza- adiante. Hoje, Isadora tem uma ONG que ajuda jovens a das para alcançar esses desejos impactados pelos novos fiscalizarem suas escolas e a participarem de mudanças. conhecimentos sobre leis, direitos e deveres, liberdade de expressão e protagonismo juvenil – Como chegarei lá? Questione: Isadora teve uma atitude cidadã? Estava defendendo seus direitos? Criar uma página na internet PROJETO VIVER EM COMUNIDADE II: para “falar mal da escola” é exercer a liberdade de ex- pressão? Por que você acha que Isadora sofreu resistên- ALTERIDADE-MULTIPLICIDADE cia, inclusive dos próprios estudantes? Isso é comum em outras situações? Por quê? (PÁGINAS 122 E 123) Atividade 1: questione: Será que todas as pessoas O projeto Viver em comunidade II marca a passa- precisam ter grandes ações para não parecerem acomo- gem da Unidade 2 – Alteridade, que trata da expansão e dadas? Por quê? da exploração – o encontro com o outro e o mundo, para a Unidade 3 – Multiplicidade – o encontro com o futuro Atividade 2: peça aos estudantes que avaliem a es- e o nós para todas as possibilidades que ele nos reserva. cola. O que pode melhorar? Como? Se o encontro com o outro e o mundo volta o olhar PORTFÓLIO para fora, para o reconhecimento do outro, possibilitan- do a expansão do “eu pelo outro” ao que nos identifica (PÁGINA 120) e, ao mesmo tempo, nos diferencia, é no encontro com o futuro que essas relações se tornam fundamentais. São Manifesto pelos direitos e deveres de elas que nos ajudam e nos motivam a seguir adiante na todos os cidadãos busca pela realização pessoal, social e profissional. Manifesto é um texto que traz uma declaração pú- É no reconhecimento da interdependência que a mul- blica escrita em linguagem formal e endereçada dire- tiplicidade mostra sua potência realizadora e constitui o tamente ao interlocutor (público-alvo). Nele, governo, nós. Trata-se da mesma interdependência à qual nos re- partidos políticos, sindicatos ou mesmo grupo de pes- ferimos no projeto Viver em comunidade I, responsável soas expõem uma decisão ou posição sobre determina- pela tríade formada pelo eu – o outro – o mundo. Só que do assunto. Pode vir acompanhado de abaixo-assinado. agora, como em uma espiral, a tríada se conecta ao nós No link a seguir, do Instituto Alana, organização sem e ao futuro de maneira amplificada. fins lucrativos, jovens vencedores do programa Desafio Criativo na Escola de 2015 exibem um vídeo-manifesto O projeto Viver em comunidade II propõe ações que sobre o poder da união e da criatividade. Disponível em: fortalecem o nós a partir de vivências que estimulam as tro- https://youtu.be/Rw5hgVXJgWQ. Acesso em: 1o mar. 2020. cas e o desenvolvimento de um ambiente social saudável e construtivo, que valoriza e potencializa a multiplicidade Desafie os estudantes a produzirem um manifesto e a criação de possibilidades e caminhos para um futuro tomando como base um dos temas ou direitos aborda- promissor. Ele possui três frentes criadas para se adaptar ao dos no capítulo. Para tal, proponha que sigam fazendo o planejamento e ao momento de cada série/turma. A pro- levantamento de informações necessárias e seguindo as posta é utilizar uma das frentes toda vez que houver a pas- instruções descritas na atividade. Organize uma data para sagem da Unidade 2 para a Unidade 3, seja na 1a, na 2a ou que cada estudante possa apresentar seu manifesto. na 3a série. A escolha da abordagem é livre e as atividades propostas são apenas sugestões. Adapte-as para atender AUTOAVALIAÇÃO às necessidades da sua turma e deixe-a livre para criar. (PÁGINA 121) Alteridade, empatia e pluralidade Para começar, é necessário encontrar e elencar os (PÁGINA 124) pontos positivos e os negativos em relação a cada aspec- to abordado ou aprendizagem. Os aspectos positivos vão O filósofo lituano Emmanuel Levinas (1906-1995), cujo indicar “caminhos mais curtos”, isto é, sobre “tal” assunto pensamento reforça que a busca da melhor maneira de o estudante precisará mobilizar percepções e aprendiza- viver em um grupo social passa pela alteridade, também gens que já possui. Já os aspectos negativos indicarão os afirma que a sociedade contemporânea está, na prática, desafios que ele terá de superar com esforço e dedicação. muito longe do respeito ético que já admitiu, na teoria, ser importante. MEU TRAJETO Converse com os estudantes a respeito da posição Oriente o estudante a escrever de acordo com o for- de Levinas e, em seguida, questione-os: Vocês acham mato que escolheu para compor esse trajeto usando pa- que é comum as sociedades só reconhecerem determi- 241

