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Anuário SINDHOSP 2013

Published by fabio, 2019-10-24 16:44:11

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2013/2014

Editorial ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 2



ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE ANUÁRIO Presidente FEHOESP e SINDHOSP BRASILEIRO Yussif Ali Mere Jr DA SAÚDE 2013 Gerenciamento de projeto, coordenação editorial e edição 12 Evento Ana Paula Barbulho (MTB 22170) 26 Institucional Jornalista colaborador FEHOESP 50 IEPAS Ricardo Balego 56 Gestão Pública Jornalistas colaboradoras SINDHOSP 72 Artigo Especial Aline Moura, Fabiane de Sá e Rebeca Salgado 88 Mercado Coordenação de Marketing/SINDHOSP 104 Cenários Carlos Eduardo da Silva 130 Política Assistente de Marketing/SINDHOSP 156 Sustentabilidade Thiago Alexandre Alves 174 TICs Tiragem 186 Tendência 15.000 202 Remoção Distribuição 208 Fichas Técnicas Entre diretores e administradores hospitalares do país, laboratórios, clínicas, demais estabelecimentos de saúde, órgãos de imprensa e autoridades Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do Anuário Correspondências FEHOESP Rua 24 de Maio, 208, 13º andar, Centro, S. Paulo, SP, CEP 01041-000 www.fehoesp.org.br [email protected] Tel (11) 3222-6914 Correspondências SINDHOSP Rua 24 de Maio, 208, 9º andar, Centro, S. Paulo, SP, CEP 01041-000 www.sindhosp.com.br [email protected] Tel (11) 3331-1555 Diretor de Projetos Especiais Gilberto Figueira Diretora Financeira Cleide Antunes Departamento Administrativo Mara Farias Jornalista Responsável Cida Flosi (MTB 12.188) Projeto Gráfico e Diagramação Fábio Figueiredo Estagiário Matheus Dalla Comercial Aílton Santos, Marcelo Giordano e Sandra Maria Elias Impressão Duo Graf Rua Borges, 570 CEP: 02247-000 São Paulo - SP Tel.: 11 3294 0051 / 3294 0052 / 3294 0053 Email: [email protected] www.publicbrasil.com.br Este Anuário é uma publicação do SINDHOSP e PUBLIC PROJETOS EDITORIAIS com circulação controlada e dirigida ao segmento saúde, estando disponível também em versão digital através de iPad, Smartphone e Tablet. A PUBLIC DIGITAL é responsável pelo desenvolvimento da versão digital. 4



Editorial ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 Entre a realidade, as expectativas e possibilidades Foto: Neuza Nakahara O Anuário Brasileiro da Saúde nasce com um legado de sucesso, oriundo da experiência de quatro edições do Anuário SINDHOSP. A partir desta edição, a Federação dos Hospitais, Clíni- Yussif Ali Mere Jr cas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP), entidade de segundo grau de represen- presidente da FEHOESP e do SINDHOSP tação no sistema confederativo, se une ao SINDHOSP no projeto, o que agrega ainda mais valor ao Anuário. Isso, por si só, já seria motivo de comemoração, mas 2.013 foi um ano emblemático. Milhares foram às ruas pedir por transporte coletivo de qualidade, educação e saúde. Parale- lamente, o ano foi marcado por datas importantes, como os 25 anos do Sistema Único de Saúde (SUS) e os 15 anos da lei 9.656/98, que regulamentou os planos de saúde. Médicos e governo federal travam até hoje uma batalha graças ao eleitoreiro programa Mais Médicos, anunciado como a solução dos problemas da saúde. E quem atua na área sabe que os médicos estrangeiros não são – e não serão – os salvadores da pátria para as mazelas da saúde brasileira. Essas datas e fatos servem de pano de fundo para a discussão do tema central proposto por este Anuário: A saúde que temos, a saúde que queremos e a que podemos ter. A falta de priori- zação da saúde pelo governo federal faz da área o calcanhar de Aquiles da administração Dilma. Prestadores de serviços e população sofrem com o subfinanciamento, que compromete a saúde financeira de muitos hospitais e a qualidade da assistência. Um sistema que prevê universalização e equidade para mais de 200 milhões de habitantes não pode participar com apenas 46% do total de recursos da saúde, que é o percentual investido pelas esferas federal, estaduais e municipais. No setor suplementar o atual modelo de financiamento é insustentável. Temos um siste- ma privado caro, que já não é acessível à maioria das famílias, além de estar engessado por uma política asfixiante de reajustes e por uma legislação que limita seu campo de atuação. A mudança do modelo de remuneração, que hoje estimula a oferta, está longe de um consenso entre as partes, que não abrem mão da desconfiança e, por isso, não conseguem estabelecer uma relação de ganha-ganha. Como se não bastasse, ainda há o maior de todos os desafios: o envelhecimento popula- cional. O Brasil envelhecerá em 13 anos o que a França demorou um século. Em 2.030 nossa pirâmide populacional estará invertida, com mais pessoas idosas do que crianças. Só este fe- nômeno, segundo projeções, poderá triplicar os gastos com saúde, afinal, 80% dos idosos têm pelo menos uma doença crônica e 33% possuem três ou mais. Apesar de significar uma con- quista da sociedade, o envelhecimento exige planejamento. A longevidade nos força a repen- sar a prestação de serviços – os de saúde principalmente, a cultura, as cidades e até o design. E ainda não começamos a lição de casa. Todas essas questões são abordadas nesta edição do Anuário Brasileiro da Saúde, além de pautas como as instituições de longa permanência, que já estão consolidadas em várias par- tes do mundo; o custo da burocracia no Brasil, que emperra o desenvolvimento; a importância de atuar sem danos ao meio ambiente; o papel das tecnologias da informação, que ainda não recebem os investimentos necessários na saúde; uma análise sobre as manifestações de junho de 2.013, feita pelo economista do Banco Mundial, André Medici; e, por fim, um exercício de “futurologia” sobre a saúde que queremos e a que podemos ter com três grandes pensadores: Gonzalo Vecina Neto, Rubens Belfort Jr. e Januário Montone. Além da satisfação de poder oferecer a você, leitor, uma publicação que pode ajudá-lo na tomada de decisão ou no planejamento estratégico da sua empresa, saiba que a FEHOESP e o SINDHOSP acreditam no espírito empreendedor e altruísta dos empresários e profissionais do setor privado de saúde. E atuam para que cada estabelecimento de saúde tenha condições de inovar e oferecer serviços com mais qualidade. Boa leitura! 6

Segurança Eficiência Sustentabilidade A B. Braun tem como uma de suas metas contribuir para a segurança do ambiente hospitalar com máxima eficiência para o paciente, o mínimo de risco para o profissional de saúde e a redução da geração de lixo hospitalar. Em seu portfolio, possui uma linha exclusiva voltada para a segurança, de soluções, cateteres e bombas de infusão a materiais de desinfecção e higiene. CC1842C-0913 B. Braun Brasil | www.bbraun.com.br Siga a B. Braun nas Redes Sociais: /bbraunbrasil | /bbraunbrasil | @bbraunbrasil

