2013/2014
Editorial                      ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013    2
ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE                                ANUÁRIO  Presidente FEHOESP e SINDHOSP                              BRASILEIRO  Yussif Ali Mere Jr                                         DA SAÚDE 2013  Gerenciamento de projeto,  coordenação editorial e edição                                                  12 Evento  Ana Paula Barbulho (MTB 22170)                                                  26 Institucional  Jornalista colaborador FEHOESP                                                  50 IEPAS  Ricardo Balego                                                                  56 Gestão Pública  Jornalistas colaboradoras SINDHOSP                                              72 Artigo Especial  Aline Moura, Fabiane de Sá e Rebeca Salgado                                     88 Mercado  Coordenação de Marketing/SINDHOSP                                              104 Cenários  Carlos Eduardo da Silva                                                        130 Política  Assistente de Marketing/SINDHOSP                                               156 Sustentabilidade  Thiago Alexandre Alves                                                         174 TICs  Tiragem                                                                        186 Tendência  15.000                                                                         202 Remoção  Distribuição                                                                   208 Fichas Técnicas  Entre diretores e administradores hospitalares do país,  laboratórios, clínicas, demais estabelecimentos de saúde,  órgãos de imprensa e autoridades  Os artigos assinados não refletem necessariamente a  opinião do Anuário  Correspondências FEHOESP  Rua 24 de Maio, 208, 13º andar, Centro,  S. Paulo, SP, CEP 01041-000  www.fehoesp.org.br  [email protected]  Tel (11) 3222-6914  Correspondências SINDHOSP  Rua 24 de Maio, 208, 9º andar, Centro,  S. Paulo, SP, CEP 01041-000  www.sindhosp.com.br  [email protected]  Tel (11) 3331-1555    Diretor de Projetos Especiais  Gilberto Figueira  Diretora Financeira  Cleide Antunes  Departamento Administrativo  Mara Farias  Jornalista Responsável  Cida Flosi (MTB 12.188)  Projeto Gráfico e Diagramação  Fábio Figueiredo  Estagiário  Matheus Dalla  Comercial  Aílton Santos, Marcelo Giordano e Sandra Maria Elias  Impressão  Duo Graf  Rua Borges, 570  CEP: 02247-000 São Paulo - SP  Tel.: 11 3294 0051 / 3294 0052 / 3294 0053  Email: [email protected]  www.publicbrasil.com.br  Este Anuário é uma publicação do SINDHOSP e PUBLIC  PROJETOS EDITORIAIS com circulação controlada e  dirigida ao segmento saúde, estando disponível também  em versão digital através de iPad, Smartphone e Tablet.  A PUBLIC DIGITAL é responsável pelo desenvolvimento da  versão digital.     4
Editorial       ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013            Entre a realidade, as expectativas e possibilidades                                                                                 Foto: Neuza Nakahara        O Anuário Brasileiro da Saúde nasce com um legado de sucesso, oriundo da experiência     de quatro edições do Anuário SINDHOSP. A partir desta edição, a Federação dos Hospitais, Clíni-                      Yussif Ali Mere Jr     cas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP), entidade de segundo grau de represen-         presidente da FEHOESP e do SINDHOSP     tação no sistema confederativo, se une ao SINDHOSP no projeto, o que agrega ainda mais valor     ao Anuário. Isso, por si só, já seria motivo de comemoração, mas 2.013 foi um ano emblemático.        Milhares foram às ruas pedir por transporte coletivo de qualidade, educação e saúde. Parale-     lamente, o ano foi marcado por datas importantes, como os 25 anos do Sistema Único de Saúde     (SUS) e os 15 anos da lei 9.656/98, que regulamentou os planos de saúde. Médicos e governo     federal travam até hoje uma batalha graças ao eleitoreiro programa Mais Médicos, anunciado     como a solução dos problemas da saúde. E quem atua na área sabe que os médicos estrangeiros     não são – e não serão – os salvadores da pátria para as mazelas da saúde brasileira.        Essas datas e fatos servem de pano de fundo para a discussão do tema central proposto por     este Anuário: A saúde que temos, a saúde que queremos e a que podemos ter. A falta de priori-     zação da saúde pelo governo federal faz da área o calcanhar de Aquiles da administração Dilma.     Prestadores de serviços e população sofrem com o subfinanciamento, que compromete a saúde     financeira de muitos hospitais e a qualidade da assistência. Um sistema que prevê universalização     e equidade para mais de 200 milhões de habitantes não pode participar com apenas 46% do total     de recursos da saúde, que é o percentual investido pelas esferas federal, estaduais e municipais.        No setor suplementar o atual modelo de financiamento é insustentável. Temos um siste-     ma privado caro, que já não é acessível à maioria das famílias, além de estar engessado por     uma política asfixiante de reajustes e por uma legislação que limita seu campo de atuação. A     mudança do modelo de remuneração, que hoje estimula a oferta, está longe de um consenso     entre as partes, que não abrem mão da desconfiança e, por isso, não conseguem estabelecer     uma relação de ganha-ganha.         Como se não bastasse, ainda há o maior de todos os desafios: o envelhecimento popula-     cional. O Brasil envelhecerá em 13 anos o que a França demorou um século. Em 2.030 nossa     pirâmide populacional estará invertida, com mais pessoas idosas do que crianças. Só este fe-     nômeno, segundo projeções, poderá triplicar os gastos com saúde, afinal, 80% dos idosos têm     pelo menos uma doença crônica e 33% possuem três ou mais. Apesar de significar uma con-     quista da sociedade, o envelhecimento exige planejamento. A longevidade nos força a repen-     sar a prestação de serviços – os de saúde principalmente, a cultura, as cidades e até o design. E     ainda não começamos a lição de casa.        Todas essas questões são abordadas nesta edição do Anuário Brasileiro da Saúde, além     de pautas como as instituições de longa permanência, que já estão consolidadas em várias par-     tes do mundo; o custo da burocracia no Brasil, que emperra o desenvolvimento; a importância     de atuar sem danos ao meio ambiente; o papel das tecnologias da informação, que ainda não     recebem os investimentos necessários na saúde; uma análise sobre as manifestações de junho     de 2.013, feita pelo economista do Banco Mundial, André Medici; e, por fim, um exercício de     “futurologia” sobre a saúde que queremos e a que podemos ter com três grandes pensadores:     Gonzalo Vecina Neto, Rubens Belfort Jr. e Januário Montone.        Além da satisfação de poder oferecer a você, leitor, uma publicação que pode ajudá-lo na     tomada de decisão ou no planejamento estratégico da sua empresa, saiba que a FEHOESP e o     SINDHOSP acreditam no espírito empreendedor e altruísta dos empresários e profissionais do     setor privado de saúde. E atuam para que cada estabelecimento de saúde tenha condições de     inovar e oferecer serviços com mais qualidade. Boa leitura!    6
Segurança                Eficiência                Sustentabilidade                  A B. Braun tem como uma de suas metas contribuir para a segurança do ambiente                hospitalar com máxima eficiência para o paciente, o mínimo de risco para o profissional                de saúde e a redução da geração de lixo hospitalar. Em seu portfolio, possui uma linha                exclusiva voltada para a segurança, de soluções, cateteres e bombas de infusão a                materiais de desinfecção e higiene.    CC1842C-0913  B. Braun Brasil | www.bbraun.com.br  Siga a B. Braun nas Redes Sociais:                                                     /bbraunbrasil | /bbraunbrasil | @bbraunbrasil
Editorial                                                                      Gilberto Figueira                                                                                       diretor de Projetos Especiais                    ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013                         Anuário Brasileiro da Saúde                  já nasce como referência no setor              A PUBLIC, em 2.008, teve o privilégio de lançar a 1ª edição do ANUÁRIO         SINDHOSP. Uma publicação que registrava, naquele momento, os 70 anos         da maior entidade patronal do setor saúde na América Latina. E isto só ocor-         reu porque o seu então presidente, Dante Montagnana, percebeu que era         importante para o SINDHOSP ter uma publicação de peso e que trouxesse à         tona temas atuais, pulsantes e do interesse do setor.              E foi assim que teve inicio essa trajetória de sucesso do ANUÁRIO         SINDHOSP, publicação que em 2.011 foi eleita pelo Prêmio Allianz Segu-         ros de Jornalismo como uma das cinco melhores publicações de jornalismo         corporativo do país.              Para nós, da PUBLIC, principalmente para mim, que me reunia com certa         frequência com o dr. Dante, foi gratificante acompanhar a evolução da pu-         blicação. Em virtude das reuniões de trabalho, discutindo pautas e projetos         gráficos, eu tive o prazer de conviver com um homem muito especial. Um         homem íntegro, competente, honesto e extremamente profissional, que         muitas vezes me dava conselhos e dicas importantes. Realmente uma pes-         soa que mesmo não estando mais conosco, continua presente em espírito e         na lembrança de todos nós.              Hoje, dezembro de 2.013, estamos lançando a 5ª edição do agora         ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE. Essa mudança se deve pela união da         FEHOESP ao SINDHOSP no projeto do Anuário, agregando mais valor à publi-         cação e garantindo que todos os hospitais brasileiros tenham acesso a esta         obra-prima da mídia impressa.              Se há cinco anos lançávamos o ANUÁRIO SINDHOSP, por conta da ação de         um homem visionário, hoje lançamos o ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE         por conta da ação de outro homem, também visionário, perseverante e in-         cansável na defesa do setor de saúde: Yussif Ali Mere Jr.              Para a PUBLIC é uma honra lançar o ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE,         que já nasce como referência no segmento. A edição registra os 75 anos do         SINDHOSP, os 10 anos da FEHOESP, os 25 anos do Sistema Único de Saúde e         os 15 anos da Lei 9656, que regulamenta os planos de saúde, além de deba-         ter, com grandes pensadores do setor, a saúde que queremos e podemos ter         nas próximas duas décadas.              Parabéns à FEHOESP, ao SINDHOSP e a todo o segmento da saúde por         mais esta conquista.              Desejo a todos uma boa leitura!    8
A CBE é a maior  empresa especialista em  esterilização e redução  de carga microbiana da  América Latina. Em operação  desde 1978, somos precursores  da esterilização Gama no País, e  possuímos o maior acelerador de  partículas (E-BEAM) da América Latina.    Inovamos sempre com o objetivo de atender  as necessidades de nossos mercados, e  parceiros, assegurando o que há de melhor  em operações de esterilização.               A partir de 2014 trazendo            o que há de mais moderno         para a esterilização hospitalar                                               www.cbesa.com.br
Editorial                      ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013                                                                                 DEPARTAMENTO DE APOIO LABORATORIAL                                                                               11 2090 5607 | [email protected]                                                                               www.nasalab.com.br/apoio                                                                               Praça Pádua Dias, 30 - São Paulo - SP                                                                               CEP: 03067-050    10
TRADIÇÃO E QUALIDADE    O Nasalab é um dos mais antigos e tradicionais laboratórios de São Paulo. Hoje com 41 anos  de existência, já conta há mais de uma década com diversas certificações de qualidade  reconhecidas internacionalmente.    AGILIDADE, DA LOGÍSTICA ATÉ OS RESULTADOS    Localizado próximo dos principais aeroportos do país e dispondo de uma rede de transportes  autorizada e regulamentada. Nossa logística atende as rigorosas normas RDC e UN3373 e está  preparada para atender em todo o território nacional. A agilidade e cuidado possibilita amostras  preservadas e maior qualidade e rapidez nos resultados.    TECNOLOGIA E PROFISSIONALISMO    Na busca constante pela excelência na prestação de serviços diagnósticos, associamos  equipamentos de ponta de marcas consagradas com equipes competentes e treinadas.