nadas visões na teoria, sem aplicá-las na prática? Por que • Peça aos estudantes que organizem um passeio no isso acontece? entorno da escola e/ou comunidade escolar, estabe- lecendo dia, horário, solicitando as autorizações ne- Já o sociólogo Zygmunt Bauman (1925-2017) afirma cessárias, câmera ou telefone celular etc. que existe uma expansão contínua do individualismo. Verifique se os estudantes concordam ou não com ele. • Após a constatação, peça aos estudantes que con- Peça que justifiquem suas respostas. videm a comunidade, distribuindo convites com as informações necessárias para o encontro, além de or- Apresente as propostas desse projeto como uma ganizarem com a direção da escola um espaço para a oportunidade de estimular as relações interpessoais, de atividade. aproximar as pessoas, de exercitar a alteridade, de des- pertar o sentimento de pertencimento, chamando a aten- • Em seguida, questione-os: Se o que queremos é con- ção para a importância da comunidade. Lembre-os de versar sobre uma “comunidade dos sonhos”, como que o importante é estar entre pessoas buscando laços vamos conduzir as conversas? O que vamos abordar de convivência. em cada encontro? Sugerimos elaborar um questio- nário para os participantes responderem sobre o que OFICINAS desejam melhorar e como poderiam realizar isso. Verifique com a turma se descobrir o que as pessoas OPÇÃO 1 ECOMAPA desejam pode realmente mudar a realidade da comunida- (PÁGINAS 125 E 126) de escolar. Se a resposta for positiva, instigue-os a pensa- rem em ações para colocar os desejos em prática. Peça que O ecomapa é utilizado como uma ferramenta de registrem no caderno coletivo o resultado dessa conversa. identificação de possíveis redes de apoio, tanto familiar como social. É um diagrama que mostra a qualidade das Utilize as orientações do passo a passo para conduzir a relações entre a família e a comunidade, identificando a turma na realização da proposta. Se possível, faça registros presença ou não de recursos sociais, econômicos e cultu- fotográficos para documentar as ações deles em todo o rais. Pode ser considerado uma fotografia do momento processo. Depois do evento, siga os critérios estabelecidos atual da vida dos estudantes. e realize uma avaliação coletiva. Consulte a página 129. Com base na atividade proposta que adapta o eco- OPÇÃO 3 CRIAÇÃO DE UM JORNAL MURAL mapa original para retratar as relações da escola com LOCAL a comunidade, problematize: Será que a nossa escola tem uma boa relação com a comunidade? Desafie-os a (PÁGINA 128) identificar os tipos de relação que a escola estabelece, propor formas de potencializá-las e de intervir em re- Inicie a atividade questionando a turma: Qual é a função lações conflituosas, na busca por resultados positivos. social de um jornal? Observe as respostas e pergunte: Se um • Peça aos estudantes que reflitam sobre um possível dos objetivos centrais do Projeto de vida é o fortalecimento do “nós”, a partir de vivências que estimulam as trocas e o modelo de ecomapa da escola. Em seguida, sugira desenvolvimento de um ambiente social saudável e cons- que utilizem folhas de rascunho para desenhar um es- trutivo que valoriza e potencializa a multiplicidade e a cria- boço com base nas relações apresentadas no modelo. ção de possibilidades e caminhos para um futuro promissor, Questione-os: Existe um cinema, um parque, um clu- como a função social de um jornal se encaixa nisso? be no entorno da escola? Adapte à realidade escolar. • Proponha a análise das legendas apresentadas na E se o jornal fosse totalmente direcionado à comuni- página 126 e verifique como elas se comportam na dade escolar? Oriente os estudantes para que cada gru- prática. Depois que os estudantes conhecerem o que po pense na comunidade em que vive sob a perspectiva vai ser feito, inicie com eles o passo a passo sugerido. do grupo etário para o qual vai produzir textos – crianças, • Disponibilize o material necessário e siga na cons- jovens ou adultos? Como vivem na comunidade? O que trução da versão final do ecomapa com a turma. Se mais gostam de fazer? Quais são seus interesses? Que possível, faça registros fotográficos para documentar locais mais frequentam? O que falta na sua comunidade as ações dos estudantes (e da comunidade, caso ela para melhorar a vida de todos? participe da confecção). • Reúna a turma para apresentar diferentes modelos de OPÇÃO 2 A COMUNIDADE IDEAL jornal. Peça que analisem os modelos apresentados e se inspirem em relação à diagramação, às imagens e (PÁGINA 127 ) fotos, às seções, aos títulos etc. Peça a eles que façam uma lista dos gêneros jornalísticos encontrados. Vamos construir a “comunidade dos sonhos”? • Depois, inicie uma conversa para definir o tamanho do jornal e o espaço que cada grupo ocupará. Soli- A proposta desta ação é organizar um momento para cite uma lista de todas as atividades e funções que compartilhar percepções e desejos que definem a “co- precisam ser contempladas, desde a produção até a munidade dos sonhos” dos estudantes e buscar possi- impressão do jornal. Distribua as tarefas. bilidades de realizar mudanças efetivas. Para isso, além de providenciar o material necessário para a construção • Os estudantes deverão definir o título do jornal, de pre- da representação do projeto, serão necessárias algumas ferência um nome bem significativo para a comunidade. ações. Se possível, convoque um grupo de estudantes Oriente-os a seguirem o passo a passo para a realização para cuidar da infraestrutura. da proposta. Se possível, faça registros fotográficos para 242