Editorial Gilberto Figueira diretor de Projetos Especiais ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 Anuário Brasileiro da Saúde já nasce como referência no setor A PUBLIC, em 2.008, teve o privilégio de lançar a 1ª edição do ANUÁRIO SINDHOSP. Uma publicação que registrava, naquele momento, os 70 anos da maior entidade patronal do setor saúde na América Latina. E isto só ocor- reu porque o seu então presidente, Dante Montagnana, percebeu que era importante para o SINDHOSP ter uma publicação de peso e que trouxesse à tona temas atuais, pulsantes e do interesse do setor. E foi assim que teve inicio essa trajetória de sucesso do ANUÁRIO SINDHOSP, publicação que em 2.011 foi eleita pelo Prêmio Allianz Segu- ros de Jornalismo como uma das cinco melhores publicações de jornalismo corporativo do país. Para nós, da PUBLIC, principalmente para mim, que me reunia com certa frequência com o dr. Dante, foi gratificante acompanhar a evolução da pu- blicação. Em virtude das reuniões de trabalho, discutindo pautas e projetos gráficos, eu tive o prazer de conviver com um homem muito especial. Um homem íntegro, competente, honesto e extremamente profissional, que muitas vezes me dava conselhos e dicas importantes. Realmente uma pes- soa que mesmo não estando mais conosco, continua presente em espírito e na lembrança de todos nós. Hoje, dezembro de 2.013, estamos lançando a 5ª edição do agora ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE. Essa mudança se deve pela união da FEHOESP ao SINDHOSP no projeto do Anuário, agregando mais valor à publi- cação e garantindo que todos os hospitais brasileiros tenham acesso a esta obra-prima da mídia impressa. Se há cinco anos lançávamos o ANUÁRIO SINDHOSP, por conta da ação de um homem visionário, hoje lançamos o ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE por conta da ação de outro homem, também visionário, perseverante e in- cansável na defesa do setor de saúde: Yussif Ali Mere Jr. Para a PUBLIC é uma honra lançar o ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE, que já nasce como referência no segmento. A edição registra os 75 anos do SINDHOSP, os 10 anos da FEHOESP, os 25 anos do Sistema Único de Saúde e os 15 anos da Lei 9656, que regulamenta os planos de saúde, além de deba- ter, com grandes pensadores do setor, a saúde que queremos e podemos ter nas próximas duas décadas. Parabéns à FEHOESP, ao SINDHOSP e a todo o segmento da saúde por mais esta conquista. Desejo a todos uma boa leitura! 8

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Editorial ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 DEPARTAMENTO DE APOIO LABORATORIAL 11 2090 5607 | [email protected] www.nasalab.com.br/apoio Praça Pádua Dias, 30 - São Paulo - SP CEP: 03067-050 10

TRADIÇÃO E QUALIDADE O Nasalab é um dos mais antigos e tradicionais laboratórios de São Paulo. Hoje com 41 anos de existência, já conta há mais de uma década com diversas certificações de qualidade reconhecidas internacionalmente. AGILIDADE, DA LOGÍSTICA ATÉ OS RESULTADOS Localizado próximo dos principais aeroportos do país e dispondo de uma rede de transportes autorizada e regulamentada. Nossa logística atende as rigorosas normas RDC e UN3373 e está preparada para atender em todo o território nacional. A agilidade e cuidado possibilita amostras preservadas e maior qualidade e rapidez nos resultados. TECNOLOGIA E PROFISSIONALISMO Na busca constante pela excelência na prestação de serviços diagnósticos, associamos equipamentos de ponta de marcas consagradas com equipes competentes e treinadas.

Evento ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 12

O cenário atual e os rumos do setor em debate O ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE REALIZOU, EM SETEMBRO, NO AUDITÓRIO DO HOSPITAL SAMARITANO, NA CAPITAL PAULISTA, UM ENCONTRO COM AS PRINCIPAIS ENTIDADES DA SAÚDE, FORNECE- DORES E PRESTADORES DE SERVIÇOS PARA DISCUTIR OS NÚME- ROS DO SETOR, O CENÁRIO ATUAL, OS DESAFIOS E SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS. MAIS DE 160 PESSOAS PARTICIPARAM DO EVENTO. 13

Evento ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 O presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr a abertura, o presidente da FEHOESP e do o cenário atual. Também opinou sobre a falta de profis- sionais de medicina no país. “Quando falamos de mé- N SINDHOSP informou que o setor de saúde dicos temos dois para cada mil habitantes, sendo que o no Brasil movimenta cerca de 9% do Produ- mínimo recomendado pela OMS é um por mil. Então, to Interno Bruto (PIB), o que representa, aproximada- não temos falta desses profissionais, o problema está no mente, R$ 396 bilhões. Desse total, 54% (R$ 213,8 bi- fato de que 72% deles estão nas regiões Sul e Sudes- lhões) respondem pelos gastos privados, enquanto que o te, principalmente nas capitais ou grandes cidades. O setor público (União, Estados e municípios) investe 46%, programa Mais Médicos está sendo apoiado pela popu- R$ 182,1 bilhões. “Por aí já vemos uma anomalia: um lação, porém, vem sendo utilizado como estratégia de país onde quem mais investe em saúde não é o governo marketing pelo governo”, opinou. tem algo de errado”, comentou Yussif Ali Mere Jr. No SUS são 201 milhões de brasileiros e o inves- A saúde é o terceiro desejo do brasileiro, segundo pes- timento per capita é de US$ 382 (R$ 905), enquanto quisa do Datatafolha/IESS, ficando atrás somente da casa que a média mundial é de US$ 716. Já a receita de própria e da educação com qualidade, mas para 77% dos contraprestações das operadoras atingiu R$ 95 bilhões entrevistados o valor dos planos prejudica a aquisição. “O em 2.012, indicando crescimento de 12,2% em rela- mercado está aí com uma população ávida para adquirir ção a 2.011, mas com uma taxa de sinistralidade de um plano por não estar satisfeita com a saúde pública 85%. Yussif também comentou sobre a infraestrutura que lhe é ofertada. É preciso se fazer algo para mudar essa do setor, os desafios e até sobre possíveis soluções para situação”, afirmou Yussif. 14

O presidente executivo da Associação Brasileira da O presidente executivo da Abimed, Carlos Goulart Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odonto- lógicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), Paulo titui a outra. Elas se complementam, por isso, devemos Henrique Fraccaro, falou sobre a necessidade de planeja- pensar em como reduzir os custos de novos produtos, mento estratégico para a área da saúde. “Quando fazemos atendimentos, campanhas etc.” este planejamento, enxergamos que o resultado efetivo dele demorará anos. Isso, para um político, não interessa. Encerrando o encontro, foi realizado um talk show Só fazem medidas emergenciais e pontuais que deixam os sobre os rumos para o setor e que contou com a presen- reais problemas para o futuro. Este é o cenário atual do ça do diretor da Associação Brasileira de Importadores Brasil. O país precisa aprender a investir e produzir com e Distribuidores de Implantes (Abraidi), Sérgio Alcân- alta eficiência também na saúde. Não vejo outra solução.” tara Madeira; da presidente da Associação Brasileira das Empresas Certificadas em Saúde (Abec Saúde), Ruth Carlos Goulart, presidente executivo da Associação Khairallah; e do presidente da Sociedade Brasileira de Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamen- Informática em Saúde (Sbis), Marco Antônio Gutierrez. tos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (Abi- med), abordou as políticas setoriais dos produtos para a Gilberto Figueira, diretor de Projetos Especiais da saúde, da importação e exportação de equipamentos, o Public, destacou a importância do Anuário Brasileiro investimento nacional e mundial no setor. Ele afirmou da Saúde no cenário nacional e no mercado de saúde. que o mercado brasileiro tem uma demanda reprimida “O Anuário foi eleito, em 2.011, pelo Prêmio Allianz com relação aos produtos nacionais e que isso ocorre de- Seguros de Jornalismo como uma das cinco melhores vido à falta de investimento. “Uma tecnologia não subs- publicações de jornalismo corporativo do país. É um trabalho sério, que pauta temas pulsantes e estrategica- O presidente executivo da Abimo, Paulo Fraccaro mente importantes para a sustentabilidade do setor de saúde”, finalizou Gilberto Figueira. 15

