Painel Abramed 2021 - O DNA do Diagnóstico

Publicação Anual | nº 4 PAABIRNAEMLED O DNA do diagnóstico 2021

Destaques Abramed $ Receita Receita bruta do mercado de medicina diagnóstica 2020 Saúde Suplementar Abramed 32,1 BILHÕES 13,9 BILHÕES 2021 35,1 BILHÕES 16,1 BILHÕES ESTIMATIVA Despesa $ Total da despesa assistencial na saúde suplementar 2020 165,8 Proporção das despesas com exames BILHÕES 20,8% 19,4% 21,1% 2021 193,8 2019 2020 2021 ESTIMATIVA BILHÕES Empregos (2020) O setor de medicina diagnóstica foi responsável pela manutenção de 12% 275,7MIL 84,4MIL dos empregos na área Postos de trabalho Pessoas empregadas de saúde estão vinculados pelas empresas associadas à medicina diagnóstica. à Abramed Participação (2020) Participação das associadas à Abramed na quantidade de exames realizados 70,6% 29,4% 58,9% 41,1% Outros no Brasil Total Abramed Total Abramed na Outros laboratórios no Brasil Saúde Suplementar 915,7 2021 900,5 532,8 MILHÕES ESTIMATIVA MILHÕES MILHÕES SUS Saúde Suplementar Associadas Abramed Procedimentos com finalidade diagnóstica (2020) 783 461,6 785,6 MILHÕES MILHÕES MILHÕES Saúde Suplementar Associadas Abramed SUS NOTA: 2021 CONSIDERA OS SEIS PRIMEIROS MESES DO ANO.

Fontes de Receita Estabelecimentos Pacientes (2021) (2021) Em 2021as associadas atenderam 54,3% Planos As empresas associadas à Abramed mais de 36 milhões de pacientes de saúde possuem: 37,2% 62,8% 24,3% Lab to lab 469 Centrais de Homens Mulheres 15,2% Particulares Imagem 5,3% Público 83 Centrais de Taxa de No Show Execução 16,3% (2021) 275 Laboratórios em Hospitais 1.754 Postos de Coleta Acesso Glosa e Prazo Gestão (2021) Médio (2021) de Qualidade 17,8% Percentual médio de glosa mensal 96,2% dos exames foram 3,8%Inicial Percentual médio retirados ou 2,1%Final de médicos acessados pela 1,7%Não Paga com título internet de especialistas Prazo médio de recebimento das nas empresas 4,1% operadoras de planos de saúde associadas dos exames não 34 a 53 dias foram acessados Investimentos Equipamentos Satisfação (2021) (2021) Net Promoter 4,2% Equipamentos de em 2019 Score diagnóstico por imagem (NPS) da receita em investimentos 2.815 80,6% Distribuídos (2021) principalmente em: Máquinas e equipamentos, imóveis e reformas e P&D

009 Conselho de Administração 010 Carta ao leitor 012 A Abramed 1 019 POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA 020 População 030 Projeção da população 032 Demografia 032 Envelhecimento populacional 036 Exames necessários para um diagnóstico rápido e preciso - Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) 043 Fecundidade, natalidade e mortalidade 044 Expectativa de vida ao nascer 046 Mortalidade e morbidade 2 051 CONJUNTURA ECONÔMICA 059 Atividade econômica 064 Mercado de trabalho 3 071 MERCADO DE SAÚDE 085 Despesa assistencial com SUPLEMENTAR NO BRASIL exames complementares 074 Operadoras 090 Beneficiários 078 Desempenho econômico- 097 Distribuição por região e financeiro porte populacional 080 Sinistralidade 100 Taxa de cobertura 082 Prazo médio de pagamento 106 Hospitais e leitos 084 Promoção da saúde e 110 Demografia médica 113 Gasto total em saúde prevenção de riscos e 118 Incorporação de doenças procedimentos diagnósticos

sumário 4 123 O SETOR DE MEDICINA DIAGNÓSTICA 126 SADT e Unidades de apoio diagnóstico 137 Tendências e desafios do mercado de medicina diagnóstica 146 Equipamentos de diagnóstico por imagem 159 Médicos com atuação na medicina diagnóstica 162 Mercado de trabalho no setor de medicina diagnóstica 166 Saúde Suplementar 172 Diagnóstico precoce 174 Sistema Único de Saúde (SUS) 5 181 COVID-19 182 Radiografia da pandemia 184 O papel do setor de medicina diagnóstica 186 Perfil epidemiológico 194 O diagnóstico da Covid-19 205 Medidas de prevenção 207 Impactos no setor de medicina diagnóstica 214 O papel das agências reguladoras 216 Utilização dos planos de saúde 6 225 PAINEL ABRAMED 281 ASSOCIADAS 227 Perfil institucional ABRAMED 239 Recursos humanos 246 Produção assistencial 255 Avaliação dos serviços 260 Desempenho econômico- financeiro 269 Governança corporativa 275 Metodologia de trabalho 276 Bibliografia

Editor Wilson Shcolnik | Presidente do Conselho de Administração | Abramed Conselho Abramed Ademar Paes Júnior | Clínica Imagem Cesar Nomura | Hospital Sírio-Libanês Claudia Cohn | Dasa Eliezer Silva | Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein Leandro Figueira | Alliar Médicos À Frente Lídia Abdalla | Sabin Medicina Diagnóstica Wilson Shcolnik | Grupo Fleury Conteúdo e Redação Álvaro Almeida | Abramed Direção de Projeto Juliane Trevisan | Mf Marketing & Business Advisor Projeto Gráfico Laika Design Fotografia Shutherstock, Pexel e Unsplash Impressão Fly Print

Conselho de “O Painel Abramed tornou- Administração se referência na inteligência de dados para o setor. A “O painel Abramed se tornou publicação é uma valiosa uma referência de dados e ferramenta de consulta que informações de qualidade. auxilia a tomada de decisões Importante para tomadas de mais assertivas nas instituições.” decisões estratégicas.” Ademar Paes Júnior Cesar Nomura CLÍNICA IMAGEM HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS “Uma das realizações de que mais me orgulho de ter “A consolidação dos dados construído com o grupo de oferecidos no DNA do associados, o Painel Abramed Diagnóstico proporciona já é esperado pelo segmento informações relevantes que da saúde. Oferece uma ampla podem dar sustentação aos visão, clara e acessível, do planejamentos das empresas, setor diagnóstico, e possibilita bem como demonstra os avaliação de impactos que nos impactos sociais da atividade permitem construir as pontes setorial.” para o futuro da saúde no Eliezer Silva Brasil.” Claudia Cohn SOCIEDADE BENEFICENTE DASA ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN “O Painel Abramed é um trabalho consistente que “Encerramos 2021 com a conquistou o respeito da sensação de dever cumprido. sociedade. Nos dias de hoje, a Vimos a evolução e o valor citação de dados do Painel dá indiscutível da medicina inequívoca credibilidade aos diagnóstica, que, sem dúvida, textos e seus autores.” foi grande protagonista diante Leandro Figueira das adversidades para entregar saúde e qualidade de vida à ALLIAR MÉDICOS população. Vivemos um ano À FRENTE intenso de aprendizados, que nos fortaleceram para iniciar “Superando todos os desafios este novo ciclo ainda mais trazidos pela pandemia, com unidos e prontos para novos essa publicação a Abramed desafios, muitas descobertas e demonstra a importância da grandes conquistas.” medicina diagnóstica, que a Lídia Abdalla cada dia se profissionaliza, se moderniza e cumpre seu SABIN MEDICINA papel oferecendo serviços que DIAGNÓSTICA contribuem para o cuidado qualificado da saúde dos brasileiros.” Wilson Shcolnik GRUPO FLEURY 9ABRAMED PAINEL ABRAMED

