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ISSN 1983-2230INTEGRADAsaúde REVISTA DA SAÚDE DO INSTITUTO CENECISTAJan./Jun. 2009 nº 3 Jul./Dez. 2009 nº 4IESA



Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNECRevista do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo saúde INTEGRADA Revista da Saúde do Instituto Cenecista ISSN 1983-2230 Ano 2, nº 3, Janeiro/Junho 2009Ano 2, nº 4, Julho/Dezembro 2009 Catalogação na Publicação:Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques - UnijuíSaúde Integrada: revista da saúde/Instituto de Ensino Superior de Santo Ângelo. - Ijuí: Ed. Unijuí, 2009. - v.1, n.3, jan./jun. 2009 v.1, n.4, jul./dez. 2009Publicação semestral1 (3) jan./jun.2009 - 1 (4) jul./dez.2009

Campanha Nacional de Escolas da Comunidade – CNEC Revista do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo ÂngeloPresidente da Diretorial Nacional: Deputado Alexandre José dos SantosPresidente da Diretoria Estadual: Profª. Anita Ortiz CorrêaDiretor: Prof. Edson Sidney de Ávila JúniorCoordenação Editorial: Prof. Aírton Pedroso de MoraisDiretor da Revista: Prof. Gilberto Inácio LunkesComissão Editorial:Profa. Emanuelle Kerber Vieira MalletProf. Matias Nunes FrizzoProf. Gilberto Inácio LunkesProf. Dante Saul BraunProfa. Lisandra de Oliveira CarrilhoProfa. Derliane Glonvezynski dos Santos BeckConselho Editorial:Prof. Jones Eduardo AgneProf. Renato MinozzoEndereço do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo:Rua Dr. João Augusto Rodrigues, 471 Cx. P. 274 CEP: 98801-015 Santo Ângelo (RS)Telefone/Fax: 55 3313-1922 Email: [email protected] Assinatura da revista via online: http://www.iesanet.com.brDireitos de Publicação, Programação Visual, Editoração e Impressão:Editora: CNEC EdigrafTelefone: 34 2103 0700Email: [email protected]. Frei Paulino, 530 Bairro Abadia CEP: 38025-180 Uberaba (MG), BrasilA revisão dos textos é de inteira responsabilidade dos autores.

SumárioA P R E S E N TA Ç Ã O.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5ÍNDICE DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DO MUNICÍPIO DE SANTOÂNGELO-RS..................................................................................................................7HOLZBACH, VivianeBEUTER, Cláudia ReginaFISIOTERAPIA NA ESTABILIDADE ARTICULAR DO JOELHO: ABORDAGEM FISIOLÓGICADO SISTEMA SENSÓRIO-MOTOR................................................................................. 29SILVA, Letícia AtaídesBECK, Derliane Glonvezynski dos SantosOS BENEFÍCIOS DO REFORÇO MUSCULAR EM PORTADORES DE GONARTROSE........ 47TAVARES, Aline FróesGOMES, Thais do NascimentoO TRATAMENTO DA DOR LOMBAR ATRAVÉS DA ESTABILIZAÇÃO CENTRAL PÉLVICA.69BEZERRA, Juliane PukallGOMES, Thais do NascimentoO EXERCÍCIO FÍSICO NA PREVENÇÃO DA DOENÇA DE ALZHEIMER............................ 81NASCIMENTO, Gabriela LiedFISIOTERAPIA APLICADA A PORTADORES COM SÍNDROME DE DOWN..................... 107HEINZMANN FILHO, João PauloWOZEZENSKI, Cristhiele TaisBECK, Derliane Glonvezynski dos SantosEXERCÍCIOS RESISTIDOS NA FADIGA MUSCULAR EM PORTADORES DE ESCLEROSEMÚLTIPLA................................................................................................................. 127PEDROSO, Ana PaulaBECK, Derliane Glonvezynski dos Santos

INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA EM QUEIMADOS................................................... 145HEINZMANN FILHO, João PauloWOZEZENSKI, Cristhiele TaisBECK, Derliane Glonvezynski dos SantosAMPUTAÇÃO SUPRACONDILIANA OCASIONADA POR QUEIMADURA DE CHOQUEELÉTRICO: UM ESTUDO DE CASO............................................................................ 167DALTROZO, Paulo Roberto de OliveiraSTURZENEGGER, Tatiana MedinaO USO DA MOBILIZAÇÃO PASSIVA PRECOCE EM RATOS TREINADOS E NÃOTREINADOS NA CICATRIZAÇÃO DO TECIDO MUSCULAR........................................... 175BERTOLINI, RafaelSTURZENEGGER, Tatiana MedinaA RELANVÂNCIA DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVO NA RUPTURADO LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR (LCA)............................................................. 193SILVA, J. G. B.VOLOSKI, F. R. S.MAFALDA, L.O USO DA CRIOTERAPIA NA ARTRITE REUMATÓIDE................................................. 205SANTOS, Pedro HenriqueVOLOSKI, FernandoFISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PACIENTES PORTADORES DE PNEUMONIANOSOCOMIAL........................................................................................................... 221BRAUN, Dante SaulBUENO, Rúbia Daiane SantosAVALIAÇÃO DAS TAXAS DE CONTAMINAÇÃO POR GIARDIA LAMBLIA EM RONDA ALTA,RS, BRASIL.............................................................................................................. 251BARBOSA, Cleber FranciscoLUNKES, Gilberto Inácio

APRESENTAÇÃOÉ com muita satisfação que apresentamos ao público mais umaedição da revista Saúde INTEGRADA. A sua manutenção trazconsigo o compromisso e a responsabilidade de manter a qualidadee a continuidade desta publicação. Pretendemos contribuir para adivulgação de trabalhos que ofereçam subsídios para qualificar aprática profissional e a pesquisa. Nesta edição são abordados assuntos que consideramosatuais e importantes, tais como: o índice de quedas em idososresidentes em instituições geriátricas, a importância doconhecimento fisiológico do sistema sensório-motor na estabilidadearticular do joelho, os benefícios do esforço muscular em portadoresde gonartrose, o uso da técnica de estabilização central pélvicano tratamento da dor lombar, o exercício físico na prevenção dadoença de Alzheimer, a fisioterapia aplicada a portadores comsíndrome de down, os exercícios resistidos na fadiga muscularem portadores de esclerose múltipla, a relevância da intervençãoda fisioterapia no tratamento de pacientes com lesões térmicas, aamputação supracondiliana ocasiona por queimadura de choqueelétrico, o uso da mobilização passiva precoce em ratos treinadose não treinados na cicatrização do tecido muscular, a relevância dotreinamento neuromuscular proprioceptivo na ruptura do ligamentocruzado anterior, o uso da crioterapia na artrite reumatoide, afisioterapia respiratória em pacientes portadores de pneumonianosocomial e por fim, uma discussão acerca da avaliação das taxasde contaminação por giárdia lamblia. Esperamos que a leitura destes escritos gere no leitorreflexões e inquietações, as quais possam ser encaminhadas para apesquisa.



ÍNDICE DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO-RS ÍNDICE DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO-RS HOLZBACH, Viviane1 BEUTER, Cláudia Regina2 RESUMO Este estudo teve como objetivos verificar o índice de quedas em idosos residentes de duas Instituições Geriátricas de Médio Porte do Município de Santo Ângelo – RS, sendo uma de caráter Privada e outra Pública, fazendo uma comparação do número de quedas nas Instituições, bem como analisar o contexto em que ocorreram estas quedas, como causas, conseqüências, turnos, faixa etária dos idosos que sofreram as quedas, etc. A população deste estudo foi de 51 idosos e a amostra compreendeu 16 deles. O levantamento de dados foi feito através de análise retrospectiva de evoluções diárias realizadas por enfermeiras. O índice de quedas encontrado na Instituição Privada foi de 4,3%, enquanto na Pública foi de 8,0%. Verificou-se que a faixa etária predominante1 Fisioterapeuta2 Fisioterapeuta, Especialista em Fisiologia do Exercício e em FisioterapiaCardiorespiratória, Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana. 7