Evento ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 Selo carbono neutro No final de setembro de 2.013, o diretor da FEHOESP e do SINDHOSP, Luiz Fernando Ferrari Neto, recebeu, em cerimônia que aconteceu na sede da Fecomércio, em São Paulo, o selo de Carbono Neutro concedido ao Anuário Brasileiro da Saúde pelo Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza (IBDN). “Além da versão digital para tablets e smartphones, temos o cuidado de fazer um Anuário 100% sustentável. Isso agrega valor à publicação, mostra que a FEHOESP e o SINDHOSP também se preocupam com a sustentabilidade e conseguimos levar o conteúdo do Anuário a um número muito maior de leitores não só no Brasil, mas também no Exterior”, finaliza Luiz Fernando. Dois meses antes, foi realizado no Parque Ecológico Tietê, sob coordenação do IBDN, o plantio das mudas para neutralização do carbono da edição 2.012 do Anuário SINDHOSP. Na ocasião, Luiz Fernando Ferrari Neto e o superinten- dente Administrativo do SINDHOSP, Paulo Malafaia, ajudaram no plantio. O vice-presidente do SINDHOSP e diretor da FEHOESP, Luiz Fernando Ferrari Neto, e o superintendente do SINDHOSP, Paulo Malafaia, no plantio das mudas 16

Serviços complementares no Brasil Serviço Total Hospitais do Brasil Radiologia 26.603 Laboratórios análises / Municipais 21% patologia clínica 19.396 Fisioterapia Estaduais 8% Ultrassonografia 19.063 Endoscopia 14.325 Federais 1% Hemoterapia 5.874 Tomografia computadorizada 4.201 Privados 70% Terapia renal substitutiva 3.270 Ressonância magnética 1.705 Total: 6.753 Medicina nuclear 1.738 Hemodinâmica 812 Fonte: CNES - Agosto/13 743 Fonte: CNES - Agosto/13 Leitos hospitalares no Brasil SUS Não SUS Total 117.904 Cirurgia 75.628 42.276 115.768 Clínica geral 43.942 Psiquiatria 83.499 32.269 58.128 Pediatria 57.470 Obstetrícia 33.631 10.311 59.586 Outros 504.670 Total 46.557 11.571 Fonte: CNES - Agosto/13 43.344 14.126 45.957 13.629 349.289 155.381 17

Evento ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 Profissionais da área Serviços de saúde no Brasil da saúde cadastrados no CNES Cadastrados no MS Agente Comunitário 282.290 Municipais 68.138 Auxiliar de Enfermagem 295.259 Estaduais 3.074 Cirurgião dentista 138.121 Federais 464 Enfermeiro 178.424 Fisioterapeuta 57.286 Privados 185.774 Técnico de Enfermagem 292.325 Total de públicos: 71.676 Total de privados: 188.774 Outros 1.186.186 Total 2.429.891 Total geral: 257.450 Fonte: CNES - Agosto/13 Fonte: CNES - Agosto/13 Médicos ativos no Brasil por região 17.746 31.364 70.228 224.566 60.469 Total 404.373 Fonte: CFM - Agosto/13 18

Taxa de cobertura por cobertura assistencial do plano e localização, segundo Grandes Regiões e Unidades da Federação (Brasil - Dezembro/2012) Grandes regiões e Assistência médica com ou sem odontologia Unidades da Federação Unidade da Federação Capital Brasil 24,7 43,3 Norte 10,8 Nordeste 12,1 23,9 Sudeste 37,4 Sul 23,4 32,7 Centro-Oeste 18,3 56,7 49,1 29,3 Fonte: ANS Saúde é o terceiro desejo do brasileiro 1º desejo: Casa própria (36%) 2º desejo: Educação de qualidade (32%) Saúde: Público x Privado 3º desejo: Plano de saúde (18%) Usuários SUS Planos Para 77% dos entrevistados o valor 144 milhões de saúde dos planos prejudica a aquisição 47 milhões Fonte: Pesquisa DataFolha/IESS Postos de trabalho 282 mil 355 mil Postos de trabalho 1,95 7,8 por mil clientes No setor privado há 3,9 vezes mais postos de trabalho por usuário do que no SUS 19

Evento ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 Motivos pelos quais gostaria de ter um plano de saúde Respostas espontâneas e múltiplas de não beneficiários de plano de saúde em % Qualidade do atendimento dos planos de saúde 47% A saúde pública é precária, não quer depender do SUS 39% Por segurança, para sentir-se tranquilo em caso de doença 18% Para ter respaldo em caso de emergência 10% Para prevernir-se de doenças 8% Cobertura do plano de saúde 7% Necessidade de acompanhamento médico 6% Comodidade e conforto 5% Fonte: Pesquisa DataFolha/IESS O mercado está aí, com uma população ávida para adquirir um plano por não estar satisfeita com a saúde pública que lhe é ofertada 20

Médicos por mil habitantes 5 Há 61 países com densidade de médicos maior que a brasileira 4 4,22 Países com 3 renda alta Fonte: Ministério da Saúde 2,71 2 2,61 1,39 1,88 2,03 1,99 Média 1 1,19 0,98 global 0 Brasil Sudeste Sul Centro-Oeste Nordeste Norte Capitais SUS 2.012 Setor Privado 2.012 3,2 bilhões de procedimentos ambulatoriais 254 milhões de consultas médicas 517 milhões de exames complementares 12 milhões de internações 500 milhões de consultórios médicos 75 milhões de terapias 38 milhões de consultas ambulatoriais 10.428 transplantes em 2.001 23.428 transplantes em 2.011 6,3 milhões de internações Farmácia Popular 18 milhões 557 unidades 20.000 810 de pessoas próprias credenciadas itens Fonte: Abimo 21

Evento ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 A indústria da saúde Distribuição das empresas por tamanho 3,3% 14,7% Micro 10,7% 58,6% Pequena 12,7% Média Média/Grande Grande Fonte: ABIMO Nota: Critério de faturamento Micro até R$ 120 mil Pequena de R$ 121 mil a R$ 1,2 milhão Média de R$ 1,2 milhão a R$ 15 milhões Média/Grande de R$ 15,1 milhões a R$ 50 milhões Grande acima de R$ 50 milhões Distribuição das 0,4% indústrias por região 0,6% 0,6% Fonte: ABIMO 11,1% MG - 4,5% 22 ES - 0,2% RJ - 5,8% SP - 76,8%

800 Evolução do valor das importações 700 600 por segmento (2.008 - 2.012) 500 Materiais de consumo 400 Milhões de US$ 300 Implantes 200 100 Equipamentos médico-hospitalares Radiologia/ Diagnóstico para imagem 0 Laboratório 2.008 Odontologia 5000 4500 2.009 2.010 2.011 2.012 Fonte: AliceWeb MDIC 4000 3500 Evolução do valor das exportações 3000 2500 por segmento (2.008 - 2.012) 2000 1500 Materiais de consumo 1000 Milhões de US$ Implantes 500 0 Equipamentos médico-hospitalares 2.008 Radiologia/ Diagnóstico para imagem Laboratório 2.009 2.010 2.011 Odontologia Fonte: AliceWeb MDIC 2.012 23

Evento ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 Comércio exterior (2.007 - 2.012) Importações Exportações Saldo 5.000 4.305 4.507 4.000 3.855 3.000 2.932 2.931 2.000 2.312 1.000 669 625 735 821 775 580 0 -1.000 -2.000 -1.733 -2.263 -2.306 -3.120 Fonte: AliceWeb MDIC -3.000 -4.000 2.007 2.008 2.009 2.010 -3.485 -3.731 -5.000 2.011 2.012 Operadoras de planos privados de saúde em atividade (Brasil - dezembro/1.999 - março/2.013) Médico-hospitalares Exclusivamente odontológicas Médico-hospitalares com beneficiários Exclusivamente odontológicas com beneficiários 2.400 2.000 1.968 2.003 1.991 1.748 1.647 1.458 1.456 1.345 1.600 1.380 1.381 1.575 1.523 1.487 1.376 1.269 1.200 720 718 1.302 1.242 1.197 490 505 1.216 1.183 1.173 800 dez/00 dez/01 1.119 1.103 571 659 626 566 1.168 1.117 1.087 1.044 1.006 964 959 400 578 552 492 478 434 426 417 410 441 501 0 481 469 449 415 413 408 404 389 364 361 358 355 até dez/99 dez/02 dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09 dez/10 dez/11 dez/12 mar/13 Fonte: CADOP/ANS/MS - 03/2013 e SIB/ANS/MS - 03/2013 24

