["Anais indiv\u00edduos, para definir as suas car\u00eancias; ela ou ele n\u00e3o pode sentir autoconfian\u00e7a sem estar dedicado \u00e0s necessidades dos outros. Um relacionamento codependente \u00e9 aquele em que um indiv\u00edduo est\u00e1 ligado psicologicamente a um parceiro(...). (Giddens, 1992, p. 101- 102). A quest\u00e3o da codepend\u00eancia pode ser observada no trecho a seguir: O que eu queria? Quer saber? Eu queria que voc\u00ea tivesse intercedido por mim, M\u00e1rcio. Que tivesse arrombado aquela porta, me abra\u00e7ado mesmo assim. Me levado, me internado em um lugar, me obrigado a ficar. Que desligasse a tev\u00ea, n\u00e3o deixasse ningu\u00e9m falar sobre o assunto, lhes mandasse calar a boca (...). (CARVALHO, 2018, p. 11). De acordo com o trecho acima e com a afirma\u00e7\u00e3o de Giddens sobre codepend\u00eancia, nota-se que depois que Liane foi violentada, ela passou a ser uma pessoa carente que necessitava de uma figura masculina para se sentir realizada, ao longo da narrativa, ela criou grandes expectativas em rela\u00e7\u00e3o ao seu parceiro Marcinho. Ela estava a todo tempo buscando algu\u00e9m que aceitasse as suas falhas, seus erros, algu\u00e9m que a aprovasse e que a aceitasse do jeito que ela se encontrava. \u201cUm homem. Um homem que pudesse me proteger dos demais homens (...)\u201d. (Carvalho, 2018, p. 129). A partir do momento que ela recebeu apoio de outras mulheres que passaram pela mesma viol\u00eancia que a dela, que decidiu despertar depois de anos vivendo como coadjuvante de sua pr\u00f3pria hist\u00f3ria, que se permitiu aceitar o ocorrido e p\u00f4r fim ao silenciamento, foi poss\u00edvel aceitar a sua condi\u00e7\u00e3o e compreender que nenhum homem poderia salv\u00e1-la, apenas ela mesma. Considera\u00e7\u00f5es finais Nesta pesquisa buscou-se analisar como o romance intitulado Quem \u00e9 essa mulher? da autora Milena carvalho, permitiu um estudo acerca da condi\u00e7\u00e3o da mulher racializada na sociedade brasileira, sobretudo, maranhense. A partir de uma perspectiva decolonial, este artigo buscou compreender como o processo de coloniza\u00e7\u00e3o contribuiu para a constru\u00e7\u00e3o de um sistema que oprime e violenta as mulheres de cor. A partir deste artigo foi poss\u00edvel evidenciar a relev\u00e2ncia de se trabalhar com a literatura de autoria feminina maranhense, visto que essa se encontra marginalizada no contexto liter\u00e1rio. Tamb\u00e9m foi poss\u00edvel observar a import\u00e2ncia de uma literatura 597","Anais contempor\u00e2nea voltada as discuss\u00f5es acerca das decolonialidades. A partir da leitura decolonial do romance Quem \u00e9 essa mulher? de Milena carvalho compreendeu-se a situa\u00e7\u00e3o da mulher negra na sociedade e como ela se posiciona diante de um sistema que desumaniza os indiv\u00edduos colonizados. As mulheres s\u00e3o violentadas, e at\u00e9 mortas por uma sociedade machista e patriarcal que alimenta um \u00f3dio contra o corpo feminino. A partir desse contexto, as mulheres de cor t\u00eam que encontrar for\u00e7as para lutar e resistir dentro de um sistema patriarcal que tem como objetivo silenciarem-nas. REFER\u00caNCIAS CARVALHO, Milena. Quem \u00e9 essa mulher? 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O desenvolvimento dessa pesquisa mostrou-se relevante, pois, a literatura sempre foi um local de domina\u00e7\u00e3o do homem, em especial o homem branco, sendo assim as personagens femininas foram representadas a partir de um olhar machista e patriarcal, por isso, trabalhar a escrita feminina contribui para pensar a posi\u00e7\u00e3o da mulher na literatura. Essa pesquisa est\u00e1 focalizada na autora contempor\u00e2nea Jorgeana Braga e como sua escrita de mulher negra configura uma resist\u00eancia ao sistema moderno\/colonial de g\u00eanero. Esta pesquisa \u00e9 qualitativa, bibliogr\u00e1fica e conta com as bases te\u00f3ricas de Saffioti (2004), Gonzalez (2020) e Lugones (2020). A partir da an\u00e1lise