Evento                      ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013    12
O cenário atual e os rumos     do setor em debate    O ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE REALIZOU, EM SETEMBRO, NO  AUDITÓRIO DO HOSPITAL SAMARITANO, NA CAPITAL PAULISTA, UM  ENCONTRO COM AS PRINCIPAIS ENTIDADES DA SAÚDE, FORNECE-  DORES E PRESTADORES DE SERVIÇOS PARA DISCUTIR OS NÚME-  ROS DO SETOR, O CENÁRIO ATUAL, OS DESAFIOS E SOLUÇÕES PARA  OS PROBLEMAS. MAIS DE 160 PESSOAS PARTICIPARAM DO EVENTO.                                                                                                                                             13
Evento        ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013                                                               O presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr                  a abertura, o presidente da FEHOESP e do     o cenário atual. Também opinou sobre a falta de profis-                                                             sionais de medicina no país. “Quando falamos de mé-   N SINDHOSP informou que o setor de saúde                  dicos temos dois para cada mil habitantes, sendo que o                no Brasil movimenta cerca de 9% do Produ-    mínimo recomendado pela OMS é um por mil. Então,  to Interno Bruto (PIB), o que representa, aproximada-      não temos falta desses profissionais, o problema está no  mente, R$ 396 bilhões. Desse total, 54% (R$ 213,8 bi-      fato de que 72% deles estão nas regiões Sul e Sudes-  lhões) respondem pelos gastos privados, enquanto que o     te, principalmente nas capitais ou grandes cidades. O  setor público (União, Estados e municípios) investe 46%,   programa Mais Médicos está sendo apoiado pela popu-  R$ 182,1 bilhões. “Por aí já vemos uma anomalia: um        lação, porém, vem sendo utilizado como estratégia de  país onde quem mais investe em saúde não é o governo       marketing pelo governo”, opinou.  tem algo de errado”, comentou Yussif Ali Mere Jr.     No SUS são 201 milhões de brasileiros e o inves-           A saúde é o terceiro desejo do brasileiro, segundo pes-  timento per capita é de US$ 382 (R$ 905), enquanto         quisa do Datatafolha/IESS, ficando atrás somente da casa  que a média mundial é de US$ 716. Já a receita de          própria e da educação com qualidade, mas para 77% dos  contraprestações das operadoras atingiu R$ 95 bilhões      entrevistados o valor dos planos prejudica a aquisição. “O  em 2.012, indicando crescimento de 12,2% em rela-          mercado está aí com uma população ávida para adquirir  ção a 2.011, mas com uma taxa de sinistralidade de         um plano por não estar satisfeita com a saúde pública  85%. Yussif também comentou sobre a infraestrutura         que lhe é ofertada. É preciso se fazer algo para mudar essa  do setor, os desafios e até sobre possíveis soluções para  situação”, afirmou Yussif.    14
O presidente executivo da Associação Brasileira da                                     O presidente executivo da Abimed, Carlos Goulart  Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odonto-  lógicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), Paulo                titui a outra. Elas se complementam, por isso, devemos  Henrique Fraccaro, falou sobre a necessidade de planeja-              pensar em como reduzir os custos de novos produtos,  mento estratégico para a área da saúde. “Quando fazemos               atendimentos, campanhas etc.”  este planejamento, enxergamos que o resultado efetivo  dele demorará anos. Isso, para um político, não interessa.               Encerrando o encontro, foi realizado um talk show  Só fazem medidas emergenciais e pontuais que deixam os                sobre os rumos para o setor e que contou com a presen-  reais problemas para o futuro. Este é o cenário atual do              ça do diretor da Associação Brasileira de Importadores  Brasil. O país precisa aprender a investir e produzir com             e Distribuidores de Implantes (Abraidi), Sérgio Alcân-  alta eficiência também na saúde. Não vejo outra solução.”             tara Madeira; da presidente da Associação Brasileira das                                                                        Empresas Certificadas em Saúde (Abec Saúde), Ruth     Carlos Goulart, presidente executivo da Associação                 Khairallah; e do presidente da Sociedade Brasileira de  Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamen-              Informática em Saúde (Sbis), Marco Antônio Gutierrez.  tos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abi-  med), abordou as políticas setoriais dos produtos para a                 Gilberto Figueira, diretor de Projetos Especiais da  saúde, da importação e exportação de equipamentos, o                  Public, destacou a importância do Anuário Brasileiro  investimento nacional e mundial no setor. Ele afirmou                 da Saúde no cenário nacional e no mercado de saúde.  que o mercado brasileiro tem uma demanda reprimida                    “O Anuário foi eleito, em 2.011, pelo Prêmio Allianz  com relação aos produtos nacionais e que isso ocorre de-              Seguros de Jornalismo como uma das cinco melhores  vido à falta de investimento. “Uma tecnologia não subs-               publicações de jornalismo corporativo do país. É um                                                                        trabalho sério, que pauta temas pulsantes e estrategica-                       O presidente executivo da Abimo, Paulo Fraccaro  mente importantes para a sustentabilidade do setor de                                                                        saúde”, finalizou Gilberto Figueira.                                                                          15
Evento                      ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013                Selo carbono neutro                                                   No final de setembro de 2.013, o diretor da FEHOESP e do SINDHOSP,                                              Luiz Fernando Ferrari Neto, recebeu, em cerimônia que aconteceu na sede da                                              Fecomércio, em São Paulo, o selo de Carbono Neutro concedido ao Anuário                                              Brasileiro da Saúde pelo Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza (IBDN).                                              “Além da versão digital para tablets e smartphones, temos o cuidado de fazer                                              um Anuário 100% sustentável. Isso agrega valor à publicação, mostra que a                                              FEHOESP e o SINDHOSP também se preocupam com a sustentabilidade                                              e conseguimos levar o conteúdo do Anuário a um número muito maior de                                              leitores não só no Brasil, mas também no Exterior”, finaliza Luiz Fernando.                                              Dois meses antes, foi realizado no Parque Ecológico Tietê, sob coordenação do                                              IBDN, o plantio das mudas para neutralização do carbono da edição 2.012 do                                              Anuário SINDHOSP. Na ocasião, Luiz Fernando Ferrari Neto e o superinten-                                              dente Administrativo do SINDHOSP, Paulo Malafaia, ajudaram no plantio.       O vice-presidente do SINDHOSP e diretor da FEHOESP, Luiz Fernando Ferrari Neto, e o superintendente do SINDHOSP, Paulo Malafaia, no plantio das mudas  16
Serviços complementares no Brasil                                                          Serviço                     Total                   Hospitais do Brasil                    Radiologia                        26.603                                                        Laboratórios análises /  Municipais                          21%               patologia clínica                 19.396                                                        Fisioterapia  Estaduais                           8%                Ultrassonografia                  19.063                                                        Endoscopia                        14.325  Federais                            1%                Hemoterapia                        5.874                                                        Tomografia computadorizada         4.201  Privados                            70%               Terapia renal substitutiva         3.270                                                        Ressonância magnética              1.705                 Total: 6.753                           Medicina nuclear                   1.738                                                        Hemodinâmica                                                                                            812                               Fonte: CNES - Agosto/13                                      743                                                                                      Fonte: CNES - Agosto/13                                 Leitos hospitalares no Brasil                                        SUS Não SUS                                     Total                                                                                    117.904  Cirurgia                     75.628                            42.276             115.768  Clínica geral                                                                      43.942  Psiquiatria                  83.499                            32.269              58.128  Pediatria                                                                          57.470  Obstetrícia                  33.631                            10.311              59.586  Outros                                                                            504.670  Total                        46.557                            11.571                                                                                       Fonte: CNES - Agosto/13                               43.344                            14.126                                 45.957                            13.629                                 349.289                  155.381                                                                                                                  17
Evento        ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013              Profissionais da área                                Serviços de saúde no Brasil      da saúde cadastrados no CNES                                    Cadastrados no MS        Agente Comunitário                282.290                  Municipais                             68.138        Auxiliar de Enfermagem            295.259                  Estaduais                              3.074        Cirurgião dentista                138.121                  Federais                               464        Enfermeiro                        178.424        Fisioterapeuta                    57.286                   Privados                  185.774        Técnico de Enfermagem             292.325                              Total de públicos: 71.676                                                                            Total de privados: 188.774      Outros                             1.186.186      Total                             2.429.891                               Total geral: 257.450                                          Fonte: CNES - Agosto/13                            Fonte: CNES - Agosto/13                                Médicos ativos no Brasil por região                                                                   17.746                                                                              31.364             70.228                                                                                           224.566                                                                                     60.469    Total                                                                                           404.373                                                                 Fonte: CFM - Agosto/13    18