HOLZBACH, Viviane – BEUTER, Cláudia Regina nos idosos que sofrem quedas está entre os 76 e 90 anos, sendo que estas são causadas principalmente pela perda do equilíbrio (29%) e fraqueza (22%) e ocorrem na maioria das vezes no quarto (37%). Palavras-Chave: Quedas, Idosos, Institucionalizados. ABSTRACT This survey aims to verify the number of aged people’s fall who live in two nursing homes in Santo Ângelo - RS, one of these nursing home is public, which belongs to the town council, and another is private. It also aims to compare and contrast them as well as analyze the context which happened the falls, their causes and consequences, the turns when they happened, age of the people who were victim of it, etc. Fifty-one people were analyzed and, the sample consists of sixteen of them. The survey was accomplished by nurses through daily retrospective analysis of evolution. The amount of fall found in the private nursing house was 4, 3% while in the public was 8%. It was verified that the predominant age of the people who are the victims of fall is between 76 and 90 years old. In most of the cases they are caused mainly for lost of balance (29%), weakness (22%) and they usually happened in the bedrooms (37%). Keywords: Falls, Aged, Institutionalize.8

ÍNDICE DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO-RS1 INTRODUÇÃO Desde o final do século XIX a população de idosos vemaumentando de forma surpreendente, devido ao aumento naexpectativa de vida conseqüente aos avanços médicos e científicose a melhora dos hábitos de saúde, dentre outros fatores quecontribuem para isso. No processo de envelhecimento há uma deterioraçãoda saúde geral, devido a alterações fisiológicas que ocorremsimultaneamente em diversos sistemas do corpo, com isso, oindivíduo muitas vezes vai perdendo sua independência e suaqualidade de vida, porém, é importante que, se as pessoas hojetêm uma vida mais longa, elas tenham condições de viver seusúltimos anos com qualidade, realizando atividades da vida diáriaindependentemente e com segurança. Por isto, é necessárioidentificar as deficiências e riscos a que os idosos estão expostos, jáque é uma população que só tende a aumentar e carece de cuidadosde saúde constantemente. Entre os eventos a que o idoso se torna suscetível, como declínio funcional que ocorre no envelhecimento, estão asquedas, que geram efeitos de âmbito social e econômico, além dasconseqüências da incapacidade causada por ela. Sendo assim, a queda hoje representa um dos principaisproblemas de saúde na terceira idade, o que leva a necessidadede maior mobilização em torno do assunto, através de estudos epolíticas públicas para conscientização da população em geral,principalmente dos idosos e seus cuidadores no que diz respeito àprevenção e fatores de risco para as quedas. 9

HOLZBACH, Viviane – BEUTER, Cláudia Regina Este trabalho tem como objetivo principal verificar qualo índice de quedas em idosos residentes de duas InstituiçõesGeriátricas do município de Santo Ângelo-RS, além de descrever opapel da fisioterapia na prevenção destas quedas e fazer um estudodo contexto em que ela ocorre. De acordo com Driusso & Oishi (apud DRIUSSO &CHIARELLO, 2007), o envelhecimento é marcado pelo declíniodas funções dos diversos órgãos, que caracteristicamente, tendea ser linear em razão do tempo, não se conseguindo definir umponto exato de transição. Como consta no Estatuto do Idoso,publicado em 2003, é considerado idoso no Brasil o indivíduo comidade igual ou superior a 60 anos, corte etário também utilizadopela Organização das Nações Unidas (ONU) para os países emdesenvolvimento e, como neste trabalho, pela maioria da literaturaGeriátrica e Gerontológica. É possível considerar o envelhecimento como um processonatural do ser humano através das palavras citadas pelo biólogoAlex Comfort, em 1979, que diz que os idosos são, na verdade,jovens que ocupam corpos envelhecidos e enfrentam problemasfísicos causados pela perda da vitalidade, pelas alteraçõesfisiológicas e, apesar de muitos fugirem a regra, observam-sedeficiências específicas e debilitadoras, como a perda da visãoe da agilidade motora. No entanto, sabe-se que grande parte dasalterações fisiológicas e funcionais observadas nos idosos sãomais resultantes da inexistência de estímulos do que de alteraçõesatribuídas ao envelhecimento (BARRY & EATHORNE, 1994). É consenso de toda a literatura e comunidade científicao aumento da população de idosos no Brasil, seguido pelatendência mundial que se iniciou a quase cem anos nos paísesdesenvolvidos, sendo hoje uma realidade na maioria dos países emdesenvolvimento.10

ÍNDICE DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO-RS Em 2000, o Censo demográfico identificou que aspessoas com 60 anos ou mais representavam cerca de 8,5% dapopulação total do Brasil. Já os dados da Pesquisa Nacional porAmostra de Domicílios, de 2004, revelaram que os idosos nesseano eram aproximadamente 9,7% da população nacional (IBGE,2004). Este aumento pode parecer pequeno, porém, a estimativaé que, se continuar nessa proporção, em 2025 a população deidosos brasileiros será equivalente a 15% da população total,correspondendo aproximadamente a 30 milhões de pessoas. Desse modo, a investigação dos fatores que permitem umaboa qualidade de vida na velhice, bem como das variações queesse estado comporta, reveste-se de grande importância científica esocial (NERI apud REBELATTO & MORELLI, 2007). Quando se fala em instituições para idosos, o termo quelogo nos ocorre é asilo, com as imagens correspondentes de umlugar sombrio, malcheiroso, onde idosos, em estado de semitorpor,esperam, não se sabe bem o quê (BORN apud PAPELÓ NETTO,2005). De acordo com Cozoli e Radomile (2006), quando o idososai de sua casa para morar em uma instituição ou casa de repousopassa por um momento difícil, pois tem de deixar seus pertencese sua família e ainda se adaptar à uma nova realidade, compessoas e hábitos diferentes, gerando uma perda da sua históriae sua identidade. Alguns idosos, por vontade própria, tornam-sesolitários, o que acaba os predispondo ao isolamento, à depressão eaumentando, conseqüentemente, o declínio funcional. De acordo com Saramago (2003), no Brasil, somente sãoencontradas condições satisfatórias em clínicas particulares, porémestas geralmente são muito caras e acessíveis somente às famílias 11

HOLZBACH, Viviane – BEUTER, Cláudia Reginade classe média alta. Quanto às instituições públicas, a autora dizque existem inúmeras dificuldades, em razão de vários fatoresnegativos, como a falta de mão-de-obra qualificada, dificuldadeseconômicas, desvio de verbas e falta de apoio governamental. Noentanto, isto não significa que instituições privadas tenham ummaior cuidado para com seus residentes. Conforme Farias et al. (2005), o ambiente institucionaldeve ser apropriado para atender às principais limitaçõesfuncionais do idoso, garantindo que ele tenha conforto, segurançae independência para a realização de suas atividades diárias, alémde evitar e prevenir problemas que podem surgir com o passar dosdias, como as quedas, que geram imobilizações, fraturas, medo,dependência e uma série de conseqüências limitantes para a vidado asilado. Vários fatores podem influenciar na forma como seráo envelhecimento e a queda é um fator importante, pois estárelacionada a questões de independência e autonomia, essenciaispara uma boa qualidade de vida.Perracini (apud RAMOS & NETO, 2005) conceitua a queda comoum evento freqüente e limitante, sendo considerado um marcadorde fragilidade, institucionalização e declínio na saúde de idosos,levando até mesmo à morte. De forma mais abrangente Rebelattoet al. definem a queda como “ocorrência de um evento não intencional que leva uma pessoa, inadvertidamente, ao chão em um mesmo nível ou em outro inferior. É um evento freqüente e temido pelos idosos, constituindo grave problema de saúde pública em países desenvolvidos e em desenvolvimento, cujo contingente de idosos cresce de forma exponencial” (2007, p. 153).12

ÍNDICE DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO-RS Alguns autores sugerem relação entre a institucionalizaçãoe quedas. Soares et al. (2003) pensam que, mesmo que o idosoinstitucionalizado não esteja fragilizado por algum distúrbioorgânico, muitas vezes o isolamento, o abandono e o grau deinatividade física contribuem para a propensão à quedas, poracelerar o curso do envelhecimento. Segundo Guimarães & Cunha (2004), um grande númerode idosos convive diariamente com o medo de cair, a ponto dese tornarem reclusos em seus próprios domicílios, limitando suasatividades físicas. Em virtude disso, o autor cita que a quedadeve ser encarada como um “sintoma”, na verdade um dos maisimportantes em Geriatria. Geralmente, é necessária uma combinação de vários fatoresde risco para que ocorra a queda. Estes podem ser classificados emriscos intrínsecos e extrínsecos. Ramos e Neto (2005), explicam queos fatores de risco intrínsecos são aqueles ligados às característicasdo indivíduo, já os extrínsecos têm relação com o meio ambiente. Segundo Chandler (apud GUCCIONE, 2002), os fatoresintrínsecos mais prováveis de levar à uma queda consistemem problemas visuais, anormalidades vestibulares, reduçãona propriocepção, degeneração cervical, neuropatia periférica,demência, transtornos musculoesqueléticos, alterações no pé,hipotensão ortostática e medicamentos. Já os fatores ambientaissão a iluminação, os pisos e as soleiras, as escadas, a arrumaçãoda cozinha, as adaptações no banheiro, as portas, as desordens e oscalçados. Coons (apud PASCALE, 2002) afirma que mais de 50%dos pacientes internados em clínicas ou instituições geriátricassão portadores de doenças como o Mal de Alzheimer e a Doença 13