do romance chega-se a conclus\u00e3o que a autora Jorgeana Braga na sua obra A Casa do Sentido 1 Graduanda em Letras \/Portugu\u00eas \u2013 UFMA. Membro dos grupos de pesquisas Marginalia Estudos Decoloniais e GEPELIND. Bolsista CNPq modalidade Inicia\u00e7\u00e3o Cient\u00edfica. E-mail: [email protected] 2 Doutora em Letras. Professora Adjunta III do Centro de Ci\u00eancias Educa\u00e7\u00e3o e Linguagem da Universidade Federal do Maranh\u00e3o. Docente Permanente do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Letras de Bacabal (PGLB\/UFMA) e do programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Cultura e Sociedade (PGCULT\/UFMA). E-mail: [email protected]. 599","Anais Vermelho desconstr\u00f3i o ideal de mulher para o sistema machista e patriarcal ainda em voga na sociedade, pois, as personagens do romance s\u00e3o apresentadas de maneira forte e independente que n\u00e3o veem no casamento e maternidade o \u00fanico caminho a ser seguido pela mulher. Palavras-chave: A Casa do Sentido Vermelho; Jorgeana Braga; sexualidade feminina; maternidade. ABSTRACT This article is the result of the research project \u201cContemporary literature from Maranh\u00e3o by female authors: decolonizing the colonial matrix of power in A Casa do Sentido Vermelho (2013) by Jorgeana Braga\u201d and aims to investigate how the author from Maranh\u00e3o deconstructs the impositions of the system in her novel. modern\/colonial gender in terms of female sexuality and the relationship between women and motherhood. The development of this research proved to be relevant, because literature has always been a place of male domination, especially the white man, so the female characters were represented from a sexist and patriarchal look, so working on writing contribution to thinking about the position of women in literature. This research is focused on the contemporary author Jorgeana Braga and how her writing as a black woman configures a resistance to the modern\/colonial gender system. This research is qualitative, bibliographical and has the theoretical bases of Saffioti (2004), Gonzalez (2020) and Lugones (2020). From the analysis of the novel, it is concluded that the author Jorgeana Braga, in her work A Casa do Sentido Vermelho, deconstructs the ideal of woman for the sexist and patriarchal system still in vogue in society, since the characters of the novel are presented in a different way. strong and independent way that they do not see marriage and motherhood as the only way to be followed by women. Keywords: A Casa do Sentido Vermelho; Jorgeana Braga; female sexuality; maternity. INTRODU\u00c7\u00c3O Em consequ\u00eancia da domina\u00e7\u00e3o masculina no meio liter\u00e1rio a escrita feminina foi relegada a uma condi\u00e7\u00e3o de subalternidade, o que resultou com que essa escrita recebesse menor visibilidade da cr\u00edtica liter\u00e1ria, fazendo com que muitas escritoras ca\u00edssem no esquecimento, essa situa\u00e7\u00e3o ocorreu em toda a literatura nacional, o que inclui o Maranh\u00e3o. A escolha de se trabalhar com uma escritora maranhense contempor\u00e2nea permite pensar no efeito do patriarcado no campo liter\u00e1rio do estado ainda na atualidade. Al\u00e9m disso, pensar em uma escritora negra, l\u00e9sbica e zeladora de santo em terreiro de umbanda permite repensar o padr\u00e3o de sujeito ideal para o sistema moderno\/colonial de g\u00eanero, padr\u00e3o esse que se iniciou durante o colonialismo, mas n\u00e3o se encerrou com ele. Isso \u00e9 relevante, pois, sendo a literatura um local de domina\u00e7\u00e3o do homem as personagens femininas tendem a ser representadas a partir de uma vis\u00e3o estereotipada de mulher, isto \u00e9, a mulher fr\u00e1gil, d\u00f3cil e 600","Anais domesticada, vale destacar que as personagens do romance de Jorgeana Braga fogem desse ideal de mulher. O objetivo com esse artigo \u00e9 analisar o romance A Casa do Sentido Vermelho focalizando em como a autora Jorgeana