Carta ao leitor HÁ QUASE DOIS ANOS OBSERVAMOS O INÍCIO E CONSEQUENTE DISSEMINAÇÃO DA COVID-19, QUE ALCANÇOU TODOS OS 5.570 MUNICÍPIOS DO PAÍS, COM IMPACTOS SEM PRECEDENTES NO SISTEMA DE SAÚDE DO PAÍS. Desde então, a realização dos testes para de- lares do aumento da qualidade e expectativa tecção da covid-19 com exatidão e de alta de vida da população nas últimas décadas. A qualidade foram primordiais para conter e expectativa de vida ao nascer apresentou ga- controlar o avanço da pandemia no Brasil e nhos expressivos graças ao desenvolvimento no mundo, em sintonia com o desenvolvi- da medicina e isso é indiscutível. mento e o avanço da vacinação da população. Somente a partir da testagem das pessoas foi A rejeição dos princípios básicos do trabalho possível decidir quais ações deveriam ser to- científico não devem ser substituídos por ide- madas e, principalmente, aprimorar a gestão ais controversos e refutáveis, que colocam em da saúde populacional. Nesse sentido, as as- risco a saúde da população. Ao contrário, no sociadas à Abramed intensificaram a oferta e setor de medicina diagnóstica, por exemplo, a capacidade de realização de testes e de pro- o surgimento de novas tecnologias influen- cessamento de amostras enviadas aos Labora- ciam positivamente na qualidade, celeridade tórios de Referência. e exatidão do diagnóstico, elevando conside- ravelmente as chances de controle e cura de Convivemos com um dos piores males no inúmeras doenças. enfrentamento à doença: o negacionismo e o descrédito do valor da ciência no manejo Há muitas décadas os exames de diagnóstico clínico dos pacientes. Não obstante, a indi- laboratoriais e de imagem têm um papel fun- cação de tratamentos sem evidência de efi- damental no ciclo de cuidados do paciente e, cácia, o estímulo contrário às medidas de recentemente, e isso foi reforçado no enfren- isolamento social e o desincentivo ao uso das tamento da covid-19 no país. A capacidade de máscaras caracterizaram os desdobramentos detectar o vírus foi essencial para determinar da pandemia no país. O desenvolvimento se uma pessoa estava infectada e muitos ou- científico e tecnológico observados no setor tros exames serviram para auxiliar na indica- de saúde, entre outros fatores, tem sido os pi- ção e gerenciamento do tratamento clínico, 10 PAINEL ABRAMED ABRAMED

além de poder conduzir o manejo dos casos e um panorama exclusivo do setor de medicina auxiliar nas medidas de isolamento necessá- diagnóstica no Brasil. A cada edição apresen- rias para prevenir a disseminação mais rápida tamos conteúdo inédito e indicadores seto- na população. riais que cooperam para destacar ainda mais a relevância do setor de medicina diagnóstica Desde o surgimento da pandemia, o setor no ciclo de cuidados ao paciente. atuou no desenvolvimento de testes molecu- lares recomendados pela Organização Mun- É imprescindível reconhecer a todos que nos dial da Saúde (OMS). Os exames de imagem, acompanharam e colaboram com o desenvol- como as tomografias computadorizadas, vimento do setor ao longo dessa jornada: as so- também foram essenciais para diagnosticar e ciedades científicas, parceiras primordiais no monitorar casos mais graves que implicaram nosso trabalho, representadas aqui pelo Colé- insuficiência respiratória, com outros exa- gio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por mes laboratoriais. Continuamente, inúmeras Imagem (CBR); Sociedade Brasileira de Aná- ações foram realizadas para aprimorar os mé- lises Clínicas (SBAC); Sociedade Brasileira de todos diagnósticos e facilitar o acesso à po- Patologia (SBP); Sociedade Brasileira de Pato- pulação brasileira. A cooperação dos diversos logia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ agentes foi essencial para o avanço e conso- ML); Sociedade Paulista de Radiologia (SPR); lidação das medidas necessárias ao enfrenta- além das demais entidades e autarquias repre- mento da pandemia. sentativas do setor de saúde. Apesar do panorama geral complexo e desa- Agradeço aos membros do nosso Conselho fiador, em 2020 e 2021, o setor de medicina de Administração pela diligência e orien- diagnóstica continuou investindo em novas tação na busca pelo cumprimento da nossa tecnologias e formas de atendimento para missão institucional. Agradeço também aos ofertar soluções de diagnóstico laboratorial colaboradores da Abramed pelo empenho e e de imagem, acelerar ainda mais a transfor- resultados alcançados no último ano. mação digital, a automação de processos, a utilização das tecnologias de inteligência Wilson Shcolnik artificial, internet das coisas, entre tantas Presidente do Conselho de Administração outras, sempre visando fornecer serviços de Abramed excelência que contribuem para o melhor cuidado da saúde. 11ABRAMED PAINEL ABRAMED O “Painel Abramed – O DNA do Diagnósti- co” fortalece o compromisso com a transpa- rência setorial e apresenta em sua 4ª edição

A Abramed A ABRAMED REPRESENTA INSTITUIÇÕES LÍDERES NO MERCADO DE MEDICINA DIAGNÓSTICA, RECONHECIDAS PELA ALTA QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E EXCELÊNCIA EM PRÁTICAS DE GESTÃO NO MERCADO, GOVERNANÇA, COMPLIANCE E RESPONSABILIDADE CORPORATIVA. SUA ATUAÇÃO É GERIDA POR PRINCÍPIOS COERENTES ÀS NORMAS LEGAIS, TÉCNICAS E ÉTICAS. SÃO PILARES DA ABRAMED: 12 PAINEL ABRAMED ABRAMED

Garantir o foco na atenção ao paciente. Exercitar o diálogo e a troca Influenciar o mercado na de conhecimento técnico, defesa de comportamentos científico e de gestão com éticos e transparentes. as empresas associadas e demais atores da cadeia da saúde. Dialogar e estabelecer Defender os interesses agendas positivas com as das associadas, sempre sociedades científicas do dentro de uma conduta setor. ética e de melhores práticas em compliance. Representar o segmento de Atuar de maneira objetiva e medicina diagnóstica perante coesa em temas referentes órgãos governamentais e à saúde suplementar no regulatórios. Brasil, contribuindo para sua permanente melhoria. 13ABRAMED PAINEL ABRAMED

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Ética e a Abramed Compreendendo o sentido literal da palavra A Abramed está ética – do grego ethos, significa “costume”, comprometida com conjunto de princípios, valores morais e de a transparência conduta de um indivíduo ou de grupo social e a integridade ou de uma sociedade –, parece simples o en- setorial. tendimento quando aplicado a qualquer seg- mento, inclusive na saúde, nos quais todos os Para isso, a Abramed, comprometida com as atores do setor deveriam se valer de práticas questões éticas de todos os envolvidos na ca- que propiciassem o pleno alcance da excelên- deia produtiva de saúde, criou importantes cia assistencial e a máxima segurança do pa- ferramentas que contribuem com o suporte ciente. e monitoramento do cumprimento de práti- cas voltadas primordialmente ao interesse dos Alcançar um sólido comprometimento com a pacientes, mantendo debates em torno desse transparência e a integridade, em um segmen- tema em seus fóruns. to com interações complexas, nem sempre sinérgicas, provenientes dos setores público e 15ABRAMED PAINEL ABRAMED privado, além de informações desiguais entre provedores, financiadores e usuários, exige a adoção de hábitos que mantenham as empre- sas e instituições em conformidade com leis, normas e regulamentos e, principalmente, com os valores propagados na sua missão. No âmbito setorial, práticas de compliance no segmento de medicina diagnóstica contri- buem para um mercado mais justo e susten- tável, com empresas éticas e perenes, gerando melhores resultados na assistência à saúde da população.