HOLZBACH, Viviane – BEUTER, Cláudia Reginade Parkinson. Estas, juntamente com outras doenças graves ostornam incapazes de realizar atividades da vida diária, como tomarbanho, locomover-se e comunicar-se. Esta incapacidade podeter correlação com o índice de quedas e é importante identificarestes idosos, pois eles necessitam de maior atenção e vigilância(CARVALHO & COUTINHO, 2002). As quedas recorrentes em idosos podem contribuir para odeclínio funcional, caracterizado por limitação da atividade físicadiária, medo de sofrer novas quedas e perda de mobilidade e daindependência para realização das tarefas habituais e básicas davida diária (REBELATTO et al., 2007). Sendo assim, uma segundaqueda pode ser considerada um fator de risco para novas quedas,transformando-se em um ciclo que fragiliza cada vez mais o idoso. Fréz (2003) afirma que a fisioterapia pode contribuirde diversas formas na prevenção das quedas, como por meiode exercícios físicos, aumento da mobilidade, fortalecimentomuscular, melhora do equilíbrio, treino de marcha, melhora daaferência sensorial e facilidade em transferências, que levam a umaumento da estabilidade e permitem uma maior independência,em conseqüência da recuperação da confiança em suas atividades.Porém, é necessário que estas atividades sejam realizadas de formacontínua, pois seus efeitos são observados apenas durante o períodoem que são mantidas. Na prevenção das quedas o Fisioterapeuta deve, também,estar atento aos fatores extrínsecos que podem causá-las,intervindo no ambiente domiciliar ou institucional do idoso, casoseja necessário.14

ÍNDICE DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO-RS2 MATERIAL E MÉTODOS O presente estudo é caracterizado como transversal eretrospectivo, de natureza quali-quantitativa. O levantamento de dados foi feito através de análiseretrospectiva de evoluções diárias realizadas por enfermeiras, quecontém informações sobre a saúde e o dia-a-dia de idosos residentesde duas Instituições Geriátricas do município de Santo Ângelo –RS. Foram analisadas as evoluções referentes ao período de julhode 2007 a julho de 2008, compreendendo assim 12 meses. A coletados dados foi iniciada somente depois de concedida autorizaçãodos diretores das Instituições, no mês de agosto do ano de 2008,onde ficou claro que, por questões éticas, seria guardado sigilosobre o nome das Instituições, bem como dos idosos participantesda pesquisa. A população deste estudo é composta por 51 idososresidentes de duas Instituições, sendo uma de caráter Privada eoutra Pública. A amostra constituiu-se daqueles com idade igualou superior a 60 anos que apresentaram no mínimo uma queda noperíodo de um ano, compreendendo 16 idosos. Os dados foram submetidos à análise de variância(ANOVA). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey,considerando o nível de significância de 5% (p < 0,05), utilizandoo pacote estatístico SAS – versão 8.0 (SAS, 1999). Foi realizado oestudo de correlação entre as variáveis dependentes por intermédiodo cálculo do Coeficiente de Correlação de Pearson (r). Ambas as Instituições são consideradas hoje, de acordocom o número de idosos residentes, como Casas Geriátricas deMédio Porte, conforme classificação do Conselho Regional de 15

Média do nº de quedas (%) HOLZBACH, Viviane – BEUTER, Cláudia ReginaEnfermagem do Rio Grande do Sul (COREN-RS) de 2000, quedefine assim aquelas Instituições em que o número de idososresidentes está entre 21 e 40 residentes. A Instituição Públicapesquisada abrigou durante o período de julho de 2007 a julho de2008, 24 residentes. Já a Instituição Privada passou de 11 idososabrigados em julho de 2007 para 27 em julho de 2008.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao analisar o número de quedas em uma InstituiçãoGeriátrica Privada e em outra Pública, verificou-se, a partir daFigura 1, que o percentual médio anual de quedas na InstituiçãoPública é de 8,0%; já na Instituição Privada é de 4,3%. 10 8,0 4,3 5 0 Instituição Privada Instituição Pública Figura 1: Percentual médio anual de quedas. Orondino & Oliveira (2007) encontrou um índice dequedas de 55% em uma Instituição Geriátrica de Muriaé-MG, ondeparticiparam da pesquisa 37 idosos de ambos os sexos, com idadevariando entre 60 e 90 anos de idade.16

ÍNDICE DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO-RS Gonçalves et al. (2008) realizaram um estudo com oNúmero de quedasobjetivo de verificar a prevalência de quedas em idosos asiladose com mais de 60 anos no município de Rio Grande-RS no últimoano e encontraram um resultado também superior a este, sendo que38,3% dos 180 idosos participantes da pesquisa haviam sofridoquedas. No entanto o estudo foi realizado com base nos relatos dospróprios idosos, diferente deste estudo, que se baseou na análise dedocumentos. Conforme a Figura 2, os resultados encontrados indicamque há uma quantidade maior de quedas em idosos residentes naInstituição Pública, tanto na idade dos 60 aos 75 anos, como dos76 aos 90 anos, ocorrendo uma redução nas quedas após esta idade.Já na Instituição Privada há um aumento do número de quedasdiretamente proporcional ao aumento de idade. Isso se comprovapelo cálculo do Coeficiente de Correlação de Pearson (r), quedetermina uma relação de causa e efeito, entre idade e número dequedas, pois nesta Instituição essa correlação foi perfeita e positiva(r=1). Todavia, analisando a correlação existente entre as faixasetárias e o número de quedas da Instituição Pública, constatou-seuma fraca correlação negativa (r= -0,38) entre as variáveis. 15 13 Instituição Privada 10 Instituição Pública 7 5 4 2 33 0 60-75 76-90 90 ou + Faixa etáriaFigura 2: Faixa etária dos idosos que sofreram queda(s) no período de um ano. 17

HOLZBACH, Viviane – BEUTER, Cláudia Regina É comum encontrar na literatura autores que citam a idadecomo um fator de risco para as quedas, sendo esta diretamenteproporcional ao risco, por estar ligada a fatores intrínsecos deexposição. Através da Figura 3, que demonstra a percentagem de cadacausa de queda encontrada nas evoluções, é possível constatarque a perda do equilíbrio é o fator causal mais importante,correspondendo a 29% das quedas. 9% 22% Fraqueza 6% Tropeço Sonolência Perda de equilíbrio19% 6% Escorrego 6% 3% Tontura/Vertigem Dor 29% Não consta Figura 3: Causas que levaram às quedas dos idosos. Em seguida está a fraqueza, também entre os principaisfatores causais para as quedas, sendo responsável por 22% do total.A fraqueza foi mencionada nas evoluções algumas vezes somentecomo “fraqueza” e outras como “fraqueza de membros inferiores”,sendo que nos resultados finais, ambas foram consideradas omesmo fator causal, a fraqueza. Outro fator igualmente importante e encontrado nasevoluções é a tontura, ou vertigem, que foram consideradas amesma coisa, causando 19% das quedas. As demais causas encontradas foram a dor, o escorrego e otropeço, sendo que cada uma foi causa de 6% do total. A sonolênciafoi causa de 3% das quedas ocorridas e o restante, que correspondea 9% das quedas analisadas não constou suas causas nas evoluções.18