Braga desconstr\u00f3i em sua narrativa as imposi\u00e7\u00f5es do sistema moderno\/colonial de g\u00eanero no que se refere a rela\u00e7\u00e3o da mulher com a maternidade e a sexualidade feminina e, como essas personagens femininas desconstroem o padr\u00e3o ideal de mulher para o sistema eurocentrado que tem o sexismo como uma de suas marcas mais significativas. As pr\u00f3ximas se\u00e7\u00f5es deste artigo se concentrar\u00e3o no que \u00e9 a colonialidade de g\u00eanero e seus efeitos no conceito de feminilidade e como isso se refletiu no meio liter\u00e1rio, al\u00e9m de contar com uma an\u00e1lise da obra focalizada nas personagens femininas do romance A Casa do Sentido Vermelho e a rela\u00e7\u00e3o dessas personagens com a maternidade e a sexualidade. No entanto, primeiramente, ser\u00e1 apresentado a perspectiva metodol\u00f3gica aplicada para o desenvolvimento desta pesquisa. METODOLOGIA Quanto a metodologia, essa pesquisa \u00e9 de classifica\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, pois n\u00e3o h\u00e1 aplicabilidade pr\u00e1tica. Para o seu desenvolvimento foram trabalhadas as seguintes etapas: (i) pesquisa bibliogr\u00e1fica acerca dos estudos decoloniais, literatura maranhense contempor\u00e2nea e fortuna cr\u00edtica da obra A Casa do Sentido Vermelho da escritora Jorgeana Braga por meio de levantamento bibliogr\u00e1fico e revis\u00e3o de literatura.; (ii) quanto \u00e0 abordagem, a pesquisa \u00e9 qualitativa, pois n\u00e3o se preocupa com representatividade num\u00e9rica e sim com o aprofundamento e compreens\u00e3o do objeto, ou seja, a an\u00e1lise do corpus. A COLONIALIDADE DE G\u00caNERO E A SUBALTERNIZA\u00c7\u00c3O DA ESCRITA FEMININA NO MARANH\u00c3O A literatura, tanto em \u00e2mbito estadual quanto nacional, foi um local de domina\u00e7\u00e3o quase que exclusivamente masculina, principalmente do homem branco e das classes mais altas. Isso se faz not\u00e1vel pela pouca presen\u00e7a feminina no meio liter\u00e1rio maranhense, para fins de exemplo, est\u00e1 a pouca participa\u00e7\u00e3o das mulheres na academia Maranhense de Letras, que em seus mais de cem anos de hist\u00f3ria contou com apenas nove mulheres como membros, 601","Anais entre elas Laura Rosa, Mariana Luz e Lucy Teixeira. Essas poucas mulheres conseguiram superar as dificuldades encontradas para terem seus textos publicados e reconhecidos, entre essas dificuldades est\u00e1 a subalterniza\u00e7\u00e3o da escrita feminina. Correa comentando esse contexto liter\u00e1rio do Maranh\u00e3o afirma em sua tese de doutorado que [...] a produ\u00e7\u00e3o feminina do romance maranhense n\u00e3o se faz t\u00e3o expressiva em termos de quantidade [...] no s\u00e9culo XIX, apenas uma representante (Maria Firmina dos Reis), com apenas uma \u00fanica obra (\u00darsula - 1859); no s\u00e9culo XX, tr\u00eas... cinco autoras, cada uma destas, fazendo-se representar com uma no m\u00e1ximo duas produ\u00e7\u00f5es do g\u00eanero. (CORREA, 2014, p. 164). Como se pode observar, embora a literatura maranhense contenha grandes nomes da literatura nacional, como Gon\u00e7alves Dias, Josu\u00e9 Montello, Alu\u00edsio Azevedo, entre tantos outros, as mulheres tiveram suas vozes praticamente silenciadas, al\u00e9m disso, as poucas que conseguiram publicar as suas obras ca\u00edram no esquecimento. Entre as raz\u00f5es da n\u00e3o-presen\u00e7a da mulher na literatura est\u00e3o as dificuldades em elas terem os textos publicados, nesse ponto a colonialidade de g\u00eanero desempenhou um papel crucial para esse silenciamento, pois para o sistema moderno\/colonial de g\u00eanero a mulher \u00e9 impossibilitada de ocupar posi\u00e7\u00f5es de destaque na sociedade, isso se deve ao fato delas serem carregadas de rubricas ideol\u00f3gicas, entre elas a ideia da mulher como sendo inferior ao homem por ser mais emocional e distante da raz\u00e3o (CASTRO, 2020), essas rubricas marginaliza as mulheres em diversos campos, incluindo a