documentar as ações dos estudantes em todo o proces- POR DENTRO DO TEMA so. Depois do evento, siga os critérios estabelecidos e realize uma avaliação coletiva. Consulte a página 129. (PÁGINAS 134 E 135) Avaliação Sociedade multicultural (PÁGINA 129) Inicie a abordagem da seção propondo que obser- vem e relacionem informações gráficas em destaque, A avaliação do evento é uma etapa tão importante como o título, as reproduções das obras de arte e as pa- quanto as etapas de planejamento e execução. lavras, para que as utilizem como pistas sobre o assunto que será tratado. Peça que compartilhem as informa- É o momento de reviver com os estudantes tudo o ções, uma vez que essa troca pode gerar modificação, que aconteceu e aprender com as falhas, identificando ampliação ou reforço das inferências iniciais. os pontos críticos, avaliando as soluções que foram da- das e refletindo sobre o que mais poderia ser feito. Caso considere interessante, proponha a análise do quadro Operários, da pintora brasileira Tarsila do Amaral. Estimule os estudantes a relatarem fatos positivos e negativos e a conversarem sobre como foi a experiência. O quadro é o registro de um período histórico, mar- Solicite que façam anotações durante a conversa para cado pela migração de trabalhadores que buscavam auxiliar na composição do relatório. trabalho nas indústrias. Eram pessoas vulneráveis e não havia leis que as protegessem. O resultado? Ex- ploração. São 51 operários lado a lado, mostrando apenas rostos sem corpos, uma massa de todas as Unidade 3 - Multiplicidade cores e raças. Apesar das diferenças, são iguais pe- las expressões de cansaço e desesperança. ABERTURA DE UNIDADE A primeira parte do texto traz informações impor- (PÁGINAS 130 E 131) tantes, por isso, faça uma pausa ao final de cada pa- A multiplicidade está relacionada com a diversidade rágrafo e escreva na lousa/quadro branco as seguin- tes palavras: diversidade, cultura, identidade cultural, e a pluralidade, isto é, refere-se ao que não se apresen- globalização, cultura global e diversidade étnica. Peça ta de forma única, padronizada. Inicie a abordagem com aos estudantes que expliquem como cada uma dessas uma conversa informal sobre o sentido da multiplicida- palavras se relacionam no texto. Se quiser, antes de de, verifique o entendimento dos estudantes e faça re- retomar a leitura, construa um mapa mental hierarqui- gistros na lousa/quadro branco para que possam elabo- zando-as e estabelecendo relações. Caso tenha feito rar raciocínios mais complexos, remetendo a exemplos o mapa mental, desafie-os a inserir a palavra multi- e condições que caracterizem o significado da unidade. culturalismo de forma hierarquizada e estabelecendo conexões. A multiplicidade está presente nesta última etapa que culminará na concepção de um Projeto de vida es- Na atividade 1, provoque os estudantes a darem truturado, direto, executável, porém, bastante complexo exemplos da complexidade da identidade brasileira. Na se analisado pela quantidade de saberes que mobilizará. atividade 2, solicite que respondam à pergunta em dois Olhando bem é uma mistura de muitas coisas que envol- níveis: local e nacional. Caso haja diferenças, peça que vem o eu, o outro e o nós. encontrem argumentos que as justifiquem. CAPÍTULO 8 – DIFERENTES, PORÉM PESQUISA IGUAIS (PÁGINAS 136 E 137) (PÁGINAS 132 E 133) Retratos do Brasil Neste capítulo, os estudantes serão estimulados a olhar Professor, para que os estudantes realizem uma pes- o Brasil pela perspectiva de sua formação, historicamente quisa efetiva, é preciso que eles leiam, compreendam e multicultural, compreendendo as manifestações multicultu- interpretem textos com diferentes graus de complexida- rais e a influência do processo de globalização na intensifi- de. É importante também que saibam expor oralmente o cação e na temporalidade dessas manifestações. que aprenderam utilizando recursos tecnológicos, como slides de apresentação, vídeos, imagens ou mesmo tex- Além disso, reconhecerão a diferença entre imigran- tos escritos organizados para apoiar a exposição. tes e refugiados e compreenderão o “peso” dessa dife- rença no processo de adaptação e de aceitação, refletin- Oriente-os a localizar informações em textos sempre do sobre o preconceito e sobre a possibilidade de ações em função dos seus objetivos de leitura, que, no caso da concretas de inclusão. pesquisa, se refere a um aprofundamento dos conheci- mentos sobre IDH. Peça a eles que organizem fichamen- Assim, eles serão capazes de perceber que cada fa- tos, anotações ou resenhas, por meio dos quais expres- mília possui uma cultura histórica e diversa e de valori- sem, de diferentes maneiras, aquilo que compreenderam zar essa diversidade, reconhecendo a multiculturalidade nas leituras realizadas, reorganizando as informações a como característica da cultura brasileira. Ao ouvir o que fim de compartilhá-las com a turma. mais chama a atenção dos estudantes nas imagens, ob- serve se o olhar deles está direcionado para a diferença ou para a semelhança, para a harmonia ou para o confli- to; se eles reconhecem as pessoas das imagens como se fossem “opostas” ou se eles enxergam apenas pessoas. 243