Taxa de cobertura por cobertura assistencial do plano e localização,  segundo Grandes Regiões e Unidades da Federação (Brasil - Dezembro/2012)    Grandes regiões e                               Assistência médica com ou sem odontologia  Unidades da Federação                                 Unidade da Federação                 Capital    Brasil                                          24,7                43,3  Norte                                           10,8  Nordeste                                        12,1                23,9  Sudeste                                         37,4  Sul                                             23,4                32,7  Centro-Oeste                                    18,3                                                                      56,7                                                                        49,1                                                                        29,3                                                                                               Fonte: ANS    Saúde é o terceiro desejo do brasileiro    1º desejo: Casa própria (36%)    2º desejo: Educação de qualidade (32%)                    Saúde: Público x Privado         3º desejo: Plano de saúde (18%)            Usuários                SUS       Planos      Para 77% dos entrevistados o valor                              144 milhões  de saúde       dos planos prejudica a aquisição                                            47 milhões                    Fonte: Pesquisa DataFolha/IESS  Postos de trabalho  282 mil         355 mil                                                    Postos de trabalho  1,95                   7,8                                                  por mil clientes                                                          No setor privado há 3,9 vezes mais postos                                                          de trabalho por usuário do que no SUS                                                                                                           19
Evento        ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013              Motivos pelos quais gostaria de ter um plano de saúde        Respostas espontâneas e múltiplas de não beneficiários de plano de saúde em %        Qualidade do atendimento dos planos de saúde                                   47%        A saúde pública é precária, não quer depender do SUS                           39%        Por segurança, para sentir-se tranquilo em caso de doença                      18%        Para ter respaldo em caso de emergência                                        10%        Para prevernir-se de doenças                                                   8%        Cobertura do plano de saúde                                                    7%        Necessidade de acompanhamento médico                                           6%        Comodidade e conforto                                                          5%    Fonte: Pesquisa DataFolha/IESS                                                                  O mercado está aí,                                                            com uma população ávida                                                               para adquirir um plano                                                             por não estar satisfeita                                                               com a saúde pública                                                                  que lhe é ofertada    20
Médicos por mil habitantes    5 Há 61 países com densidade de médicos maior que a brasileira    4                                                         4,22          Países com    3                                                                       renda alta                Fonte: Ministério da Saúde                                                                             2,71  2              2,61                                                       1,39     1,88 2,03 1,99                                                                           Média  1 1,19 0,98                                                              global    0  Brasil Sudeste  Sul Centro-Oeste Nordeste Norte        Capitais                     SUS 2.012                                         Setor Privado 2.012  3,2 bilhões de procedimentos ambulatoriais                   254 milhões de consultas médicas                                                            517 milhões de exames complementares            12 milhões de internações     500 milhões de consultórios médicos                              75 milhões de terapias                                                             38 milhões de consultas ambulatoriais          10.428 transplantes em 2.001          23.428 transplantes em 2.011                              6,3 milhões de internações    Farmácia Popular  18 milhões  557 unidades                    20.000    810                    de pessoas     próprias                 credenciadas  itens                                                Fonte: Abimo                                 21
Evento    ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013         A indústria da saúde                       Distribuição das empresas por tamanho    3,3%   14,7%                                 Micro    10,7%                     58,6%              Pequena          12,7%                                  Média                                                 Média/Grande                                                 Grande                                                          Fonte: ABIMO                                              Nota: Critério de faturamento                                                Micro até R$ 120 mil                                          Pequena de R$ 121 mil a R$ 1,2 milhão                                       Média de R$ 1,2 milhão a R$ 15 milhões                                   Média/Grande de R$ 15,1 milhões a R$ 50 milhões                                             Grande acima de R$ 50 milhões       Distribuição das              0,4%     indústrias por região                                         0,6%                  0,6%      Fonte: ABIMO                          11,1%                                                                            MG - 4,5%  22                                                                    ES - 0,2%                                                                      RJ - 5,8%                                                            SP - 76,8%
800              Evolução do valor das importações                     700                     600                        por segmento (2.008 - 2.012)                     500                                                                Materiais de consumo                     400  Milhões de US$     300                             Implantes                     200                     100                             Equipamentos médico-hospitalares                                                     Radiologia/ Diagnóstico para imagem                         0                           Laboratório                         2.008                                                     Odontologia                  5000                  4500          2.009  2.010  2.011  2.012                    Fonte: AliceWeb MDIC                  4000                  3500                 Evolução do valor das exportações                  3000                  2500                          por segmento (2.008 - 2.012)                  2000                  1500                               Materiais de consumo                  1000  Milhões de US$                                     Implantes                   500                      0                              Equipamentos médico-hospitalares                      2.008                          Radiologia/ Diagnóstico para imagem                                                     Laboratório                                  2.009  2.010  2.011       Odontologia         Fonte: AliceWeb MDIC                                                     2.012                                                                                                                23
Evento           ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013                                                     Comércio exterior                                                         (2.007 - 2.012)                                      Importações                 Exportações                                            Saldo           5.000                                                                                                            4.305               4.507           4.000                                                            3.855           3.000                             2.932         2.931         2.000                       2.312           1.000                             669           625              735                                                 821             775                    580                      0           -1.000           -2.000               -1.733       -2.263        -2.306           -3.120                                                                     Fonte: AliceWeb MDIC         -3.000         -4.000               2.007        2.008         2.009            2.010                                        -3.485         -3.731         -5.000                                                                                                                       2.011          2.012                              Operadoras de planos privados de saúde em atividade                                               (Brasil - dezembro/1.999 - março/2.013)           Médico-hospitalares                                     Exclusivamente odontológicas         Médico-hospitalares com beneficiários                   Exclusivamente odontológicas com beneficiários    2.400    2.000 1.968        2.003   1.991  1.748  1.647                     1.458   1.456         1.345  1.600 1.380                       1.381         1.575  1.523   1.487    1.376   1.269  1.200               720     718                 1.302  1.242   1.197                      490     505                                                                                      1.216   1.183  1.173    800             dez/00  dez/01                                                                                                            1.119  1.103             571                                    659    626           566              1.168 1.117 1.087 1.044 1.006 964                                          959    400                                                          578 552 492 478 434 426 417                                                         410             441                                  501         0                            481 469 449 415 413 408 404 389 364 361 358 355        até dez/99                                    dez/02 dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09 dez/10 dez/11 dez/12 mar/13                                                                   Fonte: CADOP/ANS/MS - 03/2013 e SIB/ANS/MS - 03/2013  24