Estabelecimentos de saúde que atendem planos privados de saúde, por tipo, segundo grandes regiões e unidades da Federação ( Brasil - março / 2013) Grandes regiões Clínica ou Consultório Hospital Hospital Policlínica Pronto Pronto Unidade e unidades ambulatório isolado especializado geral socorro socorro geral de serviço da Federação especializado 2.547 especializado de apoio 46 à diagnose 5 55 e terapia 3 1 Brasil 16.249 75.564 439 1.625 6 - 57 8.391 Norte 534 1.242 20 66 1 - Rondônia 122 182 2 15 25 - 4 237 Acre 25 155 2 1 - - Amazonas 47 119 2 7 6 1 - 56 Roraima 16 44 1 2 377 - Pará 248 530 12 33 31 - - 12 Amapá 9 42 - 2 9 30 Tocantins 67 170 1 6 21 - - 25 Nordeste 3.260 9.079 125 224 6 - Maranhão 97 304 4 13 17 9 -2 Piauí 115 277 6 9 22 2 Ceará 692 2.785 34 44 5 2 3 68 Rio Grande do Norte 92 909 5 9 22 6 Paraíba 167 342 18 16 244 - -8 Pernambuco 764 1.508 18 31 1254 1 Alagoas 172 641 8 9 182 10 1 66 Sergipe 61 979 4 4 75 11 Bahia 1.100 1.334 28 89 211 2 9 1.171 Sudeste 8.507 42.365 176 751 786 - Minas Gerais 2.035 8.914 22 197 629 3 - 135 Espírito Santo 557 1.273 4 36 447 6 Rio de Janeiro 2.161 5.579 82 163 61 7 2 80 São Paulo 3.754 26.599 68 355 121 2 Sul 2.444 18.078 38 425 241 1 1 132 Paraná 748 6.409 22 160 71 4 Santa Catarina 709 3.534 10 95 4 6 3 62 Rio Grande do Sul 987 8.135 6 170 139 3 Centro - Oeste 1.504 4.800 80 159 27 - 1 52 Mato Grosso do Sul 194 986 7 35 1 Mato Grosso 276 1.341 7 24 2 2 269 Goiás 467 1.797 56 79 Distrito Federal 567 676 10 21 - 30 - 33 - 378 31 4.038 3 1.031 - 200 2 1.144 26 1.663 10 2.052 - 785 3 448 7 819 3 893 - 175 - 166 2 470 1 82 Fonte: CNESAIS - 03/2013 25

Institucional - FEHOESP ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 26

ncaomdeFpfEleeHstaOa dE1oS0Psaentoosr Maior entidade da categoria no Estado reafirma seu papel e investe na modernização interna e atuação política 27

Institucional - FEHOESP riada há 10 anos com o objetivo de pro- ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 C porcionar ao setor uma representatividade mais abrangente e atuação política mais A FEHOESP se empenhará direta, a Federação possibilitou ao Estado mais rico cada vez mais em defender do país ter assento na Confederação Nacional de Saú- de – CNS, entidade de terceiro grau que representa a as demandas de categoria em nível federal, e que apoia oficialmente o seus representados, Anuário Brasileiro da Saúde. Com isso, tem sido pos- mas também a causa sível participar das discussões e negociações políticas da saúde brasileira, na esfera nacional, status que legitima a FEHOESP que enfrenta tantos problemas como a maior entidade representativa do segmento no e nos exige desafios diários Estado de São Paulo. Junto com a entidade, também foram criados cin- 28 co novos sindicatos distribuídos em todo o território estadual que, somados ao SINDHOSP, formam os braços representativos regionais da categoria. São eles: SINDHOSPRU, em Presidente Prudente e região; SINDHORP, em Ribeirão Preto e região; SINDHOS- CLAB-JUNDIAÍ, em Jundiaí e região; SINDHOS- CLAB-MOGI, em Mogi das Cruzes; e SINDSUZA- NO, em Suzano. O médico Dante Ancona Montagnana foi o res- ponsável pela criação da Federação, entidade que pre- sidiu até a data de seu falecimento, em dezembro de 2.012. Um dos maiores líderes do setor, Montagnana foi responsável pela criação do próprio sistema sindical patronal da saúde no Estado de São Paulo. Presidiu, ainda, o SINDHOSP por mais de 15 anos e sob sua gestão o Sindicato se transformou na maior entidade representativa do setor privado de saúde na América Latina. “A importância do dr. Dante Montag- nana é inestimável, tanto para nossas entidades como para todo o setor da saúde brasileira. Incansável que foi em suas convicções, nos deixou um campo fértil para que pudéssemos hoje alçar a Federação ao status que lhe é de direito, como legítima representante da categoria em São Paulo”, destacou o atual presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Junior.



Institucional - FEHOESP ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 Modernização Em meio a um cenário político e econômico de di- sindicatos filiados, inclusive. “Mesmo o SINDHOSP, ficuldades e constantes mudanças, tem sido exigida por com toda sua história e importância, necessita avaliar parte da Federação uma atuação mais incisiva como en- seus processos e otimizar sua atuação, a fim de atender tidade representativa de toda uma categoria. Pensando as demandas atuais impostas pelo mercado e o próprio nisso, a FEHOESP iniciou, em sua nova gestão, liderada setor de saúde. Estamos nos reestruturando, junto com pelo médico Yussif Ali Mere Junior, mudanças pontuais a nossa Federação, para representar ainda melhor a ca- visando reafirmar e consolidar este papel. tegoria, de uma forma mais moderna e contundente”, confirma Luiz Fernando Ferrari Neto, vice-presidente do A nova diretoria, empossada no início de 2.013, de- SINDHOSP e diretor da FEHOESP. finiu como suas prioridades a ênfase na modernização de sua estrutura e o foco em sua atuação política. Isso Os fundamentos deste trabalho estão calcados na rea- é de extrema importância, ao passo que a entidade se lização de um planejamento estratégico na Federação, aproxima cada vez mais da Confederação Nacional de que já está sendo finalizado. Esta nova visão já permeia as Saúde – CNS, que representa o setor em nível nacional, ações da entidade, como lembra Yussif Ali Mere Junior. o que possibilita que os anseios da categoria sejam tra- “Hoje temos como missão representar os interesses sin- tados na esfera federal. dicais e políticos da categoria privada de saúde com fins lucrativos, fortalecendo e estimulando nossos sindicatos Do ponto de vista de sua modernização, a FEHOESP filiados e, consequentemente, a Confederação, buscando já vem realizando um trabalho de fôlego em sua estru- melhor organizar este segmento”. tura institucional, ação que vem se estendendo a seus 30

Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo Reorganizando bases Outra ação que começou a tomar forma em 2.013 é formulado a partir de uma proposta mais moderna. Cin- a reorganização das bases dos sindicatos filiados, visando co dos seus sindicatos filiados também acompanharam a aperfeiçoar sua atuação. Dessa forma, ganham os presta- ação, criando novas logomarcas que já podem ser vistas dores de serviços em saúde com uma melhor representati- em todo seu material institucional e de comunicação. vidade, assim como o acesso dos associados e contribuin- tes aos serviços exclusivos oferecidos pelos sindicatos. Essas são apenas algumas medidas empreendidas pela “Para isto estamos realizando um estudo para verificar a FEHOESP, dentre muitas que ainda virão, com o obje- viabilidade de uma reorganização das bases de alguns dos tivo de reafirmar o papel da entidade como a legítima nossos sindicatos filiados, visando otimizar a atuação des- representante da categoria em nível estadual, e, sobretu- sas entidades em nível regional”, confirma o presidente do, tornando-a mais forte e atuante. “Nossa entidade se da FEHOESP, que também preside dois sindicatos, o empenhará cada vez mais em defender as demandas dos SINDHOSP e o SINDHORP. nossos representados, prestadores de serviços em saúde, mas também a causa da saúde brasileira, que enfrenta tan- Mais um exemplo dessa nova filosofia está na identida- tos problemas e nos exige desafios diários”, reforça o pre- de visual da Federação, cujo logotipo foi recentemente re- sidente da Federação. Que venham os próximos dez anos. 31