literatura. Quando se pensa a situa\u00e7\u00e3o da mulher negra pode-se concluir que as dificuldades encontradas por elas s\u00e3o ainda mais significativas, pois N\u00f3s mulheres e n\u00e3o brancas fomos \u201cfaladas\u201d, definidas e classificadas por um sistema ideol\u00f3gico de domina\u00e7\u00e3o que nos infantiliza. Ao nos impor um lugar inferior da sua hierarquia [...] suprime nossa humanidade justamente porque nos nega o direito de sermos sujeitos n\u00e3o s\u00f3 do nosso pr\u00f3prio discurso, como da nossa pr\u00f3pria hist\u00f3ria. (GONZALE, 2020, p. 44). Conforme o que foi exposto o sistema moderno\/colonial de g\u00eanero seleciona a categoria mulher como sendo a mulher branca, heterossexual, crist\u00e3 e ainda assim essa categoria \u00e9 subordinada ao homem (LUGONES, 2020), ou seja, a mulher negra enfrenta a dupla opress\u00e3o por ser mulher em um sistema sexista e ser negra em uma sociedade racializada, isso faz com que ela ocupe as posi\u00e7\u00f5es mais baixas da sociedade. Essa condi\u00e7\u00e3o 602","Anais se refletiu na escrita liter\u00e1ria, sendo essa uma das raz\u00f5es para as poucas produ\u00e7\u00f5es de mulheres, especialmente negras, fazendo com que poucas conseguissem superar as barreiras impostas pela colonialidade entre elas Maria Firminina dos Reis, Carolina Maria de Jesus e Concei\u00e7\u00e3o Evaristo, no entanto, ainda assim, suas escritas foram marginalizadas no meio liter\u00e1rio. Essa dificuldade encontrada pelas escritoras em terem seus textos publicados fez com que as personagens femininas fossem representadas a partir de uma vis\u00e3o sexista, sendo assim, esse lugar de falar permite desconstruir as maneiras estereotipadas com que personagens femininas foram descritas, pois, as mulheres para o sistema de g\u00eaneros s\u00e3o \u201cmarcadas pelo culto ao belo e ao santo\u201d (COSTA E SANTOS, 2012, p. 328), ou seja, a mulher ideal presente nas produ\u00e7\u00f5es liter\u00e1rias precisavam ser brancas e castas, quantas as personagens negras s\u00e3o representadas com uma sexualidade extrema, ou como for\u00e7a de trabalho, perpetuando, assim a supremacia branca e a vis\u00e3o estereotipada da mulher de cor. Pensando nessa situa\u00e7\u00e3o imposta pelo sistema moderno\/colonial de g\u00eanero, foi optado trabalhar uma escritora maranhense que foge dos padr\u00f5es exigidos pela sociedade no que diz respeito a mulher. A autora Jorgeana Braga \u00e9 maranhense nascida na cidade de S\u00e3o Lu\u00eds, com forma\u00e7\u00e3o em filosofia e atua como professora da rede b\u00e1sica de ensino, seus primeiros textos foram publicados em 1997, uma colet\u00e2nea de poemas intitulado Janelas que Escondem Esp\u00edritos, em 1998 a autora escreve o livro A Casa do Sentido Vermelho, no entanto, a obra s\u00f3 \u00e9 publicada em 2013, com esse romance ela foi vencedora do pr\u00eamio Alu\u00edsio Azevedo no XXXIV Concurso Liter\u00e1rio e Art\u00edstico Cidade de S\u00e3o Lu\u00eds. Como informado por Jorgeana Braga em entrevista3, ela utiliza de suas personagens para expressar os seus pr\u00f3prios inc\u00f4modos, pois por ser mulher, negra, l\u00e9sbica e zeladora de santo pode perceber por si mesmo as tentativas de silenciamento do sistema moderno\/colonial de g\u00eanero. Como observado, Jorgeana \u00e9 uma escritora que tanto pela sua biografia, quanto pela sua escrita, resiste ao padr\u00e3o de perfei\u00e7\u00e3o da mulher exigido pela sociedade sexista, isso fica ainda mais evidente quando \u00e9 analisado como suas personagens do romance A Casa do Sentido Vermelho apresentam uma quebra as exig\u00eancias do sistema patriarcal de g\u00eanero, como ser\u00e1 exposto na pr\u00f3xima se\u00e7\u00e3o do artigo. 