Iniciativas Abramed Comitê de Ética Com o objetivo de estimular o setor de me- dicina diagnóstica a adotar políticas e pro- cedimentos que garantam uma atuação ética e em conformidade com as normas legais, a Abramed formou seu Comitê de Ética, que atua no direcionamento e aprovação de po- líticas e diretrizes de compliance no âmbito associativo, bem como na apuração de even- tuais relatos de infrações. Código de Canal de Conduta Denúncias Primeiro código de conduta do setor de me- Canal exclusivo (www.canaldedenuncia.com. dicina diagnóstica, lançado pela Abramed br/abramed) para comunicação segura e anô- em 2017, a publicação orienta, incentiva e nima de ações que violem o Código de Con- exige de suas associadas comportamentos e duta, as boas práticas da Abramed ou a legis- práticas que inspirem todos os elos da cadeia, lação vigente. As denúncias são encaminhadas contribuindo diretamente para que as insti- ao Comitê de Ética para análise e deliberação tuições de saúde se responsabilizem pelas de encaminhamento, que pode compreender práticas e pelo fornecimento de informações orientação ao associado, ou até mesmo, em qualificadas aos seus pacientes, estimulando, casos mais graves, medidas punitivas a serem assim, os desfechos desejados dos cuidados definidas por meio de parcerias com entida- em saúde. des especializadas. 16 PAINEL ABRAMED ABRAMED

Práticas de Cartilha de compliance no Compliance – segmento Guia de Boas de medicina Práticas para o diagnóstica Setor de Medicina contribuem para Diagnóstica um mercado mais justo e sustentável. Mais recente iniciativa da instituição, a car- tilha foi desenvolvida para que associadas e Regulamento demais empresas do setor de medicina diag- de Práticas nóstica tenham informação simplificada e Concorrenciais objetiva sobre o processo de criação de um programa de compliance, por onde começar e Conjunto de normas que esclarecem aos co- quais pontos devem ser trabalhados. laboradores da Associação e seus associados o que pode ser discutido e como tratar assuntos Comitê de setoriais em âmbito associativo, pontuando Governança, Ética inclusive temas que não são passíveis de abor- e Compliance dagem, como informações concorrencialmen- te sensíveis. Formado por integrantes das empresas asso- ciadas, o grupo tem por finalidade a discussão Regimento e avaliação de ações que visem disseminação, Antitruste capacitação e treinamento de códigos, normas e questões éticas no setor de medicina diag- Regras para proteger associadas frente à legis- nóstica. lação de defesa da concorrência. 17ABRAMED PAINEL ABRAMED

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População e Demografia 01 19PAINEL ABRAMED

01.1 POPULAÇÃO EM MARÇO DE 2020, A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) DECLAROU A PANDEMIA DE COVID-19, DOENÇA PROVOCADA PELO VÍRUS SARS-COV-2. Na ocasião, cerca de 150 mil pessoas haviam sido cerca de 213,3 milhões de habitantes2 e man- infectadas e 4,6 mil óbitos registrados. Aproxi- tém a trajetória de desaceleração no ritmo madamente um ano e meio depois do início da de crescimento, iniciada a partir da década pandemia, os números globais indicavam mais de 1960. Desde então, a taxa média de cresci- de 226 milhões de infectados e 4,7 milhões de mento geométrico passou de 3,04% ao final da mortes1. Além dos aspectos epidemiológicos e década de 1960 para 1,02 ao final dos ultimos sanitários, a pandemia provocou diversas alte- dez anos, registrando a menor variação regis- rações no âmbito social, econômico, entre ou- trada desde o início da série histórica, em 1872. tros, especialmente, nas projeções populacio- Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e nais e demográficas. Os dados populacionais Estatística (IBGE) “os efeitos da pandemia da raramente apresentam variações significativas covid-19 no contingente populacional não fo- no curto prazo, especialmente entre um ano e ram incorporados, devido à ausência de novos outro. dados de migração, além da necessidade de consolidação dos dados de mortalidade e fe- A população brasileira cresceu mais de sete cundidade, fundamentais para se compreen- vezes nos últimos cem anos. Em 2021, totalizou der a dinâmica demográfica como um todo”. 1 Covid-19 Dashboard by the Center for Systems Science and Engineering (CSSE) at Johns Hopkins University (JHU). Extraído em 1/8/21. 2 IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Estimativas da população residente no Brasil e unidades da Federação com data de referência em 1º de julho de 2021. 20 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

A população brasileira cresceu mais de 7 vezes nos últimos cem anos. GRÁFICO POPULAÇÃO (EM MILHÕES) E TAXA DE CRESCIMENTO ANUAL - BRASIL (EM % – 1960/2021) 1 FONTE: IBGE. DIRETORIA DE PESQUISAS - DPE - COORDENAÇÃO DE POPULAÇÃO E INDICADORES SOCIAIS - COPIS. EXTRAÍDO EM 1°/9/21. ELABORAÇÃO ABRAMED. 3,04 2,89 2,48 1,98 169,8 190,8 211,8 213,3 70,1 93,1 119,0 144,8 1,60 1,17 1,05 1,02 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2021 População Taxa de Crescimento Anual 21POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

A pandemia de covid-19 impactou o cresci- O crescimento mento vegetativo da população em 2020. Os vegetativo da dados demonstram um aumento da morta- população em lidade e uma redução mais acentuada no nú- 2020 foi impactado mero de nascimentos. Em 2021, o país poderá pela pandemia do registrar pela primeira vez mais mortes do que novo coronavírus. nascimentos em um ano, com impactos diretos na projeção e expectativa de vida da população. GRÁFICO ÓBITOS E NASCIMENTOS NO BRASIL EM MILHÕES (2015/2021) 2 Fonte: Registro Civil – Portal da Transparência. Extraído em 1°/8/21. Elaboração Abramed. Nota: 2021 considera os dados disponíveis até julho. 2,4 2,5 2,6 2,8 2,8 2,6 1,5 1,5 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,1 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Óbitos Nascimentos Esse fenômeno foi observado nos estados do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, onde o número de óbitos foi superior ao de nasci- mentos nos sete primeiros meses de 2021. Ou- tros estados mais populosos como São Paulo e Minas Gerais apresentaram elevada proporção de óbitos. 22 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

TABELA POPULAÇÃO, ÓBITOS E NASCIMENTOS POR REGIÃO E UF (BRASIL - 2021) 1 Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS. Elaboração Abramed. Nota: ¹Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2021. Região Estado População¹ Nascimentos Óbitos Saldo NORTE Rondônia 18.906.962 158.466 59.183 99.283 Acre 1.815.278 14.067 9.209 4.858 NORDESTE Amazonas 906.876 9.195 3.606 5.589 Roraima 4.269.995 42.260 16.951 25.309 Pará 652.713 6.130 1.881 4.249 Amapá 8.777.124 66.542 19.519 47.023 Tocantins 877.613 9.049 2.372 6.677 1.607.363 11.223 5.645 5.578 57.667.842 416.994 236.625 180.319 55.716 20.017 35.699 Maranhão 7.153.262 18.736 9.346 9.380 67.075 40.939 26.136 Piauí 3.289.290 23.658 13.941 9.717 33.152 21.206 11.946 Ceará 9.240.580 71.164 47.470 23.694 26.029 12.995 13.034 Rio Grande do Norte 3.560.903 18.058 9.844 8.214 103.366 60.867 42.499 Paraíba 4.059.905 601.664 538.274 63.390 Pernambuco 9.674.793 143.310 119.628 23.682 31.187 20.841 10.346 Alagoas 3.365.351 110.649 112.996 - 2.347 316.518 284.809 31.709 Sergipe 2.338.474 218.266 182.648 35.618 Bahia 14.985.284 84.716 69.089 15.627 58.073 37.415 20.658 SUDESTE 89.632.912 75.477 76.144 - 667 21.411.923 Minas Gerais 4.108.508 218.266 182.648 35.709 Espírito Santo 17.463.349 25.326 16.018 9.308 Rio de Janeiro 46.649.132 31.790 16.516 15.274 São Paulo 45.719 35.579 11.140 58.770 13.470 15.300 SUL 30.402.587 1.526.945 1.097.313 429.632 Paraná 11.597.484 Santa Catarina 7.338.473 Rio Grande do Sul 11.466.630 CENTRO-OESTE 16.707.336 BRASIL Mato Grosso do Sul 2.839.188 Mato Grosso 3.567.234 Goiás 7.206.589 Distrito Federal 3.094.325 213.317.639 23POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