ÍNDICE DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO-RS Segundo Maciel e Guerra (2005), as alterações do equilíbriona população idosa são problemas relativamente comuns e levam aimportantes limitações na realização das atividades da vida diária,além de constituírem a principal causa de queda nesses indivíduos. Para Ham (apud REICHEL & GALLO, 2001) a vertigem éuma das queixas mais comuns na medicina geriátrica, isto porqueela é conseqüência de diversas doenças que acometem os idosos.São necessárias algumas medidas preventivas para que não ocorramacidentes no momento em que o idoso tiver alguma vertigem,como a utilização de auxílio para estabilizar e equilibrar a marchae modificações ambientais (luminosidade, barras de apoio). A maioria das quedas (37%) ocorreram no ambiente doquarto, o que está de acordo com a literatura nacional e internacional.Muitas destas quedas ocorrem logo após o idoso assumir a posiçãoortostática, quando levanta-se da cama. O segundo ambiente mais propício foi a sala, com 25%das quedas. Geralmente este é o ambiente onde os idosos fazemas refeições e assistem à televisão, entre outras atividades, nasinstituições. Na calçada, ocorreram 16% das quedas, provavelmenteisso se deve ao fato de que muitas vezes estas apresentam degrause desníveis e fazem com que os idosos tropecem ou percam oequilíbrio. Ainda destaca-se, com 13% as quedas no corredor,onde geralmente os idosos transitam quando vão de um ambiente aoutro. Entre os fatores que podem ter relação com as quedas nesteambiente está o piso escorregadio, falta de barras de apoio fixadasna parede, ou ainda iluminação inadequada para os idosos, já queestes necessitam de iluminação especial devido à lenta adaptaçãoà luz e ao escuro e a baixa tolerância à claridade (VERNON apudREICHEL & GALLO, 2001). Em 6% das quedas descritas nasevoluções não constava o local onde ocorreram. 19

HOLZBACH, Viviane – BEUTER, Cláudia Regina Ribeiro et al. (2008) sugerem que na maioria das vezes osidosos caem nos cômodos mais utilizados, sendo que este, paraos idosos institucionalizados, é geralmente o quarto, onde elesficam isolados dos demais e fazem isso por opção própria, peladificuldade de socialização. A Figura 4, que exibe a quantidade de quedas ocorridasno período de um ano distribuídas nos turnos em que ocorreram,apresenta um índice maior no turno da tarde, em que ocorreram50% das quedas, ou seja, 16. Durante a noite ocorreram 9 quedas(28%) e no turno da manhã, apenas 7 quedas (22%). Pela análisede variância e Teste Tukey (5% de significância), a diferença entreas médias do número de quedas e o turno em que estas aconteceremnão foi significativa. 16Número de quedas 16 9 14 12 10 7 8 6 4 2 0 Tarde Noite Manhã Figura 4: Turnos do dia em que ocorreram as quedas. Segundo Campbell (apud EBRAHIM & KALACHE,1996) a maior parte das quedas ocorre em horas de atividademáxima do dia e 20% ocorrem à noite. Este achado está de acordocom os resultados encontrados no presente estudo, já que, para a20

ÍNDICE DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO-RSmaioria dos idosos a atividade máxima é no turno da tarde, que foipredominante em relação à manhã e noite. No entanto a maioriados autores discorda, afirmando que a maioria das quedas ocorredurante a noite, quando os idosos levantam-se para ir ao banheiroou beber água (CARVALHO & COUTINHO, 2002). Santos & Andrade (2005) encontraram resultados diferentesem seu estudo, onde o turno de maior freqüência foi a manhã, com45% das quedas, seguido do turno da tarde com 32,3% e noite com22,7%. Conforme a Figura 5, grande parte das quedas ocorreramquando os idosos estavam apenas caminhando (51%), muitasvezes deslocando-se de um ambiente a outro. Esta constatação nãofoi surpresa, pois é do conhecimento de todos que a maioria dasquedas, em qualquer idade, ocorre durante a deambulação. 3% 6% 31% Após levantar da cama Tomando banho Ao levantar da mesa após refeição Apenas caminhando51% 3% Ao sentar na cama 6% Não consta Figura 5: Atividades realizadas antes ou no momento da queda. Também não foi surpreendente saber que 31% das quedastenham ocorrido após o ato de levantar-se da cama, pois comocitado anteriormente, isto acontece porque muitos idosos têmhipotensão ortostática e assim que assumem a postura em pé vãoao chão. Além disso, alguns idosos passam muito tempo na cama,o que contribui para que tenham vertigens ao levantar-se. Outrasatividades realizadas pelos idosos antes da ocorrência da quedaforam tomar banho (3%); ao levantar-se da mesa após refeição 21

HOLZBACH, Viviane – BEUTER, Cláudia Regina(6%); ao tentar sentar-se na cama (3%) e as demais quedas (6%)não foram definidas, pois não constavam nas evoluções. Guimarães e Cunha (2004) apontam que as quedas emhospitais ou em instituições geriátricas ocorrem quando a equipenão está por perto e os pacientes encontram-se, pelo menosmomentaneamente, ativos. Dizem ainda, que a maioria das quedasocorre quando o paciente está subindo ou descendo do leito. A partir da Figura 6, pode-se observar que não houveramconseqüências físicas em 28% das quedas estudadas, porém não seexcluem as conseqüências psíquicas e sociais, as quais não foramanalisadas neste estudo, mas sabe-se, igualmente importantes nasaúde do idoso. Em relação a isso, pode-se usar como um exemploo medo que o idoso sente de cair novamente e machucar-se, gerandouma restrição nas suas atividades que deve ser considerada umadas suas conseqüências crônicas (REICHEL, 2001). 9% 3% 3% 3% 28% Sem consequencias16% 16% 22% Escoriações Fratura Corte Dor e escoriações Corte e escoriações Dor Deslocamento de placa do fêmur Figura 6: Complicações decorrentes das quedas. As escoriações destacaram-se como uma das conseqüênciasmais comuns após o evento da queda, tendo ocorrido em 22% dasmesmas. Corte e fratura obtiveram índices de 16%, cada. Dor eescoriações ocorreram em 9% das quedas, contudo, pode-sesubentender que em todas as quedas em que não constava “dor”como conseqüência, ela estava presente, mesmo sem o devidoregistro. Corte e escoriações, dor e deslocamento de placa do22

ÍNDICE DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO-RSfêmur, corresponderam cada uma, a 3% das conseqüências dasquedas avaliadas. Santos e Andrade (2005) encontraram as escoriações emprimeiro lugar como conseqüência de queda, com um percentualde 19,7 % em seu estudo, porém a maior parte dos idosos (59,4%)não teve conseqüências físicas. Em 7% das quedas ocorreramalgum tipo de corte e em 5,7% delas os idosos sofreram fratura. Em pesquisa realizada por Fabrício et al. (2004), queteve como objetivo investigar a história da queda, relatada por50 idosos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60anos residentes de Ribeirão Preto, SP, e que haviam sido atendidosem duas unidades de um hospital público, foi constatado que asprincipais conseqüências das quedas foram também as fraturas,representando 64% do total. Segundo Guimarães e Cunha (2004), quando o ato de cairnão resulta em trauma maior ou perda da consciência, tende a serum acontecimento sub-relatado. Portanto, levando-se em contaque na maioria das vezes os idosos procuram atendimento médicosomente quando há conseqüências graves, é normal que um estudorealizado em Instituições Geriátricas, como este, não encontre umapercentagem tão alta de fraturas e tenha resultados menos graves,como as escoriações.4 CONCLUSÃO Após apresentação dos resultados obtidos através da coletade dados pôde-se concluir que o índice de quedas nos idososresidentes das Instituições estudadas foi inferior ao citado pelamaioria dos autores, assim como alguns outros resultados também 23

HOLZBACH, Viviane – BEUTER, Cláudia Reginadiferem dos demais estudos. No entanto, não foram encontradosestudos que utilizaram o método de pesquisa utilizado neste. Aaplicação de testes e questionários foi relatada em diversos estudos,podendo ser este um fator de influência nos resultados. Ao comparar o índice de quedas encontrado nas duasInstituições estudadas, verifica-se que há uma maior percentagemna Instituição Pública, onde o índice foi de 8,0%, enquanto que naInstituição Privada foi de 4,3%. Em relação à faixa etária dos idosos que sofreram quedasna Instituição Privada, foi constatado que nesta há um aumento donúmero de quedas diretamente proporcional ao aumento da idade.Já na Instituição Pública a maior parte das quedas ocorreu emidosos com idades entre 60 e 90 anos, havendo uma redução apósesta idade. A principal causa de quedas encontrada nas evoluçõesanalisadas foi a perda do equilíbrio, correspondendo a 29% dasmesmas. Em segundo lugar, está a fraqueza, com um númerotambém expressivo sendo a causa de 22% das quedas. A tontura, ouvertigem, foi encontrada em 19% delas e as demais causas foram:tropeço, escorrego, dor e sonolência e no restante de 9% das quedasnão estava descrita a causa nas evoluções. Quanto aos locais onde ocorreram as quedas, foi encontradoum percentual de 37% no quarto, 25% na sala, 16% na calçada,13% no corredor, 3% no banheiro e em 6% das quedas não houve adescrição do local nas evoluções. Outros estudos também indicaramuma maior percentagem de quedas no quarto, por ser o local ondeos idosos, principalmente os institucionalizados, passam a maiorparte do tempo, além de outros fatores como hipotensão ortostáticae vertigem ao levantar-se da cama.24