Estabelecimentos de saúde que atendem planos privados de saúde, por tipo,    segundo grandes regiões e unidades da Federação ( Brasil - março / 2013)    Grandes regiões        Clínica ou   Consultório    Hospital     Hospital  Policlínica     Pronto         Pronto       Unidade    e unidades         ambulatório      isolado    especializado   geral                    socorro     socorro geral  de serviço   da Federação        especializado                                          2.547      especializado                  de apoio                                                                                46                                     à diagnose                                                                                5             55                       e terapia                                                                                3              1  Brasil               16.249         75.564       439            1.625         6              -        57 8.391  Norte                 534           1.242        20              66           1              -  Rondônia              122            182          2              15           25             -        4 237  Acre                   25            155          2               1           -              -  Amazonas               47            119          2               7           6              1        - 56  Roraima                16             44          1               2          377             -  Pará                  248            530         12              33           31             -        - 12  Amapá                  9              42          -               2           9             30  Tocantins              67            170          1               6           21             -        - 25  Nordeste             3.260          9.079        125            224           6              -  Maranhão               97            304          4              13           17             9        -2  Piauí                 115            277          6               9           22             2  Ceará                 692           2.785        34              44           5              2        3 68  Rio Grande do Norte    92            909          5               9           22             6  Paraíba               167            342         18              16          244             -        -8  Pernambuco            764           1.508        18              31          1254            1  Alagoas               172            641          8               9          182            10        1 66  Sergipe                61            979          4               4           75            11  Bahia                1.100          1.334        28              89          211             2        9 1.171  Sudeste              8.507          42.365       176            751          786             -  Minas Gerais         2.035          8.914        22             197          629             3        - 135  Espírito Santo        557           1.273         4              36          447             6  Rio de Janeiro       2.161          5.579        82             163           61             7        2 80  São Paulo            3.754          26.599       68             355          121             2  Sul                  2.444          18.078       38             425          241             1        1 132  Paraná                748           6.409        22             160           71             4  Santa Catarina        709           3.534        10              95           4              6        3 62  Rio Grande do Sul     987           8.135         6             170          139             3  Centro - Oeste       1.504          4.800        80             159           27             -        1 52  Mato Grosso do Sul    194            986          7              35                          1  Mato Grosso           276           1.341         7              24                          2        2 269  Goiás                 467           1.797        56              79  Distrito Federal      567            676         10              21                                   - 30                                                                                                          - 33                                                                                                          - 378                                                                                                          31 4.038                                                                                                          3 1.031                                                                                                          - 200                                                                                                          2 1.144                                                                                                          26 1.663                                                                                                          10 2.052                                                                                                          - 785                                                                                                          3 448                                                                                                          7 819                                                                                                          3 893                                                                                                          - 175                                                                                                          - 166                                                                                                          2 470                                                                                                          1 82                                                                                                          Fonte: CNESAIS - 03/2013                                                                                                                                     25
Institucional - FEHOESP                      ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013    26
ncaomdeFpfEleeHstaOa dE1oS0Psaentoosr    Maior entidade da categoria no Estado reafirma seu papel    e investe na modernização interna e atuação política                                                                                                                         27
Institucional - FEHOESP                               riada há 10 anos com o objetivo de pro-                      ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013   C porcionar ao setor uma representatividade                                                                    mais abrangente e atuação política mais       A FEHOESP se empenhará                         direta, a Federação possibilitou ao Estado mais rico       cada vez mais em defender                      do país ter assento na Confederação Nacional de Saú-                                                      de – CNS, entidade de terceiro grau que representa a             as demandas de                           categoria em nível federal, e que apoia oficialmente o            seus representados,                       Anuário Brasileiro da Saúde. Com isso, tem sido pos-          mas também a causa                          sível participar das discussões e negociações políticas            da saúde brasileira,                      na esfera nacional, status que legitima a FEHOESP     que enfrenta tantos problemas                    como a maior entidade representativa do segmento no       e nos exige desafios diários                   Estado de São Paulo.                                                         Junto com a entidade, também foram criados cin-  28                                                  co novos sindicatos distribuídos em todo o território                                                      estadual que, somados ao SINDHOSP, formam os                                                      braços representativos regionais da categoria. São eles:                                                      SINDHOSPRU, em Presidente Prudente e região;                                                      SINDHORP, em Ribeirão Preto e região; SINDHOS-                                                      CLAB-JUNDIAÍ, em Jundiaí e região; SINDHOS-                                                      CLAB-MOGI, em Mogi das Cruzes; e SINDSUZA-                                                      NO, em Suzano.                                                         O médico Dante Ancona Montagnana foi o res-                                                      ponsável pela criação da Federação, entidade que pre-                                                      sidiu até a data de seu falecimento, em dezembro de                                                      2.012. Um dos maiores líderes do setor, Montagnana                                                      foi responsável pela criação do próprio sistema sindical                                                      patronal da saúde no Estado de São Paulo.                                                         Presidiu, ainda, o SINDHOSP por mais de 15 anos                                                      e sob sua gestão o Sindicato se transformou na maior                                                      entidade representativa do setor privado de saúde na                                                      América Latina. “A importância do dr. Dante Montag-                                                      nana é inestimável, tanto para nossas entidades como                                                      para todo o setor da saúde brasileira. Incansável que                                                      foi em suas convicções, nos deixou um campo fértil                                                      para que pudéssemos hoje alçar a Federação ao status                                                      que lhe é de direito, como legítima representante da                                                      categoria em São Paulo”, destacou o atual presidente                                                      da FEHOESP, Yussif Ali Mere Junior.