A população no país está distribuída no terri- Essa irregularidade na distribuição impõe um tório de forma irregular, considerando aspectos desafio enorme no acesso aos serviços de saúde históricos, principalmente aqueles associados devido à existência de diversos locais isolados e ao desenvolvimento socioeconômico de cada desprovidos de infraestrutura mínima necessá- região. Observam-se no Sudeste 89,6 milhões ria para manutenção e viabilidade econômico- de habitantes, o que representa 42% da popu- -financeira desses serviços. São os denominados lação, distribuída por 1.668 municípios. No “vazios assistenciais” Nordeste são 57,7 milhões de habitantes, com 27% da população distribuída em 1.794 muni- cípios. Essas duas regiões concentram mais de dois terços da população do país em junho de 2021, enquanto as demais regiões, Sul, Norte e Centro-Oeste, concentram 30,9% da população em 2.108 municípios do país. TABELA DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE, MUNICÍPIOSE DENSIDADE POPULACIONAL SEGUNDO A REGIÃO (QUANTIDADE E DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL – 2 BRASIL – 2021) Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS. Elabo- ração Abramed. Nota: ¹Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2021. Região População1 Distribuição % Municípios Distribuição % Densidade Centro-Oeste 16.707.336 7,8 467 HABITANTES POR KM2 Nordeste 57.667.842 27 1.794 Norte 18.906.962 8,9 450 8,4 10,4 Sudeste 89.632.912 42 1.668 Sul 30.402.587 14,3 1.191 32,2 37,2 Brasil 213.317.639 100 5.570 8,1 4,9 29,9 96,9 21,4 53,9 100 25,1 A ocupação dos municípios no país concen- parte da atividade econômica e os setores tra-se principalmente nas áreas litorâneas mais intensivos na utilização da mão de (áreas escuras do mapa), com extensão de obra. Enquanto as demais áreas do interior aproximadamente 520 quilômetros rumo ao apresentam densidade populacional menor, interior. Trata-se das primeiras áreas ocu- sendo ocupadas essencialmente por ativida- padas no início do processo de colonização des como agropecuária e mineração, menos do país e, desde então, concentram a maior intensivas na utilização de mão de obra. 24 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

MAPA DENSIDADE POPULACIONAL POR MUNICÍPIO (BRASIL - 2021) 1 Fonte: IBGE. Elaboração Abramed. Densidade populacional (habitanntes por km2) Até 5 5 – 10 10 - 15 15 - 20 20 - 25 25 - 30 30 - 45 45 - 70 70 - 150 > 150 25POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

No início da pandemia da covid-19, a densida- Oferta dos serviços de demográfica havia sido apontada, equivoca- de saúde é desigual damente, como variável importante na disse- e regionalizada. minação do vírus nos municípios densamente habitados. No entanto, verificou-se que as re- giões periféricas e de baixa renda foram muito mais vulneráveis à pandemia, logo a densidade teria pouco impacto na disseminação do co- ronavírus. Fatores socioeconômicos, demográ- ficos e de infraestrutura de saúde influenciam em maior risco de avanço da doença. A organização e oferta dos serviços de saúde no Brasil é regionalizada e depende essencial- mente das economias de escala para viabilizar a existência de uma rede assistencial. Essas eco- nomias estão diretamente associadas, entre ou- tros fatores, ao porte populacional dos muni- cípios. Nesse sentido, observa-se que a maioria dos municípios do país (3.770 – 67,7%) tem até 20 mil habitantes e abriga 14,8% da população, correspondente a 31,6 milhões de habitantes. O mapa a seguir ilustra nas áreas mais escuras os municípios com até 20 mil habitantes, e nas áreas mais claras os municípios com população acima de 20 mil habitantes. 26 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

MAPA MUNICÍPIOS COM ATÉ 20 MIL HABITANTES (ÁREAS ESCURAS DO MAPA) E ACIMA DE 20 MIL HABITANTES (BRASIL - 2021) 2 Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS. Elaboração Abramed. Nota: Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2021. Municípios Acima de 20 mil – 1.800 (32,3%) Até 20 mil – 3.770 (67,7%) 27POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

Os demais municípios do país (1.800 – 32,3%) têm mais de 20 mil habitantes e contemplam 85,2% da população, o que representa 181,7 mi- lhões de habitantes. Outro fato relevante é que apenas 49 municípios (0,9%) têm 31,9% da po- pulação, equivalente a 68 milhões. Essas dispa- ridades na distribuição populacional acentuam as diferenças na oferta dos serviços de saúde. Nesse sentido, a oferta dos serviços de medici- na diagnóstica nos municípios com até 20 mil habitantes corresponde a 13,5%. TABELA DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE E MUNICÍPIOS SEGUNDO A FAIXA DE HABITANTES (QUANTIDADE E DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL - BRASIL - 2021) 3 Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS. Elabo- ração Abramed. Nota: ¹Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2021. Habitantes População % % Acumulada Municípios % % Acumulada Até 5.000 4.184.620 22 1.250 22,4 22,4 46 1.201 21,6 44 De 10.001 a 20.000 8.576.898 8,8 14,8 1.319 23,7 67,7 16 30,8 1.120 20,1 87,8 De 20.001 a 50.000 18.861.814 11,5 42,8 354 6,4 94,1 25,8 68,1 277 5 99,1 De 20.001 a 50.000 34.172.858 31,9 100 49 0,9 100 100 – 5.570 100 – De 50.001 a 100.000 24.498.937 De 50.001 a 100.000 54.999.084 De 100.001 a 500.000 68.023.428 Brasil 213.317.639 28 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

MAPA DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE POR MUNICÍPIO E REGIÃO (NÚMERO DE HABITANTES – BRASIL - 2021) 3 Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS. Elaboração Abramed. Nota: Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2021. Habitantes % de municípios Até 5.000 22,4 5.001 até 10.000 21,6 10.001 até 20.000 23,7 20.001 até 50.000 20,1 50.001 até 100.000 6,4 100.001 até 50.000 5,0 500.001 até 12 milhões 0,9 29POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

01.1.1 Projeção da população A PROJEÇÃO POPULACIONAL NO BRASIL INDICA REDUÇÃO NO RITMO DE CRESCIMENTO E A CADA ANO A POPULAÇÃO CRESCE MENOS. A estimativa é que a população cresça até 2047, Essa alteração na estrutura etária não deverá ser quando deverá alcançar 233 milhões. A partir impactada imediatamente pela covid-19. No en- de 2048, as taxas de crescimento geométrico tanto, novas projeções populacionais certamente serão negativas e haverá declínio populacional, serão alteradas considerando os desdobramentos com aproximadamente 228 milhões de habi- da pandemia no longo prazo. Assim, estima-se tantes ao final de 2060. Nesse cenário, proje- um aumento da demanda por serviços de saúde, ta-se um aumento da proporção de idosos (60 especialmente no setor de medicina diagnóstica, anos ou mais de idade), que representa 14,7% em virtude das alterações demográficas e dos (31,3 milhões) em 2021, e deverá alcançar 32,2% desdobramentos da covid-19 no estado de saúde (73,5 milhões) da população em 2060. da população. GRÁFICO PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO EM MILHÕES POR GRUPOS ETÁRIOS NO BRASIL (2010/2060) 3 Fonte: IBGE/Diretoria de Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Atualizado em 06/04/2020. Projeção da população do Brasil e Unidades da Federação por sexo e idade para o período 2010-2060. Elaboração Abramed. 213,3 228,3 122,4 109,3 75,5 59,6 45,5 31,3 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037 2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047 2048 2049 2050 2051 2052 2053 2054 2055 2056 2057 2058 2059 2060 60+ 0 - 19 20 - 59 Total 30 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