Os vídeos recomendados são bastante longos. encontram para conseguir emprego no Brasil. Provoque Avalie a estratégia de dividir a sala em dez grupos para reflexões por meio de questionamentos como: O bra- que cada um assista a um episódio, fora do horário de sileiro disputa emprego com um imigrante ou com um aula, e depois todos compartilhem as impressões. Ve- refugiado? O que costuma acontecer? Você consegue rifique se a escola oferece a estrutura fora do período identificar a nacionalidade das pessoas que mais sofrem de aula. preconceito na região onde você mora? Quando estiverem no museu, aproveite os recursos Apresente aos estudantes o Centro de Referência e disponíveis para obterem informações sobre as obras: Atendimento para Imigrantes (CRAI), que realiza atendi- visita guiada, áudio-guia ou aplicativos gratuitos. Cada mentos institucionais e itinerantes, promovendo os direi- museu tem suas regras específicas, portanto, consulte-as tos dos migrantes no Brasil e ainda criando uma integra- com atenção e respeite sempre. ção social, produtiva, política e cultural. Disponível em: www.sefras.org.br/novo/servicos/sao-paulo/crai/. Acesso Infográficos são representações visuais gráficas mui- em: 14 fev. 2020. to utilizadas em manuais técnicos, educativos ou cientí- ficos, pois são recursos que tornam as informações mais REALIDADE EM PRÁTICA fáceis e compreensíveis à primeira vista. Os assuntos são apresentados de forma simplificada e organizada, com (PÁGINA 141) poucos textos e imagens interessantes e significativas. Consulte ferramentas de criação de infográficos ao final Projeto: Campanha contra a xenofobia das sugestões para este capítulo. Existe a possibilidade de fazer um infográfico físico utilizando papel, imagens, A partir da definição de xenofobia, questione: Vocês canetinhas e muita criatividade. já presenciaram ou souberam de algum caso de xeno- fobia? Se a resposta for afirmativa, peça aos estudantes OUTROS OLHARES que relatem alguns casos. Após a leitura do texto, ques- tione: O que move a xenofobia no Brasil? Como é pos- (PÁGINAS 138 E 139) sível explicar a diferença de tratamento com europeus, africanos, haitianos e venezuelanos? Esclareça a diferen- A diversidade cultural no mundo ça entre explicar e justificar. A explicação faz com que se globalizado entenda o motivo, mesmo que se discorde dele. Agora é hora de retomar com mais profundidade a REFLEXÃO questão da globalização e a relação que esse processo impõe às diferentes culturas. Ao ler o título, sugira que (PÁGINAS 142 E 143) pensem sobre o que é e como pode acontecer um diálo- go intercultural. Peça que exemplifiquem. Refugiados Proponha a análise do texto por meio de uma leitura Professor, a seção procura reforçar os estudos reali- reflexiva na qual você é o mediador. Inicie propondo aos zados até agora, oportunizando a articulação dos sabe- estudantes que relacionem e compartilhem as informa- res. Depois de abordar as dificuldades de inclusão de ções em destaque e realizem inferências, antecipando imigrantes e refugiados na sociedade, de sensibilizar as fatos. Ao terminar a leitura da página 138, solicite que re- pessoas por meio de depoimentos dos próprios refu- tomem e destaquem a ideia principal de cada parágrafo, giados e de realizar uma campanha contra a xenofobia, de forma sintetizada, utilizando apenas palavras-chave. apresente aos estudantes o projeto Abraço Cultural, que Continue a leitura e interfira esclarecendo dúvidas se- busca promover a troca de experiências, a geração de mânticas, se necessário. renda e a valorização pessoal e cultural de refugiados re- sidentes no Brasil. Na atividade 2, os estudantes são convidados a ela- borar uma opinião e uma argumentação que a sustente, Depois, conheça o projeto LAR: um dos braços da ainda a partir da perspectiva da sua realidade. Sobre o Compassiva, organização social que auxilia pessoas em autor citado no texto, Walter Mignolo é um semiólogo situação de vulnerabilidade. argentino e professor de literatura na Universidade de Duke, nos Estados Unidos. É conhecido como uma das PORTFÓLIO figuras centrais do pensamento colonial latino-america- no e como membro fundador do Grupo modernidade/ (PÁGINA 144) colonialidade. De onde eu venho? BATE-PAPO No plano de ação deste capítulo, os estudan- (PÁGINA 140) tes vão, a partir de um roteiro, retomar suas origens, buscando informações sobre a sua família. Estimule a Inclusão de imigrantes e refugiados na curiosidade dos estudantes para que eles se sintam sociedade motivados a ir o mais adiante que conseguirem. Orien- te-os a criar uma forma interessante de apresentar a A conversa proposta neste capítulo foi estruturada a história da família: utilizando recursos visuais, a partir partir de matéria publicada pela Agência Senado, Brasí- de um objeto, de uma cena, desempenhando o traba- lia, que trata da questão da dificuldade que refugiados lho de forma criativa. Organize as informações em um quadro coletivo para transformá-las em um gráfico. Para fazer gráficos 244