Institucional - FEHOESP        ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013        Modernização       Em meio a um cenário político e econômico de di-       sindicatos filiados, inclusive. “Mesmo o SINDHOSP,  ficuldades e constantes mudanças, tem sido exigida por    com toda sua história e importância, necessita avaliar  parte da Federação uma atuação mais incisiva como en-     seus processos e otimizar sua atuação, a fim de atender  tidade representativa de toda uma categoria. Pensando     as demandas atuais impostas pelo mercado e o próprio  nisso, a FEHOESP iniciou, em sua nova gestão, liderada    setor de saúde. Estamos nos reestruturando, junto com  pelo médico Yussif Ali Mere Junior, mudanças pontuais     a nossa Federação, para representar ainda melhor a ca-  visando reafirmar e consolidar este papel.                tegoria, de uma forma mais moderna e contundente”,                                                            confirma Luiz Fernando Ferrari Neto, vice-presidente do     A nova diretoria, empossada no início de 2.013, de-    SINDHOSP e diretor da FEHOESP.  finiu como suas prioridades a ênfase na modernização  de sua estrutura e o foco em sua atuação política. Isso      Os fundamentos deste trabalho estão calcados na rea-  é de extrema importância, ao passo que a entidade se      lização de um planejamento estratégico na Federação,  aproxima cada vez mais da Confederação Nacional de        que já está sendo finalizado. Esta nova visão já permeia as  Saúde – CNS, que representa o setor em nível nacional,    ações da entidade, como lembra Yussif Ali Mere Junior.  o que possibilita que os anseios da categoria sejam tra-  “Hoje temos como missão representar os interesses sin-  tados na esfera federal.                                  dicais e políticos da categoria privada de saúde com fins                                                            lucrativos, fortalecendo e estimulando nossos sindicatos     Do ponto de vista de sua modernização, a FEHOESP       filiados e, consequentemente, a Confederação, buscando  já vem realizando um trabalho de fôlego em sua estru-     melhor organizar este segmento”.  tura institucional, ação que vem se estendendo a seus    30
Federação dos Hospitais, Clínicas e                        Laboratórios do Estado de São Paulo    Reorganizando bases       Outra ação que começou a tomar forma em 2.013 é           formulado a partir de uma proposta mais moderna. Cin-  a reorganização das bases dos sindicatos filiados, visando   co dos seus sindicatos filiados também acompanharam a  aperfeiçoar sua atuação. Dessa forma, ganham os presta-      ação, criando novas logomarcas que já podem ser vistas  dores de serviços em saúde com uma melhor representati-      em todo seu material institucional e de comunicação.  vidade, assim como o acesso dos associados e contribuin-  tes aos serviços exclusivos oferecidos pelos sindicatos.        Essas são apenas algumas medidas empreendidas pela  “Para isto estamos realizando um estudo para verificar a     FEHOESP, dentre muitas que ainda virão, com o obje-  viabilidade de uma reorganização das bases de alguns dos     tivo de reafirmar o papel da entidade como a legítima  nossos sindicatos filiados, visando otimizar a atuação des-  representante da categoria em nível estadual, e, sobretu-  sas entidades em nível regional”, confirma o presidente      do, tornando-a mais forte e atuante. “Nossa entidade se  da FEHOESP, que também preside dois sindicatos, o            empenhará cada vez mais em defender as demandas dos  SINDHOSP e o SINDHORP.                                       nossos representados, prestadores de serviços em saúde,                                                               mas também a causa da saúde brasileira, que enfrenta tan-     Mais um exemplo dessa nova filosofia está na identida-    tos problemas e nos exige desafios diários”, reforça o pre-  de visual da Federação, cujo logotipo foi recentemente re-   sidente da Federação. Que venham os próximos dez anos.                                                                 31
Institucional - FEHOESP        ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013         CNS ajuda no fortalecimento                da saúde no país             Proporcionar      uma melhor atenção      à saúde da população       com mais qualidade          e segurança é um      dos objetivos da CNS                                                                    José Carlos Abrahão, presidente da CNS                  Confederação Nacional de Saúde – CNS re-             O principal objetivo da Confederação Nacional de                                                                  Saúde é zelar pelos direitos e interesses do setor junto aos   A presenta todos os estabelecimentos de servi-                 órgãos governamentais e políticos do país. Cabe à insti-                ços de saúde do Brasil. São hospitais, clínicas,  tuição também defender os interesses coletivos ou indi-  laboratórios de análises clínicas, serviços de diagnóstico,     viduais da categoria no que se refere a questões judiciais,  imagem e fisioterapia, operadoras de planos de saúde, en-       administrativas e trabalhistas. Um dos grandes desafios  tre outros do setor. Trata-se da entidade máxima de re-         da entidade é representar a categoria de forma positiva e  presentação do setor dentro do sistema confederativo, ou        firme na busca do inter-relacionamento setorial em defesa  seja, de terceiro grau.                                         das instituições para que seja possível proporcionar uma     Com o intuito de fortalecer o setor saúde, a CNS, com        melhor atenção à saúde da população com mais quali-  sede em Brasília, realiza periodicamente reuniões com re-       dade e segurança. Através dos membros de sua diretoria,  presentantes dos três poderes e demais lideranças, avalian-     a CNS tem se empenhado em buscar uma política mais  do as reivindicações do setor e também de sugestões que         justa para o segmento como um todo.  contribuam para o crescimento do segmento.    32
Institucional - SINDHOSP                      ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013    34
75 anos      de história e liderança       Em 2.013, o SINDHOSP completou 75 anos como a maior       entidade patronal da área da saúde na América Latina    EM FEVEREIRO, O SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS, CASAS DE SAÚDE, LABORA-  TÓRIOS DE PESQUISAS E ANÁLISES CLÍNICAS E DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE SER-  VIÇOS DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO (SINDHOSP) CHEGOU AOS 75 ANOS COMO A  MAIOR ENTIDADE PATRONAL DA ÁREA DA SAÚDE NA AMÉRICA LATINA. “SÃO PAULO,  ALÉM DE SER O ESTADO MAIS POPULOSO E O MAIS FORTE DO PAÍS DO PONTO DE VIS-  TA ECONÔMICO, TEM UMA PRODUÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE COMPARÁVEL OU SU-  PERIOR A MUITOS PAÍSES EUROPEUS. É ISSO QUE DÁ FORÇA AO SINDHOSP E TAMBÉM À  FEHOESP”, AFIRMA O PRESIDENTE DE AMBAS AS INSTITUIÇÕES, YUSSIF ALI MERE JR.                                                                                                                                         35
Institucional - SINDHOSP        ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013        O  s números de São Paulo realmente impres-             Estima-se que a saúde no Brasil movimente 9% do         sionam. Segundo o Instituto Brasileiro de         PIB, ou R$ 396 bilhões (dados de 2.012). Desse montan-         Geografia e Estatística (IBGE), a população       te, os gastos privados respondem por 54% do total (ou R$                                                           213,8 bi) e, os públicos, incluindo União, Estados e mu-  brasileira, em julho de 2.013, chegou a 201.032.714 ha-  nicípios, com os 46% restantes, ou R$ 182,1 bi. Isso equi-                                                           vale a um investimento per capita de R$ 1.980 no setor  bitantes. Desse total, 43,6 milhões residem nos 645 mu-  suplementar, e de R$ 905 (ou US$ 382) no setor público.                                                           “Estamos muito abaixo da média mundial de investimen-  nicípios paulistas, ou 22% da população do Brasil. Toda  to público em saúde, que é de US$ 716. Dos gastos priva-                                                           dos em saúde, São Paulo responde por aproximadamente  essa gente produz 33,1% do total de riquezas do país.    R$ 65 bi por ano, o que mostra a importância do Estado                                                           para o segmento”, lembra Yussif Ali Mere Jr.  O Estado só perde para o Distrito Federal como maior                                                              O Brasil possui 257.450 serviços de saúde cadastrados  PIB per capita e no Índice de Desenvolvimento Humano     no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Serviços de                                                           Saúde (CNES). Desse total, 68.138 são públicos munici-  (IDH), ocupando a segunda posição em ambos.              pais; 3.074, públicos estaduais; 464, federais; e 185.774                                                           são privados. São Paulo concentra quase 30% de todos os      No setor suplementar, dos 48,6 milhões de usuários   estabelecimentos privados do país, ou 52.871.    de planos de saúde no país, 18.559.495 estão em São    Paulo, ou 44,3% dos beneficiários, o que faz dele o Es-    tado com a maior cobertura de planos de saúde do país.    Na Capital paulista esse percentual atinge 60% da po-    pulação; na região metropolitana, 53% e, no Interior,    38,5%. Os dados são da Agência Nacional de Saúde Su-    plementar (ANS).    36
Institucional - SINDHOSP        ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013                         História                                                                        O SINDHOSP                                                                representa quase 35 mil                                                              estabelecimentos de saúde                                                                no Estado de São Paulo                                                             e é a maior entidade patronal                                                              do setor na América Latina    A ata de fundação do SINDHOSP       Em 12 de fevereiro de 1.938, representantes de sete     contra a poliomielite e o primeiro transplante cardíaco da  instituições de saúde da Capital paulista (Casa de Saú-    América Latina, entre outros fatos.  de Santa Rita, Hospital de Caridade do Brás, Hospital  Samaritano, Instituto Godói Moreira, Instituto Paulista,      Na década seguinte, os laboratórios de pesquisa e  Maternidade São Paulo e Sanatório Jabaquara), motiva-      análises clínicas foram incorporados ao SINDHOSP,  dos pelo crescimento da atividade hospitalar e a necessi-  que passou a ser denominado Sindicato dos Hospitais,  dade de terem representação efetiva, já que o sindicato    Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisa e  dos empregados do setor já existia, fundaram o Sindicato   Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Servi-  Patronal dos Estabelecimentos Hospitalares de São Paulo.   ços de Saúde do Estado de São Paulo. A partir dos anos  No ano seguinte, a entidade agregou à sua representação    80, os desafios impostos à iniciativa privada da saúde  as clínicas e casas de saúde.                              fez o Sindicato intensificar sua representatividade polí-                                                             tica e criar novos departamentos e serviços. Na década     Em 1.940, a Carta Sindical foi oficializada e insti-    seguinte, esses serviços foram descentralizados, com a  tuições importantes tornaram-se associadas, como a As-     criação de sete escritórios regionais. E desde então, o  sociação Santa Catarina e os hospitais Oswaldo Cruz e      Sindicato foi incorporando mais serviços e aumentando  Samaritano. Até a década de 60, o SINDHOSP evoluiu         sua representação nas três esferas de governo. O resulta-  junto com a medicina e viu nascer as medicinas de gru-     do desse trabalho pode ser medido pelo aumento da sua  po, a introdução do computador, a descoberta da vacina     representatividade.    38