Projeções populacionais deverão ser alteradas considerando os desdobramentos da pandemia. Essa tendência se mostra presente na utilização dos serviços de saúde. Em 2021, observa-se uma proporção mais acentuada na realização de pro- cedimentos com finalidade diagnóstica e cirúr- gica, na população adulta e idosa. Tal fato reflete a prevalência de doenças crônicas e fatores de risco associadas a essas faixas etárias. GRÁFICO PROPORÇÃO DE PROCEDIMENTOS COM FINALIDADE DIAGNÓSTICA E CIRÚRGICA REALIZADOS NO SUS EM %, SEGUNDO A FAIXA ETÁRIA (2021) 4 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). Elaboração Abramed. 12 10 8 6 4 2 0 <1 1 - 4 5 - 9 10 - 14 15 - 19 20 - 24 25 - 29 30 - 34 35 - 39 40 - 44 45 - 49 50 - 54 55 - 59 60 - 64 65 - 69 70 - 74 75 - 79 80+ Procedimentos com Finalidade Diagnóstica Procedimentos Cirúrgicos 31POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

01.2 DEMOGRAFIA 01.2.1 Envelhecimento populacional UMA DAS CARACTERÍSTICAS MAIS MARCANTES DO SÉCULO 21 CERTAMENTE ESTÁ RELACIONADA ENVELHECIMENTO POPULACIONAL. A Assembleia Geral das Nações Unidas, prin- rada, principalmente nos países menos de- cipal órgão deliberativo e de representação e senvolvidos3. Em 2011, a população idosa so- formulação de políticas da Organização das mava 513 milhões, dez anos depois, em 2021, Nações Unidas (ONU), declarou o período de passou para 749 milhões. A estimativa é que 2021 a 2030 como a Década do Envelhecimen- alcance cerca de 1,7 bilhão em 2050 e respon- to Saudável. O envelhecimento da população da por 79,5% da população idosa no mundo. é um fenômeno novo na história, com desdo- Tal fato representa um enorme desafio socio- bramentos diferentes entre as nações. econômico, entre outros, considerando que grande parte da população nos países menos A quantidade e a proporção de pessoas com desenvolvidos não enriqueceu antes de en- 60 anos ou mais de idade entre a população velhecer, diferentemente do observado nos aumenta a cada ano e de forma mais acele- países desenvolvidos. 32 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

O envelhecimento populacional é um fenômeno recente na história da humanidade, com desdobramentos diferentes entre as nações. TABELA PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL, IDOSA (60+) E PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO IDOSA (PAÍSES SELECIONADOS – 1950/2100) 4 Fonte: United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Population Division (2019). World Population Prospects 2019, Online Edition. Rev. 1. Elaboração Abramed. Ano População China Índia Estados Japão Rússia Brasil Mundo 1950 /País Unidos 2021 102.799 2050 Total 554.419 376.325 158.804 82.802 7.891 53.975 2.536.431 2100 60+ 41.108 20.302 19.728 6.344 7,7% 2.627 202.158 Proporção 7,4% 5,4% 12,4% 7,7% 4,9% 8,0% 145.912 Total 1.444.216 1.393.409 332.915 126.051 33.432 213.993 7.874.966 60+ 258.372 144.322 77.520 43.611 22,9% 31.044 1.081.903 Proporção 17,9% 10,4% 23,3% 34,6% 135.824 14,5% 13,7% 41.495 Total 1.402.405 1.639.176 379.419 105.804 30,6% 228.980 9.735.034 60+ 485.489 319.918 106.904 46.480 126.143 67.361 2.079.639 Proporção 34,6% 19,5% 28,2% 43,9% 38.839 29,4% 21,4% 30,8% Total 1.064.993 1.447.026 433.854 74.959 180.683 10.875.394 60+ 402.781 480.728 144.872 32.245 72.386 3.069.620 Proporção 37,8% 32,2% 33,4% 43,0% 40,1% 28,2% 3 Less developed regions comprise all regions of Africa, Asia (except Japan), Latin America and the Caribbean plus Melanesia, Micronesia and Polynesia. 33POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

No Brasil, a dinâmica demográfica intensifi- Observa-se que o ritmo de envelhecimento cou e acelerou o processo de envelhecimento ocorreu de forma lenta na segunda metade populacional, resultando em elevada quanti- do século 20 e de maneira mais acelerada na dade e proporção da população idosa, na com- primeira metade do século 21. Essa trajetória paração com os demais grupos etários. Em deverá ser mantida até a segunda metade do 2021, o país apresentou a 6ª maior população século 21, e posteriormente entrará em declí- de idosos no mundo, cerca de 31,3 milhões, o nio. que corresponde a 14,5% da população. GRÁFICO PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO TOTAL, IDOSA (60+) E PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO IDOSA (EM% – BRASIL – 1950/2100) 5 Fonte: United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Population Division (2019). World Popula- tion Prospects 2019, Online Edition. Rev. 1. Elaboração Abramed. 250.000 45% 200.000 40% 150.000 35% 100.000 30% 50.000 25% -- 20% 15% 10% 5% 0% 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050 2055 2060 2065 2070 2075 2080 2085 2090 2095 2100 60+ Total Proporção As doenças crônicas não transmissíveis lação, principalmente na idosa. Mais da me- (DCNT) constituem o problema de maior tade da população no país com 18 anos ou magnitude na saúde e respondem pelo ele- mais relatam diagnóstico de pelo menos uma vado número de mortes prematuras, com doença crônica. repercussão na qualidade de vida da popu- 34 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

GRÁFICO PROPORÇÃO DE PESSOAS DE 18 ANOS OU MAIS QUE RELATAM DIAGNÓSTICO DE ALGUMA DOENÇA CRÔNICA FÍSICA OU MENTAL (EM % – BRASIL – 2019) 6 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Elaboração Abramed. Hipertensão Arterial 23,9 Problema Crônico de Coluna 21,6 Depressão Diabetes 10,2 Artrite ou Reumatismo 7,7 Outra Doença Mental 7,6 Doença do Coração 6,5 Asma 5,3 Cancêr 5,3 DORT 2,6 AVC 2,5 Doença do Pulmão 2 Insuficiência Renal Crônica 1,7 1,5 O envelhecimento da população está associado A incidência de doenças crônicas aumen- com a melhora generalizada nas condições de ta com a idade e acomete principalmente os saúde e o desenvolvimento da medicina. Nesse idosos. Assim, as consequências da dinâmica sentido, destaca-se a importância dos exames de demográfica provocam uma demanda cres- diagnóstico no ciclo de cuidados da saúde. Em cente por serviços de saúde. Estima-se que a diversas situações, os exames podem identificar requisição de exames de diagnósticos deverá uma condição de saúde antes da manifestação crescer 96% até 2050, em decorrência do en- dos sintomas, reduzindo os custos de tratamen- velhecimento populacional e das variações no to e proporcionando bem-estar ao paciente. nível de renda da população. 35POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