com rapidez, utilize blocos adesivos e, de acordo com Como se faz um brainstorm? a informação do estudante, é possível construir em co- lunas. Convide os estudantes a pensarem sobre mundo do trabalho e a falarem palavras relacionadas AUTOAVALIAÇÃO que vierem à mente. (PÁGINA 145) As ideias/palavras verbalizadas devem ser escri- tas para que todos vejam. Isso estimula novas A autoavaliação é um exercício de reflexão muito ideias (uma palavra puxa a outra – associações). importante que pode ser feito em qualquer momento da vida pessoal, social e profissional. Trata-se de um Marque um tempo para a atividade. mergulho interno e intenso, por isso também bastante difícil. Quando acabar, as ideias podem ser agrupadas por algum tipo de critério estabelecido pelo grupo, ou MEU TRAJETO simplesmente ser escritas na lousa/quadro branco. Oriente os estudantes a escrever de acordo com o for- Ao logo das atividades, sempre que uma situa- mato que escolheram para compor este trajeto utilizando ção relativa a uma dessas palavras aparecer, palavras e expressões que representem: 1. As percepções circule-a. individuais sobre educação, igualdades e diferenças entre as pessoas – O que eu sei?; 2. Atitudes/comportamen- tos que mudaram ou foram influenciados pelas reflexões sobre multiculturalismo e sobre refugiados – Como vou agir?; 3. Os desejos de futuro que surgiram pelos novos conhecimentos sobre multiculturalismo – O que eu dese- jo?; 4. As estratégias que serão utilizadas para alcançar es- ses desejos impactados pela multiculturalidade. – Como vou chegar lá? CONHEÇA MAIS SOBRE O TEMA Atividade 1: essa questão funciona como uma espé- E ENRIQUEÇA SUA AULA cie de sondagem para que você perceba a compreensão da turma sobre o assunto. Verifique se trazem opiniões Sobre infográficos: ferramentas para a produção de baseadas em senso comum, ou se já possuem algum co- infográficos. Disponível em: https://pt.venngage.com/. nhecimento prévio. Atividade 2: hoje se fala muito em Acesso em: 20 fev. 2020. habilidades do futuro, e elas estão vinculadas a ativida- des que dificilmente poderão ser substituídas por máqui- CAPÍTULO 9 – MUNDO DO TRABALHO nas, pois envolvem flexibilidade, negociação, inteligên- cia emocional, criatividade, entre outras. Atividade 3: (PÁGINAS 146 E 147) proponha que a atividade seja feita em duplas, para que os estudantes troquem ideias sobre as sobre diferentes Neste capítulo, os estudantes conhecerão melhor o maneiras de a tecnologia impactar a vida e o trabalho mundo do trabalho e suas transformações ao longo do hoje e no futuro. tempo, as mudanças nas relações profissionais e a subs- tituição de seres humanos por robôs. POR DENTRO DO TEMA Na página 147, as fotografias e as atividades provo- (PÁGINAS 148 E 149) cam uma reflexão sobre o mundo do trabalho no passa- do e no presente. Verifique se os estudantes conseguem A evolução do trabalho na sociedade identificar qual das profissões apresentadas foi extinta (a de telefonista). Proponha a análise atenta dessa ima- Professor, você pode propor uma leitura compar- gem específica. Questione-os sobre outras profissões tilhada do texto dessa seção e a resolução das ati- similares que também estão desaparecendo. Veja se vidades em duplas. Neste momento os estudantes percebem que a última imagem se refere a um espaço conhecerão a origem da palavra trabalho, que, por compartilhado de trabalho, onde pessoas de diferentes si, já era vinculada a uma série de significados pouco áreas, que trabalham para diferentes empresas, dividem, promissores. às vezes, até a mesma mesa. Durante a resolução da atividade 1, retome as pa- Para a segunda proposta, utilize a técnica de brains- lavras do brainstorm e verifique com os estudantes se torm, ou “tempestade mental/chuva de ideias”. Trata-se alguém havia escrito palavras associadas a castigo, can- de uma metodologia criada para explorar ideias. Para saço ou sofrimento. Ao compartilhar as respostas da ati- que funcione, é necessário a criação de um ambiente se- vidade 2, procure localizar palavras associadas a inserção guro no qual cada um pode falar realmente o que lhe vier social, vida em sociedade ou aceitação. Na atividade 3, à mente sem autocrítica e nem julgamentos. 245