Os números do SINDHOSP       O SINDHOSP representa 34.484 estabelecimentos                       Dos 819 hospitais cadastrados, 19% são filantrópicos,  de saúde privados no Estado. Os dados, de setembro                  ou 165. “Mesmo representando o setor privado lucra-  de 2.013, são do cadastro da entidade e mostram um                  tivo, uma brecha na Constituição permite a livre asso-  crescimento de 53,32% no número de empresas cadas-                  ciação de entidades filantrópicas”, explica o presidente  tradas desde janeiro de 2.010, quando o Sindicato tinha             do SINDHOSP. As clínicas de serviços de saúde formam  22.492 estabelecimentos de saúde sob sua representa-                a maioria dos estabelecimentos cadastrados. São 27.174  ção. “Isso mostra que estamos oferecendo serviços que               clínicas de diversas especialidades médicas e 4.184 odon-  atendem às reais necessidades do segmento. E, claro,                tológicas. Completam o cadastro do Sindicato 1.705  nosso objetivo é inovar e intensificar nossa representati-          laboratórios e 602 empresas de apoio à saúde, como de  vidade”, afirma Yussif Ali Mere Jr.                                 assistência domiciliar e remoção.                                                                        39    Unidade Pompeia - perspectiva da fachada          REDE DE HOSPITAIS SÃO CAMILO DE SÃO PAULO  Unidade Santana - perspectiva da fachada  Unidade Ipiranga - perspectiva da fachada          90 anos de existência com uma estrutura completa e                                                     em constante modernização                                                       Com mais de 90 anos de existência, a Rede de Hospitais São Camilo oferece uma estrutura completa                                                     em nossas três unidades.                                                      ANÚNCIOSão 650 leitos para atender a cerca de 60 especialidades, com toda segurança e conforto.                                                     Em constante modernização, nossas unidades estão passando por reformas, com o aumento no número de                                                     leitos, novas alas para diagnóstico e tratamento e centros cirúrgicos modernos.                                                       Até 2015, serão cerca de 800 leitos na Rede.                                                       Nossos protocolos assistenciais são constantemente monitorados durante o atendimento aos pacientes, da                                                     chegada até a alta hospitalar. Isso nos garante uma baixa taxa de eventos adversos, comparável à de                                                     conceituados hospitais do mundo e, consequentemente, nos leva à conquista de importantes selos de                                                     qualidade internacionais.    Unidade Pompeia                                                     Nossas Certificações                                                            Dr. Fábio Luís Peterlini  Av. Pompeia, 1178 • (11) 3677-4444                                                                                                            Responsável Técnico Corporativo  Unidade Santana                                   Pompeia           Pompeia I Santana     Pompeia I Santana I Ipiranga  Rua Voluntários da Pátria, 3693 • (11) 2972-8000                                                                                                        CRM-SP 54289  Unidade Ipiranga                                  Acreditação Internacional Acreditação Internacional Acreditação com Excelência  Rua Pouso Alegre, 01 • (11) 2066-7000                                                                                             Nossa missão é cuidar da vida                                                    Joint Commission  Canadense             ONA nível III  Conheça nossas Unidades no  www.saocamilo.com
Institucional - Entrevista        ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013         “Precisamos amadurecer”                                                                                    Foto: Neuza Nakahara       Yussif Ali Mere Jr assumiu a presidência do SINDHOSP em dezembro de             O que queremos  2.012 e, no primeiro semestre de 2.013, foi eleito presidente da FEHOESP.           do SINDHOSP  Integrante da diretoria do SINDHOSP há 17 anos, Yussif ainda é presidente           e da FEHOESP  do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de Ribeirão Preto e Re-      é que ambos lutem  gião (SINDHORP) e vice-presidente da Confederação Nacional de Saúde             e usem todos os meios  (CNS). Já conhece, portanto, os meandros políticos e o que fazer para repre-    para conseguir chegar  sentar bem e defender os prestadores de serviços de saúde de São Paulo. Ele         à melhor saúde  é mestre em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto            possível para nós,  – USP; tem MBA em Economia e Gestão em Saúde pelo Centro Paulista  de Economia da Saúde (Cepes), ligado à Universidade Federal de São Paulo               brasileiros  (Unifesp); e é diretor Executivo do Grupo Lund de Nefrologia. Yussif Ali  Mere Jr defende o estabelecimento de um pacto federativo no Brasil, mais  verbas para a saúde e acredita que as lideranças do setor precisam amadurecer.  Leia, a seguir, a entrevista concedida ao Anuário Brasileiro da Saúde:    40
Anuário Brasileiro da Saúde - O sr. assumiu a presi- Anuário Brasileiro da Saúde – Logo que assumiu  dência do SINDHOSP em dezembro de 2.012. O que o SINDHOSP, o sr. deu início a um projeto de pla-  os prestadores de serviços do Estado de São Paulo po- nejamento estratégico. Quais são os objetivos dessa  dem esperar da sua administração à frente da entidade? iniciativa?       Yussif Ali Mere Jr – Nós temos como premissa me- Yussif Ali Mere Jr - O objetivo é fazer o Sindicato fi-  lhorar o setor saúde como um todo. Na verdade eu gos- car em sintonia com o setor e a categoria. A categoria é a  taria de dizer o que o setor não deve esperar de mim: prestação de serviços, e o setor é algo mais amplo, como  uma situação de defesa corporativa, simplesmente. Isso já disse. O Sindicato não é uma empresa que, quando faz  significa o oposto do que as entidades médicas fizeram um balanço financeiro e ele é positivo, está tudo bem.  no Mais Médicos, que defenderam seus direitos atacan- Em uma empresa geralmente é isso o que acontece. Se  do quem não tinha nada a ver com isso, que eram os ela está bem financeiramente, os sócios estão felizes. O  médicos cubanos. Eu vou defender hospitais, clínicas, Sindicato tem que ter uma situação financeira equilibra-  laboratórios e demais serviços de saúde pela prestação de da, claro, e temos isso há anos, mas também deve prestar  serviços, pelo nosso objetivo social, que é atender e cui- serviços adequados a todos os componentes da categoria.  dar do paciente. Para isso vamos defendê-los. Enxergar o Nosso colaborador precisa entender isso, por isso, o pla-  setor da saúde como um todo. A hora em que tivermos nejamento estratégico é para se chegar à excelência na  que criticar governo ou operadoras, vamos fazê-lo, mas prestação de serviços em todas as áreas. Inclusive para  não olhando só para os associados e, sim, para o setor setores novos, com a odontologia.  como cadeia. É uma visão ampla do segmento para me-  lhorar a saúde: para quem presta o serviço, para quem Anuário Brasileiro da Saúde - Além de assumir o  recebe esse serviço e, também, para quem paga por ele. SINDHOSP, o sr. também foi eleito presidente da                                                                        FEHOESP, em abril de 2.013.                                                                         Yussif Ali Mere Jr - Nós tivemos a eleição da FEHOESP                                                                        no primeiro semestre e a importância do SINDHOSP é                                                                      tão grande que não dava para ter presidentes diferentes                                                                      neste momento.                                               Quando falamos em melhor                                            financiamento, ninguém quer                                            aumentar lucro. Queremos ter                                           e dar boas condições para que                                         os pacientes sejam atendidos com                                           respeito, dignidade e qualidade                                                                                                                                                       41
Institucional - Entrevista        ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013       Anuário Brasileiro da Saúde – Não dava pensando         saúde no Estado de São Paulo à altura do que essas duas  no sistema confederativo da saúde como um todo?            entidades representam para os seus segmentos.       Yussif Ali Mere Jr – Exatamente, pensando em todo o        Anuário Brasileiro da Saúde - É essa a importância  sistema, até na Confederação Nacional de Saúde (CNS).      que a FEHOESP deve conquistar?  As modificações que nós eventualmente faremos com  relação às bases, atuação da FEHOESP, inserção da Fe-         Yussif Ali Mere Jr - Essa é a importância. Todos os sin-  deração em todos os pontos do Estado, enfim, para que      dicatos, por questões de legislação, têm um monte de coi-  isso possa ser feito não pode haver nenhum tipo de diver-  sas para fazer que tomam tempo e energia. O SINDHOSP,  gência com o SINDHOSP. É por isso que nós precisa-         por exemplo, precisa se relacionar com todos os sindicatos  mos unificar a presidência. Isso é uma coisa que preten-   de trabalhadores do setor no Estado de São Paulo, e eles  demos resolver até o fim do próximo mandato, que do        são mais de cem. Esse relacionamento é importante para  SINDHOSP é em 2.017 e, da Federação, em 2.018. Aí          as negociações de dissídios coletivos. A FEHOESP não.  o sistema poderá andar sozinho com muito mais solidez.     Ela se preocupa efetivamente com os ganhos da categoria                                                             como um todo, com a melhoria das condições de trabalho,     Anuário Brasileiro da Saúde - O fortalecimento da       de financiamento, de uma carga tributária mais justa, ou  FEHOESP é um ganho para o setor?                           seja, a Federação é uma atividade essencialmente política,                                                             que atua junto com a CNS. A Federação tem uma atuação     Yussif Ali Mere Jr - Sem dúvida alguma. Os análogos     de segunda instância, que é muito mais efetiva junto aos  que nós temos do nosso sistema hoje é o exemplo da in-     órgãos reguladores, como Anvisa, Ministério do Trabalho,  dústria, que é a Fiesp, e o do comércio, com a Fecomér-    Ministério da Saúde, ANS, Congresso Nacional etc.  cio. Queremos chegar a uma representação do setor de    42