ÍNDICE DE QUEDAS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DO MUNICÍPIO DE SANTO ÂNGELO-RS O turno da tarde, no qual ocorreram 50% das quedas, foipredominante em relação ao turno da manhã (22%) e da noite(28%). No entanto, pelo teste de Tukey (5% de significância) adiferença entre as médias do número de quedas e o turno em queestas aconteceram não foi significativa. A maior parte das quedas ocorreu quando os idososestavam caminhando (51%) e após o ato de levantar-se da cama(31%). Já como conseqüências físicas das quedas predominaramas escoriações, em 22% delas, fratura em 16% e corte também em16%. Houve uma percentagem de 28% de quedas que não tiveramconseqüências. Ao término deste estudo tem-se uma visão do que constitui,para o idoso, sofrer uma queda. Após a primeira queda ele torna-se ou é limitado pelos seus cuidadores à prática de atividades davida diária, aumentando o declínio funcional e o predispondo ànovas quedas, formando assim um ciclo vicioso que faz com queele perca a sua qualidade de vida. É necessário que as formas de prevenção para as quedassejam colocadas em prática pela população, instituições eprofissionais da saúde que prestam atendimento ao idoso, como objetivo tanto de evitar a primeira queda como também asua recorrência e neste contexto o fisioterapeuta tem um papelfundamental. Apesar de atualmente haver muitos estudos a respeito dasquedas e os fatores nela envolvidos, existe ainda uma lacuna naquestão desta ocorrência em idosos residentes de Instituições.Procurou-se iniciar uma discussão para que seja possível assumirproporções maiores em futuros estudos a respeito do tema, commais Instituições analisadas e uma população maior de idosos. 25

HOLZBACH, Viviane – BEUTER, Cláudia Regina5 REFERÊNCIASBARRY H. C.; EATHORNE, S. W. Exercise and Aging. Issues forthe Practitioner. Medical Clinics North America, v. 78, n. 2, p.357-375, 1994.BORN, T. Cuidado ao idoso em Instituição. In: PAPALÉONETTO, M. Gerontologia: A Velhice e o Envelhecimento emvisão globalizada. São Paulo: Atheneu, 2005.BRASIL. Estatuto do Idoso. Lei no. 10.741 de 1º de outubro de2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.São Paulo, 2003.CAMPBELL, J. Exercise. In: EBRAHIM, S.; KALACHE, A.Epidemiology in Old Age. London: BMJ Publishing Group, 1996.CARVALHO, A. M.; COUTINHO, E. S. F. Demência como fatorde risco para fraturas graves em idosos. Revista de Saúde Pública,v. 36, n. 4, p. 448-454, 2002.CHANDLER, J. M. Equilíbrio e quedas no idoso: questões sobrea avaliação e o tratamento. In: GUCCIONE, A. A. FisioterapiaGeriátrica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.COMFORT, Alex. A Boa Idade. São Paulo: Difusão Editorial,1979.CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM. Rio Grande doSul. Proposta de dimensionamento de pessoal de enfermagemem instituições gerontológicas e geriátricas. Porto Alegre, 2000.COONS, D. H. Specialized dementia care units. In: PASCALE, M.A. Ergonomia e Alzheimer: a contribuição dos fatores ambientaiscomo recurso terapêutico nos cuidados de idosos portadoresda demência do tipo Alzheimer. Florianópolis: UFSC, 2002.Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina,2002.COZOLI, J.; RADOMILE, M. E. S. Asilamento e Hospitalismo:um dilema. Psicópio: Revista Virtual de Psicologia Hospitalar eda saúde, ano II, n. 4, 2006.DRIUSSO, P.; OISHI, J. Envelhecimento Populacional: Causas eConseqüências. In: DRIUSSO, P; CHIARELLO, B. FisioterapiaGerontológica. São Paulo: Manole, 2007.26

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FISIOTERAPIA NA ESTABILIDADE ARTICULAR DO JOELHO: ABORDAGEM FISIOLÓGICA DO SISTEMA SENSÓRIO-MOTORFISIOTERAPIA NA ESTABILIDADE ARTICULARDO JOELHO: ABORDAGEM FISIOLÓGICA DO SISTEMA SENSÓRIO-MOTOR SILVA, Letícia Ataídes1 BECK, Derliane Glonvezynski dos Santos2 RESUMO O propósito do presente estudo foi abordar, através de uma revisão bibliográfica, a importância do conhecimento fisiológico do sistema sensório-motor na estabilidade articular do joelho, funcionalmente responsável por diversas atividades como correr, andar e saltar. O conhecimento sobre os componentes do sistema sensório-motor é fundamental, pois junto com as estruturas musculoesqueléticas são um dos elementos que garantem a estabilidade da articulação do joelho. Os mecanorreceptores localizados no joelho, em especial no Ligamento Cruzado Anterior (LCA), são as principais estruturas que enviam ao Sistema Nervoso Central (SNC) informações acerca da posição, movimento e estresse articular. O adequado funcionamento das estruturas sensório-1 Fisioterapeuta2 Professora dos Cursos de Fisioterapia e Biomedicina do Instituto Cenecista de EnsinoSuperior de Santo Ângelo, Fisioterapeuta, Mestre em Fisiologia. 29

SILVA, Letícia Ataídes – BECK, Derliane Glonvezynski dos Santos motoras articulares deve ser o objetivo de tratamento em indivíduos com lesões articulares, para possibilitar que o corpo mantenha a estabilidade estática e dinâmica necessária para exercer suas atividades com o mesmo desempenho anterior a uma lesão. Palavras-chaves: receptores sensoriais, propriocepção, estabilidade articular. ABSTRACT The purpose of this study was to address, through a literature review, the importance of physiological knowledge of the sensory-motor in the knee joint stability, functionally responsible for various activities as running walk and jump. The knowledge about the components of the sensory-motor system is essential, because along with the musculoskeletal structures are one of the elements that guarantee the stability of the knee joint, allowing the body to maintain the stability and dynamic required for the individual exercises its activities with the same performance prior to an injury. The mechanoreceptors located in the knee, especially in the anterior cruciate ligament (ACL) are the main structures that send to the central nervous system (CNS) information about the position, motion and stress articulate. The proper functioning of sensory- motor joint30

FISIOTERAPIA NA ESTABILIDADE ARTICULAR DO JOELHO: ABORDAGEM FISIOLÓGICA DO SISTEMA SENSÓRIO-MOTOR Key words: proprioceptores, sensory receptors, joint stability.1 INTRODUÇÃO A idéia do presente estudo é apresentar através de umarevisão bibliográfica a importância do conhecimento fisiológicodo sistema sensório-motor na estabilidade articular do joelho. Aestabilidade articular refere-se à capacidade da articulação retornarao seu estado normal após ter sofrido um estresse. A ocorrênciadessa propriedade depende da interação de diversos fatores,entre eles, a congruência óssea, a restrição passiva das estruturasarticulares e as forças compressivas geradas pelo peso do corpo e aação muscular (AQUINO et al., 2004). Para realizar um determinado movimento sem danos físicosé necessário ter integridade musculoesquelética e sensorial, sendoque este último vem apresentando uma crescente importância emse tratando de estabilização articular. As percepções sensoriais(saber onde nossos membros se encontram no espaço quando sãomovimentados e conhecer as forças geradas pelos músculos) sãoconhecidas como sentido proprioceptivo. Esse termo é empregadopara determinar a informação aferente vinda de áreas periféricasinternas do corpo, que contribuem para o controle postural e aestabilidade articular (COHEN, 2001). O conhecimento fisiológico do sistema sensório-motoré de suma importância para uma eficaz estabilização articulardo joelho, pois se pode perceber que por meio de receptoressensoriais, o Sistema Nervoso Central (SNC) recebe estímulosinternos e externos do nosso organismo que irão atuar diretamente 31