questione os estudantes por que é muito comum as pes- As atividades 1 a 4 da página 153 exploram a com- soas atribuírem tanta importância ao trabalho a ponto de preensão do texto e instigam os estudantes a refletir ser ele que as define? sobre a teoria do ócio como contraponto à cultura que valoriza o número de horas trabalhadas (quanto mais, Ao falar sobre o filme Tempos modernos, explique melhor) e sobre as vantagens que a prática do ócio pode aos estudantes que ele foi lançado durante o período proporcionar, levando os estudantes a pensarem a res- denominado Grande Depressão, causada pela crise peito de novas perspectivas de trabalho. de 1929 após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York. Para saber mais sobre o filme, visite o site https:// BATE-PAPO ensinarhistoriajoelza.com.br/tempos-modernos- ainda-tao-atual/. Acesso em: 2 mar. 2020. Atividade 4: (PÁGINA 154) as profissões que tendem a desaparecer são aquelas que atuam de forma padronizada, que pode ser programá- Economia criativa vel ou substituída: cartorário, copiloto de avião (algumas empresas já estão testando aviões autônomos), enge- O bate-papo deste capítulo foi estruturado a partir nheiro calculista (computadores calculam), profissionais de resultados de uma pesquisa publicada pelo Ipea (Ins- de estoques/inventários robotizados etc. Atividade 6: tituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre as áreas verifique a opinião dos estudantes, porém considere com menos chances de serem afetadas pela automação: estas aptidões: flexibilidade cognitiva, criatividade, ca- as que envolvem empreendedorismo, criatividade, análi- pacidade de gerir pessoas, capacidade de trabalhar em se, tomada de decisões estratégicas, cuidado humano e equipe, inteligência emocional, tomada de decisão, ne- trabalho em equipe. gociação. O texto traz um gráfico sobre a indústria criativa no PESQUISA Brasil, mostrando que tipo de profissão emprega o maior número de pessoas atualmente: as que fazem parte da (PÁGINAS 150 E 151) indústria criativa. Mas, afinal, o que é indústria criativa? Para saber mais sobre esse tema, leia a matéria publi- O que você quer ser quando crescer? cada no site da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FecomercioSP) sobre economia criativa. Dis- Comente a importância de diferenciar as informa- ponível em: www.fecomercio.com.br/noticia/economia- ções relevantes das secundárias e sintetizá-las. Um há- criativa-desponta-e-aquece-o-mercado-de-trabalho. bito de pesquisa que favorece a aprendizagem é fazer Acesso em: 20 fev. 2020. anotações a partir das leituras. Peça a eles que organi- zem fichamentos, anotações ou resenhas por meio dos Para organizar a conversa, oriente os estudantes a lis- quais expressem sua compreensão das leituras realiza- tarem as vantagens e desvantagens da economia criativa das, reorganizando as informações para compartilhá-las e das profissões relacionadas a ela para comparar com o com a turma. setor convencional. Para a atividade 1, o estudante pesquisará as no- REALIDADE EM PRÁTICA vas formas de empregabilidade e relações trabalhistas. Oriente-os a consultar fontes de informação diferentes (PÁGINA 155) e, principalmente, confiáveis e a registrar os dados pes- quisados. Projeto Economia criativa na comunidade Para a atividade 4, procure mostrar um quadro Professor, auxilie os estudantes a entenderem melhor completo sobre as mudanças no trabalho: o que está o significado de economia criativa: corresponde a negó- surgindo, o que já deixou de existir, exemplos de cios/empreendimentos que evolvem produtos ou servi- quem já foi substituído. Procure saber a opinião dos ços que possuem a criatividade e o senso crítico como estudantes sobre essas transformações. Se achar con- características fundamentais. A partir da compreensão veniente, solicite a eles que façam esse registro no do significado de economia criativa, solicite aos estudan- portfólio também. tes que sigam as orientações para organizar um festival cultural. Auxilie-os na divisão de tarefas necessárias an- OUTROS OLHARES tes, durante e depois do festival. Prepare com eles um check list dessas tarefas e deixe num lugar visível para (PÁGINAS 152 E 153) que todos consigam acompanhar ao andamento das etapas. O ócio criativo REFLEXÃO Ao ler o título da seção, pergunte a eles se sabem o que é economia do ócio. Proponha a análise do texto (PÁGINAS 156 E 157) por meio de uma leitura reflexiva na qual você é o me- diador, auxiliando-os na compreensão das ideias e inten- A economia criativa no teatro ções do autor. itinerante Ao terminar a leitura da página 152, solicite aos es- Professor, esta seção traz a história do grupo Tibana- tudantes que retomem e destaquem a ideia principal de ré, de Cuiabá, vencedor do Prêmio Brasil Criativo 2016, cada um dos três parágrafos, de forma sintetizada, utili- zando apenas palavras-chave. Registre na lousa. 246