Institucional - FEHOESP ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 CNS ajuda no fortalecimento da saúde no país Proporcionar uma melhor atenção à saúde da população com mais qualidade e segurança é um dos objetivos da CNS José Carlos Abrahão, presidente da CNS Confederação Nacional de Saúde – CNS re- O principal objetivo da Confederação Nacional de Saúde é zelar pelos direitos e interesses do setor junto aos A presenta todos os estabelecimentos de servi- órgãos governamentais e políticos do país. Cabe à insti- ços de saúde do Brasil. São hospitais, clínicas, tuição também defender os interesses coletivos ou indi- laboratórios de análises clínicas, serviços de diagnóstico, viduais da categoria no que se refere a questões judiciais, imagem e fisioterapia, operadoras de planos de saúde, en- administrativas e trabalhistas. Um dos grandes desafios tre outros do setor. Trata-se da entidade máxima de re- da entidade é representar a categoria de forma positiva e presentação do setor dentro do sistema confederativo, ou firme na busca do inter-relacionamento setorial em defesa seja, de terceiro grau. das instituições para que seja possível proporcionar uma Com o intuito de fortalecer o setor saúde, a CNS, com melhor atenção à saúde da população com mais quali- sede em Brasília, realiza periodicamente reuniões com re- dade e segurança. Através dos membros de sua diretoria, presentantes dos três poderes e demais lideranças, avalian- a CNS tem se empenhado em buscar uma política mais do as reivindicações do setor e também de sugestões que justa para o segmento como um todo. contribuam para o crescimento do segmento. 32



Institucional - SINDHOSP ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 34

75 anos de história e liderança Em 2.013, o SINDHOSP completou 75 anos como a maior entidade patronal da área da saúde na América Latina EM FEVEREIRO, O SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS, CASAS DE SAÚDE, LABORA- TÓRIOS DE PESQUISAS E ANÁLISES CLÍNICAS E DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE SER- VIÇOS DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO (SINDHOSP) CHEGOU AOS 75 ANOS COMO A MAIOR ENTIDADE PATRONAL DA ÁREA DA SAÚDE NA AMÉRICA LATINA. “SÃO PAULO, ALÉM DE SER O ESTADO MAIS POPULOSO E O MAIS FORTE DO PAÍS DO PONTO DE VIS- TA ECONÔMICO, TEM UMA PRODUÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE COMPARÁVEL OU SU- PERIOR A MUITOS PAÍSES EUROPEUS. É ISSO QUE DÁ FORÇA AO SINDHOSP E TAMBÉM À FEHOESP”, AFIRMA O PRESIDENTE DE AMBAS AS INSTITUIÇÕES, YUSSIF ALI MERE JR. 35

Institucional - SINDHOSP ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 O s números de São Paulo realmente impres- Estima-se que a saúde no Brasil movimente 9% do sionam. Segundo o Instituto Brasileiro de PIB, ou R$ 396 bilhões (dados de 2.012). Desse montan- Geografia e Estatística (IBGE), a população te, os gastos privados respondem por 54% do total (ou R$ 213,8 bi) e, os públicos, incluindo União, Estados e mu- brasileira, em julho de 2.013, chegou a 201.032.714 ha- nicípios, com os 46% restantes, ou R$ 182,1 bi. Isso equi- vale a um investimento per capita de R$ 1.980 no setor bitantes. Desse total, 43,6 milhões residem nos 645 mu- suplementar, e de R$ 905 (ou US$ 382) no setor público. “Estamos muito abaixo da média mundial de investimen- nicípios paulistas, ou 22% da população do Brasil. Toda to público em saúde, que é de US$ 716. Dos gastos priva- dos em saúde, São Paulo responde por aproximadamente essa gente produz 33,1% do total de riquezas do país. R$ 65 bi por ano, o que mostra a importância do Estado para o segmento”, lembra Yussif Ali Mere Jr. O Estado só perde para o Distrito Federal como maior O Brasil possui 257.450 serviços de saúde cadastrados PIB per capita e no Índice de Desenvolvimento Humano no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Serviços de Saúde (CNES). Desse total, 68.138 são públicos munici- (IDH), ocupando a segunda posição em ambos. pais; 3.074, públicos estaduais; 464, federais; e 185.774 são privados. São Paulo concentra quase 30% de todos os No setor suplementar, dos 48,6 milhões de usuários estabelecimentos privados do país, ou 52.871. de planos de saúde no país, 18.559.495 estão em São Paulo, ou 44,3% dos beneficiários, o que faz dele o Es- tado com a maior cobertura de planos de saúde do país. Na Capital paulista esse percentual atinge 60% da po- pulação; na região metropolitana, 53% e, no Interior, 38,5%. Os dados são da Agência Nacional de Saúde Su- plementar (ANS). 36



Institucional - SINDHOSP ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 História O SINDHOSP representa quase 35 mil estabelecimentos de saúde no Estado de São Paulo e é a maior entidade patronal do setor na América Latina A ata de fundação do SINDHOSP Em 12 de fevereiro de 1.938, representantes de sete contra a poliomielite e o primeiro transplante cardíaco da instituições de saúde da Capital paulista (Casa de Saú- América Latina, entre outros fatos. de Santa Rita, Hospital de Caridade do Brás, Hospital Samaritano, Instituto Godói Moreira, Instituto Paulista, Na década seguinte, os laboratórios de pesquisa e Maternidade São Paulo e Sanatório Jabaquara), motiva- análises clínicas foram incorporados ao SINDHOSP, dos pelo crescimento da atividade hospitalar e a necessi- que passou a ser denominado Sindicato dos Hospitais, dade de terem representação efetiva, já que o sindicato Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisa e dos empregados do setor já existia, fundaram o Sindicato Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Servi- Patronal dos Estabelecimentos Hospitalares de São Paulo. ços de Saúde do Estado de São Paulo. A partir dos anos No ano seguinte, a entidade agregou à sua representação 80, os desafios impostos à iniciativa privada da saúde as clínicas e casas de saúde. fez o Sindicato intensificar sua representatividade polí- tica e criar novos departamentos e serviços. Na década Em 1.940, a Carta Sindical foi oficializada e insti- seguinte, esses serviços foram descentralizados, com a tuições importantes tornaram-se associadas, como a As- criação de sete escritórios regionais. E desde então, o sociação Santa Catarina e os hospitais Oswaldo Cruz e Sindicato foi incorporando mais serviços e aumentando Samaritano. Até a década de 60, o SINDHOSP evoluiu sua representação nas três esferas de governo. O resulta- junto com a medicina e viu nascer as medicinas de gru- do desse trabalho pode ser medido pelo aumento da sua po, a introdução do computador, a descoberta da vacina representatividade. 38