SILVA, Letícia Ataídes – BECK, Derliane Glonvezynski dos Santosna estabilidade articular. Esses receptores estão localizados napele, nos músculos, tendões, ligamentos, articulações e fáscias(FONSECA et al., 2007). A articulação do joelho é uma estrutura complexa compostapor três ossos, o fêmur, a tíbia e a patela. Funcionalmente o joelhoé responsável por diversas atividades, tais como correr andar,saltar, sendo essas e outras funções possíveis devido à mobilidadeoferecida principalmente pelos ossos, à estabilidade promovidapelos tecidos moles e pela integridade sensorial (SMITH et al.,1997). Essa articulação pode parecer uma estrutura simples, poréma sua biomecânica e o tratamento das lesões sofridas está há muitotempo levantando discussões (ANDREWS et al., 2000). Dessa maneira, a fisioterapia vem buscando diversaspossibilidades para que cada vez menos lesões venham acontecerdurante as atividades realizadas, sejam elas desportivas ouatividades da vida diária. Dentre as alternativas para reduzir o riscode lesão ou até mesmo melhor o desempenho físico o seriam atravésdo treino sensório motor utilizando exercícios proprioceptivos,para manter ou melhorar a estabilidade articular do joelho. Estesexercícios servem para dar ênfase à coordenação e equilíbrio(BONETTI, 2007). Tendo em vista a importância das informaçõesproprioceptivas para um melhor desempenho da estabilidadearticular, é fundamental o conhecimento da fisiologia do sistemasensório motor e do seu funcionamento junto com a produção demovimento fluente, controlado e coordenado.32

FISIOTERAPIA NA ESTABILIDADE ARTICULAR DO JOELHO: ABORDAGEM FISIOLÓGICA DO SISTEMA SENSÓRIO-MOTOR2 MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica,realizada em livros e artigos Medline, Lilacs e Scielo. O métodoutilizado foi o dialético e o instrumento para o alcance dos objetivosfoi o levantamento documental.3 DISCUSSÃO Os fatores neurológicos, como a propriocepção, jáeram conhecidos há muito tempo atrás; porém, apenas fatoresbiomecânicos, anatômicos e histológicos eram consideradosdeterminantes na função articular. No entanto, mais recentemente osfatores neurológicos começam a ter uma contribuição fundamentalpara a estabilidade articular (AQUINO et al., 2004). Na Grécia Antiga, Aristóteles já descrevia e distinguia oscinco sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato (PINTO etal, 1997). No século XIX um cientista alemão, Johannes Müller(1801-1858), atribuiu aos sentidos a lei das energias específicas, naqual se considera que cada sentido está relacionado a uma formade energia. Diz-se então que os receptores são específicos parauma determinada forma de energia, e que sua sensibilidade está emsintonia com uma faixa restrita de estimulação e resposta (LENT,2004). Ainda no século XIX um sexto sentido foi descrito porBell, referindo-se ao sentido de posição e movimento articular.Mais tarde Ducheme e Charcot descreveram a importância dassensações articulares para a função do aparelho locomotor. Aseguir outros autores localizaram em receptores articulares e 33

SILVA, Letícia Ataídes – BECK, Derliane Glonvezynski dos Santosmusculares a sensação do movimento, importante para a açãoarticular coordenada. Dentre esses autores está o fisiologista inglêsCharles Sherrington (COHEN, 2001) que traduziu a propriocepçãocomo um termo usado para a regulação da postura total (equilíbriopostural) e postura segmentar (estabilidade articular), comotambém para o início de muitas sensações periféricas conscientes(PINTO et al., 1997). O termo sensório-motor foi designado para descrever asinterações centrais, sensoriais e motoras e as estruturas envolvidasna manutenção da integridade articular durante os movimentoscorporais e manutenção da postura. A propriocepção e o controleneuromuscular fazem parte do sistema sensório-motor (COSTA,2007). A palavra propriocepção deriva do latim e tem o significado“de si mesmo”, referindo-se aos processos sensoriais envolvidosna apreciação da postura e do movimento (FONSECA et al., 2007). O controle neuromuscular é definido como o controle daativação inconsciente de estabilizadores dinâmicos, os músculos,agindo em resposta a uma carga ou movimentos impostos a umaarticulação com o objetivo de restaurar ou manter a estabilidadearticular normal. O controle neuromuscular irá depender daintegração adequada entre os inputs sensitivos e as eferênciasmotoras (COSTA, 2007). Estudos têm analisado a interação entre os sistemassensoriais e sistema motor. Conforme esses estudos, para obter umaação motora adequada são necessários a integração e utilizaçãocontínua das informações sensoriais na coordenação e controle doato motor desejado (BONFIM & BARELA, 2007). O sistema sensorial é composto por neurônios interligadosque formam circuitos responsáveis por processar a informação34

FISIOTERAPIA NA ESTABILIDADE ARTICULAR DO JOELHO: ABORDAGEM FISIOLÓGICA DO SISTEMA SENSÓRIO-MOTORque chega do ambiente. Dessa forma o ambiente é a origem dosestímulos sensoriais. Esses estímulos geralmente incidem sobreuma superfície onde estão localizadas células especializadas paracaptar a energia incidente, estas células são chamadas de receptoressensoriais (LENT, 2004). Os mecanorreceptores são tipos de receptores sensoriais efuncionam como tradutores biológicos, sendo capazes de converteros movimentos do corpo e a tensão imposta as suas estruturas, empotenciais de ação nervosos que geram informações proprioceptivas(FONSECA et al., 2007). Os receptores que fazem mediações das sensaçõesprofundas incluem os receptores musculares e articulares e podemser definidos como proprioceptores. Estes abrangem os fusosmusculares, órgão tendinosos de Golgi, terminações nervosaslivres, corpúsculos de Pacini e receptores articulares. Estãorelacionados com a postura, o senso de posição, tônus muscular,velocidade e direção do movimento (SULLIVAN & SCHMITZ,2004). O sistema proprioceptivo recebe informações tanto dosreceptores articulares quanto os receptores musculares e utiliza essesestímulos para localizar nossos membros no espaço e determinara sua amplitude e velocidade do movimento. No entanto, cadareceptor têm um papel diferente na formação da propriocepçãoarticular. Apesar dos demais receptores também contribuírem paraa sensação de movimento os receptores musculares parecem sera fonte de maior contribuição para a informação proprioceptiva(RIBEIRO & OLIVEIRA, 2008). Uma característica especial de todos os receptores sensoriaisé a de que eles se adaptam, parcial ou totalmente, a seus estímulos 35

SILVA, Letícia Ataídes – BECK, Derliane Glonvezynski dos Santosapós certo período de tempo. Percebe-se que alguns receptores seadaptam de forma muito mais rápida do que outros (GUYTON,1993). Ter as informações sobre a posição, velocidade e direçãodos movimentos são importantes fatores para manter o controlepostural. Para desenvolver uma atividade motora com maior destrezaé fundamental ter um controle neuromuscular (FONSECAet al., 2007). A propriocepção é um processo através do qual o SNCrecebe input de diversas fontes de estímulo integradas para definiro movimento ou a posição articular. Os estímulos proprioceptivosprovidenciam a informação a um eixo central dividido em três níveisdistintos do controle motor: medula espinal, tronco cerebral e córtexmotor. Contudo, o input proprioceptivo não é necessariamentepercebido de forma consciente. Os mecanorreceptores que sãoresponsáveis pelo envio dos estímulos ao SN (impulsos aferentes),funcionam como conversores das cargas mecânicas impostasà articulação. Esta informação é integrada na programaçãomotora requerida para movimentos de precisão e contribuipara a contração muscular reflexa, proporcionando estabilidadedinâmica à articulação. Portanto, o controle do movimentodepende consideravelmente da qualidade da informação aferenteoriginada dos receptores envolvidos na propriocepção (RIBEIRO& OLIVEIRA, 2008). As sensações profundas e as sensações táteis ou superficiais,transmitidas ao SNC pelos proprioceptores são responsáveis pordeterminar o senso de posição e percepção das articulações tantoem movimento (propriocepção dinâmica) quanto em repouso(propriocepção estática). Em locais, como os dedos, a respostaao reconhecimento da posição é transmitida ao SNC através dos36