Exames necessários para um diagnóstico rápido e preciso - doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) Segundo a Organização Mundial de Saúde milhões de pessoas por ano, o que representa (OMS), as DCNT podem ser definidas como aproximadamente 71% de todas as causas de doenças de longa duração e silenciosas até a morte no mundo. A detecção precoce por meio manifestação dos primeiros sintomas. Elas re- dos exames de diagnóstico é um dos instru- sultam de diversos motivos, especialmente dos mentos capazes de auxiliar no gerenciamento e fatores de risco, como tabagismo, atividade físi- na orientação das políticas de saúde. No Brasil, ca insuficiente, desnutrição, obesidade e consu- mais da metade (52%) das pessoas com 18 anos mo exagerado de álcool. A combinação desses ou mais relatam diagnóstico de pelo menos fatores acarreta a mortalidade de cerca de 41 uma doença crônica4. Hipertensão nas faixas etárias mais avançadas, que geralmen- te são acometidas por doenças cardiovascula- As doenças cardiovasculares são responsáveis res. A pandemia prejudicou os atendimentos pela maioria das mortes associadas às DCNT, ambulatoriais durante o período de isolamento entre as quais, destaca-se a hipertensão arte- social. Como consequência, o número de exa- rial. Mais conhecida como pressão alta, atinge mes realizados para monitoramento da doença cerca de 23,9% da população brasileira acima diminuiu cerca de 54,5%, entre 2020 e 2019. de 18 anos, e até 62,1% das pessoas com 75 anos ou mais de idade. A hipertensão pode reduzir As doenças a expectativa de vida dos pacientes em até 40% cardiovasculares se não for controlada de forma adequada5. O são responsáveis diagnóstico se baseia essencialmente em duas pela maioria das medidas de pressão arterial: em uma situação mortes associadas de repouso e outra em condições ambientais, às DCNT. uma vez que fatores psicológicos, como o es- tresse, podem influenciar na pressão arterial. A MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial) é o exame indicado para au- xiliar no monitoramento da pressão arterial e pode prevenir graves doenças, especialmente 4 Pesquisa Nacional de Saúde 2019. 5 Organização Mundial de Saúde (OMS). 36 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

GRÁFICO NÚMERO DE EXAMES DE MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL DA PRESSÃO ARTERIAL (MAPA) POR FAIXA ETÁRIA NO BRASIL (SUS – 2016/2021) 7 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS). Extraído em 1°/9/21. Elabo- ração Abramed. Nota: A quantidade por faixa etária foi calculada considerando a proporção observada segundo a faixa etária e o total classificado como Não informada/não exigida e Total. QUANTIDADE 200.000 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 <1 1 - 4 5 - 9 10 - 14 15 - 19 20 - 24 25 - 29 30 - 34 35 - 39 40 - 44 45 - 49 50 - 54 55 - 59 60 - 64 65 - 69 70 -74 75 -79 80+ 2016 2017 2018 2019 2020 2021 (ATÉ JUN) A redução do número de exames poderá oca- sionar um aumento mais acelerado nos custos associados ao tratamento da doença, e medidas preventivas devem ser intensificadas. Trata-se de um exame de baixo custo, com valor médio estimado de R$ 109,19, segundo dados da Agên- cia Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2019. A prevenção e detecção precoce de do- enças, assim como a promoção da saúde, são fundamentais para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde, público ou privado. No SUS, as estimativas de custos atribuíveis à hi- pertensão arterial para hospitalizações, proce- dimentos ambulatoriais e medicamentos em adultos, totalizaram cerca de R$ 2 bilhões, no ano de 20186. 6 Custos atribuíveis a obesidade, hipertensão e diabetes no Sistema Único de Saúde, Brasil, 2018. 37POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

Redução do número de exames poderá ocasionar um aumento mais acelerado nos custos associados ao tratamento de diversas doenças. GRÁFICO NÚMERO DE EXAMES DE MONITORIZAÇÃO AMBULATORIAL DA PRESSÃO ARTERIAL (MAPA) COM DIABETES (SUS E SAÚDE SUPLEMENTAR - 8 2015/2019) EM MILHÕES Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) e Painel dos Dados do TISS - ANS Extraído em 1°/9/21. Elaboração Abramed. 1,7 1,7 1,2 1,4 1,2 1,3 0,9 1,1 1,1 0,6 2015 2016 2017 2018 2019 Saude Suplementar SUS 38 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

39POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

Diabetes mellitus 2019. No Brasil, a IDF estimou 16,8 milhões de brasileiros portadores da diabetes em 2019. Os Cientificamente denominada Diabetes mellitus, custos atribuíveis para hospitalizações, proce- é o mais frequente distúrbio que envolve o me- dimentos ambulatoriais e medicamentos em tabolismo de açúcares e é caracterizado pelo adultos no SUS foi de R$ 1,1 bilhão em 2018.7 aumento da taxa de glicose no sangue (hiper- glicemia). Trata-se de uma condição cada vez mais prevalente no Brasil e no mundo. Segun- do a Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), existem aproximadamente 463 milhões de diabéticos com idade entre 20 e 79 anos no mundo, principalmente nos países de média e baixa renda. Para 2045, estimam-se 700 milhões de pessoas portadoras da diabetes. Os gastos com a doença representam cerca de 10% do total das despesas médicas com adul- tos e foram equivalentes a US$ 760 bilhões em TABELA TOP 10 PAÍSES COM POPULAÇÃO ADULTA (20-79 ANOS) COM DIABETES (2019, 2030 E 2045) – EM MILHÕES 5 Fonte: IDF DIABETES ATLAS Ninth edition 2019 Rev. 1. Adaptação Abramed. 2019 NÚMERO 2030 NÚMERO 2045 NÚMERO DE PESSOAS DE PESSOAS DE PESSOAS RANK PAÍS COM RANK PAÍS COM RANK PAÍS COM DIABETES DIABETES DIABETES 1º China 1º China 1º China 2º Índia 116,4 2º Índia 140,5 2º Índia 147,2 3º Estados Unidos 77 3º Estados Unidos 101 3º Paquistão 134,2 4º Paquistão 31 4º Paquistão 34,3 4º Estados Unidos 37,1 5º Brasil 19,4 5º Brasil 26,2 5º Brasil 36 6º México 16,8 6º México 21,5 6º México 26 7º Indonésia 12,8 7º Indonésia 17,2 7º Egito 22,3 8º Alemanha 10,7 8º Egito 13,7 8º Indonésia 16,9 9º Egito 9,5 9º Bangladesh 11,9 9º Bangladesh 16,6 10º Bangladesh 8,9 10º Alemanha 11,4 10º Turquia 15 8,4 10,1 10,4 7 Custos atribuíveis a obesidade, hipertensão e diabetes no Sistema Único de Saúde, Brasil, 2018. 40 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

A diabetes é uma doença grave pois, se mal para a prevenção de complicações crônicas. A controlada, pode ocasionar diversos problemas dosagem de glicose no sangue, chamada glice- vasculares nos olhos, nos nervos, nos rins e no mia (aleatória ou de jejum), é o exame usado coração. Estas consequências, porém, podem para a triagem dadiabetes. Outros exames de ser reduzidas com controle sistemático da do- rotina devem ser realizados para monitoriza- ença, feito principalmente por meio da manu- ção dos pacientes, entre os quais: glicemia, he- tenção das taxas de glicose no sangue dentro de moglobina glicada, ureia, creatinina, pesquisa certos limites, assim como do rastreamento das de microalbuminúrica e perfil lipídico. Outros complicações crônicas, sempre sob orientação exames podem ser recomendados de acordo médica. com a necessidade individual do paciente. O diagnóstico precoce do diabetes é importan- te não apenas para prevenção das complicações agudas provocadas pela doença, como também GRÁFICO NÚMERO DE EXAMES DE DOSAGEM DE HEMOGLOBINA GLICADA, POR FAIXA ETÁRIA NO BRASIL (SUS – 2016/2021) 9 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) e Painel dos Dados do TISS - ANS Extraído em 1°/9/21. Elaboração Abramed. Nota: Quantidade SUS foi estimada para o ano de 2015. QUANTIDADE 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 < 1 1 - 4 5 - 9 10 - 14 15 - 19 20 - 24 25 - 29 30 - 34 35 - 39 40 - 44 45 - 49 50 - 54 55 - 59 60 - 64 65 - 69 70 -74 75 -79 80+ 2016 2017 2018 2019 2020 2021 (ATÉ JUN) 41POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