Os números do SINDHOSP O SINDHOSP representa 34.484 estabelecimentos Dos 819 hospitais cadastrados, 19% são filantrópicos, de saúde privados no Estado. Os dados, de setembro ou 165. “Mesmo representando o setor privado lucra- de 2.013, são do cadastro da entidade e mostram um tivo, uma brecha na Constituição permite a livre asso- crescimento de 53,32% no número de empresas cadas- ciação de entidades filantrópicas”, explica o presidente tradas desde janeiro de 2.010, quando o Sindicato tinha do SINDHOSP. As clínicas de serviços de saúde formam 22.492 estabelecimentos de saúde sob sua representa- a maioria dos estabelecimentos cadastrados. São 27.174 ção. “Isso mostra que estamos oferecendo serviços que clínicas de diversas especialidades médicas e 4.184 odon- atendem às reais necessidades do segmento. E, claro, tológicas. Completam o cadastro do Sindicato 1.705 nosso objetivo é inovar e intensificar nossa representati- laboratórios e 602 empresas de apoio à saúde, como de vidade”, afirma Yussif Ali Mere Jr. assistência domiciliar e remoção. 39 Unidade Pompeia - perspectiva da fachada REDE DE HOSPITAIS SÃO CAMILO DE SÃO PAULO Unidade Santana - perspectiva da fachada Unidade Ipiranga - perspectiva da fachada 90 anos de existência com uma estrutura completa e em constante modernização Com mais de 90 anos de existência, a Rede de Hospitais São Camilo oferece uma estrutura completa em nossas três unidades. ANÚNCIOSão 650 leitos para atender a cerca de 60 especialidades, com toda segurança e conforto. Em constante modernização, nossas unidades estão passando por reformas, com o aumento no número de leitos, novas alas para diagnóstico e tratamento e centros cirúrgicos modernos. Até 2015, serão cerca de 800 leitos na Rede. Nossos protocolos assistenciais são constantemente monitorados durante o atendimento aos pacientes, da chegada até a alta hospitalar. Isso nos garante uma baixa taxa de eventos adversos, comparável à de conceituados hospitais do mundo e, consequentemente, nos leva à conquista de importantes selos de qualidade internacionais. Unidade Pompeia Nossas Certificações Dr. Fábio Luís Peterlini Av. Pompeia, 1178 • (11) 3677-4444 Responsável Técnico Corporativo Unidade Santana Pompeia Pompeia I Santana Pompeia I Santana I Ipiranga Rua Voluntários da Pátria, 3693 • (11) 2972-8000 CRM-SP 54289 Unidade Ipiranga Acreditação Internacional Acreditação Internacional Acreditação com Excelência Rua Pouso Alegre, 01 • (11) 2066-7000 Nossa missão é cuidar da vida Joint Commission Canadense ONA nível III Conheça nossas Unidades no www.saocamilo.com

Institucional - Entrevista ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 “Precisamos amadurecer” Foto: Neuza Nakahara Yussif Ali Mere Jr assumiu a presidência do SINDHOSP em dezembro de O que queremos 2.012 e, no primeiro semestre de 2.013, foi eleito presidente da FEHOESP. do SINDHOSP Integrante da diretoria do SINDHOSP há 17 anos, Yussif ainda é presidente e da FEHOESP do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de Ribeirão Preto e Re- é que ambos lutem gião (SINDHORP) e vice-presidente da Confederação Nacional de Saúde e usem todos os meios (CNS). Já conhece, portanto, os meandros políticos e o que fazer para repre- para conseguir chegar sentar bem e defender os prestadores de serviços de saúde de São Paulo. Ele à melhor saúde é mestre em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto possível para nós, – USP; tem MBA em Economia e Gestão em Saúde pelo Centro Paulista de Economia da Saúde (Cepes), ligado à Universidade Federal de São Paulo brasileiros (Unifesp); e é diretor Executivo do Grupo Lund de Nefrologia. Yussif Ali Mere Jr defende o estabelecimento de um pacto federativo no Brasil, mais verbas para a saúde e acredita que as lideranças do setor precisam amadurecer. Leia, a seguir, a entrevista concedida ao Anuário Brasileiro da Saúde: 40

Anuário Brasileiro da Saúde - O sr. assumiu a presi- Anuário Brasileiro da Saúde – Logo que assumiu dência do SINDHOSP em dezembro de 2.012. O que o SINDHOSP, o sr. deu início a um projeto de pla- os prestadores de serviços do Estado de São Paulo po- nejamento estratégico. Quais são os objetivos dessa dem esperar da sua administração à frente da entidade? iniciativa? Yussif Ali Mere Jr – Nós temos como premissa me- Yussif Ali Mere Jr - O objetivo é fazer o Sindicato fi- lhorar o setor saúde como um todo. Na verdade eu gos- car em sintonia com o setor e a categoria. A categoria é a taria de dizer o que o setor não deve esperar de mim: prestação de serviços, e o setor é algo mais amplo, como uma situação de defesa corporativa, simplesmente. Isso já disse. O Sindicato não é uma empresa que, quando faz significa o oposto do que as entidades médicas fizeram um balanço financeiro e ele é positivo, está tudo bem. no Mais Médicos, que defenderam seus direitos atacan- Em uma empresa geralmente é isso o que acontece. Se do quem não tinha nada a ver com isso, que eram os ela está bem financeiramente, os sócios estão felizes. O médicos cubanos. Eu vou defender hospitais, clínicas, Sindicato tem que ter uma situação financeira equilibra- laboratórios e demais serviços de saúde pela prestação de da, claro, e temos isso há anos, mas também deve prestar serviços, pelo nosso objetivo social, que é atender e cui- serviços adequados a todos os componentes da categoria. dar do paciente. Para isso vamos defendê-los. Enxergar o Nosso colaborador precisa entender isso, por isso, o pla- setor da saúde como um todo. A hora em que tivermos nejamento estratégico é para se chegar à excelência na que criticar governo ou operadoras, vamos fazê-lo, mas prestação de serviços em todas as áreas. Inclusive para não olhando só para os associados e, sim, para o setor setores novos, com a odontologia. como cadeia. É uma visão ampla do segmento para me- lhorar a saúde: para quem presta o serviço, para quem Anuário Brasileiro da Saúde - Além de assumir o recebe esse serviço e, também, para quem paga por ele. SINDHOSP, o sr. também foi eleito presidente da FEHOESP, em abril de 2.013. Yussif Ali Mere Jr - Nós tivemos a eleição da FEHOESP no primeiro semestre e a importância do SINDHOSP é tão grande que não dava para ter presidentes diferentes neste momento. Quando falamos em melhor financiamento, ninguém quer aumentar lucro. Queremos ter e dar boas condições para que os pacientes sejam atendidos com respeito, dignidade e qualidade 41

Institucional - Entrevista ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 Anuário Brasileiro da Saúde – Não dava pensando saúde no Estado de São Paulo à altura do que essas duas no sistema confederativo da saúde como um todo? entidades representam para os seus segmentos. Yussif Ali Mere Jr – Exatamente, pensando em todo o Anuário Brasileiro da Saúde - É essa a importância sistema, até na Confederação Nacional de Saúde (CNS). que a FEHOESP deve conquistar? As modificações que nós eventualmente faremos com relação às bases, atuação da FEHOESP, inserção da Fe- Yussif Ali Mere Jr - Essa é a importância. Todos os sin- deração em todos os pontos do Estado, enfim, para que dicatos, por questões de legislação, têm um monte de coi- isso possa ser feito não pode haver nenhum tipo de diver- sas para fazer que tomam tempo e energia. O SINDHOSP, gência com o SINDHOSP. É por isso que nós precisa- por exemplo, precisa se relacionar com todos os sindicatos mos unificar a presidência. Isso é uma coisa que preten- de trabalhadores do setor no Estado de São Paulo, e eles demos resolver até o fim do próximo mandato, que do são mais de cem. Esse relacionamento é importante para SINDHOSP é em 2.017 e, da Federação, em 2.018. Aí as negociações de dissídios coletivos. A FEHOESP não. o sistema poderá andar sozinho com muito mais solidez. Ela se preocupa efetivamente com os ganhos da categoria como um todo, com a melhoria das condições de trabalho, Anuário Brasileiro da Saúde - O fortalecimento da de financiamento, de uma carga tributária mais justa, ou FEHOESP é um ganho para o setor? seja, a Federação é uma atividade essencialmente política, que atua junto com a CNS. A Federação tem uma atuação Yussif Ali Mere Jr - Sem dúvida alguma. Os análogos de segunda instância, que é muito mais efetiva junto aos que nós temos do nosso sistema hoje é o exemplo da in- órgãos reguladores, como Anvisa, Ministério do Trabalho, dústria, que é a Fiesp, e o do comércio, com a Fecomér- Ministério da Saúde, ANS, Congresso Nacional etc. cio. Queremos chegar a uma representação do setor de 42