para exemplificar esse conceito. Proponha aos estudan- MEU TRAJETO tes a leitura compartilhada do texto. Pergunte a eles: O que foi mais inovador no projeto do grupo Tibana- Oriente o estudante a escrever de acordo com o ré? Como vocês acham que as ideias criativas surgem? formato que escolheu para compor este trajeto usando palavras e expressões que representem: 1. As percep- Na atividade 3, ajude-os a identificar prováveis pro- ções individuais sobre o mundo do trabalho – O que blemas que a escola tenha e que soluções, com base na sei?; 2. Atitudes/comportamentos que mudaram ou economia criativa, podem ser aplicadas. Relacione na foram influenciados pelas percepções sobre conceitos, lousa as ideias apresentadas por eles; deixe-os à vontade dicas e exemplos apresentados que envolvem o mundo para falar. O objetivo é que consigam refletir a respeito do trabalho – Como vou agir?; 3. Os desejos de futuro dos conceitos aprendidos nessa seção e de que forma que surgiram ou foram impactados pelos novos conhe- podem ser praticados. cimentos sobre as mudanças nos modelos de trabalho e nas profissões – O que eu desejo?; 4. As estratégias que PORTFÓLIO serão utilizadas para alcançar esses desejos – Como vou chegar lá? (PÁGINA 158) CONHEÇA MAIS SOBRE O TEMA Currículo criativo E ENRIQUEÇA SUA AULA Os estudantes vão confeccionar um currículo (curri- Sobre como elaborar um CV: o site a seguir traz in- culum vitae – CV) de forma consistente e criativa. Per- formações sobre como elaborar um currículo para aque- gunte a eles: Vocês sabem quais informações precisam les que vão buscar seu primeiro emprego: www.napratica. ser colocadas em um currículo? Caso uma pessoa ainda org.br/curriculo-para-primeiro-emprego/. Acesso em: não tenha experiência profissional, que informações ela 3 mar. 2020. deve colocar? Como um currículo deve ser encaminhado para as empresas? Complete as informações para os es- CAPÍTULO 10 – EMPREENDEDORISMO: tudantes mostrando alguns cuidados que devem ter ao elaborar um currículo: NAVEGAR PARA O FUTURO Dicas para elaborar um ótimo currículo O capítulo discute o tema empreendedorismo abor- O texto deve ser simples e objetivo, com informa- dando algumas de suas categorias: empreendedorismo ções claras e diretas; não deve conter erros grama- por necessidade, empreendedorismo por oportunidade ticais nem ortográficos. Não deve ter assinatura nem e empreendedorismo social. Professor, utilize os obje- data. Para dar destaque a algum item, deve ser uti- tivos do capítulo para iniciar uma conversa com os es- lizado o recurso negrito. Com relação aos dados tudantes sobre empreendedorismo, desmistificando pessoais ou referências, não insira números de do- a ideia de que empreendedorismo é uma espécie de cumentos nem nomes dos pais ou outros parentes. aptidão inata, isto é, que já nascemos com um talento Colocar uma fotografia é opcional. As informações empreendedor. Todo nós podemos desenvolver com- do currículo devem ser verdadeiras, especialmen- petências e habilidades empreendedoras, começando te no que se refere a habilidades e conhecimentos. por entender de fato os diversos tipos de empreendedo- rismo e refletir sobre atitudes empreendedoras e ideias Em seguida, divida a lousa/quadro branco em duas inovadoras e inspiradoras. partes: o que devo fazer numa entrevista de emprego/o que não devo fazer numa entrevista de emprego. So- A página de abertura do capítulo traz fotografias licite aos estudantes que, em grupos, discutam o as- que mostram iniciativas empreendedoras, além de sunto e anotem num rascunho as sugestões. Depois, perguntas que ajudam a turma a refletir sobre diversos coletivamente, elaborem uma lista oficial da turma. Se impactos do empreendedorismo na vida das pessoas. possível, convide dois estudantes para encenar uma en- As discussões propostas provocam a reflexão sobre trevista. Para mais informações a respeito de como se as próprias atitudes empreendedoras, isto é, os es- portar em uma entrevista, visite o site: www.napratica. tudantes já iniciam os estudos sobre o tema a partir org.br/dicas-mandar-bem-na-entrevista-de-emprego/. de investigação e descoberta do quanto eles já po- Acesso em: 20 fev. 2020. dem ser empreendedores e talvez ainda não consigam identificar em si esse potencial. Como alternativa, se AUTOAVALIAÇÃO julgar interessante, peça a eles que deem exemplos de ações empreendedoras que eventualmente pos- (PÁGINA 159) sam conhecer. Explique que autoavaliação é um exercício de refle- Incentive os estudantes a falarem sobre atitudes em- xão muito importante e que pode ser feito em qualquer preendedoras das quais, eventualmente, se lembraram. momento da vida pessoal, social e profissional. Trata-se Não é necessário que seja um empreendimento social de um mergulho interno e intenso, por isso também bas- ou conhecido, mas é importante que eles percebam a tante difícil. existência de criatividade, planejamento e atitude em in- divíduos empreendedores. 247