3 Entrevista realizada com Jorgeana Braga no dia 17 de fevereiro de 2022, por v\u00eddeo chamada no Instagram 603","Anais RESULTADOS DA AN\u00c1LISE A obra A Casa do Sentido Vermelho \u00e9 um romance baseado nas mem\u00f3rias da narradora, o enredo concentra-se nas aventuras amorosas e sexuais de um grupo de amigos na cidade de S\u00e3o Lu\u00eds que compartilham as suas viv\u00eancias em um cabar\u00e9 na capital do Maranh\u00e3o, local esse que serviu a esses personagens como ref\u00fagio e abrigo, apresentando entre os frequentadores da casa a \u00fanica fam\u00edlia e amigos que elas conhecem. Vale destacar o fato de a casa ser associada ao vermelho, cor que remete ao \u201csangue, lux\u00faria e morte\u201d, al\u00e9m disso, \u201cvermelho representa o amor carnal, a paix\u00e3o, o erotismo, al\u00e9m de personificar o sangue, a luta, o perigo e a morte\u201d (PAULA JUNIOR, 2011, p. 132, 133), isso \u00e9 relevante, pois, essa \u201ccasa noturna se transmutava em bordel\u201d (BRAGA, 2013, p. 60), ou seja, os moradores da casa enfrentavam as dificuldades impostas pela vida de prostitui\u00e7\u00e3o, conforme expressado pela narradora Amar sensualmente \u00e9 dose [...]. Nem sei como eu era, o que gostava de fazer, sobre o que gostava de falar, tornei-me triste, contida, sem liberdade para ser, e tudo em mim ligado a capacidade luciferiana de desabrigo. [...] Porque at\u00e9 para ser bom \u00e9 preciso oportunidade, essa coisa que a gente faz com a gente \u00e9 t\u00e3o cansativa, t\u00e3o desgastante, temos que ficar em meio ao bombardeio, e a vontade de berrar socorro. (BRAGA, 2013, p. 34). Como se pode observar essas personagens precisavam lidar com os desafios em ser moradoras da casa, deixando de lado at\u00e9 mesmo as suas personalidades e gostos pessoais, tornando-se o sujeito necess\u00e1rio para habitar nesse local em que elas estavam inseridas, isto \u00e9, pessoas alegres e que para isso ignoram as suas dificuldades e passado. No entanto, vale destacar, que essas personagens se encontravam no \u00fanico espa\u00e7o cab\u00edvel a elas, pois, elas fazem parte de uma camada subalternizada e negligenciada pelo sistema, al\u00e9m disso, \u00e9 essa casa que oferece a essas mulheres o suporte que elas precisavam para enfrentar o nocivo sistema capitalista e patriarcal em voga na sociedade ludovicense. A maneira que essas personagens se apresentam na obra deixam claro as influ\u00eancias do sistema machista e patriarcal, a exemplo disso est\u00e1 a descri\u00e7\u00e3o da personagem Charlote que no romance \u00e9 apresentada como uma mulher devassa em que \u201cduas da tarde \u00e9 seu hor\u00e1rio matinal, porque a noite foi feita para massacrar as ruas e inunda-las de escuro, esconder os pecados de Charlote\u201d (BRAGA, 2013, p. 14), al\u00e9m disso, \u00e9 destacado o fato da personagem \u201cter que se loucamover lenta e dolorosamente por entre os matizes da 604","Anais depress\u00e3o; o alheio, o olhar alheio, o sentir alheio\u201d (BRAGA, 2013, p. 16). Como se pode observar nos trechos apresentados essa personagem \u00e9 descrita como uma pecadora que precisa lidar constantemente com o julgamento das outras pessoas da sociedade. Nesse aspecto \u00e9 relevante pensar no que o sistema sexista espera do comportamento de uma mulher, Saffioti destaca que A mulher foi socializada para conduzir-se como ca\u00e7a, que espera o \u201cataque do ca\u00e7ador\u201d. [...] Como o homem foi educado para ir \u00e0 ca\u00e7a, para, na condi\u00e7\u00e3o de macho, tomar sempre a iniciativa, tende a n\u00e3o ver com bons olhos a atitude de mulheres desinibidas, quer para tomar a dianteira no in\u00edcio do namoro, quer para provocar o homem na cama, visando com ele manter uma rela\u00e7\u00e3o sexual. (SAFFIOTI, 2004, p. 27). De acordo com o que foi exposto por Saffioti, torna poss\u00edvel compreender a raz\u00e3o de uma mulher como Charlote ter que lidar com constantes julgamentos sociais, pois, suas atitudes n\u00e3o coincidem com a ideia de mulher casta, pura e passiva do sistema moderno\/colonial de g\u00eanero. Al\u00e9m disso, essa personagem \u00e9 descrita como pecadora, pois, a religi\u00e3o crist\u00e3 desempenhou um papel fundamental para forma\u00e7\u00e3o do conceito