Anuário Brasileiro da Saúde – Há vários projetos Anuário Brasileiro da Saúde – Como esse Anuá- de lei (PL) no Congresso que definem jornadas e pisos rio propõe um exercício de futurologia, pensando no salariais para algumas categorias de trabalhadores da SINDHOSP e na FEHOESP o que podemos esperar saúde, como o PL 2295, que reduz a jornada dos pro- de ambos na próxima década? fissionais de enfermagem para 30 horas semanais. O sr. acha que esse é o caminho para melhorar a saúde? Yussif Ali Mere Jr - O que queremos do Sindicato e da Federação é que ambos lutem e usem todos os meios Yussif Ali Mere Jr – Claro que não. Esses PLs são preo- para conseguir chegar à melhor saúde possível para nós, cupantes e podem inviabilizar alguns setores e até a saúde brasileiros. como um todo. O PL 2295, que você citou, por exemplo, não existe dinheiro para que ele seja aplicado, tanto no Anuário Brasileiro da Saúde – No sistema de saúde setor privado quanto no público. O discurso dos que o que temos hoje, é possível dar tudo a todos? defendem é muito bonito, pois falam que o funcionário vai trabalhar menos, ter mais qualidade de vida. Mas isso Yussif Ali Mere Jr - Não podemos ser demagógicos. é melhor para ele mesmo? E o ponto crucial: Vai melho- Tudo para todos a qualquer tempo, sem nenhum limite, isso rar a saúde? Porque na hora que você melhora a saúde, a não existe em saúde. Nem na saúde privada. O rico, a pessoa situação do colaborador melhora também. Quando você que pode pagar, faz as suas escolhas. E nem sempre escolhe piora a saúde, piora para o colaborador. Temos que lutar o tratamento mais caro, pelo contrário. E nós precisamos para melhorar a saúde como um todo. No dia em que a fazer isso na saúde coletiva, temos que aprender o que é bem saúde for adequadamente valorizada, o colaborador terá coletivo e o que é bem individual. Temos que ter regras. um salário digno que lhe proporcionará uma boa quali- dade de vida sem que ele precise trabalhar em mais de um Tudo para todos a qualquer emprego, como acontece hoje. tempo, sem nenhum limite, isso não existe em saúde. Anuário Brasileiro da Saúde – Isso, por exemplo, é Temos que aprender o que uma das atividades que a Federação, por ser mais foca- é bem coletivo e o que é bem da em políticas de saúde, pode tentar ajudar a resolver? individual.Temos que ter regras Yussif Ali Mere Jr – Exatamente. Ela tem que engros- sar a voz dos que pedem, que lutam por melhor estrutura, infraestrutura, melhor financiamento. Quando falamos em melhor financiamento, ninguém quer aumentar lu- cro. Queremos ter e dar boas condições para que os pa- cientes sejam atendidos com respeito, dignidade e quali- dade, e saiam com a sua saúde recuperada. 43

Institucional - Entrevista ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 Anuário Brasileiro da Saúde – E que elas sirvam podem pagar. Quanto ao envelhecimento, tem estudos que para todos? mostram que no último ano de vida o paciente gasta em saúde 90% do que gastou a vida inteira. Precisamos pensar Yussif Ali Mere Jr – Que sirvam para todos. A Coreia, em promover saúde para os idosos e em uma nova estrutura por exemplo, gasta mais ou menos o mesmo que o Brasil de cuidados, que atendam a essa demanda, típica do século em termos de percentual do PIB em saúde. Só que o PIB XXI. Não podemos continuar com o modelo do século pas- per capita da Coreia é muito maior que o nosso. Não é só sado. Outro exemplo: o custo da efetividade de remédios. isso, a Coreia gasta uniformemente, divide o PIB pela po- Há alguns contra câncer que custam cerca de R$ 100 mil pulação toda, e nós não dividimos. A medicina que temos por mês e que dão, em média, quatro meses de sobrevida. no Brasil é de Primeiro Mundo, sim, mas também é uma Estamos, enquanto sociedade, dispostos a pagar por isso? das mais caras. Daria para fazer o que fazemos com os mes- mos resultados muito mais barato. Aqui, pouco mais de Anuário Brasileiro da Saúde – O acesso aos serviços 25% da população gasta 56% do total de recursos da saú- de saúde melhorou no Brasil? de. Os outros 75% estão tendo uma medicina subfinan- ciada. O que significa isso: falta de qualidade e de acesso. Yussif Ali Mere Jr – A falta de acesso é gritante. Há uma demanda reprimida porque não tem serviço sufi- Anuário Brasileiro da Saúde – Impor regras cole- ciente. Às vezes tem acesso, mas não tem resolução. Isso tivas para o sistema de saúde passa a ser fundamen- o governo está esquecendo completamente. Aqui em São tal, inclusive porque a população está envelhecendo Paulo sempre tem acesso à saúde, mesmo que demore. rapidamente. Mas o problema é quando o paciente precisa de uma in- ternação, de uma cirurgia, um parto. Não tem vaga. Por Yussif Ali Mere Jr – É claro. O tripé, quando pensa- que? Porque a Santa Casa está lotada, outro hospital não mos em saúde coletiva, é: acesso, qualidade e custo. Não atende o SUS. O acesso é importantíssimo. Isso precisa precisamos ter UTI individualizada. Nem atender a todos ser pensando, costurado, coisa que o Ministério e as se- os pacientes internados em apartamentos. É bom, confor- cretarias de Saúde não estão fazendo. tável, mas é caro. Esses confortos ficam para as pessoas que 44

Anuário Brasileiro da Saúde – O subfinanciamento tem direito. E quando falo todo mundo, me refiro à po- do SUS é claro. Pensando na qualidade dos serviços, pulação, que precisa ser atendida, e aos prestadores. Eu, podemos dizer que o governo se preocupa com ela pa- por exemplo, não posso receber a mais se prestar serviços gando o que paga por eles? para o SUS porque eu não sou OS, outros são. Temos que ter equidade também no relacionamento entre estabele- Yussif Ali Mere Jr - De modo algum. O financiamen- cimentos de saúde e poder público. Temos que democra- to do SUS é a antítese da qualidade. Porque não dá para tizar esse poder. fazer, praticar qualidade com esses recursos. Por isso que o governo, equivocadamente, não se preocupa com quanto Anuário Brasileiro da Saúde – E para que isso ocor- o SUS paga, porque ele não enxerga isso como solução. ra o sr. não acha que temos de quebrar o paradigma de Para o governo, é mais fácil manter as santas casas e hos- que o parceiro ideal do poder público na prestação de pitais filantrópicos todos com complementação de verba. serviços de saúde deve ser necessariamente uma enti- Eles preferem dar a complementação a universalizar efeti- dade sem fins lucrativos? vamente o atendimento. Yussif Ali Mere Jr - Claro. Entidades sem fins lucra- Anuário Brasileiro da Saúde – Então a universaliza- tivos não têm dono, e isso é um passo para você gastar ção só existe no papel? acima do que seria possível. Claro que temos exceções, mas o fato é que quando você deixa de cobrar imposto Yussif Ali mere Jr – A saúde não está universalizada você está pagando do mesmo jeito. Se você tivesse enti- no Brasil. Isso ocorre porque o Ministério detém o po- dades com fins lucrativos bem reguladas prestando ser- der, ele dá a complementação para quem ele quer. Essa viços seria bem melhor do que entidades filantrópicas, é a pior face do nosso sistema politico. As Organizações porque elas têm muito mais condições de resolver pro- Sociais (OSs) em São Paulo são maravilhosas, mas o Es- blemas rapidamente, com a agilidade e a presteza que a tado dá complementação e financiamento correto para iniciativa privada tem. as instituições que ele quer. Não é algo que todo mundo 45