FISIOTERAPIA NA ESTABILIDADE ARTICULAR DO JOELHO: ABORDAGEM FISIOLÓGICA DO SISTEMA SENSÓRIO-MOTORreceptores táteis. Por outro lado para a maior parte das grandesarticulações, como a articulação do joelho, os receptores profundossão os mais importantes (GUYTON , 1993). A articulação do joelho suporta o peso do corpo e transmiteforças provenientes do solo e ao mesmo tempo permite uma grandequantidade de movimento entre o fêmur e a tíbia. A estabilidadefuncional do joelho provém da restrição passiva dos ligamentos, dageometria articular, dos músculos e das forças compressivas entreum osso e outro (HAMILL & KNUTZEN, 1999). Em 1991 foi realizada uma revisão de literatura a respeitodo papel sensorial dos ligamentos cruzados, foi mostrada suainfluência reflexa sobre a musculatura agonista do joelho atravésdo sistema fuso muscular. Então se descobriu que os ligamentoscruzados desempenham na fisiologia articular um papel diferentedo que o de estabilizadores mecânicos (PINTO et al., 1997). Estudos anatômicos têm demonstrado a presença demecanorreceptores no Ligamento Cruzado Anterior (LCA).Mostram fibras nervosas penetrando os ligamentos cruzados ereceptores tipo Golgi, Ruffini e Paccini foram identificados noLCA. Dessa forma é provável que a função proprioceptiva dosligamentos seja tão importante quanto a sua função biomecânicapara a manutenção da estabilidade articular (BONFIM &PACCOLA, 2000). A estabilidade da articulação do joelho depende dosmúsculos e dos ligamentos, principalmente do LCA. A deficiênciada informação proprioceptiva no joelho, em decorrência de lesãodo LCA, contribui para o agravamento da instabilidade devido àdiminuição da sensação de posição e ausência do estímulo para acontração muscular reflexa (SAMPAIO & SOUZA, 1994). 37

SILVA, Letícia Ataídes – BECK, Derliane Glonvezynski dos Santos Dentre os ligamentos do joelho, o LCA é o que apresentacom maior freqüência lesões de ruptura completa, sendo estasocorrendo na maioria das vezes em atividades esportivas. Nocaso de atletas, após uma lesão no LCA vários não retornam asatividades e os que retornam apresentam deficiências funcionais.Na tentativa de solucionar essas deficiências as técnicas estão cadavez mais refinadas, então após a reconstrução do LCA, esperava-se que o joelho voltasse a apresentar condições neuromuscularesnormais. No entanto, apesar da amplitude de movimento e aforça serem restabelecidas, a tendência em permanecer um déficitproprioceptivo continuava devido à ruptura do LCA e da suasubstituição por enxertos, que não apresentam os mesmos tiposde mecanorreceptores e conexões nervosas responsáveis pelaestabilidade articular encontrada no ligamento intacto (BONFIM& PACCOLA, 2000). Tendo em vista a importância das informaçõesproprioceptivas para um melhor desempenho da estabilidadearticular é fundamental o conhecimento sobre os componentes dosistema sensório-motor, pois é um dos elementos que garantema estabilidade de uma articulação, possibilitando que o corpomantenha a estabilidade dinâmica e estática necessária para queo indivíduo exerça suas atividades com o mesmo desempenhoanterior a uma lesão (FONSECA et al., 2007). A perda de informação proprioceptiva no joelho, devidoà lesão do LCA contribui para o agravamento da instabilidadedevido à diminuição da sensação de posição e ausência doestímulo para contração muscular reflexa. No entanto, apesarda lesão do LCA e da perda de informações aferentes enviadaspelos mecanorreceptores localizados neste ligamento, existem nasdemais estruturas do joelho inúmeras outras fontes de informação38

FISIOTERAPIA NA ESTABILIDADE ARTICULAR DO JOELHO: ABORDAGEM FISIOLÓGICA DO SISTEMA SENSÓRIO-MOTORproprioceptiva, que através de um treinamento específico decoordenação neuromuscular podem suprir a demanda da reaçãomuscular para estabelecer o controle dinâmico da articulaçãolesada (SAMPAIO & SOUZA, 1994). Alguns anos atrás o conceito de ter um músculo bemalongado e forte bastava para prevenir lesões, porém esse conceitovem sendo substituído por uma idéia que defende a prevenção delesões baseada na melhora funcional das articulações e dos músculosem conjunto, e isto ocorre devido à melhora dos mecanismos decontrole neuromuscular (COSTA, 2007). A importância dos mecanorreceptores articulares,musculares e cutâneos para as sensações proprioceptivas temsido muito discutida. Recentemente estudos sugerem que osreceptores musculares e articulares são complementos do sistemaaferente, no qual a modificação num tipo de receptor promovealteração na função do outro. Ambos são essenciais na capacidadeproprioceptiva (RIBEIRO & OLIVEIRA, 2008). Apesar dos mecanorreceptores ainda não ter uma funçãototalmente conhecida, eles são os principais responsáveis porfornecer ou determinar o caminho da intrigante rede de informaçãosensorial a qual pode diferenciar vários indivíduos com relação asua destreza e habilidade funcional, entre outras (EJNISMAN etal., 2002). A capacidade que articulação tem para detectaralterações que ocorrem no meio que rodeia suas estruturas emediar apropriadamente à resposta muscular a essas alterações éfundamental para garantir a estabilidade funcional da articulação.Na articulação do joelho quem irá contribuir nesse processo deestabilização articular são os receptores musculares, articulares e 39

SILVA, Letícia Ataídes – BECK, Derliane Glonvezynski dos Santoscutâneos que são considerados essenciais na capacidade de sentira posição e o movimento da articulação (RIBEIRO & OLIVEIRA,2008). Os ligamentos cruzados do joelho são os componentesresponsáveis pela estabilidade intrínseca da articulação (MORENOet al., 2005). Até um tempo atrás os ligamentos eram consideradosestruturas passivas, e só mais recentemente que a sua função sensorialcomeçou a ser discutida. A informação sensorial proporciona aoindivíduo a capacidade de detectar a posição articular do joelho deuma forma consciente. O controle neuromotor do joelho envolve aatividade coordenada da musculatura, fornecendo estabilidade ativaà articulação. A integridade proprioceptiva do joelho é primordialpara o controle neuromotor, e sua avaliação, o teste proprioceptivo,é um importante método de diagnóstico e prognóstico, acarretandona eficácia ou não do tratamento fisioterapêutico (LOBATO et al.,2005). A capacidade proprioceptiva de indivíduos com lesõesortopédicas e traumatológicas está cada vez mais despertando uminteresse na prática clínica. Dessa forma, tendo em vista que o SNtransforma as informações aferentes vinda dos mecanorreceptoresem atividade muscular sincronizada ao redor da articulação,garantindo assim a estabilidade articular, podemos supor queo treino proprioceptivo tem sua importância e deve ser incluídotanto na recuperação de lesões quanto na prevenção das mesmas(FONSECA et al., 2007). Os exercícios proprioceptivos foram introduzidos nosprogramas de reabilitação e prevenção de lesões ligamentares, pelofato de que os ligamentos são sede de mecanorreceptores, onde umalesão nessas estruturas poderia causar um déficit proprioceptivo(COSTA, 2007).40

FISIOTERAPIA NA ESTABILIDADE ARTICULAR DO JOELHO: ABORDAGEM FISIOLÓGICA DO SISTEMA SENSÓRIO-MOTOR No processo de reabilitação do joelho devemos considerarde forma significativa o treino proprioceptivo, pois este se refereà sensibilidade ao tato, que engloba a sensação do movimentoe posição articular. A reeducação proprioceptiva busca não sóaumentar a qualidade e velocidade das respostas do aparelhoneuromuscular, como também estimular a sensibilidade e reaçãode respostas rápidas e precisas (PAIZANTE & KIRKWOOD,2007). Os exercícios proprioceptivos fazem parte do processode reabilitação e são necessários tanto na prevenção quantono tratamento de lesões. O trabalho de prevenção deve conterexercícios dinâmicos, multidirecionais e específicos de cadaatividade, com exercícios trabalhando principalmente unidadesmúsculo-tendíneas que são componentes responsáveis por mantera estabilidade dinâmica das articulações durante os movimentos(BONETTI, 2007). Nas lesões de LCA, seja por trauma, intervenções cirúrgicasou por imobilizações prolongadas, os mecanorreceptores sãofreqüentemente lesados, dessa forma a condução dos estímulossensoriais são diminuídas, deixando de informar ao SNC sobreo senso de posição e movimento articular. Devido a isto se faznecessário incluir exercícios proprioceptivos na reabilitação dojoelho traumatizado (PAIZANTE & KIRKWOOD, 2007). O treino proprioceptivo busca desenvolver a autonomia aoindivíduo, consciência postural, do movimento, das mudanças noequilíbrio, conhecimento da posição do peso e da resistência dosobjetos em relação ao corpo. Em indivíduos que sofreram lesão doLCA o objetivo do treinamento proprioceptivo visa desenvolverhabilidade, agilidade e confiança através do aumento da velocidadede resposta de defesa e da estabilidade articular. Especificamente 41