de g\u00eanero ainda em voga hoje, de acordo com o Catecismo da Igreja Cat\u00f3lica - comp\u00eandio, pecado \u201c\u00e9 uma palavra, acto ou um desejo contr\u00e1rio \u00e0 lei eterna (S. Agostinho). \u00c9 uma ofensa a Deus, na desobedi\u00eancia a seu amor\u201d, nesse aspecto a B\u00edblia se tornou o manual a ser seguido por todos na sociedade e levando-se em conta que ela ordena que \u201ca esposa esteja sujeita ao marido, de modo que, se ele n\u00e3o for obediente \u00e0 palavra, seja ganho sem palavras, por meio da conduta de sua esposa, por ter sido testemunha ocular de sua conduta casta junto com profundo respeito\u201d4, como se pode observar, com base nesse manual, a mulher tem como principal fun\u00e7\u00e3o na sociedade crist\u00e3 a submiss\u00e3o ao marido, a castidade e o respeito ao homem. Com base nessa ideia faz sentido Charlote ser considerada uma pecadora, principalmente por se referir a uma mulher sexualmente ativa e de muitos amores. Outro aspecto abordado na obra \u00e9 rela\u00e7\u00e3o das personagens Charlote e Ran\u00e1 no que se refere a maternidade, pois, ao passo que a primeira \u00e9 incapaz de se \u201centernecer com a gargalhada de uma crian\u00e7a\u201d (BRAGA, 2013, p. 19), a outra \u201cquer porque quer ter um filho\u201d (BRAGA, 2013, p. 19). \u00c9 interessante pensar nessas duas formas de se abordar a rela\u00e7\u00e3o da mulher com a maternidade, pois, para a sociedade machista e patriarcal \u201cos ideais de feminilidade [...] baseiam-se no princ\u00edpio de que as rela\u00e7\u00f5es de fam\u00edlia, notadamente 4 1 Pedro 3: 1, 2 605","Anais casamento e maternidade, s\u00e3o a fonte da realiza\u00e7\u00e3o de uma psique feminina normal\u201d (SCHAWANTES, 2006, p. 9,10), ou seja, nessa sociedade vigora o princ\u00edpio que a mulher se realiza apenas na fam\u00edlia e no ambiente dom\u00e9stico, a partir do casamento e da maternidade; conceitos esses que a autora Jorgeana Braga desconstr\u00f3i ao apresentar personagens femininas com diferentes pontos de vistas nesse respeito. Isso \u00e9 especialmente not\u00e1vel, pois, para o sistema moderno\/colonial de g\u00eanero as mulheres s\u00e3o tidas apenas como \u201cobjetos da satisfa\u00e7\u00e3o sexual dos homens, reprodutoras de herdeiros, de for\u00e7a de trabalho e de novas reprodutoras\u201d (SAFFIOTI, 2004, p. 105), isso demonstra que o papel da mulher \u00e9 reproduzir, sendo assim Charlote n\u00e3o cumpre o que \u00e9 esperado dela. No romance tamb\u00e9m \u00e9 abordado o fato da maternidade ser condicionada a condi\u00e7\u00e3o de esposa, isso fica claro na declara\u00e7\u00e3o da narradora de n\u00e3o saber para que nem de quem Ran\u00e1 quer ter esse filho, pois, ela \u00e9 uma mulher solteira e de v\u00e1rios amores. Nesse aspecto Oy\u00e8wum\u00ed destaca que na fam\u00edlia nuclear \u201ca m\u00e3e identidade dominante das mulheres, \u00e9 subordinada \u00e0 esposa\u201d. (OY\u00c8WUM\u00cd, 2020, p. 99), com base nisso pode-se perceber a quebra da l\u00f3gica patriarcal, levando-se em conta que Ran\u00e1 quer ter esse filho embora n\u00e3o tenha marido. Com base na an\u00e1lise dessas personagens do romance A Casa do Sentido Vermelho \u00e9 poss\u00edvel conclui que embora o sistema machista e patriarcal do sistema moderno\/colonial de g\u00eanero imponha seus conceitos de sujeitos ideais, esses conceitos n\u00e3o se referem a uma verdade universal. Al\u00e9m disso, os corpos que n\u00e3o seguem essas imposi\u00e7\u00f5es tendem a sofrer as consequ\u00eancias sendo marginalizados e subalternizados pelo sistema, esse ponto explica as reflex\u00f5es da narradora a respeito de Charlote \u201cmesmo hoje a vejo nua andando pela praia totalmente inclusa na paisagem desolada da cidade, arrebentada at\u00e9 os dentes. \u00c9 poss\u00edvel compreender que Charlote era assim, necrotr\u00e1gica\u201d (BRAGA, 2013, p. 14). \u00c9 interessante destacar que esse trecho da narrativa se passa ap\u00f3s a venda da Casa, uma