Institucional - Entrevista ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 Foto: Neuza Nakahara Aos que defendem que não se invista mais em saúde porque falta gestão, pergunto: Por que? Nós, cidadãos, estamos injetando recursos num governo que sabemos que é corrupto. A gente injeta porque o nome já diz: é imposto Anuário Brasileiro da Saúde – O sr. é a favor que se Anuário Brasileiro da Saúde – Apesar do subfinancia- mantenha a renúncia fiscal para a saúde? mento, quando se fala em injetar mais recursos na área Yussif Ali Mere Jr - Esse é um assunto que precisa ser da saúde há alguns que defendem que não adianta colo- amplamente debatido. Hoje, nós temos hospitais filan- trópicos e privados que fazem os mesmos procedimentos. car mais dinheiro com a atual gestão do sistema, porque O privado recolhe impostos, o filantrópico não. É preciso analisar até que ponto essa renúncia não é desnecessária falta governança pública. O sr. concorda com essa teoria? em um país ainda pobre, como o nosso. Como já disse um Yussif Ali Mere Jr – Bem, os serviços de saúde pres- grande economista: “Não existe almoço grátis”. E preci- samos partir desse princípio. Hoje, não existe tratamento tados em hospitais públicos são quatro ou cinco vezes homogêneo, o governo dá complementação financeira mais caros do que os mesmos serviços oferecidos nos para quem ele quer. É claro que também sou a favor da hospitais privados. A estabilidade do funcionalismo desoneração da folha de pagamento, dos medicamentos, público e a falta de meritocracia acabam desmotivan- dos equipamentos, enfim, da redução dos tributos para do os profissionais, que prestam serviços muito ruins. o setor de saúde. Temos uma carga tributária exorbitante Também sabemos que do dinheiro liberado pela esfera pelo pouco que retorna à sociedade. federal, menos da metade chega à ponta, por desvios e manutenção de estruturas caras e desnecessárias. Por- tanto, o que existe hoje é a má gestão do poder público, não do setor privado. É comum assistirmos a licitações para compra de equipamentos caros em hospitais uni- versitários, por exemplo, sem que a estrutura física es- teja pronta. E o equipamento fica parado. As emendas parlamentares são outro problema. O deputado vai a uma cidade e resolve trazer para o local um serviço de oncologia, que custa R$ 5 milhões. E ele leva, só que não tem lugar apropriado para a prestação do serviço e nem profissionais. Quando a gente fala em injetar mais recursos na saúde, não é no serviço público. É para re- munerar adequadamente os procedimentos feitos pela iniciativa privada. 46

Anuário Brasileiro da Saúde - O sr acha que remu- Anuário Brasileiro da Saúde – É possível reverter nerando os prestadores adequadamente os resultados esse quadro? seriam diferentes? Yussif Ali Mere Jr – A solução é o pacto federativo, Yussif Ali Mere Jr – Completamente. A saúde é o que é bem difícil. A gente precisa de políticos que ajudem único setor da economia que entrega o serviço abaixo do o Brasil a se transformar efetivamente em uma República custo. Continuamos entregando porque temos criativida- Federativa. Como nos EUA, que têm estados com leis e de e porque o governo às vezes complementa a verba de situações diferentes. Lá, o presidente não pode interferir um ou outro estabelecimento. Por isso que dificilmente em muitos casos. Aqui ele pode tudo. O Estado fica re- vemos hospitais privados lucrativos atendendo ao SUS. fém. Quando se propõe uma reforma tributária, não se Existem serviços privados de algumas especialidades que consegue alinhar todos os interesses, porque o governo atendem SUS, nas quais a tabela ainda é razoável, pelo federal é o primeiro a defender o interesse dele. menos impede que eles quebrem. Aos que defendem que não se invista mais em saúde porque falta gestão, pergun- Quando se propõe uma reforma to: Por que? Nós, cidadãos, estamos injetando recursos tributária, não se consegue alinhar num governo que sabemos que é corrupto. É verdade que não fazemos isso de livre e espontânea vontade. A gente todos os interesses, porque injeta porque o nome já diz: é imposto. o governo federal é o primeiro Anuário Brasileiro da Saúde – São Paulo é o Estado a defender o interesse dele que detém o maior volume de recursos financeiros tan- to na saúde suplementar quanto no SUS. Aqui estão Anuário Brasileiro da Saúde – E como o sr. vê a atua- localizadas as ilhas de excelência da saúde no Brasil. ção das agência reguladoras no Brasil? O sr. acredita que o governo federal, as agências regu- ladoras, dão ao Estado a importância que ele merece? Yussif Ali Mere Jr – É uma politização total. O pacto federativo passa pelas agências, que hoje estão politizadas, Yussif Ali Mere Jr - Não, porque São Paulo é um Es- quando deveriam ser órgãos independentes. tado que faz oposição ao governo federal há 12 anos. E, infelizmente, o governo federal quer colocar uns contra Anuário Brasileiro da Saúde – No setor saúde exis- os outros. Quando você tem um sistema político, uma tem entidades que representam todos os elos da ca- conjuntura política como essa é difícil. Torna-se ainda deia. Por que hoje não existe um discurso unificado mais difícil porque nós não temos um pacto federativo. O de interesse comum a todos esses atores para defender governo federal, equivocadamente, não sabe usar o poder esses pleitos junto ao governo federal? de São Paulo para o bem do Brasil. Eles querem atrapa- lhar o Estado, e não sabem que atrapalhando São Paulo Yussif Ali Mere Jr – Esse discurso unificado não existe atrapalham o Brasil. É uma questão de potencialização. porque não temos um diagnóstico unificado. O governo Temos que ter um pacto federativo, o poder central não e a ANS também não contribuem para fomentar o diálo- pode mandar em tudo como é hoje. Eles ficam com 70% go e isso faz com que cada um lute por uma coisa. A in- da arrecadação e distribuem como querem. Essa é uma dústria farmacêutica, para desonerar o valor do produto, visão muito tacanha da nossa política. o que é bom pra nós, sem dúvida, mas ela luta por aquilo e só. Temos que lutar pelo setor como um todo. E, para isso, precisamos amadurecer. 47

Plataforma internacional para negócios, atualizaçao e relacionamento do mercado de saúde Encontro anual dos principais decisores, líderes e estrategistas HOSPITALAR Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Laboratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios é o mais importante evento do setor de saúde das Américas. Em cada edição, a HOSPITALAR se consagra como ponto de encontro com as principais lideranças nacionais e internacionais, profissionais, empresários e os mais importantes decisores da saúde. O evento é uma interface apresentando as mais modernas novidades em lançamentos, tecnologias, produtos e soluções, com debates que impactam na saúde mundial. Fórum HOSPITALAR: troca de conhecimento e atualizaçao profissional

As mais importantes instituições de todo o Brasil fortalecem a qualidade do Fórum HOSPITALAR Rede de conectividade e integração da cadeia de saúde 1250 empresas de 37 países 90 mil visitas profissionais de 74 países Mais de 60 eventos no Fórum HOSPITALAR Acordos entre os principais players do segmento Networking Negócios Visibilidade Atualização A HOSPITALAR Feira e Fórum é uma verdadeira ferramenta Save the date na promoção de relacionamentos, desenvolvimento de HOSPITALAR 2014 negócios e parcerias, incentivando importantes alianças e 20 a 23 de maio • Expo Center Norte acordos, entre os principais players do segmento. (11) 3897.6199 / (11) 3199.6100 [email protected] Como Fórum setorial, a feira reúne em mais de 60 www.hospitalar.com @hospitalarfeira /hospitalar congressos, a elite nacional e internacional de pensadores, especialistas, estrategistas e dirigentes. A programação atualizada dos congressos, eventos simultâneos, workshop´s, jornadas e reuniões setoriais possibilita intensa discussão que fomenta na melhoria e desenvolvimento da gestão pública e privada da saúde. Um empreendimento Promoção, Gestão e Realização

IEPAS ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE 2013 50


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