O exame de hemoglobina glicada (A1 total) - pesquisa e/ou dosagem, apresentou valor mé- dio de R$ 13,67 entre 2015 e 2019, segundo dados da ANS. As ações de detecção com a garantia de acesso a exames de diagnóstico, em tempo adequado e com qualidade em todas as etapas da linha de cuidado da doença são medidas cus- to-efetivas, contribuindo para otimização dos recursos escassos dos sistemas de saúde. GRÁFICO NÚMERO DE EXAMES DE DOSAGEM DE HEMOGLOBINA GLICADA NO BRASIL (SUS E SAÚDE SUPLEMENTAR – 2015/2019) – EM MILHÕES 10 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) e Painel dos Dados do TISS - ANS. Extraído em 1°/9/21. Elaboração Abramed. 3,2 6,3 1,7 5,8 5,3 4,4 1,6 1,6 1,6 1,7 2015 2016 2017 2018 2019 Saúde Suplementar SUS 42 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

01.2.2 Fecundidade e natalidade A pandemia da covid-19 influenciou o compor- cadas, como mostram as projeções do IBGE e tamento reprodutivo considerando a conjuntu- da Divisão de População da ONU. Apesar da ra desfavorável e a incerteza frente às restrições redução da taxa de fecundidade, o número de econômicas, sociais e políticas. Nesse sentido, es- nascimentos aumentou até 1985. Havia mais tima-se uma redução mais acelerada do número mulheres em idade reprodutiva, porém estavam de nascimentos e de filhos por mulher. tendo menos filhos. Desde então, a quantidade de nascimentos está em declínio, e as projeções A taxa de fecundidade e de natalidade no Brasil indicam que essa tendencia permaneça até fi- apresenta redução sistemática desde 1960. Essa nal do século, com algumas variações negativas redução deve permanecer e não há previsões provocadas pelo desdobramento da pandemia do aumento da fecundidade nas próximas dé- no planejamento familiar dos brasileiros. GRÁFICO NASCIMENTOS POR ANO E TAXA DE FECUNDIDADE NO BRASIL (EM % POR QUINQUÊNIO – 1950-2100) 11 Fonte: United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Population Division (2019). World Population Prospects 2019, Online Edition. Rev. 1. Elaboração Abramed. 6,1 6,1 6 5,3 4,6 4,2 3,8 3,1 2,7 2,5 2,1 1,9 1,8 1,7 1,7 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,7 1,7 1,7 1,7 1,7 1950-55 2.556 1955-60 2.878 1960-65 3.217 1965-70 3.320 1970-75 3.338 1975-80 3.695 1980-85 3.949 1985-90 3.780 1990-95 3.643 1995-2000 3.618 2000-05 3.370 2005-10 3.066 2010-15 2.975 2015-20 2.934 2020-25 2.763 2025-30 2.585 2030-35 2.445 2035-40 2.318 2040-45 2.218 2045-50 2.143 2050-55 2.066 2055-60 1.984 2060-65 1.906 2065-70 1.832 2070-75 1.771 2075-80 1.716 2080-85 1.667 2085-90 1.616 2090-95 1.568 2095-2100 1.520 Média Anual de Nascimentos (mil) Taxa de Fecundidade 43POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

01.2.3 Expectativa de vida ao nascer NO BRASIL, NÃO HÁ REGISTRO DE RETROCESSO NOS GANHOS DE EXPECTATIVA DE VIDA NO ÚLTIMO SÉCULO, ATÉ O INÍCIO DA PANDEMIA DA COVID-19. A crise sanitária provocada pela pandemia re- desenvolvimento das condições socioeconômi- duziu consideravelmente a expectativa de vida cas, de saúde e educação, entre outras. Trata-se dos brasileiros. A expectativa de vida ao nascer de um indicador estrutural que oscila positiva- é uma medida demográfica influenciada pelo mente em ganhos de vida e raramente regride. 44 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

TABELA DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE E MUNICÍPIOS SEGUNDO A FAIXA DE HABITANTES (QUANTIDADE E DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL - BRASIL - 2021) 6 Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais - COPIS. Elaboração Abramed. Nota: Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de referência em 1º de julho de 2021. Ano Total Homem Mulher Diferencial entre os sexos 1940 45,5 42,9 48,3 5,4 1950 48 45,3 50,8 5,5 1960 52,5 49,7 55,5 5,8 1970 57,6 54,6 60,8 6,2 1980 62,5 59,6 65,7 6,1 1990 66,9 63,2 70,9 7,7 69,8 66 73,9 7,9 2000 73,9 70,2 77,6 7,4 2010 76,3 72,8 79,9 7,1 76,5 73 80 7 2018 76,7 73,3 80,3 7 2019 75,2 71,4 79,1 7,6 2020 PROJETADO 77 73,5 80,5 7 73,4 69,6 77,4 7,9 2020 ESTIMATIVA COVID-19 31,5 30,6 32,2 1,6 2021 PROJETADO 27,9 26,7 29,1 2,5 2021 ESTIMATIVA COVID-19 (1940/2021) (1940/2021) IMPACTO COVID-19 Essa redução interrompe uma trajetória de crescimento na expectativa de vida a partir de 1940, com média de 45,5 anos, até alcançar os 77 anos, projetados para 2021, um ganho de 31,5 anos no período. Contudo, a diminuição da população pela mortalidade associada aos des- dobramentos da covid-19 indica redução de 3,6 anos na expectativa de vida da população entre 1940 e 2021. 45POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

01.2.4 Mortalidade e morbidade A pandemia encontrou um padrão de mor- sito. No entanto, a covid-19 provocou uma bidade e mortalidade no país no qual as prin- “transição epidemiológica temporária”, com cipais causas de morte estavam associadas às aumento significativo do número de mortes doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) ocasionadas por doenças infectocontagiosas, e causas externas de morbidade e mortalida- especialmente relacionadas com o novo co- de, tais como violência e acidentes de trân- ronavírus. TABELA ÓBITOS POR LOCAL DE INTERNAÇÃO - CAPÍTULO CID-108 (BRASIL – 2019/2021) 7 Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Morbidade Hospitalar do SUS - por local de internação – Brasil - Óbitos por ano/mês processamento segundo Capítulo CID-10. Extraído em 1°/8/21. Elaboração Abramed Nota: Exceto VII. Doenças do olho e anexos, VIII. Doenças do ouvido e da apófise mastoide e XX. Causas externas de morbidade e mortalidade. RANK CAPÍTULO - CID 10 2019 2020 2021JAN- % JAN/MAI % JAN/MAI % JAN/MAI 2021 JAN-MAI JAN-MAI MAI 2020/2019 2021/2020 2021/2019 1º I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 39.780 48.835 176.581 22,8% 261,6% 343,9% 38.358 38.213 -1,1% -0,4% -1,5% 2º IX. Doenças do aparelho circulatório 38.781 39.988 36.347 5,7% 9,1% -3,9% 29.413 27.859 -1,6% -5,3% -6,8% 3º X. Doenças do aparelho respiratório 37.836 15.337 15.420 -2,3% 0,5% -1,8% 4º II. Neoplasias (tumores) 29.894 11.273 11.958 -1,2% 6,1% 4,8% 5º XI. Doenças do aparelho digestivo 15.705 10.291 9.756 6.554 6.996 6º XIX. Lesões enven. e alg. out. conseq. causas 11.409 externas 5.110 4.791 7º XIV. Doenças do aparelho geniturinário 10.840 4.712 4.589 -5,1% -5,2% -10,0% -4,8% 6,7% 1,6% 8º XVIII. Sint sinais achad anorm ex clin e 6.886 3.623 3.492 laborat 2.023 2.014 9º IV. Doenças endócrinas nutricionais e 5.627 1.690 1.588 -9,2% -6,2% -14,9% metabólicas 915 843 10º XVI. Algumas afec originadas no período 5.070 -7,1% -2,6% -9,5% perinatal 568 633 502 510 11º VI. Doenças do sistema nervoso 3.636 -0,4% -3,6% -4,0% 360 493 -4,1% -0,4% -4,5% 12º III. Doenças do sangue, órgãos hemat. e 2.109 497 446 transt. imunitár. 220.065 342.546 13º XII. Doenças de pele e do tecido 1.687 0,2% -6,0% -5,9% subcutâneo 14º XVII. Malf. cong. deformid. e anomalias 867 5,5% -7,9% -2,8% cromossômicas 15º XXI. Contatos com serviços de saúde 483 17,6% 11,4% 31,1% -11,5% 1,6% -10,1% 16º XIII. Doenças do sist, osteomuscular e 567 tec. conjuntivo 17º XV. Gravidez, parto e puerpério 393 -8,4% 36,9% 25,4% 18º V. Transtornos mentais e 489 1,6% -10,3% -8,8% comportamentais Total 212.089 3,8% 55,7% 61,5% 46 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