vez que essa personagem estava sem o local que serviu de abrigo para ela, o resultado foi a total exclus\u00e3o do conv\u00edvio social e isso fez com que ela ficasse \u201carrebentada at\u00e9 os dentes\u201d. COSIDERA\u00c7\u00d5ES FINAIS No romance A Casa do Sentido Vermelho a autora Jorgeana Braga utiliza suas personagens para apresentar as consequ\u00eancias para a mulher que n\u00e3o concorda com a l\u00f3gica colonial, cabendo a ela apenas uma condi\u00e7\u00e3o de subalternidade. Al\u00e9m disso, a autora 606","Anais demonstra que as verdades universais impostas \u00e0 mulher se configura como uma farsa, pois, nem todas elas encontram a felicidade no ideal de mulher para o sistema moderno\/colonial de g\u00eanero, isto \u00e9, a mulher branca, heterossexual, crist\u00e3 e relegada ao espa\u00e7o dom\u00e9stico. Esse trabalho se focalizou, sobretudo, no efeito do patriarcado na escrita feminina e como \u00e9 trabalhado no romance A Casa do Sentido Vermelho a ideia da mulher pecadora por ter uma vida sexual, al\u00e9m disso, a desconstru\u00e7\u00e3o feita por Jorgeana Braga da maternidade como o ideal de felicidade da mulher. REFERENCIAS \\\"Catecismo da Igreja Cat\u00f3lica - Comp\u00eandio\\\". Vatican, 2005. Dispon\u00edvel em: <<https:\/\/www.vatican.va\/archive\/compendium_ccc\/documents\/archive_2005_compendi um-ccc_po.html>>. Acesso em: 15 de jun. de 2022. - Tradu\u00e7\u00e3o do Novo Mundo da B\u00edblia Sagrada. Ces\u00e1rio Lange, SP: Associa\u00e7\u00e3o Torre de Vigia de B\u00edblias e Tratados, 2015. BRAGA, Jorgeana. A Casa do Sentido Vermelho. S\u00e3o Lu\u00eds: Pitomba, 2013. CASTRO, Susana de. Condescend\u00eancia: estrat\u00e9gia pater-colonial de poder. In. HOLLANDA, Heloisa Buarque de. Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. 1. ed. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020. CORREA, Dinacy Mendon\u00e7a. Literatura maranhense: romance e romancista do s\u00e9culo XX. Programa de p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o em Ci\u00eancia da Literatura, UFRJ, 2014. COSTA, M\u00e1rcia Silva; SANTOS, L\u00edgia Pereira dos. 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Professora Associada IV - da Universidade Estadual do Piau\u00ed- Professora Em\u00e9rita da Universidade Estadual do Maranh\u00e3o. Atua no PPGL das duas IES. Coordena o N\u00facleo de Estudos Liter\u00e1rios Piauienses -NELIPI, NELG e Membro do Comit\u00ea Institucional de Pesquisa da UESPI, Conselho Editorial das revistas Pesquisa em Foco (UEMA) e Letras em Revista\/UESPI, Membro do conselho editorial da EDUESPI. Membro do CLEPUL-Universidade de Lisboa. Bolsista de produtividade da UEMA. PT em experi\u00eancia na \u00e1rea de Letras, com \u00eanfase em Literatura Feminina, Hist\u00f3ria da Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: Literatura brasileira, Literatura Piauiense, Literatura de autoria feminina, Literatura Africanas e Africanas de L\u00edngua Portuguesa e Hist\u00f3ria da Literatura. Jos\u00e9 Henrique de Paula Borralho Possui gradua\u00e7\u00e3o em Hist\u00f3ria pela Universidade Federal do Maranh\u00e3o (1997), mestrado em Hist\u00f3ria pela Universidade Estadual Paulista J\u00falio de Mesquita Filho (2000) e doutorado em Hist\u00f3ria pela Universidade Federal Fluminense (2009). Atualmente \u00e9 membro da associa\u00e7\u00e3o de pesquisa jacarand\u00e1 da Universidade de Genova, professor permanente do mestrado em letras da Universidade Estadual do Maranh\u00e3o, professor adjunto IV da Universidade Estadual do Maranh\u00e3o e coordenador programa p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o em letras da Universidade Estadual do Maranh\u00e3o. Tem experi\u00eancia na \u00e1rea de Hist\u00f3ria, com \u00eanfase em Teoria e Filosofia da Hist\u00f3ria, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura e hist\u00f3ria\/, literatura maranhense, literatura, literatura, filosofia, teoria e literatura, contemporaneidade, g\u00eaneros. Bolsista