SILVA, Letícia Ataídes – BECK, Derliane Glonvezynski dos Santosna lesão de LCA deve-se fortalecer isquiotibiais, principalmente,mas sem deixar de exercitar quadríceps, abdutores e adutores(PAIVA et al., 2008). O programa de treino sensório motor deve ser realizadode forma progressiva e focalizando alguns aspectos comoflexibilidade, agilidade, força, treino de gesto esportivo epliometria. Alongamento e fortalecimento devem ser realizadosprogressivamente respeitando os limites de cada indivíduo.Exercícios de agilidade são utilizados para permitir a adaptaçãoas mudanças rápidas de direção, aceleração e desaceleração.Para treino de equilíbrio podem ser executados exercícios emapoio unipodal ou bipodal tanto de olhos abertos quanto de olhosfechados, no solo estável e instável, buscando que o indivíduomantenha seu equilíbrio sem alterar sua base de sustentação. Osexercícios pliométricos são aqueles que ativam o ciclo excêntricoe concêntrico do músculo, melhorando a estabilização articulare potencializando a contração muscular. Para finalizar qualquerprograma de reabilitação, prevenção ou condicionamento, devemser incluídas atividades que imitem aquelas vivenciadas peloindivíduo, seja ele atleta ou não (COSTA, 2007).4 CONCLUSÃO O propósito deste trabalho de revisão bibliográfica foiobservar a importância do estudo do sistema sensório motorna estabilidade articular do joelho. A propriocepção tem papelfundamental em relação ao controle motor, uma vez que atravésdos receptores sensoriais são enviadas ao SNC informaçõesrelacionadas ao movimento, velocidade e posicionamentoarticular, e o SNC converte estas informações em ações muscularesadequadas para a realização de atividades motoras.42

FISIOTERAPIA NA ESTABILIDADE ARTICULAR DO JOELHO: ABORDAGEM FISIOLÓGICA DO SISTEMA SENSÓRIO-MOTOR Foi possível verificar através de estudos que para garantiresta estabilidade articular é necessário não só ter estruturasmusculoesqueléticas íntegras, mas também ter uma integridadesensório-motora. Em relação à articulação do joelho observou-se que suasestruturas servem tanto para dar estabilidade dinâmica quantoestática. Além dos componentes articulares e musculares o joelhodispõe de receptores sensoriais, os mecanorreceptores, que estãoprincipalmente localizados nos ligamentos e em especial no LCA. Dessa forma, o LCAé a principal estrutura proprioceptiva do joelho,portanto uma lesão nesse ligamento causaria sérios problemas deinstabilidade articular. Dessa maneira foi possível verificar que o adequadofuncionamento das estruturas sensório motoras é fator essencialpara possibilitar ao indivíduo a estabilidade articular necessária paradesenvolver suas atividades. O treino proprioceptivo é importantenão só na reabilitação de lesões, mas também na sua prevenção,sejam elas desportivas ou não, contribuindo para a melhora da suacondição sensorial. Mesmo assim, ainda são necessários mais estudos emrelação à capacidade proprioceptiva do joelho e a eficiência dotratamento proprioceptivo na estabilidade articular. 43

SILVA, Letícia Ataídes – BECK, Derliane Glonvezynski dos Santos5 REFERÊNCIASAQUINO, C. F. et al. Mecanismos neuromusculares de controle daestabilidade articular. Revista Brasileira de Ciência e Movimento,v. 12, n. 2, p. 35-42, 2004.COHEN, Helen. Neurociência para Fisioterapeutas: incluindocorrelações clínicas. 2. ed. São Paulo: Manole, 2001.FONSECA, Maria C. R.; FERREIRA, Aline M.; HUSSEIN, AmiraM. Sistema Sensório-motor articular: revisão de literatura. RevistaFisioterapia e Pesquisa, v. 14, n. 3, p. 82-90, 2007.SMITH, Laura K.; WEISS, Elizabeth L.; LEHMKUHL, Don L.Cinesiologia Clínica de Brunnstrom. 5. ed. São Paulo: Manole,1997.ANDREWS, James R.; HARRELSON, Gary L.; WILK, KevinE. Reabilitação Física das Lesões Desportivas. 2. ed. Rio deJaneiro: Guanabara Koogan, 2000.BONETTI, Leandro V. Exercícios proprioceptivos na prevençãode lesões de tornozelo e joelho no esporte. Disponível em:<www.wgate.com.br/fisioterapia>. Acesso em: 15 out. 2007.PINTO, Rodrigo V. B. et al. Propriocepção após Artroplastiado Joelho: estudo comparativo entre pacientes com prótesesestabilizadas e não-estabilizadas posteriormente. RevistaBrasileira de Ortopedia e Traumatologia, v. 32, n. 2, p. 153-156,1997.LENT, Roberto. Cem Bilhões de Neurônios: conceitosfundamentais de neurociência. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2004.COSTA, Fábio C. Importância do treino sensório-motorna prevenção de lesões em atletas. Disponível em: <www.treinamentoesportivo.com> . Acesso em: 15 dez. 2007.BONFIM, Thátia R., BARELA, José A. Efeito da manipulaçãoda informação sensorial na propriocepção e no controle postural.Revista Fisioterapia em Movimento, v. 20, n. 2, p. 107-117,2007.SULLIVAN, Susan B., SCHMITZ, Thomas J. Fisioterapia:avaliação e tratamento. 4. ed. São Paulo: Manole, 2004.44

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OS BENEFÍCIOS DO REFORÇO MUSCULAR EM PORTADORES DE GONARTROSE OS BENEFÍCIOS DO REFORÇO MUSCULAR EM PORTADORES DE GONARTROSE TAVARES, Aline Fróes1 GOMES, Thais do Nascimento2 RESUMO Agonartrose é uma patologia reumatológica que afeta a articulação do joelho, manifestando-se devido a muitos fatores como o processo natural do envelhecimento ou ao acúmulo excessivo de carga que a articulação suporta o que desequilibra as forças musculares e aumenta a exigência do joelho. O reforço muscular é uma alternativa preventiva e/ou curativa para o restabelecimento das funções normais do joelho. Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre os benefícios do reforço muscular na gonartrose, através das respostas fisiológicas dos recursos fisioterapêuticos empregados. Evidenciou- se através desta pesquisa o papel importante do cálcio na contração e principalmente na geração de força,1 Fisioterapeuta, pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase emAtendimento na Clínica de Fisioterapia.2 Professora do Curso de Fisioterapia do Instituto Cenecista do Ensino Superior,Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia em Ortopedia e Traumotologia, Especialista emSaúde Pública, Especialista em Docência para o Ensino Superior e Mestre em Educação nasCiências. 47

TAVARES, Aline Fróes – GOMES, Thais do Nascimento sendo que sua falta é fator de fraqueza muscular e desequilíbrios que tornam suscetíveis patologias como a gonartrose. Os tipos de contração muscular, de acordo com cada músculo, podem favorecer o tipo de exercício mais indicado, acelerando os benefícios frente ao tratamento de reforço muscular. Dessa forma tal análise permitiu concluir que as mudanças fisiológicas causadas pela gonartrose podem ser prevenidas ou amenizadas a partir do reforço muscular quando utilizado através do conhecimento do tipo de musculatura e do exercício, que deve ser personalizado e adaptado ao estilo de vida. Palavras-chaves: contração muscular, gonartrose, reforço muscular. ABSTRACT The gonarthrosis is a rheumatic disease that affects the knee, appearing due to many factors such as the natural aging process or the excessive accumulation of charge that the relationship that supports unbalanced muscle forces and increases the requirement of the knee. The muscle strengthening is an alternative preventive and / or curative for the reestablishment of the normal knee. This study aimed to a literature review about the benefits of building muscle in gonarthrosis, through the physiological responses48


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