O conjunto das DCNT foi responsável por cer- ca de 62,5% das mortes em 20209, seguido das causas externas de morbidade e mortalidade, que representaram 11,7% do total de óbitos. As DCNT são a causa principal de mortalidade e de incapacidade prematura na maioria dos países do nosso continente, incluindo o Brasil. Nos últimos dez anos houve aumento médio de 31,4% no número dessas mortes, de acordo com os dados do Ministério da Saúde. TABELA ÓBITOS POR LOCAL DE RESIDÊNCIA - CAPÍTULO CID-10 (BRASIL – 2010/2020) 8 Fonte:MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM. Óbitos por local de residência segundo capítulo CID-10. Extraído em 1°/8/21. Elaboração Abramed. Nota: O ano de 2020 considera o total de óbitos segundo o Portal da Transparência e a distribuição segundo o capítulo CID-10 a proporção de óbitos média nos últimos 3 anos conforme os dados do Ministério da Saúde. RANK CAPÍTULO - CID 10 2010 2020 % QUANTIDADE 2021 2010/2020 2010/2020 326.371 1º IX. Doenças do aparelho circulatório 178.990 397.273 21,7% 70.902 2º II. Neoplasias (tumores) 119.114 72.769 31ºº XIX..DDooeennççaassddooaappaarreellhhoorceisrcpuirlaattóórriioo 143.256 251.759 40,7% 54.657 4º XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 70.276 23,086 51ºº IXV. Doenças ednodaópcarrinealhsoncuitrcriuciloatnóariisoe metabólicas 79.622 173.771 45,9% 19.590 6º XVIII. Sint. sinais achad. anorm. ex clin. e laborat. 58.061 236 17ºº IXXI. Doenças do aparelho cdirgceusltaivtóorio 48.823 166.342 16,1% 16.233 8º XVI. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 24.519 12.269 19ºº IXXIV. D. Dooeennççaassddooaappaarerelhlhoocgirecnuiltautróinrioário 25.303 89.866 27,9% 23.771 10º VI. Doenças do sistema nervoso 23.723 20.634 1º1º XIXV. ID. Aolegnuçmasasdaofeacp.aorerilghinoacdiracsunlaotópreioríodo perinatal 12.759 79.858 0,3% 714 12º V. Transtornos mentais e comportamentais 10.196 2.334 13º º XIXV. IDI. oMeanlçf.acsodnog.adpeaforermlhoidc. iercaunlaotmóraiolias cromossômicas 6.284 74.294 28,0% 2.102 14º III. Doenças do sangue, órgãos hemat. e transt. imunitár. 3.225 1.172 1º5º IXXI.I.DDooeennççaassddoeappealereelhdooctireccuidlaotósruiobcutâneo 4.541 61.092 25,1% 3.946 16º XIII. Doenças do sist. osteomuscular e tec. conjuntivo 1.728 2.283 17º º IXXV..DGoreanviçdaesz,dpoaartpoaereplhuoercpirécruiolatório 125 48.290 96,9% 281 18º VIII. Doenças do ouvido e da apófise mastoide 31 78 1º9º VIXI.I.DDooeennççaassddooaoplharoelehoanceirxcouslatório 1.136.947 45.937 81,5% -8 325.621 Total 23.099 -3,0% 15.093 18,3% 12.298 20,6% 7.456 18,7% 7.171 122,4% 6.824 50,3% 2.009 16,3% 203 62,8% 23 -25,4% 1.462.568 28,6% 8 CID-10 - A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecida como Classificação Internacional de Doen- ças – CID-10) é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e visa padronizar a codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde. A CID-10 fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças. A cada estado de saúde é atribuída uma categoria única à qual corresponde um código CID-10. 9 O número de óbitos no ano de 2020 considera o total de óbitos segundo o Portal da Transparência e a distribuição segundo o capítulo CID-10, conside- rando a média nos últimos 3 anos conforme os dados do Ministério da Saúde. 47POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

GRÁFICO QUANTIDADE DE ÓBITOS POR CAPÍTULO CID-10 (BRASIL - 2020) 12 Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Extraído em 1°/8/21. Elaboração Abramed. IX. II. Neoplasias II. XX. Doenças do (tumores) Doenças do Causas aparelho aparelho externas de circulatório 251.759 respiratório morbidade e mortalidade 397.273 173.771 166.342 IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 89.866 48 PAINEL ABRAMED POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

A proporção de óbitos em relação à população com 60 anos ou mais de idade sobre o total indica aumento significativo das ocorrências associadas às DCNT entre 1997 e 2019. Com o avançar da idade, aumenta o número de pessoas portadoras de doenças crônicas. A maioria des- sas doenças é provocada por comportamentos de risco como tabagismo, consumo elevado de álcool, obesidade, colesterol alto, sedentarismo, entre outros. Geralmente o desenvolvimento das doenças crônicas associadas aos fatores de risco é silencioso e não apresenta nenhum sin- toma em seus estágios iniciais. A realização de exames de diagnóstico preventivos é essencial para identificar os primeiros sinais de diversas doenças. GRÁFICO PROPORÇÃO DE ÓBITOS POR CAPÍTULO CID-10 EM PESSOAS COM 60 ANOS OU MAIS DE IDADE (EM % – BRASIL – 1997 E 2019 – DCNT) 13 Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Extraído em 1°/8/21. Elaboração Abramed. 100 95 84,8 90 80,6 85 80,0 74,1 80 75 73,1 70 68,1 68,0 65 60 61,8 55 50 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 II. Neoplasias (tumores) IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas IX. Doenças do aparelho circulatório X. Doenças do aparelho respiratório 49POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA PAINEL ABRAMED

50 PAINEL ABRAMED

Conjuntura Econômica 02 51PAINEL ABRAMED

02 CONJUNTURA ECONÔMICA O INÍCIO DA VACINAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA CONTRA A COVID-19 TROUXE EXPECTATIVAS POSITIVAS PARA O DESEMPENHO DA ECONOMIA, APESAR DAS INCERTEZAS FRENTE AO SURGIMENTO DE NOVAS CEPAS NO PAÍS E DO CRESCENTE NÚMERO DE MORTES NO PRIMEIRO SEMESTRE DO ANO. MESMO COM ACESSO À VACINAÇÃO, AINDA QUE DE FORMA PRECÁRIA, O PAÍS DEVERÁ ENFRENTAR POR UM LONGO PERÍODO OS EFEITOS DA PANDEMIA NO NÍVEL DE ATIVIDADE ECONÔMICA. 52 PAINEL ABRAMED CONJUNTURA ECONÔMICA