Produtividade UEMA Josenildo Campos Brussio P\u00f3s-Doutorado em Turismo, pelo PPGTUR (Programa de P\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o em Turismo) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sob a supervis\u00e3o da professora Titular Maria L\u00facia Bastos Alves. Doutor em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2012), Mestre em Educa\u00e7\u00e3o pela Universidade Federal do Maranh\u00e3o (2008), Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranh\u00e3o (2012) e Licenciado em Letras Portugu\u00eas\/Ingl\u00eas e respectivas Literaturas pela Universidade Estadual do Maranh\u00e3o (1998). Professor Associado II do Curso de Licenciatura em Ci\u00eancias Humanas\/Sociologia do Centro de Ci\u00eancias de S\u00e3o Bernardo, da Universidade Federal do Maranh\u00e3o (UFMA). Professor colaborador do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Educa\u00e7\u00e3o (PPGE-UEMA), da Universidade Estadual do Maranh\u00e3o. Professor colaborador do Programa de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Letras (PPGLetras-UEMA), da Universidade Estadual do Maranh\u00e3o. Professor colaborador do Curso de Turismo do Centro de Ci\u00eancias de S\u00e3o Bernardo, da Universidade Federal do Maranh\u00e3o (UFMA). L\u00edder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Meio Ambiente, Desenvolvimento e Cultura (GEPEMADEC) e coordenador da linha de pesquisa 1: \\\"Imagin\u00e1rio, cultura e meio ambiente\\\". L\u00edder do LEI (Laborat\u00f3rio de Estudos do Imagin\u00e1rio) e coordenador da linha de pesquisa 1: \\\"Imagin\u00e1rio, s\u00edmbolos, mitos e pr\u00e1ticas educativas\\\". Participa da \\\"REDE DE PESQUISA EM TURISMO RELIGIOSO NO NORDESTE BRASILEIRO. Membro da Soci\u00e9t\u00e9 Internationale de Sociologie des Religions (SISR). Membro da Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Pesquisadores\/as Negros\/as. 609","Organiza\u00e7\u00e3o dos Anais Maria Aracy Bonfim Professora Adjunta no Departamento de Letras da Universidade Federal do Maranh\u00e3o onde ministra disciplinas de literaturas de l\u00edngua inglesa. L\u00edder do Grupo de Pesquisa Grifo - Estudos Liter\u00e1rios. Integra como pesquisadora o Grupo de Estudos Osmanianos da UnB. Atualmente \u00e9 editora gerente da Revista Littera Online; professora colaboradora no Mestrado em Letras da Universidade Estadual do Maranh\u00e3o - UEMA e p\u00f3s doutoranda na Temple University, Filad\u00e9lfia, Pensilv\u00e2nia, Estados Unidos da Am\u00e9rica. Silvana Maria Pantoja dos Santos P\u00f3s-doutorado em estudos da Mem\u00f3ria e suas interfaces com a Literatura pelo Programa de P\u00f3s- gradua\u00e7\u00e3o em Mem\u00f3ria: linguagem e sociedade da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB (PROCAD - AM\/CAPES). Doutorado e Mestrado em Letras, \u00e1rea de Concentra\u00e7\u00e3o Teoria Liter\u00e1ria, pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Gradua\u00e7\u00e3o em Letras pela Universidade Estadual do Maranh\u00e3o - UEMA. Professora de Literaturas de L\u00edngua Portuguesa da Universidade Estadual do Piau\u00ed - UESPI e da Universidade Estadual do Maranh\u00e3o - UEMA, Professora dos Programas de P\u00f3s-Gradua\u00e7\u00e3o em Letras de ambas Universidades. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Literatura e Linguagem - LITERLI cadastrado no Diret\u00f3rio de Pesquisa do CNPq. Membro do Grupo de Pesquisa Estudos de Paisagem nas Literaturas de L\u00edngua Portuguesa e do Grupo de Estudos sobre o Espa\u00e7o na Literatura - TOPUS. Atua nas linhas de pesquisa da Literatura e suas interfaces com o espa\u00e7o, a cidade e a mem\u00f3ria. Pesquisadora CNPq\/Edital Universal. Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq. 610","Organiza\u00e7\u00e3o dos Anais Todos os direitos desta edi\u00e7\u00e3o reservados \u00e0 Editora da Universidade Estadual do Maranh\u00e3o (EdUEMA). ISBN: 978-85-8227-276-3. 611"]
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