Anuário Brasileiro da Saúde – Há vários projetos            Anuário Brasileiro da Saúde – Como esse Anuá-  de lei (PL) no Congresso que definem jornadas e pisos       rio propõe um exercício de futurologia, pensando no  salariais para algumas categorias de trabalhadores da       SINDHOSP e na FEHOESP o que podemos esperar  saúde, como o PL 2295, que reduz a jornada dos pro-         de ambos na próxima década?  fissionais de enfermagem para 30 horas semanais. O  sr. acha que esse é o caminho para melhorar a saúde?           Yussif Ali Mere Jr - O que queremos do Sindicato e                                                              da Federação é que ambos lutem e usem todos os meios     Yussif Ali Mere Jr – Claro que não. Esses PLs são preo-  para conseguir chegar à melhor saúde possível para nós,  cupantes e podem inviabilizar alguns setores e até a saúde  brasileiros.  como um todo. O PL 2295, que você citou, por exemplo,  não existe dinheiro para que ele seja aplicado, tanto no       Anuário Brasileiro da Saúde – No sistema de saúde  setor privado quanto no público. O discurso dos que o       que temos hoje, é possível dar tudo a todos?  defendem é muito bonito, pois falam que o funcionário  vai trabalhar menos, ter mais qualidade de vida. Mas isso      Yussif Ali Mere Jr - Não podemos ser demagógicos.  é melhor para ele mesmo? E o ponto crucial: Vai melho-      Tudo para todos a qualquer tempo, sem nenhum limite, isso  rar a saúde? Porque na hora que você melhora a saúde, a     não existe em saúde. Nem na saúde privada. O rico, a pessoa  situação do colaborador melhora também. Quando você         que pode pagar, faz as suas escolhas. E nem sempre escolhe  piora a saúde, piora para o colaborador. Temos que lutar    o tratamento mais caro, pelo contrário. E nós precisamos  para melhorar a saúde como um todo. No dia em que a         fazer isso na saúde coletiva, temos que aprender o que é bem  saúde for adequadamente valorizada, o colaborador terá      coletivo e o que é bem individual. Temos que ter regras.  um salário digno que lhe proporcionará uma boa quali-  dade de vida sem que ele precise trabalhar em mais de um           Tudo para todos a qualquer  emprego, como acontece hoje.                                        tempo, sem nenhum limite,                                                                       isso não existe em saúde.     Anuário Brasileiro da Saúde – Isso, por exemplo, é               Temos que aprender o que  uma das atividades que a Federação, por ser mais foca-            é bem coletivo e o que é bem  da em políticas de saúde, pode tentar ajudar a resolver?          individual.Temos que ter regras       Yussif Ali Mere Jr – Exatamente. Ela tem que engros-  sar a voz dos que pedem, que lutam por melhor estrutura,  infraestrutura, melhor financiamento. Quando falamos  em melhor financiamento, ninguém quer aumentar lu-  cro. Queremos ter e dar boas condições para que os pa-  cientes sejam atendidos com respeito, dignidade e quali-  dade, e saiam com a sua saúde recuperada.                                                                43
Institucional - Entrevista        ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013       Anuário Brasileiro da Saúde – E que elas sirvam            podem pagar. Quanto ao envelhecimento, tem estudos que  para todos?                                                   mostram que no último ano de vida o paciente gasta em                                                                saúde 90% do que gastou a vida inteira. Precisamos pensar     Yussif Ali Mere Jr – Que sirvam para todos. A Coreia,      em promover saúde para os idosos e em uma nova estrutura  por exemplo, gasta mais ou menos o mesmo que o Brasil         de cuidados, que atendam a essa demanda, típica do século  em termos de percentual do PIB em saúde. Só que o PIB         XXI. Não podemos continuar com o modelo do século pas-  per capita da Coreia é muito maior que o nosso. Não é só      sado. Outro exemplo: o custo da efetividade de remédios.  isso, a Coreia gasta uniformemente, divide o PIB pela po-     Há alguns contra câncer que custam cerca de R$ 100 mil  pulação toda, e nós não dividimos. A medicina que temos       por mês e que dão, em média, quatro meses de sobrevida.  no Brasil é de Primeiro Mundo, sim, mas também é uma          Estamos, enquanto sociedade, dispostos a pagar por isso?  das mais caras. Daria para fazer o que fazemos com os mes-  mos resultados muito mais barato. Aqui, pouco mais de            Anuário Brasileiro da Saúde – O acesso aos serviços  25% da população gasta 56% do total de recursos da saú-       de saúde melhorou no Brasil?  de. Os outros 75% estão tendo uma medicina subfinan-  ciada. O que significa isso: falta de qualidade e de acesso.     Yussif Ali Mere Jr – A falta de acesso é gritante. Há                                                                uma demanda reprimida porque não tem serviço sufi-     Anuário Brasileiro da Saúde – Impor regras cole-           ciente. Às vezes tem acesso, mas não tem resolução. Isso  tivas para o sistema de saúde passa a ser fundamen-           o governo está esquecendo completamente. Aqui em São  tal, inclusive porque a população está envelhecendo           Paulo sempre tem acesso à saúde, mesmo que demore.  rapidamente.                                                  Mas o problema é quando o paciente precisa de uma in-                                                                ternação, de uma cirurgia, um parto. Não tem vaga. Por     Yussif Ali Mere Jr – É claro. O tripé, quando pensa-       que? Porque a Santa Casa está lotada, outro hospital não  mos em saúde coletiva, é: acesso, qualidade e custo. Não      atende o SUS. O acesso é importantíssimo. Isso precisa  precisamos ter UTI individualizada. Nem atender a todos       ser pensando, costurado, coisa que o Ministério e as se-  os pacientes internados em apartamentos. É bom, confor-       cretarias de Saúde não estão fazendo.  tável, mas é caro. Esses confortos ficam para as pessoas que    44
Anuário Brasileiro da Saúde – O subfinanciamento           tem direito. E quando falo todo mundo, me refiro à po-  do SUS é claro. Pensando na qualidade dos serviços,           pulação, que precisa ser atendida, e aos prestadores. Eu,  podemos dizer que o governo se preocupa com ela pa-           por exemplo, não posso receber a mais se prestar serviços  gando o que paga por eles?                                    para o SUS porque eu não sou OS, outros são. Temos que                                                                ter equidade também no relacionamento entre estabele-     Yussif Ali Mere Jr - De modo algum. O financiamen-         cimentos de saúde e poder público. Temos que democra-  to do SUS é a antítese da qualidade. Porque não dá para       tizar esse poder.  fazer, praticar qualidade com esses recursos. Por isso que o  governo, equivocadamente, não se preocupa com quanto             Anuário Brasileiro da Saúde – E para que isso ocor-  o SUS paga, porque ele não enxerga isso como solução.         ra o sr. não acha que temos de quebrar o paradigma de  Para o governo, é mais fácil manter as santas casas e hos-    que o parceiro ideal do poder público na prestação de  pitais filantrópicos todos com complementação de verba.       serviços de saúde deve ser necessariamente uma enti-  Eles preferem dar a complementação a universalizar efeti-     dade sem fins lucrativos?  vamente o atendimento.                                                                   Yussif Ali Mere Jr - Claro. Entidades sem fins lucra-     Anuário Brasileiro da Saúde – Então a universaliza-        tivos não têm dono, e isso é um passo para você gastar  ção só existe no papel?                                       acima do que seria possível. Claro que temos exceções,                                                                mas o fato é que quando você deixa de cobrar imposto     Yussif Ali mere Jr – A saúde não está universalizada       você está pagando do mesmo jeito. Se você tivesse enti-  no Brasil. Isso ocorre porque o Ministério detém o po-        dades com fins lucrativos bem reguladas prestando ser-  der, ele dá a complementação para quem ele quer. Essa         viços seria bem melhor do que entidades filantrópicas,  é a pior face do nosso sistema politico. As Organizações      porque elas têm muito mais condições de resolver pro-  Sociais (OSs) em São Paulo são maravilhosas, mas o Es-        blemas rapidamente, com a agilidade e a presteza que a  tado dá complementação e financiamento correto para           iniciativa privada tem.  as instituições que ele quer. Não é algo que todo mundo                                                                  45
Institucional - Entrevista                          ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013    Foto: Neuza Nakahara                                                                Aos que defendem que não                                                                                   se invista mais em saúde porque                                                                                    falta gestão, pergunto: Por que?                                                                                   Nós, cidadãos, estamos injetando                                                                                        recursos num governo que                                                                                       sabemos que é corrupto.                                                                                           A gente injeta porque                                                                                       o nome já diz: é imposto                             Anuário Brasileiro da Saúde – O sr. é a favor que se       Anuário Brasileiro da Saúde – Apesar do subfinancia-                        mantenha a renúncia fiscal para a saúde?                   mento, quando se fala em injetar mais recursos na área                             Yussif Ali Mere Jr - Esse é um assunto que precisa ser  da saúde há alguns que defendem que não adianta colo-                        amplamente debatido. Hoje, nós temos hospitais filan-                        trópicos e privados que fazem os mesmos procedimentos.     car mais dinheiro com a atual gestão do sistema, porque                        O privado recolhe impostos, o filantrópico não. É preciso                        analisar até que ponto essa renúncia não é desnecessária   falta governança pública. O sr. concorda com essa teoria?                        