POR DENTRO DO TEMA contextos em que ações empreendedoras ocorrem. Cuide para que todos os temas sejam contemplados (PÁGINAS 162 E 163) pelos diferentes grupos de estudantes. Eles podem pesquisar a respeito desses temas em livros, revistas, Como empreendemos no dia a dia? filmes, vídeos e sites. Na página 164 trazemos duas sugestões de pesquisa (um livro e um documentário) Proponha uma leitura compartilhada dessa seção, como inspiração para os estudantes. Informe que eles em duplas, por exemplo. É importante comentar com os não devem se limitar aos exemplos citados para a rea- estudantes que o empreendedorismo está ligado mais lização da pesquisa. Procure verificar se o livro suge- à capacidade das pessoas em identificar problemas, pes- rido para a pesquisa está disponível na biblioteca da quisar oportunidades e encontrar soluções inovadoras e escola ou do município. A atividade 3, item a, traz um menos à criação de empresas de fato. Está associado, modelo de ficha para que os estudantes estruturem a enfim, à inovação e à geração de ideias para criar opor- pesquisa a ser realizada. A ficha lista elementos essen- tunidades em diversos contextos de negócios. ciais para mapear a ação empreendedora pesquisada, portanto, reforce a importância de preenchê-la ade- A seção cita o design thinking como um processo as- quadamente seguindo cada um dos passos solicita- sociado ao empreendedorismo, já que favorece o pen- dos. No item b da pesquisa, ainda na atividade 3, os samento criativo com foco num desafio, problema ou estudantes são convidados a criar um questionário a necessidade e promove a ousadia na busca de soluções ser respondido pelo responsável pela ação empreen- criativas e inovadoras. As categorias de empreendedo- dedora. Sugira que formulem perguntas relativas, por rismo por necessidade e por oportunidade podem uti- exemplo, às atitudes empreendedoras que foram mais lizar o design thinking como ferramenta de geração de decisivas para realização do empreendimento. Per- ideias para criar uma alternativa de trabalho ou oferecer guntas sobre o processo de geração de ideias também um produto ou serviço importante à sociedade. Nesse são importantes. processo, o foco está sempre no problema, no desafio, na “dor” do outro. Uma ideia inovadora é um jeito cria- OUTROS OLHARES tivo de resolver um problema, afinal, se não houver pro- blema, não existe solução. (PÁGINAS 166 E 167) Atividades 1, 2 e 3: essas atividades são importan- Todos somos empreendedores tes também para que comecem a perceber que as pos- sibilidades de ações empreendedoras podem estar mais Comente com os estudantes que esta seção tem por perto do que imaginam, e novas ideias podem surgir dos objetivo responder a duas questões: O que é ser empreen- exemplos citados pela turma. Você também pode citar dedor de fato? e O empreendedorismo é uma caracterís- um exemplo de empreendedorismo social, como o de tica natural ou é uma atitude que pode ser desenvolvida? estudantes que criaram um aplicativo para indicar pon- tos de coletas de lixo na cidade de Fortaleza, no Ceará. Para responder à primeira pergunta, citamos um ar- A matéria está disponível em: https://tribunadoceara. tigo do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e com.br/noticias/tecnologia/estudantes-criam-aplicativo- Pequenas Empresas), que traz algumas pistas sobre o para-indicar-pontos-de-coletas-de-lixo-em-fortaleza/. que é ser empreendedor. Deixe os estudantes formu- Acesso em: 27 fev. 2020. larem suas próprias definições do que eles entendem ser um empreendedor. Se julgar interessante, registre Logo após a atividade 3, chame a atenção dos es- na lousa/quadro branco a frase: Ser empreendedor é... tudantes para o fato de que, embora seja essencial a e deixe a turma completá-la com o máximo de con- geração de ideias inovadoras para provocar uma ação tribuições que conseguir. Registre todas as contribui- empreendedora, o empreendedorismo não se sustenta ções e discuta com os estudantes a ideia de que não só com ideias. Destaque para os estudantes a afirma- há uma definição única e objetiva para o conceito de ção apresentada no capítulo: “O empreendedorismo é, empreendedor. portanto, um encadeamento entre uma ideia, um sonho e uma realização”. As respostas da atividade 4 têm li- Para responder à segunda pergunta, reforce com eles gação direta com a ideia de que empreendedorismo é que a atitude empreendedora não é inata, mas pode ser ação e realização. Converse com os estudantes sobre desenvolvida a partir, por exemplo, da tomada de cons- o que eles acham que são atitudes empreendedoras. ciência dos cinco focos da atenção: autoestima, busca Exemplos de algumas atitudes empreendedoras que por conhecimento, redes pessoais, percepção de opor- você pode apresentar: tirar as ideias do papel, planejar, tunidades e organização do tempo. persistir diante do primeiro fracasso, aprender com ele e buscar constantemente novos conhecimentos. A atividade 2 provoca os estudantes a imaginarem a realização de um sonho e a convocarem uma pessoa PESQUISA que consideram importante para alcançar esse sonho. A atividade 3 deve ser realizada em dupla. Garanta que (PÁGINAS 164 E 165) os estudantes troquem opiniões para que a discussão contribua de fato para a compreensão das atitudes mais Inovação e oportunidades no Brasil e relevantes na construção do perfil empreendedor e de- no mundo pois realizem seus registros no portfólio. A atividade de pesquisa proposta neste capítulo está baseada em seis temas relacionados aos diversos 248


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