em um país ainda pobre, como o nosso. Como já disse um        Yussif Ali Mere Jr – Bem, os serviços de saúde pres-                        grande economista: “Não existe almoço grátis”. E preci-                        samos partir desse princípio. Hoje, não existe tratamento  tados em hospitais públicos são quatro ou cinco vezes                        homogêneo, o governo dá complementação financeira          mais caros do que os mesmos serviços oferecidos nos                        para quem ele quer. É claro que também sou a favor da      hospitais privados. A estabilidade do funcionalismo                        desoneração da folha de pagamento, dos medicamentos,       público e a falta de meritocracia acabam desmotivan-                        dos equipamentos, enfim, da redução dos tributos para      do os profissionais, que prestam serviços muito ruins.                        o setor de saúde. Temos uma carga tributária exorbitante   Também sabemos que do dinheiro liberado pela esfera                        pelo pouco que retorna à sociedade.                        federal, menos da metade chega à ponta, por desvios                                                                                   e manutenção de estruturas caras e desnecessárias. Por-                                                                                   tanto, o que existe hoje é a má gestão do poder público,                                                                                   não do setor privado. É comum assistirmos a licitações                                                                                   para compra de equipamentos caros em hospitais uni-                                                                                   versitários, por exemplo, sem que a estrutura física es-                                                                                   teja pronta. E o equipamento fica parado. As emendas                                                                                   parlamentares são outro problema. O deputado vai a                                                                                   uma cidade e resolve trazer para o local um serviço de                                                                                   oncologia, que custa R$ 5 milhões. E ele leva, só que                                                                                   não tem lugar apropriado para a prestação do serviço e                                                                                   nem profissionais. Quando a gente fala em injetar mais                                                                                   recursos na saúde, não é no serviço público. É para re-                                                                                   munerar adequadamente os procedimentos feitos pela                                                                                   iniciativa privada.    46
Anuário Brasileiro da Saúde - O sr acha que remu-         Anuário Brasileiro da Saúde – É possível reverter  nerando os prestadores adequadamente os resultados         esse quadro?  seriam diferentes?                                                                Yussif Ali Mere Jr – A solução é o pacto federativo,     Yussif Ali Mere Jr – Completamente. A saúde é o         que é bem difícil. A gente precisa de políticos que ajudem  único setor da economia que entrega o serviço abaixo do    o Brasil a se transformar efetivamente em uma República  custo. Continuamos entregando porque temos criativida-     Federativa. Como nos EUA, que têm estados com leis e  de e porque o governo às vezes complementa a verba de      situações diferentes. Lá, o presidente não pode interferir  um ou outro estabelecimento. Por isso que dificilmente     em muitos casos. Aqui ele pode tudo. O Estado fica re-  vemos hospitais privados lucrativos atendendo ao SUS.      fém. Quando se propõe uma reforma tributária, não se  Existem serviços privados de algumas especialidades que    consegue alinhar todos os interesses, porque o governo  atendem SUS, nas quais a tabela ainda é razoável, pelo     federal é o primeiro a defender o interesse dele.  menos impede que eles quebrem. Aos que defendem que  não se invista mais em saúde porque falta gestão, pergun-    Quando se propõe uma reforma  to: Por que? Nós, cidadãos, estamos injetando recursos      tributária, não se consegue alinhar  num governo que sabemos que é corrupto. É verdade que  não fazemos isso de livre e espontânea vontade. A gente         todos os interesses, porque  injeta porque o nome já diz: é imposto.                       o governo federal é o primeiro       Anuário Brasileiro da Saúde – São Paulo é o Estado           a defender o interesse dele  que detém o maior volume de recursos financeiros tan-  to na saúde suplementar quanto no SUS. Aqui estão             Anuário Brasileiro da Saúde – E como o sr. vê a atua-  localizadas as ilhas de excelência da saúde no Brasil.     ção das agência reguladoras no Brasil?  O sr. acredita que o governo federal, as agências regu-  ladoras, dão ao Estado a importância que ele merece?          Yussif Ali Mere Jr – É uma politização total. O pacto                                                             federativo passa pelas agências, que hoje estão politizadas,     Yussif Ali Mere Jr - Não, porque São Paulo é um Es-     quando deveriam ser órgãos independentes.  tado que faz oposição ao governo federal há 12 anos. E,  infelizmente, o governo federal quer colocar uns contra       Anuário Brasileiro da Saúde – No setor saúde exis-  os outros. Quando você tem um sistema político, uma        tem entidades que representam todos os elos da ca-  conjuntura política como essa é difícil. Torna-se ainda    deia. Por que hoje não existe um discurso unificado  mais difícil porque nós não temos um pacto federativo. O   de interesse comum a todos esses atores para defender  governo federal, equivocadamente, não sabe usar o poder    esses pleitos junto ao governo federal?  de São Paulo para o bem do Brasil. Eles querem atrapa-  lhar o Estado, e não sabem que atrapalhando São Paulo         Yussif Ali Mere Jr – Esse discurso unificado não existe  atrapalham o Brasil. É uma questão de potencialização.     porque não temos um diagnóstico unificado. O governo  Temos que ter um pacto federativo, o poder central não     e a ANS também não contribuem para fomentar o diálo-  pode mandar em tudo como é hoje. Eles ficam com 70%        go e isso faz com que cada um lute por uma coisa. A in-  da arrecadação e distribuem como querem. Essa é uma        dústria farmacêutica, para desonerar o valor do produto,  visão muito tacanha da nossa política.                     o que é bom pra nós, sem dúvida, mas ela luta por aquilo                                                             e só. Temos que lutar pelo setor como um todo. E, para                                                             isso, precisamos amadurecer.                                                               47
Plataforma internacional para negócios,  atualizaçao e relacionamento do mercado de saúde    Encontro anual dos principais  decisores, líderes e estrategistas       HOSPITALAR Feira Internacional de     Produtos, Equipamentos, Serviços e     Tecnologia para Hospitais, Laboratórios,     Farmácias, Clínicas e Consultórios é o     mais importante evento do setor de saúde     das Américas.    Em cada edição, a HOSPITALAR se consagra como  ponto de encontro com as principais lideranças nacionais  e internacionais, profissionais, empresários e os mais  importantes decisores da saúde.    O evento é uma interface apresentando as mais modernas  novidades em lançamentos, tecnologias, produtos e soluções,  com debates que impactam na saúde mundial.                                                                         Fórum HOSPITALAR: troca de                                                                       conhecimento e atualizaçao profissional
As mais importantes instituições de todo o Brasil  fortalecem a qualidade do Fórum HOSPITALAR                                                                  Rede de conectividade e                                                                integração da cadeia de saúde                                                                                              1250 empresas de 37 países                                                                                            90 mil visitas profissionais de 74 países                                                                                            Mais de 60 eventos no Fórum HOSPITALAR                                                                                            Acordos entre os principais players do segmento                                                                                            Networking                                                                                            Negócios                                                                                            Visibilidade                                                                                            Atualização    A HOSPITALAR Feira e Fórum é uma verdadeira ferramenta       Save the date  na promoção de relacionamentos, desenvolvimento de           HOSPITALAR 2014  negócios e parcerias, incentivando importantes alianças e    20 a 23 de maio • Expo Center Norte  acordos, entre os principais players do segmento.                                                                   (11) 3897.6199 / (11) 3199.6100 [email protected]  Como Fórum setorial, a feira reúne em mais de 60             www.hospitalar.com @hospitalarfeira /hospitalar  congressos, a elite nacional e internacional de pensadores,  especialistas, estrategistas e dirigentes.    A programação atualizada dos congressos, eventos  simultâneos, workshop´s, jornadas e reuniões setoriais  possibilita intensa discussão que fomenta na melhoria e  desenvolvimento da gestão pública e privada da saúde.    Um empreendimento  Promoção, Gestão e Realização
IEPAS                      ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013    50
                                
                                
                                Search
                            
                            Read the Text Version
- 1
 - 2
 - 3
 - 4
 - 5
 - 6
 - 7
 - 8
 - 9
 - 10
 - 11
 - 12
 - 13
 - 14
 - 15
 - 16
 - 17
 - 18
 - 19
 - 20
 - 21
 - 22
 - 23
 - 24
 - 25
 - 26
 - 27
 - 28
 - 29
 - 30
 - 31
 - 32
 - 33
 - 34
 - 35
 - 36
 - 37
 - 38
 - 39
 - 40
 - 41
 - 42
 - 43
 - 44
 - 45
 - 46
 - 47
 - 48
 - 49
 - 50
 - 51
 - 52
 - 53
 - 54
 - 55
 - 56
 - 57
 - 58
 - 59
 - 60
 - 61
 - 62
 - 63
 - 64
 - 65
 - 66
 - 67
 - 68
 - 69
 - 70
 - 71
 - 72
 - 73
 - 74
 - 75
 - 76
 - 77
 - 78
 - 79
 - 80
 - 81
 - 82
 - 83
 - 84
 - 85
 - 86
 - 87
 - 88
 - 89
 - 90
 - 91
 - 92
 - 93
 - 94
 - 95
 - 96
 - 97
 - 98
 - 99
 - 100
 - 101
 - 102
 - 103
 - 104
 - 105
 - 106
 - 107
 - 108
 - 109
 - 110
 - 111
 - 112
 - 113
 - 114
 - 115
 - 116
 - 117
 - 118
 - 119
 - 120
 - 121
 - 122
 - 123
 - 124
 - 125
 - 126
 - 127
 - 128
 - 129
 - 130
 - 131
 - 132
 - 133
 - 134
 - 135
 - 136
 - 137
 - 138
 - 139
 - 140
 - 141
 - 142
 - 143
 - 144
 - 145
 - 146
 - 147
 - 148
 - 149
 - 150
 - 151
 - 152
 - 153
 - 154
 - 155
 - 156
 - 157
 - 158
 - 159
 - 160
 - 161
 - 162
 - 163
 - 164
 - 165
 - 166
 - 167
 - 168
 - 169
 - 170
 - 171
 - 172
 - 173
 - 174
 - 175
 - 176
 - 177
 - 178
 - 179
 - 180
 - 181
 - 182
 - 183
 - 184
 - 185
 - 186
 - 187
 - 188
 - 189
 - 190
 - 191
 - 192
 - 193
 - 194
 - 195
 - 196
 - 197
 - 198
 - 199
 - 200
 - 201
 - 202
 - 203
 - 204
 - 205
 - 206
 - 207
 - 208
 - 209
 - 210
 - 211
 - 212
 - 213
 - 214
 - 215
 - 216
 - 217
 - 218
 - 219
 - 220
 - 221
 - 222